quarta-feira, 14 de julho de 2021

Série de mensagens sobre a Mulher Samaritana. Quebrando as barreiras do preconceito

 Por Jânio Santos de Oliveira

 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena


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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!


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9 - Então, lhe disse a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus não se dão com os samaritanos)?



11-  Respondeu-lhe ela: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva? 

12 - És tu, porventura, maior do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu, e, bem assim, seus filhos, e seu gado? 



20 - Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. 



25 - Eu sei, respondeu a mulher, que há de vir o Messias, chamado Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas. 

(Jo 4. 9.11,2,20,25)

Estamos de volta para dar continuidade a série de conferências sobre a Mulher Samaritana; desta vez estaremos abordando o tema quebrando as barreiras e dificuldades. Neste segundo segmento da matéria iremos verificar e aprender com o nosso Mestre por excelência , como devemos proceder para transpor as mais variadas e diversas barreiras que os pecadores destituídos da graça de Deus colocam diante de nós visando fazer-nos desistir da missão de evangelizá-los.
Por se tratar de uma pessoa difícil e de vida duvidosa, o próprio Jesus enfrentou e venceu diversos obstáculos que ela utilizou naquele período para fazê-lo demover da ideia de sua salvação.

Vamos analisar baseado na descrição do evangelista João, os cinco tipos de preconceitos por ela utilizados. Vamos acompanhar.



I .    Preconceito nacionalista

(Jo 4.9; 2 Re 17.24;Lc 9.52,53;At 10.28).





O porquê da rivalidade entre Samaritanos e Judeus ?



Eu não poderia falar de um povo, de uma nação, que inclusive teve o privilégio de ser visitada por Jesus por duas oportunidades sem adentrar-me em suas profundidades, de conhecer e falar um pouco de sua história, de saber como ela surgiu, quando surgiu e por quem ? A primeira visita que Jesus fez aos Samaritanos, estava ainda em seu estado normal de pessoa humana, um ser mortal. A segunda visita porém, o Evangelista Lucas, se tratava de Jesus Ressuscitado. E, tanto na primeira quanto na segunda visitação de Jesus, Ele o fez somente para levar a palavra, pregando o Reino de Deus e se identificando como o Cristo prometido, o verdadeiro Filho do Senhor da terra, dos Céus e de todo o Universo.

SAMARIA: Na verdade irmãos, geograficamente e historicamente ( história primitiva dos hebreus ) Samaria nunca existiu como nação nem como cidade e nem consta nas divisões de terras feita pelo grande patriarca Josué. Porém, toda ou quase toda terra de Canaã estaria na verdade fincada dentro da PALESTINA.

1. O começo da história (1 Re 16. 10,21,22,-23)

Havia um homem em Israel chamado ZINRI que fingindo-se amigo do rei o traiu e o matou e se fez rei sobre Israel e reinou apenas sete(7) dias. O povo de Israel se organizaram e partiram para destronar do reino o seu Soberano Zinri e, sem que houvesse conflito armado entre o povo, mas devido as unidades militares do Exército de Israel estarem unida e pronta para destronar à força aquele que assassinara covardemente o seu Rei e que aquartelado ficaram em frente ao Palácio sob o Comando de Onri aguardando as ordens para prende-lo. Porém, o Monarca traidor com medo e sem querer se render preferiu se suicidar. Tocou fogo em tudo quanto havia na residência Oficial e em si mesmo. E com a morte de ZINRI subiu ao trono de Israel o Comandante das tropas do Exército, ONRI. ( 1º Rei, 16: 10, 21,22 e 23 )




2. O Começo de uma Civilização (1 Re 16.23-24)

E assim Onri reinou seis (06) anos sobre Israel ( EM TIRZA ) e, nesse período de Governo comprou um monte a um homem chamado Semer por dois talentos de prata, o que valeria até 1978 o correspondente a 3.800 dólares. E, sobre esse monte construiu a futura Capital de Israel que de princípio passou a se chamar CIDADE DE SAMER. E depois, MONTE DE SAMARIA. Nesta cidade, ONRI REINOU DOZE (12) anos como Rei de Israel. Era finalmente o REINO DO NORTE.que acabara de nascer... ( 1º Rei 16: 23 e 24 ).

Quero adiantar aos queridos irmãos, que quando Israel se dividiu, ficando dez ( 10 ) tribos de um lado e duas de outro, uma identificada na Bíblia como Reino do Norte e as duas restantes como Reino do Sul, não havia ainda a grande nação chamada SAMARIA. O Reino dividido de Israel sem ter lugar certo para acomodar as dez tribos que ficaram sob seu domínio resolveram então e provisoriamente ocupar Siquém, que depois de edificá-la instalaram o seu Reino.( ou a sua residência oficial ). Vê 1 Reis 12: 25.

Algumas décadas ou séculos mais tarde, o alto Comando das Forças de Israel se lembrou de uma grande e formosa cidade que no passado teria sido um grande Reino e sendo o último tomado por Josué chamada TIRZA ( Josué 12:24 ) e para ali se transferiram e reinaram até nascer de fato a sua futura Capital chamada SAMARIA.

Este foi o nome da Capital do Reino das dez tribos durante o período mais longo de sua história. Foi construída por ONRI Rei de Israel, sobre um monte comprado por dois talentos de pratas, ou cerca de 3.800 dólares ( cálculo feito m 1978 ). Chamava-se a princípio SEMER, palavra que significava “ VIGIA “; “ GUARDIÃ “. “ SENTINELA; “ parecia muito apropriada a uma cidade situada no alto de um monte. Nesse sentido, ONRI deu-lhe o nome de “ SHOMRON “, que quer dizer: “ Lugar de Vigília “.. A cidade ocupava o centro de um vale muito fértil ( Is. 28:1). Este local, tão bem escolhido, continuou a ser a Capital do Reino até ao Cativeiro das dez tribos, onde reinaram sucessivamente os seus monarcas e onde foram sepultados,,,”


3. A rivalidade entre Judeus e Samaritanos (2 Re 17. 24).


Como todos sabem, Samaria foi construída entre Jerusalém e a Galiléia. Se uma pessoa estivesse em Carfarnaum ou na Galileia e quizesse ir para Jerusalém ou para a Judéia, obrigatoriamente teria que passar por dentro de Samaria. Caso contrário teria que fazer um atalho pelas fronteiras que por certo passaria de um a dois dias calculadamente para se chegar ao seu destino final.

