quarta-feira, 7 de julho de 2021

Série Gideão 10 - Gideão busca vinganças pessoais

 Por Jânio Santos de Oliveira





 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena


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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!



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E, como Gideão veio ao Jordão, passou com os trezentos homens que com ele estavam, já cansados, mas ainda perseguindo.
E disse aos homens de Sucote: Dai, peço-vos, alguns pedaços de pão ao povo, que segue as minhas pisadas; porque estão cansados, e eu vou ao encalço de Zeba e Salmuna, reis dos midianitas.
Porém os príncipes de Sucote disseram: Estão já, Zeba e Salmuna, em tua mão, para que demos pão ao teu exército?
Então disse Gideão: Pois quando o Senhor der na minha mão a Zeba e a Salmuna, trilharei a vossa carne com os espinhos do deserto, e com os abrolhos.
E dali subiu a Penuel, e falou-lhes da mesma maneira; e os homens de Penuel lhe responderam como os homens de Sucote lhe haviam respondido.
Por isso também falou aos homens de Penuel, dizendo: Quando eu voltar em paz, derribarei esta torre.
Estavam, pois, Zeba e Salmuna em Carcor, e os seus exércitos com eles, uns quinze mil homens, todos os que restaram do exército dos filhos do oriente; e os que caíram foram cento e vinte mil homens, que puxavam da espada.
E subiu Gideão pelo caminho dos que habitavam em tendas, para o oriente de Nobá e Jogbeá; e feriu aquele exército, porquanto o exército estava descuidado.
E fugiram Zeba e Salmuna; porém ele os perseguiu, e tomou presos a ambos os reis dos midianitas, a Zeba e a Salmuna, e afugentou a todo o exército.
Voltando, pois, Gideão, filho de Joás, da peleja, antes do nascer do sol,
Tomou preso a um moço dos homens de Sucote, e lhe fez perguntas; o qual lhe deu por escrito os nomes dos príncipes de Sucote, e dos seus anciãos, setenta e sete homens.
Então veio aos homens de Sucote, e disse: Vede aqui a Zeba e a Salmuna, a respeito dos quais desprezivelmente me escarnecestes, dizendo: Estão já, Zeba e Salmuna, na tua mão, para que demos pão aos teus homens, já cansados?
E tomou os anciãos daquela cidade, e os espinhos do deserto, e os abrolhos; e com eles ensinou aos homens de Sucote.
E derrubou a torre de Penuel, e matou os homens da cidade.
Depois perguntou a Zeba e a Salmuna: Que homens eram os que matastes em Tabor? E disseram: Como és tu, assim eram eles; cada um parecia filho de rei.
Então disse ele: Meus irmãos eram, filhos de minha mãe; vive o Senhor, que, se os tivésseis deixado com vida, eu não vos mataria.
E disse a Jeter, seu primogênito: Levanta-te, mata-os. Porém o moço não puxou da sua espada, porque temia; porquanto ainda era jovem.
Então disseram Zeba e Salmuna: Levanta-te, e acomete-nos; porque, qual o homem, tal a sua valentia. Levantou-se, pois, Gideão, e matou a Zeba e a Salmuna, e tomou os ornamentos que estavam nos pescoços dos seus camelos (Jz 8:4-21).



Nós estamos apresentando uma série de estudos bíblicos especiais sobre a vida de Gideão. 
Já  falamos sobre :

  1. "A sua biografia de Gideão";  
  2.  As circunstâncias da chamada de gideão; 
  3. Deus encoraja a Gideão.
  4. Derrubando os altares de Baal
  5. Gideão pede provas e Deus confirma. 
  6. A seleção dos chamados 
  7. A confirmação do Senhor  
  8. A estratégia Divina e a vitória de Gideão.
  9. Gideão um conciliador

  • Agora estaremos  falando sobre: 
  •  Gideão busca vinganças pessoais 



Filmes Gedeão E Os 300 Guerreiros (biblico) completo DUBLADO



I. Uma análise preliminar do texto.

8.4-28 — Após a vitória de Gideão houve uma segunda campanha militar, a qual contrastou drasticamente com a primeira. Ele perseguiu os dois reis midianitas até os pegar e matar. Gideão também puniu as cidades de Sucote e Peniel Nesta passagem, não há indicação do envolvimento de Deus, como aconteceu anteriormente. Em vez disso, Gideão mostrou satisfazer uma necessidade pessoal (Jz 8.18,19).

