Por Jânio Santos de Oliveira
Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena
Contatos 0+operadora 21 36527277 ou (Zap)21 xx 990647385 (claro) ou 989504285 (oi)
Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!
Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no Livro do Apocalipse 3.7-13 que nos diz:
7- Escreva esta carta ao anjo da igreja em Filadélfia. Esta é a mensagem daquele que é santo e verdadeiro, que tem a chave de Davi. O que ele abre ninguém pode fechar, e o que ele fecha ninguém pode abrir:
8- Sei de tudo que você faz. Abri para você uma porta que ninguém pode fechar. Você tem pouca força, mas ainda assim obedeceu à minha palavra e não negou meu nome.
9- Veja, obrigarei aqueles que pertencem à sinagoga de Satanás – os mentirosos que se dizem judeus, mas não são – a virem, prostrarem-se a seus pés e reconhecerem que amo você.
10- Porque obedeceu à minha ordem para perseverar, eu o protegerei do grande tempo de provação que virá sobre todo o mundo para pôr à prova os habitantes da terra.
11-Venho em breve. Apegue-se ao que você tem, para que ninguém tome sua coroa.
12- O vitorioso se tornará coluna do templo de meu Deus, de onde jamais sairá. Escreverei nele o nome de meu Deus, e ele será cidadão da cidade de meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, da parte de meu Deus. E também escreverei nele o meu novo nome.
13- Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
Nós estamos apresentando uma série de estudos bíblicos sobre as sete cartas que Jesus escreveu às Igrejas da Ásia menor que tem a seguinte sequência:
- Introdução
- Primeira Carta, à Igreja de Éfeso
- Segunda carta, à Igreja de Esmirna
- Terceira Carta, à Igreja de Pérgamo
- Quarta Carta, à Igreja de Tiatira
- Quinta Carta à Igreja de Sardes
- Agora, Sexta Carta, à Igreja de Filadélfia
I. Análise preliminar do texto.
Ap 3:7 à 13"Eu sei as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força,guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome."
11"Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa."
13" Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas."
A igreja remanescente
Filadélfia em grego significa “amor fraternal” a Igreja missionária (1730 d.C. -
Arrebatamento)
Filadélfia fica num vale aos pés de um platô montanhoso. A parte de baixo e escuro, no centro da imagem, mostra a área da antiga cidade. Os reis de Pérgamo fundaram Filadélfia como um posto avançado do seu Reino no segundo século a.C. A cidade estava localizada ao longo de uma importante estrada de viagem que ligava Pérgamo ao norte com Laodicéia ao sul. Nos tempos do novo testamento, Filadélfia fazia parte da província Romana da Ásia. A cidade foi devastada por um terremoto em 17 d.C. e por um tempo as pessoas viveram com medo de tremores. Filadélfia foi reconstruída com ajuda do imperador Tibério.
A cidade de Filadélfia estava bem no centro da civilização grega. Foi fundada por Átalos II Filadelfos de Pérgamo, em 189 a.C. Em 481 a.C, o rei persa Xerxes I viajou a Sardes a caminho da Grécia. O prováveis objetivos de Átalos II em fundar a cidade de Filadélfia foram estabelecer uma passagem para a cidade de Frígia e helenizar aquela população que até então falavam em seu próprio idioma, o gálico.
A região produzia uvas e o povo especialmente honrava Dionísio, o deus grego do vinho.
A cidade servia como base para a divulgação do helenismo às regiões de Lídia e Frígia. Em alguns momentos de sua história, a cidade recebeu nomes mostrando uma relação especial ao governo romano. Depois de ser reconstruída, foi chamada brevemente de Neocesaréia. Durante o reinado de Vespasiano, foi também chamada de Flávia (nome da mulher dele, e a forma feminina de um dos nomes dele). Atualmente, a cidade de Alasehir fica no mesmo lugar.
Hoje, Filadélfia corresponde à cidade turca de Alasehir, situada a 130km ao leste de Esmirna. Portanto, por situar-se em um local estratégico, Filadélfia foi uma cidade que exerceu grande influência sobre aquela região do mundo antigo. Segundo as Escrituras, a Igreja em Filadélfia era cheia de vida, e realmente representava o verdadeiro, autêntico Cristianismo, sem a contaminação que havia atingido outras das sete igrejas do Apocalipse.
Ao anjo da Igreja
Os anjos da Igreja tratada no livro do Apocalipse de João.
Referi-se aos pastores destas Igrejas, com base em Malaquias 2:7,"Porque os lábios do sacerdote guardarão a ciência, e da sua boca buscarão a lei, porque ele é o anjo so Senhor dos Exércitos".
Onde a palavra K)lm (mal'ak), designativa de anjo no hebreu, é empregada aos líderes religiosos como sendo mensageiros da vontade de Deus. Assim, aos mensageiros das Igrejas (aggelos) ou aos seus anjos, é que seriam escritas as cartas.
Pastor é aqule que instrui o povo na Palavra de Deus
(Ap 1.1-2). “...E que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João, o qual atestou a Palavra de Deus” .
1 Tm 3 Os deveres dos bispos .
"Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja".
2 Tm. 3:15.
"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade".
Tt. 1:6-9
"Aquele que for irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes."
"porque convém que o bispo seja irrepreensível como despenseiro da casa de Deus, não soberbo , não iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante, retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes."
Jesus se apresenta - " Deus", o verbo encarnado Jo 1:1 à 3.
"No princípio, era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus."
"Ele estava no princípio com Deus."
"Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez."
As características de Deus - Ap 6:10.
"E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e Santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?".
A chave de Davi fala da autoridade Is.22:22
" E porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro, e abrirá, e ninguém fechará, e fechará, e ninguém abrirá".
Ap 1:18 " e o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do inferno."
Pus uma porta aberta. Jo 10:9.
"Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens."
Tem pouca força. 2 Co12:9,10
"E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo."
"Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo, quando estou fraco, então, estou forte."
Não negam o meu nome. Sl 119:11
"Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti".
Guardaste a minha palavra. Sl 119:105
"Lampada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho."
Os da sinagoga de Satanás
A sinagoga originalmente é um local para estudo e ensinamento bíblico, porém, a "igreja" conhecida em hebraico como congregação (kehilat) passou a ser frequentada e influenciada por falsos judeus que vinham implantar doutrinas pagãs, como a dos nicolaítas (prosperidade), de Balaão (idolatria e prostituição), falsos profetas , doutrinas de prosperidade material e aparente fé.
Farei coluna no templo do meu Deus . Coluna esta relacionado a sabedoria, pois em Pv 9:1
"A sabedoria já edificou a sua casa, já lavrou as suas sete colunas."
Pv 8:1 "Eu, a sabedoria, habito com a prudência e acho a ciência dos conselhos."
Pv 9:10"O temor do senhor é o princípio da sabedoria, e a ciência do santo, a prudência."
Guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa
“Coroa de ouro” Sl 21.3 - Ap 14.14
"Pois o provês das bênçãos de bondade; pões na sua cabeça uma coroa de ouro fino."
“coroa de glória” Pv 4.9 - Is 28.5 - 1 Pe 5.4
"Dará à tua cabeça um diadema de graça e uma coroa de glória te entregará."
"Naquele dia, o Senhor dos Exércitos será por coroa gloriosa e por grinalda formosa para os restantes de seu povo."
"E, quando aparecer o Sumo Pasto, alcançareis a incorruptível coroa de glória."
“coroa de honra” Pv 16.31
"Coroa de honra são as cãs, achando-se elas no caminho da justiça."
“coroa de espinhos” Mt 27.29
"E, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lhe na cabeça e, em sua mão direita, uma cana; e, ajoelhando diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, Rei dos judeus!"
“coroa da justiça” 2 Tm 4.8
"Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todo os que amarem a sua vinda."
“coroa da vida” Tg 1.12.
"Bem aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado,receberá a coroa da vida,a qual o Senhor tem prometido aos que o amam."
II. Visão panorâmica
Filadélfia significa: amor fraternal. Foi fundada no segundo século AC e estava situada num platô interior, fértil, o que explica muito sua prosperidade comercial. Entretanto, era sujeita a terremotos freqüentes (o de 17 DC destruiu a cidade). O povo, então, passou a viver fora da cidade em tendas ao ar livre. Roma recuperou a cidade (ela passou a se chamar Neokaisareia). Vespasiano mudou seu nome para Flávia (por ser o primeiro imperador da dinastia Flaviana). Filadélfia era notável pelo número de templos e festividades religiosas. É a figura da igreja leal a Cristo, por causa da lealdade de Atalo ao fundador da cidade (Eumenes), rei de Pérgamo, seu irmão; por isso, fora chamada de Filadélfia. A região fértil do platô era uma porta aberta para a riqueza da cidade, assim como era dada essa porta aos cristãos, tanto material como espiritualmente falando. Os terremotos simbolizavam a vida inconstante, em contraste com os vencedores que recebem a promessa de estabilidade final de ser parte da edificação do templo de Deus. Filadélfia encontrou oposição por parte dos judeus, como Esmirna. Como a cidade havia mudado várias vezes de nome, os vencedores receberão novos nomes que denotarão sua participação permanente na cidade de Deus. O Senhor também dá a mesma orientação a Filadélfia que deu a outras igrejas: guardar o que tinha e vigiar para não ser roubada. Há uma referência a um novo nome de Cristo não só neste texto como em Ap 2: 17 e Ap 19: 11-12.
