Por Jânio Santos de Oliveira
Por Jânio Santos de Oliveira
Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra Pastor Presidente: Eliseu Cadena
Contatos 0+operadora 21 36527277 ou (Zap)21 xx 990647385 (claro) ou 989504285 (oi)
Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!
Ez 28:17 - Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti.(Is 14:13,14 ) E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.
Apresentação da matéria
É com muita satisfação que inicio mais uma série de conferências com um tema determinado.Desta feita estaremos falando sobre a queda de Lúcifer, seus efeitos devastadores subsequentes.Como veremos mais abaixo, esta sequência será composta de dez assuntos baseados neste tema.Ao longo desta sequência estaremos respondendo às seguintes perguntas:
1. A origem do mal.
1. Com quem se originou o pecado?
2. Como se deu a origem da rebelião de Lúcifer
3. Quem criou o Diabo?
4. Quais as razões que levaram Satanás, ao pecado, rebelião e queda?
II. O trono de Deus um lugar inacessível.
1.Como, por que e quando Satanás caiu do céu ( Paraíso)?
Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena
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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!
Ez 28:17 - Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti.
(Is 14:13,14 ) E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.
Apresentação da matéria
É com muita satisfação que inicio mais uma série de conferências com um tema determinado.
Desta feita estaremos falando sobre a queda de Lúcifer, seus efeitos devastadores subsequentes.
Como veremos mais abaixo, esta sequência será composta de dez assuntos baseados neste tema.
Ao longo desta sequência estaremos respondendo às seguintes perguntas:
1. A origem do mal.
1. Com quem se originou o pecado?
2. Como se deu a origem da rebelião de Lúcifer
3. Quem criou o Diabo?
4. Quais as razões que levaram Satanás, ao pecado, rebelião e queda?
II. O trono de Deus um lugar
1.Como, por que e quando Satanás caiu do céu ( Paraíso)?
2.Alguém já subiu aos céus
3. Satanás já foi expulso do céu?
III. De onde Lúcifer foi precipitado
1. De onde Lúcifer caiu?
2. Qual era a função de Lúcifer no céu?
IV. As cinco quedas de Satanás
1. Quantas descidas o diabo sofre?
2. Aonde se encontra hoje o Diabo?
V. A rebelião de Satanás e da terça parte dos anjos
1. A classificação e destino dos anjos
2. Como evitar a rebeldia?
VI. As sete armas que o diabo usa para derrubar o homem.
1. Quais são as sete armas que o diabo se utiliza visando derrubar o cristão.
2, Como neutralizar as armas de Satanás
VII. Os efeitos da precipitação de Lúcifer
1. Tem fundamentação bíblica a Teoria da Terra Original?2. Teria de fato ocorrido um cataclismo na terra?
3. Quais foram as sete conseqüências da queda de Lúcifer?
VIII. A vingança do Diabo
1. Qual foi a tática empregada pelo Diabo para derrubar o homem?2. Deus foi surpreendido com a queda do homem?
IX. A inimizade entre as duas sementes e o plano de salvação para a humanidade.
1. Deus traçara um plano salvífico para a humanidade, mesmo antes da queda.
2. Quem é a semente da mulher e da serpente?
3. na inimizade e disputas entre as duas sementes quem saiu vencedor?
X. A derrota final do Diabo e de seus anjos.
1. qual a origem dos demônios?
2. somo será o desfecho final da condenação do Diabo seus anjos?
Em todas as matérias utilizamos de diversos vídeos para esclarecer melhor, o significado de cada um dos assuntos.
Vale a pena acompanhar esta tão envolvente matéria que é inédita na Internet.
Sumário da matéria
2.Alguém já subiu aos céus
3. Satanás já foi expulso do céu?
III. De onde Lúcifer foi precipitado
1. De onde Lúcifer caiu?
2. Qual era a função de Lúcifer no céu?
IV. As cinco quedas de Satanás
1. Quantas descidas o diabo sofre?
2. Aonde se encontra hoje o Diabo?
V. A rebelião de Satanás e da terça parte dos anjos
1. A classificação e destino dos anjos
2. Como evitar a rebeldia?
VI. As sete armas que o diabo usa para derrubar o homem.
1. Quais são as sete armas que o diabo se utiliza visando derrubar o cristão.
2, Como neutralizar as armas de Satanás
VII. Os efeitos da precipitação de Lúcifer
1. Tem fundamentação bíblica a Teoria da Terra Original?
2. Teria de fato ocorrido um cataclismo na terra?
3. Quais foram as sete conseqüências da queda de Lúcifer?
VIII. A vingança do Diabo
1. Qual foi a tática empregada pelo Diabo para derrubar o homem?
2. Deus foi surpreendido com a queda do homem?
IX. A inimizade entre as duas sementes e o plano de salvação para a humanidade.
1. Deus traçara um plano salvífico para a humanidade, mesmo antes da queda.
2. Quem é a semente da mulher e da serpente?
3. na inimizade e disputas entre as duas sementes quem saiu vencedor?
1. Deus traçara um plano salvífico para a humanidade, mesmo antes da queda.
2. Quem é a semente da mulher e da serpente?
3. na inimizade e disputas entre as duas sementes quem saiu vencedor?
X. A derrota final do Diabo e de seus anjos.
1. qual a origem dos demônios?
2. somo será o desfecho final da condenação do Diabo seus anjos?
Em todas as matérias utilizamos de diversos vídeos para esclarecer melhor, o significado de cada um dos assuntos.
Vale a pena acompanhar esta tão envolvente matéria que é inédita na Internet.
Sumário da matéria
Série a Queda de Lúcifer
1. A origem do mal
2. Os "céus dos céus um lugar inacessível".
3. De onde Lúcifer foi precipitado.
4. As quatro quedas de Lúcifer
5. A rebelião de Lúcifer e a terça parte dos anjos.
6. As sete armas que o diabo usa para derrubar o homem.
7.Os efeitos da precipitação de Lúcifer
8.A vingança do Diabo
9. A inimizade entre as duas sementes e o plano de salvação
10. A derrota final do Diabo e seus anjos
A verdade sobre a origem do mal (veja nesse vídeo)
I. Síntese da matéria, a origem do mal.
Existem duas forças no Universo. Uma força para o bem e outra para o mal. A Bíblia demonstra que Deus é o autor do amor e do bem. Satanás é o autor do ódio, da dor e do sofrimento.
A idéia de que Satanás é um mito ou uma influência abstrata, é parte de sua estratégia para estarmos sempre desprevenidos e desorientados.
O que as pessoas pensam sobre Satanás, diabo ou demônio:
• É apenas uma idéia.
• É apenas uma energia negativa.
• Pensamento negativo.
• Um mecanismo de defesa.
O QUE DIZ A BÍBLIA ?
“Pelo que alegrai-vos, ó céus; e vós que neles habitais. Ai dos que habitam na terra e no mar, porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo”.
“Sede sóbrios, vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar”.
“ Jesus lhes disse: Eu vi Satanás cair do céu como um relâmpago”.
COM QUEM SE ORIGINOU O PECADO?
“Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio...”
“Viu- se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão... A sua cauda arrastava a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra...”
“E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos; Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus...”
“E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele”.
“E a anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio, Ele tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande dia.”
COMO SE ORIGINOU?
A Bíblia também revela essa parte da trágica história: Satanás ou Lúcifer, seu nome original (que significa anjo portador de luz), era um poderoso e belo anjo nas cortes celestiais. Muito diferente dos quadros pintados, ele não é um monstro detestável, horrível, com chifre, rabo, um tridente (garfo) na mão e olhos cintilantes.
“Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-lhe: Assim diz o Senhor DEUS: Tu eras o selo da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura...”
“...Estiveste no Éden, jardim de Deus;de toda a pedra preciosa era a tua cobertura:sardônica, topázio, diamante, turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro; em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados...”
“...Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci;no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti...”
“...Na multiplicação do teu comércio encheram o teu interior de violência, e pecaste; por isso te lancei, profanado, do monte de Deus, e te fiz perecer, ó querubim cobridor, do meio das pedras afogueadas...”
“...Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti...”
“...Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti.”
“...Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte...”
“...Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo.”
ALGUNS PODEM ESTAR PERGUNTANDO: “Por que Deus não criou a Lúcifer sem a possibilidade de converter-se em Satanás, de ser uma oposição, de desobedecer-lhe?” “Por que Lúcifer não foi destruído depois de converter-se em Satanás?”
A DÚVIDA PODERIA INSTALAR-SE NA MENTE DOS ANJOS:
“Quem sabe se Lúcifer tem razão, ele vivia junto ao trono de Deus... por certo, ele sabe coisas que nós não sabemos… quem sabe se ele como governante seria melhor?”
POR QUE SATANÁS PECOU?
“Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.”
SATANÁS CONTINUA ENGANANDO!
“E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras.”
ONDE ESTÁ A VERDADE?
“Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.”
NÃO SE FIRMOU NA VERDADE!
“Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim.”
COMO ERA A TERRA ANTES DO PECADO?
“Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom...”
O CASAL FELIZ
“E plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, do lado oriental; e pôs ali o homem que tinha formado.”
“E tomou o SENHOR Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar. E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.”
“Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos...”
“...mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus:Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis...”
“...Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela...”
“...Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim...”
“...E chamou o SENHOR Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás? E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.”
“E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses? Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi...”
“...E disse o SENHOR Deus à mulher: Por que fizeste isto? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi. Então o SENHOR Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida...”
“...E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. E à mulher disse:Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará...”
“...E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo...”
“...No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás. E chamou Adão o nome de sua mulher Eva; porquanto era a mãe de todos os viventes. E fez o SENHOR Deus a Adão e à sua mulher túnicas de peles, e os vestiu...”
“...Então disse o SENHOR Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente, O SENHOR Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado...”
“...E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.”
QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO?
