Por Jânio Santos de Oliveira
Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena
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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!
Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra na epístola aos Hebreus 11.8-19 que nos diz:
Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia.
Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa.
Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus.
Pela fé também a mesma Sara recebeu a virtude de conceber, e deu à luz já fora da idade; porquanto teve por fiel aquele que lho tinha prometido.
Por isso também de um, e esse já amortecido, descenderam tantos, em multidão, como as estrelas do céu, e como a areia inumerável que está na praia do mar.
Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.
Porque, os que isto dizem, claramente mostram que buscam uma pátria.
E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam oportunidade de tornar.
Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial. Por isso também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade.
Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito.
Sendo-lhe dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, considerou que Deus era poderoso para até dentre os mortos o ressuscitar;
E daí também em figura ele o recobrou.
Estamos de volta dando sequencia a mais uma série de conferências, desta feita falando sobre a Galeria dos Heróis da fé. Durante este período estamos aprendendo como viver pela própria fé, baseado em pelo menos 16 dos grandes personagens do A. T que nos servem como exemplo modelo a ser seguido.
Já discorremos sobre os seguintes temas:
- Introdução
- A natureza da fé.
- A fé dos antediluvianos
Agora falaremos sobre "A fé dos patriarcas".
I. Análise preliminar do texto.
A fé dos patriarcas (Hb 11.8-19)
A fé de Abraão (Hb 11.8-19)
Não é por acaso que os comentários sobre a fé de Abraão ocupam mais espaço do que o dedicado a qualquer outro personagem do AT neste capítulo. Ele era, por excelência, um homem de fé. Então, era de se esperar que “o pai de todos os que creem” (Rm 4.11), ou o “pai da fé” como alguns dizem, recebesse grande espaço nesta galeria de heróis da fé. Todavia, o espaço de uma lição não é ideal para que façamos os comentários que o texto merece. O esboço a seguir nos ajuda a acompanhar os passos desse pai de muitas nações (Rm 4.17-18) e saber o que ele realizou pela fé.
Abraão obedeceu (v.8).
Abraão peregrinou (v.9).
Abraão aguardou (v.10).
Abraão gerou (v.11).
Abraão prosperou e alcançou uma pátria superior (v.12-16).
Abraão ofereceu (v.17-19).
2. A fé de Isaque, de Jacó e de José (Hb 11.20-22)
a. A fé de Isaque (Hb 11.20)
Sobre a fé de Isaque, o único fato que o escritor menciona foi a bênção de Jacó e Esaú. O nome deles se dá nesta ordem e não na ordem do nascimento, talvez porque essa foi a ordem na qual receberam a bênção de seu pai. Nada se diz acerca do engano a que foi submetido Isaque. A consequência desse engano foi a bênção que havia sido destinada a Esaú (o primogênito) ter sido derramada sobre Jacó. O fato é que Deus inverteu a ordem natural, e o herdeiro da promessa ficou sendo o segundo entre os gêmeos, ao invés do primeiro.
b. A fé de Jacó (Hb 11.21)
“A bênção que passava do pai para o filho era de grande relevância para a mente judaica. O escritor bíblico vê isto como um ato de fé. As bênçãos de Jacó de despedida sobre cada um dos filhos de José são mencionadas como evidência específica da sua fé em Gênesis 48.11-22”.
c. A fé de José (Hb 11.22)
A vida de José mereceu ser citada como um belo exemplo de fé nesta galeria. O autor da carta escolheu um episódio que pertence ao final da vida de José. Está registrado em Gênesis 50.24-26. José havia passado a totalidade de sua larga vida, a não ser os primeiros dezessete anos, no Egito, mas aquele não era o seu lugar. O cumprimento do seu pedido está em Êxodo 13.19 e Josué 24.32.
II. Visão panorâmica.
Os Patriarcas Da Fé: Abraão, Isaque e Jacó
Qual o fundamento da Fé dos Patriarcas?
O próprio Deus;
O seu chamado;
E a promessa que receberam de Deus.
Sendo que a promessa começou em Abraão... Depois confirmada a Isaque... Depois a Jacó...
Todos eles creram abraçaram e caminharam em direção a promessa... Mesmo sabendo que seus descendentes é que herdariam a terra:
(Gn 15:13-16) "Então o Senhor lhe disse: "Saiba que os seus descendentes serão estrangeiros numa terra que não lhes pertencerá, onde também serão escravizados e oprimidos por quatrocentos anos. Mas eu castigarei a nação a quem servirão como escravos e, depois de tudo, sairão com muitos bens. Você, porém, irá em paz a seus antepassados e será sepultado em boa velhice. Na quarta geração, os seus descendentes voltarão para cá, porque a maldade dos amorreus ainda não atingiu a medida completa".
Promessa de Deus:
Deus fez uma aliança com Abraão...
(Gn 12:1-3)
(V.1) "Então o Senhor disse a Abrão: "Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei.
(V.2) Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção.
(V.3) Abençoarei os que o abençoarem, e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem; e por meio de você todos os povos da terra serão abençoados".
(Gn 13:14-16) "E disse o Senhor a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta agora os teus olhos, e olha desde o lugar onde estás, para o lado do norte, e do sul, e do oriente, e do ocidente; Porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e à tua descendência, para sempre. E farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que se alguém puder contar o pó da terra, também a tua descendência será contada".
(Gn 15:5) "Então o levou fora, e disse: Olha agora para os céus, e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua descendência".
Bençãos prometidas à Abraão:
Farei de você um grande povo;
Abençoarei;
Tornarei famoso o seu nome;
Você será uma bênção;
Abençoarei os que o abençoarem;
Amaldiçoarei os que o amaldiçoarem;
E por meio de você todos os povos da terra serão abençoados.
Mas para que a promessa se cumprisse, Deus ordenou:
Sai da sua terra;
Sai do meio dos seus parentes;
Sai da casa de seu pai;
Vá para a terra que eu lhe mostrarei.
Hoje, para que o propósito de Deus se cumpra em nossa vida... Para recebermos as bênçãos de Deus... Nós não podemos nos prender a nada que nos impeça de viver uma vida santa :
(2 Co 6:14) "Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?"
(2 Co 7:1) "Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus".
Abraão respondeu a Deus com fé e obediência, por isso que as promessas de Deus se cumpriram na vida dele:
(Gn 12:4,5) "Partiu Abrão, como lhe ordenara o Senhor, e Ló foi com ele. Abrão tinha setenta e cinco anos quando saiu de Harã. Levou sua mulher Sarai, seu sobrinho Ló, todos os bens que haviam acumulado e os seus servos, comprados em Harã; partiram para a terra de Canaã e lá chegaram".
(Hb 11:8-10) "Pela fé Abraão, quando chamado, obedeceu e dirigiu-se a um lugar que mais tarde receberia como herança, embora não soubesse para onde estava indo. Pela fé peregrinou na terra prometida como se estivesse em terra estranha; viveu em tendas, bem como Isaque e Jacó, co-herdeiros da mesma promessa. Pois ele esperava a cidade que tem alicerces, cujo arquiteto e edificador é Deus".
Deus reafirmou a Sua aliança com
Isaque...
(Gn 26 V.2) "O Senhor apareceu a Isaque e disse: "Não desça ao Egito; procure estabelecer-se na terra que eu lhe indicar.
(V.3) Permaneça nesta terra mais um pouco, e eu estarei com você e o abençoarei. Porque a você e a seus descendentes darei todas estas terras e confirmarei o juramento que fiz a seu pai Abraão".
(V.4) Tornarei seus descendentes tão numerosos como as estrelas do céu e lhes darei todas estas terras; e por meio da sua descendência todos os povos da terra serão abençoados,
(V.5) porque Abraão me obedeceu e guardou meus preceitos, meus mandamentos, meus decretos e minhas leis".