Há alguns escritores bíblicos que alegam que esses dois povos se davam bem antes do exílio pelo Rei da Assíria, Os Samaritanos estavam na mira do Monarca da Assíria a algum tempo. Várias foram as tentativas de se apossarem do Reino de Samaria sem sucesso. Porém, devido aos grandes pecados cometidos pelo povo Samaritano fez com que Deus os entregassem nas mãos de nações inimigas. E foi o que aconteceu.

No ano de 724 ac, o Rei da Assíria com o seu poderoso Exército sitiou Samaria. Nem entrava nem saia ninguém da cidade. Os alimentos se acabaram, a água ficou escassa e o povo Samaritano sofreram os piores momentos da vida, devido a grande fome. O Rei que comandava o cerco era SALMANASAR e fez o seu Exército ali permanecer por três(3) anos. Nesse período o Rei morre e passa a reinar em seu lugar o seu filho, SARGOM. ( 2º Reis 17: 3, 4,5 e 6 )

SARGOM, o novo Monarca da Assíria, sabendo que todo povo Samaritano estava enfraquecido devido a fome e a sede aproveitou-se da situação deplorável daquela gente determinando a invasão. Todos foram presos e acorrentados, permanecendo na terra os mais pobres. Samaria tinha como Rei OSÉIAS, que reinava sobre Israel já há nove (09) anos. ( 2 Reis: 17: 5,6, e 7. )

SARGOM depois de tomar e saquear o Reino de Samaria e levar todo mundo preso para a Assíria e, com o pensamento de desnacionalizar o povo de Deus, resolveu espalhá-los em varias nações sujeitas ao seu Império. E, por outro lado resolveu criar uma nova civilização na terra de SAMARIA. Para isto, fez transportar para a citada cidade cinco(05) civilizações diferentes, são elas:



  • Povo de Babel.
  • Povo de Cuta;
  •  Povo de Ava;
  •  Povo de Hamate;

 Povo de Sefarvaim ( Este último é os que queimam os filhos como sacrifício )

E, sob a proteção do Rei da Assíria passaram a plantar e a construir, fazerem templos religiosos e a nação começou a crescer. ( 2 Re 17. 24 ).




Deus estava insatisfeito com o que fez o Rei da Assíria sobre os povos de Samaria e a maneira de vida que aqueles novos habitantes da terra estavam levando. Resolveu então mandar um castigo para todos: Mandou muitos leões invadirem a cidade para morder, atacar e matar todos aqueles que tinham por adoração um deus pagão, um deus de pau ou de madeira ou de bronze. Morreram muita gente e por isto mandaram embaixadores a SARGOM comunicando o que estava acontecendo em Samaria. Diziam eles que tudo aquilo era porque eles não sabiam adorar e nem como agradar ao Deus de Israel. O Rei da Assíria Sargom, chamou um dos seus oficiais e determinou que tirasse um dos sacerdotes que estava ali em seu reino como prisioneiro e o mandasse para a terra de Samaria a fim de ensinar o povo como se deveria portar-se diante do Deus da terra dos Samaritanos. E assim aconteceu. ( 2 Re 17. 25, 26 ,27 ).

4. O início da rivalidade (2 Re 17. 16-17 ).


Apesar de tudo ter acontecido como castigo de Deus, a nova civilização Samaritana imposta pelo Rei da Assíria vinham pecando e fazendo pecar pessoas inocentes. Os Judeus que faziam fronteiras com Samaria não aceitavam o que estava acontecendo. PRIMEIRO: ter que conviver com uma vizinhança estranha, totalmente pagã e que não era povo de Israel. SEGUNDO: ter que assistir os vários tipos de pecados que eles cometiam diante do povo, inclusive fazendo queimar os próprios filhos e filhas como oferenda ao seu deus de lata ou de pau, ou de bronze.

Como os verdadeiros Samaritanos nunca mais voltaram à sua terra natal, espalhados em várias partes do mundo, sem nomes e sem pátria, as brigas também entre Judeus e esses que diziam serem Samaritanos nunca mais tiveram fim. E, tudo por causa de um Rei bárbaro, mesquinho e sem coração que com certeza devia crer em um deus de barro ou de pedra. ( Leiam: 2º Reis 17: 16-17 ).

E, finalmente, para piorar ainda mais a vida dos Samaritanos, no ano 331ac Alexandre, o Grande, que já havia tomado a Assíria, Babilônia, toda a Palestina, e tantas outras nações, tomou também Samaria e os seus habitantes ele os fez transportar para Siquém. Alexandre então resolveu repovoar Samaria levando gente da Assíria e da Macedônia para habitar naquela cidade vencida. E, assim, a terra dos Samaritanos foi obrigada a ter uma nova filosofia de vida; um novo tipo administrativo; uma nova modalidade política; enfim, uma nova maneira educativa, inclusive religiosa.

Com certeza, só mesmo Jesus, o Filho do Deus Altíssimo para acabar com essa rivalidade que já durava alguns séculos de anos ( antes de Cristo ) e com as tantas injustiças sofridas por esse povo de Samaria.

Jesus venceu tais empecilhos (Jo 4.39-42; At 8.5-25).