8.5-10 — Sucote localizava-se a leste do Jordão, perto do rio Jaboque. Zeba e Salmuna são nomes pouco lisonjeiros que significam, respectivamente, Vítima e Proteção Recusada. Tais designações, talvez, fossem trocadilhos com os nomes verdadeiros dos reis, o que, possivelmente, foi feito com Cusã-Risataim (Jz 3.8). Entretanto, o autor de Juízes pode ter tido mais comiseração por estes dois reis, visto que Gideão não é evidenciado neste capítulo.

8.11,12 — A agressividade de Gideão contrasta nitidamente com a precaução e o medo evidentes no capítulo 6.

8.13,14 — Descreveu os príncipes de Sucote. A literatura nas civilizações primitivas estava, a princípio, limitada à elite instruída, como acontecia na Mesopotâmia e no Egito. Seus sistemas de escrita eram complexos e apenas uma ínfima parte da população sabia ler e escrever. Entretanto, a disseminação dos sistemas alfabéticos simplificou bastante as tarefas de leitura e escrita. Centenas de fragmentos de louça encontrados ao longo da Palestina possuem inscrições simples, indicando que certo grau de alfabetização fez-se acessível nos dias de Gideão. Assim, o jovem que Gideão encontrou no caminho escreveu para ele os nomes dos 77 líderes.

8.15-17 — As ações de Gideão neste trecho cumprem as ameaças dos versos 7 e 9.

8.18 — Os assassinatos aos quais Gideão se refere não aparecem em nenhum outro lugar do texto. A resposta dos dois reis foi lisonjeira: Qual tu, tais eram eles. Eles compararam Gideão ao filho de um rei. Apesar de sua recusa do remado, Gideão não estava imune à vaidade encorajada pela realeza. Ao dar o nome de Abimeleque a um de seus filhos, o qual significa meu pai é rei (]z 8.31), ele pode ter sucumbido à tentação de exaltar a si próprio como um rei para Israel.


8.19-21 — Qual o homem, tal a sua valentia. Isso era um desafio à coragem de Gideão, e ele respondeu à provocação matando, com as próprias mãos, os dois reis. Luetas [ornamentos, na ara] foram encontradas em muitos lugares na Palestina, mas são mencionadas novamente apenas mais uma vez na Bíblia (Is 3.18).





II. Gideão e seus soldados se cansam (Vv 4,5)

Os 300 soldados de gideão vinham de uma longa e cansativa batalha noturna, todos estavam exauridos e famintos. Foi neste contexto que  Gideão pediu ajuda aos príncipes.


  •  O cansaço de Gideão, muito nos ensina.

Como há pastores cansados e sobrecarregados! Pesados na sua condição de alienados. Homens que vivem no ativismo e se esquecem da família. Que faz tudo na igreja. Não descentraliza. Não treinam líderes. Ministros que pararam no tempo. Não participam de congressos, encontros de pastores e não priorizam a oração e o estudo das Escrituras. Não ministram diante de Deus. Não leem livros. Não buscam conselho com os mais experientes. Vivem no seu mundo ensimesmados e estagnados. Não têm humildade para buscarem ajuda. Pastores trancados no seu mundo, alienados em sua comunidade. Não olham para fora. Não vislumbram oportunidades. Não buscam o conhecimento.
Pastores cansados, desestruturados e ofegantes. Homens pálidos, sem vigor e sem entusiasmo. Não têm vontade de pensar, de prospectarem novas ideias. Não vibram. Estão contidos em seu estilo de vida acanhado. Sim, pastores acomodados ao status quo. Mas há como sair desse cansaço. Como sair do marasmo, da falta de criatividade e da exaustão. É necessário romper com a acomodação doentia. Deixar o círculo vicioso. Dizer não aos patrocinadores do caos. Aos que vivem na incredulidade mesmo dentro da igreja de Jesus. Que trabalham contra um ministério virtuoso no Espírito.