A igreja de Filadélfia nos ensina a sermos fiéis a Jesus, como um irmão foi fiel a outro; isso nos faz pensar que além da lealdade ao Senhor, devemos também aprender a ser leais aos irmãos em vez de distorcer a palavra de Deus e dar “corda para o diabo” declarando o versículo: “Maldito o homem que confia no homem”. Por que não ler o versículo todo? “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do Senhor!” (Jr 17: 5). Isso não só tem gerado desconfiança entre os crentes, agravando a que já trazem do mundo, como também dá espaço para o inimigo roubar, matar e destruir através do ódio, da contenda, da discórdia, da traição, da frustração e da decepção. Deus não nos manda colocar nossa confiança na carne humana, mas também não nos proíbe de sermos amigos, nem de termos amigos verdadeiros. Amizade verdadeira não nos aparta do Senhor. No livro de provérbios está escrito que há amigo mais chegado que irmão (Pv 18: 24). Jônatas amou Davi como à sua própria alma e Jesus chamou Abraão e Seus discípulos de amigos (2 Cr 20: 7; Ne 9: 7; Is 41: 8; Tg 2: 23; Jo 15: 14-15). Ainda nos deixou a ordenança: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Onde há amor verdadeiro não há desconfiança, pois quem tem o verdadeiro Espírito de amor de Deus dentro do seu coração não apenas zela pela própria vida, como também zela pelos outros e não dá brecha na carne para o diabo usá-la com traição e outros pensamentos e sentimentos ruins. Somos nós os maiores destruidores de muros, pois é dentro da Igreja onde sofremos as maiores feridas, porque até a palavra destruidora e o sentimento ruim vêm com “unção” (aqui significando força que, ao invés de ser dirigida para o bem, é usada para o mal). Por isso, talvez, os terremotos sofridos por Filadélfia obrigava seus membros a terem uma vida inconstante, o que para nós pode ser bastante verdadeiro do ponto de vista emocional, pois são as emoções do homem o maior alvo de Satanás para trazer destruição. Começa com as oposições “gratuitas” que temos que sofrer sem termos feito nada de errado para merecê-las. Os crentes de Filadélfia sofreram muita oposição dos judeus, creio eu, tanto dos judeus convertidos como dos tradicionais, não apenas por inveja da sua fertilidade, que lhe trazia riqueza material também, quanto da sua postura amigável, disposta a amar e repartir. A maior oposição que Satanás nos faz é ao amor, pois ao barrar esta força, ele barra a nossa vida. Na amargura e na maldição, no egoísmo e na avareza, na mágoa e no ódio não existem fertilidade; quanto mais presença de Deus! Provavelmente, era dentro da própria comunidade que os fiéis a Cristo recebiam mais oposição, tanto é que a promessa do Senhor era de trazer até eles aqueles que os haviam humilhado para reconhecer que Ele os amava. Jesus conhecia que, apesar da sua pouca força, por causa de tamanha hostilidade e instabilidade, eles jamais negaram Seu nome: “Eis que farei que alguns dos que são da sinagoga de Satanás, desses que a si mesmo se dizem judeus e não são, mas mentem, eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu ter amei. Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu ter guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra”. Quem não ama de verdade não conhece a Deus. Por isso, o Senhor fala que traria provação ao mundo para experimentar os que habitam sobre a terra. Sem passar pela grande prova de amor incondicional de Deus será impossível ser coluna no Seu santuário. Não estamos falando de uma transformação da noite para o dia, mas de uma disposição interior de amar, o que requer paciência, pois amar é um exercício contínuo e coloca nosso ego para baixo para que Jesus prevaleça.
Como foi dito anteriormente, em contraste com a vida terrena inconstante, os vencedores recebem a promessa de estabilidade final: de ser parte da edificação do templo de Deus, de onde jamais sairão, assim como receberão novos nomes que denotarão sua participação permanente na cidade santa, Jerusalém, a cidade da paz. Quando crucificamos nossa carne através da entrega e do amor a Jesus, nossa instabilidade se transforma em paz e fortaleza, pois passamos a ser edificados pelo próprio Deus, protegidos dos ataques das oposições carnais, além de termos a honra diante dos que nos humilharam.
A igreja de Filadélfia, diferentemente das outras, foi a única que resistiu fielmente sem deixar entrar em si os falsos ensinos, não compactuando com a prostituição espiritual dos seus conterrâneos e contemporâneos; preferiu ser ferida a revidar ou desistir. Isso lhe garantiu a proteção de Deus. Era conhecida pelo grande número de templos e festividades, mas não há referência à participação dessa igreja nos atos de paganismo ali existentes.
Que relação isso tem com os sete candeeiros de ouro descritos em Ap 1: 12-16 e 20? Vamos ler o texto:
“Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido à altura do peito, com uma cinta de ouro. A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo; os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas. Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força ... Quanto ao mistério das sete estrelas que viste na minha mão direita e aos sete candeeiros de ouro, as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas”.
É interessante perceber que a bíblia fala que o Senhor está com as sete estrelas na Sua mão direita, entretanto, se acha entre os sete candeeiros de ouro. Quando falamos das sete estrelas, ou seja, dos sete “anjos” das igrejas, podemos pensar que, mais do que o símbolo de um líder, elas têm o significado de “o espírito” predominante nelas, em outras palavras: a idéia, a força predominante, a índole, a tendência, o pensamento de cada uma delas. Devemos prestar atenção também ao que está escrito: “Tinha na mão direita sete estrelas”, ou seja, a mão direita é símbolo de honra, poder, autoridade, bênção, força e privilégio e isso quer dizer que é o Senhor que segura debaixo da Sua autoridade a liderança da Igreja. Ele detém o poder. Podemos ir mais longe no nosso raciocínio dizendo, então, que as sete estrelas correspondem à parte humana na igreja, detidas pelo poder de Deus e debaixo do Seu governo, ao passo que os sete Espíritos de Deus (Ap 4: 5) correspondem à parte divina, ou seja, às sete unções por Ele derramadas sobre a parte humana para completá-la, para supri-la naquilo que lhe falta. Em outras palavras: cada igreja tem seu componente humano que a faz agir e reagir de uma determinada forma, entretanto, Deus dispôs um dos Seus sete Espíritos (a plenitude das sete características do Espírito Santo) para cada uma delas a fim de que recebam a força espiritual necessária para se levantarem novamente e atingirem a perfeição, desempenhando na terra a sua parcela como membro do Corpo.
O candeeiro do qual a bíblia fala aqui eram candeeiros separados, representando as sete igrejas gentias da Ásia Menor (O Espírito Santo distribuído entre os Gentios), ao passo que o candelabro de uma só haste com sete lâmpadas dado a Moisés em Êx 25: 31-40; Êx 37: 17-24; Nm 8: 1-4, e mencionado em Hb 9: 1-10, representava o Espírito de Deus no meio do povo de Israel. Para fins práticos, é a mesma coisa: a presença do Espírito Santo com poder, unção e avivamento entre os que são Seus escolhidos (Judeus e Gentios).
Para nós que nascemos do Espírito, tudo isso tem um significado. Em primeiro lugar, vamos até Pv 20: 27 onde está escrito: “O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, a qual esquadrinha todo o mais íntimo do corpo”. Isso significa que o nosso espírito iluminado pela presença de Deus é capaz de sondar nosso interior e transformá-lo à imagem do Senhor. Em Is 11: 2 o significado dessas sete luzes torna-se bem claro para nós. Isaías profetiza sobre as qualidades do Messias, como se esperaria de um rei, também chamado ‘ungido de Deus’. Por isso, ele começa falando que o Espírito do Senhor repousará sobre Ele (Jesus), o Messias, trazendo também os dons da sabedoria, do entendimento, de conselho, de fortaleza [em algumas versões, está escrito ‘poder’], de conhecimento e de temor do Senhor. O texto diz: “Repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e entendimento, o Espírito de conselho e fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor”. Neste versículo, a palavra ‘conselho’, em Hebraico, `etsah, significa: conselho; por implicação: plano, prudência, deliberação, consideração, ponderação, conselho, conselheiro, propósito.
III. O diferencial entre a Igreja de Filadélfia e Laodiceia
O Evangelista João é considerado um dos discípulos prediletos de Jesus. Fazia parte do grupo dos três que Jesus seguidamente chamava para acompanhá-lo: Pedro Tiago e João. Assim foi na transfiguração de Jesus, assim foi no Getsemani quando foi preso. Na última ceia é João que está ao lado de Jesus, caracterizando-se por ser um dos discípulos mais jovens e que terminou sua vida em idade avançada (noventa e quatro anos) no final do primeiro século. Tamanha era a confiança de Jesus em João que Ele entregou sua Mãe a seus cuidados. João levou Maria para Éfeso segundo a tradição. No local de sua habitação hoje existe uma pequena Igreja considerada um santuário.
João foi perseguido pelo imperador Domiciano, sendo exilado na ilha de Patmos no ano de 95 d. C., no ano décimo quarto do reinado. Foi no exílio que João declara: (Ap 1:10,11)... Eu fui arrebatado no Espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, Que dizia: Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o derradeiro; e o que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodicéia. Nesse Breve estudo, falaremos sobre Filadélfia e Laodicéia.
Há um diferencial entre a Igreja de Laodicéia e a Igreja de Filadélfia.
Laodicéia é a Igreja que você “vê”.
