terça-feira, 20 de julho de 2021

Série "O propósito dos sofrimentos do Messias. Introdução

 Por Jânio Santos de Oliveira



 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena


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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!

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Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra Isaías capítulo 53 .1-12 que nos diz:

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53 Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor?

2 Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos.

3 Era desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores, experimentado nos trabalhos e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.

4 Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.

5 Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados.

6 Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.

7 Ele foi oprimido, mas não abriu a boca; como um cordeiro, foi levado ao matadouro e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.

8 Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes e pela transgressão do meu povo foi ele atingido.

9 E puseram a sua sepultura com os ímpios e com o rico, na sua morte; porquanto nunca fez injustiça, nem houve engano na sua boca.

10 Todavia, ao Senhor agradou o moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os dias, e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.

11 O trabalho da sua alma ele verá e ficará satisfeito; com o seu conhecimento, o meu servo, o justo, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si.

12 Pelo que lhe darei a parte de muitos, e, com os poderosos, repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu.


Nós estamos de volta, e agora, para dar início a mais uma série de conferências sobre" o propósito dos sofrimentos do Messias".

Baseado no capítulo 53 do livro do Profeta Isaías queremos descrever 

profético e teologicamente, a maneira como seu deu esses sofrimentos.

nesta primeira parte, ao introduzir-me ao tema,pretendo descrever um 

pouco e de forma bem sintético o conteúdo do livro tomado como base do 

estudo (Isaías). Veja os principais tópicos que desenvolvo nesta introdução a esta série: 

1.     O Livro do profeta Isaías Resumo.    
2.      Uma mini Bíblia dentro da Bíblia.
3.     Visão panorâmica de Isaías 53.
4.     Exegese de Isaías 53 
5.     O propósito do sofrimento de Jesus
6.     Como foi o sofrimento de Jesus?
7.     Isaías 53:4-5 fala de curas físicas ou espirituais?
8.     O Desprezo ao Evangelho do Messias.
9.     As profecias bíblicas sobre o sofrimento e morte do Messias.
10. A seqüência do sofrimento do Messias.



Vamos então, meditar um pouco mais na Palavra de Deus!


I. O Livro do profeta Isaías Resumo:

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1. Autor: Isaías 1:1 identifica o autor do Livro de Isaías como sendo o profeta Isaías.

2. Quando foi escrito: O Livro de Isaías foi escrito entre 701 e 681 AC.

3. Propósito: O profeta Isaías foi primeiramente chamado a profetizar ao Reino de Judá. Judá estava passando por tempos de reavivamento e tempos de rebeldia. Judá foi ameaçado de destruição pela Assíria e Egito, mas foi poupado por causa da misericórdia de Deus. Isaías proclamou uma mensagem de arrependimento do pecado e de expectativa esperançosa do livramento de Deus no futuro.

5. Versículos-chave: Isaías 6:8: “Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim.”

Is 7:14: “Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel.”

Is 9:6: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.”

Is 14:12-13: “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte.”

Isaías 53:5-6: “Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.”

Is 65:25: “O lobo e o cordeiro pastarão juntos, e o leão comerá palha como o boi; pó será a comida da serpente. Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o SENHOR.”

 O Livro de Isaías revela o juízo e salvação de Deus. Deus é "santo, santo, santo" (Isaías 6:3) e, portanto, Ele não pode permitir a impunidade do pecado (Isaías 1:2; 2:11-20; 5:30; 34:1-2; 42:25). Isaías retrata o julgamento vindouro de Deus como um "fogo consumidor" (Is 1:31; 30:33).

Ao mesmo tempo, Isaías compreende que Deus é um Deus de misericórdia, graça e compaixão (Isaías 5:25; 11:16; 14:1-2, 32:2, 40:3, 41:14-16). A nação de Israel (Judá e Israel) é cega e surda aos mandamentos de Deus ( 6:9-10, 42:7). Judá é comparado a uma vinha que deve ser, e será, pisoteada (Isaías 5:1-7). Só por causa de Sua misericórdia e promessas a Israel, Deus não permitirá que Israel e Judá sejam completamente destruídos. Ele vai trazer tanto a restauração e perdão quanto a cura (43:2, 43:16-19, 52:10-12).

Mais do que qualquer outro livro no Antigo Testamento, Isaías concentra-se na salvação que virá através do Messias. O Messias um dia governará com justiça e retidão ( 9:7; 32:1). O reino do Messias trará paz e segurança a Israel ( 11:6-9). Através do Messias, Israel será uma luz para todas as nações ( 42:6; 55:4-5). O reino do Messias sobre a terra (Isaías capítulo 65-66) é o objetivo para o qual aponta o Livro de Isaías. É durante o reinado do Messias que a justiça de Deus será plenamente revelada para o mundo.

Em um aparente paradoxo, o Livro de Isaías também apresenta o Messias como aquele que vai sofrer. Isaías capítulo 53 descreve vividamente o Messias sofrendo pelo pecado. É através de Suas feridas que a cura é alcançada. É através de Seu sofrimento que as nossas iniquidades são removidas. Esta aparente contradição é resolvida na Pessoa de Jesus Cristo. Em Sua primeira vinda, Jesus foi o servo sofredor de Isaías capítulo 53. Em Sua segunda vinda, Jesus será o Príncipe da Paz e ocupará o Seu cargo de Rei ( 9:6).

6. Prenúncios: Tal como afirmado acima, o capítulo 53 de Isaías descreve a vinda do Messias e o sofrimento que Ele iria suportar para pagar por nossos pecados. Em Sua soberania, Deus orquestrou todos os detalhes da crucificação para cumprir todas as profecias deste capítulo, assim como todas as outras profecias messiânicas do Antigo Testamento. As imagens do capítulo 53 são tristes e proféticas e são, ao mesmo tempo, um retrato completo do Evangelho. Jesus foi desprezado e rejeitado (v. 3, Lc 13:34, Jo 1:10-11), ferido por Deus (v.4, Mt 27:46) e perfurado pelas nossas transgressões (v. 5, João 19: 34, 1 Pedro 2:24). Por Seu sofrimento, Ele pagou o castigo que nós merecíamos e se tornou por nós o sacrifício supremo e perfeito (v. 5; Hb 10:10). Embora Ele não tenha pecado nunca, Deus colocou sobre Ele os nossos pecados para que assim pudéssemos nos tornar a justiça de Deus nEle (2 Co 5:21).

7. Aplicação Prática: O Livro de Isaías nos apresenta o nosso Salvador em detalhe inegável. Ele é o único caminho para o céu, o único meio de obter a graça de Deus, o único Caminho, a única Verdade e a única Vida (João 14:6, Atos 4:12). Sabendo o preço que Cristo pagou por nós, como podemos ignorar ou rejeitar "tão grande salvação"? (Hebreus 2:3). Temos apenas uns poucos, breves anos na terra para vir a Cristo e aceitar a salvação que só Ele oferece. Não há uma segunda chance após a morte, e eternidade no inferno é muito, muito tempo.

Você conhece pessoas que se dizem crentes em Cristo mas que são duas caras, ou seja, hipócritas? Esse talvez seja o melhor resumo de como Isaías enxergava a nação de Israel. Israel tinha uma aparência de justiça, mas era uma fachada. No Livro de Isaías, o profeta Isaías desafia Israel a obedecer a Deus com todo o seu coração, não apenas no exterior. O desejo de Isaías era de que aqueles que ouvissem ou lessem as suas palavras tivessem a convicção de abandonar a iniquidade e voltar-se para Deus a fim de receber perdão e cura.

O profeta Isaías, teria vivido entre 740 a.C. e 681 a.C., durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, sendo contemporâneo à destruição de Samaria pela Assíria e à resistência de Jerusalém ao cerco das tropas de Senaqueribe que sitiou a cidade com um exército de 185 mil assírios em 701 a.C.

Isaías, cujo nome significa Iavé salva ou Iavé é salvalção exerceu o seu ministério no reino de Judá, tendo se casado com uma esposa conhecida como a profetisa que foi mãe de dois filhos: Sear-Jasube e Maer-Salal-Hás-Baz.

O capítulo 6 do livro informa sobre o chamado de Isaías para tornar-e profeta através de uma visão do trono de Deus no templo, acompanhado por serafins, em que um desses seres angelicais teria voado até ele trazendo brasas vivas do altar para purificar seus lábios a fim de purificá-lo de seu pecado. Então, depois disto, Isaías ouve uma voz de Deus determinando que levasse ao povo sua mensagem.

Focando em Jerusalém, a profecia de Isaías, em sua primeira metade, transmite mensagens de punição e juízo para os pecados de Israel, Judá e das nações vizinhas, tratando de alguns eventos ocorridos durante o reinado de Ezequias, o que se verifica até o final do capítulo 39.

A outra metade do livro (do capítulo 40 ao final) contém palavras de perdão, conforto e esperança.

Pode-se afirmar que Isaías é o profeta quem mais fala sobre a vinda do Messias, descrevendo-o ao mesmo tempo como um servo sofredor que morreria pelos pecados da humanidade e como um príncipe soberano que governará com justiça. Por isso, um dos capítulos mais marcantes do livro seria o de número 53 que menciona o martírio que aguardava o Messias:

"Mas ele foi ferido pelas nossas ,transgressões e moído pelas nosas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados". (Is 53:5)

Isaías descreve a terra como circular (Is 40:22), o que gerou interpretações modernas sobre o significado. Porém, um círculo não é uma esfera. os católicos acreditavam que a terra era achatada, de formato redondo.

De acordo com a tradição judaica, Isaías teria sido morto serrado ao meio na época do rei Manassés.


II. Uma mini Bíblia dentro da Bíblia.


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Este livro é considerado uma mini-biblia haja visto que como a biblia possuem 66 livros o livro de Isaias tem 66 cap, nos primeiros 39 cap falam exclusivamente da lei de juizo e castigo divino e é essencialmente dirigido aos judeus já nos 27 cap finais falam de graça salvação e da volta do messias e também atinge aos gentios assim como a biblia no antigo testamento falam de juízo e no novo fala de graça.

O antigo Testamento começa com uma contenda de Deus com o homem, por causa do seu pecado. Isaías começa do mesmo modo (1:18). A primeira parte encerra-se com a profecia da vinda do Rei da Justiça, e da redenção de Israel (34 e 35), do mesmo modo que os profetas encerraram o antigo Testamento com a predição da vinda do seu reino. A segunda parte de Isaías (capítulo 40) começa com a ... “voz do que clama no deserto” (João Batista) e se ocupa da pessoa e da obra de Jesus Cristo. O Novo Testamento começa exatamente do mesmo modo. João Batista o precursor de Jesus, é anunciado Jo 1: 6,23). Isaías termina com a visão de um novo céu e uma nova terra em que habita justiça, vejamos: “Porque, como os novos céus, e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante da minha face, diz o Senhor, assim também há de estar a vossa posteridade e o vosso nome” (Is 66:22).
O Novo Testamento termina com essa mesma visão no Apocalipse. Esta impressionante semelhança entre Isaías e a Bíblia toda, torna-se inesquecível, uma vez compreendida.