•MEDO
•ACUSAÇÃO
•SERPENTE AMALDIÇOADA
•SURGIMENTO DA DOR
•CARDOS E ESPINHOS
•MORTE
QUAL A MAIOR CONSEQUÊNCIA?
“Portanto, assim como por só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.”
MORTE !
“...até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás.”
“Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora.”
Na concepção de Satanás, Deus estava num impasse: Se tornasse o homem mortal, sua tese estaria confirmada. Se não; seria mentiroso, indigno de adoração, de obediência.
“Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos.”
“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.”
ELE PISOU NA CABEÇA DA SERPENTE QUANDO:
•Encarnou e se fez Homem
•Morreu na cruz
•Ressuscitou
Entenda neste vídeo a origem do mal
II. Como se deu a origem da rebelião de Lúcifer
Enquanto todos os seres criados reconheceram a lealdade pelo amor, houve perfeita harmonia por todo o universo de Deus. Deleitavam-se em refletir a Sua glória, e patentear o Seu louvor. E enquanto foi supremo o amor para com Deus, o amor de uns para com outros foi cheio de confiança e abnegado. Nenhuma nota discordante havia para deslustrar as harmonias celestiais.
Sobreveio, porém, uma mudança neste estado de felicidade. Houve um ser que perverteu a liberdade que Deus concedera as Suas criaturas. O pecado originou-se com aquele que, abaixo de Cristo, fora o mais honrado por Deus, e o mais elevado em poder e glória entre os habitantes do Céu. Lúcifer, "filho da alva", era o primeiro dos querubins cobridores[a], santo, incontaminado. Permanecia na presença do grande Criador, e os incessantes raios de glória que cercavam o eterno Deus, repousavam sobre ele. "Assim diz o Senhor Jeová: 'Tu és o aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus; toda a pedra preciosa era a tua cobertura... Tu eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti'." (Ez 28:12-15).
Pouco a pouco Lúcifer veio a condescender com o desejo de exaltação própria. Dizem as Escrituras: "Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor..." (Ez 28:17). "Tu dizias no teu coração:... acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono... Serei semelhante ao Altíssimo." (Is 14:13-14).
Se bem que toda a sua glória proviesse de Deus, este poderoso anjo veio a considerá-la como pertencente a si próprio. Não contente com sua posição, embora fosse mais honrado do que a hoste celestial, arriscou-se a cobiçar a homenagem devida unicamente ao Criador. Em vez de procurar fazer com que Deus fosse o alvo supremo das afeições e fidelidade de todos os seres criados, consistiu o seu esforço em obter para si o serviço e lealdade deles. E, cobiçando a glória que o infinito Pai conferira a Seu Filho, este príncipe dos anjos aspirou o poder que era a prerrogativa de Cristo apenas.
Quebrantou-se então a perfeita harmonia do Céu. A disposição de Lúcifer para servir a si em vez do Criador, suscitou um sentimento de apreensão ao ser observada por aqueles que consideravam a glória de Deus suprema. No conselho celestial os anjos insistiam com Lúcifer. O Filho de Deus apresentou perante ele a grandeza, a bondade e a justiça do Criador; e, a natureza imutável e sagrada de Sua lei. Mas a advertência, feita com amor e misericórdia infinitos, apenas despertou espírito de resistência. Lúcifer consentiu que prevalecessem seus sentimentos de inveja para com Cristo, e se tornou mais decidido.
O Rei do universo convocou os exércitos celestiais perante Ele, para, em sua presença, apresentar a verdadeira posição de Seu Filho, e mostrar a relação que Este mantinha para com todos os seres criados. O Filho de Deus partilhava do trono do Pai, e a glória do Ser eterno, existente por Si mesmo, rodeava a ambos... Os anjos alegremente reconheceram a supremacia de Cristo, e, prostrando-se diante dEle, extravasaram seu amor e adoração. Lúcifer curvou-se com eles; mas em seu coração havia um conflito estranho, violento. A verdade, a justiça e a lealdade estavam a lutar contra a inveja e o ciúme. A influência dos santos anjos pareceu por algum tempo levá-lo com eles. Ao ascenderem os cânticos de louvores, em melodiosos acordes, avolumados por milhares de alegres vozes, o espírito do mal pareceu subjugado; indizível amor fazia fremir todo o seu ser; em concerto com os adoradores destituídos de pecado, expandia-se-lhe a alma em amor para com o Pai e o Filho.
De novo, porém, achou-se repleto de orgulho por sua própria glória. Voltou-lhe o desejo de supremacia, e uma vez mais condescendeu com a inveja de Cristo. As altas honras conferidas a Lúcifer não eram apreciadas como um dom especial de Deus, e, portanto, não provocavam lhe gratidão para com o seu Criador. Ele se gloriava em seu brilho e exaltação, e almejava ser igual a Deus. Era amado e reverenciado pelo exército celestial, anjos se deleitavam em executar suas ordens, e estava ele revestido de sabedoria e glória mais do que todos eles. Contudo, o Filho de Deus era mais exaltado do que ele, sendo um em poder e autoridade com o Pai. Partilhava dos conselhos do Pai, enquanto Lúcifer não penetrava assim nos propósitos de Deus. "Por que", perguntava este poderoso anjo, "deveria Cristo ter a primazia? Por que é Ele mais honrado do que Lúcifer?"
Deixando seu lugar na presença imediata do Pai, Lúcifer saiu a difundir o espírito de descontentamento entre os anjos. Ele agia em misterioso segredo, e durante algum tempo escondeu seu propósito real sob uma aparência de reverência para com Deus. Começou a insinuar dúvidas com respeito às leis que governavam os seres celestiais, dando a entender que, conquanto pudessem as leis ser necessárias para os habitantes dos mundos, não necessitavam de tais restrições os anjos, mais elevados por natureza, pois sua sabedoria era um guia suficiente. Não eram eles seres que pudessem acarretar desonra a Deus; todos os seus pensamentos eram santos; não havia para eles maior possibilidade de errar para com o próprio Deus.
A exaltação do Filho de Deus à igualdade com o Pai, foi representada como sendo uma injustiça a Lúcifer, o qual, pretendia-se, ter também direito à reverência e à honra. Este príncipe dos anjos alegava que, se pudesse tão somente alcançar a sua verdadeira e elevada posição, grande bem resultaria para todo o exército do Céu; pois era seu objetivo conseguir liberdade para todos. Agora, porém, mesmo a liberdade que eles até ali haviam desfrutado, tinha chegado a seu fim; pois lhes havia sido designado um Governador absoluto [Cristo], e todos deveriam prestar homenagem à Sua autoridade. Tais foram os erros sutis que por meio dos ardis de Lúcifer estavam a propagar-se rapidamente nos lugares celestiais.
Não tinha havido mudança alguma na posição ou autoridade de Cristo. A inveja e falsa representação de Lúcifer, bem como sua pretensão à igualdade com Cristo, tornaram necessária uma declaração a respeito da verdadeira posição do Filho de Deus; mas esta havia sido a mesma desde o princípio. Muitos dos anjos, contudo, ficaram cegos pelos enganos de Lúcifer.
Tirando vantagem da amável e leal confiança nele depositada pelos seres santos que estavam sob suas ordens, com tal arte infiltrara em suas mentes a sua própria desconfiança e descontentamento que sua participação não foi percebida. Lúcifer havia apresentado os propósitos de Deus sob uma luz falsa, interpretando-os mal e torcendo-os, de modo a incitar a dissensão e descontentamento (Ez 28:16). Astuciosamente levou os ouvintes a dar expressão aos seus sentimentos; então eram tais expressões repetidas por ele quando isto servisse aos seus intuitos, como prova de que os anjos não estavam completamente de acordo com o governo de Deus. Ao mesmo tempo em que, de sua parte, pretendia uma perfeita fidelidade para com Deus, insistia que modificações na ordem e leis do Céu eram necessárias para a estabilidade do governo divino.
Assim, enquanto trabalhava para provocar oposição à lei de Deus, e infiltrar seu próprio descontentamento na mente dos anjos sob seu comando, ostensivamente estava ele procurando remover o descontentamento e reconciliar anjos desafetos com a ordem do Céu. Ao mesmo tempo em que secretamente fomentava a discórdia e a rebelião, com uma astúcia consumada fazia parecer como se fosse seu único intuito promover a lealdade, e preservar a harmonia e a paz.
Com grande misericórdia, de acordo com o Seu caráter divino, Deus suportou longamente a Lúcifer. O espírito de descontentamento e desafeição nunca antes havia sido conhecido no Céu. Era um elemento novo, estranho, misterioso, inexplicável. O próprio Lúcifer não estivera a princípio ciente da natureza verdadeira de seus sentimentos; durante algum tempo receou exprimir a ação e imaginações de sua mente; todavia não as repeliu. Não via para onde se deixava levar. Entretanto, esforços que somente o amor e a sabedoria infinitos poderiam imaginar, foram feitos para convencê-lo de seu erro. Provou-se que sua desafeição era sem causa, e fez-se-lhe ver qual seria o resultado de persistir em revolta. Lúcifer estava convencido de que não tinha razão. Viu que "justo é o Senhor em todos os Seus caminhos, e santo em todas as Suas obras" (Salmos 145:17); que os estatutos divinos são justos, e que, como tais, ele os deveria reconhecer perante todo o Céu. Houvesse ele feito isto, poderia ter salvo a si mesmo e a muitos anjos.
Ele não tinha naquele tempo repelido totalmente sua lealdade a Deus. Embora tivesse deixado sua posição como querubim cobridor, se contudo estivesse disposto a voltar para Deus, reconhecendo a sabedoria do Criador, e satisfeito por preencher o lugar a ele designado no grande plano de Deus, teria sido reintegrado em suas funções. Chegado era o tempo para um decisão final; deveria render-se completamente à soberania divina, ou colocar-se em franca rebelião. Quase chegou à decisão de voltar; mas o orgulho o impediu disto. Era sacrifício demasiado grande, para quem fora tão altamente honrado, confessar que estivera em erro, que suas imaginações eram errôneas, e render-se à autoridade que ele procurara demonstrar ser injusta.