Filadélfia é a Igreja que Deus vê. Uma Igreja de pouca força (fraca), mas uma Igreja que guarda a Palavra de Deus e não nega o seu nome, e por isso tem promessas. Observe o que João escreve (Ap 3:7-13). 7 – Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fecha, e que fecha, e ninguém abre: 8 – Conheço as tuas obras, eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar que tens pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome. 9- Eis farei que alguns dos que são da sinagoga de Satanás, desses que a si mesmos se declaram judeus e não são, mas mentem, eis que os farei vir e prostrar-se aos teus, pese conhecer que eu te amei. 10 – Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra. 11 – Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. 12 - Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá; gravarei também sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu Deus, e o meu novo nome. 13 – Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
Deus estabeleceu um padrão para o crente, e também uma prática e um galardão para o vencedor, e – como não poderia deixar de ser – também um castigo para o derrotado. Cada um de nós deve escolher de qual destas duas igrejas quer ser “membro” e ativo participante.
· Características de Filadélfia.
- Filadélfia é a Igreja que Deus vê. Uma Igreja de pouca força (fraca), mas uma Igreja que guarda a Palavra de Deus e não nega o seu nome. Os crentes de Filadélfia amam os irmãos. Não é em vão que o termo significa “amor fraterno”. Deus olha para cada um de nós e nos vê cobertos pelo sangue do Seu Filho; e nos ama; e nos recebe; e nos abençoa, mesmo que não mereçamos. Ele tem paciência conosco; Ele nos ensina; Ele nos espera crescer; e não nos olha conforme os nossos defeitos ou idiotices, mas com misericórdia e amor excepcional. Mesmo tendo todo o poder, não nos consome; não desiste de nós; protege-nos da destruição do diabo. Os crentes de Filadélfia guardam a Palavra de Deus. É guardar a Bíblia no coração e não na gaveta. Esse guardar começa com uma metódica e disciplinada memorização de versículos. Precisamos ter um depósito de Logos lá dentro de nós. Em momentos de louvor, nos lembraremos da Palavra para louvar; em momentos de dor, encontraremos o refrigério na Palavra e o Rhema de Deus se fará realidade em nossa vida. Só conhecemos a Deus e o Propósito, e também o diabo e suas estratégias e o futuro, se guardamos Sua Palavra; só cremos se guardamos a Palavra; só descansamos em Deus contra circunstâncias e demônios, se guardamos a Palavra. Os crentes de Filadélfia não negam o nome do Senhor. Não estou me referindo aos períodos de duras perseguições (quando milhares realmente negam o Senhor), mas a algo mais simples, que se chama “dia-a-dia do crente”.
· Características de Laodicéia. Laodiceia é a Igreja que você vê.
- Conheço as tuas obras (15): Como fez com todas as igrejas destes dois capítulos, Jesus expressa o seu conhecimento íntimo da igreja em Laodicéia. Ele anda no meio dos candeeiros (1:13,20; 2:1). Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! (15): As águas termais de Hierápolis ajudavam no tratamento de alguns problemas de saúde. As águas frias de Colossos eram boas para beber. Mas as águas mornas de Laodicéia basicamente não serviam para nada; só davam ânsia de vômito! Morno é o presunçoso, que pensa que já sabe tudo a respeito de Deus, que já tem tudo o que precisa em matéria de fé e de igreja, que já está satisfeito com sua vida cristã, que não precisa de ninguém que o ensine.
Assim, disse Deus: estou a ponto de vomitar-te da minha boca (16): Jesus olhou para a igreja de Laodicéia, contente no seu estado de autossuficiência e falsa confiança, e sentiu vontade de expulsá-la de sua presença. Pois dizes (17): As afirmações da própria igreja de Laodicéia não refletiam o verdadeiro estado dela. É fácil dizer que está tudo bem na vida espiritual de uma igreja ou de uma pessoa, mas Jesus sabe a verdade. Ele vê as obras e sonda os corações.
Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu (17): O orgulho dos discípulos de Laodicéia os cegou ao ponto de não enxergarem os seus problemas. Eles se achavam fortes e independentes, mas Jesus viu o estado real de uma igreja fraca, cega e infrutífera. A cidade de Laodicéia sofreu um terremoto em 60 d.C. e foi reedificada com recursos próprios, sem auxílio do governo romano. Parece que a igreja sentia a mesma atitude de autossuficiência, perigosíssima num rebanho de ovelhas que precisa seguir o seu Bom Pastor! Numa cidade conhecida por tratamentos de olhos, a igreja se tornou cega e não procurou o tratamento do Grande Médico. Precisavam da humildade dos publicanos e pecadores (Lucas 5:31-32). Numa cidade que produzia roupas de lã, a igreja andava nua, sem a vestimenta de justiça oferecida por seu Senhor (2 Co 5:3); (Cl 3:9-10).
Aconselho-te (18): Jesus não elogiou a igreja em Laodicéia, mas ofereceu conselho para guiá-la de volta à comunhão íntima com ele. Sugeriu três coisas necessárias para a igreja:
· Comprar de Cristo ouro refinado. A verdadeira riqueza é espiritual, e vem exclusivamente de Deus. Ele oferece o ouro puro, refinado pelo fogo.
· 2. Comprar do Senhor vestiduras brancas. É Deus quem lava os nossos pecados e nos veste de pureza e de atos de justiça (3:4; 19:8).
· 3. Comprar de Jesus colírio para os olhos. Somente Jesus pode curar a cegueira espiritual que aflige os orgulhosos e autossuficientes. Foi exatamente o mesmo problema que Jesus criticou nos fariseus (Mt 15:14; 23:25-26). É o mesmo problema de qualquer um que esquece a importância do sacrifício de Jesus e começa a confiar em si mesmo (2 Pedro 1:9).- Você é Laodicéia – a Igreja que vai ser vomitada, caso não mude!
- Laodicéia precisa de ouro. Por toda a Bíblia, ouro tipifica a natureza de Deus. Deus é amor; Laodicéia diz que ama, mas de fato só o que tem é uma religião farisaica que fede aos olhos de Deus. Deus é graça, mas o que Laodicéia mais deseja não é a salvação dos perdidos, mas sim o engrandecimento do seu próprio nome – e o seu crescimento numérico não é fruto de humilhação, mas de soberba.
- A Igreja deveria ser o referencial de justiça mais proclamado no mundo; entretanto, quão distante a vemos desse padrão! E sabe por quê? Porque estamos mergulhados num mar de falsidade e mentiras “evangélicas”, rodeados de falsos apóstolos, de falsos profetas, de falsos evangelistas, de falsos pastores, de falsos mestres – interesseiros e interessados em encher o seu próprio ventre de fartura e lazer, dinheiro, enquanto milhares caminham a passos largos para o Inferno! Sem justiça, a Igreja se apresenta nua diante do Rei e do mundo – e a Bíblia diz que ela será envergonhada por causa disso! Se você não passa de um “Maria-vai-com-as-outras”, que fica contente quando vê alguns crentes fazendo o que você tem vontade de fazer de errado, e encontra neles argumentos para proceder também impiedosamente, ao invés de caminhar contrário a eles, você é Laodicéia – e está com as vestes manchadas! Essas igrejas pregam a prosperidade como "marketing", para atrair as pessoas, onde a maioria delas frequentam essas igrejas por ambição e vontade de ficarem ricos, não pela salvação espiritual. Já reparou na quantidade de "pobres" (tanto de dinheiro quanto de espírito) que frequentam essas igrejas, entregam praticamente todo seu salário na esperança de ter a tão sonhada prosperidade? Não é o conforto espiritual que querem - querem é casa própria, carro do ano, pagar dívidas, etc. etc. algumas doutrinas estão divinizando os bens materiais, e certamente vão na contra mão com os ensinamentos de Cristo. Veja o que Paulo escreveu: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” 1 (Co 15.19).
- Laodicéia precisa adquirir bens espirituais... Aconselho-te que de mim compres:
“ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres..." - Os bens materiais não garantem a posse das riquezas eternas. Jesus adquiriu as riquezas eternas através do Sangue que Ele verteu na cruzem nosso favor. Nós alcançamos as riquezas eternas somente através da fé em Cristo. Em (1 Pedro 1:7) a Palavra diz: "...para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo;"
Em (Is 55:1-2), Deus convida a todos que comprem tudo o que precisam, sem dinheiro algum: "Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor, naquilo que não satisfaz? Ouvi-me atentamente, comei o que é bom e vos deleitareis com finos manjares."
Portanto, a morte de Jesus comprou tudo isso para nós, mas a igreja de Laodicéia não colocava Jesus em primeiro lugar, e por isso ela jamais comprou das riquezas eternas.
“... vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez..." - As vestes brancas são aquelas que deveriam vestir sempre a igreja de Jesus Cristo na terra. Laodicéia, por todas as razões já descritas, obviamente não as vestia. Laodicéia não assumia o papel digno da Noiva de Cristo na terra, e consequentemente manchava suas vestes. As vestes da igreja de Laodicéia são as vestes de religiosidade, que têm aparência de santidade, de retidão. Mas na visão de Jesus, ela está nua, totalmente desprovida das vestes celestiais para representá-Lo dignamente aqui na terra.
"...e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas." - Com essa afirmativa de Jesus, ele diz que a visão espiritual da Igreja de Laodicéia era nula ou muito limitada. Apenas dando oportunidade do Espírito Santo atuar em seu meio, uma igreja será dotada de olhos de águia em seu ministério. O Espírito Santo é, portanto, o colírio o qual Jesus se refere.