III. Visão panorâmica de Isaías 53.

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Isaías 53 é o quarto dos Cânticos do Servo deste livro (além de 42:1-9, 49:1-13 e 50:4-11). Ele é composto por cinco seções, três versos cada, começando com Isaías 52:13. Foi sobre essa passagem que Jesus fez perguntas aos rabinos com a tenra idade de 12 anos. Foi a meditação sobre Isaías 53 que trouxe a Ele a primeira luz da Sua missão como substituto para a humanidade pecadora. Esta é a passagem que o etíope estava lendo que lhe desvendou o mistério do Messias, graças ao oportuno estudo bíblico feito por Filipe (Atos 8:26-40). Este é o capítulo que, nas palavras de um conhecido evangelista aos judeus, “mais do que qualquer outro tem sido usado por Deus para trazer o povo judeu a Si mesmo.” Ele tem a ver com a essência da missão de Jesus e Sua morte substitutiva na cruz pela humanidade. O Novo Testamento cita esta parte mais do que qualquer outra do Antigo Testamento (Mc 15:17, Jo 10:11; 12:37, Rm 3:25 a 4:25, 2 Co 5:21; Fp 2:9).
O relatório de boas notícias de Isaías 52:7 é recebido com incredulidade: “Quem creu em nossa pregação?” (Is 53:1 ARA), Isaías exclama. Os seres humanos rejeitaram o Filho de Deus porque Ele não apresentava a beleza de um príncipe ou “qualquer … majestade que nos atraísse, nada havia em sua aparência para que o desejássemos” (v.2 ). Jesus foi desprezado e rejeitado ao longo de toda a Sua vida, não apenas durante o Seu julgamento e crucificação. Ele realmente está familiarizado com a tristeza e o pesar (v.3). Quando sentimos que o mundo está contra nós, não devemos esquecer que ele também estava contra Jesus. Por experiência própria, Ele certamente se identifica com nossos sentimentos.

“Este capítulo, colocado em pauta sete séculos do nascimento de Cristo, até parece ter sido escrito por uma testemunha da crucificação. O apóstolo Pedro preferiu citar trechos deste capítulo a resumir os relatos das testemunhas oculares (1Pe 2.21-25). Sete citações deste capítulo são feitas no Novo Testamento á Pessoa de Jesus Cristo. Declara-se oito vezes, neste capítulo, a doutrina da expiação vicária [substituta], que se resume na expressão de 2 Co

1 Quem creu … ? Quem teria crido no relato da humilhação e exaltação do Messias, o Servo do Senhor (ver com. de Is 52:7, 13-15)?  …  A divisão entre Isaías 52 e 53 deveria ser no v. 12 do cap. 52, e não no 15. … O NT (Mt 8:17; Jo 12:38) claramente aplica Isaías 53 a Cristo.

O braço. O instrumento pelo qual alguém cumpre seus propósitos. Aqui o “braço” de Deus, ou poder, se revela na salvação do ser humano.

2. Perante Ele. “diante de Deus”, no sentido de ser submisso à Sua vontade, e sujeito ao Seu cuidado (ver com. de Lc 2:49).

Como renovo. Cristo cresceu física, mental e espiritualmente em harmonia com as leis naturais do desenvolvimento humano (ver com. de Lc 2:52). Como uma planta tira o sustento do solo, Ele Se sustentaria da sabedoria e da força de Deus.

Terra seca. Uma planta que nasce em solos em água não cresce de forma plena e não é atrativa. Para os líderes dos judeus, o caráter de Jesus não era atrativo.

Nem formosura. …nada que chamasse a atenção. Os seres humanos não deveriam ser atraídos a Cristo por meio de demonstração de glória sobrenatural, mas pela beleza de uma vida justa .
 Ele não era o tipo de Messias em que os judeus estavam interessados.

3 Homem de dores. Por meio da humanidade de Jesus, a Divindade experimentou tudo o que a humanidade mortal herdou. Ele sofreu todos os
maus-tratos e maldades que homens ímpios e anjos maus puderam fazer contra Ele, tendo como clímax o julgamento e a crucifixão.

Escondem . Em vez de se compadecerem de C r i s t o em Sua aflição, os seres humanos se desviaram dEle com amargura e desprezo. Não tiveram compaixão e O repreenderam por Seu destino trágico ( Mt 26:29-31; 27:39-44). Até os discípulos O abandonaram e fugiram (Mt 26:56).

4. Nossas enfermidades  Os v. 4 a 6 enfatizam a natureza vicária dos sofrimentos e da morte de Cristo. O fato de ter sido pelos pecadores e não por Si mesmo que Ele sofreu e morreu é reiterado nove vezes nestes versículos, e novamente nos v. 8 e 11. Ele sofreu em lugar do pecador. Assumiu a dor, a humilhação e os maus-tratos que outros mereciam

Ferido de Deus. O inimigo fez parecer que os sofrimentos de Jesus eram um castigo infligido sobre Ele por um Deus vingativo por ser pecador . Se isso fosse verdade, Ele não poderia ser o Redentor do mundo.

5. O castigo. Isto é, a punição necessária para nos reconciliarmos com Deus ( Rm 5:1).

7. Não abriu a boca. Isto é, para protestar, reclamar ou se defender. O silêncio era evidência de submissão completa e inquestionável ( Mt 26:39-44). O que o Messias fez foi de forma voluntária e com alegria, a fim de que pecadores condenados pudessem ser salvos (sobre o cumprimento desta profecia, ( Mt 26:63; 27:12, 14).

8. Por juízo opressor. O Messias não foi julgado com justiça. Apesar do pretenso procedimento judicial, o veredito não foi justo.

Foi arrebatado. Isto é, pela morte. “Ele morreu”.

E de Sua linhagem, quem dela cogitou? …”quem se interessava por Seu destino?”. … ninguém O defendeu. Ele sofreu tudo sozinho.

Por causa da transgressão. Sobre a natureza vicária dos sofrimentos e da morte de Cristo, ver com. dos v. 4-6.

9 Com os perversos. O Servo justo (ver com. de Is 52:13) foi morto como pecador, não como santo. Após ter dado a vida pelos transgressores, foi colocado entre eles em Sua morte.

Com o rico. Ele seria sepultado na tumba de um homem rico, a de José de Arimateia (Mt 27:57-60).

Posto que. Ou, “apesar de”, “embora”. Cristo sofreu a sorte de um pecador, embora não tivesse feito nada para merecer isso.

10. Ao SENHOR agradou. O Senhor não Se alegrou com o sofrimento de Seu Servo (ver com. de Is 52:13), o Messias. Em vista do bem estar
eterno do ser humano e da segurança do universo, Ele teve de sofrer. A frase “ao SENHOR agradou” indica que isso “foi da vontade do Senhor”. Só assim o plano de salvação poderia ter êxito.

Alma. Do heb. nefesh, que significa, “ele próprio” ou “Sua vida” (ver com. de IRs 17:21; SI 16:10). Sua vida substituiu a nossa ( Is 53:4; Por causa do pecado, o ser humano perdeu a inocência, a capacidade de amar e de obedecer a Deus, seu lar, seu domínio sobre a terra e mesmo sua vida. Cristo veio para restaurar todas as coisas permanentemente, não só na Terra, mas em todo o universo.

Como oferta pelo pecado. Esta oferta era apresentada quando se exigia uma restituição, fosse a alguém ou a Deus. A morte do Servo de (Deus proporcionou uma expiação aceitável e efetiva do pecado que ocasionou a perda. Este sacrifício era essencial à redenção e restauração do ser humano (Jo 1:29; 17:3; 2Co 5:21; 1Pe 2:24).

Sua posteridade. Isto é, “sua descendência”: aqueles que estivessem dispostos a recebê-Lo, aos que cressem “no Seu nome” (Jo 1:12) e nascessem de novo (Jo 3:3). Ele “suportou a cruz” em vista dessa “alegria que Lhe estava proposta” (Hb 12:2). A informação de que Cristo verá Sua posteridade aponta para a [Sua] ressurreição.

Prolongará os Seus dias. Aqui se afirma com mais clareza a ressurreição ( Hb 7:16, 25; Ap 1:18).

A vontade do SENHOR. Cristo Se deleitava em fazer a vontade de Seu Pai (Mt 26:39, 42; Jo 4:34; 5:30; 6:38), e, por meio dEle, a vontade de Deus prevaleceria mais uma vez entre os homens (Mt 6:10; 7:21; Jo 17:6). A missão do Messias teria êxito.

11. Trabalho. Isto é, o resultado de Sua obra.

Ficará satisfeito. Por causa de Sua morte, muitos viveriam; por causa de Seus sofrimentos, muitos encontrariam paz e alegria eternas (Hb 12:2). O resultado justificaria o sacrifício necessário para alcançá-lo.

O Meu Servo, o Justo. O Pai está falando de Seu Filho, o Messias (Is 41:8; 52:13).

Levará sobre Si. Reafirmação da natureza vicária do sacrifício do Messias enfatizada nos v. 4 a 6, 8 e 10.

12 Por isso, Eu Lhe darei. Deus recompensará o Servo vitorioso com um lugar de honra diante de todo o universo.

O despojo. Tudo o que se perdeu como resultado do pecado ( v. 10) seria restaurado. 

Intercedeu. Aqui se prediz claramente o ministério de Cristo (Rm 8:34; Hb 7:25; 9:24; 1Jo 2:1).



