Por: Jânio Santos de Oliveira
Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena
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Meus amados e queridos irmãos em cristo Jesus, a PAZ DO SENHOR!
Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra nos textos de
I. A origem da batalha se dá no reino angelical
A palavra cananeus é a denominação para os povos que viviam na Terra Prometida na época da chegada de Abrão. Compunham sete nações distintas: os fenícios, os filisteus, os amonitas, os heteus, os jebuseus, os amorreus e os heveus (Dt 7:1).
5. Josué socorre de Gibeão e derrota diversas Nações pelo Senhor
A Conquista da Palestina do Sul (vs. 28-43).
B. Josué socorre os Gibeonitas
Temendo o resultado do conflito, o povo de Gibeão clamou por socorro aos israelitas, com quem haviam firmado pacto – uma aliança que lhes protegia não apenas de Israel, mas de todos os que viessem atacar a cidade. Os gibeonitas estavam em seu direito ao clamar pela ajuda de Israel, pois haviam se tornado seus escravos; e tal auxílio seria vantajoso para Israel, pois Gibeão e suas três cidades-satélites eram muito importantes para se obter o domínio da parte ocidental da Terra Prometida. Gilgal, onde Israel estava acampado, localizava-se no profundo vale do Jordão.
Algo surpreendente deste texto de estudo é que a admiração do autor não está no milagre do Sol, ou na chuva de pedras; mas, sim, no fato de o Senhor ter “atendido à voz de um homem”. (v. 14) Josué estava em intercessão pela vitória de seu povo (v. 12) e, em resposta, Deus pelejou por Israel de forma grandiosa. (v. 14) A oração da fé ‘move montanhas’ e, neste caso, foi capaz de deter o próprio tempo. Nada é demasiadamente difícil para o Senhor. Podemos ter certeza de que “se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouvirá”. (1 Jo 5:14) Deus reina soberano sobre todas as coisas e se satisfaz em ouvir as preces dos filhos. A Bíblia deixa claro que os cristãos são filhos adotivos de Deus (Ef 1:4-6; Rm 8:14-17). Em nossa relação Pai e filho, existe grande intimidade, autoridade e responsabilidade, e precisamos entender isso se queremos nos relacionar com o Pai e viver neste mundo como ele quer que vivamos. Josué reforçou a confiança na promessa de Deus quando afirmou a seus homens que “o Senhor, vosso Deus, já vo-los entregou nas vossas mãos”. (v.19) Alguns israelitas ficaram protegendo a caverna em que os cinco reis haviam se refugiado para impedir que fugissem (v. 16), enquanto os demais soldados perseguiram o restante dos inimigos, não deixando que entrassem nas cidades fortificadas (v. 19), embora alguns tenham conseguido. (v. 21) Os capitães do exército colocaram os pés sobre os pescoços dos cinco reis. (v. 24) Esse ato era uma declaração simbólica de vitória sobre o inimigo, a ilustração de um poder maior, capaz de subjugar toda a oposição. Vemos esse mesmo simbolismo nas promessas de Deus de colocar os inimigos sob os pés do Messias (Sl 110:1), de esmagar Satanás debaixo de nossos pés (Rm 16:20) e do domínio final de Cristo, quando todas as coisas estiverem sujeitas sob seus pés (1Co 15:27). As mesmas palavras de encorajamento recebidas de Deus, Josué transmite a seus companheiros: “Não temais, nem vos atemorizeis; sede fortes e corajosos”. (v. 25) Após a execução dos reis, seus cadáveres foram expostos em árvores, assim como havia ocorrido com o monarca de Ai (Js 8:29), e retirados antes do pôr do sol, em conformidade à Lei de Moisés. (Dt 21:22-23) A Arqueologia confirma os relatos da destruição de Laquis e de Debir. Escavações encontraram evidências de destruição por incêndio em ambas as cidades, na época de Josué. A alvenaria abaixo da camada de cinzas era canaanita e, acima, israelita.
6. Deus ajuda a Josué a destruir uma confederação de reis
Através do Líder Josué, Deus deu um grande livramento à Nação de Israel diante de seus inimigos e lhe concedeu belíssimas vitórias.
Que cada um de nós possamos se espelhar na sua vida de exemplo e bravura , pois só assim alcançaremos as nossas vitórias no cotidiano da nossa trajetória
Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra nos textos de Josué 6 1-26 que nos diz:
1 Ora Jericó estava rigorosamente fechada por causa dos filhos de Israel; ninguém saía nem entrava.
1 Ora Jericó estava rigorosamente fechada por causa dos filhos de Israel; ninguém saía nem entrava.
2 Então disse o Senhor a Josué: Olha, tenho dado na tua mão a Jericó, ao seu rei e aos seus homens valorosos.
2 Então disse o Senhor a Josué: Olha, tenho dado na tua mão a Jericó, ao seu rei e aos seus homens valorosos.
3 Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, cercando-a uma vez; assim fareis por seis dias. 4 E sete sacerdotes levarão sete buzinas de chifres de carneiros adiante da arca, e no sétimo dia rodeareis a cidade sete vezes, e os sacerdotes tocarão as buzinas. 5 E será que, tocando-se prolongadamente a buzina de carneiro, ouvindo vós o seu sonido, todo o povo gritará com grande brado; e o muro da cidade cairá abaixo, e o povo subirá por ele, cada um em frente. 6 Então Josué, filho de Num, chamou aos sacerdotes e disse-lhes: Levai a arca da aliança; e sete sacerdotes levem sete buzinas de chifres de carneiros, adiante da arca do Senhor. 7 E disse ao povo: Passai e rodeai a cidade; e quem estiver armado, passe adiante da arca do Senhor. 8 E assim foi que, como Josué dissera ao povo, os sete sacerdotes, levando as sete buzinas de carneiros diante do Senhor, passaram e tocaram as buzinas; e a arca da aliança do Senhor os seguia. 9 E os homens armados iam adiante dos sacerdotes, que tocavam as buzinas; e a retaguarda seguia após a arca; andando e tocando as buzinas iam os sacerdotes. 10 Porém ao povo Josué tinha dado ordem, dizendo: Não gritareis, nem fareis ouvir a vossa voz, nem sairá palavra alguma da vossa boca até ao dia que eu vos diga: Gritai. Então gritareis. 11 E fez a arca do Senhor rodear a cidade, contornando-a uma vez; e entraram no arraial, e ali passaram a noite. 12 Depois Josué se levantou de madrugada, e os sacerdotes levaram a arca do Senhor. 13 E os sete sacerdotes, que levavam as sete buzinas de chifres de carneiros, adiante da arca do Senhor, iam andando, e tocavam as buzinas, e os homens armados iam adiante deles e a retaguarda seguia atrás da arca do Senhor; os sacerdotes iam andando e tocando as buzinas. 14 Assim rodearam outra vez a cidade no segundo dia e voltaram para o arraial; e assim fizeram seis dias. 15 E sucedeu que, ao sétimo dia, madrugaram ao subir da alva, e da mesma maneira rodearam a cidade sete vezes; naquele dia somente rodearam a cidade sete vezes. 16 E sucedeu que, tocando os sacerdotes pela sétima vez as buzinas, disse Josué ao povo: Gritai, porque o Senhor vos tem dado a cidade. 17 Porém a cidade será anátema ao Senhor, ela e tudo quanto houver nela; somente a prostituta Raabe viverá; ela e todos os que com ela estiverem em casa; porquanto escondeu os mensageiros que enviamos. 18 Tão-somente guardai-vos do anátema, para que não toqueis nem tomeis alguma coisa dele, e assim façais maldito o arraial de Israel, e o perturbeis. 19 Porém toda a prata, e o ouro, e os vasos de metal, e de ferro são consagrados ao Senhor; irão ao tesouro do Senhor. 20 Gritou, pois, o povo, tocando os sacerdotes as buzinas; e sucedeu que, ouvindo o povo o sonido da buzina, gritou o povo com grande brado; e o muro caiu abaixo, e o povo subiu à cidade, cada um em frente de si, e tomaram a cidade. 21 E tudo quanto havia na cidade destruíram totalmente ao fio da espada, desde o homem até à mulher, desde o menino até ao velho, e até ao boi e gado miúdo, e ao jumento. 22 Josué, porém, disse aos dois homens que tinham espiado a terra: Entrai na casa da mulher prostituta, e tirai-a de lá com tudo quanto tiver, como lhe tendes jurado. 23 Então entraram os jovens espias, e tiraram a Raabe e a seu pai, e a sua mãe, e a seus irmãos, e a tudo quanto tinha; tiraram também a toda a sua parentela, e os puseram fora do arraial de Israel. 24 Porém a cidade e tudo quanto havia nela queimaram a fogo; tão-somente a prata, e o ouro, e os vasos de metal e de ferro, deram para o tesouro da casa do Senhor. 25 Assim deu Josué vida à prostituta Raabe e à família de seu pai, e a tudo quanto tinha; e habitou no meio de Israel até ao dia de hoje; porquanto escondera os mensageiros que Josué tinha enviado a espiar a Jericó. 26 E naquele tempo Josué os esconjurou, dizendo: Maldito diante do Senhor seja o homem que se levantar e reedificar esta cidade de Jericó; sobre seu primogênito a fundará, e sobre o seu filho mais novo lhe porá as portas.
Série de conferências "As guerras na Bíblia e a batalha espiritual"
Introdução
I. A origem da batalha se dá no reino angelical
1. Quem é o Diabo?
2. A origem do diabo
3. A origem do mal no mundo
II. O início da batalha entre as duas sementes
1. A queda do homem
2. A tentação
3. O pecado
4. A consequência
5.Onde o Diabo está?
6. O que o Diabo sabe?
7. O que o Diabo pode fazer?
8. O Diabo e os demônios
9. O que o Diabo quer?
10. A verdade e a mentira
11. Como vencer o inimigo dentro de nós
12. Quem deva dominar a nossa mente?III. As guerras representativas nos dias de Moisés
1.Israel x Amaleque
2. Israel x Balaque rei dos moabitas
3. Deus ordena a destruição de todos os moradores de Canaã
IV. As guerras representativas nos dias de Josué
1. Conhecendo melhor os cananeus e os seus costumes
2. Conhecendo um pouco da vida do comandante Josué
3. A destruição de Jericó
4. A vitória dos Judeus dependia da sua obediência a Deus
5.Josué socorre a Gibeão e derrota diversas Nações pelo Senhor
6. Deus ajuda a Josué a destruir uma confederação de reis
7. O que A vida de Josué nos ensina
7. O que A vida de Josué nos ensina
V. As guerras representativas nos dias dos Juízes
1.As conquistas e as negligências dos Judeus, e o cativeiro.
2. A negligência de Israel e o livramento de Deus por meio de Otniel
3. A Opressão de Cusã-Risataim e a Libertação Efetuada por Otniel.
4. A Opressão de Eglom e a Libertação Efetuada por Eúde. 3:12-30.
5. Deus usa a profetisa Débora como Juíza para dar livramento a Israel diante do rei de Hazor
6. Deus derrota os midianitas por meio de Gideão
7. Deus dá livramento a Israel através de Jefté
VI. As guerras representativas nos dias de Samuel
1. A batalha dos deuses: Deus x Dagom
2. Davi vence Golias, numa batalha representativa
VII. As guerras representativas dos reis de Israel
2. Deus concede vitória ao rei Josafá
3.Deus concede vitória ao rei Amazias
4. Deus concedeu uma grande vitória ao rei Ezequias
VIII. Como vencer a batalha espiritual
1. O que Bíblia diz sobre a Batalha Espiritual !
2. A batalha espiritual na Bíblia
3. O papel do crente na batalha espiritual
Neste quarto seguimento falaremos sobre :
As guerras representativas nos dias de Josué
1. Conhecendo melhor os cananeus e os seus costumes
O nome cananeus era a designação geral de todos os habitantes da região da Terra Prometida e planícies em volta. Muitos destes povos eram descendentes de Canaã, filho de Cam, neto de Noé (Gn 10:6,15). Os amorreus eram também uma designação geral, algumas vezes aplicada a todos os habitantes, porém mais especificamente a uma tribo que habitava ao oeste do Mar Morto.
Algumas das cidades antigas fundadas pelos cananeus são Gezer, Meguido, Jericó, Sodoma, Gomorra e Jerusalém (Gn 10:19). Canaã era uma terra promissora e própria para a agricultura e pecuária (Gn 3:8).
Os cananeus são descritos na Bíblia como grandes e poderosos, idólatras, supersticiosos, profanos e iníquos. A terra dos cananeus, Canaã, era a terra prometida para Abrão e os patriarcas como herança.
A religião dos cananeus era politeísta, identificada com a natureza e seu objetivo era ensinar aos homens cooperarem e controlarem o ciclo das estações tendo em vista os interesses agrícolas.
O deus principal da religião cananéia era El. Sua mulher era Asera e, também, casou-se com três irmãs suas. Dos setenta filhos que gerou, Baal foi o mais famoso. El matou seu irmão e alguns de seus filhos. Cortou a cabeça de sua filha, castrou seu pai e a si mesmo e obrigou a seus concidadãos a fazerem o mesmo. A irmã e amante de Baal, chamada Anat, converteu-se na vil e depravada deusa da paixão da guerra e da violência e lutava contra os inimigos de Baal.
Baal era o “senhor da terra” e deus do tempo atmosférico. Sua esposa Astarote, era a personificação do principio reprodutivo da natureza, Os babilônicos a chamavam de Istar e o nome romano e grego era Astarte.
Por Canaã ser totalmente dependente da chuva para suas plantações, foi muito conveniente tomar para si o deus da chuva do povo amorreu. Baal era deus da chuva, do trovão e da fertilidade do solo. Nada mais conveniente para um povo que vivia da agricultura. Para os cananeus, a chuva era o sêmen de Baal caindo sobre a terra, tornando-a fértil, como um homem torna fértil uma mulher com o seu sêmen.
Para os cananeus, Baal era o senhor do tempo; ele fazia chover, trovejar ou fazer sol. Ele era adorado principalmente nos montes, ou lugares altos. Mas podia também ser adorado em qualquer lugar que tivesse um Astarote (um pedaço de tronco fincado na terra, igual a um totem). Isso porque a esposa de Baal, Astarote, era simbolizada por qualquer tipo de pedaço de árvore ou planta. Jezabel, princesa sidônia, mulher inescrupulosa, vingativa, diabólica, terrível perseguidora de profetas e esposa do rei Acabe, era adoradora de Astarote (I Rs 16:31-33).
Com a idéia do sêmen de Baal caindo sobre a terra em forma de chuva, os cultos a Baal centravam-se na atividade sexual.
O deus nacional dos amonitas cananeus era Moloque (I Rs 11:7). Os cananeus tinham como prática religiosa comum o sacrifício de crianças imoladas em chamas (Ez 16: 20-21). Dois reis de Judá, Acaz e Manassés, abandonaram a adoração do verdadeiro Deus de Israel e sacrificaram seus próprios filhos a Moloque (2 Rs 16:3; 21:6) Seus sacerdotes eram sodomitas e as sacerdotisas prostitutas. Existiam outros deuses cananeus e o culto a eles consistia em orgias.
A religião cananéia era grosseiramente sexual e perversa. Requeria no culto o serviço de homens e mulheres prostitutos, disponíveis como sacerdotes. A pessoa para adorar a Baal tinha que copular com um ou vários desses sacerdotes. Isso é visto no livro de Oséias. A sua esposa não era simplesmente uma prostitua, era uma sacerdotisa de Baal (Os 4:11-14). Essa era a mitologia cananéia que os hebreus encontraram ao sair do Egito. E foi com essa mitologia absurda que eles se contaminaram.
A religião dos cananeus era a mais pervertida sexualmente, moralmente depravada e sangrenta de toda a história antiga. Foi por esse motivo que Deus ordenou exterminar aquela cultura, as cidades e o povo cananeu.
Deus ordenou que os hebreus não devessem fazer aliança com os cananeus; não temê-los; não se misturar com eles em matrimônio; não seguir sua idolatria; não seguir seus costumes e destruí-los sem misericórdia, não deixando vestígios de sua idolatria (Dt 7:1-5). A destruição total dos cananeus era necessária para salvaguardar os hebreus da influência idólatra e pecaminosa (Dt 20:17).
A destruição das cidades cananéias e seus habitantes demonstram um princípio básico de julgamento divino: Quando o pecado de um povo alcança sua medida máxima, a misericórdia de Deus cede lugar ao juízo (Js.11:20-23). Deus já aplicara esse mesmo princípio, quando do dilúvio (Gn 6.5-7,11-12) e da destruição das cidades iníquas de Sodoma e Gomorra (Gn 19.24-25).
Depois de chegar a Canaã, os israelitas passaram a chamar de Baal os deuses da região. No século IX a.C., Jezebel pretendeu substituir o culto de Iavé pelo de Baal (I Rs 18:13,19), o que provocou o repúdio deste. Baal passou a representar para os israelitas, a abominação e os falsos deuses.
A matança das crianças inocentes
Mas, e quanto ao ato de tirar a vida de crianças inocentes? A terrível totalidade da destruição foi, incontestavelmente, justificada, devido à proibição da assimilação dos costumes das nações pagãs. No ordenamento da destruição completa dos cananitas, o Senhor falou: "Nem te aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos, e não tomarás suas filhas para teus filhos; pois fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do Senhor se acenderia contra vós, e depressa vos consumiria" (Dt 7.3,4).
Esse mandamento é parte e parcela de toda a estrutura da complexa e característica lei judaica de práticas puras e impuras. Para a contemporânea mente ocidental, muitas regras da lei do Antigo Testamento parecem absolutamente bizarras e sem sentido: não misturar linho com lã, não usar os mesmos recipientes para carnes e laticínios, entre outras. O impulso que sobrepujava essas regras, contudo, era a proibição de vários tipos de mistura. Linhas distintivas são esboçadas no texto bíblico: "isto e não aquilo". Esse expediente legislativo serviu como um tangível e diário lembrete de que Israel era um conjunto especial de pessoas separado para Deus.
Se o pecado é a contradição do homem em relação a Deus e à sua vontade expressa, Deus não pode ser complacente para com o pecado e continuar sendo Deus. A realidade da ira de Deus faz parte da mensagem bíblica tanto quanto a sua graça. Não podemos perder de vista que a ira de Deus é sua justiça reagindo contra a injustiça e, assim como as misericórdias de Deus se renovam a cada manhã para com seu povo, a sua ira também se renova todas as manhãs contra os ímpios. E, sobretudo, precisamos sempre insistir na maior expressão do amor de Deus e sua justiça: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é julgado; mas quem não crê, já está julgado; porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus" (Jo 3.16-18).
"Vivo eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva" (Ez 33.11)
"Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de toda a terra?" (Gn 18.25)
2. Conhecendo um pouco da vida do comandante Josué
O nome inicial de Josué era Oséias (Nm 13:8) que significa salvação. A bíblia registra que Moisés trocou o seu nome para Josué que quer dizer “Iavé é a salvação” (Nm 13:16).