(V.24) "Naquela noite, o Senhor lhe apareceu e disse: "Eu sou o Deus de seu pai Abraão. Não tema, porque estou com você; eu o abençoarei e multiplicarei os seus descendentes por amor ao meu servo Abraão".
E Isaque pode herdar a promessa por causa da obediência do seu pai Abraão...
"Porque Abraão me obedeceu e guardou meus preceitos, meus mandamentos, meus decretos e minhas leis".
Os filhos são grandemente abençoados por causa da obediência dos pais...
(Pv 20:7) "O justo anda na sua sinceridade; bem-aventurados serão os seus filhos depois dele."
(Sl 112:2) "Seus descendentes serão poderosos na terra, serão uma geração abençoada, de homens íntegros."
A promessa só chegou a Isaque por causa da fé e da obediência de Abraão... E Isaque só iria desfrutar da promessa se ele continuasse na mesma obediência...
...E depois com Jacó.
(Gn 28)
(V.10) "Jacó partiu de Berseba e foi para Harã.
(V.11) Chegando a determinado lugar, parou para pernoitar, porque o sol já se havia posto. Tomando uma das pedras dali, usou-a como travesseiro e deitou-se.
(V.12) E teve um sonho no qual viu uma escada apoiada na terra; o seu topo alcançava os céus, e os anjos de Deus subiam e desciam por ela.
(V.13) Ao lado dele estava o Senhor, que lhe disse: "Eu sou o Senhor, o Deus de seu pai Abraão e o Deus de Isaque. Darei a você e a seus descendentes a terra na qual você está deitado.
(V.14) Seus descendentes serão como o pó da terra, e se espalharão para o Oeste e para o Leste, para o Norte e para o Sul. Todos os povos da terra serão abençoados por meio de você e da sua descendência.
(V.15) Estou com você e cuidarei de você, aonde quer que vá; e eu o trarei de volta a esta terra. Não o deixarei enquanto não fizer o que lhe prometi".
Bênçãos prometidas a Jacó e a nós também, porque é o próprio Deus que cuida para que as suas promessas se cumpram em nossas vidas:
Estou com você;
Cuidarei de você, aonde quer que vá;
Eu o trarei de volta a esta terra;
Não o deixarei enquanto não fizer o que lhe prometi.
De Jacó nasceu os 12 patriarcas...
(Atos 7:8) "E deu a Abraão a aliança da circuncisão. Por isso, Abraão gerou Isaque e o circuncidou oito dias depois do seu nascimento. Mais tarde, Isaque gerou Jacó, e este os doze patriarcas."
E deles procederam a Bíblia e o Salvador Jesus Cristo, cumprindo assim a aliança que Deus fez com Abraão:
(Atos 3:25,26) "E vocês são herdeiros dos profetas e da aliança que Deus fez com os seus antepassados. Ele disse a Abraão: ‘Por meio da sua descendência todos os povos da terra serão abençoados’. Tendo Deus ressuscitado o seu Servo, enviou-o primeiramente a vocês, para abençoá-los, convertendo cada um de vocês das suas maldades".
A fé sempre leva em direção a promessa:
Perseveraram na promessa:
(Hb 11)
(V.13) "Todos estes ainda viveram pela fé, e morreram sem receber o que tinha sido prometido; viram-nas de longe e de longe as saudaram, reconhecendo que eram estrangeiros e peregrinos na terra."
(V.14) Os que assim falam mostram que estão buscando uma pátria.
(V.15) Se estivessem pensando naquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar.
Os patriarcas:
A fé consegue enxergar as promessas mesmo há uma longa distância... Morreram antes de tomar posse da terra, mas não desanimaram e persistiram na fé.
Eles tinham a certeza que as promessas eram verdadeiras... E seriam cumpridas... E por isso as abraçaram... E declaravam que eram estrangeiros e peregrinos.
Eles tiveram a oportunidade de voltar de onde eles saíram... Mas prosseguiram...
(Hb 10:38) "Mas o justo viverá pela fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele".
Nós:
(I Pd 2:11) "Amados, insisto em que, como estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra a alma".
(Hb 12:1,2) "Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus'.
(V.16) Em vez disso, esperavam eles uma pátria melhor, isto é, a pátria celestial. Por essa razão Deus não se envergonha de ser chamado o Deus deles, pois preparou-lhes uma cidade".
Eles visualizaram a pátria celestial...
Patriarcas:
Eles não tinham vergonha de Deus e Deus não tinha vergonha de dizer que era o Deus deles:
(Êx 3:6) "Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus".
Nós:
Aquele que não se envergonha de Jesus, Deus não se envergonhará dele:
(Lc 9:26) "Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier em sua glória e na glória do Pai e dos santos anjos".
Deixaram o exemplo de fé para os seus filhos
(Hb 11)
(V.20) "Pela fé Isaque abençoou Jacó e Esaú com respeito ao futuro deles.
(V.21) Pela fé Jacó, à beira da morte, abençoou cada um dos filhos de José e adorou a Deus, apoiado na extremidade do seu bordão".
Eles abençoaram os seus filhos porque creram em Deus, em Sua Palavra e na promessa ensinada por Abraão... Creram no futuro invisível que Deus lhes havia prometido...
(Pv 22:6) "Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles".
III. Os personagens patriarcais.
1. Abraão
Hb 11:8 "Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia."
Gn 12:1-10
1 - Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.
2 - E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção.
3 - E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.
4 - Assim, partiu Abrão, como o SENHOR lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã.
5 - E tomou Abrão a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e toda a sua fazenda, que haviam adquirido, e as almas que lhe acresceram em Harã; e saíram para irem à terra de Canaã; e vieram à terra de Canaã.
6 - E passou Abrão por aquela terra até ao lugar de Siquém, até ao carvalho de Moré; e estavam, então, os cananeus na terra.
7 - E apareceu o SENHOR a Abrão e disse: À tua semente darei esta terra. E edificou ali um altar ao SENHOR, que lhe aparecera.
8 - E moveu-se dali para a montanha à banda do oriente de Betel e armou a sua tenda, tendo Betel ao ocidente e Ai ao oriente; e edificou ali um altar ao SENHOR e invocou o nome do SENHOR.
9 - Depois, caminhou Abrão dali, seguindo ainda para a banda do Sul.
10 - E havia fome naquela terra; e desceu Abrão ao Egito, para peregrinar ali, porquanto a fome era grande na terra.
Deus escolheu e chamou Abraão quando ele ainda vivia em Ur dos Caldeus. Abraão pertencia a uma família pagã. Porém, ele acreditou em Deus de todo o coração. Decidiu obedecê-lo, tornando-se o pai de uma importante nação, Israel. Por intermédio de Israel, todas as nações da terra seriam abençoadas e restauradas. Deus tinha um plano perfeito para a vida de Abraão e para a humanidade.
Abraão saiu da sua terra e do meio da sua parentela para um lugar que ele não conhecia. É preciso fé para obedecer a Deus e cumprir toda sua vontade.
A. A chamada se Deus (Gn 12.1-3)
Um projeto divino.
Deus tinha um projeto para resgatar o homem pecador. Abraão fazia parte desse projeto. Nada do que acontece na terra é surpresa para Deus. Ele tudo sabe e tudo vê. O Senhor não foi pego de surpresa quando Adão pecou. Abraão fazia parte de um projeto divino de salvação. A partir dele surgiria uma família que se tornaria um povo especial do qual, no tempo próprio, sairia o Salvador do mundo, Jesus Cristo.
O desafio de acreditar no projeto divino.
Abraão foi desafiado a crer e obedecer, embora não conhecesse todo o projeto que Deus tinha para sua vida. Porém, o Senhor estava à frente desse projeto. Abraão deveria apenas acreditar no plano divino e obedecer, tendo a certeza de que nada lhe faltaria em sua jornada de fé. O exame à vida de Abraão nos dá ideias que podem transformar a nossa própria caminhada com Deus.