As duas grandes verdades que o Espírito de Cristo testificou antecipadamente nos profetas do Antigo Testamento foram os sofrimentos de Cristo e a glória que se seguiria (1 Pe 1.11). E aquilo que o próprio Cristo, quando explicou Moisés e os profetas, mostrou ser a motivação e o objetivo de todos eles, era que “convinha que o Cristo padecesse essas coisas e entrasse na sua glória” (Lc 24.26,27). Mas em nenhuma passagem, em todo o Antigo Testamento, elas são profetizadas de modo tão claro e tão abrangente como aqui, nesse capítulo, de onde várias passagens são citadas com referência a Cristo, no Novo Testamento. Esse capítulo é tão abundante das riquezas incompreensíveis de Cristo que poderia ser chamado de Evangelho do evangelista Isaías em lugar de Profecia do profeta Isaías. Aqui, podemos observar: I. A vergonha dos sofrimentos de Cristo - a humildade da sua aparência, a enormidade de seus sofrimentos, e os preconceitos que muitos alimentaram, consequentemente, contra a sua doutrina (vv. 1-3). II. O afastamento dessa vergonha, e a honra imortal sobre os seus sofrimentos, apesar da sua desgraça e ignomínia, por quatro considerações: 1. Com esses sofrimentos, Ele realizou a vontade de seu Pai (vv. 4,6,10). 2. Com esses sofrimentos, o Senhor Jesus Cristo expiou o pecado dos homens (vv. 4-6,8,11,12), pois Ele não sofreu por nenhum pecado seu, pois jamais pecou (v. 9). 3. Ele suportou seus sofrimentos de modo insuperável e exemplar (v. 7). 4. Ele seria bem-sucedido na sua missão, e seus sofrimentos culminariam na sua honra imortal (vv. 10-12). Mesclando a fé com a profecia desse capítulo, podemos aprimorar nosso conhecimento de Jesus Cristo e de sua crucificação, com Jesus Cristo e sua glorificação, o qual morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para nossa justificação.
Isaías 53, portanto, é a síntese da sua mensagem profética. Ele fala sobre a aparição, as dores e a glória do Messias que havia de vir.  Segundo o Comentário Beacon, “esta é a mais importante entre as profecias messiânicas do Antigo Testamento. Quem, além de Isaías, poderia ter escrito um milagre literário dessa magnitude? E quem, além do Espírito Santo, poderia ter inspirado seus detalhes? Policarpo chamou-a de passagem dourada do Antigo Testamento”.
Diante de sua beleza, os versos soam-nos como um belo cântico, o Cântico do Servo, que explicita de maneira inquestionável a obra expiatória de Cristo no Calvário. Lawrence Richards escreve que “lendo essas palavras antigas podemos apenas inclinar as nossas cabeças e adorar. Elas nos introduzem à própria presença do nosso Deus”.
Apesar de posições contrárias, advindas principalmente do judaísmo, não há como não vincular essa passagem à vida do meigo Nazareno, o Verbo encarnado que habitou entre nós (Jo 1.14). O próprio Jesus aplicou esta profecia a si mesmo (Lc 22.37), assim como o fizeram seus discípulos (Mt 8.17; Jo 12.38; Hb 9.28), reconhecendo que ela havia se cumprido na vida do Mestre. Portanto, “a harmonia entre a vida e a morte de Jesus Cristo é tão precisa, que não poderia ser resultado de uma conjectura ou acidente”.
Para além da hermenêutica, o senso comum reconhece nos versos de Isaías 53 as marcas do Galileu. Após uma pesquisa aplicada nos Estados Unidos em que esse texto era lido do início ao fim, sem fazer menção ao nome de Jesus, a grande maioria das pessoas respondia, ao final, que o texto se referia a ele. Para comprovar, faça esse mesmo teste com outras pessoas.
Devido sua riqueza literária e profundida teológica, várias abordagens poderiam ser dadas ao relato de Isaías 53, especialmente do ponto de vista doutrinário, visto que contém a suma do fundamento teológico da redenção que se consumou na cruz do calvário. Todavia, há também muita devoção nesse texto. Ele está encharcado de espiritualidade, piedade e de esperança.
Assim, Isaías 53 é, além de tudo, uma mensagem de esperança, mormente para tempos de descrença e desespero.
Em termos bíblicos, porém, devoção não se confunde com mensagem de auto-ajuda. Definitivamente, o encorajamento e a esperança que se extrai do texto Sagrado apontam para o fortalecimento da fé (Ef 6.10), o conforto espiritual (Rm 1.11) e para a verdadeira alegria (1 Ts 5.16), em Cristo.
A esperança cristã se fundamenta na fé em Deus, se fortalece na experiência e aponta para o amor (Rm 5.4). Enquanto isso a auto-ajuda se estriba na confiança e na capacidade pessoal.
A esperança cristã é cristocêntrica. A secular é antropocêntrica.

 A mensagem completa de Isaías 53 tem início no verso 13 do capítulo anterior, até o verso 15, apresentando o Servo do Senhor. Na sequência, no verso primeiro encontramos duas perguntas: “Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor?
Tais indagações evidenciam a descrença dos tempos do profeta. Quem poderia acreditar em um Messias sofredor? Quem acreditaria que o enviado de Deus haveria de ser desprezado e exposto ao vitupério?
A descrença é um estado de negação a Deus e ao seu poder. Há uma grande diferença entre ter dúvida e ser incrédulo. A dúvida é inerente à condição humana, dadas as nossas limitações. A incredulidade é a atitude de rejeição à manifestação divina. Jesus bradou contra os incrédulos (Mt 17.17), mas não negou o pedido de prova de sua ressurreição para dissipar a dúvida de Tomé (Jo 20.27). A dúvida não é um problema até ela se converter em incredulidade. E isso acontece quando elas não são resolvidas – ou são mal resolvidas.
Vivemos, igualmente, tempos de descrença. Não de descrença na religião (e nas igrejas), que floresce cada dia mais e ressurge inclusive na esfera pública. Presenciamos, por outro lado, a descrença no Deus das Escrituras: pessoal, soberano e que se interessa pelo ser humano.   Uma descrença prática que, a despeito de ser afirmar crer em Deus, não acredita que ele seja capaz de “manifestar o seu braço”, intervir na história e efetuar milagres em nossos dias. Eis a razão pela qual notamos um sem número de ateus práticos em nossas igrejas: creem com os lábios, mas descreem com o coração.
Ao menos do ponto de vista da experiência com o sagrado, a descrença religiosa e o ateísmo cristão talvez sejam mais perigosos que o ateísmo secularista, na medida em que, diante do conformismo e do tradicionalismo da religiosidade formal, impossibilitam a plena experiência com Deus e impedem, ao mesmo tempo, o retorno imediato à verdadeira espiritualidade. Mais cedo ou mais é possível que o ateu reconheça a falibilidade de seus argumentos e de sua cosmovisão com um todo, sentindo a necessidade de voltar-se para Deus. Enquanto isso, aqueles que vivem nas águas gélidas da religião da descrença, apegados ao formalismo e vinculados a uma divindade distante; um Deus sem poder, dificilmente cairão em si e abandonarão a vida de pseudo-credulidade que estão acostumados.
Com o passar do tempo a rotina da falsa credulidade retira o discernimento e a capacidade de vislumbrar o toque de Deus nas pequenas coisas da vida. E assim, o crente incrédulo torna-se incapaz de ver e reconhecer sua própria incredulidade. No fim das contas, a falsa espiritualidade é a pior das cegueiras. É a cegueira daquele que têm olhos, mas não vê (Is 43.8).
Não é sem razão que Jesus bradou contra os falsos crentes da sua época, principalmente os fariseus. Acostumados ao ritualismo e ao rigor legalista, esqueceram-se de Deus e adoraram a religião, tornando-se incrédulos dos templos. Além de dar grande valor às tradições religiosas como a lavagem das mãos antes das refeições (Mc 7.3) e ao recolhimento do dízimo (Mt 23.23), os fariseus jejuavam regularmente (Mt 9.14) e enfatizavam a observância do sábado (Mt 12.1). Entretanto, eram avarentos (Lc 16.14) e em suas orações gostavam de se vangloriar de seus atributos morais (Lc 18.11,12). Em razão do seu legalismo Jesus os repreendeu de forma corajosa ( Mt 23), chamando-os de amantes dos primeiros lugares, hipócritas e condutores cegos, pois a religiosidade deles estava baseada no exterior, nos rituais e na justiça própria, em desprezo à parte mais importante da lei: o juízo, a misericórdia e a fé (v.23).
Todavia, Isaías 53 fornece-nos esperança em tempos de ateísmo crescente, religiosidade formal e incredulidade prática. O seu cumprimento profético de forma cabal em Cristo evidencia a veracidade das Escrituras e acima de tudo a fidelidade do próprio Deus. Encontramos esperança porque vemos, ainda hoje, a mão de Deus se manifestar em nosso meio. Ao contrário do deísmo, que acredita em uma divindade distante, que criou o universo e o abandonou à própria sorte, por meio de Cristo encontramos um Deus que intervém e se revela diariamente; é o Pai presente (Rm 8.15).
Inevitavelmente, o braço do Senhor tem se manifestado no nosso tempo. A palavra para braço, conforme Beacon, é ‘zeroa’ e indica o forte braço de Deus intervindo nas questões da humanidade, indicando a sua ação decisiva.  Com efeito, a sua manifestação se dá mediante a sua provisão geral, para crentes e descrentes, mantendo a própria vida e suas condições, ou de modo especifico para aqueles o buscam e são alvos de sua graça salvadora.
Roger Scruton escreveu que Deus “tem uma relação íntima até com aqueles que o rejeitam. Assim como o esposo de um casamento sacramental, Deus é inevitável, ou evitável apenas por meio da criação de um vazio. Esse vazio se abre à nossa frente quando destruímos o rosto –  não apenas o rosto humano, mas o rosto do mundo também. O vazio sem Deus é aquilo com quem nos defrontamos quando nossos ambientes perdem o rosto”. Desse modo, ainda que os ateus possam não o reconhecer, negando-lhe a existência, o braço de Deus é quem os sustenta. Logo, ateístas são como crianças nos braços de um adulto, choramingando e dizendo que ele não existe. O que, de fato, é uma grande ironia.
Mas em Isaías 53 encontramos esperança porque sabemos que o braço do Senhor tem se manifestado de modo ainda mais específico na vida daqueles que o temem, por meio de sua graça. Para esses, Deus tanto é provedor quanto Salvador.
Nas Escrituras encontramos a promessa da provisão de Deus. Jesus disse: “Mas, buscai o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33). Jesus está se referindo ao que ele havia acabado de mencionar: “Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. (v. 25). Longe de uma promessa de prosperidade e de triunfalismo, o Mestre está prometendo o básico da vida humana, baseando na provisão de Deus.
E tal provisão requer um coração dependente ao Senhor, confiando que ele é capaz de suprir as nossas necessidades. Foi esta a lição que Deus deu aos israelitas durante a peregrinação pelo deserto, ao dar-lhes o maná diário. O maná era a prova da provisão divina, mas tinha validade somente por um dia, à exceção da sexta-feira. Tal prazo de validade requeria, obviamente, dependência a Deus, na medida em que todos os dias os israelitas deveriam sair ao campo para recolher o alimento que caia dos céus.
Ainda que os israelitas estocassem o maná, imaginando que estariam providos e independentes por uma semana ou um mês, sem precisar sair ao campo, tal alimento apodreceria. Com isso, Deus estava ensinando ao seu povo a necessidade de confiar Nele e na sua provisão diária. Eis o motivo pelo qual Jesus orou: “o pão nosso de cada dia, dá-nos hoje…”.
Além da provisão, Deus manifesta-se por meio da sua obra salvadora. Aqui encontramos maior esperança ainda. O descortinar do texto em Isaías 53 vai evidenciar, como veremos, o Deus que provê salvação, por meio do Servo, como um cordeiro que foi levado ao matadouro, pondo-se por expiação do pecado. Maravilhosa esperança encontramos em um Deus que oferece seu filho para o perdão dos nossos pecados. Encontramos esperança porque tal salvação é por graça e não por mérito humano (Ef 2.8). Paulo escreveu: “Por que a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11).

IV. Exegese de Isaías 53 

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Isaías 53:1
Quem creu em nossa pregação? O profeta apresenta esta profecia em forma de interrogação, porque ela é de fato de caráter extraordinário. Por que os judeus acreditavam em um messias militar, guerreiro; que viesse destruir todos os inimigos deles, mas ele viria como servo sofredor. Por isso que é difícil acreditar nessa pregação.
E a quem foi revelado o braço do Senhor? O braço do Senhor é uma metáfora que designa o seu poder e onipotência. Para a pessoa que julga pela aparência das coisas, esse braço é invisível. Há apenas algumas a quem é revelado. Só a uns poucos é dado o olho interior com qual se vê a grandeza de Deus; esses são capazes de crer na revelação que o profeta recebeu.
V.2
Subindo como renovo: aqui o profeta descreve o Servo do Senhor como um broto tenro que cresceu por si só, esse broto novo surge de um tronco de uma árvore já existente.
Raiz de uma terra seca: esta palavra intensifica a insignificância do seu aparecimento; dando a entender um broto que se eleva de solo árido, parecendo fraco e agindo fracamente.
Aparência nem formosura: agora sem figura de linguagem, ele diz que, em sua aparência nada havia que atraísse o povo para si, nenhuma beleza exterior ou formosura, resplendor ou brilho, que o tornasse desejável. Nada havia que fizesse com que as pessoas que o observavam se sentisse atraídas por ele.
V.3
Era desprezado e o mais rejeitado dentre os homens: O servo do Senhor possui todas as qualidades que repelem a pessoa que julga pelas aparências. Ele foi rejeitado dentre os homens, literalmente interrompido pelos homens. Ou seja, se ele está ou não faziam caso algum; em outras palavras o último dos homens.
Homem de dores: isto é, que suporta dores, um sofredor contumaz; ou seja, um homem que não se rende qualquer coisa.
Sabe o que é padecer: como alguém que experimentou enfermidades em todas as situações. A palavra Hebraica que é traduzida como enfermidades têm um significado mais amplo do que a nossa, inclui dor e fraqueza causadas por feridas.
Como um de quem os homens escondem o rosto: ninguém gosta ou ousa olhar para ele, porque ele é repulsivo e revoltante para todos.
Era desprezado e não fizemos dele caso algum: até os próprios Israelitas, um povo escolhido por Deus para ele ser revelado, trataram com desrespeito com a pessoa de Cristo.