Josué um homem de guerra
Josué é sobretudo um homem de guerra. Ele é citado pela primeira vez no livro de Êxodo como comandante de uma batalha:
Moisés ordenou que Josué fosse o chefe de uma batalha, ele deveria escolher homens para lutar contra Amaleque. Enquanto acontecia a batalha, Moisés, Arão e Hur estavam no pico do monte e intercediam pelos israelitas. Enquanto Moisés estendia as mãos os israelitas venciam e quando abaixava o povo de Ameleque vencia. E aconteceu de tal forma que Arão e Hur apoiavam as mãos de Moisés para que elas ficassem sempre estendidas.
Josué servo de Moisés
Quando Moisés esteve no monte com Deus por 40 dias ele levou Josué junto consigo e lá recebeu as orientações sobre a construção do templo. (Êx 24:13)
O livro de Josué
O livro chamado Josué na Bíblia contém os seguintes acontecimentos:
Depois da morte de Moisés, Deus constitui Josué como líder do povo hebreu. As primeiras parte do livro são uma conversa onde Deus anima Josué a conquistar as terras:
Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares (Js 1:9).
Josué avisou o povo para que se preparassem para entrar na terra que Deus iria lhes dar. E todo o povo obedecia e respeitava a liderança de Josué, como tinha sido com Moisés.
Um anjo aparece a Josué
Josué estava perto das terras de Jericó, até que chegou perto dele um homem com uma espada na mão. Ele perguntou:
– Você é um dos nossos? Ou é inimigo?
O homem respondeu:
Nem uma coisa nem outra, venho na qualidade de comandante do exército do Senhor. Josué se prostrou e tirou as sandálias dos pés e perguntou qual era a mensagem que ele trazia.
3. A destruição de Jericó
Josué 6 1-26
1 Ora Jericó estava rigorosamente fechada por causa dos filhos de Israel; ninguém saía nem entrava. 2 Então disse o Senhor a Josué: Olha, tenho dado na tua mão a Jericó, ao seu rei e aos seus homens valorosos.
A expressão tenho dado comunica que algo já havia acontecido, enfatizando o papel de Deus nas vitórias de Israel (Js 2.24).
3 Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, cercando-a uma vez; assim fareis por seis dias.
Jericó media menos de 800 m de circunferência, cerca de 3 hectares [1 hectare equivale a aproximadamente um campo de futebol], portanto a marcha cercando a cidade foi completada rapidamente. A expressão homens de guerra (também encontrada em Js 5.4,6 e 10.24) é, essencialmente, um sinônimo de valentes e valorosos (v. 2). Ela é usada por várias vezes no Pentateuco para aludir aos homens adultos que saíram do Egito, mas não foram autorizados a entrar na Terra Prometida (Nm 31.28,49; Dt 2.14,16). Agora, uma nova geração de guerreiros, pronta para lutar as batalhas do Senhor, foi designada por tal termo.
4 E sete sacerdotes levarão sete buzinas de chifres de carneiros adiante da arca, e no sétimo dia rodeareis a cidade sete vezes, e os sacerdotes tocarão as buzinas.
O número sete figura, de forma proeminente, nesta passagem: sete sacerdotes, sete buzinas, sete dias e sete cercos ao longo da cidade. Sete é um numeral importante nas Escrituras, começando com os sete dias da criação. E um número que indica a completude. Sua utilização neste trecho ajuda a demonstrar que a conquista de Jericó fez parte de um maior exercício espiritual que santificou o povo e a terra para Deus. Outro lembrete do significado espiritual do acontecimento é a presença da arca com o povo. jericó foi uma das cidades mais antigas da Palestina, localizada na margem oeste do rio Jordão, a quase 16 km ao norte do mar Morto. Lugar de uma primavera perene, Jericó atraiu muitos povos desde os tempos pré-históricos e foi a primeira cidade cananeia tomada pelos israelitas depois que estes cruzaram o Jordão (Js 6.1-21). Esteve praticamente abandonada até a época do rei Acabe, quando Hiel, o betelita, reconstruiu a cidade à custa de seus dois filhos, cumprindo a maldição de Josué (Js 6.26; 1 Rs 16.34).
5 E será que, tocando-se prolongadamente a buzina de carneiro, ouvindo vós o seu sonido, todo o povo gritará com grande brado; e o muro da cidade cairá abaixo, e o povo subirá por ele, cada um em frente.
Os termos chifre de carneiro e buzina fazem referência ao mesmo tipo de instrumento. Tais expressões aludem a um chifre que é capaz de produzir apenas algumas notas. O objeto era usado principalmente como um sinal. Aqui, ele sinalizou a presença de Deus e anunciou o iminente destino de Jericó. O chifre é o instrumento mais comum mencionado no Antigo Testamento.
6 Então Josué, filho de Num, chamou aos sacerdotes e disse-lhes: Levai a arca da aliança; e sete sacerdotes levem sete buzinas de chifres de carneiros, adiante da arca do Senhor. 7 E disse ao povo: Passai e rodeai a cidade; e quem estiver armado, passe adiante da arca do Senhor.
As instruções de Josué, neste trecho, reproduzem os comandos de Deus transmitidos a ele nos versículos 2 a 5. A repetição enfatiza a importância da cerimônia solene da marcha rodeando a cidade.
8 E assim foi que, como Josué dissera ao povo, os sete sacerdotes, levando as sete buzinas de carneiros diante do Senhor, passaram e tocaram as buzinas; e a arca da aliança do Senhor os seguia. 9 E os homens armados iam adiante dos sacerdotes, que tocavam as buzinas; e a retaguarda seguia após a arca; andando e tocando as buzinas iam os sacerdotes.
Os armados é outra expressão militar e significa homens equipados para a guerra, enfatizando a força à medida que se preparavam para a batalha. A palavra retaguarda é rara, encontrada apenas nos versículos 9 e 13 deste capítulo, em Números 10.25 e, figurativamente falando de Deus, em Isaías 52.12. O contingente de guerreiros atribuídos à arca é, de fato, impressionante: primeiro, homens armados (v. 7,9), depois, sacerdotes tocando trombetas, em seguida, a arca em si carregada por sacerdotes (v. 8), e, por fim, a retaguarda (v. 9).
10 Porém ao povo Josué tinha dado ordem, dizendo: Não gritareis, nem fareis ouvir a vossa voz, nem sairá palavra alguma da vossa boca até ao dia que eu vos diga: Gritai. Então gritareis. 11 E fez a arca do Senhor rodear a cidade, contornando-a uma vez; e entraram no arraial, e ali passaram a noite.
Fez a arca do Senhor rodear a cidade. Vemos neste trecho que a narrativa continua colocando a arca em um lugar de destaque. As pessoas também circundaram a cidade, entretanto o foco era na arca.
12 Depois Josué se levantou de madrugada, e os sacerdotes levaram a arca do Senhor.
A expressão levantou de madrugada é encontrada em Josué 3.1; 6.15; 7.16; 8.10,14, bem como em vários versículos em Juízes. Levantar de madrugada (hb. shakam) está relacionado à palavra ombro (hb. shekem). O pensamento aqui alude ao fato de que um indivíduo deveria levantar-se cedo, colocar no ombro sua carga e, então, sair. Isso indica um bom início de dia. Neste caso, a tarefa em mãos não consumiria muito tempo, mas possuía tal importância espiritual que Josué, em seu afã, quis garantir um pronto começo.
13 E os sete sacerdotes, que levavam as sete buzinas de chifres de carneiros, adiante da arca do Senhor, iam andando, e tocavam as buzinas, e os homens armados iam adiante deles e a retaguarda seguia atrás da arca do Senhor; os sacerdotes iam andando e tocando as buzinas. 14 Assim rodearam outra vez a cidade no segundo dia e voltaram para o arraial; e assim fizeram seis dias. 15 E sucedeu que, ao sétimo dia, madrugaram ao subir da alva, e da mesma maneira rodearam a cidade sete vezes; naquele dia somente rodearam a cidade sete vezes. 16 E sucedeu que, tocando os sacerdotes pela sétima vez as buzinas, disse Josué ao povo: Gritai, porque o Senhor vos tem dado a cidade.
Ao sétimo dia, os israelitas marcharam circundando a cidade sete vezes, o que simbolizava a completude da tarefa.
17 Porém a cidade será anátema ao Senhor, ela e tudo quanto houver nela; somente a prostituta Raabe viverá; ela e todos os que com ela estiverem em casa; porquanto escondeu os mensageiros que enviamos. 18 Tão-somente guardai-vos do anátema, para que não toqueis nem tomeis alguma coisa dele, e assim façais maldito o arraial de Israel, e o perturbeis.
A importante palavra hebraica traduzida como anátema ocorre nestes dois versículos três vezes. Este vocábulo indica que a cidade de Jericó, junto com seus habitantes e tudo mais que estivesse lá, deveria ser destruída como uma oferta ao Senhor. Esta ideia aparece em especial no livro de Josué. Tal conceito está relacionado com a guerra; as coisas eram oferecidas ao Senhor sendo totalmente destruídas. Entretanto, isso não se limitava a Jericó; poderia acontecer a qualquer lugar, em relação a objetos opulentos (Js 7.1,11), a pessoas (Js 10.28,35,39,40; 11.11,20), e a cidades inteiras (Js 8.26; 10.1,37; 11.12,21). Esta prática, mesmo que citada grandemente no Antigo Testamento, não era comum nas demais culturas. Deus desejava que Israel se mantivesse imaculado, a fim de que refletisse Sua santidade. Nesta circunstância em particular, era de vital importância que os israelitas não fossem tentados pelas práticas de adoração pagã dos cananeus. A ordem de Deus para que os israelitas dedicassem a cidade de Jericó a Ele era similar ao Seu comando de ofertar as primícias da colheita. Caso Israel desobedecesse a este comando, os efeitos seriam desastrosos (cap. 7).
19 Porém toda a prata, e o ouro, e os vasos de metal, e de ferro são consagrados ao Senhor; irão ao tesouro do Senhor.
A palavra traduzida como consagrados quer dizer santos. Para que assim fossem, os valiosos materiais não deveriam ser destruídos, mas sim separados para o Senhor. A palavra tesouro também é usada para as riquezas no templo de Salomão (1 Rs 7.51). Entretanto, não foi mencionado nenhum templo na época de Josué. Assim, a natureza exata e a localização deste tesouro são desconhecidas. O tesouro da casa do Senhor só é citado no versículo 24. E possível que esteja associado à casa de Deus em Gilgal citada em Josué 9.23.
20 Gritou, pois, o povo, tocando os sacerdotes as buzinas; e sucedeu que, ouvindo o povo o sonido da buzina, gritou o povo com grande brado; e o muro caiu abaixo, e o povo subiu à cidade, cada um em frente de si, e tomaram a cidade.
Com a grande explosão das trombetas e o forte grito do povo, Deus miraculosamente entregou Jericó nas mãos dos israelitas: o muro caiu abaixo (desmoronou). A passagem da tomada de Jericó nos versículos 8 a 20 está relacionada a um estilo que constrói vagarosamente o clímax. Este primeiro grande obstáculo à posse da terra por Israel caiu apenas com o grito das pessoas. O fato de que foi completamente destruído em apenas um momento ilustra a total superioridade, sem necessidade de esforço, de Deus sobre os oponentes de Seu povo.
21 E tudo quanto havia na cidade destruíram totalmente ao fio da espada, desde o homem até à mulher, desde o menino até ao velho, e até ao boi e gado miúdo, e ao jumento. 22 Josué, porém, disse aos dois homens que tinham espiado a terra: Entrai na casa da mulher prostituta, e tirai-a de lá com tudo quanto tiver, como lhe tendes jurado. 23 Então entraram os jovens espias, e tiraram a Raabe e a seu pai, e a sua mãe, e a seus irmãos, e a tudo quanto tinha; tiraram também a toda a sua parentela, e os puseram fora do arraial de Israel.
Os dois espias que visitaram Raabe foram até sua casa e resgataram a prostituta e toda a família dela. Estes dois homens fizeram tal trabalho para que não houvesse erros acerca de quem deveriam remir. Notoriamente, Raabe, que foi salva da destruição total, tornou-se um membro da linhagem familiar de Jesus (Rt 4.18-22; Mt 1.5).
24 Porém a cidade e tudo quanto havia nela queimaram a fogo; tão-somente a prata, e o ouro, e os vasos de metal e de ferro, deram para o tesouro da casa do Senhor. 25 Assim deu Josué vida à prostituta Raabe e à família de seu pai, e a tudo quanto tinha; e habitou no meio de Israel até ao dia de hoje; porquanto escondera os mensageiros que Josué tinha enviado a espiar a Jericó.
Habitou no meio de Israel até ao dia de hoje. Estas palavras podem indicar que esta parte do livro de Josué, senão todo o livro, foi escrita durante o tempo de vida de Raabe. A razão pela qual o autor incluiu tal expressão foi autenticar sua narrativa. As pessoas poderiam ir e ver Raabe lá morando, caso não acreditassem na história. Isso também representa uma verdade no caso do altar de pedra em Josué 4-9, e na passagem das pedras que cobriam a caverna onde os reis cananeus foram enterrados (Js 10.27). Estas eram evidências tangíveis de que as pessoas poderiam confirmar o que acontecera. Tais acontecimentos não consistiam de histórias inventadas pela imaginação, a fim de dar a Israel um passado glorioso (mas fictício). Todos eram fatos reais, e as testemunhas dos eventos ainda estavam vivas.
26 E naquele tempo Josué os esconjurou, dizendo: Maldito diante do Senhor seja o homem que se levantar e reedificar esta cidade de Jericó; sobre seu primogênito a fundará, e sobre o seu filho mais novo lhe porá as portas.
A expressão Josué os esconjurou literalmente significa fez com que eles jurassem. Já a palavra maldito é uma das expressões comuns correspondentes a praguejar. O oposto é abençoar. Josué amaldiçoou qualquer tentativa de reconstrução de Jericó. A cidade foi esporadicamente ocupada depois disso (Js 18.21; Jz 3.13; 2 Sm 10.5), mas nunca mais como anteriormente. A maldição de Josué cumpriu-se drasticamente muitos séculos depois quando Hiel, de Betei, lançou seus alicerces e instalou suas portas a um grande custo pessoal (1 Rs 16.34). A linguagem usada na passagem de 1 Reis ecoa consistentemente esta passagem.
- Um resumo de Josué 6.1—8.29
A conquista das primeiras duas cidades é descrita em ricos detalhes, contrastando com o restante das vitórias, que são contadas brevemente e de maneira sistemática nos capítulos 10 e 11. Jericó era o portão para Canaã a partir do leste, sendo uma forte e poderosa cidade próxima à travessia do Jordão. O colapso de Jericó, por uma miraculosa intervenção de Deus, consistiu no dramático primeiro passo na tomada da terra (cap. 6). Uma parte crucial da conquista de Jericó deu-se quando os israelitas foram instruídos a destruir tudo o que havia na cidade, exceto Raabe e sua família. Entretanto, um homem, Acã, foi desobediente e, por causa disso, toda a nação sofreu a derrota no próximo encontro em Ai. Os líderes de Israel foram forçados a descobrir e lidar com este pecado (cap. 7). Depois disso, os israelitas tomaram A i com sucesso (cap. 8).
1 Ora Jericó estava rigorosamente fechada por causa dos filhos de Israel; ninguém saía nem entrava.
2 Então disse o Senhor a Josué: Olha, tenho dado na tua mão a Jericó, ao seu rei e aos seus homens valorosos.
A expressão tenho dado comunica que algo já havia acontecido, enfatizando o papel de Deus nas vitórias de Israel (Js 2.24).
3 Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, cercando-a uma vez; assim fareis por seis dias.
Jericó media menos de 800 m de circunferência, cerca de 3 hectares [1 hectare equivale a aproximadamente um campo de futebol], portanto a marcha cercando a cidade foi completada rapidamente. A expressão homens de guerra (também encontrada em Js 5.4,6 e 10.24) é, essencialmente, um sinônimo de valentes e valorosos (v. 2). Ela é usada por várias vezes no Pentateuco para aludir aos homens adultos que saíram do Egito, mas não foram autorizados a entrar na Terra Prometida (Nm 31.28,49; Dt 2.14,16). Agora, uma nova geração de guerreiros, pronta para lutar as batalhas do Senhor, foi designada por tal termo.
4 E sete sacerdotes levarão sete buzinas de chifres de carneiros adiante da arca, e no sétimo dia rodeareis a cidade sete vezes, e os sacerdotes tocarão as buzinas.
O número sete figura, de forma proeminente, nesta passagem: sete sacerdotes, sete buzinas, sete dias e sete cercos ao longo da cidade. Sete é um numeral importante nas Escrituras, começando com os sete dias da criação. E um número que indica a completude. Sua utilização neste trecho ajuda a demonstrar que a conquista de Jericó fez parte de um maior exercício espiritual que santificou o povo e a terra para Deus. Outro lembrete do significado espiritual do acontecimento é a presença da arca com o povo. jericó foi uma das cidades mais antigas da Palestina, localizada na margem oeste do rio Jordão, a quase 16 km ao norte do mar Morto. Lugar de uma primavera perene, Jericó atraiu muitos povos desde os tempos pré-históricos e foi a primeira cidade cananeia tomada pelos israelitas depois que estes cruzaram o Jordão (Js 6.1-21). Esteve praticamente abandonada até a época do rei Acabe, quando Hiel, o betelita, reconstruiu a cidade à custa de seus dois filhos, cumprindo a maldição de Josué (Js 6.26; 1 Rs 16.34).
5 E será que, tocando-se prolongadamente a buzina de carneiro, ouvindo vós o seu sonido, todo o povo gritará com grande brado; e o muro da cidade cairá abaixo, e o povo subirá por ele, cada um em frente.
Os termos chifre de carneiro e buzina fazem referência ao mesmo tipo de instrumento. Tais expressões aludem a um chifre que é capaz de produzir apenas algumas notas. O objeto era usado principalmente como um sinal. Aqui, ele sinalizou a presença de Deus e anunciou o iminente destino de Jericó. O chifre é o instrumento mais comum mencionado no Antigo Testamento.
7 E disse ao povo: Passai e rodeai a cidade; e quem estiver armado, passe adiante da arca do Senhor.
As instruções de Josué, neste trecho, reproduzem os comandos de Deus transmitidos a ele nos versículos 2 a 5. A repetição enfatiza a importância da cerimônia solene da marcha rodeando a cidade.
9 E os homens armados iam adiante dos sacerdotes, que tocavam as buzinas; e a retaguarda seguia após a arca; andando e tocando as buzinas iam os sacerdotes.
Os armados é outra expressão militar e significa homens equipados para a guerra, enfatizando a força à medida que se preparavam para a batalha. A palavra retaguarda é rara, encontrada apenas nos versículos 9 e 13 deste capítulo, em Números 10.25 e, figurativamente falando de Deus, em Isaías 52.12. O contingente de guerreiros atribuídos à arca é, de fato, impressionante: primeiro, homens armados (v. 7,9), depois, sacerdotes tocando trombetas, em seguida, a arca em si carregada por sacerdotes (v. 8), e, por fim, a retaguarda (v. 9).
11 E fez a arca do Senhor rodear a cidade, contornando-a uma vez; e entraram no arraial, e ali passaram a noite.
Fez a arca do Senhor rodear a cidade. Vemos neste trecho que a narrativa continua colocando a arca em um lugar de destaque. As pessoas também circundaram a cidade, entretanto o foco era na arca.