Um projeto para abençoar as nações.
Ao escolher Abraão, Deus não queria trazer favores e privilégio apenas a ele e sua descendência. O projeto do Senhor era imenso e alcançava todas as nações da terra (Gn 12.3).
B. A provisão Divina
Abraão sai da sua terra (Gn 12.4-8).
Abraão saiu da sua terra, Ur dos Caldeus e foi para Harã. Ele deveria ter saído apenas com sua mulher, Sarai, mas acabou levando seu pai e seu sobrinho, Ló.
Os primeiros passos de Abraão revelam tanto fraqueza pessoal, como um caráter forte e determinado. Abraão não era perfeito, assim como nós, porém confiava que Deus estaria com ele em sua caminhada. Também tinha plena certeza na provisão divina. Por isso, não hesitou em levar seu pai e seu sobrinho. Depois da morte de seu pai, Tera, em Harã, Abraão ouve a voz de Deus e vai para Siquém, na terra de Canaã. Deus reafirmou suas promessas e lhe mostrou toda a terra dos cananeus como a terra prometida para ele e seus descendentes. Nesta terra "de leite e mel" não lhe faltou oposição.
As promessas de Deus não são garantia de que não enfrentaremos crises, dificuldades e oposição. Em Siquém, Deus lhe apareceu e reafirmou suas promessas. Abraão precisava de forças para prosseguir. Ele saiu de Siquém e foi para Betel (Gn 12.8). Ali, edificou um altar, mostrando a sua comunhão com Deus.
Abraão enfrenta escassez em Canaã (Gn 12.9,10).
Deus tinha uma promessa na vida de Abraão, mas isso não impediu que ele enfrentasse problemas e provações. A primeira provação foi ter que deixar sua terra, sua parentela e seus amigos. A segunda era a esterilidade de sua esposa e a fome na terra. O crente fiel também enfrenta crises e provações.
O Senhor estava treinando seu servo. Devido à fome, Abraão tomou a decisão de ir para o Egito. A fartura que existia no Egito era semelhante a fartura do mundo, ilusória. No Egito, por pouco não perdeu sua esposa, pois, com medo, mentiu dizendo que Sara era sua irmã. Em nossa jornada também somos passíveis de cometer erros. Mas não temos mais prazer no pecado. Quando erramos só nos resta uma alternativa: arrependermos e confessarmos o nosso pecado e pedir o perdão de Deus (1 Jo 1.9). Deus não desistiu de seu plano para com Abraão. O Senhor não desiste de você, ainda que tenha cometido alguns erros, como Abraão.
Abraão enfrenta a esterilidade de sua esposa.
Deus havia prometido que Abraão teria uma família numerosa, porém ele já estava com quase 100 anos, e não tinha herdeiros. Esperar o tempo de Deus nem sempre é fácil. As Escrituras Sagradas afirmam que a "esperança demorada enfraquece o coração, mas o desejo chegado é árvore de vida" (Pv 13.12). Quando todas as possibilidades humanas se esgotaram na vida de Abraão e Sara, Deus operou um milagre; Sara ficou grávida, e logo após Isaque nasceu. Isso nos mostra que para o nosso Deus não existe impossível. Ele é fiel.
C . As promessas Divinas ao Patriarca
"Far-te-ei uma grande nação e abençoar-te-ei".
Deus prometeu que a família de Abraão seria numerosa. Mas para que essa promessa se cumprisse, ele precisava obedecer a Deus. Obedecer a Deus pode representar um desafio a algumas pessoas, mas quem confia obedece. A obediência e a confiança em Deus nos fazem vencer as adversidades. Muitos querem as promessas do Pai, mas não querem trilhar o caminho da obediência. Mas devemos nos lembrar de que a desobediência é pecado e nos impede de recebermos as bênçãos divinas.
Abraão teve uma vida longa e também foi abençoado com riquezas (Gn 13.2). Mas, a maior bênção na vida de Abraão foi ele ter experimentado um relacionamento íntimo com Deus. Abraão conhecia ao Senhor a ponto de ter sido chamado amigo de Deus. Não há nada melhor do que uma vida de comunhão e intimidade com Deus.
"Engrandecerei o teu nome".
O nome do patriarca Abraão é reverenciado no judaísmo, cristianismo e islamismo. Dele descendem dois povos: árabes e judeus. O Senhor é fiel e cumpriu com a sua promessa. Se Deus prometeu algo a você, não importa o quanto tenha que esperar, Ele vai cumprir. Vivemos em uma sociedade imediatista, onde as pessoas acham que esperar é perder tempo. Mas na vida espiritual, tudo acontece no tempo de Deus. Abraão confiou, obedeceu e foi honrado pelo Senhor.
"Em ti serão benditas todas as famílias da terra".
Jesus, o Salvador, nasceu em Belém e descendia de Abraão, pai de todos os judeus. A vinda de Jesus fora predita nessa promessa feita a Abraão. Em Jesus Cristo, todas as famílias da terra são benditas, pois seu sacrifício na cruz é suficiente para salvar tanto judeus como gentios.
Abraão era um homem de fé. Ele trocou a glória passageira desse mundo para ter um relacionamento pessoal com Deus. Sua fé não impediu de enfrentar provações e crises. Todavia, ele continuou olhando para o céu, contando as estrelas e crendo no milagre de Deus e na sua provisão para todas as áreas da sua vida. A fé nos faz vencer as crises e esperar confiantes nas promessas do Pai.
2. Isaque
Gênesis 21:1-8.
1 — E o SENHOR visitou a Sara, como tinha dito; e fez o SENHOR a Sara como tinha falado.
2 — E concebeu Sara e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao tempo determinado, que Deus lhe tinha dito.
3 — E chamou Abraão o nome de seu filho que lhe nascera, que Sara lhe dera, Isaque.
4 — E Abraão circuncidou o seu filho Isaque, quando era da idade de oito dias, como Deus lhe tinha ordenado.
5 — E era Abraão da idade de cem anos, quando lhe nasceu Isaque, seu filho.
6 — E disse Sara: Deus me tem feito riso; e todo aquele que o ouvir se rirá comigo.
7 — Disse mais: Quem diria a Abraão que Sara daria de mamar a filhos, porque lhe dei um filho na sua velhice?
8 — E cresceu o menino e foi desmamado; então, Abraão fez um grande banquete no dia em que Isaque foi desmamado.
Já haviam se passado 24 anos desde que Abraão saíra de Ur dos Caldeus. E, apesar da promessa que o Senhor lhe fizera quanto à posse das terras de Canaã, o patriarca continuava sem herdeiros. Ele já estava com 99 anos e Sara beirando à casa dos 90. Numa idade tão avançada, teriam eles ainda o prazer de embalar o próprio filho?
Para Deus nada é impossível. O Senhor prometeu ao patriarca que um filho haveria de nascer-lhe do ventre amortecido de Sara. Esta, ao ouvir a boa-nova, ri-se do que Deus disse. Logo ela veria que apesar de seu riso, o Senhor cumpriria sua promessa. Ele sempre nos surpreende em nossas limitações.
Se os patriarcas da fé (Abraão, Isaque e Jacó) fossem uma família, Isaque seria o filho do meio que não encontrou sua identidade. Não há grandes afirmações sobre ele. Isaque era uma pessoa de aparência comum que passava pelas situações comuns da vida. Ele era um sujeito que poderia ser confundido com qualquer outro de seu tempo, mas foi colocado na galeria lado a lado com os baluartes da fé. Ele era uma espécie de anti-herói da fé.
Isaque não ganhou nenhuma batalha...
...Não construiu nenhuma cidade ou monumento;
...Não foi um grande negociador;
...Não foi alguém muito sábio ou inteligente.