Mas há como sair da mesmice e do enfado. A solução é descansar naquele que tudo pode ( Fp 4.13; Sl 37.7). É atender o convite de Jesus: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei” Mt 11.28-30). É o Senhor quem faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor (Is 40.29-31). Os pastores cansados encontram o descanso na Pessoa e Obra de Cristo. Devem aprender dEle, que é manso e humilde de coração (Mt 11.29). É preciso reconhecer o cansaço e buscar em Cristo Jesus a renovação das forças. Buscar no Espírito a visão mais ampla e aprofundada do Reino de Deus. É preciso aprender com Cristo a orar, depender do Pai, fazer sempre o bem, servir em profundo amor e ter compaixão do povo. Os pastores cansados precisam viver pela fé na suficiência de Cristo Jesus, nosso Pastor Supremo, que fez toda a vontade do Pai.
Sete cousas que deixam um servo de Deus cansado:
1. Acúmulo de trabalho.
2. Ingratidão.
3. Traição.
4. Falta de cooperação.
5. Falta de unidade (dissensão/discórdias)
6. Falta de reconhecimento/agradecimento.
7. Críticas e observações negativas.
Sete cousas que o servo de Deus precisa entender para vencer as batalhas diárias:
1. A batalha ainda não terminou não se pode descansar e nem abaixar as armas, os inimigos não foram completamente desbaratados.
2. A batalha continua meu irmão, descanso só no cemitério.
3. Nossa luta não é contra homens, mas é espiritual. Ef 6:10-18
4. Como líderes temos que manter a cabeça erguida, ser flexivo sem ser conivente (a reclamação dos Efraimitas) e endurecer quando necessário ( Sucote e Penuel ).
5. Sempre vão aparecer pessoas do nosso meio que irão dizer:
“ Mas ele ainda não acabou:, não vai dar certo, os inimigos vão ganhar, ainda faltam 20.000.” Você não pode deixar se abater. Nunca esqueça: A vitória vem de Deus, forte não é você, mas Deus em você.
6. Você vai precisar de companheiros para lhe ajudar nessa batalha, e Deus sempre mandará homens e mulheres para lhe ajudar.
7. Nunca espere que a maioria lute contra os inimigos no inicio, sempre serão poucos que estarão ao teu lado, talvez no final quando a batalha já estiver quase ganha eles sairão do lugar de onde estão e lutem para também levar a glória. Davi e Golias; Gideão e outras tribos são exemplos disso que falamos.
Lute, persiga o inimigo, não desista, não pare; a guerra não terminou, ainda tem Zeba e Zalmuna os reis dos inimigos.
O reino de Deus é dos que perseveram: ao vencedor dar-lhe-ei a coroa; combati o bom combate…


III. Após a primeira vitória de Gideão concedida por Deus ele  passa a agir de forma vingativa.


E, como Gideão veio ao Jordão, passou com os trezentos homens que com ele estavam, já cansados, mas ainda perseguindo. E disse aos homens de Sucote: Dai, peço-vos, alguns pedaços de pão ao povo, que segue as minhas pisadas; porque estão cansados, e eu vou ao encalço de Zeba e Salmuna, reis dos midianitas. Porém os príncipes de Sucote disseram: Estão já, Zeba e Salmuna, em tua mão, para que demos pão ao teu exército? Então disse Gideão: Pois quando o Senhor der na minha mão a Zeba e a Salmuna, trilharei a vossa carne com os espinhos do deserto, e com os abrolhos. E dali subiu a Penuel, e falou-lhes da mesma maneira; e os homens de Penuel lhe responderam como os homens de Sucote lhe haviam respondido. Por isso também falou aos homens de Penuel, dizendo: Quando eu voltar em paz, derribarei esta torre. Juízes 8:4-9

Cansado da batalha, Gideão pede às pessoas de Sucote que alimentem seus homens. Mas, eles se recusam a ajudar. Como os de Efraim, eles mostram uma completa falta de gratidão para com Gideão por ter derrotado seus inimigos. Os moradores tem medo que Zeba e Samuna, líderes midianitas, reagrupem seu exército e destruam as cidades que ajudaram a Gideão e seus combatentes. A mesma resposta, Gideão vai receber de Penuel.

Mas, Gideão responde de maneira muito diferente para Sucote e Penuel do que Efraim. Para, Sucote diz que vai arrancar a carne do povo e para Penuel, diz que vai destruir a torre.