Sabemos que a Igreja é o único projeto de Deus e Ele acredita em Seus projetos. Na sua ótica carnal, talvez você se sinta confrontado com o que “vê” na Igreja e se inquiete porque muitas coisas que você reputa por “erradas” o incomodam; ou talvez você se sinta pequeno e frágil para falar ou mudar o que quer que precise ser mudado e, por isso, ao invés de lutar, de compartilhar, de participar, você resolve desistir. Não se preocupe com a infantilidade da Igreja que “você vê”; creia no que a Palavra de Deus que é a verdade. Não desista da Igreja porque você teve uma decepção (ou mais); nem todo o que diz professar o Nome, está dizendo ou vivendo a verdade.
Não se preocupe com o fato de que milhares estão vivendo uma vida cristã falsificada. Faça a sua parte! Cumpra o Propósito você! Seja aquilo que você tem desejo de cobrar aos outros para que o sejam! A geração do arrebatamento é esta, pois vimos a figueira nascer.
Mas Jesus não virá para arrebatar as crianças, e sim os maduros os vencedores Paulo dizia: (1 Cor 13 11)... “Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança, desde que me tornei homem, eliminei as coisas de crianças”. Há um remanescente que anda no espírito; que vive em vitória; que está maduro, e o Senhor virá para estes. Os demais passarão pela tribulação.
A – A Igreja de Filadélfia está preparada, esperando o Senhor a qualquer momento! Seus pés estão na Terra por uma simples questão de lei de gravidade, enquanto que sua mente, seu coração, suas motivações, seus investimentos, seu tesouro, seu prazer, estão no Reino!
B – A Igreja de Laodicéia é autossuficiente, gloria-se em si mesma, não em Cristo, e encaixa-se precisamente nas características que Jesus declarou em (Mateus 7:22-23)... "Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade." "...e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu." Essa é a real descrição da igreja de Laodicéia no ponto de vista de Jesus Cristo. Apesar de sua riqueza material aparente, Laodicéia é infeliz e miserável espiritualmente. Também seus membros eram pobres nesse mesmo sentido, porque não conheceu ao Senhor Jesus verdadeiramente.
Jesus também afirma que são cegos – trata-se de uma cegueira espiritual, a mesma dita em (2 Co 4:4): "...nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus." É muito fácil usar esse versículo referindo-se ao mundo, sendo que ele também serve para os crentes que estão cegos espiritualmente - caso da igreja de Laodicéia.
E quanto a você? Qual é a sua postura? Você ama seus irmãos como são; os respeita com a consciência de que, apesar de “defeituosos”, custaram a Jesus o Seu precioso sangue? Você abençoa os irmãos; faz tudo o que está ao seu alcance para que eles cresçam e cheguem, no mínimo, até à estatura em que você próprio se encontra? Você não desiste dos irmãos, apesar de saber que têm defeitos enormes e precisam de cura espiritual? Se você procede assim, com certeza, você é Filadélfia!
Você busca as coisas espirituais ou apenas se preocupa com as coisas dessa vida
Como você se comporta no seu trabalho? Sua integridade é à prova de vigilância do seu superior? Você fala sempre a verdade, ainda que isso signifique perder algo importante? Você fala do Senhor Jesus aos seus amigos descrentes, ao invés de se omitir completamente? Você tem prazer em dizer que é crente, ao invés de se assentar omisso na roda dos escarnecedores? Você diz palavras sadias, pensa com pureza, dá alimento para o seu espírito e mata a carne? Em qualquer circunstância, você se posiciona como crente e procura influenciar ao invés de ser influenciado – ainda que seja criticado ou perseguido? Se você age desta forma, você é Filadélfia!
IV. Visão geral da carta de Jesus à Igreja se Filadélfia
1. A história da Cidade
A cidade de Filadélfia estava bem no centro da civilização grega, uma localização estratégica de acesso entre os países antigos de Frígia, Lídia e Mísia..
Ele está localizado cerca de 80 milhas. [Km 127.] Leste de Esmirna (Izmir) no oeste da Turquia.Nos tempos do NT era em um entroncamento rodoviário importante, para uma rota importante vindo do leste, que terminou em Esmirna, correu embora. Além disso, estava em uma rota diagonal que decorreu de Pérgamo mi 111. [Km 178.] Para o noroeste a Atália, 187 mi. [300 km]. Para o sudeste.
Foi fundada pelo rei de Pérgamo, Atalo, cerca de 140 a.C. Ele foi conhecido por sua lealdade ao seu irmão, dando assim origem ao nome da cidade (Filadélfia significa “amor fraternal”).
Outros a tem como fundada pelo Rei Eumenes II de Pergamum (197-160 BC), em homenagem a Atalos seu irmão e sucessor.
“Filadélfia foi fundada em 189 aC pelo rei Eumenes II de Pérgamo (197-160 aC), que nomeou a cidade por amor de seu irmão, que seria seu sucessor, Átalo II (159-138 aC). apesar da pressão romana - daí o nome "Filadélfia" (amor fraternal).
Na falta de um herdeiro, o rei Átalo III de Pérgamo legou Filometor seu reino, incluindo Filadélfia, para seus aliados romanos, quando ele morreu em 133 aC.
Roma criou a província da Ásia em 129 aC, combinando Ionia e antigo Reino de Pérgamo.
A antiga cidade de Filadélfia teve vários templos.
Nas fontes antigas, era conhecida por abrigar inúmeros templos.
Em Apocalipse 3:12, o crente que "supera" é comparado a um pilar (estabilidade) no templo de Deus, e sobre ele / ela três nomes serão escritos - compare os nomes inscritos nas colunas do templo de Zeus em Euromos. Vide abaixo.
Como Sardis nas proximidades, foi atingido por um devastador terremoto em 17 dC, a cidade foi reconstruída com a ajudado imperador Tibério.”
De qualquer modo o nome de Atallos está ligado a edificação e surgimento de Filadélfia, com este nome.
A-Características da Cidade e Região:
A região produzia uvas, e o povo especialmente honrava a Dionísio, o deus grego do vinho. A cidade servia como base para a divulgação do helenismo às regiões de Lídia e Frígia.
Localizava-se num vale no caminho entre Pérgamo e Laodicéia.
Tinha grandes colunas em sua proteção, donde a Revelação faz referencia, de sermos colunas, mas não em Filadélfia, mas colunas no Templo de Nosso Deus!
Filadélfia foi destruída por um terremoto em 17 d.C. e reconstruída pelo imperador Tibério.
As grandes colunas resistiram, são um sinal da existência da Filadélfia da Revelação.
Em alguns momentos de sua história, a cidade recebeu nomes mostrando uma relação especial ao governo romano. Depois de ser reconstruída, foi chamada brevemente de Neocesaréia.
Durante o reinado de Vespasiano, foi também chamada de Flávia (nome da mulher dele, e a forma feminina de um dos nomes dele).
Atualmente, a cidade de Alasehir fica no mesmo lugar, construída sobre as ruínas de Filadélfia.
Foi fundada por Átalos II Filadelfos de Pérgamo, em 189 a.C. Em 481 a.C, o rei persa Xerxes I viajou a Sardes a caminho da Grécia.
Os prováveis objetivos de Átalos II em fundar a cidade de Filadélfia foram estabelecer uma passagem para a cidade de Frígia e helenizar aquela população que até então falavam em seu próprio idioma, o gálico.
Hoje, Filadélfia corresponde à cidade turca de Alasehir, situada a 130km ao leste de Esmirna. Portanto, por situar-se em um local estratégico, Filadélfia foi uma cidade que exerceu grande influência sobre aquela região do mundo antigo.
Segundo as Escrituras, a Igreja em Filadélfia era cheia de vida, e realmente representava o verdadeiro, autêntico Cristianismo, sem a contaminação que havia atingido outras das sete igrejas de Apocalipse.
– Como já temos dito, ao lado de Esmirna, a igreja de Filadélfia é uma das duas igrejas em que o Senhor Jesus somente apresenta qualidades, não apontando qualquer senão. Em sendo assim, só poderemos examinar as qualidades exaltadas pelo Senhor àqueles pastor e igreja.
– O Senhor inicia seu relato com a expressão “Eu sei as tuas obras”, expressão que, como temos visto, é repetida em todas as cartas a indicar que o Senhor é onisciente e sabe tudo o que se passa em Sua igreja.
– O Senhor diz à igreja de Filadélfia: “eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar” (Ap 3:8a). Realçando a Sua condição de Todo-Poderoso, por ter “a chave de Davi”, o Senhor faz questão de dizer que abriu uma porta para aquela igreja. A estrada que de Éfeso ia para leste tinha uma concorrente: aquele que, vindo do porto de Esmirna, passava por Filadélfia e, através da Frigia, dirigia-se para o grande planalto central. Filadélfia, se observarmos bem, ficava na rota da estrada do correio imperial que vinha de Roma e atravessava o porto de Trôade, seguindo para Pérgamo, Sardes, Antioquia (capital da Psídia), depois de atravessar outras regiões, essa via alcançava a [outra] Antioquia (capital da Síria) e, finalmente, costeando, alcançava Jerusalém. Literalmente falando, a ‘porta aberta diante’ da igreja de Filadélfia aponta para sua posição geográfica na rota que ligava Jerusalém a capital do Império, Roma.
– Esta situação geográfica de Filadélfia explica porque, historicamente foi profundamente evangelística. Foi a porta para a divulgação do Evangelho que ninguém pôde fechar. E quando sofreu uma grande tribulação, por não aceitar o culto do imperador romano, ela foi guardada, ainda que com sacrifício.