Um compassivo Criador, sentindo terna piedade por Lúcifer e seus seguidores, procurava fazê-los retroceder do abismo de ruína em que estavam prestes a imergir. Sua misericórdia, porém, foi mal-interpretada. Lúcifer apontou a longanimidade de Deus como uma prova de sua superioridade, como indicação de que o Rei do universo ainda concordaria com suas imposições. Se os anjos permanecessem firmes com ele, declarou, poderiam ainda ganhar tudo que desejassem. Persistentemente defendeu sua conduta, e entregou-se amplamente ao grande conflito contra seu Criador. Assim foi que Lúcifer, "o portador de luz", aquele que participava da glória de Deus, que servia junto ao Seu trono, tornou-se, pela transgressão, Satanás, o "adversário" de Deus e dos seres santos, e destruidor daqueles a quem o Céu confiou a guia e guarda.
Rejeitando com desdém os argumentos e rogos dos anjos fiéis, acusou-os de serem escravos iludidos. A preferência mostrada para com Cristo declarou ele ser um ato de injustiça tanto para si como para todo o exército celestial, e anunciou que não mais se sujeitaria a esta usurpação dos direitos, seus e deles. Nunca mais reconheceria a supremacia de Cristo. Resolvera reclamar a honra que deveria ter sido conferida a ele, e tomar o comando de todos os que se tornassem seus seguidores; e prometeu àqueles que entrassem para as suas fileiras um governo novo e melhor, sob o qual todos desfrutariam liberdade. Grande número de anjos deram a entender seu propósito de o aceitar como seu chefe. Lisonjeado pelo apoio com que suas insinuações eram recebidas, esperou conquistar todos os anjos para o seu lado, tornar-se igual ao próprio Deus, e ser obedecido por todo o exército celestial.
Os anjos fiéis ainda instavam com ele e com os que com ele simpatizavam, para que se submetessem a Deus; apresentavam-lhes o resultado inevitável caso se recusassem a isso: Aquele que os criara poderia subverter seu poder, e castigar de maneira notável sua revoltosa ousadia. Nenhum anjo poderia com êxito opor-se à lei de Deus, que é tão sagrada como Ele próprio. Advertiram todos a que fechassem os ouvidos ao raciocínio enganador de Lúcifer, e insistiram com este e seus seguidores para buscarem a presença de Deus sem demora, e confessarem o erro de pôr em dúvida Sua sabedoria e autoridade.
Muitos estiveram dispostos a dar atenção a este conselho, arrepender-se de sua desafeição, e procurar de novo ser recebidos no favor do Pai e de Seu Filho. Lúcifer, porém, tinha pronto outro engano. O grande rebelde declarou então que os anjos que com ele se uniram tinham ido muito longe para voltarem; que ele conhecia a lei divina, e sabia que Deus não perdoaria. Declarou que todos os que se sujeitassem à autoridade do Céu seriam despojados de sua honra, rebaixados de sua posição. Quanto a si, estava decidido a nunca mais reconhecer a autoridade de Cristo. A única maneira de agir que restava a ele e seus seguidores, dizia, consistia em vindicar sua liberdade, e adquirir pela força os direitos que não lhes haviam sido de boa vontade concedidos.
Tanto quanto dizia respeito ao próprio Satanás, era verdade que ele havia ido agora demasiado longe para que pudesse voltar. Mas não era assim com os que tinham sido iludidos pelos seus enganos. Para estes, os conselhos e rogos dos anjos fiéis abriram uma porta de esperança; e, se houvessem eles atendido a advertência, poderiam ter sido arrancados da cilada de Satanás. Mas o orgulho, o amor para com seu chefe, e o desejo de uma liberdade sem restrições permitiu-se terem o domínio, e as instâncias do amor e misericórdia divinos foram finalmente rejeitadas.
Deus permitiu que Satanás levasse avante sua obra até que o espírito de desafeto amadurecesse em ativa revolta. Era necessário que seus planos se desenvolvessem completamente a fim de que todos pudessem ver sua verdadeira natureza e tendência. Lúcifer, sendo o querubim ungido, fora altamente exaltado; era grandemente amado pelos seres celestiais, e forte era sua influência sobre eles. O governo de Deus incluía não somente os habitantes do Céu, mas de todos os mundos que Ele havia criado; e Lúcifer concluiu que, se ele pôde levar consigo os anjos do Céu à rebelião, poderia também levar todos os mundos. Tinha ele artificiosamente apresentado a questão sob o seu ponto de vista, empregando sofisma e fraude, a fim de conseguir seus objetivos. Seu poder para enganar era muito grande. Disfarçando-se sob a capa da falsidade, alcançara uma vantagem. Todos os seus atos eram de tal maneira revestidos de mistério, que era difícil aos anjos descobrir a verdadeira natureza de sua obra. Antes que se desenvolvesse completamente, não poderia mostrar-se a coisa ruim que era; sua desafeição não seria vista como sendo rebelião. Mesmo os anjos fiéis não podiam discernir-lhe completamente o caráter, ou ver para onde sua obra estava a levar.
Lúcifer havia a princípio dirigido suas tentações de tal maneira que ele próprio não pareceu achar-se comprometido. Os anjos que ele não pôde trazer completamente para o seu lado, acusou-os de indiferentes aos interesses dos seres celestiais. Da mesma obra que ele próprio estava a fazer, acusou os anjos fiéis. Consistia sua astúcia em perturbar com argumentos sutis, referentes aos propósitos de Deus. Tudo que era simples ele envolvia em mistério, e por meio de artificiosa perversão lançava a dúvida sobre as mais claras declarações de Jeová. E sua elevada posição, tão intimamente ligada com o governo divino, dava maior força a suas representações.
Deus apenas podia empregar meios que fossem coerentes com a verdade e justiça. Satanás podia usar o que Deus não podia - a lisonja e o engano. Procurara falsificar a Palavra de Deus, e de maneira errônea figurara Seu plano de governo, pretendendo que Deus não era justo ao impor leis aos anjos; que, exigindo submissão e obediência de Suas criaturas, estava simplesmente a procurar a exaltação de Si mesmo. Era, portanto, necessário demonstrar perante os habitantes do Céu, e de todos os mundos, que o governo de Deus é justo, que Sua lei é perfeita. Satanás fizera com que parecesse estar ele procurando promover o bem do universo. O verdadeiro caráter do usurpador e seu objetivo real devem ser compreendidos por todos. Ele deve ter tempo para manifestar-se pelas suas obras iníquas.
A discórdia que sua conduta determinara no Céu, Satanás lançara sobre o governo de Deus. Todo o mal declarou ele ser o resultado da administração divina. Alegava que era seu objetivo aperfeiçoar os estatutos de Jeová. Por isso permitiu Deus que ele demonstrasse a natureza de suas pretensões, a fim de mostrar o efeito de suas propostas mudanças na lei divina. A sua própria obra o deve condenar. Satanás pretendera desde o princípio que não estava em rebelião. O universo todo deve ver o enganador desmascarado.
Mesmo quando foi expulso do Céu, a Sabedoria infinita não destruiu Satanás. Visto que unicamente o serviço de amor pode ser aceito por Deus, a fidelidade de Suas criaturas deve repousar em uma convicção de Sua justiça e benevolência. Os habitantes do Céu, e dos mundos, não estando preparados para compreender a natureza ou consequência do pecado, não poderiam ter visto então a justiça de Deus na destruição de Satanás.
Houvesse ele sido imediatamente destruído, alguns teriam servido a Deus pelo temor em vez de o fazer pelo amor. A influência do enganador não teria sido completamente destruída, tampouco o espírito de rebelião teria sido totalmente desarraigado. Para o bem de todo o universo, através dos intérminos séculos, ele deveria desenvolver mais completamente seus princípios, a fim de que suas acusações contra o governo divino pudessem ser vistas sob sua verdadeira luz, por todos os seres criados; a justiça e a misericórdia de Deus, bem como a imutabilidade de Sua lei, pudessem para sempre ser postas fora de toda a questão.
A rebelião de Satanás deveria ser uma lição para o universo, durante todas as eras vindouras - perpétuo testemunho da natureza do pecado e de seus terríveis resultados. A atuação do governo de Satanás, seus efeitos tanto sobre os homens como sobre os anjos, mostrariam qual seria o fruto de se pôr de parte a autoridade divina. Testificariam que, ligado à existência do governo de Deus, está o bem-estar de todas as criaturas que Ele fez. Assim, a história desta terrível experiência com a rebelião seria uma salvaguarda perpétua para todos os seres santos, para impedir que fossem enganados quanto à natureza da transgressão, para salvá-los de cometer pecado, e de sofrerem sua punição.
Aquele que governa no Céu é O que vê o fim desde o princípio - o Ser perante o qual os mistérios do passado e do futuro estão igualmente expostos, e que, para além da miséria, trevas e ruína que o pecado acarretou, contempla o cumprimento de Seus propósitos de amor e bênçãos. Se bem que "nuvens e obscuridade estão ao redor dEle, justiça e juízo são a base de Seu trono" (Salmos 97:2). E isto os habitantes do universo, tanto fiéis como infiéis, compreenderão um dia. "Ele é a Rocha, as Suas obras são perfeitas, e todos os Seus caminhos são justos. É Deus fiel, que não comete erros; justo e reto Ele é." (Dt 32:4 ).