12 Depois Josué se levantou de madrugada, e os sacerdotes levaram a arca do Senhor.
A expressão levantou de madrugada é encontrada em Josué 3.1; 6.15; 7.16; 8.10,14, bem como em vários versículos em Juízes. Levantar de madrugada (hb. shakam) está relacionado à palavra ombro (hb. shekem). O pensamento aqui alude ao fato de que um indivíduo deveria levantar-se cedo, colocar no ombro sua carga e, então, sair. Isso indica um bom início de dia. Neste caso, a tarefa em mãos não consumiria muito tempo, mas possuía tal importância espiritual que Josué, em seu afã, quis garantir um pronto começo.
16 E sucedeu que, tocando os sacerdotes pela sétima vez as buzinas, disse Josué ao povo: Gritai, porque o Senhor vos tem dado a cidade.
Ao sétimo dia, os israelitas marcharam circundando a cidade sete vezes, o que simbolizava a completude da tarefa.
18 Tão-somente guardai-vos do anátema, para que não toqueis nem tomeis alguma coisa dele, e assim façais maldito o arraial de Israel, e o perturbeis.
A importante palavra hebraica traduzida como anátema ocorre nestes dois versículos três vezes. Este vocábulo indica que a cidade de Jericó, junto com seus habitantes e tudo mais que estivesse lá, deveria ser destruída como uma oferta ao Senhor. Esta ideia aparece em especial no livro de Josué. Tal conceito está relacionado com a guerra; as coisas eram oferecidas ao Senhor sendo totalmente destruídas. Entretanto, isso não se limitava a Jericó; poderia acontecer a qualquer lugar, em relação a objetos opulentos (Js 7.1,11), a pessoas (Js 10.28,35,39,40; 11.11,20), e a cidades inteiras (Js 8.26; 10.1,37; 11.12,21). Esta prática, mesmo que citada grandemente no Antigo Testamento, não era comum nas demais culturas. Deus desejava que Israel se mantivesse imaculado, a fim de que refletisse Sua santidade. Nesta circunstância em particular, era de vital importância que os israelitas não fossem tentados pelas práticas de adoração pagã dos cananeus. A ordem de Deus para que os israelitas dedicassem a cidade de Jericó a Ele era similar ao Seu comando de ofertar as primícias da colheita. Caso Israel desobedecesse a este comando, os efeitos seriam desastrosos (cap. 7).
19 Porém toda a prata, e o ouro, e os vasos de metal, e de ferro são consagrados ao Senhor; irão ao tesouro do Senhor.
A palavra traduzida como consagrados quer dizer santos. Para que assim fossem, os valiosos materiais não deveriam ser destruídos, mas sim separados para o Senhor. A palavra tesouro também é usada para as riquezas no templo de Salomão (1 Rs 7.51). Entretanto, não foi mencionado nenhum templo na época de Josué. Assim, a natureza exata e a localização deste tesouro são desconhecidas. O tesouro da casa do Senhor só é citado no versículo 24. E possível que esteja associado à casa de Deus em Gilgal citada em Josué 9.23.
20 Gritou, pois, o povo, tocando os sacerdotes as buzinas; e sucedeu que, ouvindo o povo o sonido da buzina, gritou o povo com grande brado; e o muro caiu abaixo, e o povo subiu à cidade, cada um em frente de si, e tomaram a cidade.
Com a grande explosão das trombetas e o forte grito do povo, Deus miraculosamente entregou Jericó nas mãos dos israelitas: o muro caiu abaixo (desmoronou). A passagem da tomada de Jericó nos versículos 8 a 20 está relacionada a um estilo que constrói vagarosamente o clímax. Este primeiro grande obstáculo à posse da terra por Israel caiu apenas com o grito das pessoas. O fato de que foi completamente destruído em apenas um momento ilustra a total superioridade, sem necessidade de esforço, de Deus sobre os oponentes de Seu povo.
23 Então entraram os jovens espias, e tiraram a Raabe e a seu pai, e a sua mãe, e a seus irmãos, e a tudo quanto tinha; tiraram também a toda a sua parentela, e os puseram fora do arraial de Israel.
Os dois espias que visitaram Raabe foram até sua casa e resgataram a prostituta e toda a família dela. Estes dois homens fizeram tal trabalho para que não houvesse erros acerca de quem deveriam remir. Notoriamente, Raabe, que foi salva da destruição total, tornou-se um membro da linhagem familiar de Jesus (Rt 4.18-22; Mt 1.5).
25 Assim deu Josué vida à prostituta Raabe e à família de seu pai, e a tudo quanto tinha; e habitou no meio de Israel até ao dia de hoje; porquanto escondera os mensageiros que Josué tinha enviado a espiar a Jericó.
Habitou no meio de Israel até ao dia de hoje. Estas palavras podem indicar que esta parte do livro de Josué, senão todo o livro, foi escrita durante o tempo de vida de Raabe. A razão pela qual o autor incluiu tal expressão foi autenticar sua narrativa. As pessoas poderiam ir e ver Raabe lá morando, caso não acreditassem na história. Isso também representa uma verdade no caso do altar de pedra em Josué 4-9, e na passagem das pedras que cobriam a caverna onde os reis cananeus foram enterrados (Js 10.27). Estas eram evidências tangíveis de que as pessoas poderiam confirmar o que acontecera. Tais acontecimentos não consistiam de histórias inventadas pela imaginação, a fim de dar a Israel um passado glorioso (mas fictício). Todos eram fatos reais, e as testemunhas dos eventos ainda estavam vivas.
26 E naquele tempo Josué os esconjurou, dizendo: Maldito diante do Senhor seja o homem que se levantar e reedificar esta cidade de Jericó; sobre seu primogênito a fundará, e sobre o seu filho mais novo lhe porá as portas.
A expressão Josué os esconjurou literalmente significa fez com que eles jurassem. Já a palavra maldito é uma das expressões comuns correspondentes a praguejar. O oposto é abençoar. Josué amaldiçoou qualquer tentativa de reconstrução de Jericó. A cidade foi esporadicamente ocupada depois disso (Js 18.21; Jz 3.13; 2 Sm 10.5), mas nunca mais como anteriormente. A maldição de Josué cumpriu-se drasticamente muitos séculos depois quando Hiel, de Betei, lançou seus alicerces e instalou suas portas a um grande custo pessoal (1 Rs 16.34). A linguagem usada na passagem de 1 Reis ecoa consistentemente esta passagem.
- Um resumo de Josué 6.1—8.29
Quando os líderes de Jericó ficaram sabendo que o povo israelita estava em volta de sua cidade, ordenaram que ninguém mais saísse ou entrasse, o povo ficou trancado dentro de seus muros. Deus falou a Josué nesse tempo dando orientações sobre o que ele deveria fazer para conquistar Jericó: – Vocês devem rodear a cidade por 6 dias. E no sétimo dia vocês rodearão a cidade mais uma vez. Os sacerdotes levaram as trombetas a frente do povo e nesse dia, ao soar das trombetas, todo o povo gritará e o muro da cidade irá cair.
Josué ainda os advertiu: Não gritareis, nem fareis ouvir a vossa voz, nem sairá palavra alguma da vossa boca, até ao dia em que eu vos diga: gritai! Então, gritareis. Josué 6:10 O povo cumpriu tudo que Deus havia pedido por meio de Josué, e marcharam em torno de Jericó durante 6 dias. E sucedeu que, na sétima vez, quando os sacerdotes tocavam as trombetas, disse Josué ao povo: Gritai, porque o Senhor vos entregou a cidade! Porém a cidade será condenada, ela e tudo quanto nela houver; somente viverá Raabe, a prostituta, e todos os que estiverem com ela em casa, porquanto escondeu os mensageiros que enviamos. ( Js 6.16) Os israelitas invadiram a cidade e mataram a todos os homens, mulheres e crianças. Josué os orientou que não tocassem em nada que fora oferecidos aos deuses do povo de Jericó. E o povo fez isso, e a família de Raabe foi poupada. No final da conquista Josué declarou: Maldito diante do SENHOR seja o homem que se levantar e reedificar esta cidade de Jericó; com a perda do seu primogênito lhe porá os fundamentos e, à custa do mais novo, às portas.
4. A vitória dos Judeus dependia da sua obediência a Deus
Josué ainda os advertiu:
Josué 7 .1- 26
E transgrediram os filhos de Israel no anátema; porque Acã filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zerá, da tribo de Judá, tomou do anátema, e a ira do SENHOR se acendeu contra os filhos de Israel.
Este versículo é uma transição entre a história da conquista de Jericó e a derrota em Ai. Esta narrativa é estabelecida no capítulo seguinte (especialmente nos v. 20,21). A expressão prevaricaram os filhos de Israel no anátema significa cometeram uma violação desleal.
Os nomes de Acã e de seus ancestrais encontrados neste versículo podem ser novamente observados em 1 Crônicas 2.6,7. Normalmente, toda vez que a ira do Senhor se acendia contra Israel, Ele alçava um adversário contra a nação para ameaçá-la e derrotá-la. Aqui, Deus usou o pequeno exército de Ai. A ira do Senhor não diminuiu até que Acã e sua família fossem punidos (7.26).
Enviando, pois, Josué, de Jericó, alguns homens a Ai, que está junto a Bete-Áven do lado do oriente de Betel, falou-lhes dizendo: Subi, e espiai a terra. Subiram, pois, aqueles homens, e espiaram a Ai.
Ai, que está junto a Bete-Àven, da banda do oriente de Betei. Isto é, Ai era uma pequena cidade a oeste de Jericó. Seu nome significa ruína e alguns inquirem se é possível que o nome aqui tenha alguma influência na interpretação propriamente dita do texto.
A palavra hebraica para espias (Js 2.1) e espiar (no versículo 2 como espiai) está relacionada ao termo correspondente a pés. Os espias examinaram a área indo até lá a pé.
E voltaram a Josué, e disseram-lhe: Não suba todo o povo; subam uns dois mil, ou três mil homens, a ferir a Ai; não fatigueis ali a todo o povo, porque poucos são.
A força de Israel de três mil homens era um pequeno contingente comparado ao total que tinha disponível. De acordo com Josué 4.13, o número de guerreiros somente do lado leste do Jordão era 40 mil homens.
Assim, subiram lá, do povo, uns três mil homens, os quais fugiram diante dos homens de Ai. E os homens de Ai feriram deles uns trinta e seis, e os perseguiram desde a porta até Sebarim, e os feriram na descida; e o coração do povo se derreteu e se tornou como água.
Israel sofreu trinta e seis baixas antes de bater em retirada. Embora de menor porte, esta foi a primeira derrota do povo na terra, e também foi uma grande surpresa, especialmente após os acontecimentos inspiradores do cerco a Jericó. Na descida. Este termo é para ressaltar a topografia da parte a oeste de Jericó que aumenta acentuadamente para fora do vale do Jordão. Ao que tudo indica, os homens de Ai perseguiram os israelitas na direção leste, para baixo das colinas íngremes, em direção a Jericó, de onde eles haviam saído.
O coração do povo se derreteu. Em uma virada irônica, as próprias palavras que Raabe usara para descrever o temor dos habitantes de Jericó em face dos israelitas (Js 2.11) são agora utilizadas para o medo destes em relação aos minúsculos homens de Ai. Os efeitos do pecado são geralmente muito desmoralizantes.
Então Josué rasgou as suas vestes, e se prostrou em terra sobre o seu rosto perante a arca do Senhor até à tarde, ele e os anciãos de Israel; e deitaram pó sobre as suas cabeças.
Rasgou as suas vestes e se prostrou em terra deitaram pó sobre as suas cabeças. As ações de luto demonstradas neste trecho são muito mais drásticas do que as do típico costume de luto do mundo moderno. Entretanto, eram reações normais em Israel e no antigo Oriente Médio. Outros hábitos lúgubres em Israel incluíam o choro (SI 6.6), batidas no peito (Is 32.12), levantar as mãos (Ed 9.5; SI 141-2), deitar-se ou sentar-se em silêncio (Jz 20.26; 2 Sm 3.35), vestir pano de saco (Gn 37.34), salpicar sobre o corpo cinzas, pó ou terra (2 Sm 15.32). Entretanto, os israelitas estavam estritamente proibidos de praticar os ritos de luto pagãos, tais como cortar o corpo ou rapar a barba (Lv 19.28; Dt 14.1; Jr 16.6).
E disse Josué: Ah! Senhor Deus! Por que, com efeito, fizeste passar a este povo o Jordão, para nos entregares nas mãos dos amorreus para nos fazerem perecer? Antes nos tivéssemos contentado em ficar além do Jordão! Ah, Senhor! Que direi? Pois Israel virou as costas diante dos inimigos! Ouvindo isto, os cananeus, e todos os moradores da terra, nos cercarão e desarraigarão o nosso nome da terra; e então que farás ao teu grande nome? Então disse o Senhor a Josué: Levanta-te; por que estás prostrado assim sobre o teu rosto? Israel pecou, e transgrediram a minha aliança que lhes tinha ordenado, e tomaram do anátema, e furtaram, e mentiram, e debaixo da sua bagagem o puseram. Por isso os filhos de Israel não puderam subsistir perante os seus inimigos; viraram as costas diante dos seus inimigos; porquanto estão amaldiçoados; não serei mais convosco, se não desarraigardes o anátema do meio de vós.
Nas palavras amargas de Josué ecoaram várias reclamações feitas pelos israelitas no deserto (Êx 16.3; 17.3; Nm 11.4-6; 14.2,3; 20.3-5). A certeza do passado sempre seria preferível às dificuldades do presente e à incerteza do futuro. O desejo de Josué de permanecer dalém (a leste) do Jordão demonstrava sua memória seletiva, visto que tal condição apresentava seus próprios problemas. Na verdade, houve tempos em que os israelitas desejaram retornar à escravidão egípcia (Nm 11.4-6).
Levanta-te, santifica o povo, e dize: Santificai-vos para amanhã, porque assim diz o Senhor Deus de Israel: Anátema há no meio de ti, Israel; diante dos teus inimigos não poderás suster-te, até que tireis o anátema do meio de vós. Amanhã, pois, vos chegareis, segundo as vossas tribos; e será que a tribo que o Senhor tomar se chegará, segundo as famílias; e a família que o Senhor tomar se chegará por casas; e a casa que o Senhor tomar se chegará homem por homem. E será que aquele que for tomado com o anátema será queimado a fogo, ele e tudo quanto tiver; porquanto transgrediu a aliança do Senhor, e fez uma loucura em Israel. Então Josué se levantou de madrugada, e fez chegar a Israel, segundo as suas tribos; e a tribo de Judá foi tomada; E, fazendo chegar a tribo de Judá, tomou a família dos zeraítas; e fazendo chegar a família dos zeraítas homem por homem, foi tomado Zabdi; E, fazendo chegar a sua casa, homem por homem, foi tomado Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zerá, da tribo de Judá. Então disse Josué a Acã: Filho meu, dá, peço-te, glória ao Senhor Deus de Israel, e faze confissão perante ele; e declara-me agora o que fizeste, não mo ocultes. E respondeu Acã a Josué, e disse: Verdadeiramente pequei contra o Senhor Deus de Israel, e fiz assim e assim. Quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos siclos de prata, e uma cunha de ouro, do peso de cinqüenta siclos, cobicei-os e tomei-os; e eis que estão escondidos na terra, no meio da minha tenda, e a prata por baixo dela. Então Josué enviou mensageiros, que foram correndo à tenda; e eis que tudo estava escondido na sua tenda, e a prata por baixo. Tomaram, pois, aquelas coisas do meio da tenda, e as trouxeram a Josué e a todos os filhos de Israel; e as puseram perante o Senhor. Então Josué, e todo o Israel com ele, tomaram a Acã filho de Zerá, e a prata, e a capa, e a cunha de ouro, e seus filhos, e suas filhas, e seus bois, e seus jumentos, e suas ovelhas, e sua tenda, e tudo quanto ele tinha; e levaram-nos ao vale de Acor. E disse Josué: Por que nos perturbaste? O Senhor te perturbará neste dia. E todo o Israel o apedrejou; e os queimaram a fogo depois de apedrejá-los. E levantaram sobre ele um grande montão de pedras, até o dia de hoje; assim o Senhor se apartou do ardor da sua ira; pelo que aquele lugar se chama o vale de Acor, até ao dia de hoje.
E transgrediram os filhos de Israel no anátema; porque Acã filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zerá, da tribo de Judá, tomou do anátema, e a ira do SENHOR se acendeu contra os filhos de Israel.
Este versículo é uma transição entre a história da conquista de Jericó e a derrota em Ai. Esta narrativa é estabelecida no capítulo seguinte (especialmente nos v. 20,21). A expressão prevaricaram os filhos de Israel no anátema significa cometeram uma violação desleal.
Os nomes de Acã e de seus ancestrais encontrados neste versículo podem ser novamente observados em 1 Crônicas 2.6,7. Normalmente, toda vez que a ira do Senhor se acendia contra Israel, Ele alçava um adversário contra a nação para ameaçá-la e derrotá-la. Aqui, Deus usou o pequeno exército de Ai. A ira do Senhor não diminuiu até que Acã e sua família fossem punidos (7.26).
Enviando, pois, Josué, de Jericó, alguns homens a Ai, que está junto a Bete-Áven do lado do oriente de Betel, falou-lhes dizendo: Subi, e espiai a terra. Subiram, pois, aqueles homens, e espiaram a Ai.
Ai, que está junto a Bete-Àven, da banda do oriente de Betei. Isto é, Ai era uma pequena cidade a oeste de Jericó. Seu nome significa ruína e alguns inquirem se é possível que o nome aqui tenha alguma influência na interpretação propriamente dita do texto.
A palavra hebraica para espias (Js 2.1) e espiar (no versículo 2 como espiai) está relacionada ao termo correspondente a pés. Os espias examinaram a área indo até lá a pé.
E voltaram a Josué, e disseram-lhe: Não suba todo o povo; subam uns dois mil, ou três mil homens, a ferir a Ai; não fatigueis ali a todo o povo, porque poucos são.
A força de Israel de três mil homens era um pequeno contingente comparado ao total que tinha disponível. De acordo com Josué 4.13, o número de guerreiros somente do lado leste do Jordão era 40 mil homens.
E os homens de Ai feriram deles uns trinta e seis, e os perseguiram desde a porta até Sebarim, e os feriram na descida; e o coração do povo se derreteu e se tornou como água.
Israel sofreu trinta e seis baixas antes de bater em retirada. Embora de menor porte, esta foi a primeira derrota do povo na terra, e também foi uma grande surpresa, especialmente após os acontecimentos inspiradores do cerco a Jericó. Na descida. Este termo é para ressaltar a topografia da parte a oeste de Jericó que aumenta acentuadamente para fora do vale do Jordão. Ao que tudo indica, os homens de Ai perseguiram os israelitas na direção leste, para baixo das colinas íngremes, em direção a Jericó, de onde eles haviam saído.
O coração do povo se derreteu. Em uma virada irônica, as próprias palavras que Raabe usara para descrever o temor dos habitantes de Jericó em face dos israelitas (Js 2.11) são agora utilizadas para o medo destes em relação aos minúsculos homens de Ai. Os efeitos do pecado são geralmente muito desmoralizantes.