– “…É o Senhor que abre as portas para evangelização. Quando o Senhor abre as portas à igreja, ou ao crente individualmente, pode avançar que a vitória é certa. As portas que Ele abre ninguém fecha, e as que Ele fecha, ninguém abre. ‘Todos os viajantes vindos de Roma e todos os de Esmirna, que se dirigiam ao coração da Ásia Menor Apocalíptica passavam em Filadélfia. A passagem quase obrigatória desses viajantes por Filadélfia representava, para a igreja, uma ‘porta aberta diante de si’, para evangelização e testemunho. Por ela, podiam ser alcançados até viajantes de longínquas regiões e cidades.
– Tanto assim é que um dos primeiros avivamentos ocorridos na história da Igreja, após o período apostólico, o chamado “avivamento montanista”, ocorrido por volta de 135 ou 177, na Frigia, teria tido origem precisamente em Filadélfia, pois teria sido ali que os profetas Quadratus e Ammia teriam sido usados por Deus para tanto evangelizar quanto, por imposição de mãos, dar a Montano, Priscila e Maximila o dom espiritual de profecia que ostentavam, tendo sido estas três pessoas as responsáveis por tal avivamento na Frigia (que também pertence à Turquia).
– Ao dizer àquela igreja que havia posto “uma porta aberta” diante dela, o Senhor nos mostra claramente que o objetivo de nossa irrepreensibilidade não é fomentar, em nós, um sentimento de superioridade espiritual em relação aos demais homens, mas, sim, para que, de modo eficaz, venhamos a evangelizar o mundo, diante da “porta aberta” que foi posta diante de nós.
– O objetivo de nossa santificação outro não é senão o de nos habilitarmos para, como fiéis testemunhas, proclamarmos o Evangelho de Cristo, dizermos ao mundo que Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e que, brevemente, voltará.
– Não há outro propósito para nosso crescimento espiritual e nossa cada vez maior intimidade com o Senhor senão o evangelismo, a evangelização do mundo. Uma igreja que não entrar pela porta que o Senhor abriu estará perdendo uma oportunidade mui preciosa de agradar ao Senhor. E, se não agradarmos ao Senhor, entrando pela porta aberta da evangelização, também não poderemos entrar na porta da glória de Deus (Sl 24:9,10). Por isso, o apóstolo Paulo, consciente desta realidade, afirmou e exclamou: “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho!” (I Co 9:16). Temos esta consciência?
– A igreja de Filadélfia é a igreja do “amor fraternal”, do “amor dobrado”, já que a palavra “Filadélfia” é a união de duas palavras gregas que, por si só, já indicam amor: “philia” (amor, amizade) e “adelphia” (irmandade, fraternidade). É a igreja onde o amor está presente, tanto o amor a Deus, a amizade com Deus que é decorrente da santificação, quanto o amor ao próximo, revelado pela disposição em levar o Evangelho aos perdidos. É a igreja que cumpre o mandamento que o Senhor Jesus nos deixou: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” (Jo 15:12), As três grandes provas da vida, ou as três provas cardinais com as quais podemos julgar se possuímos ou não a vida eterna: a primeira é teológica, se cremos que Jesus é “o Filho de Deus” (3.23; 5.6,10,13). A segunda prova é moral, se estamos praticando a justiça e guardando os mandamentos de Deus (1.5; 3.5). A terceira prova é social, se nos amamos uns aos outros. Desde que Deus é amor e todo amor vem de Deus, é claro que uma pessoa sem amor não conhece a Deus (4.7,8) .
– Ao contrário de Éfeso, onde havia um intenso trabalho mas já faltava o primeiro amor, o que explica porque os efésios não mais estavam a evangelizar, vivendo apenas de obras intensas, mas feitas por automatismo, e de zelo doutrinário, a igreja de Filadélfia, sem deixar de ter apreço pela Palavra e também sem deixar de praticar boas obras, havia ido adiante, demonstrando que tudo fazia por e com amor, de modo que não deixava de evangelizar, de levar Cristo aos pecadores.
– É este, pois, um importante diferencial que devemos verificar, em nossos dias, quanto às igrejas locais. Têm sido elas operosas, ativas e abundantes em boas obras? Mas, como resultado disto, temos uma evangelização efetiva, vidas têm se encontrado com o Senhor Jesus? Se há apenas ativismo, mas não há salvação de vidas, estamos diante de uma igreja de Éfeso, onde não há mais o primeiro amor. Se, porém, temos, diante de nós, salvação, transformação de vidas, é porque estamos diante de uma igreja de Filadélfia, a “igreja do amor completo”, como disse nosso comentarista no título desta lição, uma igreja que prima por buscar e salvar aqueles que se haviam perdido, seguindo o exemplo de seu Salvador (Lc19:10).
– É interessante notar que, enquanto que Éfeso está completamente destruída na atualidade, não havendo lá nenhum cristão, Filadélfia, além de ter sido a última cidade da região a sucumbir ao domínio turco, o que ocorreu somente em 1388, ainda hoje possui cristãos (sendo, inclusive, sede de uma diocese da Igreja Romana), sem falar que há um bairro em Atenas, chamado “Nova Filadélfia”, onde há habitantes que emigraram da Turquia para a Grécia em 1923, para manterem a sua tradição cristã em completa liberdade a demonstrar como esta cidade realmente prefigura o “remanescente fiel” da igreja do Senhor até o dia do arrebatamento.
– Após ter mostrado a Filadélfia que havia aberto uma porta para ela, que outra não é senão a porta da evangelização, o Senhor Jesus reconhece que “…tendo pouca força, guardaste a Minha palavra e não negaste o Meu nome” (Ap 3:8b).
– A igreja de Filadélfia tinha “pouca força”. Isto significa que não tinha qualquer influência política, econômica ou social digna de nota. Por causa disso, sofreria a implacável perseguição dos religiosos e dos demais inimigos do Evangelho, mas, assim como Esmirna, ela se manteria fiel ao Senhor, guardando a Sua Palavra e não negando o Seu nome. O Senhor conhece as nossas forças (Sl 103:14; I Co10:13). Apesar da pouca força, a igreja de Filadélfia guardou a Palavra do Senhor e, nem mesmo diante das perseguições e duras provações, não negou o Seu Nome. Estas duas virtudes da igreja de Filadélfia foram observadas pelo Senhor, e Ele muito Se agradou.
– A perseverança é outra qualidade que se ressalta na igreja de Filadélfia que, mesmo em um ambiente hostil, manteve-se fiel ao Senhor. O Senhor foi explícito, em Seu sermão profético, ao dizer que somente aquele que perseverar até o fim será salvo (Mt 24:13). Será que o Senhor Jesus pode dizer o mesmo de nós?
– Em mais uma demonstração de seu amor a Deus, a igreja de Filadélfia havia guardado a Palavra de Deus, pois só guarda a Palavra quem ama ao Senhor (Jo 14:23). Havia, na igreja de Filadélfia, uma comunhão profunda com o Senhor, de sorte que nada os podia separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus (Rm 8:35-39).
– Além de guardar a Palavra, esta igreja “não negava o nome do Senhor”. Esta expressão é muito elucidativa. “Não negar o nome do Senhor” é fazer o contrário do que fez o apóstolo Pedro no dia da prisão de Cristo, quando, instado a manifestar a sua fé em Cristo, vergonhosamente negou o Senhor. “Não negar o nome de Cristo” significa suportar o vitupério do nome de Cristo, ou seja, suportar o menosprezo, o desprezo e até mesmo a morte por causa do nome de Cristo.
– Os judeus criaram uma expressão que representa o significado desta expressão do Senhor ao anjo da igreja de Filadélfia. É a expressão “Kidush Ha-Shem”, cujo significado é “santificação do Nome”, que nada mais é que oferecer a própria vida em ‘holocausto’ para a santificação do Nome de Deus, por lealdade à Torah, e em defesa do povo judeu.
– Vemos aqui, portanto, que, quando o Senhor Jesus fala que a igreja de Filadélfia “não negou o Seu nome”, está a traçar mais um paralelo com a igreja de Esmirna, outra igreja irrepreensível, qual seja, a de que era uma igreja que sofria a implacável perseguição, mas se mantinha fiel até a morte.
É realmente notório que as palavras faladas pelo Senhor a Filadélfia são muito parecidas com as que foram faladas a Esmirna. O problema de Esmirna era o judaísmo, e em Filadélfia também havia o judaísmo. À igreja em Esmirna o Senhor diz: “Para serdes posto à prova, enquanto para a igreja em Filadélfia o Senhor diz: “Eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra”. O Senhor também fala às duas igrejas com relação à coroa. Para Esmirna Ele diz: “Dar-te-ei a coroa da vida”, enquanto para Filadélfia Ele diz: “Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa”.As duas igrejas têm estes dois pontos semelhantes para mostrar que elas estão na mesma linha, isto é, na linha da ortodoxia da igreja apostólica.
– Tratava-se de uma igreja que, por confiar somente em Jesus e amá-l’O sobre todas as coisas, não tinha a sua vida por preciosa, a exemplo do apóstolo Paulo, cumprindo com alegria a sua carreira e o ministério que recebera do Senhor Jesus para dar testemunho do evangelho da graça de Deus (At 20:24). Assim, apesar de ter pouca força e, por causa disto, ser alvo vulnerável e fácil dos poderes político-social-econômico, continuava o seu mister de evangelização, mesmo às custas, às vezes, da própria vida física. “…O diabo ataca a igreja de todas as maneiras, com perseguição política, inimigos externos, inimigos internos, mas a igreja de Filadélfia guardou a Palavra de Deus e não negou o Nome de Jesus.