Entenda neste vídeo a origem do mal II. Como se deu a origem da rebelião de Lúcifer Enquanto todos os seres criados reconheceram a lealdade pelo amor, houve perfeita harmonia por todo o universo de Deus. Deleitavam-se em refletir a Sua glória, e patentear o Seu louvor. E enquanto foi supremo o amor para com Deus, o amor de uns para com outros foi cheio de confiança e abnegado. Nenhuma nota discordante havia para deslustrar as harmonias celestiais. Sobreveio, porém, uma mudança neste estado de felicidade. Houve um ser que perverteu a liberdade que Deus concedera as Suas criaturas. O pecado originou-se com aquele que, abaixo de Cristo, fora o mais honrado por Deus, e o mais elevado em poder e glória entre os habitantes do Céu. Lúcifer, "filho da alva", era o primeiro dos querubins cobridores[a], santo, incontaminado. Permanecia na presença do grande Criador, e os incessantes raios de glória que cercavam o eterno Deus, repousavam sobre ele. "Assim diz o Senhor Jeová: 'Tu és o aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus; toda a pedra preciosa era a tua cobertura... Tu eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti'." (Ez 28:12-15). Pouco a pouco Lúcifer veio a condescender com o desejo de exaltação própria. Dizem as Escrituras: "Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor..." (Ez 28:17). "Tu dizias no teu coração:... acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono... Serei semelhante ao Altíssimo." (Is 14:13-14). Se bem que toda a sua glória proviesse de Deus, este poderoso anjo veio a considerá-la como pertencente a si próprio. Não contente com sua posição, embora fosse mais honrado do que a hoste celestial, arriscou-se a cobiçar a homenagem devida unicamente ao Criador. Em vez de procurar fazer com que Deus fosse o alvo supremo das afeições e fidelidade de todos os seres criados, consistiu o seu esforço em obter para si o serviço e lealdade deles. E, cobiçando a glória que o infinito Pai conferira a Seu Filho, este príncipe dos anjos aspirou o poder que era a prerrogativa de Cristo apenas. Quebrantou-se então a perfeita harmonia do Céu. A disposição de Lúcifer para servir a si em vez do Criador, suscitou um sentimento de apreensão ao ser observada por aqueles que consideravam a glória de Deus suprema. No conselho celestial os anjos insistiam com Lúcifer. O Filho de Deus apresentou perante ele a grandeza, a bondade e a justiça do Criador; e, a natureza imutável e sagrada de Sua lei. Mas a advertência, feita com amor e misericórdia infinitos, apenas despertou espírito de resistência. Lúcifer consentiu que prevalecessem seus sentimentos de inveja para com Cristo, e se tornou mais decidido. O Rei do universo convocou os exércitos celestiais perante Ele, para, em sua presença, apresentar a verdadeira posição de Seu Filho, e mostrar a relação que Este mantinha para com todos os seres criados. O Filho de Deus partilhava do trono do Pai, e a glória do Ser eterno, existente por Si mesmo, rodeava a ambos... Os anjos alegremente reconheceram a supremacia de Cristo, e, prostrando-se diante dEle, extravasaram seu amor e adoração. Lúcifer curvou-se com eles; mas em seu coração havia um conflito estranho, violento. A verdade, a justiça e a lealdade estavam a lutar contra a inveja e o ciúme. A influência dos santos anjos pareceu por algum tempo levá-lo com eles. Ao ascenderem os cânticos de louvores, em melodiosos acordes, avolumados por milhares de alegres vozes, o espírito do mal pareceu subjugado; indizível amor fazia fremir todo o seu ser; em concerto com os adoradores destituídos de pecado, expandia-se-lhe a alma em amor para com o Pai e o Filho. De novo, porém, achou-se repleto de orgulho por sua própria glória. Voltou-lhe o desejo de supremacia, e uma vez mais condescendeu com a inveja de Cristo. As altas honras conferidas a Lúcifer não eram apreciadas como um dom especial de Deus, e, portanto, não provocavam lhe gratidão para com o seu Criador. Ele se gloriava em seu brilho e exaltação, e almejava ser igual a Deus. Era amado e reverenciado pelo exército celestial, anjos se deleitavam em executar suas ordens, e estava ele revestido de sabedoria e glória mais do que todos eles. Contudo, o Filho de Deus era mais exaltado do que ele, sendo um em poder e autoridade com o Pai. Partilhava dos conselhos do Pai, enquanto Lúcifer não penetrava assim nos propósitos de Deus. "Por que", perguntava este poderoso anjo, "deveria Cristo ter a primazia? Por que é Ele mais honrado do que Lúcifer?" Deixando seu lugar na presença imediata do Pai, Lúcifer saiu a difundir o espírito de descontentamento entre os anjos. Ele agia em misterioso segredo, e durante algum tempo escondeu seu propósito real sob uma aparência de reverência para com Deus. Começou a insinuar dúvidas com respeito às leis que governavam os seres celestiais, dando a entender que, conquanto pudessem as leis ser necessárias para os habitantes dos mundos, não necessitavam de tais restrições os anjos, mais elevados por natureza, pois sua sabedoria era um guia suficiente. Não eram eles seres que pudessem acarretar desonra a Deus; todos os seus pensamentos eram santos; não havia para eles maior possibilidade de errar para com o próprio Deus. A exaltação do Filho de Deus à igualdade com o Pai, foi representada como sendo uma injustiça a Lúcifer, o qual, pretendia-se, ter também direito à reverência e à honra. Este príncipe dos anjos alegava que, se pudesse tão somente alcançar a sua verdadeira e elevada posição, grande bem resultaria para todo o exército do Céu; pois era seu objetivo conseguir liberdade para todos. Agora, porém, mesmo a liberdade que eles até ali haviam desfrutado, tinha chegado a seu fim; pois lhes havia sido designado um Governador absoluto [Cristo], e todos deveriam prestar homenagem à Sua autoridade. Tais foram os erros sutis que por meio dos ardis de Lúcifer estavam a propagar-se rapidamente nos lugares celestiais. Não tinha havido mudança alguma na posição ou autoridade de Cristo. A inveja e falsa representação de Lúcifer, bem como sua pretensão à igualdade com Cristo, tornaram necessária uma declaração a respeito da verdadeira posição do Filho de Deus; mas esta havia sido a mesma desde o princípio. Muitos dos anjos, contudo, ficaram cegos pelos enganos de Lúcifer. Tirando vantagem da amável e leal confiança nele depositada pelos seres santos que estavam sob suas ordens, com tal arte infiltrara em suas mentes a sua própria desconfiança e descontentamento que sua participação não foi percebida. Lúcifer havia apresentado os propósitos de Deus sob uma luz falsa, interpretando-os mal e torcendo-os, de modo a incitar a dissensão e descontentamento (Ez 28:16). Astuciosamente levou os ouvintes a dar expressão aos seus sentimentos; então eram tais expressões repetidas por ele quando isto servisse aos seus intuitos, como prova de que os anjos não estavam completamente de acordo com o governo de Deus. Ao mesmo tempo em que, de sua parte, pretendia uma perfeita fidelidade para com Deus, insistia que modificações na ordem e leis do Céu eram necessárias para a estabilidade do governo divino. Assim, enquanto trabalhava para provocar oposição à lei de Deus, e infiltrar seu próprio descontentamento na mente dos anjos sob seu comando, ostensivamente estava ele procurando remover o descontentamento e reconciliar anjos desafetos com a ordem do Céu. Ao mesmo tempo em que secretamente fomentava a discórdia e a rebelião, com uma astúcia consumada fazia parecer como se fosse seu único intuito promover a lealdade, e preservar a harmonia e a paz. Com grande misericórdia, de acordo com o Seu caráter divino, Deus suportou longamente a Lúcifer. O espírito de descontentamento e desafeição nunca antes havia sido conhecido no Céu. Era um elemento novo, estranho, misterioso, inexplicável. O próprio Lúcifer não estivera a princípio ciente da natureza verdadeira de seus sentimentos; durante algum tempo receou exprimir a ação e imaginações de sua mente; todavia não as repeliu. Não via para onde se deixava levar. Entretanto, esforços que somente o amor e a sabedoria infinitos poderiam imaginar, foram feitos para convencê-lo de seu erro. Provou-se que sua desafeição era sem causa, e fez-se-lhe ver qual seria o resultado de persistir em revolta. Lúcifer estava convencido de que não tinha razão. Viu que "justo é o Senhor em todos os Seus caminhos, e santo em todas as Suas obras" (Salmos 145:17); que os estatutos divinos são justos, e que, como tais, ele os deveria reconhecer perante todo o Céu. Houvesse ele feito isto, poderia ter salvo a si mesmo e a muitos anjos. Ele não tinha naquele tempo repelido totalmente sua lealdade a Deus. Embora tivesse deixado sua posição como querubim cobridor, se contudo estivesse disposto a voltar para Deus, reconhecendo a sabedoria do Criador, e satisfeito por preencher o lugar a ele designado no grande plano de Deus, teria sido reintegrado em suas funções. Chegado era o tempo para um decisão final; deveria render-se completamente à soberania divina, ou colocar-se em franca rebelião. Quase chegou à decisão de voltar; mas o orgulho o impediu disto. Era sacrifício demasiado grande, para quem fora tão altamente honrado, confessar que estivera em erro, que suas imaginações eram errôneas, e render-se à autoridade que ele procurara demonstrar ser injusta. Um compassivo Criador, sentindo terna piedade por Lúcifer e seus seguidores, procurava fazê-los retroceder do abismo de ruína em que estavam prestes a imergir. Sua misericórdia, porém, foi mal-interpretada. Lúcifer apontou a longanimidade de Deus como uma prova de sua superioridade, como indicação de que o Rei do universo ainda concordaria com suas imposições. Se os anjos permanecessem firmes com ele, declarou, poderiam ainda ganhar tudo que desejassem. Persistentemente defendeu sua conduta, e entregou-se amplamente ao grande conflito contra