Se Isaque foi considerado como um herói da fé (ele foi listado pelo escritor de Hebreu – capítulo 11- no famoso “pela fé fulano fez isso e aquilo), então isso quer dizer que há uma esperança para mim e para você.
Fatos na vida do Herói da fé
Vamos conhecer um pouco mais da vida desse herói da fé que é gente comum como você e eu. Para isso, vamos ver juntos algumas das histórias que a bíblia narra a respeito dele.
Isaque era o filho prometido. Imaginem só a situação: o “vovô” Abraão e a vovó Sara depois de muitas tentativas e mesmo depois de desistirem ficam grávidos de um garoto, que nasce com saúde.
Isaque cresceu sabendo sobre o encontro de Deus com seu pai e que ele era o cumprimento vivo da promessa de Deus. Essas histórias falavam da vida de seu pai, não da vida dele. Não é um exagero dizer que Isaque levava em sua alma o peso das expectativas de toda sua família.
É assim com você? Seus passos parecem mais difíceis, mais lentos, por causa do peso daquilo que esperam de você? Você é aquele que foi paparicado na infância e que agora carrega a responsabilidade de realizar o sonho dos outros, porque na verdade não tem o seus sonhos? Como é grande a carga extra sobre os ombros daqueles que não têm história própria.
Não se entristeça por causa disso. Se Deus fez de Isaque um herói da fé, há esperança para todos aqueles que têm suas histórias desbotadas pelo brilho daqueles que vieram antes. Deus tem um futuro significativo para você. O Senhor fará de você um herói da fé; ainda que você não se sinta, assim, com cara de herói.
A adolescência e juventude
Talvez por volta dos 20 anos, Isaque vive uma história dramática, cheia de suspense e com um final surpreendente. Cedo pela manhã, ele é acordado por seu pai e chamado para fazer uma viagem. O caminho era longo, por isso eles prepararam provisões. O motivo era sacrificar ao Senhor, por isso eles levaram o que era necessário para o seu propósito.
1 Mais tarde, Deus quis provar a fé e a obediência de Abraão. Abraão!, chamou Deus. Dize, Senhor; o que é? 2 Pega no teu filho, Isaque, o teu único filho, a quem tanto amas, vai à terra de Moriá e oferece-o lá em sacrifício, num dos montes que te hei-de indicar.
3-5 No dia seguinte, de manhã cedo, preparou o seu jumento para a viagem, assim como a lenha necessária para o sacrifício, e, na companhia do seu filho Isaque e de mais dois moços, seus criados, partiu para onde Deus lhe tinha dito. Ao terceiro dia de viagem Abraão viu de longe o lugar para onde se dirigia; e disse aos moços que iam com ele: Fiquem aqui com o animal, porque eu, mais o meu rapaz, vamos até ali para adorar, e logo regressaremos. 6 Abraão pôs a lenha do sacrifício às costas de Isaque, pegou no sílex para o fogo e no cutelo e prosseguiram juntos.
7 Pai, disse Isaque. Temos lenha, temos lume para o fogo, mas onde está o cordeiro para o sacrifício? 8 Deus já escolheu um cordeiro, meu filho. E continuaram juntos o caminho.
9-11 Quando chegaram ao local designado pelo Senhor, Abraão construiu um altar, pôs a lenha em ordem pronta a arder, amarrou Isaque, deitou-o no altar em cima da lenha, e pegou no cutelo a fim de sacrificar o seu filho. Mas nesse preciso momento o anjo do Senhor gritou-lhe, desde o céu: Abraão! Abraão! Que é Senhor!
12 Baixa a tua mão, não lhe faças mal algum. Porque já sei agora que respeitas Deus, a ponto de não me recusares nem sequer o teu único e querido filho!
13 Logo a seguir Abraão reparou num carneiro que estava por detrás deles, preso pelas hastes a um arbusto. Pegou então no animal e sacrificou-o sobre o altar, em lugar do filho. (Gn 22:1-13)
Como terão sido aqueles dias de viagem de Isaque com seu pai? Mudos e fúnebres ou um passeio alegre e barulhento? Qual foi o impacto de tudo aquilo em sua vida?
Ora, no meio do caminho ele percebeu que algo estava errado: onde estava o cordeiro para o sacrifício? Ele estava familiarizado com essa forma de expressar louvor a Deus. A pergunta dele era sincera, porque não havia qualquer motivo que o levasse a desconfiar do que estava prestes a acontecer.
Mas, quando seu pai começou a amontoar as pedras e fazer um altar, imagino que aquele moço a ficar preocupado. Quando, então, seu velho seu pai, talvez com lágrimas nos olhos, sem dizer qualquer palavra, começa a amarrar suas mãos e seus pés, o coração de Isaque começou a bater forte e o instinto de auto-proteção lhe dizia para fazer algo rápido.
Por que Isaque não reagiu à aparente loucura do pai idoso? Por que Ele se deixou amarrar sobre um monte de pedras toscas e permitiu que o pai caísse sobre ele com um cutelo?
Porque seu pai, que o amava tanto, faria isso? O que ele tinha feito de errado? Onde ele tinha perdido o amor do pai? Ou será que era o próprio Deus que não gostava dele. Porque seu pai o estava usando no lugar do cordeiro?
Talvez seu passado tenham deixado muitas marcas. Talvez as memórias que vez por outra lhe assediam a alma sejam uma mistura de lembranças alegres de lindas viagens (como aquela que Isaque fez com seu pai), e outras lembranças incompreensíveis de dores sem motivos, de perdas que não eram para acontecer, como foi com Isaque.
Isaque foi profundamente marcado por aquele momento. Talvez as marcas que ele sofreu não sejam todas boas, mas, uma delas com certeza é: ele aprendeu de forma prática que a obediência a Deus é o resultado de um coração que confia completamente no Senhor.
Se sua alma foi partida, se você se sentiu traído por aqueles a quem ama, se você se sentiu usado como um objeto... nem tudo está perdido! Há uma esperança: mesmo que você esteja no meio do sofrimento entregue-se ao Senhor. Sua dor e suas dúvidas serão transformadas em bem para sua alma, se você aprender a confiar completamente no Senhor, ao obedecê-lo acima de tudo e qualquer um.
O Senhor tem o poder torná-lo um herói da fé, assim como Ele fez com Isaque.
A Herança
Sara, mãe de Isaque, fez de tudo para preserva a herança do seu filho, e pressionou Abraão para que ele expulsasse o filho da escrava Agar. No entanto, há uma herança que não precisamos fazer muito esforço para receber: a herança da convivência com nossos pais.
Quem ainda não se pegou falando, agindo ou pensando exatamente como o pai ou a mãe faziam?!
6 Assim ficou Isaque em Gerar. E quando os homens dali lhe perguntavam quem era Rebeca, respondia: É a minha irmã! Porque tinha receio pela sua própria vida se dissesse que era a sua mulher. Temia que o matassem por causa dela, visto que era muito atraente.
7-8 Mas algum tempo mais tarde, Abimeleque, rei dos filisteus, aproximando-se de uma janela do seu palácio, viu que Isaque acariciava a Rebeca, sua mulher.
9 Então mandou chamar Isaque e exclamou: Mas afinal ela é a tua mulher! Porque é que disseste que era a tua irmã? Porque tinha medo que me matassem para ficarem com ela!
10-11 Como é que foste capaz de nos tratar desta maneira? Podia muito bem ter acontecido que alguém tentasse violá-la, e todos nos teríamos tornado culpados de um grave delito por tua causa. Assim Abimeleque mandou publicar um comunicado em que dizia: Seja quem for que tocar neste homem ou na sua mulher morrerá. (Gn 26:6-11)
Isaque era realmente um cidadão comum. Ele carregava consigo as influências do comportamento e dos valores de seu pai. Por essa herança ele não precisou brigar. Para ele a mentira não era uma coisa desconhecida, mas fazia parte de sua história familiar.