V.4
Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si: a profecia agora assume um novo aspecto; as palavras enfermidades e dores denota que ele carrega não é coisa senão as nossas enfermidades e dores; que também inclui doenças reais e defeitos físicos.
Ele tomou e levou sobre si: Este sofrimento; conseqüentemente, carregou-o vicariamente como alguém que tomou o fardo pesado do ombro de outrem e o carregou para aquela pessoa. O caráter voluntário dessa substituição está claramente manifestado nesta ação; nisto ele forma um contraste com outras pessoas que sofrem o castigo pelos pecados de sua geração.
Reputamos por aflito: a palavra traduzida por aflito sugere alguém violentamente atingido pela mão de Deus, de modo que lhe sobrevém uma forma pesada de sofrimento ou infortúnio.
Ferido de Deus e oprimido: o servo do Senhor foi atingido por causa do pecado da humanidade; e fez com que a ira de Deus estivesse sobre ele, mas esse castigo não veio de uma forma que o servo do Senhor não pudesse escapar; pelo contrário ele suportou com um ato voluntário.
Oprimido: esta palavra presume que sua dor e humilhação provêm de Deus.
V.5
Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões: a expressão traspassado refere-se à morte por violência. Até porque as enfermidades podem referir-se tanto a feridas quanto a doenças.
Moído pelas nossas iniqüidades: a palavra moído é entendido que o sofrimento do servo do Senhor continuará até o fim do seu amargo, e este sofrimento será ocasionado por violência humana.
Pelas nossas transgressões: retrata o pecado como transgressão ou violação dos limites morais estabelecidos por Deus.
Pelas nossas iniqüidades: enfatiza a natureza do pecado, que produz culpa. Ele carregou as nossas enfermidades e as nossas dores, assumindo livremente o castigo por nossas transgressões.
O castigo que nos traz a paz estava sobre ele: a frase original é realmente o castigo de nossa paz que significa o castigo que resultou em nossa paz, é absurdo que um castigo resulte em paz; mas este versículo é afirmado, com santa admiração, que esta aparente tolice esconde em si a mais elevada sabedoria. O segredo está na substituição. Toda a nossa dívida foi quitada.
Paz: a palavra hebraica que traduzimos como paz é muito mais do que a palavra portuguesa, visto que ela abrange toda a salvação, bênçãos e felicidade. Portanto através dessa paz participamos da sua misericórdia e graça.
E pelas suas pisaduras fomos sarados: a palavra pisaduras refere-se a ferimentos infligidos por pessoas, ou seja, feridas. E através de suas pisaduras, que significa angústia, miséria e sofrimento que ele suportou por causa do pecado, resultou em cura. Que é salvação.
V.6
Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas: este versículo é figurativo que denota a miséria de Israel; um povo que saiu dos caminhos do Senhor. São como ovelhas sem pastor. Que perderam o caminho, e vagueiam desesperançadas, como presa fácil aos seus predadores que espreitam.
Cada um se desviava pelo caminho: aqui mostra que o laço da unidade é quebrado. Cada pessoa simplesmente procura cuidar de si. Não olhando para os pobres, viúvas e órfãos. Algo que Deus disse que ninguém se esquecesse deles.
O Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos: essa iniqüidade não vai atingir o povo de Israel por que toda iniqüidade cai sobre a cabeça do homem de dores.
V.7

.
Já ouvi muitas pessoas, inclusive pregadores da palavra dizem que Jesus não tinha beleza alguma por causa desta palavra, porém os que dizem isso não pararam para presta atenção numa coisa, aqui a visão que o profeta teve foi de Jesus Cristo crucificado, veja o que diz um pouco antes: pois o seu aspecto estava mui desfigurado. Isaías 52.14
Jesus antes de ser pendurado no madeiro, ou seja, na cruz, ele foi desfigurado, me diga uma coisa, você já viu alguém desfigurado ser bonito? Uma dor de barriga já deixa a pessoa de cara feia, quanto mais desfigurado.
O Filho de Deus, foi desfigurado por mim e por você, para te salvar e para me salvar, isso porque ele nos ama. Veja o que diz mais embaixo. Versículo 3
Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso.
Não sei se você consegue entender o sofrimento pelo qual Jesus passou por amor de nós, ele não precisava sofrer nada disso, porque ele é Deus, está escrito: Jesus subsistindo em forma de Deus não julgou por usurpação ser igual a Deus; antes a si mesmo se esvaziou, assumindo forma de servo. Filipenses 2.5-7
Subisistir, 3 existir na essência, a essência de Jesus é Deus, então em outras palavras ele é Deus.
Porém, ele não julgou por usurpação ser igual ao Pai, pelo contrário, ele se esvaziou da sua glória, e se humilhou assumindo forma de servo.
Jesus sábia tudo que ele iria sofrer, mas mesmo assim ele veio, ele veio porque ele nos ama, nos ama tanto que deu a própria vida para nos salvar, eu vejo o sofrimento e a humilhação de Jesus, então vejo como o homem é arrogante, orgulhoso, porque o ser humano a coisa mais difícil para ele é se humilhar, e reconhecer que grande e poderoso só existe um, o nome dele é Deus, e pelo seu grande amor com que nos amou, enviou seu Filho, para ser rejeitado, desprezado, humilhado, para sentir dores a quais nenhum se humano jamais sentiu, e jamais sentirá, sabe porque, veja só.
Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; mas nos o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.
Jesus levou sobre si as dores e enfermidades de todas as gerações, as passadas, a presente, e as futuras até o dia do juízo.
Então você não tem que aceitar a doença seja ela qual for, nem o sofrimento seja ele qual for, em nome de Jesus tome posse da bênção porque o Senhor Jesus já a entregou quando foi pendurado na cruz do calvário. Amém. Para finalizar.
Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
Agora você consegui entender porque no começo da mensagem está escrito: quem creu na nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?
Foi pelo sofrimento de Jesus, pois no passado não apenas não creram nele, mas também o crucificaram, hoje muitos não creem na pregação, não seja assim, o sofrimento de Jesus foi para nos salvar, ele morreu para que nele tenhamos vida, o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, então tome posse da bênção em nome de Jesus pois ela é sua, assim como Jesus se humilhou, se humilhe diante dele, assim como ele nos amou, ame a ele, entregue-se de coração a ele, e seja abençoado aqui, e no porvir receba a maior das bênçãos, a salvação.


V. O propósito do sofrimento de Jesus


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Isaías 52:14 declara: "Como pasmaram muitos à vista dele (pois o seu aspecto estava mui desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a sua aparência, mais do que a dos outros filhos dos homens)". Jesus sofreu de forma muito cruel durante seu julgamento, tortura e crucificação (Mateus capítulo 27, Marcos capítulo 15, Lucas capítulo 23, João capítulo 19). Por mais horrível que Seu sofrimento físico tenha sido, não foi nada comparado ao grande sofrimento espiritual pelo qual passou. 2 Coríntios 5:21 diz: "Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus." Jesus tinha o peso do pecado do mundo inteiro nos Seus ombros (1 Jo 2:2). Foi o pecado que fez Jesus clamar: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Mt 27:46). Então, por mais brutal que o sofrimento físico de Jesus tenha sido, não foi nada em comparação com o fato de que Ele teve que carregar os nossos pecados - e morrer pelos nossos pecados (Rm 5:8).

Isaías capítulo 53, versículos 3 e 5 especialmente, prediz o sofrimento de Jesus: “Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” Salmos 22:14-18 é uma outra passagem poderosa que predisse o sofrimento do Messias: “Derramei-me como água, e todos os meus ossos se desconjuntaram; meu coração fez-se como cera, derreteu-se dentro de mim. Secou-se o meu vigor, como um caco de barro, e a língua se me apega ao céu da boca; assim, me deitas no pó da morte. Cães me cercam; uma súcia de malfeitores me rodeia; traspassaram-me as mãos e os pés. Posso contar todos os meus ossos; eles me estão olhando e encarando em mim. Repartem entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica deitam sortes.”

Por que Jesus teve que sofrer tanto? Alguns acham que a tortura física de Jesus fazia parte do processo de ser punido pelos nossos pecados, em nosso lugar. De uma certa forma, esse é provavelmente o caso. Ao mesmo tempo, a tortura pela qual Jesus passou fala mais do ódio e crueldade da humanidade do que da punição de Deus pelo pecado. O ódio tão forte de Satanás por Deus e Jesus com certeza fez parte da motivação por trás da tortura e abuso contínuos. O sofrimento de Jesus é o exemplo máximo de como o homem pecaminoso se sente diante de um Deus santo (Romanos 3:10-18).




VI.  Como foi o sofrimento de Jesus?


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1. Foi um sofrimento intenso 
 (v. 2-3, 7-8)
“… Homem de dores e que sabe o que é padecer” (v. 3)
O sofrimento de Jesus foi: visualmente repugnante (v. 2) – Ele sofreu tanto que ficou sem aparência, sem formosura, sem beleza, num estado extremamente desagradável (ver 52:14); provocador da sua marginalização social (v. 3) – desprezo, rejeição total, ignorância, abandono, não houve para com Jesus nenhuma expressão de carinho e apreço. Por tudo isto o profeta, acertadamente, falou do Messias como o “homem de dores e que sabe o que é padecer” (v. 3).