Esta diferenciação revela que a diplomacia de Gideão com Efraim não é porque ele não queria atacar a ela, mas porque não podia. Apesar de Deus ter deixado claro que sua vitória foi um milagre e não por causa de qualquer mérito de Gideão, ele mesmo esqueceu-se da lição dos 300. 

Gideão sentiu que merecia admiração e honra por aquilo que havia feito. A raiva de Gideão contra os povos de Sucote e Penuel mostra que ele esperava receber glória por suas conquistas, Quando Sucote e Penuel duvidaram dele, ele deveria ter dito: eu sei que é duro acreditar que os venceremos, mas Deus em sua graça nos usando para vencer a batalha, não confiando em nossa força, mas confiando na força do Senhor, contudo, ao invés disso, Gideão diz, como ousam duvidar de mim, eu vou mostrar meu poder quando eu voltar, vocês vão aprender a me respeitar.

Estavam, pois, Zeba e Salmuna em Carcor, e os seus exércitos com eles, uns quinze mil homens, todos os que restaram do exército dos filhos do oriente; e os que caíram foram cento e vinte mil homens, que puxavam da espada. E subiu Gideão pelo caminho dos que habitavam em tendas, para o oriente de Nobá e Jogbeá; e feriu aquele exército, porquanto o exército estava descuidado. E fugiram Zeba e Salmuna; porém ele os perseguiu, e tomou presos a ambos os reis dos midianitas, a Zeba e a Salmuna, e afugentou a todo o exército. Voltando, pois, Gideão, filho de Joás, da peleja, antes do nascer do sol, Tomou preso a um moço dos homens de Sucote, e lhe fez perguntas; o qual lhe deu por escrito os nomes dos príncipes de Sucote, e dos seus anciãos, setenta e sete homens. Então veio aos homens de Sucote, e disse: Vede aqui a Zeba e a Salmuna, a respeito dos quais desprezivelmente me escarnecestes, dizendo: Estão já, Zeba e Salmuna, na tua mão, para que demos pão aos teus homens, já cansados? E tomou os anciãos daquela cidade, e os espinhos do deserto, e os abrolhos; e com eles ensinou aos homens de Sucote. E derrubou a torre de Penuel, e matou os homens da cidade. Depois perguntou a Zeba e a Salmuna: Que homens eram os que matastes em Tabor? E disseram: Como és tu, assim eram eles; cada um parecia filho de rei. Então disse ele: Meus irmãos eram, filhos de minha mãe; vive o Senhor, que, se os tivésseis deixado com vida, eu não vos mataria. E disse a Jeter, seu primogênito: Levanta-te, mata-os. Porém o moço não puxou da sua espada, porque temia; porquanto ainda era jovem. Então disseram Zeba e Salmuna: Levanta-te, e acomete-nos; porque, qual o homem, tal a sua valentia. Levantou-se, pois, Gideão, e matou a Zeba e a Salmuna, e tomou os ornamentos que estavam nos pescoços dos seus camelos. Juízes 8:10-21


Gideão captura os líderes midianitas e volta para Sucote para cumprir sua palavra, descobre o nome dos anciãos do lugar e os pune com espinhos e abrolhos do deserto. Enquanto que em Penuel, as coisas vão ainda piores, ele derriba a torre e mata os homens da cidade.

Os versículos 18 e 19 mostram que os midianitas mataram os próprios irmãos de Gideão, ele agora ao invés de ser motivado pela vontade de Deus é motivado por um desejo de vingança pessoal pela honra de sua própria família. É por isto que no versículo, ele designa Jeter, seu filho, um garoto, para matá-los, afim de humilhar estes reis. No fim, ele mesmo mata os dois e toma os ornamentos que estavam nos camelos deles. Não há menção de um período de paz aqui.


IV. Gideão estava despreparado para o sucesso.

A necessidade de Gideão por respeito e honra e sua raiva violenta quando ele não tem aquilo que ele acha que merece- nos mostra que o sucesso na batalha foi a pior coisa que poderia ter acontecido com ele. Ele ficou viciado e dependente do sucesso.

Existe um grande perigo espiritual envolvido quando recebemos qualquer bênção. Sucesso, pode facilmente, causar em nós o esquecimento da graça de Deus.  Uma vitória dada por Deus pode facilmente ser usada para confirmar a crença que, de fato, nós merecemos sermos abençoados por aquilo que somos e devemos receber louvor e glória por este sucesso. ficamos superiores e orgulhosos.