seu Criador. Assim foi que Lúcifer, "o portador de luz", aquele que participava da glória de Deus, que servia junto ao Seu trono, tornou-se, pela transgressão, Satanás, o "adversário" de Deus e dos seres santos, e destruidor daqueles a quem o Céu confiou a guia e guarda. Rejeitando com desdém os argumentos e rogos dos anjos fiéis, acusou-os de serem escravos iludidos. A preferência mostrada para com Cristo declarou ele ser um ato de injustiça tanto para si como para todo o exército celestial, e anunciou que não mais se sujeitaria a esta usurpação dos direitos, seus e deles. Nunca mais reconheceria a supremacia de Cristo. Resolvera reclamar a honra que deveria ter sido conferida a ele, e tomar o comando de todos os que se tornassem seus seguidores; e prometeu àqueles que entrassem para as suas fileiras um governo novo e melhor, sob o qual todos desfrutariam liberdade. Grande número de anjos deram a entender seu propósito de o aceitar como seu chefe. Lisonjeado pelo apoio com que suas insinuações eram recebidas, esperou conquistar todos os anjos para o seu lado, tornar-se igual ao próprio Deus, e ser obedecido por todo o exército celestial. Os anjos fiéis ainda instavam com ele e com os que com ele simpatizavam, para que se submetessem a Deus; apresentavam-lhes o resultado inevitável caso se recusassem a isso: Aquele que os criara poderia subverter seu poder, e castigar de maneira notável sua revoltosa ousadia. Nenhum anjo poderia com êxito opor-se à lei de Deus, que é tão sagrada como Ele próprio. Advertiram todos a que fechassem os ouvidos ao raciocínio enganador de Lúcifer, e insistiram com este e seus seguidores para buscarem a presença de Deus sem demora, e confessarem o erro de pôr em dúvida Sua sabedoria e autoridade. Muitos estiveram dispostos a dar atenção a este conselho, arrepender-se de sua desafeição, e procurar de novo ser recebidos no favor do Pai e de Seu Filho. Lúcifer, porém, tinha pronto outro engano. O grande rebelde declarou então que os anjos que com ele se uniram tinham ido muito longe para voltarem; que ele conhecia a lei divina, e sabia que Deus não perdoaria. Declarou que todos os que se sujeitassem à autoridade do Céu seriam despojados de sua honra, rebaixados de sua posição. Quanto a si, estava decidido a nunca mais reconhecer a autoridade de Cristo. A única maneira de agir que restava a ele e seus seguidores, dizia, consistia em vindicar sua liberdade, e adquirir pela força os direitos que não lhes haviam sido de boa vontade concedidos. Tanto quanto dizia respeito ao próprio Satanás, era verdade que ele havia ido agora demasiado longe para que pudesse voltar. Mas não era assim com os que tinham sido iludidos pelos seus enganos. Para estes, os conselhos e rogos dos anjos fiéis abriram uma porta de esperança; e, se houvessem eles atendido a advertência, poderiam ter sido arrancados da cilada de Satanás. Mas o orgulho, o amor para com seu chefe, e o desejo de uma liberdade sem restrições permitiu-se terem o domínio, e as instâncias do amor e misericórdia divinos foram finalmente rejeitadas. Deus permitiu que Satanás levasse avante sua obra até que o espírito de desafeto amadurecesse em ativa revolta. Era necessário que seus planos se desenvolvessem completamente a fim de que todos pudessem ver sua verdadeira natureza e tendência. Lúcifer, sendo o querubim ungido, fora altamente exaltado; era grandemente amado pelos seres celestiais, e forte era sua influência sobre eles. O governo de Deus incluía não somente os habitantes do Céu, mas de todos os mundos que Ele havia criado; e Lúcifer concluiu que, se ele pôde levar consigo os anjos do Céu à rebelião, poderia também levar todos os mundos. Tinha ele artificiosamente apresentado a questão sob o seu ponto de vista, empregando sofisma e fraude, a fim de conseguir seus objetivos. Seu poder para enganar era muito grande. Disfarçando-se sob a capa da falsidade, alcançara uma vantagem. Todos os seus atos eram de tal maneira revestidos de mistério, que era difícil aos anjos descobrir a verdadeira natureza de sua obra. Antes que se desenvolvesse completamente, não poderia mostrar-se a coisa ruim que era; sua desafeição não seria vista como sendo rebelião. Mesmo os anjos fiéis não podiam discernir-lhe completamente o caráter, ou ver para onde sua obra estava a levar. Lúcifer havia a princípio dirigido suas tentações de tal maneira que ele próprio não pareceu achar-se comprometido. Os anjos que ele não pôde trazer completamente para o seu lado, acusou-os de indiferentes aos interesses dos seres celestiais. Da mesma obra que ele próprio estava a fazer, acusou os anjos fiéis. Consistia sua astúcia em perturbar com argumentos sutis, referentes aos propósitos de Deus. Tudo que era simples ele envolvia em mistério, e por meio de artificiosa perversão lançava a dúvida sobre as mais claras declarações de Jeová. E sua elevada posição, tão intimamente ligada com o governo divino, dava maior força a suas representações. Deus apenas podia empregar meios que fossem coerentes com a verdade e justiça. Satanás podia usar o que Deus não podia - a lisonja e o engano. Procurara falsificar a Palavra de Deus, e de maneira errônea figurara Seu plano de governo, pretendendo que Deus não era justo ao impor leis aos anjos; que, exigindo submissão e obediência de Suas criaturas, estava simplesmente a procurar a exaltação de Si mesmo. Era, portanto, necessário demonstrar perante os habitantes do Céu, e de todos os mundos, que o governo de Deus é justo, que Sua lei é perfeita. Satanás fizera com que parecesse estar ele procurando promover o bem do universo. O verdadeiro caráter do usurpador e seu objetivo real devem ser compreendidos por todos. Ele deve ter tempo para manifestar-se pelas suas obras iníquas. A discórdia que sua conduta determinara no Céu, Satanás lançara sobre o governo de Deus. Todo o mal declarou ele ser o resultado da administração divina. Alegava que era seu objetivo aperfeiçoar os estatutos de Jeová. Por isso permitiu Deus que ele demonstrasse a natureza de suas pretensões, a fim de mostrar o efeito de suas propostas mudanças na lei divina. A sua própria obra o deve condenar. Satanás pretendera desde o princípio que não estava em rebelião. O universo todo deve ver o enganador desmascarado. Mesmo quando foi expulso do Céu, a Sabedoria infinita não destruiu Satanás. Visto que unicamente o serviço de amor pode ser aceito por Deus, a fidelidade de Suas criaturas deve repousar em uma convicção de Sua justiça e benevolência. Os habitantes do Céu, e dos mundos, não estando preparados para compreender a natureza ou consequência do pecado, não poderiam ter visto então a justiça de Deus na destruição de Satanás. Houvesse ele sido imediatamente destruído, alguns teriam servido a Deus pelo temor em vez de o fazer pelo amor. A influência do enganador não teria sido completamente destruída, tampouco o espírito de rebelião teria sido totalmente desarraigado. Para o bem de todo o universo, através dos intérminos séculos, ele deveria desenvolver mais completamente seus princípios, a fim de que suas acusações contra o governo divino pudessem ser vistas sob sua verdadeira luz, por todos os seres criados; a justiça e a misericórdia de Deus, bem como a imutabilidade de Sua lei, pudessem para sempre ser postas fora de toda a questão. A rebelião de Satanás deveria ser uma lição para o universo, durante todas as eras vindouras - perpétuo testemunho da natureza do pecado e de seus terríveis resultados. A atuação do governo de Satanás, seus efeitos tanto sobre os homens como sobre os anjos, mostrariam qual seria o fruto de se pôr de parte a autoridade divina. Testificariam que, ligado à existência do governo de Deus, está o bem-estar de todas as criaturas que Ele fez. Assim, a história desta terrível experiência com a rebelião seria uma salvaguarda perpétua para todos os seres santos, para impedir que fossem enganados quanto à natureza da transgressão, para salvá-los de cometer pecado, e de sofrerem sua punição. Aquele que governa no Céu é O que vê o fim desde o princípio - o Ser perante o qual os mistérios do passado e do futuro estão igualmente expostos, e que, para além da miséria, trevas e ruína que o pecado acarretou, contempla o cumprimento de Seus propósitos de amor e bênçãos. Se bem que "nuvens e obscuridade estão ao redor dEle, justiça e juízo são a base de Seu trono" (Salmos 97:2). E isto os habitantes do universo, tanto fiéis como infiéis, compreenderão um dia. "Ele é a Rocha, as Suas obras são perfeitas, e todos os Seus caminhos são justos. É Deus fiel, que não comete erros; justo e reto Ele é." (Dt 32:4 ). |
Neste Vídeo a melhor explicação Teológica da origem do Mal.
III. A Bíblia responde as nossas perguntas sobre a origem do mal.
1- Com quem se originou o pecado?
III. A Bíblia responde as nossas perguntas sobre a origem do mal.
1- Com quem se originou o pecado?
João 3:8 - Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo.
Nota: Sem a Bíblia, a questão da origem do mal permaneceria inexplicável.
2- Quem criou o Diabo?
Ezequiel 28:15 - Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti.
Nota: Este texto bíblico revela que este ser foi criado "perfeito". Como todos os seres criados por Deus com a faculdade da liberdade, escolher, decidir.
3- Qual foi o problema desse ser criado perfeito?
João 8:44 - Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.
Nota: "Não se firmou na verdade", mostra que ao principio era perfeito e estivera na verdade.
4- O que diz o Apóstolo Pedro?
II Pedro 2:4 - Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo.
Ver: Judas 1:6 - E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia.
5- Quais as razões que levaram Satanás, ao pecado, rebelião e queda?
Ezequiel 28:17 - Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti.
(14:13,14 ) E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.
