domingo, 18 de julho de 2021

Série: As sete cartas às Igrejas. 7ª Carta, à Igreja de Laodicéia

 Por Jânio Santos de Oliveira



 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena


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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!




Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no Livro do Apocalipse 3.14-22 que nos diz:


14 E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de DEUS

15 Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente. Tomara que foras frio ou quente! 

16 Assim, porque és morno e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. 

17 Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta (e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu), 

18 aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças, e vestes brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os olhos com

colírio, para que vejas. 

19 Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê, pois, zeloso e arrepende-te. 

20 Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo.

 21 Ao que vencer, lhe concederei que se assente comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono.

 22 Quem tem ouvidos ouça o que o ESPÍRITO diz às igrejas.

Nós estamos apresentando uma série de estudos bíblicos sobre as sete cartas que Jesus escreveu às Igrejas da Ásia menor que tem a seguinte sequência:

  • Introdução
  • Primeira Carta, à Igreja de Éfeso
  • Segunda carta, à Igreja de Esmirna
  • Terceira Carta, à Igreja de Pérgamo
  • Quarta Carta, à Igreja de Tiatira
  • Quinta Carta à Igreja de Sardes
  • Sexta Carta, à Igreja de Filadélfia
  • Agora, sétima Carta, à  Igreja de Laodiceia




I. Análise preliminar do texto. 




Ao Anjo da Igreja em Laodicéia (3:14-22)



Estamos concluindo o nosso estudo sobre os três primeiros capítulos do Apocalipse. Vimos sete cartas, começando no capítulo 2 e terminando no capítulo 3.
Foram destinadas a igrejas reais em cidades históricas da Ásia Menor (hoje Turquia). Essas igrejas foram estabelecidas sob a influência da igreja em Éfeso (Atos 19:10), quando a Palavra de Deus se espalhou por toda aquela região.
Laodiceia é a última igreja mencionada nesta rota postal. Eram sete igrejas, cinco delas são altamente decepcionantes e ameaçadas de julgamento.
Éfeso havia deixado o seu primeiro amor, mesmo que fosse ainda doutrinariamente forte. Pérgamo tolerava o pecado, Embora ainda não havido negado a fé.
Tiatira caiu em um compromisso com o mal, que não só entrou, mas estava sendo defendido na igreja. Sardes estava morta. Não havia quase nenhuma vida espiritual lá, salvo alguns crentes genuínos.

E agora chegamos a Laodiceia, uma igreja de não-crentes, a única igreja à qual Cristo não diz nada de bom sobre ninguém. Isto está além de Sardes, que estava morta, mas ainda possuía alguns crentes.
E o incrível é que Laodiceia, mesmo neste cenário trágico, era uma igreja orgulhosa, cheia de si mesma.

A igreja em Laodicéia (14): A igreja em Laodicéia é citada no Apocalipse (aqui e em 1:11) e na carta de Paulo aos colossenses (4:13-16). As cidades de Laodicéia, Colossos e Hierápolis (Cl 4:13) ficavam no vale do rio Lico. Laodicéia situava-se no local da cidade moderna de Denizli, Turquia, no cruzamento de estradas principais da Ásia Menor. Antigamente, a água da cidade vinha via aquedutos das fontes termais ao sul da cidade. Até chegar em Laodicéia, a água ficava morna. A qualidade dela não era boa, e a cidade ganhou a reputação de ter água não potável. Ao engolir esta água, muitas pessoas vomitavam. Semelhantemente, Jesus sentiu vontade de vomitar de sua boca a igreja de Laodicéia (3:15-16).
Outras características de Laodicéia servem como base para a linguagem desta carta. Foi conhecida como um centro bancário (3:17-18). A região produzia lã preta (3:18) e um tipo de colírio para os olhos (3:19).
O Amém (14): Esta palavra vem de origem hebraica. No começo de uma afirmação significa “certamente” ou “verdadeiramente”. No fim, pode ser entendida como “que seja assim”. Jesus é a palavra final, a autoridade absoluta.
A testemunha fiel e verdadeira (14): Quase a mesma descrição encontrada em 1:5. Jesus traz o verdadeiro testemunho sobre seu Pai e a vontade dele para com os homens. Ele fala a verdade em cada promessa e cada advertência que vem da sua boca.
O princípio da criação de Deus (14): Esta expressão admite duas interpretações. Dependemos de informações de outros trechos bíblicos para escolher o sentido correto. A frase em si pode ser entendida no sentido passivo (o primeiro criado por Deus), ou no sentido ativo (a origem ou a fonte da criação). A diferença é óbvia e enorme. Jesus é uma criatura ou o eterno Criador? Ele foi feito por Deus ou é Deus? A resposta vem de outras passagens. Jesus é eterno (Jo 1:1; Ap 1:18), o primeiro e o último (Ap 1:17). Ele é Deus conosco (Mt 1:23), o verdadeiro Deus que se fez carne (Jo 1:14). Ele é o “Eu Sou” (Jo 8:24,58;  Êx 3:14), o soberano “Senhor dos senhores e o Rei dos reis” (Ap 17:14). Jesus não foi criado. Ele não veio a existir. Ele é eterno. Ele é Deus. Quem não aceitar este fato morrerá no seu pecado (Jo 8:24).
Conheço as tuas obras (15): Como fez com todas as igrejas destes dois capítulos, Jesus expressa o seu conhecimento íntimo da igreja em Laodicéia. Ele anda no meio dos candeeiros (1:13,20; 2:1).
Que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! (15): As águas termais de Hierápolis ajudavam no tratamento de alguns problemas de saúde. As águas frias de Colossos eram boas para beber. Mas as águas mornas de Laodicéia basicamente não serviam para nada; só davam ânsia de vômito!
Assim...estou a ponto de vomitar-te da minha boca (16): Jesus olhou para a igreja de Laodicéia, contente no seu estado de auto-suficiência e falsa confiança, e sentiu vontade de expulsá-la de sua presença.
Pois dizes (17): As afirmações da própria igreja de Laodicéia não refletiam o verdadeiro estado dela. É fácil dizer que está tudo bem na vida espiritual de uma igreja ou de uma pessoa, mas Jesus sabe a verdade. Ele vê as obras e sonda os corações. A igreja de Laodicéia mentia para si mesma, mas Jesus não foi enganado!
Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu (17): O orgulho dos discípulos de Laodicéia os cegou ao ponto de não enxergarem os seus problemas. Eles se achavam fortes e independentes, mas Jesus viu o estado real de uma igreja fraca, cega e infrutífera. A cidade de Laodicéia sofreu um terremoto em 60 d.C. e foi reedificada com recursos próprios, sem auxílio do governo romano. Parece que a igreja sentia a mesma atitude de auto-suficiência, perigosíssima num rebanho de ovelhas que precisa seguir o seu Bom Pastor! Numa cidade conhecida por tratamentos de olhos, a igreja se tornou cega e não procurou o tratamento do Grande Médico. Precisavam da humildade dos publicanos e pecadores (Lc 5:31-32). Numa cidade que produzia roupas de lã, a igreja andava nua, sem a vestimenta de justiça oferecida por seu Senhor (2 Co 5:3; Cl 3:9-10).
Aconselho-te (18): Jesus não elogiou a igreja em Laodicéia, mas ofereceu conselho para guiá-la de volta à comunhão íntima com ele. Sugeriu três coisas necessárias para a igreja:
1. Comprar de Cristo ouro refinado. A verdadeira riqueza é espiritual, e vem exclusivamente de Deus. Ele oferece o ouro puro, refinado pelo fogo.
2. Comprar do Senhor vestiduras brancas. É Deus quem lava os nossos pecados e nos veste de pureza e de atos de justiça (3:4; 19:8).
3. Comprar de Jesus colírio para os olhos. Somente Jesus pode curar a cegueira espiritual que aflige os orgulhosos e auto-suficientes. Foi exatamente o mesmo problema que Jesus criticou nos fariseus (Mt 15:14; 23:25-26). É o mesmo problema de qualquer um que esquece da importância do sacrifício de Jesus e começa a confiar em si mesmo (2 Pe 1:9).
Eu repreendo e disciplino a quantos amo (19): A correção que vem de Deus é uma manifestação do seu amor (Hb 12:4-11). Quando Deus nos corrige, devemos aceitar a disciplina como ele deseja, para o nosso próprio bem. Ele quer nos conduzir ao arrependimento e à plena comunhão com ele. A disciplina aplicada pelos servos de Deus deve, também, ser motivada pelo amor (Hb 12:12-13). Esta atitude deve guiar os pais que corrigem os seus filhos (Provérbios 13:24), e os cristãos que corrigem os seus irmãos na fé (Tg 5:19-20; 2 Co 2:5-8).
Sê, pois, zeloso e arrepende-te (19): A solução ao problema dos discípulos em Laodicéia não seria meramente algumas mudanças externas. Precisavam do zelo para com Deus para se arrependerem.
Eis que estou à porta e bato (20): Jesus pôs uma porta aberta diante da igreja de Filadélfia (3:7), mas a igreja de Laodicéia colocou uma porta fechada diante de Jesus! Ele bate, mas não força ninguém a abrir a porta. Ele chama, mas depende dos ouvintes atender à voz dele. Este versículo reforça o entendimento do livre arbítrio do homem. Jesus oferece a salvação a todos, mas cada pessoa toma a sua própria decisão.
Entrarei ... e cearei (20): Ambas as figuras, aqui, representam a comunhão com Cristo. Ele entra na casa e habita naqueles que obedecem a palavra dele (Jo 14:23). Cear com alguém sugere uma relação especial de estar de acordo ou em comunhão (1 Co 10:21; 5:11). É um privilégio especial comer à mesa do rei (2 Sm 19:28). Não há privilégio maior do que a bênção de cear com o Rei dos reis!
Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono (21): Os vencedores terão o privilégio de reinar com Cristo ( 2:26-27; 20:4). Tal honra não seria para os orgulhosos e auto-suficientes, mas para os humildes e obedientes. Jesus foi obediente ao Pai aqui na terra para ser exaltado ao lado dele no céu (Fp 2:8-9). Somente os obedientes serão exaltados com Cristo.