Então Josué rasgou as suas vestes, e se prostrou em terra sobre o seu rosto perante a arca do Senhor até à tarde, ele e os anciãos de Israel; e deitaram pó sobre as suas cabeças.
Rasgou as suas vestes e se prostrou em terra deitaram pó sobre as suas cabeças. As ações de luto demonstradas neste trecho são muito mais drásticas do que as do típico costume de luto do mundo moderno. Entretanto, eram reações normais em Israel e no antigo Oriente Médio. Outros hábitos lúgubres em Israel incluíam o choro (SI 6.6), batidas no peito (Is 32.12), levantar as mãos (Ed 9.5; SI 141-2), deitar-se ou sentar-se em silêncio (Jz 20.26; 2 Sm 3.35), vestir pano de saco (Gn 37.34), salpicar sobre o corpo cinzas, pó ou terra (2 Sm 15.32). Entretanto, os israelitas estavam estritamente proibidos de praticar os ritos de luto pagãos, tais como cortar o corpo ou rapar a barba (Lv 19.28; Dt 14.1; Jr 16.6).
Por isso os filhos de Israel não puderam subsistir perante os seus inimigos; viraram as costas diante dos seus inimigos; porquanto estão amaldiçoados; não serei mais convosco, se não desarraigardes o anátema do meio de vós.
Nas palavras amargas de Josué ecoaram várias reclamações feitas pelos israelitas no deserto (Êx 16.3; 17.3; Nm 11.4-6; 14.2,3; 20.3-5). A certeza do passado sempre seria preferível às dificuldades do presente e à incerteza do futuro. O desejo de Josué de permanecer dalém (a leste) do Jordão demonstrava sua memória seletiva, visto que tal condição apresentava seus próprios problemas. Na verdade, houve tempos em que os israelitas desejaram retornar à escravidão egípcia (Nm 11.4-6).
- A maldição e a derrota
Aconteceu que um dos israelitas não obedeceu a Josué e a ordem de Deus de não pegar as coisas sacrificadas aos ídolos. A ira de Deus se ascendeu contra os filhos de Israel. E os homens de Josué foram espiar a terra de Ai que ficava próximo a eles. E quando voltaram disseram a Josué: – É uma cidade muito pequena, não precisamos enviar todos os nossos homens. Só vamos nos cansar… Envie apenas alguns homens, com certeza iremos vencer a batalha. Josué seguiu seu conselho e enviou 3 mil homens. Os habitantes de Ai atacaram o exercício de Israel com fúria e os fizeram fugir. Foi uma grande derrota. Todo o povo de Israel ficou arrasado e Josué rasgou suas vestes (tradição da época que significava profunda tristeza) e clamou a Deus: Ah! Senhor Deus! Por que, com efeito, fizeste passar a este povo o Jordão, para nos entregares nas mãos dos amorreus para nos fazerem perecer? Antes nos tivéssemos contentado em ficar além do Jordão! Ah, Senhor! Que direi? Pois Israel virou as costas diante dos inimigos! (Js 7.7,8) Então Deus revelou a Josué que alguém dentro do povo tinha pego das coisas proibidas e tinha violado sua aliança. Também instruiu Josué a reunir cada família e a queimar aquele que havia feito essas coisas. José seguiu a orientação de Deus e todas as famílias do povo foram reunidas, e uma a uma revistada. Quando um homem chamado Acã foi questionado, ele confessou: quando vi entre os despojos uma bela capa feita na Babilônia, dois quilos e quatrocentos gramas de prata e uma barra de ouro de seiscentos gramas, eu os cobicei e me apossei deles. Estão escondidos no chão da minha tenda, com a prata por baixo (Js 7.21) Assim que foi confirmado que Acã havia de fato roubado essas coisas todo o povo o levou até um vale, juntamente com sua família e com tudo o que possuía e os apedrejaram e queimaram tudo o que possuíam. Então a ira de Deus se aplacou. Sobre os restos de Acã e sua família ergueram um monte de pedras que está lá até hoje.
- A maldição e a derrota
Josué 8
A vitória sobre Ai foi a primeira vitória verdadeiramente militar de Israel na terra. Deus não estava mais irado com a nação, visto que a expiação do pecado fora feita, e a tarefa agora era continuar com a conquista. Assim, Ele deu a cidade de Ai nas mãos dos israelitas, que a conquistaram por meio de uma elaborada emboscada.
1 Então disse o SENHOR a Josué: Não temas, e não te espantes; toma contigo toda a gente de guerra, e levanta-te, sobe a Ai; olha que te tenho dado na tua mão o rei de Ai e o seu povo, e a sua cidade, e a sua terra.
As palavras não temas e não te espantes são o eco daquelas que Deus usou para encorajar Josué no versículo 9 do capítulo 1 deste livro. Os pecados de Acã quebraram a relação especial que Deus havia estabelecido com Seu povo, e, então, Deus reiterou Seu encorajamento a Josué. Essas palavras reforçam a declaração de Josué 7.26, de que Deus perdoara Israel, de que Ele se afastou do fogo de sua ira .
O termo mais comum para gente de guerra é homens de guerra (Js 5.4,6). Ao que tudo indica, esta expressão enfatiza a unidade de toda a nação na batalha, mesmo que, provavelmente, apenas os homens de fato lutassem.
Que te tenho dado. Esta expressão mostra que a conquista da cidade era certa, porque esta era a vontade de Deus.
2 Farás, pois, a Ai e a seu rei, como fizeste a Jericó, e a seu rei; salvo que, para vós, tomareis os seus despojos, e o seu gado; põe emboscadas à cidade, por detrás dela.
Ao contrário das instruções dadas sobre Jericó (Js 6.17-19), desta vez permitiu-se que os israelitas pegassem e guardassem para si os despojos da guerra. Se Acã tivesse sido menos ganancioso, ele também poderia ter participado deste momento. Entretanto, os israelitas ainda tinham o dever de exterminar os habitantes de Ai.
3 Então Josué levantou-se, e toda a gente de guerra, para subir contra Ai; e escolheu Josué trinta mil homens valorosos, e enviou-os de noite.
(Vvs. 3-13) Em face da guerra, este trecho bíblico, ao que parece, descreve duas forças de emboscada enviadas em dois diferentes dias (v. 3-9 e 10-13; especialmente v. 3,12). Entretanto, isso não está de acordo com as instruções de Deus no versículo 2 e apresenta a particular dificuldade de ter-se uma primeira força de emboscada de 30 mil homens (v. 3), sendo obrigados a passar duas noites e um dia escondendo-se perto de Ai sem serem notados pelos moradores locais (v. 3,9,13). Note também que toda a população do lugar, de acordo com o versículo 25, era de apenas 12 mil pessoas. É bastante provável que tenha havido apenas uma força de emboscada. Nesse caso, a melhor maneira de entender a passagem é ver os versículos 11 a 13 como um parêntese à parte, que recapitula os acontecimentos já descritos nos versículos 3 a 9. Desta forma, a sequência de acontecimentos seria como se segue: Josué seleciona um grupo de cinco mil homens para a emboscada a oeste de Ai, conforme Yahweh instruiu (v. 2-4,12,13). Depois, envia-os para o local (v. 9), e fica junto com a força militar (gente de guerra) com o objetivo de ficarem posicionados ao norte da cidade (v. 11). O próprio Josué passa a noite com estes homens (v. 9,13). Ele e o povo partem para Ai na manhã seguinte (v. 10).
4 E deu-lhes ordem, dizendo: Olhai! Ponde-vos de emboscadas contra a cidade, por detrás dela; não vos alongueis muito da cidade; e estai todos vós atentos. 5 Porém eu e todo o povo que está comigo nos aproximaremos da cidade; e será que, quando nos saírem ao encontro, como antes, fugiremos diante deles. 6 Deixai-os, pois, sair atrás de nós, até que os tiremos da cidade; porque dirão: Fogem diante de nós como antes. Assim fugiremos diante deles.
Um grupo seleto de homens deveria pôr emboscadas por detrás da cidade, isto é, a oeste. O grupo principal ficaria posicionado ao norte da cidade (v. 12,13).
7 Então saireis vós da emboscada, e tomareis a cidade; porque o Senhor vosso Deus vo-la dará nas vossas mãos.
Neste trecho bíblico, como em todas as partes dos livros históricos, as vitórias militares são atribuídas a Deus. Israel dependia completamente do Senhor para obter o sucesso na batalha.
8 E será que tomando vós a cidade, pôr-lhe-eis fogo; conforme a palavra do Senhor fareis; olhai que vo-lo tenho mandado.
Após a desobediência no capítulo 7, a obediência estrita era importante neste momento. Josué urgiu os israelitas que obedecessem aos comandos de Deus, e o povo concordou (v. 2,8,27).
9 Assim Josué os enviou, e eles se foram à emboscada; e ficaram entre Betel e Ai, ao ocidente de Ai; porém Josué passou aquela noite no meio do povo. 10 E levantou-se Josué de madrugada, e contou o povo; e subiram ele e os anciãos de Israel adiante do povo contra Ai. 11 E subiram também todos os homens de guerra, que estavam com ele; e aproximaram-se, e chegaram defronte da cidade; e alojaram-se do lado norte de Ai, e havia um vale entre eles e Ai. 12 Tomou também uns cinco mil homens, e pô-los de emboscada entre Betel e Ai, ao ocidente da cidade. 13 E puseram o povo, todo o arraial que estava ao norte da cidade, e a emboscada ao ocidente da cidade; e foi Josué aquela noite até ao meio do vale.
Os cinco mil homens formavam a força de emboscada posicionada a oeste da cidade (v. 3,12). O maior contingente de guerreiros ficou ao norte. Ao que tudo indica, Josué passou a noite com o povo, do outro lado do vale que os separava de Ai (v. 11), mas durante a noite ele saiu de lá e foi ao vale, preparando-se para os eventos do dia (v. 13).
14 E sucedeu que, vendo-o o rei de Ai, ele e todo o seu povo se apressaram, e se levantaram de madrugada, e os homens da cidade saíram ao encontro de Israel ao combate, ao tempo determinado, defronte das campinas; porém ele não sabia que se achava uma emboscada contra ele atrás da cidade. 15 Josué, pois, e todo o Israel se houveram como feridos diante deles, e fugiram pelo caminho do deserto.
Pelo caminho do deserto. Esta expressão pode meramente indicar que os homens de Ai fugiram desordenadamente em direção ao deserto. A mesma expressão é encontrada novamente em um contexto similar, em que a coalizão de israelitas preparou uma emboscada para os benjamitas em Gibeá (Jz 20.42). Além disso, a expressão ocorre em outro trecho, Êxodo 13.18, referindo-se à rota que Israel tomou do Egito ao longo do deserto.
16 Por isso todo o povo, que estava na cidade, foi convocado para os seguir; e seguiram a Josué e foram afastados da cidade. 17 E nem um só homem ficou em Ai, nem em Betel, que não saísse após Israel; e deixaram a cidade aberta, e seguiram a Israel.
Betel é uma importante cidade na Bíblia. Possui uma história que remete aos tempos patriarcais, pois lá Abraão ofereceu sacrifício ao Senhor (Gn 13.3) e Jacó teve um sonho vindo de Deus (Gn 28.10-22). Betei ficava perto de Ai pelo oeste Qs 7.2), embora o lugar exato seja alvo de discussões. Os habitantes de Betei saíram de sua cidade, a fim de ajudar os homens de Ai. Considerando que a emboscada israelita estava entre Betei e Ai, os moradores de Betei podem ter se sentido ameaçados pelos guerreiros de Deus. Ou, talvez Ai fosse um posto avançado da cidade maior, Betei (Js 7.3), e um ataque a Ai era entendido como um ataque a Betei. O texto não registra a destruição de Betei, embora seu rei esteja listado dentre aqueles derrotados por Josué (Js 12.16). Pode ser que, na conquista de Ai, Betei também tenha sido conquistada e não se fez necessária nenhuma referência adicional.
18 Então o Senhor disse a Josué: Estende a lança que tens na tua mão, para Ai, porque a darei na tua mão. E Josué estendeu a lança, que estava na sua mão, para a cidade.
Deus disse a Josué para estender a lança em direção à cidade, a fim de começar o ataque. Evidentemente, este sinal foi transmitido de alguma forma para aqueles que estavam em posição de emboscada (v. 19).
19 Então a emboscada se levantou apressadamente do seu lugar, e, estendendo ele a sua mão, correram e entraram na cidade, e a tomaram; e apressando-se, puseram fogo na cidade.
A vitória sobre Ai foi a primeira vitória verdadeiramente militar de Israel na terra. Deus não estava mais irado com a nação, visto que a expiação do pecado fora feita, e a tarefa agora era continuar com a conquista. Assim, Ele deu a cidade de Ai nas mãos dos israelitas, que a conquistaram por meio de uma elaborada emboscada.
1 Então disse o SENHOR a Josué: Não temas, e não te espantes; toma contigo toda a gente de guerra, e levanta-te, sobe a Ai; olha que te tenho dado na tua mão o rei de Ai e o seu povo, e a sua cidade, e a sua terra.
As palavras não temas e não te espantes são o eco daquelas que Deus usou para encorajar Josué no versículo 9 do capítulo 1 deste livro. Os pecados de Acã quebraram a relação especial que Deus havia estabelecido com Seu povo, e, então, Deus reiterou Seu encorajamento a Josué. Essas palavras reforçam a declaração de Josué 7.26, de que Deus perdoara Israel, de que Ele se afastou do fogo de sua ira .
O termo mais comum para gente de guerra é homens de guerra (Js 5.4,6). Ao que tudo indica, esta expressão enfatiza a unidade de toda a nação na batalha, mesmo que, provavelmente, apenas os homens de fato lutassem.
Que te tenho dado. Esta expressão mostra que a conquista da cidade era certa, porque esta era a vontade de Deus.
2 Farás, pois, a Ai e a seu rei, como fizeste a Jericó, e a seu rei; salvo que, para vós, tomareis os seus despojos, e o seu gado; põe emboscadas à cidade, por detrás dela.
Ao contrário das instruções dadas sobre Jericó (Js 6.17-19), desta vez permitiu-se que os israelitas pegassem e guardassem para si os despojos da guerra. Se Acã tivesse sido menos ganancioso, ele também poderia ter participado deste momento. Entretanto, os israelitas ainda tinham o dever de exterminar os habitantes de Ai.
(Vvs. 3-13) Em face da guerra, este trecho bíblico, ao que parece, descreve duas forças de emboscada enviadas em dois diferentes dias (v. 3-9 e 10-13; especialmente v. 3,12). Entretanto, isso não está de acordo com as instruções de Deus no versículo 2 e apresenta a particular dificuldade de ter-se uma primeira força de emboscada de 30 mil homens (v. 3), sendo obrigados a passar duas noites e um dia escondendo-se perto de Ai sem serem notados pelos moradores locais (v. 3,9,13). Note também que toda a população do lugar, de acordo com o versículo 25, era de apenas 12 mil pessoas. É bastante provável que tenha havido apenas uma força de emboscada. Nesse caso, a melhor maneira de entender a passagem é ver os versículos 11 a 13 como um parêntese à parte, que recapitula os acontecimentos já descritos nos versículos 3 a 9. Desta forma, a sequência de acontecimentos seria como se segue: Josué seleciona um grupo de cinco mil homens para a emboscada a oeste de Ai, conforme Yahweh instruiu (v. 2-4,12,13). Depois, envia-os para o local (v. 9), e fica junto com a força militar (gente de guerra) com o objetivo de ficarem posicionados ao norte da cidade (v. 11). O próprio Josué passa a noite com estes homens (v. 9,13). Ele e o povo partem para Ai na manhã seguinte (v. 10).
4 E deu-lhes ordem, dizendo: Olhai! Ponde-vos de emboscadas contra a cidade, por detrás dela; não vos alongueis muito da cidade; e estai todos vós atentos.
6 Deixai-os, pois, sair atrás de nós, até que os tiremos da cidade; porque dirão: Fogem diante de nós como antes. Assim fugiremos diante deles.
Um grupo seleto de homens deveria pôr emboscadas por detrás da cidade, isto é, a oeste. O grupo principal ficaria posicionado ao norte da cidade (v. 12,13).
7 Então saireis vós da emboscada, e tomareis a cidade; porque o Senhor vosso Deus vo-la dará nas vossas mãos.
8 E será que tomando vós a cidade, pôr-lhe-eis fogo; conforme a palavra do Senhor fareis; olhai que vo-lo tenho mandado.
9 Assim Josué os enviou, e eles se foram à emboscada; e ficaram entre Betel e Ai, ao ocidente de Ai; porém Josué passou aquela noite no meio do povo.
Os cinco mil homens formavam a força de emboscada posicionada a oeste da cidade (v. 3,12). O maior contingente de guerreiros ficou ao norte. Ao que tudo indica, Josué passou a noite com o povo, do outro lado do vale que os separava de Ai (v. 11), mas durante a noite ele saiu de lá e foi ao vale, preparando-se para os eventos do dia (v. 13).
15 Josué, pois, e todo o Israel se houveram como feridos diante deles, e fugiram pelo caminho do deserto.
17 E nem um só homem ficou em Ai, nem em Betel, que não saísse após Israel; e deixaram a cidade aberta, e seguiram a Israel.
Betel é uma importante cidade na Bíblia. Possui uma história que remete aos tempos patriarcais, pois lá Abraão ofereceu sacrifício ao Senhor (Gn 13.3) e Jacó teve um sonho vindo de Deus (Gn 28.10-22). Betei ficava perto de Ai pelo oeste Qs 7.2), embora o lugar exato seja alvo de discussões. Os habitantes de Betei saíram de sua cidade, a fim de ajudar os homens de Ai. Considerando que a emboscada israelita estava entre Betei e Ai, os moradores de Betei podem ter se sentido ameaçados pelos guerreiros de Deus. Ou, talvez Ai fosse um posto avançado da cidade maior, Betei (Js 7.3), e um ataque a Ai era entendido como um ataque a Betei. O texto não registra a destruição de Betei, embora seu rei esteja listado dentre aqueles derrotados por Josué (Js 12.16). Pode ser que, na conquista de Ai, Betei também tenha sido conquistada e não se fez necessária nenhuma referência adicional.
18 Então o Senhor disse a Josué: Estende a lança que tens na tua mão, para Ai, porque a darei na tua mão. E Josué estendeu a lança, que estava na sua mão, para a cidade.
Deus disse a Josué para estender a lança em direção à cidade, a fim de começar o ataque. Evidentemente, este sinal foi transmitido de alguma forma para aqueles que estavam em posição de emboscada (v. 19).
19 Então a emboscada se levantou apressadamente do seu lugar, e, estendendo ele a sua mão, correram e entraram na cidade, e a tomaram; e apressando-se, puseram fogo na cidade.
Dentre todas as cidades que Israel derrotou, houve apenas três registros de locais incendiados: Jericó (Js 6.24), Ai (Js 8.19) e Hazor t Os 11.11). O povo de Israel deveria viver e desfrutar das cidades da terra. A maioria das batalhas travadas pelos israelitas dava-se nos campos. Eles geralmente não destruíam as cidades.
Dentre todas as cidades que Israel derrotou, houve apenas três registros de locais incendiados: Jericó (Js 6.24), Ai (Js 8.19) e Hazor t Os 11.11). O povo de Israel deveria viver e desfrutar das cidades da terra. A maioria das batalhas travadas pelos israelitas dava-se nos campos. Eles geralmente não destruíam as cidades.