É assim também com você? Talvez não seja a mentira, mas seja a arrogância, ou a omissão, ou o desrespeito, ou a insatisfação, ou talvez a agressão. Talvez a tristeza pela vida, ou a euforia sem razão. Quando você menos espera... Lá está você repetindo outra vez.
Não desanime! Se Deus fez de Isaque um herói da fé, Ele também pode fazer isso com você.
Nenhum de nós é riscado do caderninho de Deus por causa de nossas limitações. Esse é um aprendizado difícil para quem vivem na base do mérito, mas é necessário se desejamos nos relacionar como o Deus da Maravilhosa Graça.
Nossas heranças familiares não são empecilhos para a ação transformadora de Deus, ao contrário. O apóstolo Paulo recebeu a seguinte palavra do Senhor “o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Deus toma em suas mãos os fracos, sem ânimo e derrotados e transforma essa gente em heróis da fé. Está disposto?
Pensando aquém
A palavra aquém não é muito usada, mas ela quer dizer abaixo, inferiormente, menos. Parece que o mimo excessivo e a superproteção que Isaque sofreu na infância e adolescência foram golpes poderosos na imagem que ele tinha de si mesmo. Isaque pensava sobre ele mesmo aquém do que era verdade.
16 Disse também Abimeleque a Isaque: Aparta-te de nós; porque muito mais poderoso te tens feito do que nós. 17 Então Isaque partiu dali e fez o seu acampamento no vale de Gerar, e habitou lá.
26 E Abimeleque veio a ele de Gerar, com Auzate seu amigo, e Ficol, príncipe do seu exército.27 E disse-lhes Isaque: Por que viestes a mim, pois que vós me odiais e me repelistes de vós?28 E eles disseram: Havemos visto, na verdade, que o SENHOR é contigo, por isso dissemos: Haja agora juramento entre nós, entre nós e ti; e façamos aliança contigo.29 Que não nos faças mal, como nós te não temos tocado, e como te fizemos somente bem, e te deixamos ir em paz. Agora tu és o bendito do SENHOR. 30 Então lhes fez um banquete, e comeram e beberam; (Gn 26:16-30)
Abimeleque, percebeu que Isaque tinha prosperado grandemente e que tinha se tornado mais poderosos do que todos os moradores da terra. Sua primeira providência foi mandar Isaque para outro lugar. Depois de um tempo, Abimeleque pensa melhor e resolve fazer uma aliança de paz com Isaque.
No entanto, as primeiras palavras de Isaque revelam que conseguia enxergar-se como alguém com quem outras pessoas desejassem desenvolver um relacionamento de paz. Ele não tinha segurança sobre si mesmo e sua principal reclamação era o fato de se sentir odiado e rejeitado por aquelas pessoas.
27 E disse-lhes Isaque: Por que viestes a mim, pois que vós me odiais e me repelistes de vós? (Gn 26:27)
Você já passou por isso? Ou isso é uma constante em sua vida? Talvez seja hora de você olhar para si com o olhos de Deus. Veja o que ele disse para Isaque no meio dessa situação:
24 E apareceu-lhe o SENHOR naquela mesma noite, e disse: Eu sou o Deus de Abraão teu pai; não temas, porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, (Gn 26:24)
Não tema por causa de suas fraquezas, não tema porque causa de suas carência, não tema por causa de sua humanidade pecadora e falha, O SENHOR É COM VOCÊ. E fará de você um herói da fé.
3. Jacó
Ele teve o seu nome mudado pelo poder da fé
Quem foi Jacó?
Jacó foi o filho de Isaque e neto de Abraão. Os 12 filhos de Jacó foram os patriarcas das 12 tribos de Israel. Jacó significa “ele agarra o calcanhar”, ou “traiçoeiro”.
Jacó fez muitas coisas erradas mas ele se consertou com Deus. Sua vida é um exemplo da graça e do perdão de Deus.
Veja também: quem foi Abraão na Bíblia?
Jacó e Esaú
Jacó tinha um gêmeo chamado Esaú, que era o filho favorito de Isaque. Mas Jacó era o favorito de Rebeca. Quando nasceram, Esaú saiu primeiro mas com Jacó agarrando seu calcanhar (Gn 25:24-26).
Quando Isaque estava velho e cego, ele chamou Esaú para o abençoar. Quando Esaú saiu para caçar e preparar uma refeição para seu pai, Rebeca chamou Jacó para tomar a benção, enganando Isaque. Jacó se vestiu como Esaú e Isaque, enganado, lhe deu a bênção de Esaú.
Descubra aqui: quem foi Rebeca na Bíblia?
Quando Esaú voltou e descobriu, ficou furioso com Jacó e quis matá-lo (Gn 27:41). A bênção de filho mais velho era muito importante naquele tempo. Esaú tinha perdido sua herança. Então Jacó fugiu para a terra de seu tio Labão. No caminho, Jacó teve um sonho e fez uma aliança com Deus.
A família de Jacó
Jacó se apaixonou por Raquel, filha de Labão, e trabalhou sete anos para casar com ela. Mas na noite do casamento, Labão o enganou e lhe deu Lia, irmã mais velha de Raquel. Quando descobriu, Jacó ficou zangado mas concordou em casar com Raquel na semana seguinte, em troca de mais sete anos de trabalho (Gn 29:28-30).
Lia teve seis filhos. Raquel era estéril e ficou com inveja. Então ela deu sua serva Bila a Jacó como concubina (esposa secundária) e Bila teve dois filhos. Lia, por rivalidade, deu sua serva Zilpa a Jacó e Zilpa teve mais dois filhos. Por fim, Raquel teve um filho chamado José.
Depois que pagou o dote por Raquel e Lia, Jacó ficou trabalhando por Labão e ficou muito rico. Labão e seus filhos ficaram com inveja e Jacó se sentiu ameaçado (Gn 31:1-3). Então Jacó pegou em sua família e seus bens e fugiu. Labão foi atrás dele mas Deus o avisou a não lutar com Jacó. Labão e Jacó fizeram um acordo de paz e Jacó voltou para a terra de seu pai.
Dois grandes encontros
Esaú foi ao encontro de Jacó com 400 homens. Jacó ficou com medo, enviou muitos presentes a seu irmão e passou uma noite sozinho. Durante a noite um homem veio e lutou com ele. Na luta o homem lhe deslocou a coxa mas Jacó não o deixou ir sem receber uma bênção. O homem o abençoou e mudou seu nome de Jacó para Israel, porque tinha lutado com Deus e com os homens e vencido (Gn 32:27-28).
No dia seguinte, Jacó se encontrou com Esaú, que ficou feliz por vê-lo de novo. Mesmo assim, Jacó teve medo de morar junto do irmão e foi morar em terras vizinhas. Jacó se dedicou totalmente a Deus e levou sua família a adorar somente a Deus, acabando com a idolatria (Gn 35:2-3).Os últimos anos de Jacó
José era o filho favorito de Jacó e provocou a inveja de seus irmãos, que o venderam como escravo e disseram que tinha morrido. Jacó ficou muito triste por perder José. Raquel teve mais um filho, chamado Benjamim, mas ela morreu depois do parto. Vários anos depois, quando Jacó descobriu que José ainda estava vivo, ele e toda a família se mudaram para o Egito (Gn 45:26-28). Jacó morreu no Egito mas foi sepultado no túmulo de Abraão e Isaque.
Chegamos à terceira mensagem desta série. Na primeira mensagem, fomos desafios a crer pelo poder da fé. Na segunda mensagem, fomos desafiados a superar as crises pelo poder da fé. Hoje, através da vida de mais um personagem bíblico, vamos aprender a mudar pelo poder da fé. Seu nome é Jacó.