Quem tem ouvidos... (22): Jesus bate e chama. Cabe ao homem ouvir e atender a sua voz!



II. Visão panorâmica

A cidade de Laodicéia estava situada no vale do Lico, estava distante de Filadélfia cerca de 69km, de Colossos cerca de 18 km e de Hierápolis uns 10km (Cl 4:13). O nome da cidade foi dado por Antíoco II em homenagem a sua esposa Laodice. A cidade foi conquistada pelos romanos em 133 a.C, eles construíram um sistema rodoviário de leste para oeste e de norte para o sul, isso favoreceu Laodicéia trazendo muita prosperidade para a cidade. Lá havia uma forte indústria de lã negra e uma escola de medicina que se especializou no cuidado dos ouvidos e dos olhos, lá eles também desenvolveram um colírio eficaz para infecção nos olhos.

Ap 3:14 – Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:

Provavelmente por causa da sua proximidade a cidade de Colossos, Laodicéia tenha sido fundada por Epafras (Cl 1:7; 4:12,13).


Jesus se auto apresenta como “o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus”. “O Amém” comunica que Jesus é verdadeiro e fidedigno. Essa é a única descrição que não se deriva da aparição de Jesus a João, mas sim da sua saudação em (Ap 1:5a). “A testemunha fiel e verdadeira” é o título que Jesus toma do A.T onde temos “o Deus do Amém” que significa “o Deus da verdade” (Is 65:16; Ap 19:11), a palavra de Jesus é a verdade, assim como ele mesmo é a verdade no seu sentido perfeito e absoluto. “O princípio da criação de Deus” revela que Jesus é aquele que gera e chama a criação de Deus a existência (Jo 1:1; Cl 1:15-18) e que todas as coisas foram feitas para servi-lo.

Ap 3:15 – Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!

O termo obras aparece também nas outras cartas (Ap 2:2,19; 3:1,8), mas aqui Jesus usa simbolicamente para mostrar que os irmãos e as irmãs de Laodicéia não eram “frios” e nem “quentes”. Provavelmente o termo “frio” implique em alguém que ainda não ouviu o Evangelho, enquanto o termo “quente” indique alguém inflamado pelo amor ao Senhor e a sua obra. A igreja de Laodicéia era indiferente e despreocupada com as coisas do Senhor (Hb 4:2).

Ap 3:16 – Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca;

A água que abastecia Laodicéia vinha por um aqueduto de Hierápolis (uns 10 km) onde havia fontes de água quente saturada com carbonato de cálcio, essa água chegava morna a Laodicéia e por causa do carbonato de cálcio, ela produzia náusea nas pessoas que a bebiam. Por causa da indiferença da igreja de Laodicéia em relação a obra de Deus e ao testemunho de sua Palavra, o Senhor está “nauseado” em relação a ela e a ponto de vomitar, ou seja, ainda está esperando uma mudança antes de vomitar ou derramar juízo sobre a igreja.

Ap 3:17 – pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.

Aquelas pessoas que faziam parte da igreja se vangloriavam da sua autossuficiência e com isso expressavam que não precisam da graça de Cristo sobre suas vidas, por causa de suas riquezas materiais acreditavam não precisar mais de nada (Lc 12:13-21), porém, aos olhos do Senhor, a igreja como um todo era: 1) miserável, a igreja carecia da verdadeira riqueza que tem valor diante de Deus; 2) digna de compaixão, a igreja precisava de muita ajuda, embora achasse que não precisasse de nada (1Co 15:19); 3) espiritualmente pobre; 4) cega, não conseguia enxergar seus próprios pecados, sua própria condição (2 Pe 1:9); e 5) nua, sua condição pecaminosa é claramente visível diante do Senhor trazendo vergonha para ela mesma.

Ap 3:18 – Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.

Jesus manifesta a sua graça maravilhosa convidando (usando uma linguagem de mercado) a virem a ele e comprarem “ouro, vestes e colírio”. Simbolicamente Jesus mostra que a igreja de Laodicéia precisava adquirir a verdadeira riqueza espiritual, vejamos: 

1) o “ouro refinado pelo fogo” representa a fé verdadeira que sobrevive até mesmo na tribulação; 

2) as “vestiduras brancas” representam a justificação alcançada pelo 

sangue de Jesus, pois somente ele remove o pecado e a culpa do homem 

diante de Deus (Rm 3:21-26; Ap 16:15; 19:18) a produção de lã negra e de 

variadas vestes em Laodiceia não servia para cobrir a sua nudez diante de 

Deus; 

3) “colírio para ungires os olhos” indica que somente Jesus, e não o colírio que eles produziam do pó da pedra frígia, podia leva-los ao reconhecimento da verdade da Palavra de Deus e da real condição espiritual que eles se encontravam diante do Senhor.