20 E virando-se os homens de Ai para trás, olharam, e eis que a fumaça da cidade subia ao céu, e não puderam fugir nem para uma parte nem para outra, porque o povo, que fugia para o deserto, se tornou contra os que os seguiam. 21 E vendo Josué e todo o Israel que a emboscada tomara a cidade, e que a fumaça da cidade subia, voltaram, e feriram os homens de Ai. 22 Também aqueles da cidade lhes saíram ao encontro, e assim ficaram no meio dos israelitas, uns de uma, e outros de outra parte; e feriram-nos, até que nenhum deles sobreviveu nem escapou. 23 Porém ao rei de Ai tomaram vivo, e o trouxeram a Josué.
Os israelitas deveriam tratar o rei ; de Ai exatamente como trataram o rei de Jericó: (v.2) O capítulo 6 não especifica o que eles fizeram com o rei de Jericó, mas podemos deduzir, por causa de Josué 8.29, que o mataram e expuseram seu corpo de uma forma humilhante.
24 E sucedeu que, acabando os israelitas de matar todos os moradores de Ai no campo, no deserto, onde os tinham seguido, e havendo todos caído ao fio da espada, até serem consumidos, todo o Israel se tornou a Ai e a feriu ao fio de espada. 25 E todos os que caíram aquele dia, assim homens como mulheres, foram doze mil, todos moradores de Ai. 26 Porque Josué não retirou a sua mão, que estendera com a lança, até destruir totalmente a todos os moradores de Ai.
Josué não retirou a sua mão. Esta expressão mostra que Josué manteve seu braço altivo, empunhando a lança, até que a derrota de Ai estivesse completa. A lança erguida era mais do que um sinal do começo da batalha, era também um símbolo da presença e do auxílio de Deus na luta (v. 1). Esse episódio tem um paralelo muito próximo com a narrativa de Êxodo 17.8-16, em que os israelitas lutaram contra os amalequitas e Moisés ergueu suas mãos segurando a vara de Deus (Ex 17.9). Nesta passagem, os braços alçados de Moisés representavam a presença de Deus, pois a batalha ficava a favor de Israel quando os braços de Moisés estavam levantados, e contra o povo de Deus no momento em que o profeta se cansava e abaixava as mãos. A repetição deste fato com Josué mostra mais uma vez que este era o merecido sucessor de Moisés (Js 1.1,5; 24.29). Perceba que Josué era o líder militar quando Moisés ergueu suas mãos, e agora ele estava na posição de seu antigo guia enquanto os outros continuavam a batalha.
27 Tão-somente os israelitas tomaram para si o gado e os despojos da cidade, conforme à palavra do Senhor, que tinha ordenado a Josué.
Deus tinha deixado claro que os israelitas poderiam tomar os despojos da cidade e seus animais (v. 2), mas nada além disso. A expressão conforme a palavra do Senhor indica que eles executaram Suas instruções, incluindo o tratamento aplicado ao rei de Ai (v. 29).
28 Queimou, pois, Josué a Ai e a tornou num montão perpétuo, em ruínas, até ao dia de hoje.
A palavra montão faz referência a um monte de ruínas. Antigas cidades eram geralmente construídas sobre os pontos mais altos da terra, perto de fontes de água, e, quando um povoado era destruído, erguia-se uma nova cidade no mesmo lugar, em cima dos escombros compactados e assentados da antiga cidade. Assim, ao longo do tempo, cidades foram construídas no topo de amontoados extensos e comprimidos de ruínas. Ai não foi reconstruída. Desta forma, permaneceu como um monte de destroços. A palavra hebraica (tel) para monte é encontrada apenas em alguns lugares na Bíblia (Js 8.28; Dt 13.16; 11.13; Jr 30.18; 49.2), e tais lugares são nomeados nas Escrituras como Tel-Melá e Tel-Harsa (Ed 2.59) ou Tel-Abibe (Ez 3.15). O equivalente árabe da palavra tel é usado hoje como parte dos nomes de muitos lugares em Israel. A palavra Ai, propriamente, quer dizer ruína, assim o julgamento implícito em seu nome torna-se agora explícito neste jogo de palavras
29. E ao rei de Ai enforcou num madeiro, até à tarde; e ao pôr do sol ordenou Josué que o seu corpo fosse tirado do madeiro; e o lançaram à porta da cidade, e levantaram sobre ele um grande montão de pedras, até o dia de hoje.
23 Porém ao rei de Ai tomaram vivo, e o trouxeram a Josué.
Os israelitas deveriam tratar o rei ; de Ai exatamente como trataram o rei de Jericó: (v.2) O capítulo 6 não especifica o que eles fizeram com o rei de Jericó, mas podemos deduzir, por causa de Josué 8.29, que o mataram e expuseram seu corpo de uma forma humilhante.
26 Porque Josué não retirou a sua mão, que estendera com a lança, até destruir totalmente a todos os moradores de Ai.
Josué não retirou a sua mão. Esta expressão mostra que Josué manteve seu braço altivo, empunhando a lança, até que a derrota de Ai estivesse completa. A lança erguida era mais do que um sinal do começo da batalha, era também um símbolo da presença e do auxílio de Deus na luta (v. 1). Esse episódio tem um paralelo muito próximo com a narrativa de Êxodo 17.8-16, em que os israelitas lutaram contra os amalequitas e Moisés ergueu suas mãos segurando a vara de Deus (Ex 17.9). Nesta passagem, os braços alçados de Moisés representavam a presença de Deus, pois a batalha ficava a favor de Israel quando os braços de Moisés estavam levantados, e contra o povo de Deus no momento em que o profeta se cansava e abaixava as mãos. A repetição deste fato com Josué mostra mais uma vez que este era o merecido sucessor de Moisés (Js 1.1,5; 24.29). Perceba que Josué era o líder militar quando Moisés ergueu suas mãos, e agora ele estava na posição de seu antigo guia enquanto os outros continuavam a batalha.
27 Tão-somente os israelitas tomaram para si o gado e os despojos da cidade, conforme à palavra do Senhor, que tinha ordenado a Josué.
Deus tinha deixado claro que os israelitas poderiam tomar os despojos da cidade e seus animais (v. 2), mas nada além disso. A expressão conforme a palavra do Senhor indica que eles executaram Suas instruções, incluindo o tratamento aplicado ao rei de Ai (v. 29).
28 Queimou, pois, Josué a Ai e a tornou num montão perpétuo, em ruínas, até ao dia de hoje.
Conforme Deus havia ordenado (v. 27), Josué executou o rei de Ai e expôs seu corpo em um madeiro (veja uma ação similar em Js 10.26). Entretanto, o corpo foi retirado de lá ao pôr-do-sol, de acordo com a ordenança em Deuteronômio que dizia que o cadáver não poderia ser exposto durante a noite. Nestes textos, enforcar quer dizer expor o corpo atravessado por uma estaca afiada de madeira como um símbolo de vergonha e horror, e não pendurá-lo pelo pescoço.
O destino do rei neste versículo foi igual ao de Acã, em Josué 7.26. Deus não beneficiava Seu próprio povo quando ele desobedecia de modo insolente. O Senhor muito menos favorecia os perversos cananeus. Por causa de seu pecado, Acã foi expulso de Israel e tratado como um legítimo cananeu.
Um grande montão de pedras. Uma palavra hebraica diferente do versículo 28, mas que corresponde a monte, é usada nesta expressão, e a conexão entre elas é clara; possuem o mesmo sentido.- Josué invade Ai
Os capítulos sete e oito formam uma unidade. O capítulo 8 está relacionado ao sete, não apenas pelo uso do advérbio “então” (, mas pelo paralelismo de eventos e idéias que contrastam com o capítulo sete. Vejamos.
A. No capítulo 7 os israelitas fracassam em função do pecado de Acã: A cidade de Ai triunfa. No capítulo 8 os judeus triunfam em função da eliminação do pecado: A cidade de Ai é destruída.
B. O capítulo 7 trata das causas do fracasso na conquista. O capítulo 8 da restauração do ciclo de vitórias do povo.
C. No capítulo 7 o pecado é banido. No capítulo 8 segue-se à confirmação do mal extirpado.
D. No capítulo 7 a comunidade sofre. No capítulo 8 a comunidade regozija.
E prevaricaram os filhos de Israel no anátema; porque Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zerá, da tribo de Judá, tomou do anátema, e a ira do Senhor se acendeu contra os filhos de Israel.
a) Prevaricaram. O número gramatical do verbo “prevaricar”, expressa o conceito e senso comunitário das tribos de Israel. Toda congregação tornou-se culpada pelo pecado de um só homem, Acã. Em nossa obra, A Família no Antigo Testamento: história e sociologia, explicamos que o modelo social pelo qual as tribos de Israel viviam era a solidariedade mecânica, conforme proposta pelo teórico social Durkheim.
Neste tipo de solidariedade, os indivíduos possuem sua identidade e unidade tribal, mediante a família, a religião, a tradição e costumes vividos pela totalidade das tribos. Todos, igualmente, vivem os mesmos valores, seguindo a tradição ancestral da qual a coletividade procede. Uma “família-tronco” perpetua-se em torno do chefe de família pela instituição de um “herdeiro associado”.
Por conseguinte, o fato de um pecado pessoal transtornar toda uma comunidade deve-se, em grande parte, à estrutura deste tipo de sociedade. As famílias, separadas por clãs patronímicos, mas unidas pela identidade coletiva, normalmente não agiam sozinhas, mas em grupo. A identidade de um indivíduo confundia-se com o grupo a que pertencia.
O povo de Israel, portanto, valorizava a integração e a interdependência entre as tribos e as pessoas, como valores imprescindíveis à unidade do povo. Quando um israelita pecava, todo o povo assumia a responsabilidade pela transgressão cometida. Por isso, todo o Israel foi castigado em consequência do pecado de Acã (vv. 11,12).
Israel, a totalidade do povo, era um corpo composto por vários membros (cada uma das tribos). O texto de Números 1.2, apresenta adequadamente esse conceito: “Levantai o censo de toda a congregação dos filhos de Israel, segundo as suas famílias, segundo a casa de seus pais, contando todos os homens, nominalmente, cabeça por cabeça” .
Um pecado praticado por um membro da “casa” afetava a totalidade da ‘ (congregação). Os versículos 13-19 têm como fundamento sociológico estas divisões: “santifica o povo” (v.13); “vossas tribos” (v.14); “segundo as famílias” (v.14); “chegará por casas” (v.14); “chegará homem por homem” (v.14). De acordo com esses princípios, o pecado de um afeta a todos. Esse mesmo princípio afeta também a igreja. Atente, por exemplo, aos textos paulinos em 1 Co 5; 12; 14. Ou ainda Rm 5.12-21, onde encontramos as consequências da transgressão de Adão e os efeitos da obediência de Cristo disseminados a toda humanidade.
b) Anátema. O termo significa “maldição”.
Um caso significativo para entendermos o conceito está em Números 21.2,3, quando os israelitas prometem “destruir totalmente” as cidades da região sul de Canaã . Isto quer dizer que essas cidades seriam “consagradas ao Senhor para destruição”, constituindo-se, portanto, em cidades anátemas ou consagradas para a ruína.
Um dos objetivos primários para que o exército de Israel assim procedesse, encontra-se em Deuteronômio 13.12-17. Especificamente, o versículo 16 afirma: “E ajuntarás todo o seu despojo no meio da sua praça e a cidade e todo o seu despojo queimarás totalmente para o Senhor, teu Deus, e será montão perpétuo, nunca mais se edificará”.
Desejava-se com isto, evitar que o povo se corrompesse, espiritual e moralmente, com as riquezas sacrificadas aos demônios-ídolos (Dt 32.16,17; Lv 17.7; 2 Cr 11.15). Jericó estava, portanto, debaixo dessa lei. O versículo 17 confirma: “Também nada se pegará à tua mão do anátema, para que o Senhor se aparte do ardor de sua ira, e te faça misericórdia, e tenha piedade de ti, e te multiplique, como jurou a teus pais”.
Caso alguém dentre o povo desobedecesse a esta lei irrevogável e inexorável, o oposto à promessa seria o juízo sobre o povo: inclemência e crueldade no lugar da misericórdia; impiedade ou “desumanidade” no lugar de piedade; divisão e extermínio da raça em vez de multiplicação da descendência.
Foi justamente o antônimo desses léxicos beatíficos (misericórdia, piedade e multiplicação) que se deu inicio na conquista de Ai. Os versículos 11 e 12 da Leitura Bíblica confirmam essa assertiva: “Israel pecou, e até transgrediram o meu concerto que lhes tinha ordenado, e até tomaram do anátema, e também, furtaram, e também mentiram, e até debaixo da sua bagagem o puseram. Pelo que os filhos de Israel não puderam subsistir perante os seus inimigos; viraram as costas diante dos seus inimigos, porquanto estão amaldiçoados; não serei mais convosco, se não desarraigardes o anátema do meio de vós.”
Este castigo é a resposta da “ira de Deus” contra o pecado. Naquele fatídico dia, “os homens de Ai feriram deles alguns trinta e seis, e seguiram-nos desde a porta até Sebarim, e feriram-nos na descida; e o coração do povo se derreteu e se tornou como água” (v.5 v.13,15).
Somente a expiação da culpa, isto é, a eliminação do pecador, interromperia o processo iniciado em Ai (vv. 24,25-8.1ss). A transgressão de Acã, segue-se imediatamente à identificação da linhagem do “perturbador” de Israel.
c) A ira do Senhor. No versículo 26, a expressão “ardor da sua ira” ’ tem sentido antropomórfico, “o furor das suas narinas”. Daí os autores usarem a figura do “nariz fumegante do Senhor”, para expressar a ira divina.
A ira do Senhor designa tanto a justiça de Deus que pune os homens maus, como também ao seu descontentamento com aquilo que é malévolo ou injusto. A ira do Senhor é contra o pecado, a fim de extirpá-lo da congregação santa. Assim sendo, encerra o versículo 26: “Assim o Senhor se tornou do ardor da sua ira; pelo que se chamou o nome daquele lugar o vale de Acor”, isto é, o “vale da perturbação”. No profetismo tardio, “vale de Acor", tornar-se-ia “lugar de esperança” (Os 2.14,15).
- O que podemos aprender com os episódios da tomada de Ai:
Observe o efeito deletério do pecado e a autoconfiança desprovida da bênção de Deus. A cidade de Ai estava em menor número: “Não suba todo o povo; subam uns dois mil ou três mil homens, a ferir Ai; não fatigueis ali todo povo, porque são poucos os inimigos” (7.3). Consideravam-se vitoriosos pela pequenez do exército de Ai, entretanto, foram derrotados e humilhados.
Neste episódio, Josué ouve os espias e fracassa (7.2,3). Depois ouve a Deus e triunfa (7.7-15). Por que não fez o inverso? Por que não consultou a Deus? Deste fato podemos extrair sete preciosas lições para nossas vidas, quais sejam:- Uma poderosa vitória ontem, não garante uma pequena vitória amanhã;
- Apesar de os fatos estarem a nosso favor, é melhor consultar e confiar em Deus. Orar, mesmo por aquilo que parece óbvio, é uma demonstração de submissão irrestrita ao Senhor.
- É sempre melhor ouvir a Deus do que os homens, até mesmo quando os fatos e as coisas estão evidentes. Como afirma o Salmo 118.8: "É melhor confiar no Senhor do que confiar no homem".
- Depender de Deus significa dar prioridade a Deus em tudo.
- A santificação é indispensável à vitória. A santificação de ontem garante a vitória de hoje. Todavia, para vencermos depois de amanhã é necessário continuar o processo iniciado anteontem (7.13).
- Muitos cristãos fracassam mesmo quando a batalha é pequena, mesmo quando o inimigo, seja ele qual for, não se apresenta renhido, tudo isso porque prefere confiar na própria força, méritos, inteligência e justiça.
- O justo confia e consulta o Senhor e não se aparta Dele! Sabe que, grande ou pequeno o problema, quem o faz triunfar é Cristo.
Conforme Deus havia ordenado (v. 27), Josué executou o rei de Ai e expôs seu corpo em um madeiro (veja uma ação similar em Js 10.26). Entretanto, o corpo foi retirado de lá ao pôr-do-sol, de acordo com a ordenança em Deuteronômio que dizia que o cadáver não poderia ser exposto durante a noite. Nestes textos, enforcar quer dizer expor o corpo atravessado por uma estaca afiada de madeira como um símbolo de vergonha e horror, e não pendurá-lo pelo pescoço.
O destino do rei neste versículo foi igual ao de Acã, em Josué 7.26. Deus não beneficiava Seu próprio povo quando ele desobedecia de modo insolente. O Senhor muito menos favorecia os perversos cananeus. Por causa de seu pecado, Acã foi expulso de Israel e tratado como um legítimo cananeu.
Um grande montão de pedras. Uma palavra hebraica diferente do versículo 28, mas que corresponde a monte, é usada nesta expressão, e a conexão entre elas é clara; possuem o mesmo sentido.
- Josué invade Ai
- O que podemos aprender com os episódios da tomada de Ai:
- Uma poderosa vitória ontem, não garante uma pequena vitória amanhã;
- Apesar de os fatos estarem a nosso favor, é melhor consultar e confiar em Deus. Orar, mesmo por aquilo que parece óbvio, é uma demonstração de submissão irrestrita ao Senhor.
- É sempre melhor ouvir a Deus do que os homens, até mesmo quando os fatos e as coisas estão evidentes. Como afirma o Salmo 118.8: "É melhor confiar no Senhor do que confiar no homem".
- Depender de Deus significa dar prioridade a Deus em tudo.
- A santificação é indispensável à vitória. A santificação de ontem garante a vitória de hoje. Todavia, para vencermos depois de amanhã é necessário continuar o processo iniciado anteontem (7.13).
- Muitos cristãos fracassam mesmo quando a batalha é pequena, mesmo quando o inimigo, seja ele qual for, não se apresenta renhido, tudo isso porque prefere confiar na própria força, méritos, inteligência e justiça.
- O justo confia e consulta o Senhor e não se aparta Dele! Sabe que, grande ou pequeno o problema, quem o faz triunfar é Cristo.
5. Josué socorre de Gibeão e derrota diversas Nações pelo Senhor
Josué 10. 1- 42
O rei de Jerusalém, o mais próximo da tetrápolis gibeonita, assumiu a liderança na convocação dos aliados para punir os heveus pela sua traição e evitar que os israelitas tomassem suas cidades.
1 E sucedeu que, ouvindo Adoni-Zedeque, rei de Jerusalém, que Josué tomara a Ai, e a tinha destruído totalmente, e fizera a Ai, e ao seu rei, como tinha feito a Jericó e ao seu rei, e que os moradores de Gibeom fizeram paz com os israelitas, e estavam no meio deles,
Adoni-Zedeque é quase sinônimo de Melquisedeque (Gn 14:18), ambos nomes bastante comuns ou títulos de reis jebuseus. Os jebuseus (Js 15:63) eram uma mistura racial de amorreus, heteus (isto é, hatians não indo-europeus) e hurrianos, conforme Êx. 16:3 e o nome Araúna (palavra hurriana para “o rei”) em II Sm. 24:18, 23 indicam. Adoni-Zedeque devia ser um predecessor de Abdi-Eba, rei de Jerusalém nas Cartas de Amarna. Meredith Kline declarou lucidamente , soldados mercenários com seus carros, infiltrando-se da Síria em socorro dos reis cananitas que se rebelaram contra o Egito, não podiam ter sido identificados com os israelitas nem incluir (exceto possivelmente perto de Siquém) a massa dos israelitas vindos da Transjordânia para destruir os cananitas e formar uma nação.