Numa palavra, orgulho e exaltação própria produziram a queda de Satanás, e para estes não há justificação ou escusa adequada. "A soberba precede a ruína, e a altivez de espírito precede a queda." Provérbios 16:18. Por isso, visto conhecermos a origem, causa, carácter e resultados do mal, não existe boa ou suficiente razão ou desculpa que possa ser apresentada para o mal. Desculpá-lo equivale a justificá-lo; e desde o momento em que seja justificado, deixa de ser pecado. Todo pecado é a manifestação de orgulho na sua forma egoísta, os seus resultados constituem o oposto dos produzidos pelo amor. A experiência do pecado resultará no seu final e completo abandono e banimento para sempre, por todos os seres criados, em todo o Universo de Deus. Somente aqueles que tola e persistentemente se apegam ao pecado serão com eles destruídos. Os ímpios serão "como se nunca tivessem sido" (Obadias 16), e os justos resplandecerão, como o resplendor do firmamento," Daniel 12:3. "Não se levantará por duas vezes a angústia." Naum 1:9.
6- Em contraste com o orgulho e exaltação própria ostentados por Satanás, que espírito manifestou Cristo?
Filipenses 2:6-8 - Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas esvaziou-se a Si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-Se semelhante aos homens. E, achado na forma de homem, humilhou-Se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
7- Depois do homem ter pecado, como manifestou Deus o Seu amor e boa vontade em perdoar?
(Jo 3.16) Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Tendo Deus, na Sua misericórdia oferecido e concedido um período de graça ao homem, é correto concluir que semelhante proceder foi seguido no tocante aos seres celestiais que primeiro pecaram, e somente os que persistiram no pecado, e se declararam em aberta revolta contra Deus e o governo do Céu, terão finalmente sido expulsos.
(Ap 12.7-9) E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos. Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.
Estamos agora mais aptos a compreender o inicio do mal e as consequências, e a tomar uma posição em relação ao lado que pretendemos estar. A viragem chama-se arrependimento que podemos sintetizar nestas palavras. O arrependimento é uma mudança completa da mente, em face dos valores da vida. O arrependimento coloca o homem na situação de cumprir o seu verdadeiro destino, segundo o plano divino de criar um futuro de eternidade com Jesus.
Os ímpios serão "como se nunca tivessem sido" (Ob 16), e os justos resplandecerão, como o resplendor do firmamento," Dn 12:3. "Não se levantará por duas vezes a angústia." Na 1:9.
IV. O que abalizados teólogos disseram sobre a origem do mal.
Este vídeo mostra como surgiram os gigantes advindos do mal
“Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele é homicida desde o princípio, e nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira.” Jo 8.44
IV. O que abalizados teólogos disseram sobre a origem do mal.
Este vídeo mostra como surgiram os gigantes advindos do mal
“Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele é homicida desde o princípio, e nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira.” Jo 8.44
“Tu que és tão puro de olhos que não podes ver o mal, e que não podes contemplar a perversidade…” Hc 1.13
“Esta é a mensagem que dele ouvimos e vos anunciamos: que Deus é luz e nele não há treva nenhuma.” IJo 1.5
Onde o mal teve sua origem, biblicamente?
Antes de responder a esta pergunta, é necessário definir algumas coisas: 1. O mal existe? 2. O que é o mal?
Na tradução JFA as palavra traduzidas por mal, aparecem 448 vezes no Antigo testamento, e 76 vezes no Novo Testamento. Segundo James Strong, o “mal” em Hebraico tem origem na palavra רע “Ra’” e em grego na palavra da κακος kakos e suas derivações, alem de outras também assim traduzidas, ao todo 14 palavras gregas diferentes, tão vasto o número de aplicações e sinônimos, desde malefício, maldade, maledicência, ou causar dor física, causar o mal, sem valor, contra a moral, praticar iniqüidade, impiedade de coração, agir na impiedade, aflição, tudo isto é “mal” em termos bíblicos.
Biblicamente é indiscutível a existência do mal. Filosoficamente ou na prática, não é difícil provar a existência do mal, difícil é defini-lo, identificar sua origem ontológica ou metafísica.
É fácil verificarmos a existência do mal. Ex: a morte, a perda, a dor, a doença, a separação, a extinção, a tristeza, a frustração, insatisfação, raiva, ódio, violência, tudo isto são mais do que prova que o mal existe. Mas o que é o mal? Eis o nosso segundo ponto.
2. O que é o “mal”?
Ao longo dos anos o mais simples e correto a ser dito, e que já foi dito (por Agostinho, Aquino, Karl Barth ou C. S. Lewis), é que o mal é a ausência de bem. É a falta, a defecção, a depravação, a corrupção da natureza, o caos, o vazio, o nada, o sem propósito, o inútil.
Mas o mal é real? É uma coisa ou substância? O mal é apenas subjetivo?
“O mal é real, mas não é coisa real. Ele não é subjetivo, mas também não é substância.” “(para Agostinho) O amor desordenado, uma vontade desordenada.” “É um relacionamento errado, uma inconformidade entre a nossa vontade e a vontade de Deus.” (Manual de defesa da fé, Peter Kreeft e Ronald Tacelli, pg 203)
Nossa definição: O mal não é uma coisa ou criatura, não tem uma forma específica, é uma manifestação do que é contrária a vontade de Deus, contrário à Sua natureza santa, é o impuro, imperfeito, defectivo, é a ausência do bem, a falta, a separação, nunca com origem em si mesmo – não existe em si mesmo0, é sempre derivado, conseqüente.
Um grande e comum erro na análise do tema, é a falta de definição conceitual clara, é tratar o mal como uma criatura formada pelas mãos do Criador (Deus).
Para Karl Barth, o mal, isto é, o caos, o inútil, nem é Deus, não pode assim ser visto – como uma força contrária a Deus – não pode ser visto como seu oposto natural, e nem é criatura.
3. E como “nasceu” o mal, qual a sua origem?
A origem do mal, isto é, de todas as espécies, esta diretamente relacionada à origem do pecado, ao primeiro pecado humano, e ao primeiro pecado angelical (de Lúcifer – Satanás – Ap 12).
O mal se origina na rebelião, em livremente fazer-se o que é contrário a vontade de Deus, o contrário ao querer divino, ou fazer o contrário a natureza santa de Deus, a natureza pura com a qual o homem foi criado (Ec 7.29), a sua imagem e semelhança.
Grandes pensadores, ao longo da história cristã, das mais variadas vertentes teológicas, têm defendido a tese que o mal tem sua origem na liberdade concedida aos seres, aos anjos e aos homens. Vejamos:
João Calvino – “Como, porém, o Diabo foi criado por Deus, lembremo-nos de que esta malignificência que atribuímos à sua natureza não procede da criação, mas da depravação. Tudo quanto, pois, tem ele de condenável, sobre si evocou por sua defecção e queda. Pois visto que a Escritura nos adverte, para que não venhamos, crendo que ele recebeu de Deus exatamente o que é agora, a atribuir ao próprio Deus o que lhe é absolutamente estranho. Por esta razão, Cristo declara [Jo 8.44] que Satanás, quando profere a mentira, fala do que é próprio à sua natureza, e apresenta a causa: “porque não permaneceu na verdade.” De fato, quando estatui que Satanás não persistiu na verdade, implica em que outrora ele estivera nela; e quando o faz pai da mentira, lhe exime isto: que não se impute a Deus a falta da qual ele mesmo foi a causa. (Institutas, I, pg 168)”
Luois Berkhof (Pecado) “NÃO SE PODE CONSIDERAR DEUS COMO O SEU AUTOR. O decreto eterno de Deus evidentemente deu a certeza da entrada do pecado no mundo, mas não se pode interpretar isso de modo que faca de Deus a causa do pecado no sentido de ser Ele o seu autor responsável. Esta idéia é claramente excluída pela Escritura. “Longe de Deus o praticar ele a perversidade, e do Todo-poderoso o cometer injustiça”, Jó 34.10. Ele é o santo Deus, Is 6.3, e absolutamente não há falta de retidão nele, Dt 32.4; Sl 92.16. Ele não pode ser tentado pelo mal, e Ele próprio não tenta a ninguém, Tg 1.13. Quando criou o homem, criou-o bom e à Sua imagem. Ele positivamente odeia o pecado, Dt 25.16; Sl 5.4; 11.5; Zc 8.17; Lc 16.15, e em Cristo fez provisão para libertar do pecado o homem. À luz disso tudo, seria blasfemo falar de Deus como o autor do pecado. E por essa razão, todos os conceitos deterministas que representam o pecado como uma necessidade inerente à própria natureza das coisas devem ser rejeitados. Por implicação, eles fazem de Deus o autor do pecado e são contrários, não somente à Escritura, mas também à voz da consciência, que atesta a responsabilidade do homem.” Teologia Sistemática, pg 211
Norman Geisler – Contudo, o poder de livre-escolha moral acarreta a capacidade tanto de escolher o bem que Deus designou par nós quanto de rejeitá-lo. A última é chamada mal. É bom ser livre, mas a liberdade torna o mal possível. Se Deus fez criaturas livres e se é bom ser livre, então a origem do mal está no uso indevido desta liberdade. Isto não é difícil de entender. Todos nós desfrutamos a liberdade de dirigir, mas muitos abusam dessa liberdade e dirigem imprudentemente. Todavia, não devemos culpar o governo de conceder carteira de motorista só porque alguns fazem mal uso do carro. Os que matam outros por dirigir irresponsavelmente são responsáveis pelo que aconteceu. Lembre-se: o governo que deu a permissão para dirigir também estabeleceu leis sobre como dirigir de maneira segura.
Da mesma forma,Deus é moralmente responsável por dar a boa coisa chamada livre-arbítrio, mas não é moralmente responsável por todos os males que fazemos com nossa liberdade. Salomão esclarece isso muito bem: “Assim, cheguei a esta conclusão: Deus fez os homens justos, mas eles foram em busca de muitas intrigas. (Ec 7.29)”. (…) O fato da liberdade é bom, embora alguns atos da liberdade sejam maus. Deus é a causa do primeiro, e nós, a causa dos últimos. (Eleitos, mas livres, pg 24-25)
Em resumo, se Deus fez criaturas livres, a possibilidade do mal estava prevista nesta liberdade, considerada. E Sua onisciência ou pela presciência, Deus sabia que o homem iria pecar, mas a liberdade englobava a possibilidade do pecado, do erro, do desvio dos homens, do mal.