II .    Preconceito sexual (Jo 4.9,16, 27).


Então, lhe disse a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os judeus não se dão com os samaritanos)?


A atenção que Jesus dispensou as mulheres do seu tempo

Jesus inaugura uma experiência do Reino que recupera as pessoas, restituindo-lhe sua integridade e sua dignidade.
Por atitudes, Jesus estabelece novas características à comunidade: igualdade e participação de homens e mulheres juntos, pois o amor de Deus é para ambos. Jesus se posicionou contrário a opressão e a marginalização da mulher bem como dos outros excluídos (cegos, mudos, leprosos, pecadoras públicas, coxos, paralíticos).
Ele não apenas convive, mas acolhe e promove os desprezados pela religião e pelo governo. Jesus oferece um lugar na convivência humana, acolhe como irmã e irmão aos que eram rotulados e relegados:
- imorais: prostitutas e pecadoras (Mt 21,31-32; Mc 2,15; Lc 7,37-50);
- hereges: pagãos e samaritanos (Lc 7,2-10; 17,16; Mc 7,24-30);
- marginalizados: mulheres, crianças e doentes (Mc 1,32; Mt 8,17; 19,13-15; Lc 8,2);
- colaboradores: publicanos e soldados (Lc 18,9-14; 19,1-10);
- pobres: o povo da terra e os pobres sem poder (Mt 5,3; Lc 6,20-24; Mt 1 1,25-26).
Olhando o Evangelho encontramos muitos textos expressivos que falam da mulher. Na atividade evangelizadora de Jesus a mulher adquire outro patamar, muito diferente do Judaísmo e do Império Romano. Para Jesus a mulher ganha o seu devido valor e toma seu lugar na sociedade. Dois textos nos ajudarão a ver como Jesus recebe a mulher do seu tempo e tenta salvá-la: o caso da mulher pecadora e da viúva:
 1. Jesus perdoou a mulher pecadora (Lc 7,36-50)

O texto de Lucas Lc 7,36-50, a mulher pecadora, mostra a atitude de Jesus em relação às mulheres de seu tempo.
A mulher pecadora é recebida por Jesus que de maneira humilde suplica e confia na misericórdia de Cristo. Aqui se confirma a fidelidade do serviço, visto a mulher passar à frente do anfitrião (um fariseu) omisso ou que pretensiosamente esqueceu os gestos orientais de boas vindas e cumpre, no lugar dele, os ritos de hospitalidade.
No seu gesto de molhar os pés de Jesus com as lágrimas, secar com os cabelos, cobri-los de beijos e os ungir com o perfume, os presentes, vêem a pecadora (certamente uma prostituta bem conhecida) praticar atos de arrependimento. Mas, dá testemunho, de Jesus, com esse seu gesto de maneira profética. Anuncia a Morte e Ressurreição. As imagens que a narrativa nos apresenta lembram os últimos momentos de Jesus. A dor estampada em suas lágrimas; os cuidados do corpo nos cabelos que enxugam e o envolvem como num sudário; os beijos com que o cobre prefiguram as mulheres que na ressurreição, lançar-se-ão aos pés de Jesus; a unção do perfume evocando tanto o rito fúnebre de sepultamento, quanto a difusão da boa - nova, propagado através do mundo.
Em contrapartida, a cena mostra que o fariseu somente o convida a comer com ele. Mas, a presença de Jesus não altera o seu modo de ser: pouco observa em Jesus; homenageia-o pouco; recebe-o mal, da boca para fora. A pecadora se distingue pela capacidade de comunicação, mesmo sem ser convidada: lágrimas, cabelos, perfume, beijos.
O fariseu é mesquinhez e isolamento. A mulher é o espírito do mundo reconciliado, a fé num Deus de amor.
Conforme os evangelhos podemos constatar a atitude sempre amistosa de Jesus para com todos, especialmente à Mulher. Muitos outros exemplos nos evangelhos mostram o respeito, a consideração e a misericórdia de Jesus para com as mulheres. Elas foram os primeiros não - judeus se tornarem membros do Movimento de Jesus. Foram responsáveis pela extensão deste movimento a não - israelitas.
O texto mostra que para Jesus as mulheres eram as suas seguidoras, como o eram os homens. Para o Reinado de Deus, anunciado por Jesus, todos são convidados: as mulheres e os homens, as prostitutas, os samaritanos e os piedosos fariseus. Ninguém é excluído. A mulher tem a mesma dignidade, categoria e direitos que o homem. Pela participação da mulher no seu grupo Jesus rejeita as leis e costumes discriminatórios que menosprezam essa dignidade, categoria e direitos e, arrisca o seu prestígio e a sua vida em favor da mulher. Esta atitude de Jesus gera uma nova comunidade sobre um novo mandamento: a igualdade, a participação de mulheres e homens juntos, pois Deus ama a todos igualmente.
Jesus afirma: “Muitos que agora são os primeiros, serão os últimos, e muitos que agora são os últimos, serão os primeiros” (Mc 10,31; Mt 19,30; 20,16), aplica-se também às mulheres e à sua situação de inferioridade nas estruturas dominadas pelos homens, nas estruturas da sociedade patriarcal.
Fazendo a proclamação do Reino para os pobres e fracos, Jesus queria abranger as pobres mulheres judias, e todas as outras, proclamando os direitos dos pobres e a justiça de Deus.
Jesus tem uma proposta em relação à mulher: Ele acaba com as exigências da família patriarcal e constitui uma nova comunidade familiar, comunidade que não inclui os “pais” enquanto se conservassem na estrutura de uma sociedade patriarcal. Na família cristã, marido e mulher, pais e mães, filhos e filhas, irmãos e irmãs são essencialmente filhos de Deus, irmãos em Cristo, próximos.
Essa promoção das mulheres, é um aspecto particular do Evangelho no que tem de mais essencial: a Boa Nova anunciada aos pobres, libertados com prioridade, por Jesus.
Quando Jesus “salva” uma mulher, muitas vezes assim o faz como desafio lançado à grupo dirigente. A inocência que defende, com o apoio do milagre, contesta a legitimidade dos poderes estabelecidos, protesta contra o arbitrário das reprovações coletivas.