De acordo com as Canas de Amarna, lá por 1375 A.C,, havia apenas quatro principais cidades-estados independentes ao sul da Palestina – Jerusalém, Shuwardata, Gezer e Laquis (as duas últimas hostis a Jerusalém). Jarmute e Eglom eram governadas por oficiais egípcios. Nos dias de Josué, contudo, contando Jericó. Ai, Betel, Gibeom e as cidades dos outros reis cananitas do sul, mencionados em Is. 12:9-16, havia cerca de vinte cidades-estados. Mas antes do período de Amaina, Israel já tinha tomado muitas destas cidades deixando as outras com suspeitas mútuas.
2 Temeram muito, porque Gibeom era uma cidade grande, como uma das cidades reais, e ainda maior do que Ai, e todos os seus homens valentes.
3 Pelo que Adoni-Zedeque, rei de Jerusalém, enviou a Hoão, rei de Hebrom, e a Pirão, rei de Jarmute, e a Jafia, rei de Laquis e a Debir, rei de Eglom, dizendo:
Hebrom. A cidade antiga evidentemente ficava sobre Jeber er-Rumeidi, exatamente a oeste da atual cidade, a 30 kms ao sul de Jerusalém. Jarmute. Quirbete Yarmuque, 25kms a sudoeste de Jerusalém. Laquis. Tel ed-Duweir, 43kms a sudoeste de Jerusalém. Eglom. Talvez Tell el-Hesi, mais de 11 kms a oeste de Laquis.
4 Subi a mim, e ajudai-me, e firamos a Gibeom, porquanto fez paz com Josué e com os filhos de Israel.
5 Então se ajuntaram, e subiram cinco reis dos amorreus, o rei de Jerusalém, o rei de Hebrom, o rei de Jarmute, o rei de Laquis, o rei de Eglom, eles e todos os seus exércitos; e sitiaram a Gibeom e pelejaram contra ela.
- A Batalha de Um dia Extraordinário (vs. 6-21).
6 Enviaram, pois, os homens de Gibeom a Josué, ao arraial de Gilgal, dizendo: Não retires as tuas mãos de teus servos; sobe apressadamente a nós, e livra-nos e ajuda-nos, porquanto todos os reis dos amorreus, que habitam na montanha, se ajuntaram contra nós.
7 Então subiu Josué, de Gilgal, ele e toda a gente de guerra com ele, e todos os homens valorosos.
8 E o Senhor disse a Josué: Não os temas, porque os tenho dado na tua mão; nenhum deles te poderá resistir.
9 E Josué lhes sobreveio de repente, porque toda a noite veio subindo desde Gilgal.
10 E o Senhor os conturbou diante de Israel, e os feriu com grande matança em Gibeom; e perseguiu-os pelo caminho que sobe a Bete-Horom, e feriu-os até Azeca e a Maquedá.
11 E sucedeu que fugindo eles de diante de Israel, à descida de Bete-Horom, o Senhor lançou sobre eles, do céu, grandes pedras, até Azeca, e morreram; e foram muitos mais os que morreram das pedras da saraiva do que os que os filhos de Israel mataram à espada.
12 Então Josué falou ao Senhor, no dia em que o Senhor deu os amorreus nas mãos dos filhos de Israel, e disse na presença dos israelitas: Sol, detém-te em Gibeom, e tu, lua, no vale de Ajalom.
13 E o sol se deteve, e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Isto não está escrito no livro de Jasher? O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro.
14 E não houve dia semelhante a este, nem antes nem depois dele, ouvindo o Senhor assim a voz de um homem; porque o Senhor pelejava por Israel.
15 E voltou Josué, e todo o Israel com ele, ao arraial, em Gilgal.
16 Aqueles cinco reis, porém, fugiram, e se esconderam numa cova em Maquedá.
17 E foi anunciado a Josué, dizendo: Acharam-se os cinco reis escondidos numa cova em Maquedá.
18 Disse, pois, Josué: Arrastai grandes pedras à boca da cova, e ponde sobre ela homens que os guardem;
19 Porém vós não vos detenhais; persegui os vossos inimigos, e atacai os que vão ficando atrás; não os deixeis entrar nas suas cidades, porque o Senhor vosso Deus já vo-los deu na vossa mão.
20 E sucedeu que, acabando Josué e os filhos de Israel de os ferir com grande matança, até consumi-los, e os que ficaram deles se retiraram às cidades fortificadas,
21 Todo o povo voltou em paz a Josué, ao arraial em Maquedá; não havendo ninguém que movesse a sua língua contra os filhos de Israel.
A importância histórica desta vitória tem sido comparado com a da Batalha de Maratona (Blaikie). Quando os gibeonitas pediram ajuda urgente, os israelitas sentiram-se obrigados por causa do acordo feito a virem em sua defesa. Incentivados pelo Senhor (10:8; 1:5), Josué liderou uma marcha forçada à luz da lua desde Gilgal, talvez subindo pela estrada Jericó-Jerusalém, pelo menos uns 40 kms, a fim de impedir a retirada para estes fortes amorreus mais próximos. Conseguiu surpreender os amorreus que iam atacar ao nascer do dia e matá-los, perseguindo-os na direção noroeste via Bete-Horom até Shefelá. Os amoritas fugiram para o sudoeste ao longo dos vales que separam os contrafortes do maciço central, para Aseca (Tell ez-Zakariyeh, que guarda o Vale de Elá, cerca de 5 Kms a oeste de Jarmute) e Maquedá (possivelmente Quirbete el-Heishum, 3kms a noroeste de Jarmute), tentando em vão alcançar Jarmute (10:3), cerca de 32kms a pé desde Gibeom.
O Senhor aumentou o pânico (10:10) enviando uma chuva de pedras fatal sobre os amorreus, quando fugiam perfazendo os 3kms pelo declive abaixo, ao longo da cadeia de montanhas entre Bete-Horom Superior (alt. 616ms) e Bete-Horom Inferior (366ms). Os versículos 11-14 não descrevem um incidente subseqüente aos acontecimentos dos versículos 10,11; antes, são parte de um extrato (10:12-15) do Livro de Jashar introduzido para destacar as circunstâncias mais notáveis além da chuva de pedras enviada por Deus. Semelhantemente ao Livro das Guerras de Jeová (Nm. 21:14-18), o Livro de Jashar era uma coleção de hinos, entremeada de observações históricas explanatórias, louvando os heróis de Israel; os hinos deviam ter sido progressivamente acumulados ( Sm. 1:18 ).
A interpretação costumeira do milagre descrito aqui é que Deus prolongou a luz do dia por quase um dá inteiro (v. 13) para permitir aos israelitas que terminassem de perseguir o inimigo, Contudo, se a luz do sol foi prolongada por dez, doze ou mais horas, de modo que todo o Oriente Próximo observasse o fenômeno – um milagre ainda mais espetacular que a travessia do Mar Vermelho e o Rio Jordão – então parece estranho que apenas uma outra referência ao acontecimento (Hc. 3:11) se encontre no V.T. Deus não exibe seus poderes milagrosos imprudentemente, pelo contrário, Ele solta Seu poder em medida suficiente apenas para atingir Seu alvo desejado, só à vista daqueles que assim poderiam aprender a reconhecê-Lo se assim quisessem.
O que Josué supunha necessário para suas tropas que perseguiam o inimigo, já cansadas de sua escalada noturna, era alívio do sol inclemente no céu de verão desprovido de nuvens. (Até o presente episódio a conquista de Canaã efetuou-se tão rapidamente, depois da Páscoa em Gilgal, que apenas alguns meses deveriam ter-se passado.) Uma interrupção da luz do sol em plena estação das secas teria sido um milagre suficiente. Deus atendeu muito além do que Josué poderia ter pedido ou pensado, enviando não apenas a sombra desejada para refrescar o Seu exército, mas também uma devastadora chuva de pedras para esmagar e retardar o Seu inimigo. Qualquer tempestade que surgisse na época da colheita pelo verão adentro era considerada juízo de Deus (veja I Sm. 12:17).
A verdadeira explicação deste milagre, contada em antigo estilo poético oriental, inclina-se a confirmar a idéia de que Josué estava ansiando por um alívio do sol. A palavra dom, traduzida para detém-te (v. 12b), significa basicamente “fique quieto, silencioso ou parado”; e então “descanse” da atividade costumeira, como em Jó 30: 27, 31: 34; Sl. 35:15; 37:7. Lm. 2:18. Robert Dick Wilson demonstrou que a raiz dm nos textos astronômicos cuneiformes da Babilônia significa “escurecer”.
Assim diz-se que o sol está “em silêncio' quando não está brilhando, como no Inferno de Dante, linha 60; as “palavras” ou “a fala” do sol são o seu resplendor e calor universal (Sl. 19:2-6). Do mesmo modo o sinônimo ‘amad, traduzido para se deteve (v.13a) e parou (v. 13b) freqüentemente tem o sentido de “cessar” (Gn. 30: 9; II Reis 4: 6; Jn. 1:15). Josué 10 12-14 poderia então ser traduzido assim: “Então Josué falou a Jeová, no dia em que Jeová entregou os amorreus aos filhos de Israel; e ele disse diante dos olhos de Israel,
“Oh! sol, fique calado em Gibeom, e você lua, no Vale de Aijalom”. E o sol ficou calado e a lua parou (de brilhar), até que a nação se vingou dos seus inimigos - Não está escrito no Livro de Jashar? - Pois o sol parou (de brilhar) no meio do céu, e (isto é, embora) não se apressou a pôr-se o dia todo. E não houve um dia igual antes ou depois daquele, no qual Jeová atendeu à voz de um homem; pois Jeová estava lutando por Israel”.
Evidentemente Josué fez o seu pedido quando o sol se levantava sobre Gibeom no oriente e a lua se punha no Vale de Aijalom (Wadi Selman, o qual emerge dentre as montanhas a 1,6kms ao sul do Bete-Horom Inferior) antes que alcançassem o Bete-Horom Superior. Portanto ele orou antes da chuva de pedras.
10:15. Se não omitirmos este versículo completamente, seguindo a LXX, ele pode ser considerado como a conclusão da narrativa resumida do Livro de Jashar. Pois de acordo com a parte principal da narrativa. Josué acampou em Maquedá (10:21) e não retornou à Gilgal até terminar esta campanha (10:43).
Os Cinco Reis Enforcados (vs. 22-27).
22 Depois disse Josué: Abri a boca da cova, e trazei-me para fora aqueles cinco reis.
23 Fizeram, pois, assim, e trouxeram-lhe aqueles cinco reis para fora da cova: o rei de Jerusalém, o rei de Hebrom, o rei de Jarmute, o rei de Laquis e o rei de Eglom.
24 E sucedeu que, trazendo aqueles reis a Josué, este chamou todos os homens de Israel, e disse aos capitães dos homens de guerra, que foram com ele: Chegai, ponde os vossos pés sobre os pescoços destes reis. E chegaram, e puseram os seus pés sobre os pescoços deles.
25 Então Josué lhes disse: Não temais, nem vos espanteis; esforçai-vos e animai-vos; porque assim o fará o Senhor a todos os vossos inimigos, contra os quais pelejardes.
26 E, depois disto, Josué os feriu, e os matou, e os enforcou em cinco madeiros; e ficaram enforcados nos madeiros até à tarde.
27 E sucedeu que, ao pôr do sol, deu Josué ordem que os tirassem dos madeiros; e lançaram-nos na cova onde se esconderam; e puseram grandes pedras à boca da cova, que ainda ali estão até o dia de hoje.
Provavelmente foi no dia seguinte ao árduo dia que Josué mandou arrastar os reis para fora da caverna na qual tinham se escondido (10:16-27).
10:24. Ponde o vosso pé sobre o pescoço. O símbolo antigo de completa subjugação, constando freqüentemente dos monumentos dos reis do Egito e da Assíria, foi aqui representado pelos chefes militares de Josué ( I Rs 5:3; Sl 8:6; 18:38-40; Is 49:23).
28 E naquele mesmo dia tomou Josué a Maquedá, e feriu-a a fio de espada, bem como ao seu rei; totalmente a destruiu com todos que nela havia, sem nada deixar; e fez ao rei de Maquedá como fizera ao rei de Jericó.
29 Então Josué, e todo o Israel com ele, passou de Maquedá a Libna e pelejou contra ela.
30 E também o Senhor a deu na mão de Israel, a ela e a seu rei, e a feriu a fio de espada, a ela e a todos que nela estavam; sem nada deixar; e fez ao seu rei como fizera ao rei de Jericó.
31 Então Josué, e todo o Israel com ele, passou de Libna a Laquis; e a sitiou, e pelejou contra ela;
32 E o Senhor deu a Laquis nas mãos de Israel, e tomou-a no dia seguinte e a feriu a fio de espada, a ela e a todos os que nela estavam, conforme a tudo o que fizera a Libna.
33 Então Horão, rei de Gezer, subiu a ajudar a Laquis, porém Josué o feriu, a ele e ao seu povo, até não lhe deixar nem sequer um.
34 E Josué, e todo o Israel com ele, passou de Laquis a Eglom, e a sitiaram, e pelejaram contra ela.
35 E no mesmo dia a tomaram, e a feriram a fio de espada; e a todos os que nela estavam, destruiu totalmente no mesmo dia, conforme a tudo o que fizera a Laquis.
36 Depois Josué, e todo o Israel com ele, subiu de Eglom a Hebrom, e pelejaram contra ela.
37 E a tomaram, e a feriram ao fio de espada, assim ao seu rei como a todas as suas cidades; e a todos os que nelas estavam, a ninguém deixou com vida, conforme a tudo o que fizera a Eglom; e a destruiu totalmente, a ela e a todos os que nela estavam.
38 Então Josué, e todo o Israel com ele, tornou a Debir, e pelejou contra ela.
39 E tomou-a com o seu rei, e a todas as suas cidades, e as feriu a fio de espada, e a todos os que nelas estavam destruiu totalmente; nada deixou; como fizera a Hebrom, assim fez a Debir e ao seu rei, e como fizera a Libna e ao seu rei.
40 Assim feriu Josué toda aquela terra, as montanhas, o sul, e as campinas, e as descidas das águas, e a todos os seus reis; nada deixou; mas tudo o que tinha fôlego destruiu, como ordenara o Senhor Deus de Israel.
41 E Josué os feriu desde Cades-Barnéia, até Gaza, como também toda a terra de Gósen, e até Gibeom.
42 E de uma vez tomou Josué todos estes reis, e as suas terras; porquanto o Senhor Deus de Israel pelejava por Israel.
A esta altura o método usado por Josué na guerra, parece ter sido uma série de incursões relâmpago contra as cidades-chave dos cananitas, com o propósito de destruir a capacidade de luta dos habitantes e não necessariamente a captura e a ocupação das cidades ocupadas (10:19, 20). Quando o rei de Gezer e seus exércitos foram destruídos (10:33; 12:12), Josué não atacou esta cidade (16:10). O mesmo aconteceu com Betel (veja comentários sobre 8:10-17). No final da campanha ele retornou com todo o seu exercido a Gilgal (10:43), não deixando nenhuma guarnição militar e por isso Hebrom e Debir tiveram de ser recapturadas mais tarde (15:13-17). Por causa disso Yehezhel Kaufmann, da Universidade Hebraica, denominou as campanhas de Josué de “guerras de destruição e exterminação, não de ocupação por meio de imediata colonização”.
Considerando que Josué não gastou tempo suficiente em cidade alguma para empregar táticas de cerco (10:31-35) – embora Moisés tivesse instruído Israel relativamente aos cercos (Dt 20:10-20) – parece provável que ele não tentasse assaltar os muros das cidades e certamente nem as cidadelas interiores. O poderoso exército de Tutmose III tomou finalmente Megido só após um cerco de sete meses. Não há mais registro de intervenções divina como em Jericó, cuja defesa Israel não poderia esperar destruir por meio de um ataque frontal. Por conseguinte, Josué deve ter se concentrado nas cidades dependentes vizinhas - todas as suas cidades (Js 10:37,39), e a seção residencial de cada cidade principal abaixo e fora das fortificações. Para ter uma oportunidade de matar o rei e seus defensores, Josué sem dúvida dependia de uma “tropa de choque” da parte deles, como em Ai; ou ele talvez esperasse que as perdas da batalha anterior e a moral abatida tornasse sua resistência insignificante. Esta teoria sobre as táticas militares de Josué parece estar confirmada em 11:13. “Tão-somente não queimaram os israelitas as cidades que estavam sobre os outeiros (tel), exceto a Hazor”. Portanto a maior parte destas cidades poderiam ter sido rapidamente restabelecidas pelos cananitas, talvez até mesmo pelos sobreviventes das cidadelas de cada cidade; mais tarde, as tribos separadamente tiveram de subjugá-las uma a uma durante o período dos Juizes ( Jz. 1).
10:31. Laquis. A cidade do período final da Idade de Bronze existente sobre Tell ed-Duweir foi incendiada em cerca de 1230 A-C-, talvez pelo Faraó Merneptá, mas certamente não foi por Josué (cons. 11:13). O fim, contudo, do mais antigo dos três sucessivos santuários edificados em um antigo fosso fora da cidade pode constituir uma prova da incursão de Josué. Este “Templo I” pertencia ao século quinze.
10:38. Debir. Também chamada Quiriate-Sefer (15:15) e Quiriate-Sana (15.49). Kyle e Albright localizaram Debir em Tell Beit Mirsim, mias provas arqueológicas desse local irão se harmonizam com a colocação do Êxodo no século quinze. J. Simons sugere por sua vez Quirbete Terramé (8kms a sudoeste de Hebrom) com suas fontes em notáveis diferentes altitudes como sendo “as fontes superiores e as fontes inferiores” de 15:.
10:40. Leia-se: Assim Josué feriu toda a tema, a cadeia de montanhas e o Neguebe e o Shefelá e as íngremes vertentes... O Neguebe é a região do deserto ao Sul da Palestina; o Shefelá é o contraforte entre o Maciço Central e a Planície Filistéia; as íngremes vertentes (ha'ashedot) são aquelas que descem do Maciço Central para o Mar Morto.
10:41. Gósen. Uma cidade (15:15) nas montanhas ao extremo sul de Judá, que junto com Gibeom serviu para delinear a extensão sul-norte desta campanha.
As notícias das vitórias do exército israelita se espalharam entre as cidades de Canaã, gerando temor no coração dos moradores. Diferentemente de Raabe, que se rendeu ao Deus de Israel (Josué 2), e de Gibeão, que por sua astúcia realizou um acordo pacífico com Israel (Josué 9), um agrupamento de reis da região sul da Palestina decidiu unir-se para resistir aos avanços dos hebreus.
Vejamos agora,as ações miraculosas de Deus e da vitória concedida em favor de seu povo.