– A perseguição era implacável, sabia o Senhor Jesus. Aqui, uma vez mais, surge a “sinagoga de Satanás”, o mesmo grupo que se insurgira contra a igreja de Esmirna, que, conforme vimos ao analisar a carta àquela igreja, são os religiosos que queriam introduzir na igreja conceitos da religião humana grupos religiosos que certamente causaram aborrecimentos à igreja; talvez tentando introduzir heresias, tradições judaicas e, também, por não serem aceitos.
– A “sinagoga de Satanás” sempre se levanta contra as igrejas fiéis ao Senhor, porque não encontra guarida no seu meio, sendo, pois, um grupo que, mantido à parte pelos crentes fiéis, insurge-se contra aqueles que estão a servir a Deus fielmente. É um grupo que se acham conhecedores das coisas espirituais e que não se conformam com a simplicidade do Evangelho que há em Cristo Jesus, pessoas que, por não aceitarem a simplicidade do Evangelho, são pervertidos pelo diabo assim como se deu com Eva (2 Co 11.3).
– A “sinagoga de Satanás” é mentirosa, enquanto que a igreja genuína é verdadeira. Eles “se dizem judeus, e não são, mas mentem” (Ap 3.9). Notamos, pois, que uma das características dos adversários da igreja de Filadélfia era a mentira, ou seja, diziam ser judeus, diziam ser povo de Deus, mas não no eram, pois como se pode ser de Deus se se volta contra o corpo de Cristo? Assim, muitos, na atualidade, dizem-se cristãos mas não no são, já que se voltam contra o Senhor Jesus e a Sua Igreja. “Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho” (I Jo 2:22).
– Sendo mentirosa, a “sinagoga de Satanás” não segue a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, que é a verdade (Jo 17:17), como também, por não conhecer a verdade, continua escravizada pelo pecado, pois é a verdade que nos liberta (Jo 8:32-34). Assim, pelos seus frutos, conhecemos quem pertence à “sinagoga de Satanás” (Mt 7:15-23), não podendo nos associar a eles (I Co 5:7-13). Tomemos cuidado, amados irmãos!
– O Senhor Jesus, porém, promete à igreja de Filadélfia a vitória sobre a “sinagoga de Satanás”. Esta vitória, porém, não se dará neste mundo. Aqui, teremos aflições (Jo 16:33), aqui, aparentemente, a “sinagoga de Satanás” triunfará, mas, na verdade, ela será derrotada, pois o Senhor promete que ela virá e se prostrará aos pés da igreja, e saberão que o Senhor Jesus a ama (Ap 3:9).”…No devido tempo, todos verão o cuidado e o amor de Deus para com aqueles que Lhe são fiéis (Sl 23:5).
– No dia do juízo do trono branco, quando todos comparecerem diante do Senhor Jesus, que estará acompanhado de Sua esposa, a Igreja, todos dobrarão os seus joelhos e confessarão que Jesus é o Senhor, para glória de Deus Pai e, assim, a Igreja desfrutará, ao lado de Cristo, da vitória completa sobre a “sinagoga de Satanás” (Fp 2:9-11). Assim como participou das aflições de Cristo, a Igreja participará de Sua glória (Rm 8:17; I Pe 4:13).
– Na perspectiva histórica que vê em cada carta a uma igreja da Ásia Menor um período histórico da igreja sobre a face da Terra, temos que a “igreja de Filadélfia” representa uma das faces do último período da história da Igreja, a “boa parte”, que representa a igreja fiel e missionária que se iniciou em meados do século XVIII e que perdurará até o arrebatamento da Igreja, com o término da dispensação da graça.
– “…Profeticamente, porém, refere-se à era missionária da Igreja, que começou nos fins do século XVIII e que chega até nossos próprios dias. Profeticamente, esta igreja representa os tempos atuais, quando a igreja pentecostal tem tido as portas abertas para a obra de missão e evangelismo. Desde que a igreja de Sardes fez a reforma, e não se reavivou, muitos cristãos, usando a liberdade que se escancarou para buscarem ao Senhor, passaram a divulgar o Evangelho completo, sendo assim considerados os evangélicos. Os anos se passaram e os evangélicos em oração pediram a Deus uma vida espiritual como aquela que tinha a Igreja Primitiva, e não demorou a serem batizados no Espírito Santo e se espalharem por todos os países, levando a chama do Pentecostes a todos os lugares. E, bondade de Deus, o Brasil foi um dos países atingidos pela chama pentecostal já há mais de noventa anos.
– Com efeito, por influência daqueles que tinham se negado a viver apenas teoricamente o movimento da Reforma Protestante, chamados pelos ingleses de “puritanos”, bem como, na Alemanha, por força do dito “avivamento morávio”, iniciou-se um vigoroso movimento espiritual cristão, “sem força”, visto que não amparado por quaisquer poderes políticos, econômicos ou sociais, mas que, impulsionado pelo Espírito Santo, levou a diversos avivamentos em países da Europa, em especial Inglaterra, e nas colônias inglesas da América do Norte, que se tornariam os Estados Unidos da América, dando um avanço ao movimento missionário, até porque, a esta altura, por força da Revolução Industrial, a Inglaterra se tornará o Império Britânico, a maior potência mundial, levando o Evangelho a todos os cantos do mundo, como a Ásia, a África e a Oceania e, até mesmo, a América Latina, que havia sido toda tornada católica romana por ocasião das grandes descobertas e do domínio político da Espanha, que foi, precisamente, suplantada pela Inglaterra.
– Ao mesmo tempo em que a Inglaterra se sobrepunha no domínio do comércio internacional, de igual modo, por força dos avivamentos ocorridos em seu território, com destaque para o chamado “avivamento wesleyano”, os missionários iam avançando em todos os continentes, entrando na “porta aberta” pelo Senhor Jesus, não sem sofrerem grandes perseguições por parte da “sinagoga de Satanás”.
– A fidelidade a Deus, o amor pelas almas perdidas e a busca incessante da santificação fez com que tais crentes se sensibilizassem mais e mais com uma vida concretamente dedicada ao Senhor e ao estudo das Escrituras e, assim, verdades que se mantinham escondidas e não exploradas da Bíblia Sagrada, como a volta de Cristo e o batismo com o Espírito Santo passaram a ser cada vez mais levadas em conta, como vemos em movimentos como o “movimento dos irmãos”, que teve no irlandês que se radicou na Inglaterra, John Nelson Darby (1800-1882), um dos seus principais líderes, o qual fez ver a realidade do chamado “dispensacionalismo” e da volta de Cristo para o arrebatamento da Igreja, como também nos metodistas que passaram a verificar a importância da santificação como pilar da fé cristã, o que seu origem aos “movimentos de santidade”, que acabou por dar origem ao “movimento pentecostal”, que encontraria na rua Azusa, em Los Angeles, nos Estados Unidos, o seu início, com William Seymour (1870-1922), que deu origem ao maior avivamento que se teve notícia na história da Igreja e que já perdura há mais de 106 anos.
– É um movimento caracterizado pela falta de poder político, social e econômico, mas que, apesar de todas as perseguições sofridas, continua levando o amor de Cristo a todos os cantos do planeta, mantendo-se fiel à Bíblia Sagrada e suportando todas as aflições por amor ao Senhor. Nas mais diferentes circunstâncias adversas, tem sobrevivido, a indicar que é sustentado única e exclusivamente pelo Senhor Jesus. Assim é que, apesar da implacável perseguição das religiões institucionalizadas (Romanismo, Islamismo, Hinduísmo) e dos sistemas políticos antirreligiosos (nazifascismo, marxismo-leninismo, o maoísmo e, nos últimos tempos, o chamado “marxismo cultural globalizante”), continua fazendo seu trabalho missionário e ganhando almas para o Senhor Jesus. “…Os pentecostais têm sofrido muito diante das forças opositoras, entretanto, o tempo vai passando e eles vão se fortalecendo, guardando a Palavra do Senhor e não temendo divulgar as Boas-Novas a todas as gentes, dizendo: ‘Jesus salva, cura as enfermidades, batiza com o Espírito Santo e leva para o céu’.
3. As promessas que Jesus fez à Igreja de Filadélfia
– Depois de ter prometido a vitória sobre a “sinagoga de Satanás”, o Senhor Jesus continua a fazer promessas à igreja de Filadélfia. A primeira delas é de que “como guardaste a palavra da Minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra”.
– A igreja de Filadélfia é perseverante, pois “paciência” ;Perseverança aqui é usada como um substantivo. Hoje é tempo da perseverança de Cristo. Hoje o Senhor encontra muitos que escarnecem d’Ele, mas Ele é perseverante. Um dia o julgamento virá, mas hoje Ele é perseverante. Sua palavra hoje é a palavra da perseverança.
Há para esta igreja algumas promessas gloriosas. Primeira: A proteção pela sua perseverança. Será guardada da grande tribulação que há de vir sobre todo o mundo. Isso fala do arrebatamento que haverá para a igreja fiel. Esta promessa refere-se à grande tribulação que há de vir sobre todo o mundo (Ap 7:14). O Senhor promete guardar os crentes fiéis, não NA hora da grande tribulação, mas DA hora da grande tribulação; isto quer dizer que seremos arrebatados antes (Is.26:20; I Ts 1:10).
– O Senhor Jesus promete à igreja de Filadélfia que ela seria poupada da tribulação que adviria sobre o mundo todo. Entendem alguns que Filadélfia foi poupada nas grandes perseguições ocorridas durante o Império Romano, mas o texto tem uma aplicação profética sobressalente. Temos aqui a promessa que o Senhor faz a todos os crentes fiéis e irrepreensíveis de que eles serão poupados da Grande Tribulação, o período em que, em virtude da rejeição de Cristo, a humanidade sofrerá a ira divina, o juízo divino, a “ira futura” de que falou o apóstolo Paulo (I Ts 1:10), o próprio juízo que faz parte do ministério de Cristo, como já anunciara João Batista (Mt 3:12; Lc 3:17).