Ap.3:19 – Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te.

O amor de Jesus pelos seus leva-o a discipliná-los para que haja uma renovação espiritual (Pv 3:12; Hb 12:6); porém é necessário que diante disso, haja arrependimento e zelo da parte de quem recebe a disciplina do Senhor.

Ap 3:20 – Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.

Jesus aqui mostra que está chamando de forma individual e continuada àqueles que estão dormindo espiritualmente e que precisam se arrepender dos seus pecados e obedecerem a sua Palavra (Jo 10:3; 18:37). Somente esses podem verdadeiramente ter comunhão com ele (Jo 14:23; 15:1; 1Jo 2:24).

Ap 3:21 – Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono.

Aos arrependidos e unidos a Cristo existe a promessa de assentar-se com ele no trono do Pai (Mt 19:28; Lc 22:28-30). Essa promessa tem por base Daniel 7:27 e implica em reinar com Cristo em glória (Ap 20:4).

Ap 3:22 – Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

Que todas as igrejas escutem (coloquem em prática) a mensagem dada pelo Espírito Santo através dessa carta à Igreja de Laodicéia.



IV . Visão geral da carta de Jesus a Laodiceia


14. “E ao anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus”.
 “...Ao anjo da Igreja”. O leitor deve observar que em todas as igrejas, a mensagem inicia-se com a expressão: “...ao anjo da igreja”, e concomitantemente, já estamos familiarizados com esses seres denominados de “anjos” (mensageiros), que no contexto divino são chamados de “estrelas” ( 1.20; 2.1, 8, 12, 18; 3.1, 7, 14). Podemos deduzir daquilo que é depreendido, de (Cl 4.12, 13), onde lemos: “Saúda-vos Epafras, que é dos vossos, servos de Cristo, combatendo sempre por vós em oração, para que vos conserveis firmes, perfeitos e consumados em toda a vontade de Deus. Pois eu lhe dou testemunho de que tem grande zelo por vós, e pelos que estão em Laodicéia...”. Que Epafras, tenha sido pastor nesta igreja, é bem evidente, mas, não podemos afirmar que trinta anos depois, o mesmo ainda se encontrava ali.

1. Laodiceia-. O nome significa “Laodice” (em alusão a Laodice esposa de Antíoco II). Outros, porém, vêm nessa palavra grega o significado de “poko”, “juízo”, ou “costume”. Situação Geográfica: Laodicéia era uma cidade da província romana da Ásia Menor. A cidade recebeu este nome em alusão à esposa de Antíoco II (Theos), que tinha o nome de Laodice. “Já que Laodice era nome feminino, nos tempos do Novo Testamento, seis cidades receberam tal nome, no período helenista. Por essa razão, a Laodicéia do presente texto, era chamada de “Laodicéia do Lico”, isto é, conforme asseverava Estrabão; 578”. O trecho de Colossenses 4.13-16 mostra-nos que, nos tempos de Paulo (talvez em 64 d. C.), Laodicéia já contava com uma igreja organizada e próspera.
2. Isto diz o Amém. Como já ficou demonstrado em comentário anterior a 

este, o Senhor Jesus, quando se apresenta a cada igreja, primeira faz uma 

pequena introdução, depois prossegue. A palavra “Amém” veio sem 

tradução do hebraico para o grego e do grego para o português. Seu 

significa original traz a ideia de cuidar ou de edificar. O sentido derivado, 

que chegou até nós, traz a ideia de alguma coisa que é afirmada, ou 

confirmada positivamente; este é o seu sentido original. O termo é 

aplicado aqui à pessoa de Cristo, por ser Ele o sim de Deus em todas 

as promessas (2 Co 1.19-20). Neste livro do Apocalipse, o termo 

“Amém” envolve quatro usos distintos:

(a) O “amém” inicial, em que as palavras de quem fala são tomadas como 

palavras daquele que profere o “amém” (Ap 5.14; 7.12; 19.4 e 22.20). 

Nas páginas do Antigo Testamento há instâncias desse uso em 1Rs 1.26; Jr 

11.5 e 28.6, e ss.

(b) O “Amém” isolado, em que qualquer sentença suplementar fora 

eliminado. Talvez isso é o que se tem em Ap 5.14, ver ainda tal uso, 

igualmente, em Dt 27.15, 26 e Ne 5.13, e ss.

(c) O “Amém” final, proferido pelo próprio orador ( Ap 1.6, 7) isso 

também se acha no Antigo Testamento, somente nas quatro divisões dos 

salmos, nos subtítulos, em Sl 41.14; 72.19; 78.52 e 106.48, e ss.

(d) O “Amém” personificado, isto é, Cristo (Ap 3.14), que talvez siga o 

mesmo, segundo se diz, fraseado de (Is 65.16), “o Deus do Amém” ou “o 

Deus da Verdade”, conforme algumas traduções traduzem aquela 

passagem de Isaías.


15. “Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente: Oxalá foras frio ou quente!”.
I. “...nem és frio nem quente”. “Somos informados que Laodicéia não tinha suprimento de água própria, mas que tinha de ser servida por um aqueduto. Nesse caso, a água chegava morna. Os laodicenses se assemelhavam à sua água. O simbolismo fala sobre a indiferença “religiosa”, sobre a superficialidade, sobre a falta de resolução” ( Hb 8.5 e 9.23).


1. Três coisas marcantes devem ser analisadas na carta a igreja de Laodicéia:
(a) O “tu és” da mornidão; (b) O “dizes” da autocomplacência (a igreja não tinha paixão nem emoção) e (c) O “és” da condenação infalível e terrível do Senhor. O Apóstolo Paulo, escrevendo aos colossenses cerca de 32 anos atrás, disse: “quero se saibais quão grande combate tenho por vós, e pelos que estão em Laodicéia...” Cl 2.1a. Ele observou que o quente ali estava ficando “morno”. Cerca de trinta e dois anos mais tarde, isso se concretizou. A mensagem à igreja de Laodicéia é a última às sete igrejas da Ásia Menor. Das sete cartas, é a mais triste, sendo o contrário da carta a Filadélfia. Enquanto Filadélfia não tem coisa alguma de censura, esta não tem qualquer coisa de aprovação. Laodicéia era totalmente desagradável ao Senhor, e isso não por causa de seus pecados (tais como os repreendidos em Pérgamo e Tiatira), mas por causa da sua apatia, seu indiferentismo. DEUS quer que seus filhos sejam “fervorosos no espírito” ( Rm 12.11).
16. “Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca”.
 “...és morno”. Em toda a extensão da Bíblia, a palavra “morno” é usada somente aqui. Três temperaturas são mencionadas neste versículo: “Frio”, “Quente” e “Morno”. Mas intermediária foi considerado por Jesus Cristo a pior de todas elas, pois expressa apatia espiritual”. Jesus predisse a primeira em (Mt 24.12); Paulo falou da terceira em (Rm 12.11), ver ainda (Sl 41.1 e At 18.25).