Com a entrada do mal no mundo, pecado de Adão e Eva, toda criação geme: “Porque a criação aguarda com ardente expectativa a revelação dos filhos de Deus. Porquanto a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que também a própria criação há de ser liberta do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, conjuntamente, geme e está com dores de parto até agora; e não só ela, mas até nós, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, aguardando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.” Rm 8.19-23
A defecção, a corrupção, o erro, o desequilíbrio, a falta de Deus, tudo entrou no mundo, teve as portas abertas. Toda criação ficou sujeita a vaidade, sujeita ao erro.
Por outro lado:
Entre os extremados (heresias) existem as que propagam duas pragas, que rapidamente se proliferam, principalmente entre o mais jovens, trazendo uma capa de intelectualidade, são o que denominamos de voluntarismo (os que aplicam seus próprios conceitos, acima até mesmo da Palavra de Deus, buscam na bíblia apoio aos conceitos e não os conceitos extraídos da Palavra) e os nominalistas (que definem bem e mal apenas como conceitos relativos, o que Deus diz que é bem, é bom, então é o bem, a verdade. De outro modo, o bem é bem porque Deus disse e quer, não existe bem ou verdade absoluta, existe apenas a vontade de Deus, independente de Sua natureza, o que Ele quiser que seja considerado bem – matar, por exemplo – será porque Ele quer, o bem é apenas conceito). Estas duas pragas são comuns entre os descrentes, com frase do tipo: “o que é a verdade?” “isto é a sua verdade, seu modo de ver”, não existindo bem supremo, verdade suprema, bem ou luz absoluta. Nos lembram o dualismo maniqueu ou o taoísmo, em busca do equilíbrio, tudo é relativo. http://pt.wikipedia.org/wiki/Taoismo
Norman Geisler, falando destes males, chamou apenas voluntarismo, mas tratou das duas coisas em conjunto, em nosso entendimento: “Na raiz do calvinismo extremado está uma forma radical de voluntarismo, que afirma que alguma coisa é certa porque Deus quis, em vez de dizer que Deus a quer porque ela é certa e porque está de acordo com Sua natureza imutável (posição chamada de essencialismo). Se o voluntarismo é certo, então não há qualquer problema moral com a graça irresistível sobre quem não quer…(…). Contudo, se a vontade de Deus no fundo não é arbitrária, o calvinismo extremado entra em colapso.” (Eleitos, mas livres; pg 277)
Roger Olson – “Nominalismo, é claro, é a crença de que beleza, verdade e bondade são nada mais do que conceitos, idéias convencionais, construções. Eles não têm nenhuma realidade ontológica. Eles não são essências eternas ou universais; tais não existem. Levado para a teologia, então, tem-se o voluntarismo na doutrina de Deus. Deus não tem uma natureza eterna de caráter; ele é puro poder e vontade. Deus é tudo o que Deus decide ser. O resultado é que o “bom” é qualquer coisa que Deus ordena, e Deus não ordena nada pelo fato de algo ser bom. É bom porque Deus o ordena.
Voluntarismo, na forma do “deus absconditus” (Deus oculto), foi uma lisonja metafísica que Lutero deu a Deus. Ele achava que isso protegia a divindade de Deus. Essa ideia foi empregada por alguns teólogos reformados e aparece em todo período pós-Reforma quando alguns calvinistas (e outros) afirmam que “tudo o que Deus faz é bom e automaticamente correto apenas porque Deus o faz.”
Isso torna Deus verdadeiramente monstruoso, pois, dessa forma, ele não possui um caráter reto. “Bom” se torna o que Deus decide e faz e, em última análise, perde totalmente o sentido, pois não tem conexão essencial com qualquer coisa que conheçamos como “o bom“.”
Charles H. Spurgeon – “Meu coração sangra por muitas famílias onde as doutrinas da antinomia ganhou espaço. Eu poderia contar muitas histórias tristes de famílias mortas em pecados, cuja consciência está cauterizada como por ferro quente, pela pregação fatal que ouvem.”
“Tenho visto convicções sufocadas e desejos apagados pelo sistema destruidor de almas que lhes rouba a dignidade, tornando-os não mais responsáveis que um boi.” (grifo nosso) (Spurgeon Versus Hiper-Calvinismo, 155.)
Biblicamente sabemos que Cristo é a verdade (Jo 14.6), sabemos que Deus é a Luz que ilumina a todos homem (Jo 1.9), que não pode mentir, nem ver o mal, não muda, nem tem sombra de variação “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sobra de variação. Tg 1.17
O problema é quando o nominalismo/voluntarismo invade o universo teológico, travestido de intelectualidade, influenciando jovens, e infelizmente isto tem acontecido.
Um exemplo do Calvinismo extremado que chegou ao Brasil, vem do chinês, Vincent Cheung, mesmo contrariamente ao que ensinou o próprio Calvino, este se esforça, em seus livros e textos, para “provar” que Deus é o autor do pecado. Que Deus manda pecar, ao final, para a Sua própria gloria. (Deus nos livre de tais pensamentos.)
Vincent Cheung – “ Por outro lado, quando alguns alegam que minha visão da soberania divina faz de Deus o autor do pecado, minha primeira reação tende a ser, “E daí?” (…) A verdade é que, seja Deus o autor do pecado ou não, não há nenhum problema bíblico ou racional em Ele ser o autor do pecado”. (O autor do pecado, pg 4) “”Também, os calvinistas frequentemente afirmam que Adão foi livre antes da queda. Mas, novamente, eu sempre falo de liberdade com relação a Deus, e desta perspectiva, eu diria que Adão não teve nenhuma liberdade, seja qual for, nem mesmo antes da queda. Ser “livre” para pecar é irrelevante. A questão é se Adão era livre de Deus para escolher permanecer livre do pecado – ele não era. Além disso, eu não diria que Deus permitiu Adão cair, mas que Deus causou a queda. Muitos calvinistas também discordariam de mim sobre isso”. (grifos nossos) (O autor do pecado, pg 15)
Ou seja, para o nominalista, o que é mal (o pecado) nasce no próprio Deus, na mente de Deus. Outros calvinistas (e arminianos, como eu) tementes a Deus consideram a posição do Cheung, quanto à origem do pecado, blasfema.
“A doutrina da predestinação, como sustentada pelos rígidos calvinistas, é muito repugnante, e deve ser completamente abominada, porque ela acusa o mais santo Deus de ser o autor do pecado.” (Susanna Wesley, citado em A. W. Harrison, Arminianism (Londres: Duckworth, 1937), p. 189.)
Portanto vós, homens de entendimento, escutai-me: Longe de Deus esteja o praticar a maldade e do Todo-Poderoso o cometer a perversidade! (Jó 34.10).
Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniqüidade, nem contigo habitará o mal. (Sl 5.4).
Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar. Por que olhas para os que procedem aleivosamente, e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele? (Hc 1.13).
O mal não nasce no desejo de Deus de que aconteça, não pode ser considerado como um desejo do criador, mas uma permissão, as desgraças e mazelas da natureza humana são fruto da corrupção e não foram, minuciosamente, arquitetadas e executadas por Deus.
“E viraram para mim as costas, e não o rosto; ainda que eu os ensinava, com insistência, eles não deram ouvidos para receberem instrução. Mas puseram as suas abominações na casa que se chama pelo meu nome, para a profanarem. Também edificaram os altos de Baal, que estão no vale do filho de Hinom, para fazerem passar seus filhos e suas filhas pelo fogo a Moloque; o que nunca lhes ordenei, nem me passou pela mente, que fizessem tal abominação, para fazerem pecar a Judá.” (Jr 32.33-35)
Deus não condiciona, por um livre impulso, arbitrário, o mal, o pecado ou a morte/perdição do ímpio, mas todos estes tem origem na vontade, em receber ou resistir a manifestação da Graça, em obedecer ou não obedecer.
“Tenho eu algum prazer na morte do ímpio? diz o Senhor Deus. Não desejo antes que se converta dos seus caminhos, e viva? Mas, desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a iniqüidade, fazendo conforme todas as abominações que faz o ímpio, porventura viverá? De todas as suas justiças que tiver feito não se fará memória; pois pela traição que praticou, e pelo pecado que cometeu ele morrerá.” Ez 18.23-24
“Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas sim em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que morrereis, ó casa de Israel? (…) Quando o justo se apartar da sua justiça, praticando a iniqüidade, morrerá nela; e, quando o ímpio se converter da sua impiedade, e praticar a retidão e a justiça, por estas viverá.” Ez 33.11, 18-19.
Voluntaristas, como o puritano, John Owen e o ultra calvinista Arthur W. Pink, que afirmavam que “Deus odiou os não-eleitos antes de seu nascimento.” (Citados em o outro lado do Calvinismo, Laurance M. Vance). Pregavam, em sua época, um Deus odioso, e uma eleição, o que chamo de “eleição raivosa”, criam que Deus já odiava os homens (reprovados) antes da fundação do mundo, fez alguns homens odiando-os.
A síntese do voluntarismo pode ser exposta nas palavras de Pink:
Ou ainda o puritano William Ames: “Romanos 9.13 diz que Deus odeia os não eleitos. Esse ódio é de negação ou de privação, porque nega a eleição, mas tem um conteúdo positivo, porque Deus deseja que alguns não possuam a vida eterna.” (The Marrow of Teology, pg 222 – citado por Geisler em Eleitos, mas livres).
Estes senhores “tentaram” provar que Deus odiou sua criação antes mesmo de fazê-la. Então por que o fez? De onde vem tanto ódio? Por que não mudou (Deus) de idéia?