2. Foi um sofrimento sarador (v. 4-6, 8, 10a,11, 12)

“…. Pelas suas pisaduras fomos sarados” (V. 5)
O sofrimento de Jesus foi expontâneamente terapêutico (v. 4 “Certamente, ele tomou sobre si ……”): longe de ser uma circunstancialidade do destino ou uma surpresa desagradável depois de três anos de completa dedicação aos discípulos e ao povo, ele fez parte de um sábio plano divino de promoção de uma cura integral, plano que Jesus tinha plena consciência (Jo 10:16-18).
O sofrimento de Jesus abriu caminho para a cura de enfermidades físicas (v. 4 “certamente ele tomou sobre as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si…” ) – Mt 8:16-18 afirmou que Jesus curou enfermos da alma (endemoninhados) e “curou todos os que estavam doentes para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías – ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou as nossas doenças”. Assim, a interpretação que inspiradamente Mateus faz de Is 53:4 inclue também a cura física. Da mesma forma como no passado (Hb13:8), Jesus continua a tomar nossas enfermidades físicas como se fossem suas para eliminá-las pelo seu poder ou para dar-nos poder para suportá-las.
O sofrimento de Jesus trouxe a cura de enfermidades espirituais, em especial, da maior delas – o pecado. “Nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido” (v. 4b) – as feridas abertas no corpo e no coração de Jesus, apesar de terem sido produzidas pelos seus algozes, foram sabiamente permitidas por Deus como um cálice terrível que ele precisava beber (Mt 26:39), por isso, ele foi “ferido de Deus” (v. 10a – “Ao Senhor agradou moê-lo, fazendo enfermar”; At 2:33 “ele foi entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus”).
Sua morte não foi um mero martírio de um grande líder religioso. Isaías diz que “ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades” (v. 5) – “traspassar” e “moer” são dois verbos fortes que apontam para a intensidade do sofrimento interior de Jesus, muito maior do que o sofrimento físico que já era por si só, como já vimos, muito intenso. “… O castigo que nos traz a paz estava sobre ele e pelas suas pisaduras fomos sarados” (v. 5) – como transgressores, iníquos e pecadores só nos restava o castigo da morte (“o salário do pecado era a morte” – Rom 6:23). Todas as tentativas humanas de eliminação deste castigo (religiosidade, moralidade, solidariedade, caridade, sacrifício….) mostraram-se ineficientes. Jesus, então, trouxe a solução definitiva: considerou nossas culpas como suas e recebeu no seu próprio corpo e coração o castigo que seria nosso, pagando nossa dívida com Deus e estabelecendo com Ele em nosso favor um relacionamento de paz. (Col 1:19-20 – “Aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas”; Ef 2:13-14a -“Agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo, porque ele é a nossa paz”; II Co 5:21-“Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus”)
Para que não ficasse qualquer dúvida de que o sofrimento de Jesus foi uma transação espiritual entre o Messias, Jesus, e o Pai, Isaías reafirmou: v. 6 – “todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada uma se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de todos nós”; v. 8 – “por causa da transgressão do meu povo foi ele ferido”; v. 11b ele “justificará a muitos porque as iniquidades deles levará sobre sí”; v. 12 “levou sobre sí o pecado de muitos”.

3.  Foi um sofrimento frutífero (v. 09-12)

“Ele verá o fruto do seu penoso trabalho….” (v. 11)
O sofrimento de Jesus foi imerecido – Jesus foi crucificado entre dois malfeitores e um deles fez sobre Jesus um diagnóstico que alguns teólogos ao longo da história tiveram dificuldade de fazer – “nós, na verdade, com justiça, recebemos o castigo que os nossos atos merecem, mas este nenhum mal fez” (Lc 23:41). Era exatamente esta a certeza de Isaías sobre o Messias: “nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca” (v. 9b); “o meu servo, o Justo…” (v. 11).
O sofrimento de Jesus trouxe as mais profundas transformações da história:
** fez uma revolução espiritual na Sua posteridade (v. 10 – “quando ele der a sua alma como oferta pelo pecado verá a sua posteridade”) – a história foi tão impactada pela morte de Jesus que passou a ser dividida em duas partes – a.C e d.C;
** foi sucedido por Sua extraordinária ressurreição (v. 10 “e prolongará os seus dias”) – o grande lamento da cruz foi plenamente respondido na ressurreição (Mt 27:46 “meu Deus, meu Deus, porque me desamparastes? Cp. c/ Mt 28:26 “ele não está aqui, ressuscitou, como tinha dito”);
** proporcionou o avanço da vontade de Deus (v. 10b “e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos”) – Jesus revelou sabiamente a vontade de Deus e por Seu poder criou as condições para que ela fosse conhecida, obedecida e divulgada, espalhando-se de forma jamais vista por todas as nações da terra;

trouxe-lhe satisfação pois proporcionou a maior bênção que um homem pode receber em vida – a justificação (v. 11 – “ele verá o fruto do penoso trabalho e ficará satisfeito; o meu servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre sí”; Rom 5:18 “assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida”) – com base no sofrimento de Jesus o homem hoje tem total segurança de que pode em Cristo ficar definitivamente livre da condenação do pecado.
** mudou por completo o conceito humano de relação entre ofendido e ofensor (v. 12b “foi contado entre os transgressores, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu”) – Jesus, sem possuir qualquer imperfeição, soube lidar sabiamente com as imperfeições de todos os que o rodearam na cruz , assumindo suas imperfeições como se fossem suas, clamando ao Pai que perdoasse aqueles que o crucificavam (Lc 23:34) e garantindo um lugar no céu para o malfeitor arrependido que estava do seu lado (Lc 23:43).


VII. Isaías 53:4-5 fala de curas físicas ou espirituais?


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Num trecho que destaca o sofrimento do Servo do Senhor, encontramos esta profecia: “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaías 53:4-5).
Para entender o significado de textos bíblicos, devemos começar com o próprio conteúdo e contexto e, depois, considerar outras passagens que esclarecem o sentido.
Estes versículos falam do sofrimento de Jesus quando veio ao mundo para nos salvar. Ele foi oprimido, castigado e morto. Este trecho fala principalmente do sacrifício que Jesus fez pelos pecados dos homens: “Quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado...” (53:10); “...o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si” (53:11); “...contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu” (53:12).
As citações deste trecho no Novo Testamento claramente apoiam este entendimento, pois Isaías 52:13-53:12 é freqüentemente citado para falar sobre o trabalho redentor de Cristo (cf. Romanos 10:16; 15:21; João 12:38; 1 Pedro 2:22-25; Atos 8:32-33; Lucas 22:37; etc.) Pelas pisaduras de Jesus, fomos sarados – recebemos a solução ao nosso principal problema – o pecado, que traz a morte espiritual, a separação de Deus.
No sentido de que o sofrimento entrou no mundo por causa do pecado (Gênesis 3:17-19), e até a morte física se tornou uma conseqüência secundária da transgressão do homem (1 Co 15:21-22), Jesus dará uma vitória total sobre a dor desta vida. Mateus 8:16-17 usa as curas físicas realizadas por Jesus como evidências do seu papel como o verdadeiro Messias e Salvador. Jesus curava as enfermidades físicas para mostrar um sinal da sua capacidade de curar a nossa doença espiritual: “Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados – disse ao paralítico: Eu te mando: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa” (Mc 2:10-11). Seria errado colocar a cura física acima da missão principal de Jesus.
Isaías 53:4-5 não é uma promessa de cura para todas as enfermidades físicas dos fiéis. É muito mais do que isso! É uma promessa da cura do nosso principal problema – o pecado!



VIII. O Desprezo ao Evangelho do Messias.

Aqui Isaías prediz, com assombro, a incredulidade dos judeus, apesar dos avisos anteriores que tiveram, no Antigo Testamento, da vinda do Messias, e da oportunidade que tiveram de conhecê-lo pessoalmente.
A incredulidade dos judeus na época do nosso Salvador é mencionada expressamente como sendo o cumprimento dessa palavra (João 12.38).
E ela é aplicada, da mesma maneira, ao pouco sucesso que a pregação dos apóstolos encontrou entre os judeus e gentios (Romanos 10.16).
Dos muitos que ouvem o relato do Evangelho há poucos que crêem nele. Ele é narrado abertamente, publicamente, e não sussurrado em um canto, ou confinado às escolas, mas proclamado a todos.
E é um relato tão fiel, e tão merecedor de toda aceitação, que poderíamos pensar que deveriam recebê-lo e crer nele, em todas as partes.
Mas o que acontece é exatamente o oposto. Poucos creram nos profetas que falaram sobre Cristo, quando Ele veio, em pessoa, nenhum dos governantes nem dos fariseus o seguiu, mas somente aqui e ali, algumas pessoas do povo comum.
E, quando os apóstolos levaram esse relato por todo o mundo, alguns, em todas as partes, creram, mas comparativamente, muito poucos.
Até hoje, dos muitos que professam crer nesse relato, há alguns poucos que cordialmente o aceitam e se submetem ao seu poder.
O Braço do Senhor

O povo não creu no relato do Evangelho porque o braço do Senhor não foi revelado a eles.
Eles não discernem, nem serão levados a reconhecer aquele poder divino que acompanha a palavra. O braço do Senhor está desnudo (como foi dito em Isaías 52.10).
Nos milagres que foram realizados para confirmar a doutrina de Cristo, no seu maravilhoso sucesso e na sua energia sobre a consciência.
Ainda que seja uma voz, é uma voz forte; mas eles não se dão conta disso, nem sentem, em si mesmos, essa obra do Espírito que torna a palavra eficaz.
Eles não crêem no Evangelho porque, rebelando-se contra a luz que possuíam, tinham perdido a graça de Deus, a qual, portanto, com razão, Ele lhes negava, e impedia o acesso deles a ela, e por não terem a graça, eles não creram.
Essa é uma coisa que deve nos afetar muito, isso deve ser objeto de assombro, e deve ser grandemente lamentado, e os ministros podem dirigir-se a Deus e queixar-se disso a Ele, como o profeta faz aqui.
Que pena que tão rica graça seja recebida em vão, que almas preciosas pereçam à margem do tanque, porque não desejam entrar nele e serem curadas!
O desprezo a Cristo, por causa da humildade da sua aparência (w. 2,3).

O fato de terem preconceito contra sua pessoa parece ser apresentado como razão para eles rejeitarem a sua doutrina.
Quando Ele esteve na terra, muitos que o ouviram pregar e que não podiam deixar de aprovar o que ouviram, não consideraram nem receberam a sua mensagem porque ela vinha de alguém que tinha uma aparência simples. Não havia qualquer vantagem exterior que o recomendasse.
A condição inferior a que Ele se submeteu, e como se humilhou e se esvaziou. A sua entrada no mundo e a sua aparência comum não estavam, de maneira nenhuma, de acordo com as ideias que os judeus tinham formado do Messias e suas expectativas a respeito dele.
Sob vários aspectos o Senhor era exatamente o oposto do que esperavam. Eles esperavam que a sua origem fosse grandiosa e nobre.
Ele deveria ser o Filho de Davi, de uma família que tivesse um nome como os nomes dos grandes homens que vivem na terra (2 Samuel 7.9).
Mas Ele nasceu dessa família real e famosa quando ela já estava reduzida e arruinada. E José, esse filho de Davi, que era seu suposto pai, era apenas um pobre carpinteiro.
Talvez um carpinteiro construtor de barcos, pois a maior parte de seus conhecidos era composta por pescadores.
Isso é indicado aqui pelo fato de Ele ser como raiz de uma terra seca, nascido de uma família inferior e desprezível, no norte, na Galileia, de uma família da qual, como uma terra seca e deserta, não se esperava nada verde, nada grandioso.



IX. As profecias bíblicas sobre o sofrimento e morte do Messias.

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1.  Seria traído por um amigo
Cerca de 1.000 anos antes do nascimento de Jesus Cristo, o salmista Davi escreveu: “Até o meu amigo íntimo, em quem eu confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o calcanhar” (Salmo 41.9). Trata-se de uma profecia que teria o seu comprimento na traição de Judas a Jesus Cristo.
No Salmo 55, versículos 12 a 14, o salmista Davi torna a falar sobre essa traição: “Com efeito, não é inimigo que me afronta: se o fosse, eu o suportaria; nem é o que me odeia que se exalta contra mim: pois dele eu me esconderia; mas és tu, homem meu igual, meu companheiro, e meu íntimo amigo. Juntos andávamos, juntos nos entretínhamos, e íamos com a multidão à casa de Deus.” Esse amigo foi Judas, traidor de Jesus.