1. Vomitar-te-ei da minha boca. O estado de mornidão na criatura que aceita a Cristo e não o segue com sinceridade, é muito triste sob vários aspectos: 

(a) Fica “coxeando entre dois pensamentos...” (1Rs 18.21), à semelhança da “onda do mar”. Tg 1.6; 

(b) “O seu coração está dividido...”.  Os 10.2a; 

(c) Ele serve ao Senhor: “...porém não com o coração inteiro”. 2 Cr 25.2b; (d) “É um bolo que não foi virado”.  Os 7.8b. São eles, em nossos dias, os que querem servir a Deus e as riquezas (Mt 6.24), e por cuja razão ficam pendurados “entre o céu e a terra” como Absalão, o jovem ambicioso ( 2Sm 18.9). O resultado é ouvir do Senhor: “Vomitar-te-ei da minha boca”. O termo “vomitar” no grego é “emeo”, significa também “cuspir”. Desse termo é que deriva o vocábulo moderno: “emético”, um agente que causa vômito”. O organismo humano, não suporta substância morna; o Filho de Deus também não suportará crentes rotulados; só os que forem fiéis (Hb 6.4-8). Laodicéia em suma representa a igreja “morna” que Jesus “vomitará” no dia do arrebatamento. (Como contexto demonstrativo: Mt 25.10-12).
17. “Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu”.
I. “...Rico sou”. O poder absoluto corrompe! Isto pode ser analisado tanto no campo secular como espiritual. Há criaturas que não se deixam mais admoestar; e vão a perdição ( Ec 4.13). A experiência do servo de Deus deve está aquém da direção divina, pois sem ela jamais atingiremos o alvo ( Jr 9.1-14). O pastor de Laodicéia dizia consigo mesmo (à semelhança do fariseu): “Rico sou” ( Lc 18.11 e Ap 3.17).
1. Estou enriquecido. O orgulho cegou-lhe os olhos da alma. Isso serve de advertência para todos: o orgulho é pecado (Pv 21.4); mas dificilmente existe algo mais importante para o indivíduo carnal. Consideremos os pontos seguintes:

 (a) O orgulho é odioso para Cristo. Pv 8.13; 

(b) Origina-se na justiça própria. Lc 18.11; 

(c) Deriva da inexperiência espiritual. 1Tm 3.6; 

(d) Contamina o homem. Mt 7.20, 22; (e) Endurece a mente. Dn 5.20;

 (f) Impede a inquirição espiritual. Sl 10.4; 

(g) É uma das grandes características do diabo. 1 Tm 3.6, e também dos ímpios. Rm 1.30; 

(h) Impede o aprimoramento espiritual. Pv 26.12; 

(i) Os orgulhosos eventualmente serão humilhados por Deus. Is 2.12; 

(j) O orgulho espiritual, segundo Paulo tornar-se-á muito comum nos últimos dias (2Tm 3.2). O anjo dessa igreja, tinha todas essas características em grua supremo.
18. “Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e vestidos brancos, para que te vistas, e não apareças a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas”.
2. “...unjas os teus olhos”. Transcrevemos aqui a oração feita por um justo para que Deus guardasse seus olhos da cegueira espiritual: “Põe colírio nos meus olhos, Senhor (Ap 3.18). Eles são maus; e porque são maus, expõem-me o corpo a trevas mui perigosas (Mt 6.23). Ajuda-me, ó Deus puro e santo, a erguê-los para Cristo Jesus, autor e consumador da fé (Hb 12.2); a pô-los na brancura virginal dos lírios (Mt 6.28); a elevá-los para os montes e depois olhar para o alto donde vem socorro (Sl 121.1). Não quero apenas ouvir-te a voz, Senhor, mas verte-te (Jó 42.5). E como te verei com estes olhos? Aponta-me o Siloé (Jo 9.7), em cujas águas possa remover o lodo restaurador dos meus olhos enfermos. Porque hei de prender, apavorado, meus olhos às forças desta vida, se, fitando o Senhor, possa caminhar sobre ondas revoltas sem perigo de naufragar (Mt 14.29). Que consolo há em saber que os teus olhos repousam sobre os justos (1 Pd 3.12)”. Se o pastor de Laodicéia tivesse feito essa oração, há muito que se teria arrependido. É sabido, segundo alguns historiadores que, em Laodicéia havia uma Escola de Medicina que fabricava um pó oftálmico. Mas a “terra Frigia” (cinza da Frigia?) não curava a cegueira espiritual da Igreja.
19. “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: Sê pois zeloso, e arrepende-te”.
3. “...arrepende-te”. Deus exorta através de Jesus “a todos os homens, e em todo o lugar que se arrependam; Porquanto tem determinado um dia que com justiça há de julgar o mundo...” (At 17.30 a). Sobre o “arrependimento”, o Novo Testamento usa o termo grego “metanoia” por sessenta vezes. Essa palavra tem diversos significados e diversas aplicações, sendo, porém, seu sentido primário: “uma mudança de parecer ou pensamento” para com o pecado e para com a vontade de Deus. O “arrependimento” é o primeiro aspecto da experiência inicial da salvação experimentada pelo crente, experiência essa que é chamada de conversão. A conversão autêntica é uma parte essencial e a prova da regeneração. A regeneração é a obra de Deus no íntimo e a conversão é a exteriorização, da salvação, por parte do homem, através do arrependimento e da fé. Pode dar a ideia de que a palavra: “arrependimento” e a tradução que tem, no Novo Testamento, abrange também o sentido primário de “reflexão posterior”, e, com sentido secundário, “mudança de pensamento”. No presente versículo a exortação de Cristo, não é dirigida àqueles que estão sem salvação, mas aos que professam segui-lo, e são tidos como pertencentes a Ele. Jesus não lhes diz “arrepende-te e sê zeloso. E sim “sê”, pois, zeloso e arrepende-te”. Isto porque até diante de si próprios passavam por se terem arrependidos.
1. Eu repreendo e castigo. “A aplicação da disciplina pode ser em forma de advertência pessoal (Mt 18.15); visitação acompanhada (1Co 4.19-21); advertência pública (1Tm 5.20); comunicação escrita (2Co 7.8-10); exortação pessoal (Gl 6.1); suspensão (2Ts 3.14, 15; Tt 3.10); exclusão do rol de membros. Mt 12.17b”.
20. “Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”.
I. “...Eis que estou a porta, e bato”. A porta à qual Cristo bate é a porta da vida do indivíduo, da igreja, ou da comunidade.

1. “Às igrejas. A palavra “igreja” (gr. Ekklesia) nasceu pela primeira vez dos lábios de nosso Senhor Jesus (Mt 16.18 e 18.17, duas vezes). Nesse sentido ocorre por 119 vezes no Novo Testamento (só três vezes nos Evangelhos: Mt 16.18 e 18.17). Nessas 119 vezes em que o termo aparece, 109 vezes, surge no texto bíblico como igreja local, e encontramos cerca de 10 vezes no Novo Testamento a palavra Igreja com o sentido Universal. “Nestes primeiros capítulos (isto é, 1, 2 e 3) do Apocalipse encontramos a palavra “igreja” (singular) ou “igrejas” (plural) 19 vezes (cf. 1.11, 20; 2.1, 7, 8, 11, 12, 17, 18, 23, 29; 3.1, 6, 7, 13, 14, 22, etc), mas agora, no presente versículo, ela desaparece, e só reaparecerá, no capítulo 22.16. Durante o tempo da Grande Tribulação, a Igreja não estará na terra e, sim, com Cristo na recâmara celestial ( Ct 2.17; Ap 3.10).