2. A Viúva de Naim (Lc 7.11-17)
Na porta de entrada da cidade de Naim encontra-se um grupo de pessoas que vão enterrar um defunto.
A descrição do episódio é rápida: era filho único, e sua mãe era viúva” (7,12). Jesus olhando a cena fica movido de compaixão.
A mulher viúva segundo o Antigo Testamento situava-se em um dos três estados de carência total. Somente uma mulher, talvez, poderia carregar este peso de dor e solidão. A viúva do relato era Judia e mulher: sua vida era a família e a família agora com a perda de seu filho desaparece. O filho da viúva se foi. Esta imagem da viúva destituída de filho é o arquétipo do infortúnio levado ao extremo.
Diante desta imagem do nada Jesus comove-se até as entranhas, conforme diz o texto. Em meio a tanta gente, Jesus apenas enxerga a solidão: a mãe. Entre todas as mulheres que encontrou, esta é a mais distanciada da esperança, da fé e da oração. E Jesus comove-se, com aquela piedade que a Cananéia implorava em vão. Ela precisava da fé e Jesus dá a ordem: “Não chores!” E entregou o filho que se levantou à sua mãe. Hei-la de novo, de fato mãe, e com este filho ao qual lhe é entregue uma infinidade de bens que são a paz, o futuro, o amor, o relacionamento, a dignidade do ser, sua perseverança e o sentido da vida. A mãe ressuscita com o filho.
A mulher é apenas citada, mas permanece o pivô do relato, sóbrio combate em que a fé viva supera a incredulidade do luto.
Vimos o relato de duas figuras de mulheres, emblemáticas do desespero humano. Uma, rejeitada pela lei dos homens: a mulher pecadora, Lc 7,36-50; a segunda, pela perda do marido e do filho: a viúva de Naim.
Estas mulheres não agem por si mesmas. O Evangelho apresenta-as em sua solidão tormentosa, mas o tríplice destino da condenação, da enfermidade e da morte inflama a misericórdia de Cristo.
No Novo Testamento encontramos muitos outros texto que ilustram a nova proposta que Jesus em relação a mulher, lembramos outros:
- A Mulher Encurvada – Lc 13,10-17:
- A Mulher Sírio - Fenícia – Mc 7,24-30; Mt 15,21-28 :
- A filha de Jairo e a A Mulher Hemorroíssa – Mt 9,18-26; Lc 8,40-56; Mc 5,21-43.