Gideão não era convertido e sim, foi convencido por Deus através de um anjo a realizar aquele desafio; no entanto, após a vitória inicial, ele passou a agir como de sempre de forma covarde e violenta.



 V. Os motivos da recusa de ajuda a Gideão por parte dos príncipes

 (Vv. 4-12) .        

Com medo de ofender os reis dos midianitas, eles recusaram ajudar os homens de Deus.

A decisão desses homens mostrava uma preocupação política ao invés de convicção espiritual.

Gideão não aceitou tal postura.

_ Está bem. Vocês não vão me ajudar, mas quando o SENHOR me entregar Zeba e Salmuna, eu rasgarei a carne de vocês com os espinhos das plantas do deserto. Esperem pra ver!

Revoltado, Gideão juntamente com seus soldados afadigados foi até a cidade de Penuel e fez o mesmo pedido aos homens dali.

Este foi o lugar onde Jacó lutou com o anjo, lembram?

Mas os homens de Penuel lhe deram a mesma resposta que os homens de Sucote tinham dado.

_ Eu não to acreditando! Quando eu voltar são e salvo, derrubarei esta torre aí?

Era uma torre usada como uma fortaleza e local de refúgio em tempos de perigo.

Dentro de suas paredes, provavelmente construído de pedra, os líderes Penuel sentiam-se seguros contra os midianitas, talvez por isso tão orgulhosamente recusaram ajudar os israelitas.

 V.13-17         Sucote e Peniel castigados

  

VI. O começo dos fracassos de Gideão.


Gideão ganhou a guerra, mas perdeu a vitória. Gideão começou bem e acabou mal. Alguém já disse que “Boa é a arte de começar, melhor ainda é a de terminar.


1. Esquecendo-se de onde viemos.
Exausto, após perseguir os reis midianitas Zeba e Zalmuna (v. 5), Gideão pede que os cidadãos de Sucote alimentem seus homens, mas o pedido é negado (v. 6). Da mesma forma que Efraim, Sucote mostra total falta de gratidão por Gideão ter derrotado seus inimigos.
Em outras palavras, eles respondem: Vocês já pegaram esses reis midianitas? Não? Então não venham atrás de ajuda! Eles sabem que, se Gideão não conseguir pegar e matar seus líderes, os midianitas irão se reagrupar e retornar — e qualquer cidade que tenha ajudado Gideão será destruída.
A tribo de Efraim estava irritada porque Gideão não a chamou antes; Sucote gostaria de que ele tivesse aparecido um pouco mais tarde! Gideão e seus homens prosseguem a jornada e ouvem a mesma resposta de Peniel (v. 8).
A resposta de Gideão a Sucote e Peniel é bem diferente de sua resposta a Efraim: "Quando o SENHOR entregar Zeba e Zalmuna em minhas mãos, rasgarei a carne de vocês com espinhos e espinheiros do deserto. Quando eu voltar triunfante, derrubarei esta torre" (v. 7,9).
Essa resposta mostra que Gideão tratou Efraim com diplomacia, não por falta de vontade de atacar, mas porque não tinha força para tanto.
Mostra que, apesar de Deus haver providenciado para que a vitória fosse um milagre tão grande que todos reconhecessem que ela viera de suas mãos e que não fora conquistada por Gideão, o próprio Gideão se esqueceu da "lição dos trezentos".
Ele acha que merece admiração e honra pelo que fez. A ira de Gideão contra Sucote e Peniel mostra que ele espera receber glórias por suas realizações(esquecendo-se de que foram, de fato, realizações de Deus).
Quando Sucote e Peniel não acreditam que Gideão consiga vencer Midiã, ele não lhes responde: Eu sei que é difícil acreditar que possamos vencê-los. Mas Deus, em sua graça, está nos usando para vencer a batalha.
Portanto, não confiem em minha força, mas na força de Deus. Em vez disso, ele responde: Vocês ousam duvidar de mim? Quando eu voltar; vocês vão conhecer a minha força. Vão aprender a me respeitar.
Assim, quando retornou, após derrotar com seus trezentos homens um exército ainda mais forte e após capturar Zeba e Zalmuna (v. 10-12), Gideão cumpriu sua ameaça.
Capturou um membro de seu próprio povo, Israel (v. 14), descobriu quem eram os anciãos(lideres de Sucote, lembrou-lhes o dia em que ((zombaram de mim" (v. 15) e, a seguir, "deu-lhes uma lição, punindo-os com espinhos e espinheiros do deserto" (v. 16). Em Peniel, a situação é pior — Gideão "derrubou a torre matou os homens da cidade" (v. 17).
Os versículos 18 e 19 acrescentam um detalhe à narrativa: Zeba e Zalmuna haviam matado os irmãos de Gideão, e a morte deles foi o que impulsionou Gideão a perseguir e prender os reis midianitas.
A perseguição cruel e incansável de Gideão não foi simplesmente motivada pelo desejo de completar a libertação do povo de Deus, mas também pelo desejo pessoal de vingança; e pela honra da própria família.
Foi por isso que Gideão ordenou a "Jéter, seu primogênito: Mata-os" (v. 20) — ele queria humilhar esses reis, fazendo-os morrer pelas mãos de um menino.
Gideão acaba executando pessoalmente os dois (v. 21) e, com suas mortes, a vitória é completa. A maneira pela qual ela foi alcançada, no entanto, indica que o futuro sob a liderança de Gideão não será marcado por paz de verdade.
2. O perigo de sermos corrompidos pelo sucesso.A necessidade que Gideão tem de ser respeitado e honrado pelo que fez. E seu ódio mortal e implacável quando não recebe o que acha que merece.
Revela que seu sucesso na batalha foi a pior coisa que lhe aconteceu. Ele ficou viciado em sucesso, dependente de seus triunfos, ele virou um colecionador de vitorias.
O recebimento de uma bênção pode ser acompanhado de um terrível perigo espiritual. O sucesso pode facilmente nos levar a esquecermos da graça de Deus, pois nosso coração deseja ardentemente acreditar que podemos nos ajudar ou salvar a nós mesmos.
A vitória dada por Deus pode facilmente ser usada para confirmar que, na verdade, conquistamos a bênção por nós mesmos e devemos receber louvor e glória pelo sucesso alcançado.