I. Jesus fez um diagnóstico da situação daquela Igreja
• O Cristo que está no meio dos candeeiros e anda no meio dos candeeiros, sonda a igreja de Laodicéia e chega ao seguinte diagnóstico: A igreja tinha perdido seu vigor (v. 16-17), seus valores (v. 17-18), sua visão (v. 18b) e. suas vestimentas (v. 17-22). Vejamos o diagnóstico de Cristo
1. Jesus identificou a falta de fervor espiritual da igreja - v. 15
• Na vida cristã há três temperaturas espirituais:

 1) Um coração ardente (Luc 24:32); 

2) Um coração frio (Mt 24:12), 

e 3) Um coração morno (Ap 3:16). Jesus e Satanás conhecem a maré espiritual baixa da igreja. Nada se informa sobre tentação, perseguição, negação, apostasia ou abalos nessa igreja.
• O problema da igreja de Laodicéia não era teológico nem moral. Não havia falsos mestres, nem heresias. Não havia pecado de imoralidade nem engano. Não há na carta menção de hereges, malfeitores ou perseguidores. O que faltava à igreja era fervor espiritual.
• A vida espiritual da igreja era morna, indefinível, apática, indiferente e nauseante. A igreja era acomodada. O problema da igreja não era heresia, mas apatia.
• Nosso fogo espiritual íntimo está em constante perigo de enfraquecer ou morrer. O braseiro deve ser cutucado, alimentado e soprado até incendiar.
• Muitos fogem do fervor com medo do fanatismo. Mas fervor não é o mesmo que fanatismo. Fanatismo é um fervor irracional e estúpido. É um entrechoque do coração com a mente. Jonathan Édwards disse que precisamos ter luz na mente e fogo no coração. A verdade de Deus é lógica em fogo.
• Muitos crentes têm medo do entusiasmo. Mas entusiasmo é parte essencial do Cristianismo. Não podemos ter medo das emoções, mas do emocionalismo.

2. Jesus identificou que um crente morno é pior do que um incrédulo frio - v. 15
• É melhor ser frígido do que tépido ou momo. E mais honroso ser um ateu declarado do que ser um membro incrédulo de uma igreja evangélica. A queixa de Jesus contra os fariseus era contra a hipocrisia deles. Alguém que nunca fez profissão de fé e tem a consciência de sua completa falta de vida moral é muito mais fácil de ser ajudado que algum outro que se julga cristão, mas não tem verdadeira vida espiritual.
• Uma pessoa morna é aquela em que há um contraste entre o que diz e o que pensa ser, de um lado, e o que ela realmente é, de outro. Ser morno é ser cego à sua verdadeira condição.
Jesus identificou que a autoconfiança da igreja era absolutamente falsa - v. 17
a) A tragédia do auto-engano (v. 17) - Laodicéia se considerava rica e era pobre. Sardes se considerava viva e estava morta. Esmirna se considerava pobre, mas era rica. Filadélfia tinha pouca força, mas JESUS colocara diante dela uma porta aberta. O fariseu deu graças por não ser como os demais homens. Muitos no dia do juízo vão estar enganados (Mt 7:21-23). A igreja era morna devido à ilusão que alimentava a respeito de si mesma.
b) A tragédia da auto-satisfação (v. 17) - A igreja disse: "Não preciso de coisa alguma". A igreja de Laodicéia era morna em seu amor a Cristo, mas amava o dinheiro. O amor ao dinheiro traz uma falsa segurança e uma falsa auto-satisfação. A igreja não tinha consciência de sua condição. A lenda de Narciso.
c) A tragédia de não ser o que se projetou ser e ser o que nunca se imaginou ser (v. 17c) - Estava orgulhosa do seu ouro, roupas e colírio. Mas era pobre, nua e cega.
• A congregação de Laodicéia fervilhava de freqüentadores presunçosos. Eles diziam: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma. Os crentes eram ricos. Freqüentavam as altas rodas da sociedade. Eram influentes na cidade. A cidade era um poderoso centro médico, bancário e comercial.
• O orgulho de Laodicéia era contagioso. Os cristãos contraíram a epidemia. O espírito de complacência insinuou-se na igreja e corrompeu-a. Os membros da igreja tornaram-se convencidos e vaidosos.
• Eles achavam que estavam indo maravilhosamente bem em sua vida religiosa. Mas Cristo teve de acusá-los de cegos e mendigos nus. Mendigos apesar de seus bancos, cegos apesar de seus pós frígios e nus apesar de suas fábricas de tecidos.
• São mendigos porque não têm como comprar o perdão de seus pecados. São nus porque não tem roupas adequadas para se apresentarem diante de Deus. São cegos porque não conseguem enxergar a sua pobreza espiritual.

3. Jesus revelou que um crente morno em vez de ser o seu prazer, lhe provoca náuseas - v.16
• Você só vomita, o que ingeriu. Só joga fora o que está dentro. A igreja de Laodiceia era de Cristo, mas em vez de dar alegria a Cristo estava provocando náuseas nele. Uma religião morna provoca náuseas. Jesus tinha muito mais esperança nos publicanos e pecadores do que orgulhosos fariseus.
• Fomos salvos para nos deleitarmos em Deus e sermos a delícia de Deus. Somos filhos de Deus, herdeiros de Deus, a herança de Deus, a menina dos olhos de Deus, a delícia de Deus. Mas, quando perdemos nossa paixão, nosso fervor, nosso entusiasmo, provocamos dor em nosso Senhor, náuseas no nosso Salvador.
• Cristo repudiará totalmente aqueles cuja ligação com ele é puramente nominal e superficial. A igreja de Laodiceia desapareceu. Da cidade só restam ruínas. A igreja perdeu o tempo da sua oportunidade.

Jesus aconselha a Igreja de Filadélfia

1. Cristo se apresenta à igreja como um mercador espiritual - v. 18
• Cristo prefere dar conselhos em vez de ordens - Sendo soberano do céu e da terra, criador do universo, tendo incontáveis galáxias de estrelas na ponta dos dedos, tendo o direito de emitir ordens para que lhe obedeçamos, prefere dar conselhos. Ele poderia ordenar, mas prefere aconselhar.
• A suficiência está em Cristo - A igreja julgava-se auto-suficiente, mas os crentes deveriam encontrar sua suficiência em Cristo. "Aconselho-te que compres de mim...”.
• Cristo se apresenta como mascate espiritual - Cristo se apresenta à igreja como um mercador, um mascate e um camelô espiritual. Seus produtos são essenciais. Seu preço é de graça. Há notícias gloriosas para os mendigos cegos e nus. Eles são pobres, mas Cristo tem ouro. Eles estão nus, mas Cristo tem roupas. Eles são cegos, mas Cristo tem colírio para os seus olhos. Cristo exorta a igreja a adquirir ouro para sua pobreza, vestimentas brancas para sua nudez e colírio para sua cegueira.
• A preciosa mercadoria que Cristo oferece - O ouro que Cristo tem é o Reino do céu. A roupa que Cristo oferece são as vestes da justiça e da santidade. O colírio que Cristo tem abre os olhos para o discernimento.
• Cristo está conclamando os crentes a não confiarem em seus bancos, em suas fábricas e em sua medicina. Ele os chama à ele mesmo. Só Cristo pode enriquecer nossa pobreza, vestir nossa nudez e curar a nossa cegueira.