A referência neste versículo sobre a ‘hora da tentação’ é um termo técnico para descrever o período sombrio da Grande Tribulação, que, de um certo modo, envolverá todo o mundo e, na sua fase final, terá como alvo a cidade de Jerusalém e a Terra Santa. A Igreja desaparecerá silenciosamente antes, mediante o arrebatamento. E todos, não resta a menor dúvida, se decidirão por Cristo ou pelo Anticristo, que, sem dúvida, dominará o mundo dos ímpios. No texto em foco, foi prometida isenção da prova especial, a qual significa livramento da Grande Tribulação.
– Temos, nesta passagem, uma eloquente demonstração, em harmonia com outros textos das Escrituras, de que a Igreja não passará pela Grande Tribulação, que será poupada, pela sua perseverança e fidelidade, do juízo divino que virá sobre toda a Terra, sobre judeus e gentios, juízo este que é explicitado no livro do Apocalipse, a partir do capítulo 4. É por isso, aliás, que a Igreja não está presente no livro a partir do capítulo 4.
– “…Todavia, esta promessa está condicionada à perseverança e obediência à Palavra de Deus. Não basta dizermos que somos crentes, mas é preciso que guardemos a Palavra de Deus, que a vivamos e a cumpramos fielmente, inclusive no tocante à ordem do Senhor para evangelização, a fim de que desfrutemos desta gloriosa promessa.
– A segunda promessa que o Senhor Jesus faz à igreja de Filadélfia é a Sua volta: “Eis que venho sem demora” (Ap 3:11a). O Senhor promete voltar para a Igreja, e “sem demora”. Por mais que o mal pareça triunfar, por mais difícil que se torne evangelizar, por mais que a “fraqueza” da Igreja se mostre ante os acontecimentos, temos de manter viva a esperança de que Jesus está para voltar, “ porque ainda um poucochinho de tempo, O que há de vir virá e não tardará” (Hb 10:37).
– A esperança da volta de Cristo é primordial para que nos mantenhamos fiéis e perseverantes. Infelizmente, nos dias hodiernos, trata-se de uma mensagem esquecida nas igrejas locais. Estão todos pensando nas coisas desta vida, esquecidos que o Senhor Jesus está para voltar e arrebatar a Sua Igreja. Há até pessoas que, mesmo conscientes da volta de Cristo, estão tão preocupados em decifrar os acontecimentos profetizados para o período posterior à Igreja que se esquecem, completamente, de que tudo isto não está reservado para os crentes fiéis e perseverantes.
– Junto a esta promessa, o Senhor Jesus faz uma advertência à igreja de Filadélfia: guarda o que tens, pra que ninguém tome a tua coroa (Ap 3:11). Segundo os Anais da História grega, na Grécia antiga, em Olímpia, no Peloponeso, de quatro em quatro anos, se realizavam os jogos olímpicos desde o ano 776 a.C. Aos vencedores se outorgava uma coroa — a coroa da vitória — formada de folhas de ouro entrelaçadas. Esta é uma mensagem de encorajamento e consolação aos fiéis, mas (também) é uma palavra de advertência aos hesitantes, aos quais é dito que se tornem constantes, e sempre abundantes na obra do Senhor ( I Co.15:58).
– “…Não é bom descuidarmos daquilo que recebemos de Deus. Tanto bênçãos espirituais, quanto materiais. Salvação, batismo com o Espírito Santo, dons espirituais, posição social, emprego, casamento etc. Lembremo-nos sempre da divina advertência. Guarda o que tens. Satanás e seus agentes estão sempre interessados em nos despojar daquilo que Deus nos deu.
E o que ela tem que precisa guardar? Boas obras: fazer missão e evangelismo enquanto a porta está aberta; guardar a Palavra de Deus; não negar o nome do Senhor; gozar do amor de Deus; manter-se perseverante na fidelidade.
– A perseverança, a fidelidade, a confiança em Deus, o amor a Deus e ao próximo, a santidade que, inclusive, leva à oposição da sinagoga de Satanás, precisam ser preservados pela igreja de Filadélfia, para que ninguém tome a sua vitória, representada pela coroa mencionada. Aqui, como em Esmirna, o Senhor volta a falar em coroa, pois só os crentes fiéis e perseverantes desfrutarão desta vitória. Temos acesso ao tesouro celestial, como já vimos, e todo tesouro que é encontrado, deve ser guardado, para que não venhamos a perdê-lo (Mt 13:44).
– Somente podemos guardar o que recebemos de Deus se a este tesouro demos o devido valor. Quando passamos a dar prioridade para outras coisas que não as bênçãos recebidas da parte de Deus, tornamo-nos descuidados e, desta maneira, o ladrão facilmente poderá nos tomar aquilo que recebemos e, não tendo mais este tesouro, certamente não desfrutaremos da vitória final.
– Temos sido cuidadosos com a nossa vida espiritual? Temos guardado com cautela e dedicação aquilo que recebemos da parte do Senhor? Ou já temos perdido aquilo que o Senhor um dia nos deu, como a salvação, o batismo com o Espírito Santo ou os dons espirituais? Se não vigiarmos, se não guardarmos o que Deus nos deu por Sua graça, não venceremos o mundo, mas, sim, seremos vencidos por Ele. Que repitamos, porém, as palavras do poeta sacro traduzido/adaptado por Paulo Leivas Macalão: “Glória a Deus, pois vencerei; glória a Deus, pois vencerei; triunfante sigo, levando a cruz. Glória a Deus, pois vencerei; glória a Deus, pois vencerei, em nome de Jesus”(estrofe do hino 298 da Harpa Cristã).
– E, como fez em todas as cartas que mandou João escrever, o Senhor Jesus também dá promessas aos vencedores. Nesta carta à igreja de Filadélfia: “A quem vencer, Eu o farei coluna no templo do Meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do Meu Deus, e também o Meu novo nome” (Ap.3:12).
– A primeira promessa desta seção dos vencedores (pois já vimos que o Senhor fez outras promessas nas seções anteriores da carta) é o de “fazer coluna no templo do Meu Deus”.“…A Igreja do Senhor, já na presente era, é a ‘coluna e firmeza da verdade’ ( I Tm 3:15b) e o que ela representa na atualidade será, sem dúvida alguma, na eternidade. As colunas são usadas como emblemas de força e durabilidade. Quando uma cidade sofre terremoto e cai, geralmente ficam em pé colunas de edifícios, porque a técnica de construção e alicerces dessas colunas são reforçados. Filadélfia constatara isso várias vezes após terremotos sofridos [Filadélfia sofreu um terremoto tão grande no ano 17 que o imperador Tibério a isentou de pagamento de tributos, tamanha a devastação, observação nossa]. Daí a figura de expressão aqui usada. Em realidade, significa que os crentes de Filadélfia (e a Igreja Universal) haveriam de estar sempre na presença de Deus, pois Deus mesmo é o Templo da Jerusalém Celeste ( Ap 21:22).
– Apesar do transtorno de fundamentos que nos cercam, na atualidade, que nos faz ver, dentro de nossa pequena força, nossa impotência para impedir o curso de estabelecimento de um anticristianismo globalizante em todo o mundo (Sl 11:3), não podemos deixar de resistir nem tampouco de preservar os princípios e valores advindos das Escrituras Sagradas. Se tudo parece ruir, se a civilização cristã parece estar sendo derribada, não desanimemos nem desfaleçamos, mas saibamos que seremos “coluna no templo do Deus de Cristo Jesus”, que faremos parte de uma nova civilização, onde o amor imperará para sempre e eternamente. Aleluia!
– A segunda promessa desta seção dos vencedores é “escrever o nome do Meu Deus”. “…Isto acontecerá para nos dar o direito de ser pronunciado ao mesmo tempo ‘nosso Pai e nosso Deus’, pois nunca, jamais, durante Sua missão terrena, Jesus o fez. Jesus é o Filho de Deus por natureza, nós o somos por adoção ( Jo 1:12; Gl 4:5-7). Eis a razão da distinção feita por Jesus em Jo 20:17: ‘Meu Pai e vosso Pai; Meu Deus e vosso Deus. Com a glorificação, chegaremos varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo (Ef 4:13), o que nos permitirá estar a um nível acima dos anjos, ainda que abaixo de Deus. Que maravilha, nós, míseros pecadores, chegarmos a tal estado espiritual. Aleluia!
– A terceira promessa desta seção dos vencedores é a de “escrever o nome da cidade do Meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do Meu Deus”. Aqui, o Senhor Jesus confirma que, aos vencedores, será dado que se tornem “concidadãos dos santos e da família de Deus” (Ef 2:19), que cumpram o seu desejo de pertencer à pátria celestial (Hb 11:14-16), de realizar a esperança de morar na cidade que está nos céus (Fp 3:20). Jesus diz à igreja de Filadélfia de que a levará para as moradas celestiais, onde lhe foi preparar lugar (Jo 14:2,3). Estamos à busca deste lar celestial? Ou temos nos iludido com os vãos terrestres esplendores? Despertemos enquanto é tempo, amados irmãos!