“Falava ele ainda, e eis que chegou Judas, um dos doze, e com ele grande turba com espada e cacetes, vinda da parte dos principais sacerdotes e dos anciãos do povo. Ora, o traidor lhes havia dado este sinal: Aquele a quem eu beijar, é esse prendei-o. E logo, aproximando-se de Jesus, lhe disse: Salve, Mestre! E o beijou. Jesus, porém, lhe disse: Amigo, para que vieste? Nisto, aproximando-se eles, deitaram as mãos em Jesus, e o prenderam.” (Veja também Mateus 10.4; João 13.21).

2. Ele seria vendido por trinta moedas de prata

Tendo iniciado o seu ministério profético 520 anos antes do nascimento de Jesus Cristo, o profeta Zacarias, inspirado pelo Espírito Santo, assim escreveu (Zc 11.12) na parábola do bom pastor (Jesus): “Eu lhes disse: se vos parece bem, dai-me o meu salário; e se não, deixai-o. Pesaram, pois, por meu salário, trinta moedas de prata.”

Jesus Cristo foi vendido aos seus inimigos por Judas Iscariotes pelo preço de 30 moedas de prata: “Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes, indo ter com os principais sacerdotes, propôs: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E pagaram-lhe trinta moedas de prata” (Mateus 26.15).


  •  As 30 moedas seriam lançadas no templo
Zacarias também profetizou sobre o que seria feito com esse dinheiro: “…Tomei as trinta moedas de prata e as arrojei ao oleiro na casa do Senhor” (Zc 11.13b).

Foi o que Judas fez: “Então Judas, atirando para o santuário as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se” (Mt 27.5).


  •  Com as 30 moedas seria comprado o campo do oleiro

Devemos observar que, segundo o profeta Zacarias, as moedas foram “lançadas ao oleiro”. Ora, segundo a concepção judaica, o oleiro era aquele profissional que criava artigos de pouco valor. Jesus Cristo seria vendido por um preço humilhante, e a desprezível quantia seria arrojada na Casa do Senhor, aos pés de um oleiro.

O dinheiro pelo qual Judas vendeu Jesus foi empregado em algo que tinha relação com um oleiro. Vejamos o texto bíblico: “E os principais sacerdotes, tomando as moedas disseram: Não é licito deitá-las no cofre das ofertas, porque é preço de sangue. E, tendo deliberado, compraram com elas o campo do oleiro para cemitério de forasteiros” (Mateus 27.6,7).

3. Ele seria abandonado por seus discípulos

A prisão e morte de Jesus, e sua imediata consequência sobre o estado de ânimo dos discípulos, também foram profetizados por Zacarias (Zacarias 13.7b): “…fere o pastor, e as ovelhas ficarão distantes…”

Jesus sabia que seria abandonado: “Então Jesus lhes disse: Esta noite todos vós vos escandalizareis comigo; porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho ficarão dispersas” (Mt 26.31). Mateus e Marcos registraram o cumprimento dessa profecia. Mateus 26.56: “Tudo isto, porém, aconteceu, para que se cumprissem as Escrituras dos profetas. Então os discípulos todos, deixando-o, fugiram.” Marcos 14.50: “Então, deixando-o, todos fugiram.”

4.  Ele seria acusado por falsas testemunhas.

Mil anos antes do nascimento do Messias, Davi escreveu: “Levantam-se iníquas testemunhas, e me arguem de coisas que eu não sei” (Sl 35.11).

“Ora, os principais sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam algum testemunho falso contra Jesus, a fim de o condenarem à morte. E não acharam, apesar de se terem apresentado muitas testemunhas falsas. Mas afinal, compareceram duas, afirmando: Este disse: Posso destruir o santuário de Deus e reedificá-lo em três dias (Mt 26.59-61).

5. Ele ficaria mudo diante dos  seus acusadores.

Esta profecia demorou mais de 700 anos para se cumprir. Se não tivesse sido inspirado pelo Espírito Santo, como o profeta Isaías poderia ter predito um acontecimento que só se concretizaria mais de 700 anos depois dele o haver profetizado? Isaías 53.7: “Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a sua boca…”

“E, sendo acusado pelos principais sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. Então lhe perguntou Pilatos: “Não ouves quantas acusações te fazem? Jesus não respondeu uma palavra, vindo com isto admirar-se grandemente o governador” (Mt 27.12-14).

6. Ele seria açoitado e ferido.

Tanto Isaías como Zacarias profetizaram sobre as agressões físicas que o Messias sofreria: “Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaías 53.5).
“Se alguém lhe disser: Que feridas são essas nos teus braços? Responderá ele: São as feridas com que fui ferido na casa dos meus amigos” (Zc 13.6).

“Então Pilatos lhes soltou Barrabás; e, após haver açoitado a Jesus, entregou-o para ser crucificado” (Mt 27.26).

7. Ele  seria esbofeteado e cuspido.

Agora são Isaías e Miquéias os autores dessa profecia: “Ofereci as costas aos que me feriram, e as faces aos que me arrancavam os cabelos; não escondi o meu rosto dos que me afrontavam e me cuspiam” (Is 50.6).
Ao profetizar sobre o nascimento e rejeição do Rei dos reis, Miquéias escreveu: “Agora ajunta-te em tropas, ó filhas de tropas; por-se-á sítio contra nós: ferirão com a vara e foice ao juiz de Israel” (Mq 5.1).

“Então uns cuspiam-lhe no rosto e lhe davam murros, e outros o esbofeteavam…” (Mt 26.67; Lc 22.63.

8. Ele seria escarnecido.

Cerca de mil anos antes desse fato acontecer, o salmista Davi escreveu sobre ele: “Todos os que me veem zombam de mim; afrouxam os lábios e mexem a cabeça: Confiou no Senhor! Livre-o ele, salve-o, pois nele tem prazer” (Sl 22.7,8).

“De igual modo os principais sacerdotes, com os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam: salvou os outros, a si mesmo não pode salvar-se. É rei de Israel! Desça da cruz, e creremos nele. Confiou em Deus; pois venha livrá-lo agora, (Mt 27.41-43; Jo 19.2,3).

9.As suas mãos e pés seriam furados.

Tanto o salmista Davi como o profeta Zacarias profetizaram sobre este suplício: “…traspassaram-me as mãos e os pés” (Sl 22.16b). Foi o próprio Senhor Jesus quem falou nesta passagem profética do livro de Zacarias: “E sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o espírito de graça e de súplicas; olharão para mim, a quem traspassaram” (Zc 12.10a).

A crucificação de Jesus foi executada segundo o costume romano: suas mãos e pés foram pregados no madeiro através de longos e grandes cravos: “Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram…” (Lc 23.33).
Observe-se que as marcas dos cravos foi a prova que Tomé pediu para crer que Jesus havia realmente ressuscitado (Jo 20.25-28).

10. Ele seria crucificado entre malfeitores.


“…foi contado com os transgressores, contudo, levou sobre si o pecado de muitos…” (Is 53.12b).

“E foram crucificados com Ele dois ladrões, um à sua direita e outro à sua esquerda” (Mt 27.38; Mc 15.27,28).

11.Ele intercederia pelos seus algozes.

“…levou sobre si o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu” (Is 53.12c).

Ele intercedeu na cruz por aqueles que o maltratavam, e no Céu continua a interceder por nós (Hebreus 9.24; 1 João 2.1). Ele pediu ao Pai que perdoasse seus algozes: “Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem…” (Lc 23.34a).

12. Os seus amigos o contemplariam de longe.

“Os meus amigos e companheiros afastam-se da minha praga; e os meus parentes ficam de longe” (Sl 38.11).

Enquanto os inimigos de Jesus o cercavam e lhe infligiam suplícios, seus amigos, temendo ser presos, passaram a acompanhar à distancia o desenrolar dos fatos: “Entretanto, todos os conhecidos de Jesus, e as mulheres que o tinham seguido desde a Galiléia, permaneceram a contemplar de longe estas coisas” (Lc 23.49).


“Tornei-me para eles objeto de opróbrio; quando me veem meneiam a cabeça” (Sl 109.25)

Esse gesto é característico de quem desdenha ou acredita que, para um determinado caso ou pessoa, não há mais esperança: tudo está perdido. Era isto o que pensavam as pessoas que passavam diante de Jesus crucificado: “Os que iam passando, blasfemavam dele, meneando a cabeça…” (Mt 27.39).

13. Ele atrairia a curiosidade pública.

É outra profecia contida neste grandioso salmo messiânico escrito por Davi: “Posso contar todos os meus ossos; eles me estão olhando e encarando em mim” (Sl 22.17).

“O povo estava ali e a tudo observava…” (Lc 23.35a.).

14. As suas vestes seriam resgadas e sorrteadas.

Pareceria uma contradição repartir as vestes de alguém, e ao mesmo tempo lançar sorte sobre elas, conforme está no grande salmo messiânico de Davi: “Repartem entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica deitam sorte” (Sl 22.18). Mas veremos que isto ocorreu no caso de Jesus.

“Os soldados, pois, quando crucificaram a Jesus, tomaram-lhe as vestes e fizeram quatro partes, para cada soldado uma parte; e a túnica. A túnica, porém, era sem costura, toda tecida de alto a baixo. Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas lancemos sorte sobre ela para ver a quem caberá…” (Jo 19.23,24a).

15. Ele sentiria sede.

No Salmo 69, versículo 21, o salmista escreveu: “…e na minha sede me deram a beber vinagre…” no Salmo 22, versículo 15, a situação de terrível sede é claríssima: “Secou-se o meu vigor, como um caco de barro, e a língua se me apega ao céu da boca…”

“…Jesus…disse: Tenho sede!” (Jo 19.28).

16. Eles haveriam de lhe oferecer vinagre e fel.

“Por alimento me deram fel, e na minha sede me deram a beber vinagre” (Sl 69.21).

“Estava ali um vaso cheio de vinagre. Embeberam de vinagre uma esponja e, fixando-a num caniço de hissopo, lhe chegaram à boca” (Jo 19.29). Em Mt 27.34 vemos que além do vinagre (vinho) misturam fel.

17. Ele se sentiria abandonado pelo Pai.

É o primeiro versículo do salmo 22: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?…”

“Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lema sabactâni, que quer dizer: Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?” (Mt 27.46).

18. Ele entregaria o seu Espírito a Deus.

Esta é outra profecia de Davi: “Nas tuas mãos entrego meu espírito…” (Sl 31.5a).

“Então Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E, dito isto, expirou” (Lc 23.46).

19. Os seus ossos não seriam quebrados.

“Preserva-lhe todos os ossos, nenhum deles sequer será quebrado” (Sl 34.20). Cerca de 1000 anos antes do nascimento do Messias, Deus inspirara estas palavras a Davi.

“Os soldados foram e quebraram as pernas do primeiro e ao outro que com ele tinha sido crucificado; chegando-se porém, a Jesus, como vissem que já estava morto, não lhe quebraram as pernas” (Jo 19.32,33).

 20. Uma lança feriria o seu coração.

O coração do nosso Salvador Jesus Cristo foi atingido pela lança do soldado romano. Todos os médicos e estudiosos da Bíblia se apoiam no fato de Jesus ter sido atingido de lado, e do ferimento ter saído sangue e água: Sinal de rompimento das cavidades cardíacas: “Mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água” (Jo 19.34).