2. Cristo chama a igreja a uma mudança de vida - v. 19
• Vemos aqui uma explanação e uma exortação: "Eu disciplino e repreendo a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te".
• Desgosto e amor andam juntos. Cristo não desiste da igreja. Apesar da sua condição, ele a ama. Antes de revelar o seu juízo (vomitar da sua boca) ele demonstra a sua misericórdia (repreendo e disciplino aqueles que amo).
• Disciplina como ato de amor - A pedra precisa ser lapidada para brilhar. A uva precisa ser prensada para produzir vinho. Inegavelmente é porque anseia salvá-los do juízo final é que os repreende e disciplina.
• A base da disciplina é o amor. Porque ele ama, disciplina. Porque ama chama ao arrependimento. Porque ama nos dá oportunidade de recomeçar. Porque ama está disposto a perdoar-nos.
• Arrepender-se é dar as costas a esse cristianismo de aparências, de faz de conta, de mornidão. A piedade superficial nunca salvou ninguém. Não haverá hipócritas no céu. Devemos vomitar essas coisas da nossa boca, do contrário, ele nos vomitará. Devemos trocar os anos de mornidão pelos anos de zelo.

3. Cristo convida a igreja para a ceia, uma profunda comunhão com ele - v. 20
• Triste situação - Cristo, o Senhor da igreja, está do lado de fora. A igreja não tem comunhão com ele. Ilustração: o homem que não conseguia ser membro da igreja.
• Este é um convite pessoal - A salvação é uma questão totalmente pessoal. Enquanto muitos batiam a porta no rosto de JESUS, outros são convidados por ele. Cristo vem visitar-nos. Coloca-se em frente da porta do nosso coração. Ele bate. Ele deseja entrar. E uma visita do Amado da nossa alma.
• Uma decisão pessoal - "Estou à porta e bato, se alguém abrir a porta entrarei...". JESUS bate através de circunstâncias e chama através da sua Palavra. Embora Cristo tenham todas as chaves, ele prefere bater à porta. A PORTA - a famosa pintura de Holman Hunt, Cristo batendo à porta, mas a porta não tinha maçaneta do lado de fora. Ilustração: O Pai e o Filho. O menino diz para o pai: eles não ouvem porque estão ocupados com outras coisas no quartinho dos fundos. Aqui vemos uma amostra sublime da soberania de Cristo e da responsabilidade humana.
• A insistência de Jesus - "Estou à porta e bato”. De que maneira ele bate? Através das Escrituras, sermão, hino, acidente, doença. É preciso ouvir a voz de Jesus.
• Um convite para cear - Que ele nos convide a vir e cear com ele é demasiada honra; mas que ele deseje participar da nossa humilde mesa e cear conosco é tão admirável que ultrapassa nossa compreensão finita. O hóspede transforma-se em anfitrião. Não somos dignos que ele fique embaixo do nosso teto e ele ainda vai sentar-se à nossa mesa? Somos convidados para o banquete do casamento do Cordeiro.


Jesus lança uma grande promessa à Igreja de Filadélfia- V. 14,21,22


1. JESUS tem competência para fazer a promessa - v. 14
• Cristo é o Amém e a Testemunha Fiel e Verdadeira - Para uma igreja marcada pelo ceticismo, incredulidade, tolerância JESUS se apresenta como o Amém. Ele é a verdade, e fala a verdade e dá testemunho da verdade.
• Seu diagnóstico da igreja é verdadeiro. Seu apelo à igreja deve ser levado a sério. Suas promessas à igreja são confiáveis. Em face da vida morna e indiferente da igreja, JESUS é a verdade absoluta que tudo vê, tudo sonda, tudo conhece.
• Ele cumpre o que diz. Ele nunca é inconstante. É absolutamente consistente. Para uma igreja morna, inconstante, Cristo se apresenta como aquele é preciso e confiável. JESUS não apenas jura, ele é o próprio juramento. Entre ele e sua palavra simplesmente não se pode meter nenhum cunha.

2. Jesus  tem autoridade para tornar a promessa realidade - v. 14
• Cristo é o princípio da criação de Deus - Em face da vida caótica da igreja, JESUS é aquele que é a origem da criação. Como ele deu ordem aos caos do universo, ele pode arrancar a igreja do caos espiritual.

3. Jesus tem poder para conduzir os vencedores ao seu trono de glória - v. 21.22
• Quando Cristo entra em nossa casa recebemos a riqueza do Reino. Recebemos vestes brancas de justiça. Nossos olhos são abertos. Temos a alegria da comunhão com o Filho de Deus. Mas temos, também, a promessa que excede em glória a todas as outras promessas ao vencedor. Reinaremos com .ele.. Assentaremos em tronos com Ele. Um Trono é símbolo de conquista e autoridade.
• A comunhão da mesa secreta é transformada em comunhão de trono pública.
• Como Cristo participa do trono do Pai, também participaremos do trono de Cristo. Quando abrimos a porta para Cristo entrar em nossa casa, recebemos a promessa de entrar na Casa do Pai. Quando recebemos Cristo à nossa mesa, recebemos a promessa de sentarmos com ele em seu trono.



V. A importância da carta de Jesus a Laodiceia



Quando Cristo fala em nome de Deus, o Seu testemunho é absolutamente verdadeiro. Jesus é, então, o Amém de Deus. A confirmação de cada promessa, plano e pacto que Ele estabeleceu.
Além disso, tudo o que Ele mesmo diz e tudo o que Ele faz é verdadeiro. Esta verdade é o fundamento sobre o qual Ele se dirige a esta igreja.

Ele Se identifica também como o ‘princípio da criação de Deus’. Paulo disse que Ele “é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15).
Isso não significa Ele foi o primeiro a ser ‘criado’, o que seria uma heresia, mas que é o princípio de tudo. E Mais do que isso:

“Nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência. Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse” (Cl 1:16-19).

Cristo é o tudo de Deus. Tudo o que Deus é, Ele é. Ele é o Criador, o Autor da vida, tanto espiritual quanto física.
Ele é a fonte de toda a criação. João declarou:

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1:1-3).

Por que foi importante estabelecer isto na carta para a igreja em Laodiceia?
A cidade de Laodiceia ficava bem próxima à cidade de Colossos. É muito provável que as heresias vindas de Colossos chegaram à igreja em Laodiceia.
Paulo escreveu sua epístola aos colossenses respondendo àqueles que negavam a divindade de Cristo.
Heresias se infiltraram em Colossos, atacando particularmente a divindade de Cristo, reduzindo-o a um ser criado, algum tipo de ser angélico.
Esta heresia chegou a Laodiceia, porque era uma igreja que estava perdida, preenchida com incrédulos.

Na carta aos colossenses, Paulo apresenta a eternidade, divindade e glória de Cristo, e faz a seguinte recomendação:
“Saudai aos irmãos que estão em Laodiceia e a Ninfa e à igreja que está em sua casa. E, quando esta epístola tiver sido lida entre vós, fazei que também o seja na igreja dos laodicenses, e a que veio de Laodiceia lede-a vós também” (Cl 4:15-16) .