3. Jesus quebrou o preconceito existente contra as mulheres.
Jesus criou um movimento novo, rompeu uma série de preconceitos culturais e entre suas inovações está o discipulado feminino. No seu discipulado, eram admitidas mulheres, em igualdade de condições com os homens. Jesus convive com elas, conversa, quer em particular, quer em público, procura escutá-las. elas participam ativamente e são beneficiadas com milagres e curas. Quebra os preconceitos da impureza, deixa-se tocar pela hemorroíssa. Ele mesmo toca o cadáver da filha de Jairo conforme (Mc 5,25-43).
Jesus não se esquiva de ser tachado de imoral e escandaloso, pelos fariseus, enquanto desafia os preceitos legais e entra em casa de mulheres sozinhas, como a de Marta e Maria (Lc 10,38-42).
Outra prática inconcebível para um rabino da época seria ter um grupo de mulheres que abandonassem seus lares para seguí-lo, viajando com Ele (Lc 8,1-3). Mas, a atitude de Jesus, com relação às mulheres é em muitos sentidos inovadora, até mesmo revolucionária.
Para ser discípulo de Jesus precisava: chamado, seguimento, serviço, visão, escuta e missão. As mulheres preenchem esses requisitos e se inserem nessa missão, desde a Galiléia até Jerusalém (Mc 15,40-41).
Quando Jesus foi preso e condenado, os discípulos fogem. As mulheres arriscaram suas próprias vidas, permaneceram ao pé da cruz, foram ao sepulcro, creram e difundiram a ressurreição. Elas participam, portanto, de todos os fatos e acontecimentos.
Jesus chama as mulheres: no caso do seu discipulado, há um chamado por parte dele, isto é, o mestre toma a iniciativa, costume diferente de outros filósofos e rabinos. Jesus rompe as discriminações e chama os “impuros”, como o publicano Levi, zelotes, como Simeão e mulheres como Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e Salomé.
As mulheres com gratuidade e prontidão dão resposta e tem presença marcante no discipulado de Jesus. As mulheres seguiam e serviam Jesus, conforme Mc 15,41. O mesmo Evangelista em 14,3-9 diz que uma mulher anônima unge a cabeça de Jesus com perfume de nardo puro (óleo perfumado, muito caro por causa de sua escassez). Essa era uma prática típica dos profetas, quando ungiam os reis: sinal de que as discípulas perceberam, na convivência com Jesus, o seu messianismo.
Essa mulher é Maria Madalena que foi a primeira a ser enviada para anunciar a Ressurreição, foi a primeira a ser “ordenada” para o serviço da evangelização. Portanto houve mulheres discípulas e apóstolas que exerceram seus ministérios.
Maria Madalena se destacou entre os homens e mulheres que seguiam Jesus rompendo preconceitos, superou barreiras para chegar até Jesus ungindo-lhe os pés. Assim, Jesus aprova esse gesto de amor e confirma “em verdade vos digo que, onde quer que venha a ser proclamado o evangelho, a todo mundo, também o que ela fez será contado em sua memória” (Mc 14,9). Ela que padeceu aos pés da Cruz, foi compensada com a Boa Nova da Ressurreição e a anunciou aos onze e a todos os outros (Lc 24,9).
Marta e Maria foram amigas e discípulas de Jesus, cada uma ao seu modo.
Maria é elogiada pelo próprio Cristo dizendo: “ela escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada” (Lc 10,42), isto é, porque ficou sentada aos pés do Senhor escutando-lhe a Palavra (Lc 10,39). Era assim que um rabino formava os seus discípulos, sentados aos seus pés, escutando sua palavra. Aqui Jesus aplica essa prática a uma discípula mulher.
Marta, sua irmã, não fica para trás em termos de discipulado. Na morte de Lázaro, ao chegar Jesus, ela corre ao seu encontro e confessa a sua fé e aguarda a atitude de Jesus. O milagre consumado ela sai proclamando para todos. Foi considerada diaconisa.
Marta e Maria representam a acolhida da mulher para com os seus hóspedes onde o próprio Jesus era recebido com alegria e amizade após suas peregrinações e exaustivas pregações.
- MARIA DE NAZARÉ, a Mulher - Quando falamos da mulher, sob o ponto de vista bíblico, temos que falar em Maria: a mulher Maria de Nazaré. Ela viveu num tempo e num espaço, num contexto determinado, inserida em estruturas familiares, sociais, econômicas, políticas e religiosas.
Maria é apresentada como modelo para a mulher cristã. Vive na passagem do Antigo e o Novo Testamento, experimenta o que quer dizer ser mulher no judaísmo patriarcal, ao mesmo tempo em que participa e saboreia o gosto da Boa Nova trazida por Jesus. Ela toca na vivência a nova experiência comunitária libertadora que seu Filho inaugura, tratando as mulheres como iguais e integrando-as no projeto salvador do Reino de Deus. Sem deixar de viver, portanto, toda a imensa riqueza do Judaísmo e da reflexão de fé de seu povo, Maria é portadora, de uma nova esperança e um novo modo de ser mulher.
Maria é para a mulher uma nova perspectiva de crer, de falar, de esperança e caminhos. Ela não é apresentada como estilo de mulher alienada, passiva e submissa, mas alguém que foi plenamente mulher de seu tempo, integrada na esperança e na luta de seu povo, participando com o melhor de sua força no projeto histórico do Reino de Deus.
Deus criou homem e mulher para a igualdade entre eles. Na pessoa de Maria de Nazaré, Deus fez a plenitude de suas maravilhas. É na carne e na pessoa de uma mulher que a humanidade pode ver, então, sua vocação e seu destino levados a bom termo, a criação chegada à sua meta. Maria com seu SIM a Deus, disse NÃO a tudo que se opunha ao plano de Deus, deixando assim, às mulheres um exemplo de luta para essa igualdade da criação. Em Maria, as mulheres encontram um reforço e uma ajuda na sua caminhada e na sua dura luta em direção à igualdade e à libertação.


4.Como Jesus quer que tratemos as mulheres hoje

A participação da mulher na sociedade vem sofrendo profundas transformações. A mulher está mais consciente, busca igualdade sem perder o que é próprio seu. Hoje, mais do que nunca, a mulher vai à luta, está se encontrando como agente social, não é mais anônima, dá opinião e age com segurança frente as mais diversas situações. Acredita no que faz se sente importante. Não age por que alguém está cobrando ou por modismo. Na luta pela igualdade a mulher deve conhecer seus limites, pois não basta ser somente igual em seus direitos ou deveres, não basta mudar a linguagem, é preciso mudar, transformar as relações, as atitudes, a consciência, a mentalidade.
A participação da mulher na sociedade não deve ser encarada como complemento na vida. É preciso ter equilíbrio entre o espaço “público” (trabalho) e o espaço “privado” (o lar, a família).
Hoje é comum, moderno, o uso da linguagem integradora, porém, isso não é sinônimo de transformação, pois na realidade, no dia a dia a mulher se depara com os gestos e atitudes opressivas, patriarcais, excludentes.

III .    Quebrando as barreiras e dificuldades (Jo 4. 11,12).


Respondeu-lhe ela: Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva?


  És tu, porventura, maior do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu, e, bem assim, seus filhos, e seu gado?


Neste segmento observamos como a Mulher Samaritana  vai colocar uma série de impedimentos ao ponto de tentar sufocar o Senhor Jesus não lhe dando sequer a chance de respirar pois pela quantidade de obstáculos tudo levava a crer que Jesus desistiria. Veja
1. Como tirar a água.
2.  O poço é fundo.
3.  Aonde encontrar a água viva.
4. Seria Jesus maior que Jacó? A mulher vai no profundo, já que o Senhor Jesus lutara com Jacó no vau de Jaboque Gn 32.22-32)e curiosamente foi por ele (Jacó) vencido.
Jesus prometeu lhe dar da água da vida e eterna (Jo 4.3,14)

IV.    Preconceito quanto ao local de adoração (Jo 4. 20).



Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar.


Os Judeus adoravam no templo(Dt12.5,11;1Co1,2;1Re 9.3;2Cr7...); já os samaritanos no monte(Ex19.3-24;Dt27.12) Jesus no entanto refuta tal teoria (Jo 4.21-24;1Tm 2.8;Jo 9.4,5)afirmando que já chegou a hora em que os verdadeiros adoradores não estarão mais preocupados quanto ao local de adoração mas com uma atitude sincera ,ou seja “EM ESPIRITO E EM VERDADE”.