A. O cerco de Gibeão
Gibeão era “cidade grande como uma das cidades reais e ainda maior do que Ai, e todos os seus homens eram valentes”. (Josué 10:2) Adoni-Zedeque, rei da cidade cananeia de Jerusalém, concluiu que, se Gibeão, com todo o seu poder político e militar, teve de se unir ao inimigo a fim de escapar da destruição, então a única chance de sobreviver seria por meio de um ataque realizado de forma conjunta a outros exércitos. Para esse propósito, solicitou ajuda a outros quatro reis amorreus: Hoão, de Hebrom; Pirã, de Jarmute; Jafia, de Laquis; e a Debir, de Eglom. O termo “amorreus”, provavelmente, é uma referência aos habitantes da região montanhosa central da Palestina. O esforço foi a primeira tentativa séria de resistência em Canaã. O objetivo primário da campanha era derrotar Gibeão e eliminar a ameaça de seu acordo com Israel, restaurando a cidade ao poder dos cananeus. Gibeão também se tornaria um exemplo para que outras cidades-estado não apoiassem Israel.
Gibeão era “cidade grande como uma das cidades reais e ainda maior do que Ai, e todos os seus homens eram valentes”. (Josué 10:2) Adoni-Zedeque, rei da cidade cananeia de Jerusalém, concluiu que, se Gibeão, com todo o seu poder político e militar, teve de se unir ao inimigo a fim de escapar da destruição, então a única chance de sobreviver seria por meio de um ataque realizado de forma conjunta a outros exércitos. Para esse propósito, solicitou ajuda a outros quatro reis amorreus: Hoão, de Hebrom; Pirã, de Jarmute; Jafia, de Laquis; e a Debir, de Eglom. O termo “amorreus”, provavelmente, é uma referência aos habitantes da região montanhosa central da Palestina. O esforço foi a primeira tentativa séria de resistência em Canaã. O objetivo primário da campanha era derrotar Gibeão e eliminar a ameaça de seu acordo com Israel, restaurando a cidade ao poder dos cananeus. Gibeão também se tornaria um exemplo para que outras cidades-estado não apoiassem Israel.
B. Josué socorre os Gibeonitas
Temendo o resultado do conflito, o povo de Gibeão clamou por socorro aos israelitas, com quem haviam firmado pacto – uma aliança que lhes protegia não apenas de Israel, mas de todos os que viessem atacar a cidade. Os gibeonitas estavam em seu direito ao clamar pela ajuda de Israel, pois haviam se tornado seus escravos; e tal auxílio seria vantajoso para Israel, pois Gibeão e suas três cidades-satélites eram muito importantes para se obter o domínio da parte ocidental da Terra Prometida. Gilgal, onde Israel estava acampado, localizava-se no profundo vale do Jordão.
Josué, então, “subiu” (v. 7) até a área das colinas para ajudar os gibeonitas. O percurso, em terreno íngreme, era de 32 quilômetros, realizado durante a noite, com todos os instrumentos de guerra. Percebemos, com isso, o grande vigor que os homens de Josué possuíam. Deus encorajava Josué, afirmando que não deveria temer, pois os exércitos haviam sido entregues em suas mãos. (v. 8) Nesse trecho, percebemos uma reafirmação da promessa divina anterior: “Ninguém te poderá resistir todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei, nem te desampararei. Sê forte e corajoso, porque tu farás este povo herdar a terra que, sob juramente, prometi dar a seus pais.” (Js 1:5-6) Vemos o próprio Deus engajado na batalha: pedras caem do céu sobre os exércitos inimigos, de forma que “mais foram os que morreram pela chuva de pedra do que os mortos à espada pelos filhos de Israel”. (Josué 10:11) Bete-Horom localizava-se a, aproximadamente, oito quilômetros a noroeste de Gibeão; Azeca estava situada a 27 quilômetros a sudoeste de Bete-Horom, sobre as colinas, ao sudoeste de Gibeão. Presume-se que Maquedá ficava próxima de Azeca. A perseguição ampliou-se por um total de 48 quilômetros.
C. O milagre do dia mais logo da história
Chegamos a um dos pontos altos da narrativa de Josué: o milagre do longo dia, quando os israelitas precisaram de tempo adicional de claridade para completarem a sua vitória militar. Esse relato já foi considerado como um dos “principais absurdos da Bíblia” por um website ateísta. O “absurdo” da passagem resulta do fato de que se afirma que “o Sol deteve-se, e a Lua parou” (v. 13), aparentemente ensinando o geocentrismo (a ideia de que a Terra está parada no centro do Sistema Solar, com o Sol e os demais astros girando à sua volta). Mas, desde os tempos de Copérnico e de Galileu, sabemos que o modelo heliocêntrico está correto: o Sol está estacionário, com a Terra e os demais planetas girando à volta. Como resolver esse aparente problema? Primeiramente, devemos notar que a Bíblia: foi escrita para pessoas comuns de todas as gerações; portanto, emprega a linguagem comum, do dia-a-dia.
Chegamos a um dos pontos altos da narrativa de Josué: o milagre do longo dia, quando os israelitas precisaram de tempo adicional de claridade para completarem a sua vitória militar. Esse relato já foi considerado como um dos “principais absurdos da Bíblia” por um website ateísta. O “absurdo” da passagem resulta do fato de que se afirma que “o Sol deteve-se, e a Lua parou” (v. 13), aparentemente ensinando o geocentrismo (a ideia de que a Terra está parada no centro do Sistema Solar, com o Sol e os demais astros girando à sua volta). Mas, desde os tempos de Copérnico e de Galileu, sabemos que o modelo heliocêntrico está correto: o Sol está estacionário, com a Terra e os demais planetas girando à volta. Como resolver esse aparente problema? Primeiramente, devemos notar que a Bíblia: foi escrita para pessoas comuns de todas as gerações; portanto, emprega a linguagem comum, do dia-a-dia.
As Escrituras foram escritas em tempos antigos, com padrões antigos, e seria algo anacrônico impor sobre elas padrões científicos modernos. Contudo, não é menos científico falar que ‘o sol se deteve’ (Js 10:13) do que se referir ao ‘nascer do sol’ (Js 1:15). Ainda hoje os meteorologistas mencionam, todo o dia, a hora do ‘nascer’ e do ‘pôr-do-sol’. Não precisamos, portanto, tomar literalmente a expressão “o Sol deteve-se”, assim como não entendemos, ao pé da letra, “o Sol nasceu”, mesmo quando dita por cientistas. Mas o que teria, então, acontecido naquele dia? Alguns pensam que não houve qualquer alteração no movimento astronômico da Terra. Como tudo o que Josué precisava era de claridade por mais tempo, Deus teria apenas causado a continuação das luzes solar e lunar, em Canaã, por meio de algum processo de “refração cósmica”. Outros propõem uma diminuição na velocidade da rotação da Terra (o movimento em torno do próprio eixo), de modo que teria completado seu movimento em 48 horas, ao invés de 24.
O Senhor também teria impedido as consequências catastróficas que ocorreram devido a essa alteração, como ondas violentas e extremos de temperatura. Não existe razão para duvidarmos de que o Deus, criador de todas as coisas por meio da sua palavra, pudesse ter realizado tais milagres. Há alguma evidência histórica de que tal evento tenha realmente ocorrido? Existe uma suposta notícia que, eventualmente, aparece em blogs e páginas da internet. Os computadores da NASA teriam, por meio de cálculos, comprovado um ‘dia perdido’. Porém, é uma falsa história, fabricada há mais de um século (de forma mais rudimentar e que também evoluiu com o avanço da tecnologia). Tais cálculos, na verdade, seriam impossíveis. A Apologética (defesa de nossa fé) deve estar baseada em fatos e informações verificáveis, confiáveis, para que não tragamos descrédito sobre nossa mensagem. Se ocorreu o evento de um dia mais longo na História, isso também deveria ter sido registrado por outros povos, assim como existe uma diversidade de relatos sobre o dilúvio universal e a Torre de Babel. E é exatamente o que encontramos! Há relatos sobre o longo dia nos antigos escritos chineses, do tempo do Imperador Yeo, assim como em textos dos incas (Peru), dos astecas (México), dos hindus e de tribos indígenas da América. Lendas babilônicas e persas referem-se a um dia que foi, miraculosamente, prolongado. O antigo filósofo grego Heródoto menciona registros que lhe foram apresentados por sacerdotes egípcios, abordando o caso de um dia que teve duas vezes o comprimento de um normal. Temos também o mito grego em que Phaethon, filho de Apolo, interrompeu o curso do Sol por um dia; o mito do povo Maori, da Nova Zelândia, em que o herói Maui retardou a velocidade do Sol; e os Anais Mexicanos de Cuauhtitlan, nos quais se registra uma noite que continuou por período prolongado. O Livro dos Justos (ver próximo tópico) é uma segunda fonte hebraica sobre o evento. Os antigos amorreus eram adoradores do Sol e da Lua. O fato de que tais “deuses” tiveram de permanecer “imóveis” perante as ordens de Josué foi uma demonstração de que Yahweh-Elohim, o Senhor Deus de Israel, era o único e verdadeiro soberano, assim como, algumas décadas antes, as 10 pragas foram uma vindicação e um juízo sobre os falsos deuses do Egito. (Êx 7-12; Êx 12:12) Ao contrário de nosso Deus, essas divindades eram impotentes para salvarem seus adoradores.
Um último ponto para este tópico: alguns estudiosos argumentam que, devido ao milagre do dia longo, o ciclo semanal teria se alterado; portanto, não saberíamos mais em que dia da semana é o sábado, estando desobrigados da sua observância, conforme o mandamento divino. (Êx 20:8-11) Contudo, aquele foi apenas um dia de duração maior e, não, dois dias. Não houve qualquer alteração na sequência dos dias da semana. Afirmar que não podemos saber quando é o sábado é dizer que nem mesmo Cristo o sabia! Mas ele nasceu “sob a Lei” (Gl 4:4) e observava-o. (Lc 4:16) Se não o fizesse, Jesus teria cometido pecado e se desqualificado do papel de nosso Salvador.
D. A vitória de Josué sobre uma coalizão de reis
Algo surpreendente deste texto de estudo é que a admiração do autor não está no milagre do Sol, ou na chuva de pedras; mas, sim, no fato de o Senhor ter “atendido à voz de um homem”. (v. 14) Josué estava em intercessão pela vitória de seu povo (v. 12) e, em resposta, Deus pelejou por Israel de forma grandiosa. (v. 14) A oração da fé ‘move montanhas’ e, neste caso, foi capaz de deter o próprio tempo. Nada é demasiadamente difícil para o Senhor. Podemos ter certeza de que “se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouvirá”. (1 Jo 5:14) Deus reina soberano sobre todas as coisas e se satisfaz em ouvir as preces dos filhos. A Bíblia deixa claro que os cristãos são filhos adotivos de Deus (Ef 1:4-6; Rm 8:14-17). Em nossa relação Pai e filho, existe grande intimidade, autoridade e responsabilidade, e precisamos entender isso se queremos nos relacionar com o Pai e viver neste mundo como ele quer que vivamos. Josué reforçou a confiança na promessa de Deus quando afirmou a seus homens que “o Senhor, vosso Deus, já vo-los entregou nas vossas mãos”. (v.19) Alguns israelitas ficaram protegendo a caverna em que os cinco reis haviam se refugiado para impedir que fugissem (v. 16), enquanto os demais soldados perseguiram o restante dos inimigos, não deixando que entrassem nas cidades fortificadas (v. 19), embora alguns tenham conseguido. (v. 21) Os capitães do exército colocaram os pés sobre os pescoços dos cinco reis. (v. 24) Esse ato era uma declaração simbólica de vitória sobre o inimigo, a ilustração de um poder maior, capaz de subjugar toda a oposição. Vemos esse mesmo simbolismo nas promessas de Deus de colocar os inimigos sob os pés do Messias (Sl 110:1), de esmagar Satanás debaixo de nossos pés (Rm 16:20) e do domínio final de Cristo, quando todas as coisas estiverem sujeitas sob seus pés (1Co 15:27). As mesmas palavras de encorajamento recebidas de Deus, Josué transmite a seus companheiros: “Não temais, nem vos atemorizeis; sede fortes e corajosos”. (v. 25) Após a execução dos reis, seus cadáveres foram expostos em árvores, assim como havia ocorrido com o monarca de Ai (Js 8:29), e retirados antes do pôr do sol, em conformidade à Lei de Moisés. (Dt 21:22-23) A Arqueologia confirma os relatos da destruição de Laquis e de Debir. Escavações encontraram evidências de destruição por incêndio em ambas as cidades, na época de Josué. A alvenaria abaixo da camada de cinzas era canaanita e, acima, israelita.
E. Outras conquistas de Josué
No restante do capítulo 10, é oferecido um resumo das vitórias de Josué, na região sul de Canaã. Com a derrota da coalizão, o caminho para novas conquistas fora aberto. São mencionadas as vitórias sobre sete reis e seus povos. Os israelitas entraram em Canaã por sua parte central, Jericó, avançando em suas operações militares para o sul (Js 10) e, posteriormente, para o norte. (Js 11) O fato de citarem apenas sete cidades pode ser um indicativo de que o relato tratava apenas das cidades representativas da região. Os versos 40 e 41 são um resumo da campanha militar de Israel, no sul da Palestina. A “região montanhosa” refere-se às terras altas da Judeia e às colinas de Efraim. O Neguebe era uma estepe semiárida, no território sul de Judá. As “campinas” ficavam entre as terras altas e a planície costeira.
No restante do capítulo 10, é oferecido um resumo das vitórias de Josué, na região sul de Canaã. Com a derrota da coalizão, o caminho para novas conquistas fora aberto. São mencionadas as vitórias sobre sete reis e seus povos. Os israelitas entraram em Canaã por sua parte central, Jericó, avançando em suas operações militares para o sul (Js 10) e, posteriormente, para o norte. (Js 11) O fato de citarem apenas sete cidades pode ser um indicativo de que o relato tratava apenas das cidades representativas da região. Os versos 40 e 41 são um resumo da campanha militar de Israel, no sul da Palestina. A “região montanhosa” refere-se às terras altas da Judeia e às colinas de Efraim. O Neguebe era uma estepe semiárida, no território sul de Judá. As “campinas” ficavam entre as terras altas e a planície costeira.
As “descidas das águas” são as vertentes orientais que levam ao Mar Morto. Os limites gerais da campanha estenderam-se de Cades-Barneia até Gaza, totalizando 113 quilômetros. Joseph Parker fez a aplicação espiritual dessa passagem: “Assim, nós também devemos prosseguir - de um mal ao outro, até que a última coisa ruim seja eliminada. De um hábito ao outro, até que todo o caráter seja purificado. Prosseguir até que toda a vida seja limpa.” Algumas pessoas estranham a participação de Deus no que chamam de “genocídio” das cidades cananeias (por exemplo, os versos oito, 10, 11, 14, 19, 30, 32, 40 e 42 do capítulo em estudo). Desde Marcião, um herege do segundo século, alguns têm apontado o que acreditam ser uma contradição entre o caráter de Deus, no Antigo Testamento, e sua revelação pessoal em Jesus Cristo, no Novo. Deus ofereceu 400 anos de misericórdia antes de executar sua justiça contra os amorreus. (Gn 15:16) Isso sugere que, quando Josué e suas tropas destruíram tais povos, eles estavam além de qualquer possibilidade de remediação, pois a profundidade da perversão moral existente em Canaã: idolatria, perversões sexuais (incesto, adultério, estupro, prostituição cultual e sexo com animais) e sacrifícios humanos. Tudo isso era normalidade entre os cananeus. Por causa dessas práticas, o Senhor estava expulsando tais nações de diante de Israel. A medida extrema da guerra de Yawheh foi necessária por pelo menos quatro razões:
- a dureza irremediável do coração das vítimas;
- a necessidade de proteger Israel contra a corrupção espiritual;
- a destruição da idolatria;
- a educação de Israel e das nações sobre o caráter e as instruções do único Deus verdadeiro.
A demonstração da ira de Deus pelo pecado teve uma demonstração inicial em seus juízos sobre Canaã, chegou ao clímax na cruz de Cristo e alcançará a sua completude no Juízo Final, quando todos os ímpios serão lançados no lago de fogo.
Deus é aquele que abate todos os inimigos de seu povo e concede-lhe a vitória. Podemos estar certos de que as portas do inferno não prevalecerão contra a sua Igreja. (Mt 16:18) Portanto, ele é digno de todo o nosso louvor, honra e adoração. Que nos momentos de angústia e dificuldade, quando estivermos passando por uma crise ou tribulação, lembremo-nos das poderosas obras daquele que prometeu estar conosco, “todos os dias até à consumação do século”(Mt 28:20). Ele pode, se for necessário, mover “céus e terra” em favor daqueles que o amam e o servem.
6. Deus ajuda a Josué a destruir uma confederação de reis
Josué 11 .1- 23
1 Sucedeu depois disto que, ouvindo-o Jabim, rei de Hazor, enviou mensageiros a Jobabe, rei de Madom, e ao rei de Sinrom, e ao rei de Acsafe; A cena da narrativa sagrada é aqui deslocada para o norte de Canaã, onde uma confederação ainda mais extensa foi formada entre os poderes dominantes para se opor ao progresso ulterior do Israelitas. Jabin (“o Inteligente”), que parece ter sido um título hereditário (Jz 4:2), assumiu a liderança, sendo Hazor a capital da região norte (Js 11:10). Ele estava situado nas margens do lago Merom. As outras cidades mencionadas devem ter estado nas proximidades, embora sua posição exata seja desconhecida.2 E aos reis, que estavam ao norte, nas montanhas, e na campina para o sul de Quinerete, e nas planícies, e nas elevações de Dor, do lado do mar;
E aos reis que estavam à parte do norte nas montanhas – o distrito anti-libanus.e na planície ao sul de Quinerete – a parte norte da Arabá, ou vale do Jordão.e nas planícies– o país baixo e nivelado, incluindo a planície de Sharon.nas regiões de Dor ao ocidente – as terras altas de Dor, chegando à cidade de Dor, na costa do Mediterrâneo, abaixo do monte Carmelo.3 Ao cananeu do oriente e do ocidente; e ao amorreu, e ao heteu, e ao perizeu, e ao jebuseu nas montanhas; e ao heveu ao pé de Hermom, na terra de Mizpá.
Um ramo particular da população cananéia que ocupava a margem ocidental do Jordão até o norte do Mar da Galileia, e também as costas do Mar Mediterrâneo.debaixo de Hermom – agora Jebel-es-sheikh. Era o limite norte de Canaã, a leste do Jordão.terra de Mispá – agora Coelo-Syria.4 Saíram pois estes, e todos os seus exércitos com eles, muito povo, em multidão como a areia que está na praia do mar; e muitíssimos cavalos e carros.