3, A idolatria de Gideão.

“E disse-lhes mais Gideão: Uma petição vos farei: Dá-me, cada um de vós, os pendentes do seu despojo... E estenderam uma capa, e cada um deles colocou ali um pendente do seu despojo. E foi o peso dos pendentes de ouro, que pediu, mil e setecentos siclos de ouro, afora os ornamentos, e as cadeias, e as vestes de púrpura que traziam os reis dos midianitas, e afora as coleiras que os camelos traziam ao pescoço” (Jz.8.24-26).
Gideão estava indo tão bem, mas caiu rapidamente. Ele não queria ser rei, mas desejava as riquezas dos reis. De fato, o maior problema ainda estava porvir. Aquela riqueza seria usada para fazer um éfode, uma suntuosa roupa sacerdotal.
“E fez Gideão dele um éfode, e colocou-o na sua cidade, em Ofra; e todo o Israel prostituiu-se ali após ele; e foi por tropeço a Gideão e à sua casa” (Jz.8.27).
O juiz perdeu o juízo. A história tomou um rumo inesperado e surpreendente a partir do momento que ele fez um “objeto sagrado” que veio a ser um ídolo ou amuleto, símbolo de um misticismo desnecessário. Gideão, sendo da tribo de Manassés,  nunca deveria envolver-se em assuntos sacerdotais, próprios da tribo de Levi. A cidade de Ofra tornou-se centro de peregrinações dos israelitas. A expressão “prostituiu-se” envolve ritual religioso conforme se vê no verso 33. O verdadeiro juiz prestou-se ao papel de falso sacerdote, contribuindo para a criação de um falso movimento religioso em Israel. Gideão fracassou por uma mistura de questões religiosas, financeiras e sexuais, desviando-se do caminho da verdade (Jz.8.30-31).
O juiz conduziu à idolatria e à prostituição o mesmo povo que tinha sido liberto por ele. Se alguém falasse alguma coisa, seria alertado para “não tocar no ungido do Senhor”. A maioria diria “Gideão é uma bênção” ou “lembre-se do que Deus fez através dele”.
Gideão vivia de história. Afinal, ele tinha sido usado poderosamente pelo Senhor, e ninguém duvidava disso, mas um passado bom não justifica o presente errado. Depois, seu filho, Abimeleque (nome que significa “meu pai é rei”), continuou vivendo da história do pai, mesmo sem conhecer o Senhor nem ter experiência espiritual alguma.
O problema não teve solução. Não houve quem pudesse repreender, julgar e condenar Gideão, pois ele era a autoridade máxima, mesmo não sendo rei.
Acontece que nenhum líder, rei, juiz, sacerdote ou anjo está acima da palavra de Deus. Por este motivo, não podemos aceitar a heresia, ainda que venha de alguém que foi usado por Deus algum dia. Gideão transgrediu a lei do Senhor com a sua idolatria e prostituição, tornando-se um herege, apesar do seu histórico louvável. Há quem defenda a tese de que a iniciativa idólatra tenha sido do povo. De todo modo, Gideão não os impediu nem orientou.
Os fracassos de Gideão, Sansão e Jefté foram exceções entre os juízes. Houve vários outros líderes levantados por Deus naquela época que não vacilaram.  Ninguém deve generalizar, propondo que todos sejam falsos, mas todos nós precisamos vigiar, pois assim como Deus usa homens, o diabo também quer usar.