Ao mencionar dois lugares distintos de adoração, a mulher devia estar tentando mudar de assunto para falar de questões religiosas, e não dos seus pecados. Ou talvez ela tenha entendido que era pecadora (v. 18) e que tinha de oferecer sacrifício. E, se assim fosse, sendo Jesus um judeu, Ele certamente diria a ela que o sacrifício devia ser oferecido no templo em Jerusalém. Os judeus insistiam que o único local de adoração era Jerusalém. Os samaritanos, por sua vez, criaram outro lugar de adoração no monte Gerizim, que, segundo a tradição deles, era o lugar onde Abraão fora para sacrificar Isaque, e onde encontrara Melquisedeque mais tarde. Quando as bênçãos e maldições foram pronunciadas para as gerações de Israel no deserto, as bênçãos foram lidas no monte Gerizim (Dt 11.29; 27.12). No entanto, Deus ordenou em Deuteronômio 27-4 que, quando o povo passasse o Jordão, um altar fosse erigido no monte Ebal, não no monte Gerizim. Os samaritanos, entretanto, mudaram o versículo para que se lesse monte Gerizim. Eles mudaram a história e alteraram o texto das Escrituras para enaltecer o monte Gerizim. A samaritana havia sido ensinada a considerar o monte Gerizim o lugar mais sagrado do mundo e a desprezar Jerusalém. Não é de se estranhar então ela ter falado sobre o lugar de adoração. Ela achava que o monte Gerizim era um lugar de adoração e sacrifício, mas agora estava diante de um judeu e tinha certeza de que Ele era Deus. Ela estava certa que Ele lhe diria para ir a Jerusalém.




 "Como adorar a Deus corretamente?"
 A adoração pode ser definida como o ato de honrar e amar uma divindade, ídolo ou uma pessoa de forma "altruísta". O ato de adoração envolve “o eu” total em dar louvor, agradecimento e reverência à divindade, pessoa ou objeto material. Não é um assunto que se trate pela metade, e apenas depois de distinguir entre o que seja ou não adoração, no que diz respeito ao objetivo divino, é que podemos começar a responder à pergunta acima mais plenamente. Na verdade, a adoração bíblica, diz o seguinte: "É um coração redimido, ocupado com Deus, expressando-se em adoração e ação de graças." Da mesma forma,"A verdadeira adoração é ser tão pessoalmente e perdidamente apaixonado por Deus que a ideia de uma transferência de afeto nunca existe mesmo remotamente."

Assim, a verdadeira adoração de Deus se distingue pelos seguintes critérios: primeiro, vem do coração resgatado que foi justificado diante de Deus pela fé e que está confiando no Senhor Jesus Cristo para a remissão dos pecados. Como se pode adorar o Deus do céu, se o seu pecado não tem sido tratado? Nunca pode ser aceitável uma adoração que proceda de um coração ainda não regenerado, onde Satanás, o próprio eu e o mundo tenham a maior influência (2 Timóteo 2:26, 1 João 2:15). Qualquer adoração, a menos a que seja de um coração "lavado", é vã.

A verdadeira adoração de Deus vem de um coração que deseje apenas Ele. Foi exatamente aqui onde o povo samaritano errou; eles procuraram adorar a Deus e ídolos (2 Reis 17:28-41), e isso é reafirmado pelo Senhor Jesus Cristo ao ensinar sobre o tema da verdadeira adoração quando a mulher samaritana veio buscar água do poço. "Vós adorais o que não conheceis" (João 4:22). Essas pessoas adoraram a Deus "pela metade" porque a sua afeição total não estava em Deus. É possível que até mesmo os crentes verdadeiros caiam neste segundo erro. Talvez não concordemos em ter ídolos físicos, como os samaritanos fizeram, mas o que absorve a nossa vontade, o nosso tempo, os nossos recursos mais do que tudo? Serão a carreira, bens materiais, dinheiro, saúde ou até mesmo nossas famílias? Vamos clamar, como o rei Davi no Salmo 63:5: "Como de banha e de gordura farta-se a minha alma; e, com júbilo nos lábios, a minha boca te louva." Nada menos do que Deus deve satisfazer o coração do homem regenerado, e a sua resposta a essa satisfação divina, comparável à melhor comida que já existiu, é o fruto de lábios que cantam louvores a Deus (Hb 13:15).

A verdadeira adoração de Deus é o desejo de continuar a aumentar o nosso conhecimento dEle. Como temos perdido esse desejo nestes dias! Além da Bíblia, a qual devemos ler diariamente, precisamos complementar o nosso conhecimento através da leitura de outros livros bons também. Precisamos encher nossa mente constantemente com as coisas de Deus; Deus deve estar sempre em nossa mente, e tudo o que fizermos deve ser feito com referência a Ele (Colossenses 3:17, 1 Coríntios 10:31). É interessante que a palavra grega para "adoração" em Romanos 12:1 também pode significar "serviço". Então, as nossas vidas diárias também devem ser consideradas adoração. Todos os dias devemos nos oferecer como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. A igreja deve formar o mundo ao molde de Jesus Cristo, mas muitas vezes é o contrário.

Vamos purificar os nossos corações se realmente quisermos adorar o Deus trino em espírito e em verdade. Nosso Deus é santo, Ele é completamente "Outro", um Deus que não pode nos compartilhar com outros objetos de nosso afeto. Na verdade, um Deus que SE RECUSA a nos compartilhar por causa da Sua santidade. Fomos feitos para adorar, mas a Queda nos aleijou e arruinou. A adoração é a coisa mais natural para o homem, mas até sermos restaurados a Deus através do sacrifício do Seu Filho amado, toda a nossa adoração é apenas uma coisa vã. É como "fogo estranho" diante do altar (Lv 10:1).