– Os chefes dessas várias tribos foram convocados por Jabim, sendo todos provavelmente tributários do reino de Hazor. Suas forças combinadas, de acordo com Josefo, somavam trezentos mil de infantaria, dez mil de cavalaria e vinte mil carros de guerra.
com cavalos e carros muitos – os carros de guerra eram provavelmente como os do Egito, feitos de madeira, mas pregados e com pontas de ferro. Estes aparecem pela primeira vez na guerra cananéia, para ajudar esta última luta determinada contra os invasores; e “foi o uso destes que parece ter fixado o local de encontro pelo lago Merom (agora Huleh), ao longo do qual as praias de nível poderiam ter jogo completo para a sua força.” Um anfitrião tão formidável em números, bem como em equipamentos militares, certamente alarmaria e desanimaria os israelitas. Josué, portanto, foi favorecido com uma renovação da promessa divina de vitória (Js 11:6), e assim encorajado, ele, na plena confiança da fé, partiu para enfrentar o inimigo.5 Todos estes reis se ajuntaram, e vieram e se acamparam junto às águas de Merom, para pelejarem contra Israel.
6 E disse o Senhor a Josué: Não temas diante deles; porque amanhã, a esta mesma hora, eu os darei todos feridos diante dos filhos de Israel; os seus cavalos jarretarás, e os seus carros queimarás a fogo.
Como era impossível ter marchado de Gilgal a Merom em um dia, devemos supor que Josué já se movesse para o norte e dentro de um dia de distância do acampamento cananeu quando o Senhor lhe deu esta garantia de sucesso. Com a energia característica, ele fez um súbito avanço, provavelmente durante a noite, e caiu sobre eles como um raio, quando se espalhou pelos terrenos em ascensão (Septuaginta), antes que tivessem tempo de se reunir na planície. No repentino pânico “o Senhor os entregou nas mãos de Israel, que os feriram e os perseguiram”. A derrota foi completa; alguns foram para o oeste, sobre as montanhas, acima do desfiladeiro de Leontes, para Sidon e Misrefhothmaim (“casas de fundição de vidro”), no bairro, e outros para o leste até a planície de Mizpá.7 E Josué, e todos os homens de guerra com ele, veio apressadamente sobre eles às águas de Merom, e atacou-os de repente. 8 E o Senhor os deu nas mãos de Israel; e eles os feriram, e os perseguiram até à grande Sidom, e até Misrefote-Maim, e até ao vale de Mizpá ao oriente; feriram até não lhes deixarem nenhum. 9 E fez-lhes Josué como o Senhor lhe dissera; os seus cavalos jarretou, e os seus carros queimou a fogo. O corte dos cavalos é feito cortando-se os tendões e as artérias de suas patas traseiras, de modo que eles não apenas se tornem irremediavelmente mancos, mas sangrem até a morte. As razões para esse comando especial eram que o Senhor tinha a intenção de levar os israelitas a confiar nEle, não em recursos militares (Sl 20:7); para mostrar que na terra da promessa não havia uso de cavalos; e, finalmente, desencorajar suas viagens como se fossem um povo agrícola, não um comércio.10 E naquele mesmo tempo voltou Josué, e tomou a Hazor, e feriu à espada ao seu rei; porquanto Hazor antes era a cabeça de todos estes reinos. 11 E a todos os que nela estavam, feriram ao fio da espada, e totalmente os destruíram; nada restou do que tinha fôlego, e a Hazor queimou a fogo. 12 E Josué tomou todas as cidades destes reis, e todos os seus reis, e os feriu ao fio da espada, destruindo-os totalmente, como ordenara Moisés servo do Senhor. 13 Tão-somente não queimaram os israelitas as cidades que estavam sobre os seus outeiros; a não ser Hazor, a qual Josué queimou. 14 E todos os despojos destas cidades, e o gado, os filhos de Israel tomaram para si; tão-somente a todos os homens feriram ao fio da espada, até que os destruíram; nada do que tinha fôlego deixaram com vida. 15 Como ordenara o Senhor a Moisés, seu servo, assim Moisés ordenou a Josué; e assim Josué o fez; nem uma só palavra tirou de tudo o que o Senhor ordenara a Moisés. 16 Assim Josué tomou toda aquela terra, as montanhas, e todo o sul, e toda a terra de Gósen, e as planícies, e as campinas, e as montanhas de Israel, e as suas planícies. Aqui segue uma visão geral da conquista. A divisão do país lá em cinco partes; ou seja, as colinas, a terra de Goshen, isto é, uma terra pastoril perto de Gibeão (Js 10:41); o vale, as planícies e as montanhas de Israel, ou seja, o Carmelo, assenta numa diversidade de posições geográficas, característica da região.17 Desde o monte Halaque, que sobe a Seir, até Baal-Gade, no vale do Líbano, ao pé do monte de Hermom; também tomou todos os seus reis, e os feriu e os matou. 18 Por muito tempo Josué fez guerra contra todos estes reis. 19 Não houve cidade que fizesse paz com os filhos de Israel, senão os heveus, moradores de Gibeom; por guerra as tomaram todas. 20 Porquanto do Senhor vinha o endurecimento de seus corações, para saírem à guerra contra Israel, para que fossem totalmente destruídos e não achassem piedade alguma; mas para os destruir a todos como o Senhor tinha ordenado a Moisés. 21 Naquele tempo veio Josué, e extirpou os anaquins das montanhas de Hebrom, de Debir, de Anabe e de todas as montanhas de Judá e de todas as montanhas de Israel; Josué os destruiu totalmente com as suas cidades. 22 Nenhum dos anaquins foi deixado na terra dos filhos de Israel; somente ficaram alguns em Gaza, em Gate, e em Asdode. 23 Assim Josué tomou toda esta terra, conforme a tudo o que o Senhor tinha dito a Moisés; e Josué a deu em herança aos filhos de Israel, conforme as suas divisões, segundo as suas tribos; e a terra descansou da guerra.
A batalha da tomada de Merom foi para o norte que a batalha de Bete-Horom foi para o sul; mais brevemente contada e menos completa em suas consequências; mas ainda o conflito decisivo pelo qual toda a região norte de Canaã caiu nas mãos de Israel
A vitória nos territórios do norte – 11:1-15
Novamente aqui se levanta outro rei incomodado com o avanço de Israel e junta novo exército para fazer frente à nação hebreia. Não era somente o incômodo, mas da parte de Deus vinha o endurecimento do coração desses reis para justamente irem contra Israel – vs. 20. Deus já tinha determinado o fim deles e o juízo de Deus estava em plena execução contra todas aquelas nações e Israel que não se cuidasse também imitando essa gente que logo, eles seriam igualmente expulsos da terra e o serão como teremos a oportunidade de visualizar bem mais à frente em outros livros. Muitos reis e povos e nações e vizinhos se juntaram em exército com carros e cavalos e com toda a força que o inimigo tinha para irem pelejar contra Israel ou, melhor, para serem mortos por Israel. Se eles soubessem que estavam sendo juntados não para a peleja, mas para o juízo, como não seria seus comportamentos? Deus é misericordioso, longânimo, paciente e sempre nos dá o tempo devido para o arrependimento, até que chega uma hora que é tarde demais. Havia pressa da parte de Deus em executar os seus juízos e propósitos, por isso juntou tudo de uma vez. Era uma grande multidão, como os grãos na areia do mar! Josué visualizou tudo aquilo, mas o Senhor nem deixou que o medo lhe viesse à mente porque logo lhe falou ao coração dizendo: não temas! E depois ainda diz a hora em que todos estariam sendo entregues derrotados em suas mãos: no dia seguinte, na mesma hora. A palavra em destaque nessas guerras e investidas – vs. 15 - é que como ordenara o SENHOR a Moisés, seu servo, assim Moisés ordenou a Josué; e assim Josué o fez; nem uma só palavra tirou de tudo o que o SENHOR ordenara a Moisés. Exatamente isso: obediência e fidelidade! Josué fez exatamente o que fora mandado fazer e tudo cumpriu, conforme tinha sido instruído a fazer, por isso fora bem sucedido em tudo o que fez. A terra toda é tomada – 11:16-23.
Toda a terra tinha sido tomada e agora chegou a hora dela, a terra, descansar da guerra. As vitórias de Josué no sul e no norte são resumidas aqui como uma vitória sobre toda a Terra Prometida. Toda terra passou a pertencer aos israelitas, apesar de ainda nem toda ela ter sido conquistada de fato, o que veremos quando chegarmos no capítulo 13, deste livro. Somente os heveus, moradores de Gibeão, conseguiram um acordo, uma aliança com Israel e foram poupados. Isso com certeza vinha do Senhor que a eles estava dando mais uma oportunidade. Se estamos vivos, devemos isso ao Senhor, pois a vida pertence a ele. A vida é dom de Deus e como não somos ingratos e reclamamos ao invés de nos alegrarmos e celebrarmos ela diante do Senhor que nos deu e ainda nos sustenta? O convite da vida é a sua celebração e não a divulgação dos problemas que enfrentamos. Até os anaquins que haviam perturbado e inspirado o terror na primeira geração e impressionado dez dos espias de Israel quando Moisés ainda era vivo, foram todos mortos e destruídos: nenhum dos anaquins sobreviveu na terra dos filhos de Israel – vs. 22, exceto em Gaza, em Gate e em Asdode. Davi enfrentará logo mais um deles e o derrotará com apenas uma pedrinha lançada de uma funda.
7. O que A vida de Josué nos ensina
O sucessor de Moisés, na liderança do povo de Israel, Josué é, sem dúvida, um dos personagens mais interessantes de toda a Bíblia. Sua história tem muito a nos ensinar. Ele foi um exemplo de servo de Deus e um excelente líder; foi considerado um herói da fé e sua trajetória é marcada por inúmeras vitórias e conquistas. Vamos analisar um pouco de sua vida e sua obra, a fim de extrairmos lições importantes para nossas vidas. Veremos que ele confiava em Deus. Isso o fez destacado, em meio a uma geração desobediente; e, por conta disso, Deus o escolheu para pastorear o povo de Israel, conduzindo-o à conquista da terra prometida.
A. A vida de Josué nos ensina a importância do aprendizado.
Sem dúvida, muito do que foi Josué deve-se ao aprendizado que recebeu de Moisés, quando era o seu auxiliar. As suas ações e qualidades evocavam as de seu predecessor, pois seguia as suas pegadas. Como bom aprendiz, Josué reunia, em si, muitas das atitudes exigidas para aqueles que desejam ser discípulos de Jesus (Mc 8:34; Jo 8:31): disposição a aprender, entrega, obediência, compromisso, humildade, entre outras. Aquele que é muito maior do que Moisés disse: “aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11:28). Então, a exemplo de Josué, devemos estar prontos a aprender de nosso Mestre. Outra importante fonte de aprendizado para Josué era o livro da lei do Senhor (Js 1:8), a leitura dele e a obediência aos mandamentos nele contidos foi fator determinante para o sucesso deste servo de Deus.
B. A vida de Josué nos ensina que Deus pode mudar nossa história.
Ao olharmos a trajetória abençoada de Josué, devemos lembrar que ele não teve um início fácil: nasceu sob o jugo de Faraó e, como escravo, não tinha perspectiva alguma de futuro, a não ser a espera de um milagre. E o milagre aconteceu! Pela forte mão do Senhor, ele e seu povo foram libertos do Egito. Logo foi colocado como comandante do exército israelita e, tempos depois, foi escolhido pelo próprio Deus para liderar todo o Israel, na conquista de Canaã. Tornou-se, então, um herói para seu povo e saiu da posição de escravo para a de líder de uma grande nação. Assim como Deus mudou a vida deste personagem, transformando-o em um vencedor, pode mudar a nossa. Não existe problema insolúvel para o nosso Deus e nem há situação que ele não possa mudar. Então, devemos agir como Josué: entregar nossa causa ao Senhor e mantermo-nos fiéis à Palavra, confiantes em suas promessas.
C. A vida de Josué nos ensina a importância de sermos confiantes.
A palavra de Deus nos diz que “os que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não se pode abalar, mas permanece para sempre” (Sl 125:1). Este texto expressa muito bem a vida e a obra de Josué. Entre as suas muitas qualidades, a que muito se ressaltava era a confiança no Senhor. Ele sabia que o Deus de Israel era a razão de seu sucesso, em todos os combates. Essa era a diferença entre ele e os outros dez espias de Canaã (Nm 13:26-31). Estes, embora tivessem saído do Egito, em seus corações, não eram realmente livres; por isso, no primeiro desafio, ficaram apavorados; escolheram desistir e voltar atrás. Por outro lado, Josué teve uma atitude de fé, por que, em sua vida, estava o Espírito de Deus (Nm 27:18). O crente cheio do poder de Deus é confiante, não se abala com facilidade, não desiste diante de desafios e provações, mas é ousado na fé, pronto a viver uma trajetória de conquistas na caminhada espiritual. Assim como Josué foi perseverante até a conquista da Terra Prometida, nós também devemos estar firmes, até nossa entrada na pátria celestial. Josué foi exemplo, como servo de Deus e como líder. Sua vida transmite-nos fé e esperança, mostra-nos que vale a pena confiar no Senhor e obedecer a sua Palavra, porque, assim como
Deus abençoou a Josué, desde a saída do Egito, até a entrada na terra prometida, também estará conosco, abençoando e cumprindo todas as suas promessas em nossas vidas. Peçamos, portanto, ao Senhor Deus, que tenhamos a mesma firmeza de propósito, perseverança, franqueza e decisão que encontramos em Josué, pois, agindo desta forma, seremos vencedores como ele foi. Assim como ele prevaleceu, diante de todos os desafios e alcançou seu principal objetivo, que era a terra que manava leite e mel, do mesmo modo, nós prevaleceremos, até a volta de Cristo, quando entraremos na Canaã celestial.
com cavalos e carros muitos – os carros de guerra eram provavelmente como os do Egito, feitos de madeira, mas pregados e com pontas de ferro. Estes aparecem pela primeira vez na guerra cananéia, para ajudar esta última luta determinada contra os invasores; e “foi o uso destes que parece ter fixado o local de encontro pelo lago Merom (agora Huleh), ao longo do qual as praias de nível poderiam ter jogo completo para a sua força.” Um anfitrião tão formidável em números, bem como em equipamentos militares, certamente alarmaria e desanimaria os israelitas. Josué, portanto, foi favorecido com uma renovação da promessa divina de vitória (Js 11:6), e assim encorajado, ele, na plena confiança da fé, partiu para enfrentar o inimigo.
Até os anaquins que haviam perturbado e inspirado o terror na primeira geração e impressionado dez dos espias de Israel quando Moisés ainda era vivo, foram todos mortos e destruídos: nenhum dos anaquins sobreviveu na terra dos filhos de Israel – vs. 22, exceto em Gaza, em Gate e em Asdode. Davi enfrentará logo mais um deles e o derrotará com apenas uma pedrinha lançada de uma funda.
7. O que A vida de Josué nos ensina
O sucessor de Moisés, na liderança do povo de Israel, Josué é, sem dúvida, um dos personagens mais interessantes de toda a Bíblia. Sua história tem muito a nos
ensinar. Ele foi um exemplo de servo de Deus e um excelente líder; foi considerado um herói da fé e sua trajetória é marcada por inúmeras vitórias e conquistas. Vamos analisar um pouco
de sua vida e sua obra, a fim de extrairmos lições importantes para nossas vidas. Veremos que ele confiava em Deus. Isso o fez destacado, em meio a uma geração desobediente; e, por conta
disso, Deus o escolheu para pastorear o povo de Israel, conduzindo-o à conquista da terra prometida.
A. A vida de Josué nos ensina a importância do aprendizado.
Sem dúvida, muito do que foi Josué deve-se ao aprendizado que recebeu de Moisés, quando era o seu auxiliar. As suas ações e qualidades evocavam as de seu predecessor, pois seguia as suas pegadas. Como bom aprendiz, Josué reunia, em si, muitas das atitudes exigidas para aqueles que desejam ser discípulos de Jesus (Mc 8:34; Jo 8:31): disposição a aprender, entrega, obediência, compromisso, humildade, entre outras. Aquele que é muito maior do que Moisés disse: “aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11:28).
Então, a exemplo de Josué, devemos estar prontos a aprender de nosso Mestre. Outra importante fonte de aprendizado para Josué era o livro da lei do Senhor (Js 1:8), a leitura dele e a obediência aos mandamentos nele contidos foi fator determinante para o sucesso deste servo de Deus.
B. A vida de Josué nos ensina que Deus pode mudar nossa história.
Ao olharmos a trajetória abençoada de Josué, devemos lembrar que ele não teve um início fácil: nasceu sob o jugo de Faraó e, como escravo, não tinha perspectiva alguma de futuro, a não ser a espera de um milagre. E o milagre aconteceu! Pela forte mão do Senhor, ele e seu povo foram libertos do Egito. Logo foi colocado como comandante do exército israelita e, tempos depois, foi escolhido pelo próprio Deus para liderar todo o Israel, na conquista de Canaã. Tornou-se, então, um herói para seu povo e saiu da posição de escravo para a de líder de uma grande nação. Assim como Deus mudou a vida deste personagem, transformando-o em um vencedor, pode mudar a nossa. Não existe problema insolúvel para o nosso Deus e nem há situação que ele não possa mudar. Então, devemos agir como Josué: entregar nossa causa ao Senhor e mantermo-nos fiéis à Palavra, confiantes em suas promessas.
C. A vida de Josué nos ensina a importância de sermos confiantes.
A palavra de Deus nos diz que “os que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não se pode abalar, mas permanece para sempre” (Sl 125:1). Este texto expressa muito bem a vida e
a obra de Josué. Entre as suas muitas qualidades, a que muito se ressaltava era a confiança no Senhor. Ele sabia que o Deus de Israel era a razão de seu sucesso, em todos os combates. Essa
era a diferença entre ele e os outros dez espias de Canaã (Nm 13:26-31). Estes, embora tivessem saído do Egito, em seus corações, não eram realmente livres; por isso, no primeiro
desafio, ficaram apavorados; escolheram desistir e voltar atrás. Por outro lado, Josué teve uma atitude de fé, por que, em sua vida, estava o Espírito de Deus (Nm 27:18). O crente cheio do
poder de Deus é confiante, não se abala com facilidade, não desiste diante de desafios e provações, mas é ousado na fé, pronto a viver uma trajetória de conquistas na caminhada espiritual. Assim como Josué foi perseverante até a conquista da Terra Prometida, nós também devemos estar firmes, até nossa entrada na pátria celestial.
Josué foi exemplo, como servo de Deus e como líder. Sua vida transmite-nos fé e esperança, mostra-nos que vale a pena confiar no Senhor e obedecer a sua Palavra, porque, assim como
Deus abençoou a Josué, desde a saída do Egito, até a entrada na terra prometida, também estará conosco, abençoando e cumprindo todas as suas promessas em nossas vidas. Peçamos, portanto, ao Senhor Deus, que tenhamos a mesma firmeza de propósito, perseverança, franqueza e decisão que encontramos em Josué, pois, agindo desta forma, seremos vencedores como ele foi. Assim como ele prevaleceu, diante de todos os desafios e alcançou seu principal objetivo, que era a terra que manava leite e mel, do mesmo modo, nós prevaleceremos, até a volta de Cristo, quando entraremos na Canaã celestial.
Através do Líder Josué, Deus deu um grande livramento à Nação de Israel diante de seus inimigos e lhe concedeu belíssimas vitórias.
Que cada um de nós possamos se espelhar na sua vida de exemplo e bravura , pois só assim alcançaremos as nossas vitórias no cotidiano da nossa trajetória
Em breve estaremos de volta dando continuidade a esta matéria
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