Realmente, não é um “deus” de ódio que nos foi revelado em Cristo ou na Escritura, mas um Deus de amor. (I Jo 4.8-18)
Sendo Cristo a completa revelação de Deus aos homens, em quem habitava corporalmente toda a plenitude da divindade. Cl 2.9; não havendo Cristo odiado ninguém incondicionalmente, mas amando mesmo aqueles que não queriam se submeter à mensagem da cruz ou que rejeitaram às palavras dos profetas. (Mt 23.37; Mc 10. 21-22), este Deus de amor é o Deus revelado em Cristo, pelo Espírito Santos, é o Santíssimo Deus revelado nas Escrituras.
“Não consigo imaginar um instrumento mais eficaz nas mãos de Satanás para a ruína das almas do que um ministro que diga aos pecadores que não e obrigação deles se arrependerem dos seus pecados [e] que, ainda assim, tenha a arrogância de se autodenominar um ministro do evangelho, ao ensinar que Deus odeia algumas pessoas de forma infinita e imutável por nenhuma outra razão a não ser porque Ele, simplesmente, decidiu odiá-las. Ah, meus irmãos! Que o Senhor lhes guarde dos encantamentos de um ministro deste tipo e os mantenham sempre surdos a voz do erro.”( Spurgeon Versus Hiper-Calvinismo, 155-56).
Retomando “o problema do mal”.
Muitos versículos são usados, pelos voluntaristas e nominalistas, para sustentar a tese de Deus autor do mal e do pecado, e também para “o ódio eterno de Deus”, este último tema trataremos em outra oportunidade.
“Para que se saiba que até o nascente do sol e até o poente, que além de mim não há outro; eu sou o Senhor, e não há outro. Eu formo a luz, e crio as trevas; faço a paz, e crio o mal; eu o Senhor, faço todas estas coisas.“ (Is 45.6-7)
R. C. Sproul – “Tenho sido muitas vezes, questionado sobre esses versículos. Podemos ver neles um ensino claro de que Deus cria o mal? Isto não faria de Deus o autor do pecado? A solução desta problemática é simples, se reconhecermos nela a presença obvia de um paralelismo antitético (obs: paralelismo entre opostos). Na primeira parte a luz é colocada em contraste com as trevas. Na segunda paz é posta em contraste com o mal. Qual seria o oposto de “paz”? O tipo de mal que é contrastado não com bondade, mas com a ‘paz’. A New American Standart Bible (Nova bíblia padrão americana), uma tradução mais recente diz: “Causando bem-estar e criando calamidade”. Esta é uma tradução mais acurada deste pensamento expresso por paralelismo antitético. O ponto central da passagem é que, em última análise, Deus derrama as suas bênçãos do bem-estar e da paz sobre o povo justo e fiel, mas visita-o com calamidade quando age em julgamento. Isto está longe da noção de Deus como criador do mal.” (O conhecimento das Escrituras, pg 93-94)
Como vimos, o texto é simples, trata-se de paralelismo entre opostos, e que acredito que em futuras revisões das versões em português deve ser substituído o termo mal por calamidade, como na Nova Versão americana.
“Quem é aquele que diz, e assim acontece, quando o Senhor o não mande. Porventura da boca do altíssimo não sai o mal e o bem?”
Este texto, para os voluntaristas, parece irrefutável, mas se analisarmos o contexto, os versículos seguintes “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados. Esquadrinhemos os nossos caminhos, experimentemo-los e voltemos para o Senhor” Lm 3.39-40
É muito claro no contexto que o mal é o conseqüente, é derivado: “Queixe-se cada um dos seus pecados”, e ainda é um convite ao arrependimento, em reconhecer-se o errou. E como conseqüente não se trata de mal moral, iniqüidade, mas de dores, calamidades que tem origem no próprio pecado cometido e não na vontade de Deus em fazer mal, criar o mal. De Deus procede a bonança e a correção, a benção e a maldição (conseqüente), é esta a mensagem dos versículos, porque Ele instituiu juízos assim. É verdade que, tudo, em último caso, “vem de Deus”, mas não nasce ou se origina em Deus, é conseqüência do pecado. Não se queixe de Deus, nem atribua mal moral, iniqüidade, a Deus, “queixe-se cada um dos seus pecados”.
4. Pode ser Deus, em algum sentido, considerado o autor do mal?
A resposta a esta questão, deixo com Norman Geisler e Thomas Howe (Enciclopédia, Manual popular)
ISAÍAS 45:7 – Deus é o autor do mal?
De acordo com este versículo, Deus forma a luz e cria as trevas, faz a paz e cria o mal (cf. também Jr 18:11 e Lm 3:38; Am 3:6). Mas muitos outros textos das Escrituras nos informam que Deus não é mau (1 Jo 1:5), que ele não pode nem mesmo ver o mal (Hc 1:13), nem pode ser tentado pelo mal (Tg 1:13).
A Bíblia é clara ao dizer que Deus é moralmente perfeito (Dt 32:4; Mt 5:48), e que lhe é impossível pecar (Hb 6:18). Ao mesmo tempo, sua absoluta justiça exige que ele puna o pecado. Este juízo assume ambas as formas: temporal e eterna (Mt 25:41; Ap 20:11-15).
Na sua forma temporal, a execução da justiça de Deus às vezes é chamada de “mal”, porque parece ser um mal aos que estão sujeitos a ela (cf. Hb 12:11). Entretanto, a palavra hebraica correspondente a “mal” (rá) empregada no texto nem sempre tem o sentido moral. De fato, o contexto mostra que ela deveria ser traduzida como “calamidade” ou “desgraça”, como algumas versões o fazem (por exemplo, a BJ). Assim, se diz que Deus é o autor do “mal” neste sentido, mas não no sentido moral – pelo menos não de forma direta.
Além disso, há um sentido indireto no qual Deus é o autor do mal em seu sentido moral. Deus criou seres morais com livre escolha, e a livre escolha é a origem do mal de ordem moral no universo. Assim, em última instância Deus é responsável por fazer criaturas morais, que são responsáveis pelo mal de ordem moral. Deus tornou o mal possível ao criar criaturas livres, mas estas em sua liberdade fizeram com que o mal se tornasse real. E claro que a possibilidade do mal (i.e., a livre escolha) é em si mesma uma boa coisa.
Portanto, Deus criou apenas boas coisas, uma das quais foi o poder da livre escolha, e as criaturas morais é que produziram o mal. Entretanto, Deus é o autor de um universo moral, e neste sentido indireto, ele, em última instância, é o autor da possibilidade do mal. É claro, Deus apenas permitiu o mal, jamais o promoveu, e por fim irá produzir um bem maior através dele (cf. Gn 50:20; Ap 21-22).
A relação de Deus com o mal pode ser resumida da seguinte maneira:
DEUS NÃO É O AUTOR DO MAL | DEUS É O AUTOR DO MAL |
No sentido de pecado | No sentido de calamidade |
Mal de ordem moral | Mal de ordem não moral |
Perversidade | Pragas |
Diretamente | Indiretamente |
Concretização do mal | Possibilidade do mal |
V. Considerações finais
Deus é bom, a luz, o bem, o supremo bem, o Pai das luzes, o ser santo, o Santíssimo Deus. Tudo que é bom vem de Deus, e que não é bom é exatamente o que está fora de rumo, fora de eixo, é errar o alvo, estar longe Dele, longe de Sua boa, perfeita e agradável vontade, é o contrário a natureza divina, o oposto derivado, o conseqüente, a morte.
O mal é o caos, a desordem, a ausência de Deus, não porque subsista sem Ele, todas as coisas Nele subsistem, mas pela liberdade concedida aos seres, foi-lhes permitido escolher o contrário, afastar-se de Deus, destituídos estão da gloria de Deus, separados do que bom e agradável, do que é perfeito, alheios a verdade, envolto em mentira, defecção, perversão, insensatez.
A origem do mal é a permissão, quando Deus decide criar seres moralmente livres, quando decide dar liberdade as criaturas o mal é permitido, dentro do bem da liberdade. O mal tem origem, enquanto possibilidade, quando Deus escolhe criar a nossa realidade, em que Cristo é o redentor do homens caídos, pervertidos, corrompidos, formando neles uma natureza espiritual. Mas o mal não acontece na permissão, o mal acontece quando o ser livre (contigente) decide praticá-lo, e não estamos tratando de forças externas ou internas, intrínsecas ou extrínsecas as criaturas, como motivadores da vontade, mas quando a criatura livremente se rebela contra o seu criador, o mal toma forma, passa a existir, o que foi previsto e permitido acontece, a defecção torna-se realidade, o caos e a desordem destroem tudo, subjugam a criação, subjuga a vontade humana. Longe de nós atribuir a autoria do mal e do pecado a Deus. Em Deus, ontologicamente, seja por Sua Presença ou ação, as coisas existem puras, em ordem, santas, e longe Dele o que resta é o nada, o inútil, o repugnante, o mal.
“quem pratica o pecado é do diabo; porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do Diabo.” I Jo 3.8
“Todavia, toda solidão, ira, ódio, inveja e desejos nele contidos, se combinados numa só experiência e colocados na balança em oposição ao menor momento de gozo sentido pelo menor de todos no céu, não teria peso algum que pudesse ser registrado. O mal não pode ter êxito mesmo em ser mau, com tanta realidade como o bem é bom. Se todas as misérias do inferno viessem a colocar-se juntas diante daquele pequenino pássaro amarelo no ramo ali adiante, seriam engolidos sem deixar vestígios, como uma gota de tinta derramada no Grande Oceano do qual o seu Atlântico celestial não passa de uma simples molécula.”
Meus amados irmãos estaremos de volta dando a sequência a este tão importante estudo bíblico; na volta estaremos falando sobre "os céus dos céus um lugar inacessível" até breve.
Meus amados irmãos estaremos de volta dando a sequência a este tão importante estudo bíblico; na volta estaremos falando sobre "os céus dos céus um lugar inacessível" até breve.
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