A igreja evangélica, salvo raríssimas exceções, herdou de forma conveniente, a estrutura bispo-monarquico da igreja romana, criando seus pequenos e grandes vaticanos, centralizando aquilo que o próprio Senhor Jesus Cristo descentralizou, ou seja, o culto de adoração a Deus (Jo 4.23,24). Se fôssemos, de fato, seguir o ensinamento de Jesus, deixaríamos de construir templos, pois nós somos templos nele como nos deixaram bem claro os textos de Paulo (I Co 3.16,17; 6.19; Ef 2.21,22); e Pedro (I Pe 2.5). Desde a minha adolescência já ouvia “pastores” se valerem de uma hermenêutica totalmente equivocada, porém conveniente a eles, daquela passagem onde Davi teve a oportunidade de matar Saul na caverna, e disse:”Deus me guarde de tocar no ungido do Senhor”. (I Sm 24.6)E assim, agiam de maneira hostil e arbitrária contra o rebanho de Deus (leia I Pe 5.2), causando males psíquicos, muitos até de natureza indelével, na vida de muita gente boa e temente a Deus. Ora, Saul foi ungido para ser rei, um pastor, se é que realmente foi ungido por Jesus, foi ungido para ser servo a exemplo do Sumo Pastor (Mt 20.28 e Lc 22.27). Não consigo ver nenhuma semelhança entre muitos pastores, principalmente presidentes de igrejas, com o nosso Bom Pastor Jesus (Jo 10.14), pois o Senhor sequer tinha onde reclinar a cabeça (Lc 9.58), ao contrário desses mercenários da fé que se tornaram ricos, usufruindo dos dízimos e ofertas para seus deleites e prazeres, viajando pelo mundo, enviando seus filhos para estudarem nas melhores escolas do mundo, nos EUA e Inglaterra, e ainda oprimindo o povo sob ameaças de excomunhão e “pragas evangélicas e maldições” sobre quem não contribuir e bancar suas luxúrias!
Observe o que Paulo diz sobre o nosso Sumo Pastor e veja se há alguma semelhança no comportamento avarento de muitos pastores de nossos dias:
“Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre , para que pela sua pobreza enriquecêsseis.” (2 Co 8.9)
O oposto do que Paulo diz expressaria bem o que motiva muitos líderes evangélicos:
“Porque já sabeis sobre o espírito de pleonexia e eritheia (espírito que visa lucro!) de muios pastores, os quais sendo pobres, por interesse e cobiça se fizeram ricos, para que pela sua riqueza de bens acumulados, permanecêsseis pobres e oprimidos.”
Mas o enriquecimento neste texto está no contexto que fala da riqueza de generosidade demonstrada por aqueles irmãos pobres, que contribuíram com grande alegria e voluntariedade, para socorrer aos irmãos da igreja de Jerusalém. Mas o pastor mercenário adora citar 2 Co 9.6 que fala sobre a lei da semeadura, ou seja:
“o que semeia pouco, pouco também ceifará, e o que semeia em abundância, em abundância ceifará.”
Entretanto, este texto está dentro do mesmo contexto da riqueza de generosidade que aqueles irmãos, tão pobres, demonstraram, dando acima de suas possibilidades, não para a construção de um império eclesiástico, mas para socorrer aos necessitados.
Lembro-me de um pastor, muito versado na bíblia, um bom evangelista mas um péssimo pastor, que “apausentava” (não apascentava!) as ovelhas com terrorismos verbais com base “bíblica”, dizendo: “ninguém brinque com a severidade de Deus”, e como eu sempre fui livre para me expressar, eu o confrontei dizendo que aquilo não era “severidade de Deus”, mas sim sua (do pastor) natureza adâmica nordestina de cangaceiro de Lampião! Por favor, não me interpretem mal, pois nada tenho contra nossos irmãos compatriotas nordestinos, pois meu paizinho e avós paternos (saudosa memória) são de lá, gente boa e muito talentosa e criativa.
Infelizmente, assim como o clero romano percebeu que o templo judaico era grande fonte de lucro, passou a centralizar o culto, a partir do 3º século d.C, oficializando o cristianismo como religião do Estado, e os protestantes, principalmente hoje, copiaram esta forma centralizadora e tirana de culto, onde quem manda, quem é o chefe supremo, pontífice evangélico, é o pastor presidente vitalício (nem o presidente da república é vitalício!), coronel e “dono” das almas de crentes indoutos e leigos, que se recusam a enxergar que este sistema é humano e carnal.
O Senhor Jesus estabeleceu a Sua Igreja, mas jamais estimulou a centralização do culto no templo, pois foi Ele quem disse à mulher samaritana:
“Nem no monte e nem no templo adorareis ao Pai (…). Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem.” (Jo 4.21,23).
Seria muito bom se houvesse arrependimento e conversão ao verdadeiro evangelho de Jesus desses pseudo-pastores! Seria maravilhoso se eles assimilassem a mensagem do apóstolo Pedro que disse:
“Apascentai o rebanho DE DEUS, que está entre vós, tendo CUIDADO dele, NÃO POR FORÇA, MAS VOLUNTARIAMENTE; nem por TORPE GANÂNCIA, , mas de ÂNIMO PRONTO. Nem como TENDO DOMÍNIO sobre a HERANÇA DE DEUS, mas SERVINDO de EXEMPLO para o REBANHO DE DEUS.” (I Pe 5.2,3 – o grifo é meu)
PRESTE ATENÇÃO NA CONOTAÇÃO GENITIVA, QUE INDICA DELIMITAÇÃO DE ORÍGEM: REBANHO DE DEUS E HERANÇA DE DEUS!!!
Não tenho nenhuma dúvida de que Pedro aprendera com o Senhor por meio daquela conversa ao redor da fogueira, quando Jesus disse a ele: “Apascenta o MEU rebanho”. Pedro entendeu que o rebanho é de Deus, e que ninguém deveria apascentar o rebanho de Deus por torpe ganância e com domínio sobre ele, como vemos acontecer em todo tempo em nossos dias.
Que o Senhor Jesus, nosso Sumo Pastor, tenha misericórdia de Seu povo que vive sob a manipulação e opressão de muitos líderes inescrupulosos e avarentos, pois como disse Paulo, a avareza é idolatria, e portanto, todo pastor avarento é um idólatra.
“Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo ou de Deus.” (Ef 5.5 Cl 3.5)