21. Haveria trevas sobre a terra.

O profeta Amós viveu em uma época distante quase 800 anos da época em que Jesus Cristo seria crucificado. Mas ele profetizou um curioso acontecimento que ocorreu no dia da crucificação de Cristo: “Sucederá que naquele dia, diz o Senhor Deus, farei que o sol se ponha ao meio dia, e entenebrecerei a terra em dia claro” (Am 8.9).

“Desde a hora sexta até a hora nona, houve trevas sobre a terra” (Mt 27.45).
Do nascer do sol ao seu ocaso, os judeus contavam 12 horas. A hora sexta correspondia, portanto, ao meio dia, e a hora nona, às três da tarde.

22. O seu corpo seria colocado na sepultura de um homem rico.

“Designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na sua morte…” (Is 53.9a).

“Caindo a tarde, veio um homem rico de Arimatéia, chamado José, que era também discípulo de Jesus. Este foi ter com Pilatos e lhe pediu o corpo de Jesus. Então Pilatos mandou que lho fosse entregue. E José, tomando o corpo envolveu-o num pano limpo de linho, e o depositou no seu túmulo novo, que fizera abrir na rocha; e, rolando uma grande pedra para a entrada do sepulcro, se retirou” (Mt 27.57-60).

Eis as 25 principais profecias cujo cumprimento iniciou-se a partir da traição de Jesus por Judas, e se estendeu até o sepultamento do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo no túmulo emprestado por José de Arimatéia. Mas Jesus Cristo não ficou no túmulo. Ele ressuscitou, e inaugurou esta esperança para todos os que creem nele: Um dia nós, os que tivermos morrido com Ele, ressuscitaremos em um corpo glorioso, semelhante ao seu!

Mas a primeira profecia com relação à cruz de Jesus foi lá em Genesis, quando Deus diz à serpente em gn 3,15:
E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
Aqui Deus fala da inimizade dos descendentes do diabo e o descendente da mulher. quem é o descendente da mulher? É Jesus filho de Maria. Ele diz que Ele ( o descendente da mulher - Jesus ) pisará na cabeça da Serpente, e ela ferirá o Seu calcanhar - que significa -  A salvação pela  crucificação.

E também temos uma profecia do profeta Simeão á Maria com relação á Jesus ainda bebê.
Lc 2,25 - Havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem era justo e temente a Deus, esperando a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. E fora-lhe revelado, pelo Espírito Santo, que ele não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor.
Lc 2:34-35 - E Simeão os abençoou, e disse a Maria, sua mãe: Eis que este é posto para queda e elevação de muitos em Israel, e para sinal que é contraditado
(E uma espada traspassará também a tua própria alma); para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.

“Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor”? (v. 1)
A pergunta do v. 1 pervadiu todo o texto. De que adianta ouvir e conhecer a palavra profética sem responder a ela com um fé genuína? Saber que Jesus sofreu e que seu sofrimento intenso traz livramento físico (no enfrentamento das doenças) e espiritual (numa resposta definitiva e eficaz para a realidade do pecado que leva à condenação eterna), não tem nenhum valor se não vier acompanhada de uma fé sincera e exclusiva. Por isso, a Palavra nos desafia a uma resposta de uma fé objetiva: você é pecador e o seu pecado faz separação entre você e Deus; mas Jesus, o Servo sofredor e justo, sofreu e morreu por você pagando pelos seus pecados, tudo está consumado, como Ele bem disse na cruz; cabe a você, agora, arrepender e crer convidando Jesus para ser salvador e Senhor da sua vida. Creia que Jesus quer hoje frutificar em sua vida, mudar sua história, transformar definitivamente sua vida! Creia que o “braço do Senhor” está sendo revelado, manifestado e oferecido a você, trazendo para a sua vida um poder que não está em você mesmo, o poder de ser salvo e santificado para a glória do Senhor!




X. A sequência do sofrimento do Messias.



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A morte de Jesus na cruz é a maior demonstração do grande amor de Deus por nós  e a redenção da humanidade. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3.16)



Pois da mesma forma que por um homem entrou o pecado no mundo, isto é Adão, por meio de um homem só,Jesus, uma grande multidão de transgressões foi perdoada.

Veja a ordem cronológica e passo a passo o que aconteceu a Jesus, antes e depois da crucificação.



1.A forma brutal de tortura dos soldados romanos antes de colocar Jesus na cruz;

2.Como foi instituída a crucificação e por quê?;

3.Por que colocaram Jesus na cruz e não Barrabás?;

4.O passo-a-passo da condenação;

5.Os sofrimentos de Jesus na cruz;

7.As sete declarações de Jesus antes de sua morte;

8.O véu do Templo e a morte de Jesus na cruz.

O Julgamento

O Julgamento de Jesus

“Então Pilatos soltou-lhes Barrabás. Depois mandou chicotear Jesus, e o entregou aos soldados romanos para que fosse crucificado.” (Mateus 27.26)



Pilatos solta Barrabás a pedido da multidão. Um criminoso qualificado. Assassino. Ladrão. Sedicioso. Barrabás é um resumo da humanidade pecadora.

A intenção de Pilatos ao apresentar a escolha entre um dos dois presos era extremante desproporcional. Ele achou que a multidão jamais iria preferir Barrabás à Jesus.

Mas não foi o que aconteceu. Obviamente ele foi solto porque Jesus Cristo assumiu seu lugar.

Barrabás representa cada um de nós. Pecadores. Maus. Mesquinhos. Merecíamos a morte. Uma morte horrível. Mas o Filho de Deus assumiu nosso lugar.


1. Os Açoites

Jesus é maltratado pelos soldados



Humilhando-o com seus adereços debochados. Caracterizando ainda mais o seu desprezo pelo Filho de Deus.


A Coroa de Espinhos

“Fizeram uma coroa de espinhos e a colocaram em sua cabeça; depois puseram-lhe uma vara na mão direita, como se fosse um cetro, e se ajoelharam diante dele em sinal de zombaria. “Salve, rei dos judeus”, gritavam eles.” (Mt 27.29)

A coroa de espinhos representa o diadema real. A vara, o cetro. Ambos usados por magistrados romanos. A intenção dos soldados era fazer de Jesus uma caricatura real.

A matéria prima da coroa eram ramos de espinheiros ou acácia da Síria, comuns na região e com espinhos tão longos quanto um dedo.

A tropa (500 ou 600 soldados) formaram uma espécie de fila, enquanto ajoelhavam-se diante de Jesus desejando-lhe vida longa e prosperidade.

Sorrisos debochados. Gargalhadas. Gritos. O barulho do escárnio misturado aos açoites, preenchia o ambiente. Diziam: “Salve, rei dos judeus!”, e gargalhavam.



Essa era a saudação que imperador ouvia ao voltar vitorioso da batalha. Para os soldados, Jesus não passava de um idiota fracassado. Um louco.

Diante do Rei do Céu e da Terra, os soldados romanos deram seu melhor no quesito desmoralizar.


O Cuspe

“E cuspiam nele, tomavam a vara da mão dele e batiam com ela na cabeça dele.” (Mt 27.30)

Autoridades romanas tinham o costume de se cumprimentarem beijando os lados da face, um do outro. Especialmente no retorno de batalhas.

Em lugar do beijo de cumprimento, Jesus de Nazaré recebeu cuspe. Aprofundando ainda mais a sensação de humilhação e desprezo.

Ao mesmo tempo outro soldado, toma a vara de sua mão e sem nenhuma misericórdia, bate em sua cabeça. Os cravos ficam cada vem mais fincados no crânio. O sangue escorre por sua face e Jesus mal consegue ficar acordado.

As pancadas e a perda de sangue o deixam tonto. Confuso. Os gritos e as gargalhadas, o barulho, só pioram.


A Zombaria

“Depois da zombaria, eles tiraram o manto e o vestiram novamente com as suas próprias roupas; aí o levaram para fora, a fim de crucificá-lo.” (Mt 27.31)

Provavelmente isso aconteceu após a tentativa de Pilatos para soltar Jesus. Pilatos saiu outra vez e disse aos judeus:“Agora eu vou trazer Jesus aqui fora para vocês, mas entendam que eu não acho nele motivo algum de acusação”. Então Jesus saiu com a coroa de espinhos e o manto de púrpura.

Pilatos disse: “Aqui está o homem!” Ao ver Jesus, os sacerdotes principais e os guardas do templo começaram a gritar: “Crucifique! Crucifique!” (Jo 19.4-6).



A multidão estava cega. Queria matar a Jesus. Grita loucamente.

Visto que a decisão final era a crucificação, os soldados tiram de Jesus a capa e devolvem suas roupas. Isto provavelmente aconteceu porque os romanos não queriam que todos os judeus vissem outro judeu ser humilhado daquela forma. Podia inflamar ainda mais o sentimento político de revolta.

A essa altura Jesus estava moído. Ferido. Fisicamente esgotado.


Estava se cumprindo a profecia do profeta Isaías:

“A verdade, porém, é esta: Ele foi ferido por causa de nossos pecados; seu corpo foi esmagado por causa das nossas maldades. O castigo que nos trouxe paz estava sobre ele, e pelos seus ferimentos nós fomos sarados!”

“Ele foi maltratado e humilhado, mas não disse uma única palavra! Foi levado como um cordeiro vai para o matadouro; como a ovelha fica muda diante de quem corta a sua lã, ele não abriu a boca.”

“Foi condenado num julgamento injusto e mentiroso. E quem pode falar dos seus descendentes? Pois ele foi cortado da terra dos viventes; por causa dos pecados do meu povo, ele foi castigado!” (Is 53.5,7,8)

Jesus é vestido e conduzido para fora da cidade.

Começa a segunda parte da crucificação.


 2. A Caminho do Gólgota

Jesus caminha até a cruz

“Quando estavam a caminho do lugar de execução, encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, e o forçaram a carregar a cruz de Jesus.” (Mt 27.32)


O Gólgota

“Então saíram para um lugar conhecido como Gólgota, isto é, “monte da Caveira…” (Mt 27.33)

A palavra Gólgota é originária do latim, para traduzir o aramaico Gulgatha, no hebraico Gulgoleth, que significa crânio.Alguns acreditam que recebeu esse nome pelo fato de ali ser um lugar de execuções, onde ossos dos cadáveres jaziam.

A crença mais difundida, no entanto, é a de que o nome é uma referência a formação rochosa do monte, que parece sim, uma caveira.

A segunda tese ganha ainda maior força quando pensamos que José de Arimateia e Nicodemos, dois judeus ricos, não comprariam seus sepulcros em um lugar onde os ossos ficavam espalhados ao chão, já que era algo contrário as leis judaicas.


Para Aliviar a Dor…

“(…) onde os soldados lhe deram para beber vinho para aliviar a dor; mas depois de prová-lo, rejeitou-o.” (Mateus 27.34)

Essa era a bebida normalmente usada pelos soldados romanos para amenizar a dor causada pelos ferimentos de batalha. Soldados mais piedosos ofereciam ao réu, na cruz, a fim de aliviar um pouco o sofrimento.

Jesus não! Ele recusou completamente. Não aceitou qualquer tipo de entorpecimento. Estava pronto a beber o cálice que o Pai havia lhe dado.


3. Jesus na Cruz



“Depois da crucificação, os soldados tiraram a sorte para dividir entre si as roupas dele. então sentaram-se em volta e ficaram montando guarda, enquanto ele estava pendurado ali.” (Mt 27.35,36)

Havia três tipos de cruz:

1. X – A cruz de Santo André, com formato de X.

2. T – A cruz de Sato Antônio, com formato de T.

3. † – A cruz latina, com formato mais popular no mundo.