Os fracassos de alguns personagens bíblicos estão na palavra de Deus para o nosso aprendizado.



VII. O que os erros de Gideão nos ensina?

1. Assim como Gideão se cansou e pediu ajuda, na condição de obreiros, podemo a qualquer momento nos cansar e sermos dependentes dos nossos irmãos.
Em caso de não sermos ajudados, devemos perdoar as suas ofensas  não sendo vingativos como foi Gideão.

2. Inicialmente Gideão permitiu que Deus pudesse lhe usar como instrumento em suas mãos; ma sequência das conquistas ele passa a agir poe conta própria e de forma vingativa. Ao fazer a obra de Deus precisamos atentar para este detalhe obedecendo a Deus em tudo.

3. Gideão não estava preparado para o sucesso que lhe subiu à cabeça, fazendo dele um justiceiro e vingador. Devemos estar atentos para não nos ensoberbecermos.


4. Gideão não era convertido e sim, foi convencido por Deus através de um anjo a realizar aquele desafio; no entanto, após a vitória inicial, ele passou a agir como de sempre de forma covarde e violenta.

5. Apesar de Gideão ter vencido os inimigos veja o que ocorreu :"E estenderam uma capa, e cada um deles colocou ali um pendente do seu despojo. E foi o peso dos pendentes de ouro, que pediu, mil e setecentos siclos de ouro, afora os ornamentos, e as cadeias, e as vestes de púrpura que traziam os reis dos midianitas, e afora as coleiras que os camelos traziam ao pescoço” Ele combateu os inimigos destruindo-os, mas foi vencido pelos seus objetos idolátricos. Como líderes, não podemos resistir ao diabo, mas não ficarmos firmes ( Ef 6,13)


: Precisamos aprender a lidar com nosso sucesso, seja ele em qualquer área da nossa vida; mas principalmente no ministério. Gideão, foi considerado um herói da fé, mas Deus não deixa de revelar as falhas do seu caráter.  Porque Deus faz isto com todos os homens da Escritura:
Para reforçar a verdade de que o Filho de Deus se identificou com os pecadores a quem veio salvar.
Gideão foi fraco e repreensível. Isso prova que Deus nos escolhe não pelos nossos méritos, mas apesar dos nossos deméritos.
Mas, antes de ficarmos mais chocados com os defeitos de Gideão e Abimeleque, olhemos para nós mesmos. Somos indignos. Somos pecadores. Somos culpados. Nosso coração é desesperadamente corrupto.
Por que Deus nos escolheu? Por que ele nos amou? Por que ele não poupou o seu próprio Filho, antes por todos nós o entregou, para morrer em nosso lugar? A resposta é: Por causa de sua graça, que é maior do que o nosso pecar!


Em breve estaremos de volta com a penúltima  parte com o tema: 

" Gideão um líder sem objetivo"

Até breve na Paz do Senhor Jesus! 





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