Jacó foi um homem escolhido por Deus, mas ainda não o conhecia pessoalmente. Ele ainda estava na estrada da fuga. Jacó foi um homem escolhido por Deus, mas não confiava na providência divina, por isso, ao invés de confrontar seu pai acerca do propósito divino, ele mentiu para ele acerca do seu nome, da comida, de Deus, de sua identidade e de seu amor.
Jacó se tornou um enganador, um mentiroso, um falsário, um retrato de seu nome. Ele lidava com as coisas de Deus, mas sem o temor a Deus. Ele era um patriarca, mas não conhecia Deus pessoalmente. Sua vida precisava de uma mudança radical.
Betel foi o lugar onde Jacó conheceu o Deus dos seus pais, mas Peniel foi o lugar onde Jacó conheceu o Deus da sua salvação e onde toda mudança da sua vida começou. Jacó já havia lutado com seu irmão, com seu pai, com seu sogro; mas agora precisava lutar com Deus. Foi o que aconteceu no relato de Gênesis, capítulo 32.
Em Betel, Jacó conheceu o Deus dos seus pais. Em Peniel, Jacó conheceu o Deus da sua salvação, mas em El-Betel, Jacó conheceu o Deus da sua restauração. Em El-Betel, podemos comprovar que realmente Jacó mudou pelo poder da fé. Vamos ler o texto bíblico:
“Nesse lugar construiu um altar e lhe deu o nome de El-Betel, porque ali Deus havia se revelado a ele, quando fugia do seu irmão. Depois que Jacó retornou de Padã-Arã, Deus lhe apareceu de novo e o abençoou, dizendo: Seu nome é Jacó, mas você não será mais chamado Jacó; seu nome será Israel. Assim lhe deu o nome de Israel. E Deus ainda lhe disse: Eu sou o Deus Todo-poderoso; seja prolífero e multiplique-se. De você procederão uma nação e uma comunidade de nações, e reis estarão entre os seus descendentes. A terra que dei a Abraão e a Isaque, dou a você; e também aos seus futuros descendentes darei esta terra. A seguir, Deus elevou-se do lugar onde estivera falando com Jacó. Jacó levantou uma coluna de pedra no lugar em que Deus lhe falara, e derramou sobre ela uma oferta de bebidas e a ungiu com óleo. Jacó deu o nome de Betel ao lugar onde Deus tinha falado com ele.” (Gn 35.7,9-15)
Então, olhando para a vida de Jacó e sua experiência de transformação em Gênesis 32, como é possível mudar pelo poder transformador da fé? Vamos analisar os passos que Jacó deu para mudar pelo poder da fé.
Contexto: Jacó resolve voltar para casa e corrigir o relacionamento com o seu irmão. Prepara a família. Levanta acampamento e leva consigo todos os bens que conseguirá durante aqueles anos. No caminho recebe uma má notícia que mudaria sua vida para sempre. Esaú vinha ao seu encontro com 400 homens e desejava matá-lo. Aquela ameaça o levou para um lugar que seria um acidente geográfico se lá ele não tivesse uma experiência profunda com Deus. O que podemos aprender com essa história?
Para mudar pelo poder da fé…
- Busque a transformação da sua vida
“Então o homem disse: Deixe-me ir, pois o dia já desponta. Mas Jacó lhe respondeu: Não te deixarei ir, a não ser que me abençoes.” (Gênesis 32.26)
Nesta experiência no Vau do Jaboque, Jacó se agarrou ao Senhor e não queria que Ele fosse embora. Jacó estava decidido a mudar de vida. Os olhos de Jacó foram abertos para compreender que a maior necessidade de sua vida naquele momento não era a sua riqueza, sua família, seu direito de primogenitura.
Sua maior necessidade era Deus. Jacó sem Deus é nada. Jacó sem Deus continuaria vivendo como um enganador. Jacó tinha tudo, mas não tinha o principal – Deus! Ele entendeu que sem Deus sua vida seria vazia, insatisfeita e incompleta.
Nesta experiência de transformação, Jacó aprendeu algo que precisamos aprender: Ter as bênçãos de Deus não é suficiente quando não se tem o Deus das bênçãos. Mais importante que ter as coisas é ter a Deus. Quantas pessoas têm as coisas e, mesmo assim, estão vivendo uma vida de total insatisfação.
Jacó tinha tudo – dinheiro, família, primogenitura, mas agora ele quer a Deus. Ele anseia por Deus mais do que qualquer outra coisa. Para mudar pelo poder transformador da fé, você vai precisar buscar essa transformação na pessoa de Deus. Você vai precisar querer a Deus mais do que qualquer coisa.
Para mudar pelo poder da fé…
- Reconheça e confesse os seus pecados a Deus
“O homem lhe perguntou: Qual é o seu nome? Jacó, respondeu ele.” (Gn 32.27)
Deus perguntou a Jacó qual era o seu nome. Interessante que seu pai lhe fez essa mesma pergunta e Jacó mentiu dizendo que era Esaú. Mas, agora, Deus lhe pergunta de novo. Não que o Senhor não soubesse o seu nome, mas Deus estava lhe dando a oportunidade para ele reconhecer e confessar o seu caráter deformado.
Quando Jacó respondeu quem era, não foi uma resposta, mas uma confissão. O nome Jacó significa enganador, suplantador. Ele era um retrato do seu próprio nome. Por isso, Jacó não podia ser transformado sem antes reconhecer quem era. Ninguém pode mudar pelo poder da fé sem antes reconhecer e confessar os seus pecados a Deus.
Para mudar pelo poder da fé…
- Assuma a sua verdadeira identidade
“O homem lhe perguntou: Qual é o seu nome? Jacó, respondeu ele. Então disse o homem: Seu nome não será mais Jacó, mas sim Israel, porque você lutou com Deus e com homens e venceu. Prosseguiu Jacó: Peço-te que digas o teu nome. Mas ele respondeu: Por que pergunta o meu nome? E o abençoou ali.” (Gn 32.27-29)
O nome Jacó significa “aquele que segura o calcanhar” ou “suplantador”. O nome Israel significa “Deus prevalece”. O nome de Jacó foi mudado por Deus para Israel para que ele pudesse assumir a sua verdadeira identidade. E quais foram às mudanças que aconteceram na vida de Jacó?
Jacó, de enganador para príncipe;
Jacó, de um indivíduo para uma nação;
Jacó, de um homem sem destino para um influenciador de destinos;
Jacó, de pacato para líder;
Jacó, de segundo para primeiro;
Jacó, de pobre para rico;
Jacó, de culpado para perdoado;
Jacó, de medroso para corajoso.
O seu verdadeiro destino não é o que disseram a seu respeito. O seu verdadeiro destino não é definido pelo nome que lhe deram. O seu verdadeiro destino não é traçado pela inconstância deste mundo mal. O seu verdadeiro destino está em quem Deus disse que você é, um filho amado!
Assuma quem Deus disse que você é! Assuma a sua verdadeira identidade! Você é um filho amado de Deus e essa verdade o levará a continuar fazendo mudanças pelo poder transformador da fé!
Para mudar pelo poder da fé…
- Resolva as pendências do passado
“Ele mesmo passou à frente e, ao aproximar-se do seu irmão, curvou-se até o chão sete vezes. Mas Esaú correu ao encontro de Jacó e abraçou-se ao seu pescoço, e o beijou. E eles choraram.” (Gn 33.3,4)
Esaú veio ao encontro de Jacó não para abençoá-lo, mas para destruí-lo. Porém, quando alguém decide mudar pelo poder transformador da fé, aprende também que precisa resolver as pendências do passado.
Jacó, movido pelo medo, colocou toda sua família à sua frente, mas, em determinado momento, ele passou à frente e curvou-se sete vezes diante do seu irmão como sinal de que desejava resolver as pendências do passado. Esaú correu ao seu encontro, o abraçou e beijou.