No Gólgota a crucificação se dava da seguinte forma:

As roupas do prisioneiro eram tiradas;
Mãos: pulso ou metacarpo eram cravados, primeiro a direita, em seguida a esquerda com o corpo do condenado no chão;
O corpo: apoiado ou amarrado ao pathibulum;
Pés fixados no poste, juntos ou separados, um palmo acima do chão de forma que os joelhos permanecessem inclinados.

O Sofrimento de Jesus Cristo Na Cruz

Sede;
Exposição aos elementos do tempo como: sol e calor causticante;
Paralisação da circulação sanguínea;
Dores intensas;
Artérias da cabeça e estômago cheias de sangue;
Febre traumática;
Tétano;
Perda contínua de sangue;
Morte lenta e dolorosa com duração de 36 horas a 9 dias.
Para apressar a morte dos prisioneiros os soldados romanos despedaçavam suas pernas com um porrete pesado ou martelo. A cruz era um símbolo de maldição. Vergonha.


A Inscrição

“E puseram uma tabuleta por cima da sua cabeça com a acusação feita contra ele: “Este é Jesus, o Rei dos Judeus”. (Mt 27.38)

O texto da acusação varia nos evangelhos:

Mateus – “Este é Jesus, o Rei dos Judeus” (Mt 27.38)
Marcos – O Rei dos Judeus (Mc 15.26)
Lucas – Este é o Rei dos Judeus (Lc 23.38)
João – Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus (Jo 19.19)
Devemos lembrar que a acusação foi escrita em três idiomas conforme diz Jo 19.19,20:



“Pilatos pregou por cima dele uma tabuleta que dizia: “Jesus de nazaré, rei dos judeus”. O lugar onde Jesus foi crucificado ficava perto da cidade; e a tabuleta estava escrita em hebraico, latim e grego, de modo que muitas pessoas puderam ler a inscrição. ”




 4. Jesus na Cruz Entre Ladrões


“Dois assaltantes foram também crucificados ali, um à sua direita e outro à sua esquerda.” (Mt 27.38)



O Pior do Três

O fato de ter ficado no meio dos três caracterizava Jesus como o pior dos três criminosos.

“E o povo que passava dirigia-lhe ofensas, sacudindo a cabeça para ele e dizendo: “É! Você pode destruir o templo e construí-lo outra vez em três dias, não é? Ora, desça da cruz e salve sua vida se é o Filho de Deus!” (Mt 27.39)

O sumo sacerdote zombou de Jesus antes de ser condenado. Os soldados zombaram de Jesus após a condenação. Agora a multidão zomba do Senhor, enquanto Ele agoniza na cruz.

A cruz ficava próxima a uma estrada. As pessoas que iam e vinham olhavam com desprezo para os condenados, balançavam a cabeça em sinal de desaprovação ao que fizeram e dirigiam insultos, xingamentos aos presos.

A palavra grega usada para blasfêmia, indica difamação ou insultos abusivos. É a mesma palavra usada em:

Ap 2.9: “Eu sei quanto você sofre pelo Senhor e sei tudo a respeito da sua pobreza, mas você tem riquezas! Conheço a calúnia daqueles que se opõem a você, que dizem que são judeus, mas não são, porque sustentam a causa de Satanás.”

Judas 9: “O próprio Miguel, um dos anjos mais poderosos, quando estava discutindo com o Diabo a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a acusar ou zombar dele, mas simplesmente lhe disse: “Que o Senhor o repreenda! ”

Mt 26.65,66: “Então o sumo sacerdote rasgou suas vestes, gritando: “Blasfêmia! Que necessidade nós temos de outras testemunhas? Todos ouviram o que ele disse! Qual é a sentença de vocês?” Eles bradaram: “Ele é culpado de morte!”


O fato de Jesus ter suportado toda essa zombaria em silêncio prova que nele não havia treva alguma 1 Jo 1.5


Jesus na cruz, sabia que em pouco tempo ressuscitaria. Descer da cruz a essa altura seria um desperdício, já que havia suportado coisas horríveis.


 5. O Pôr do Sol

Sofrimentos de Jesus na Cruz

“Naquela tarde, a terra inteira ficou escura durante três horas, desde o meio-dia até as três da tarde. Perto das três horas, Jesus clamou: “Eli, Eli, lamá sabactâni?”, que quer dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que o Senhor me abandonou?” (Mt 27.45,46)

A natureza manifesta sua tristeza. O mundo escureceu. A luz do mundo estava prestes a ser apagada e seu servo, o sol, recolhe também a sua luz. Não podia brilhar enquanto seu mestre padecia.

Jesus é o Príncipe da Criação. Veja o que diz as Escrituras:

“Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.” (Jo 1:3)

“Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele.E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. (“Cl 1.16,17)

E assim como quando Jesus nasceu uma grande luz brilhou (Lc 2.9), agora quando Ele está desfalecendo a natureza desfalece, em reverência a seu maestro.

Ao final das três horas de trevas, Jesus clama em aramaico: “Meu Deus, meu Deus, por que o Senhor me abandonou?”

Essa declaração é o resumo do sofrimento de Jesus. Aquele que era um com o Pai. O Unigênito. Procura e não encontra. Jesus estava separado de Deus por causa do pecado da humanidade que agora estava sobre Ele. Estar longe de seu Pai foi sua maior dor.


Delírio?

“Alguns dos que estavam presentes ouviram isso e disseram: “Ele está chamando Elias”. Um deles correu e ensopou uma esponja com vinho azedo, pôs numa vara e suspendeu-a para que ele bebesse. Mas os outros diziam: “Deixe-o sozinho. Vamos ver se Elias vem salvá-lo”. (Mt 27.47-49)

O Messias é mais uma vez incompreendido. Por acharem que Ele estava delirando. Algo não incomum devido a sede, a perda de sangue, a dor, a febre, era normal que o réu começasse a dizer coisas sem sentido.

Por acharem que era esse o caso, alguém ensopou uma esponja com vinho azedo e mais uma vez tentou dar a Jesus,  o condenado.


 6: A Morte de Jesus Na Cruz

“Então Jesus clamou outra vez, entregou o espírito e morreu.” (Mateus 27.50)

É espantoso o fato de Jesus ter morrido tão rápido. Ele permaneceu apenas seis horas na cruz. Das nove da manhã, até as seis da tarde. Isso nos leva a pensar que a causa foi a terrível tortura aplicada pelos soldados.

A morte de Jesus na cruz foi real. Sua morte comprova sua humanidade. Ele se identificou perfeitamente conosco. É provável que causa da morte tenha sido ruptura do coração, o que explicaria seu grito agonizante de dor.

A descrição de João nos leva a pensar assim:

“Então os soldados vieram e quebraram as pernas dos dois homens crucificados com Jesus; mas quando chegaram a Jesus, viram que já estava morto, e por isso não quebraram as suas pernas. Contudo, um dos soldados furou seu lado com uma lança, e daí correu sangue com água. (Jo 19.32-34)

A lança chegou até perto de seu coração.

Quando o coração se rompe, o sangue fica concentrado no pericárdio, o ligamento em torno da parede do coração, dividindo-se numa espécie de coágulo de sangue e soro aquoso.

Essa evidência é contundente na afirmação de que Jesus realmente morreu na cruz, não foi tirado vivo para depois ser reanimado e forjar a ressurreição.

Ou seja, o registro de João se reveste de maravilhoso valor, embora ele não tivesse conhecimento científico.


As Sete Palavras de Jesus Na Cruz

As sete declarações de Jesus na Cruz

A sequência listada abaixo não representa necessariamente a ordem original das sete palavras de Jesus na cruz, pelo fato de ser extraída de todos os evangelhos, que não apresentam sequência específica para tal.

1. A oração de Jesus pedindo perdão para seus inimigos. Proferida provavelmente quando a crucificação estava no começo. (Lc 23.34);

2.A promessa ao assaltante arrependido (Lc 23.42);

3.Confia sua mãe aos cuidados de Jo (Jo 19.26,27);

As declarações iniciais foram feitas antes que as trevas cobrissem o local. Outro ponto a ser destacado é que nessas sete palavras de Jesus na Cruz, percebe-se a preocupação dele por outros, algo que demonstra a grandeza do seu Amor.

4.Pouco antes de sua morte, ouve-se o clamor à procura do Pai (Marcos 15.34; Mt 27.46);

5.O grito de angústia física (Jo 19.28);

6.O grito de vitória (Jo 19.30);

7.O grito de resignação (Lc 23.46);

As quatro últimas declarações dizem respeito a Ele mesmo. A sua separação de Deus, sua dor, seu triunfo. Sua entrega.


O Véu Do Templo e a Morte de Jesus Na Cruz

“Naquele mesmo instante a cortina que separava o Lugar Santíssimo do Templo foi rasgada de cima até embaixo; a terra estremeceu, e as rochas se partiram.” (Mt 27.51)

O véu do Templo era extremamente resistente. Tinha a largura de uma mão de espessura. Era tecido com setenta e duas dobras torcidas, cada dobra feita com vinte e dois fios. Sua altura era de dezoito metros com nove de largura.

Somente uma força extraordinária para rasgá-lo de alto a baixo.

O véu dividia o Lugar Santo do Santo dos Santos, onde o sumo sacerdote se apresentava no dia da expiação (Lv 16.1-30).

A presença de Deus estava diretamente ligada ao Santo dos Santos,  sendo assim era um lugar de maior acesso a Deus. A morte de Jesus na cruz deu fim a essa separação, entre os homens e Deus.


O sacrifício de Jesus foi perfeito e definitivo. O sangue de Jesus na cruz é superior ao de animais.

E, uma vez por todas, levou sangue para dentro do Santo dos Santos, e o salpicou sobre o propiciatório; mas não era sangue de bodes nem de bezerros. Lá, ele levou o seu próprio sangue e, com esse sangue, ele garantiu a nossa salvação eterna.

E se, sob o sistema antigo, o sangue dos touros e bodes e as cinzas das novilhas eram espalhadas sobre as pessoas impuras e tornavam as pessoas exteriormente puras, quanto mais o sangue de Cristo transformará as nossas vidas e os nossos corações.

O sacrifício dele purificará a nossa consciência de atos que levam à morte e nos faz desejar servir ao Deus vivente; pois, com a ajuda do eterno Espírito Santo, Cristo de bom grado entregou-se a Deus para morrer pelos nossos pecados — ele, que era perfeito, sem uma única falta ou pecado.

Cristo veio para ser o mediador desta nova aliança para que todos os que são convidados possam vir e herdar para sempre todas as maravilhas que Deus lhes prometeu.

Porque Cristo morreu para livrá-los do castigo dos pecados que eles tinham cometido enquanto ainda estavam debaixo da primeira aliança. (Hb 9.11-15)

O véu rasgado simboliza o fim da adoração judaica (ritos, costumes, dias e sacrifícios.) como caminho da alma à procura de Deus.

Após a morte de Jesus na cruz os judeus viram que o véu do Templo foi rasgado, foi então que eles souberam que haviam cometido um grande erro. 


Algo que ficou ainda mais evidente na madrugada do terceiro dia, quando Jesus Ressuscitou.


Em breve estaremos de volta dando sequência a esta série, até breve.

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