Eles não criam que Jesus era o Alfa e o Ômega, como o livro de Apocalipse O apresenta. ‘Alfa’ quer dizer que Jesus foi o Criador e ‘Ômega’, que Ele é o Consumador.
Ele é o Supremo, o Soberano, Aquele que criou tudo o que existe. Ele é a fonte incriada da criação.
Então, o Senhor diz que criou tudo. A testemunha fiel e verdadeira da Palavra de Deus, Aquele, em quem todas as promessas espirituais são cumpridas, diz isso.
Aquela igreja tinha cometido um erro acerca de sua visão de Cristo. E se você tem uma visão errada de Cristo, isso resultará em efeitos espirituais terríveis.

Laodiceia estava localizada no Vale do Rio Lico, no sudoeste da Frígia. Era a mais oriental das sete cidades, cerca de 72 km de distância para Filadélfia e vizinha de Colossos e Hierápolis.
Era uma cidade importante, fundada por Antíoco II, no terceiro século antes de Cristo, que deu a ela o nome de sua esposa Laodice. O nome moderno desta cidade turca é Eski-Hassar, que significa “a antiga fortaleza”.
Na época desta carta, havia uma grande população judaica na cidade. Há algumas indicações no Talmude de que eles foram negligentes em seu judaísmo, e engolidos pelo paganismo.

Por causa do crescimento da cidade e escassez de água, eles construíram um aqueduto. Uma obra subterrânea, para que os inimigos não tivessem acesso a ele.
Através de linhas individuais de tubulação de pedra, eles buscavam água de uma nascente distante. Ainda hoje são visíveis. Essas tubulações ficavam imundas com o depósito de resíduos carregados pela água.
Eram fontes termais, devido à presença de vulcões. Ainda hoje, a cidade de Hierapolis, vizinha a Laodiceia, é famosa por essas águas mornas, às quais são atribuídos poderes de cura.

A cidade era muito rica. Tão rica que, após o terremoto de 60 DC, ela se orgulhou de rejeitar uma oferta de ajuda financeira de Roma, porque tinha dinheiro suficiente para reconstruir completamente uma bela cidade.
Sua indústria de Lã era famosa. Produzia tapetes e artigos de vestuário, tanto para venda local como para exportação.
Havia uma importante escola de medicina, estabelecida em conexão com um templo para um antigo deus da cura, mais tarde identificado como Asclepius. Era famosa pela fabricação de um tipo de pomada (colírio) para os olhos.

Então, a cidade de Laodiceia era rica e autossuficiente. Essa atitude encontrou seu caminho para dentro da igreja, assim como as heresias sobre a natureza de Cristo.
Era uma igreja de descrentes, porque a salvação não vem para aqueles que negam o que Cristo é. A igreja tinha sido afetada por uma heresia devastadora.

Era uma igreja cheia de descrentes. É a primeira igreja de puro joio, não há trigo. Não há recomendações. Jesus disse: “Conheço as tuas obras” (v.15). Não há elogio algum, apenas que a vomitaria de Sua boca (v.16).
Vimos, no primeiro capítulo de Apocalipse, que João descreveu os olhos do Senhor como ‘chamas de fogo’ (v.14), ou seja, o olhar soberano, penetrante e que sabe tudo.
Ele diz: “Conheço as tuas obras”, individualmente e coletivamente. E profere uma devastadora e severa repreensão:
“Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca” (v.15).

Ou seja: ‘Você me faz vomitar. Eu conheço você. Eu sei o que você é. Você me deixa doente. És morno!’
O que pode muito bem estar por trás desta afirmação são as aguas termais em suas proximidades, trazidas por tubulações imundas.
Um escritor descreveu essas águas como tendo efeito emético, ou seja, algo que provocava vômito, que provocava doenças.

Algumas igrejas fazem o Senhor se sentir assim. Igrejas cheias de pessoas que têm uma visão errada de Cristo, e, portanto, não são convertidas e salvas, são detestáveis para o céu.
Elas fazem o Senhor sentir náuseas. Há sempre esperança para uma igreja que tem alguns crentes nela, mas não há nada aqui. Não há nada aqui para apelar.
Cristo não está nesta igreja. Esta é a pior de todas as representações possíveis de uma igreja. Está totalmente doente.

E, então, o Senhor diz: “Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu” (v.17).
Uma coisa sobre falsos cristãos que se reúnem em uma “igreja” é que eles não estão em posição de avaliar a sua própria condição espiritual. Eles não podem conhecer a realidade.

Laodiceia era uma cidade rica e famosa. Esta igreja não apenas julgava ter riquezas materiais, mas riquezas espirituais.
Talvez eles não apenas negavam a divindade de Cristo, mas talvez tenham sido influenciados pelo “gnosticismo”, termo que vem da palavra grega “saber”, pessoas que tinham o ‘conhecimento elevado e secreto’.
Eles reuniam-se em orgulho espiritual, pensando que eram as ‘pessoas elevadas’. Eles diziam: ‘Nós somos ricos. Não precisamos de mais nada’.

Esse é o pior estado que uma pessoa pode chegar. Seria melhor ser um ateu ou completamente ignorante sobre a igreja e o Evangelho. Qualquer coisa seria melhor do que este estado.
Esta é a hipocrisia apóstata final: quando alguém pensa que sabe tudo a respeito de Cristo e cria um falso Cristo, quando pensa que sabe tudo a respeito de Deus e cria um falso deus. E a pessoa neste estado se torna, presunçosamente, autoconfiante nisto.
O engano e a altivez caracterizam denominações inteiras, universidades e seminários cristãos, em todo o mundo, até os dias de hoje.
Quando a igreja perdeu a correta visão de Cristo, ficou claro que Laodiceia tornou-se o padrão normal e não uma exceção.

Estive na Escócia há pouco tempo e me foi dado um manuscrito de um novo livro que será publicado, chamado de “A triste partida”.
É uma história de pessoas que estão abandonando a igreja na Escócia. Estão saindo pastores e pessoas que estiveram nas igrejas por muitos anos. Uma triste partida.
No livro eles explicaram a razão de estarem saindo: a aceitação do casamento homossexual pela igreja. Eles disseram: “Temos que sair”. E por isso há um êxodo. E há uma chamada para os outros saírem.

E quando eu escrevi uma pequena revisão do livro, eu não poderia deixar de dizer o seguinte:
Eles não saíram quando a Igreja da Escócia negou a autoridade das Escrituras.
Eles não saíram quando a igreja da Escócia negou a divindade de Cristo.
Agora, eles saem por causa da aceitação do casamento homossexual? Sem dúvida alguma, tinham que sair mesmo. Fico feliz por terem feito isto.
Mas vão sair apenas por este motivo, como se a descrença na divindade de Cristo e a descrença na Palavra de Deus não tivessem sido motivos para saírem antes desta tragédia.
Uma vez que eles negaram a divindade de Cristo e autoridade da Palavra de Deus, tornou-se uma igreja como Laodiceia, a qual o Senhor diz: “Pobre, miserável, cego e nu”.

Olha, não há nada que você possa fazer com essas palavras para torná-las aplicáveis a verdadeiros cristãos. Os cristãos não são miseráveis, pobres (no sentido espiritual), cegos e nus.
Então, você diz: “Quem são essas pessoas?”. Estes são os falsos cristãos em “igreja” de não-cristãos. Uma condição doentia é alguém pensar que é espiritualmente rico, quando está falido espiritualmente.
Uma situação lamentável de alguém sem qualquer riqueza espiritual, sem as vestes de justiça, sem qualquer realidade espiritual, e não consegue enxergar esta tenebrosa situação.