Quando alguém decide mudar pelo poder transformador da fé, o inesperado acontece. Após a experiência transformadora de Jacó no vau do Jaboque, Deus transformou o ódio de Esaú em amor; o medo de Jacó na alegria do reencontro após 20 anos de separação.
Aquele encontro temido, que prenunciava uma briga, uma contenda, uma guerra, transformou-se numa cena de choro, abraços, beijos e reconciliação.
Quais são as suas pendências do passado?
O seu desejo de resolvê-las mostrará o quanto a sua vida mudou pelo poder transformador da fé. Não permita que os erros e as feridas do passado, as acusações do diabo e das pessoas destruam a sua vida. Mude pelo poder transformador da fé resolvendo as pendências do passado.
Jacó poderia se conformar com uma vida medíocre, um homem mentiroso e enganador, marcado pelo fracasso no seu relacionamento com Deus e com as pessoas. Mas, um dia, depois de ter uma experiência pessoal com Deus, ele decidiu mudar pelo poder da fé. O resultado é que Jacó tornou-se pai de 12 filhos que, mais tarde, tornaram-se as 12 tribos de Israel.
Não importa quem você seja, ou que você fez ou faz, Deus tem uma chamado para sua vida e Ele não desiste de você! Assim como Jacó, você também pode e deve mudar pelo poder da fé, crendo que Deus pode realizar coisas extraordinárias em você e através de você.
Dos 50 capítulos no livro de Gênesis, 39 falam sobre Abraão e seus descendentes. Depois de histórias mais gerais nos primeiros onze capítulos, o resto do livro traça os principais acontecimentos em quatro gerações conhecidas como os Patriarcas. O autor de Gênesis falou de Abraão, seu filho Isaque, seu neto Jacó e os 12 filhos de Jacó, bisnetos de Abraão. A história comenta sobre outros filhos em cada geração, mas focaliza esses ascendentes da nação de Israel.
Não há maior exemplo de fé no Antigo Testamento do que Abraão, cujo nome aparece mais de 70 vezes nos livros do Novo Testamento. Seu neto, Jacó, também é mencionado por sua fé (Hb 11:21), mas sua jornada espiritual não foi fácil nem rápida. Jacó mostrou muita dificuldade em confiar nas promessas de Deus, e demorou para chegar à convicção.
Antes de Jacó nascer, Deus disse que seria pai de uma nação forte e que seria exaltado acima do seu irmão gêmeo, Esaú (Gn 25:23). Com esta promessa, Jacó apenas precisava fazer o que Deus mandava e aguardar o cumprimento das promessas. Mas, como nós também fazemos quando a fé é fraca, Jacó procurava maneiras de ajudar ao Senhor, ou seja, de conseguir o que Deus prometera, mas da sua própria maneira.
Um dia, Jacó aproveitou uma dificuldade que seu irmão enfrentava e negociou uma troca muito favorável para ele: deu uma refeição para Esaú em troca do seu direito de primogenitura, um privilégio enorme nas antigas famílias orientais (Gn 25:27-34). Deus já havia prometido que Jacó seria exaltado sobre seu irmão. Não precisava negociar e manipular para ganhar vantagem. Nessa história podemos ver um homem esperto, mas é difícil ver um homem de fé.
Além do direito de primogenitura, a bênção do pai faria uma distinção entre os filhos. Isaque, velho e cego, pretendia dar uma bênção maior para Esaú. Com a ajuda da sua mãe, Rebeca, Jacó conseguiu enganar o pai e receber a bênção destinada ao seu irmão (Gn 27:1-45). Este ato foi motivo de um conflito entre os irmãos que durou 20 anos. E devemos observar um fato interessante. Não foi uma briga entre meninos, e sim entre homens com mais de 70 anos de vida! Novamente, podemos ver um homem esperto, mas não um homem que confiava mesmo em Deus.
Para escapar da ira do seu irmão, Jacó fugiu para a terra onde residiam vários parentes por parte da sua mãe. Na Mesopotâmia, ele enfrentou um homem igualmente esperto. Jacó casou e teve conflitos quase constantes com seu sogro, um sempre tentando se aproveitar do outro. Apesar de sua falta de confiança em Deus, Jacó prosperou durante 20 anos, construindo uma grande família e um patrimônio formidável. No final dessa jornada na Mesopotâmia, Jacó atribuiu ao Senhor a sua prosperidade, pois Deus realmente estava o protegendo (Gn 31:1-42).
No caminho de volta para sua terra, Jacó ainda teve dificuldade em confiar nas promessas de Deus. Apesar da promessa do Senhor de estar com ele (Gn 31:3), Jacó temia seu irmão e achou possível que este matasse uma boa parte da sua família (Gn 32:7-8). Por outro lado, percebemos progresso na sua fé na oração que fez ao Senhor, pedindo a proteção divina (Gn 32:9-12).
Se for marcar um momento na vida de Jacó no qual ele realmente se converteu ao Senhor e aprendeu a confiar nele, seria nessa viagem de volta para a terra de Canaã. Jacó, então com mais de 90 anos de idade, passou a noite lutando com um homem que, depois, se identificou como Deus (Gn 32:22-32). Sua luta representa toda a vida de Jacó até aquela noite, pois constantemente lutava contra Deus, procurando resolver as coisas conforme sua própria esperteza. Depois daquela noite, Jacó ainda viveu aproximadamente 50 anos. Nesse tempo, ele não foi perfeito, mas demonstrou muito mais fé em Deus do que nas primeiras nove décadas da sua vida. Demorou bastante, mas ele aprendeu a confiar no Senhor.
A vida não precisa ser uma luta com Deus. No final das contas, Jacó recebeu tudo o que Deus prometera, não porque ele merecia, mas porque Deus é fiel em tudo, e sempre cumpre sua palavra. O próprio Jacó, escolhido e privilegiado, demorou muito para perceber a fidelidade do Senhor.
4. José (Hb 11.22)
Em breve estaremos de volta dando sequencia a esta série.
4. José (Hb 11.22)
Gênesis 37:1-11
1 - E Jacó habitou na terra das peregrinações de seu pai, na terra de Canaã.
2 - Estas são as gerações de Jacó: Sendo José de dezessete anos, apascentava as ovelhas com seus irmãos; e estava este jovem com os filhos de Bila e com os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e José trazia uma má fama deles a seu pai.
3 - E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores.
4 - Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos os seus irmãos, aborreceram-no e não podiam falar com ele pacificamente.
5 - Sonhou também José um sonho, que contou a seus irmãos; por isso, o aborreciam ainda mais.
6 - E disse-lhes: Ouvi, peço-vos, este sonho, que tenho sonhado:
7 - Eis que estávamos atando molhos no meio do campo, e eis que o meu molho se levantava e também ficava em pé; e eis que os vossos molhos o rodeavam e se inclinavam ao meu molho.
8 - Então, lhe disseram seus irmãos: Tu, pois, deveras reinarás sobre nós? Tu deveras terás domínio sobre nós? Por isso, tanto mais o aborreciam por seus sonhos e por suas palavras.
9 - E sonhou ainda outro sonho, e o contou a seus irmãos, e disse: Eis que ainda sonhei um sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim.
10 - E, contando-o a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai e disse-lhe: Que sonho é este que sonhaste? Porventura viremos eu, e tua mãe, e teus irmãos a inclinar-nos perante ti em terra?
11 - Seus irmãos, pois, o invejavam; seu pai, porém, guardava este negócio no seu coração.