– A quarta promessa desta seção dos vencedores é a de “escrever também o Meu novo nome”. A igreja de Filadélfia já desfrutava de uma íntima comunhão com o Senhor Jesus, a ponto de perseverar na fidelidade, na santidade e na evangelização, a ponto de o Senhor Jesus a considerar irrepreensível. Entretanto, esta comunhão não é para comparar com a que se aguardava para aquela igreja. Glorificada, a igreja de Filadélfia teria uma nova dimensão de relacionamento com o Senhor, a ponto de ser escrita nela “o novo nome de Jesus”, um nome que até hoje não nos foi revelado, mas que o será naquele dia. Trata-se, mui provavelmente, do nome mencionado em Ap 19:12, que ninguém sabe a não ser o próprio Jesus. A nossa comunhão com o Senhor na eternidade é algo que não tem como ser descrito, é algo que jamais subiu ao coração do homem, mas que está preparado a todos que amam a Cristo, como era o caso da igreja de Filadélfia (I Co 2:9). Vale a pena servirmos a Jesus, queridos!
– O Senhor Jesus finaliza esta carta com a expressão que estende todas as promessas feitas a Filadélfia a todos os crentes de todas as épocas e lugares: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 3:13). Temos nos preparado para receber estas promessas? Temos guardado a Palavra do Senhor e não negado o Seu nome nos dias tão difíceis por que passamos?
“A quem vencer, Eu o farei coluna no templo do Meu Deus, donde jamais sairá; e escreverei sobre ele o nome do Meu Deus; e o nome da cidade do Meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, da parte do Meu Deus, e também o Meu novo nome. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” Ap 3:12 e 13.
Estas promessas foram dirigidas a um povo sem mácula, abundante em amor fraternal e zeloso em sua vasta obra de evangelização. Trata-se evidentemente de um povo fiel, dedicado e perseverante.
Todo aquele que deseja ser uma coluna viva no templo de Deus, tem o seu caráter moldado pelas poderosas mãos do Oleiro. Ele é fiel para cumprir todas as promessas.
V. A representação da Igreja de Filadélfia com os nossos dias
Na crônica da história da igreja, Filadélfia representa a igreja evangélica nascida no século 19 durante o 2° Grande Despertamento. (O primeiro ocorreu cerca de 100 anos antes principalmente nas colônias do norte.)
Por séculos os eruditos haviam ensinado uma interpretação alegórica das Escrituras, especialmente da profecia, mas em meados do século 19 a maioria leiga foi energizada por um retorno à interpretação literal. O arrebatamento pré-tribulação e o reino de 1000 anos do Senhor na terra, visões que prevaleciam durante o 1° século mas foram abandonadas com a interpretação alegórica, eram novamente populares. A igreja renascera.
(Título) “Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre:” Jesus é o Messias que segura as chaves do Reino Davídico. Ele somente tem a autoridade de permitir ou negar entrada.
(Menção Honrosa) “Conheço as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome. Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não são, mas mentem: eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo.” A porta aberta é aquela pela qual João entrará no céu no capítulo 4 para ficar diante do Trono de Deus, um tipo do Arrebatamento. A Igreja de Filadélfia, não recebendo crítica, também recebe admissão. Isso é simbólico do fato de que para aqueles salvos pela graça através da fé, é como se nenhum pecado jamais tivesse sido cometido.
No 1° século, Filadélfia, assim como outras igrejas gentílicas daquele tempo, era atacada por “judaizantes”. Eles insistiam que antes de um gentio por se tornar um cristão, ele tinha que se tornar um judeu e guardar a Lei. Eles serão forçados a admitir que o caminho para o cristianismo não passava pelo judaísmo, mas ia direto para os pés da cruz.
Nos últimos dias, os advogados da Teologia da Substituição (aqueles que crêem que a Igreja substituiu Israel) e outros grupos declaram que a herança de Israel como favorita de Deus, também terá que se curvar diante da igreja e admitir o erro dos seus caminhos.
(Admoestação) “Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra.” A promessa de um arrebatamento pré-tribulação. A palavra grega traduzida como “ da ” na passagem significa literalmente “totalmente fora” e nos exclui do tempo, lugar e causa dos julgamentos dos tempos do fim. Somente uma “hora da tentação” é profetizada como sendo mundial, e somente uma é designada para os habitantes da terra. É a Grande Tribulação. Através do balanço do Apocalipse a Igreja é referenciada como aqueles que habitam no céu.
(Chamado) “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.” Eis aqui um daqueles lugares que distinguem o dom gratuito da salvação das coroas que receberemos como prêmio por nosso trabalho feito no nome do Senhor a partir de gratidão por Sua dádiva. Uma daquelas coroas está reservada para aqueles que anseiam por Seu aparecimento (2 Tim 4.8) e isso descreve perfeitamente a atitude da Igreja de Filadélfia.
A palavra grega traduzida como “sem demora” na verdade significa rapidamente. Quando Ele vier, virá repentinamente, sem aviso. Não deixe ninguém lhe convencer contra a promessa de Sua vinda. Não perca a esperança!
(Desafio) “A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome.” Quem é esse que vence o mundo? Pergunta João. Somente aqueles que crêem que Jesus é o Filho de Deus (1 João 5.5). A Nova Jerusalém é o lar da igreja. Nada impuro poderá jamais entrar nela, somente aqueles cujos nomes estão escritos no Livro da Vida do Cordeiro (Ap 21.27). Com toda essa identificação, não haverá dúvidas quanto a quem estará autorizado a viver lá.
(Promessa) “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” Uma vez mais somos admoestados a manter as bases do Evangelho. Apegue-se à Sua Palavra. Não negue Seu nome. Firme-se em suas convicções. Mantenha o olhar para o alto.
Era um dia claro e lindo quando chegamos em Filadélfia, atual Alashehir, logo após o almoço. Hora perfeita, eu pensei, já que locais históricos na Turquia fecham às 3:00 da tarde. Nós vimos placas apontando o caminho para o local da igreja e chegamos sem dificuldade por volta de 1:30. Era uma vizinhança tranqüila e o local propriamente dito era como um parque, verde e limpo.
A placa sobre o portão nos informou que havíamos chegado durante o horário de visitas e, como nos outros locais que visitamos, havia um pequeno escritório para coletar as taxas e distribuir literaturas. Mas diferentemente de todos os outros lugares, apesar de termos ficado por mais de uma hora, não vimos sequer um visitante ou empregado. Era como se todos houvessem desaparecido, exatamente como o Senhor prometeu.
A Parábola do Reino que descreve a Igreja de Filadélfia é a da Pérola de Grande Valor. As pérolas são unicamente gentias, já que as ostras não são kosher (Lv 11.9-12). Uma pérola é a única gema que se forma de um organismo vivo. Ela cresce em resposta a uma irritação enquanto escondida no mar. No tempo da colheita, ela é removida de seu habitat natural para ser separada como um objeto de adorno. Parece-se com a Igreja. E é claro que a Carta de Paulo aos Tessalonicenses, que introduziu o Arrebatamento na terra, se encaixa maravilhosamente também.
“Venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.” Ap 3:11.
Em nenhuma outra parte das profecias do Apocalipse é feita referência à segunda vinda de Cristo com tanta evidência. À Igreja em Tiatira foi dito: “Mas, o que tendes retende-o até que Eu venha”. À igreja em Sardes foi admoestado: “E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão”, demonstrando maior aproximação do grande acontecimento. Mas à igreja em Filadélfia, o tema da segunda vinda de Cristo soou como uma esperança e até como uma realidade próxima. O mundo foi despertado diante do alto clamor da proclamação do Evangelho Eterno.
Para cumprimento das profecias de Deus, esse grande despertamento religioso teria que ocorrer ao se completarem os 1260 anos de perseguição ao remanescente povo de Deus (538 a 1798 dC). No tempo exato, ou seja, a partir de 1798 dC a história registra o surgimento das grandes sociedades bíblicas: Britânica (1804), Russa (1812), Alemã (1813), Americana (1816), a de Paris (1822), a de Basiléia na Suíça (1834) e a de Berlim (1845). Quando o mundo foi provido da Palavra de Deus, abriu-se caminho para a proclamação final do Evangelho Eterno a toda a humanidade e em testemunho a todas as nações, conforme as palavras proféticas de nosso Senhor Jesus relatadas em Mateus 24:14. Este seria um período de liberdade para que o Livro Sagrado fosse lido, estudado e divulgado.
E por último, estas belas palavras aos vencedores:
“A quem vencer, Eu o farei coluna no templo do Meu Deus, donde jamais sairá; e escreverei sobre ele o nome do Meu Deus; e o nome da cidade do Meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, da parte do Meu Deus, e também o Meu novo nome. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” Ap 3:12 e 13.
Estas promessas foram dirigidas a um povo sem mácula, abundante em amor fraternal e zeloso em sua vasta obra de evangelização. Trata-se evidentemente de um povo fiel, dedicado e perseverante.
Todo aquele que deseja ser uma coluna viva no templo de Deus, tem o seu caráter moldado pelas poderosas mãos do Oleiro. Ele é fiel para cumprir todas as promessas.
Que Deus nos faça repetir, em nossas vidas, a conduta do pastor e da igreja de Filadélfia, a fim de que também desfrutemos destas maravilhosas promessas, pois, sem dúvida alguma, a igreja de Filadélfia representa a igreja que será arrebatada por Cristo. O tempo está muito próximo e devemos, o quanto antes, nos moldar a este padrão irrepreensível de amor completo ao Senhor e ao próximo. Temos feito isto?
Em breve estaremos de volta dando sequencia a esta série.
Nenhum comentário:
Postar um comentário