Nesse ponto, nosso Senhor lhes fala: “Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas” (v.18).
Aqui é a graça oferecida aos hipócritas. Comprar do Senhor é comprar sem dinheiro, como vemos em Isaías 55:1. Comprar sem dinheiro tesouros celestiais e não coisas perecíveis, pois que adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?
São os tesouros mencionados por Pedro: “Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo” (I Pedro 1:7).

“Roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez” (v.18). Essas roupas brancas, que são mencionadas no livro de Apocalipse, são a justiça dos santos, a justiça que Deus imputou aos santos.
E a palavra “branca” aqui é “leukos”, que quer dizer brilho, ou brilhante, como o branco de uma lâmpada, não como um pano branco. Este é o manto de justiça mencionado em Isaías 61:10, que cobre o pecador.

E o Senhor diz: “E que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas” (v.18). A cidade produzia famosas pomadas (colírios) para curar feridas ou irritações nos olhos. Mas o colírio mencionado aqui é espiritual.
A salvação é esse ouro, que nos faz espiritualmente ricos na fé. É esse manto branco, que cobre nossa nudez pecaminosa com a justiça de Deus, através de Cristo.
É esse colírio, que nos dá o conhecimento de Deus, a graça iluminadora e uma compreensão da verdade de Deus. Este é um chamado para a salvação.

“Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te” (v.19). Muitos pensam que Ele está falando com os cristãos aqui, mas o contexto não permite isso.
Esta é apenas uma declaração incontestável sobre Deus e Cristo. Não é diferente do que Jesus disse em João 3:16.
Ele diz: “arrepende-te”. Isso é um chamado para a salvação: arrependei-vos!

O arrependimento significa que você percebe que é um pecador culpado e vil diante de Deus, que merece a ira, a punição de Deus e o inferno.
Você percebe que o pecado está em você e que você precisa se livrar dele.
Você perceber que tem que virar as costas para o pecado em todos os seus aspectos, renunciar ao mundo, seja qual for o custo, em sua mente e perspectivas, bem como a sua prática.
Você percebe que tem que negar a si mesmo, tomar a sua cruz e seguir a Cristo. O mundo inteiro pode chamá-lo de tolo ou dizer que você tem mania religiosa.
Você pode ter que sofrer financeiramente, mas não faz diferença. O arrependimento só virá quando você percebe que é um miserável pecador.

“Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” (v.20).
Ele não está falando que está batendo na porta de seu coração, mas metaforicamente falando que está batendo na porta da igreja. Ele está fora da igreja.
Há igrejas assim em nossos dias, cujas portas estão fechadas para Cristo, mas que ainda usam Seu nome. Cristo não está nelas, mas elas usam o nome Dele em suas placas.

“Entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” (v.20). A refeição partilhada era um símbolo de união e comunhão.
Jesus está dizendo: ‘Se alguém em Laodiceia vir e abrir a porta, eu vou entrar, vou salvá-lo e terei um relacionamento com ele’.
Este é um apelo final, um último apelo. Então, nosso Senhor está batendo na porta de Laodiceia, buscando entrada, antes que a noite eterna caísse sobre todos que estavam ali.



E, assim, o Senhor diz: “Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono”.
Os vencedores, conforme João descreve em I João 5, são constituídos por aqueles que creem plenamente no Cristo divinamente revelado; que O amam e também amam os outros que creem e que o obedecem de forma decidida e alegre.
Jesus vai leva-los para a glória e conceder que se assentem com Ele em seu trono. Esta é a elevação suprema para a humanidade: ter a dignidade de sentar-se no trono de Deus e no trono de Cristo.

strong>Este é um aviso para os apóstatas, liberais, os que negam a divindade de Cristo, os que negam as Escrituras Sagradas, os que pensam que são elevados, acadêmicos, intelectuais, que estão muito acima dos verdadeiros cristãos.
Se esta é a sua condição, você não sabe que é pobre, cego, miserável e nu. Mas Cristo, em Sua graça, oferece a salvação.
E, novamente, como em todas as cartas, Ele encerra dizendo: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”. Você está ouvindo? Você está ouvindo?

Pai, nós te agradecemos por aquilo que vimos esta noite e através desta série.
É simplesmente, uma incrível, incrível e divina revelação para a realidade da vida na igreja em toda a história: sete cidades reais e igrejas reais.
Essas sete igrejas representam um padrão de igrejas as quais podemos traçar através de toda a história humana, mesmo hoje.
E, novamente, Senhor, nós declaramos que é o nosso desejo sermos como Esmirna e Filadélfia: fiéis – talvez fiéis através de perseguição.
Fiéis como Esmirna, a sofrer perseguição e não negar o Senhor. Fiéis como Filadélfia, para manter a porta do reino aberta o tempo todo e ser uma igreja que tem a porta aberta para conduzir as pessoas ao Teu glorioso reino.
Mantenha a nossa igreja fiel, até que Jesus venha. Por favor, mantenha esta igreja fiel.
De maneira nenhuma que uma carta como esta, ou qualquer uma das outras cartas de advertência e julgamento, jamais sejam escritas para nós. Sustenta o Teu trabalho para a Tua glória neste lugar.
E, Senhor, eu oro, como eu penso sobre isso, pelos alunos do nosso seminário, que irão por todo nosso país e em todo o mundo, a plantar igrejas e a treinar pastores.
Senhor, eu oro para que Tu os mantenha fiéis. Mantenha-os totalmente dedicados à verdade das Escrituras, totalmente dedicados a Cristo, amando a sã doutrina.
E mais: que amem a Cristo, sem compromissos com o mundo, que sejam intolerantes com o pecado, que estejam dispostos a sofrer – sempre com a porta do reino aberta, até que Jesus venha.
Que possamos ser úteis na obra para qual o Senhor nos chamou e abençoou em fidelidade.
Estas coisas pedimos por amor de Cristo, nosso Senhor, que é o todo-glorioso e majestoso Cabeça da igreja. Que Ele possa ser honrado na igreja. Oramos em Teu nome. Amém.



• Mas a história não termina aqui. Com o capítulo 4 de Apocalipse passamos da Igreja sobre a terra à igreja no céu. Os olhos de João são arrancados dos companheiros em tribulação para o trono do universo. Diante desse trono estão querubins, os anjos e a igreja glorificada. O livro da história está nas mãos do Cordeiro e nenhuma calamidade pode sobrevir à humanidade enquanto Cristo não quebrar os selos. Além disso, os ventos do juízo não recebem permissão para soprar sobre aqueles que foram selados pelo Espírito Santo. A segurança da igreja está garantida
• Assim, depois de combatermos aqui o bom combate e completarmos a nossa carreira, emergiremos da grande tribulação e não mais sofreremos. Iremos nos juntar à Igreja triunfante, na grande multidão que ninguém poderá contar, vinda de toda nação, tribo, povo e língua e ali estaremos com eles perante o trono de Deus. Ali nossas lágrimas serão enxugadas, depositaremos nossas coroas diante do trono e adoraremos Aquele que é digno, para sempre.

• Possa o Senhor nos ajudar a ouvir o que o Espírito diz às igrejas!

Em breve estaremos de volta com a conclusão desta série.

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