A história de José é uma das mais belas registradas nas Escrituras Sagradas. É uma história que mostra o amor de um pai, a rejeição e a inveja dos irmãos e a beleza dos sonhos de um jovem. São 13 capítulos que revelam os desígnios de Deus na história de Israel. Nesta lição, estudaremos a respeito das crises enfrentadas por José e a sua atitude diante de cada uma delas. Veremos que José nos deixou preciosas lições que nos ensinam como nos conduzir nas mais difíceis situações. As adversidades na vida de José contribuíram para que as promessas feitas a Abraão se cumprissem fielmente (Gn 13).
1. A. Os dois sonhos e as crises decorrentes
A família de José.
Jacó era o pai de José, e sua família era constituída pelos filhos de Lia e os dois filhos de Raquel, José e Benjamim (Gn 30.22-24; 35.16-18). Levemos também em conta os filhos das servas Zilpa e Bila. Jacó amava José e lhe presenteou com uma túnica colorida. Essa túnica de várias cores revelava uma posição de favoritismo (Gn 37.3). O favoritismo de Jacó por José gerou algumas crises na família. Uma família dividida não pode resistir às crises. Por isso, ame os seus filhos de modo altruísta, e igualitário, evitando qualquer tipo de preferência.
B. A inveja dos irmãos de José.
O que fez com que os irmãos de José fossem tomados pela inveja e o ódio? Existem duas razões principais. A primeira está no fato de José denunciar ao pai as más ações cometidas por seus irmãos. Certamente os irmãos viam José como um traidor. A segunda razão estava no fato de José ser um sonhador. Em seus dois sonhos, José aparecia em uma posição de honra. É importante ressaltar que, embora a família de Jacó estivesse enfrentando a crise do favoritismo, do ódio, da inveja e da falsidade, ela era parte dos desígnios de Deus para a formação de um grande povo. Deus não pensa como nós e não julga segundo os critérios humanos. Sua justiça e seus desígnios são perfeitos, embora sejamos injustos e imperfeitos.
C. Os sonhos de José (Gn 37.7,9).
Certa noite, Deus deu a José um sonho, e moço precipitadamente contou seu sonho a seus irmãos. Nem sempre podemos partilhar todos os nossos sonhos. Alguns devem ser guardados no coração até que se cumpram integralmente. José tornou a sonhar e, mais uma vez, relatou o sonho aos irmãos e ao pai. Os sonhos de José foram dados pelo Senhor, e um dia se cumpriram fidedignamente. Se Deus tem dado a você um sonho, guarde-o em seu coração e aguarde, pois no tempo do Senhor se cumprirá.
José revelou seus dois sonhos a sua família e logo teve que enfrentar algumas crises.
2. José é lançado na cova e se torna escravo
José é vendido como escravo (Gn 37.27,28).
Certo dia, os irmãos de José levaram os rebanhos até Siquém. José foi até lá para ver se tudo estava bem. Mas chegando ali, descobriu que seus irmãos tinham ido a Dotã. Quando os irmãos de José viram que ele vinha se aproximando, decidiram matá-lo.
O plano era matar José e, depois, dizer ao pai que um animal selvagem o havia matado. Os irmãos de José tinham uma mente perversa, maligna. Mas Rúben não aceitou tal ideia e aconselhou aos irmãos a jogar José em uma cova. Rúben planejava resgatar o irmão. Porém, Judá também teve uma ideia: "Vendê-lo como escravo."Assim, os irmãos tiraram José da cova e o venderam como escravo aos mercadores por vinte moedas de prata. Os irmãos de José tomaram sua túnica e a mancharam com o sangue de um animal. O objetivo era enganar a Jacó. Eles fizeram seu pai chorar e sofrer muito. O ciúme e a inveja sempre produzem tristeza e dor na família.
D. José na casa de Potifar.
José foi comprado pelos mercadores e levado ao Egito. Chegando ali os mercadores o venderam a Potifar, um dos oficiais de Faraó. No entanto, Deus estava com José na cova e também no Egito. O Senhor não nos abandona diante das situações adversas. José alcançou graça e favor aos olhos de Potifar e este o colocou sobre tudo que possuía.
E. José prosperou na casa de Potifar.
José foi elevado à função de mordomo, gerindo todos os negócios da casa de Potifar, que prosperou grandemente, pois Deus era com o jovem. Ele poderia ter deixado que a mágoa e a tristeza lhe dominassem o coração, mas manteve-se puro. José é um exemplo de superação em meio às crises, pois não permitiu que a sua fé em Deus fosse abalada diante das circunstâncias adversas.
Deus estava com José, mas a crise mais uma vez o alcança. A mulher de Potifar, que não tinha escrúpulos nem decência, procurou seduzi-lo. Mas ele era fiel a Deus e ao seu patrão. Por isso, rejeitou a proposta da mulher que, com raiva, armou-lhe uma cilada, acusando-o de sedução (Gn 39.14-18). Potifar ouviu a acusação mentirosa de sua esposa contra José e o mandou para a prisão, onde estavam os oficiais de Faraó. José venceu a tentação, mas foi para a prisão.
3. Deus deu sabedoria a José para administrar as crises
José é abençoado por Deus na prisão (Gn 39.21-23).
José foi injustamente lançado na prisão, porém Deus estava com ele e o ajudaria mais uma vez. Havia um propósito maior para a sua vida. Esse propósito já havia sido revelado em seus sonhos. Ele sabia que, de algum modo, Deus cuidaria da sua vida na prisão. Ali, José alcançou graça aos olhos do carcereiro. A mão de Deus estava estendida para abençoá-lo. Por isso, por onde ele passava era bem-sucedido.
F. José e os dois oficiais de Faraó.
José foi sustentado na prisão pela benignidade de Deus. Ali, ele encontrou dois presos que serviram a Faraó, um copeiro-mor e um padeiro-mor. Certo dia, ambos tiveram um sonho. Eles contaram a José o que haviam sonhado, e este interpretou o sonho deles. Ao copeiro-mor José disse que dentro de três dias ele seria chamado para servir a Faraó novamente. Ao padeiro-mor, disse que, dentro de três dias, seria executado. Tudo aconteceu do jeito que José havia dito.
G. Da prisão ao palácio de Faraó (Gn 41.1-8).
Faraó também teve dois sonhos que o perturbaram muito. Os egípcios acreditavam que os sonhos eram presságios de situações boas ou ruins e o rei não conseguiu compreender o significado dos seus sonhos. Por isso, convocou seus magos e astrólogos para que os interpretassem, mas nenhum deles conseguiu convencê-lo com suas interpretações (Gn 41.8).
Então, o copeiro-mor lembrou-se de José e falou a Faraó a respeito do que havia acontecido com ele e com o padeiro-mor. Faraó ordenou que trouxessem José à sua presença. Quando ele chegou perante o rei, com humildade e temor a Deus, ouviu os sonhos e disse que estes se resumiam em um. O Egito passaria por um período de sete anos de grande fartura e depois um período de sete anos de escassez. Então, José orientou Faraó para que encontre um homem sábio a fim de encarregá-lo de ajuntar alimento para os tempos de crise. Assim o rei teria alimento para enfrentar o tempo de crise. Faraó, impressionado com a sabedoria de José, viu que ele seria o homem certo para gerenciar os tempos de fartura e de crise, e nomeou José governador do Egito.
Aprendemos com José que o sofrimento pode moldar nosso caráter e levar-nos a ser bem-sucedidos em todas as áreas de nossas vidas. Os sofrimentos nos ensinam a lidar com circunstâncias adversas. Cada episódio na vida de José fazia parte dos desígnios de Deus.
Todas as dificuldades pelas quais passamos, quando estamos no plano divino, são para nos ensinar. Deus preparou o espírito de José para as crises que enfrentaria e para que pudesse desfrutar de uma posição privilegiada no Egito. José não se esqueceu de que Deus estava com ele, não só nas humilhações, mas também quando exaltado diante dos homens.
Em breve estaremos de volta dando sequencia a esta série.
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