Adorar a Deus independe de um lugar. Na conversa com a mulher da Samaria, Jesus está criticando a maneira como as pessoas da época faziam adoração a Deus. O importante é adorar a Deus em espírito e em verdade, e para isso não é preciso um lugar especial. É  no coração de todo ser humano que Deus deve ser adorado, e não apenas em um monte ou prédio. Deus habita em todas as pessoas que o recebem com alegria e fazem de seu coração o lugar especial para Deus ficar. As pessoas cristãs que adoram o Pai em espírito e em verdade necessitam também de um lugar, para que unidas possam fortalecer  e renovar sua fé, mas o importante é que está no coração de cada uma delas e não apenas o lugar.
Peçamos a Deus que saibamos reverenciar e adorar com muita alegria a Deus, independente do lugar onde estivermos, mas que o nosso coração e todo o nosso ser seja o templo que dedicamos a Deus.


V .    Preconceito do desprezo (Jo 4.25).

 Eu sei, respondeu a mulher, que há de vir o Messias, chamado Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas.

Os samaritanos acreditavam que o profeta de Deuteronômio os ensinaria tudo quando Ele viesse.

A mulher tenta agora desqualificar o Senhor Jesus, considerando-o um ninguém, pelo que disse.  Ela quis dizer que  só o Senhor Jesus é que tem toda a autoridade para ensinar a Palavra de Deus.

O equívoco dela se dava no fato de que o Mestre estava de frete a frente com ela sem que fosse percebido.

Jesus foi obrigado a se revelar diretamente para ela (V. 26) .


VI. Como evitar os preconceitos.

Todos nós, em algum momento de nossas vidas, nos sentimos com o direito de julgar o outro por causa da sua forma de vestir, de sua forma de agir, sua forma de falar ou de pensar. Estes preconceitos não são benéficos para nós nem para a outra pessoa, já que limitam a capacidade de prazer de ambos. Em nossa sociedade existe uma dificuldade de poder aceitar o outro como é sem criticá-lo negativamente. Esta capacidade de julgar vamos aprendendo ao longo da vida, seja em nossa família, na educação formal ou no meio em que nos movemos. Mas uma vez que atingimos a idade adulta, somos capazes de modificar estes pensamentos e condutas e transformá-los em ações positivas. A seguir, apresentaremos, como evitar ser preconceituoso.
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1. Preconceito.

Como diz a palavra, um preconceito implica julgar antecipadamente um fato, uma pessoa, uma conduta. Não devemos nos antecipar ao que realmente é. Muitas vezes, a primeira impressão que temos de uma pessoa costuma ser equivocada. É importante poder ter a capacidade de manter uma mentalidade aberta e flexível para poder evitar preconceitos equivocados.


2. Tempo.

 Antes de emitir um comentário ou de rotular uma pessoa, você deve tomar o tempo necessário para conhecê-la bem. Podemos nos surpreender positivamente se lhe dermos uma chance. Observe com certa distância e trate de não agir impulsivamente, para que a outra pessoa possa agir livremente e desenvolver-se com naturalidade. Se não lhe dermos uma oportunidade, nunca saberemos se estávamos certos em relação ao que pensávamos.


3. Sinceridade.

Não dê por garantido qualquer coisa baseada em suposições. Se você tem algum tipo de dúvida em relação a certas situações, pergunte diretamente à pessoa implicada. Sobretudo, caso se trate de atitudes ou reações. Às vezes o que nós consideramos uma afronta, na verdade não o é para a outra pessoa, por isso é necessário não dar por garantido certas coisas, mas sim perguntar antes.

4.Clareza.

Você deve tratar de evitar todas aquelas palavras que sejam destrutivas tanto para si mesmo como para a outra pessoa. Você deve tratar de pensar positivamente, manter-se aberto frente à situação, para deste modo aceitar as diferenças e não julgar. Nós não somos juízes dos outros, não somos nem melhores nem piores, somos diferentes e por isso é importante aprender a conviver com a diversidade em vez de criticá-la.


5. Prevenir.

 Não faças com os outros o que você não gosta que façam com você. Se você não gosta de que o critiquem sem motivo, não faça a mesma coisa . Cada um tem o direito de ser como quer desde que não faça mal a ninguém. Respeitar as diferentes opiniões e as diferentes maneiras de enfrentar a vida é a questão fundamental. Aprendemos mais com as diferenças do que com as igualdades.


6. Igualdade.

Ninguém é melhor por se vestir, falar ou agir desta ou daquela maneira. Não caia no erro de achar que está habilitado para atuar como juiz diante das pessoas. Como seres humanos, todos somos diferentes e todos somos capazes à nossa maneira. Pré-julgando, a única coisa que você vai conseguir é ficar em um lugar de passividade. Comece a trabalhar os seus preconceitos para aprender com os outros e crescer como pessoa.
Preconceito é um conceito preconcebido que alguém tem ou cria acerca de alguém; ela pode se manifestar de forma declarada ou velada.

Se você ainda faz acepção de pessoas mesmo sendo um cristão peça a Deus para melhor lhe converter, e se você ainda não conhece ao Senhor, entregue a tua vida em suas mãos que Ele lhe perdoará os pecados e lhe receberá na sua presença e tu terás o direito de morar co Ele eternamente para todo sempre, amem

Estaremos de volta dando sequência esta série, a Paz do Senhor!

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