Por Jânio Santos de Oliveira
Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena
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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!
Gideão apazígua os Efraimitas e mata os reis dos midianitas
Então os homens de Efraim lhe disseram: Que é isto que nos fizeste, que não nos chamaste, quando foste pelejar contra os midianitas? E contenderam com ele fortemente.
Porém ele lhes disse: Que mais fiz eu agora do que vós? Não são porventura os rabiscos de Efraim melhores do que a vindima de Abiezer?
Deus vos deu na vossa mão os príncipes dos midianitas, Orebe e Zeebe; que mais pude eu fazer do que vós? Então a sua ira se abrandou para com ele, quando falou esta palavra (Jz 8:1-4).
Nós estamos apresentando uma série de estudos bíblicos especiais sobre a vida de Gideão.
Já falamos sobre :
- "A sua biografia de Gideão";
- As circunstâncias da chamada de gideão;
- Deus encoraja a Gideão.
- Derrubando os altares de Baal
- Gideão pede provas e Deus confirma.
- A seleção dos chamados
- A confirmação do Senhor
- A estratégia Divina e a vitória de Gideão.
- Agora estaremos falando sobre::
- Gideão um conciliador
I. Uma análise preliminar do texto.
Primeiramente, vemos que Gedeão é conciliador (Jz 8, 1-3). Quando membro da tribo de Efraim o procuram para reclamar o fato dele não ter pedido ajuda contra os madianitas, Gedeão sabiamente atribui o crédito da vitória aos efraimitas e encerra a discussão.
Os homens de Efraim reclamaram com Gideão por terem sido convocados tardiamente (Jz 8.1). A resposta lisonjeira de Gideão gerou um efeito apaziguador naqueles indivíduos.
Aqui se manifesta o espírito independente da tribo de Efraim que, dentro de uns dois séculos, causaria a divisão definitiva dos reinos de Israel e Judá (12.1; 1Rs 12.16-17). Entende-se a hesitação da parte de Gideão em convocar os efraimitas por ser ele um membro da tribo de Manassés, o qual foi posto em segundo lugar por Jacó (Gn 48.14-22). Gideão queria evitar a aparência de quem aspirava à preeminência no poder. .
2 Não são, porventura, os rabiscos de Efraim melhores que a vindima de Abiezer? : “O resto das uvas de Efraim não são melhores do que toda a colheita de Abiezer?”). O que sobra depois da colheita principal, assim como no caso dos grãos que Rute catava nos campos ( Rt 1.22)
A resposta de Gideão contrasta notavelmente com a de Jefté (12:1-6). Assegurou aos homens de Efraim que sua façanha fora maior. Efraim prendera os chefes midianitas enquanto a clã de Abiezer (clã de Gideão) só realizara funções preparatórias. A resposta branda de Gideão satisfez os efraimitas.
II. O motivo da rixa de Efraim com Gideão.
II. O motivo da rixa de Efraim com Gideão.
Logo depois que Deus resgatava seu povo da opressão dos ídolos e dos inimigos, (No caso dos juízes anteriores) o único detalhe adicional mencionado é a duração da paz que os israelitas usufruíram sob a liderança daquele juiz em particular.
No caso de Gideão, a coisa não é tão simples. Em geral, Israel está em uma espiral descendente. E duas situações novas começam a ocorrer, no ministério de Gideão: o povo começa a "abandonar a fé" exatamente durante a sua liderança, e não depois, como aconteciam nos juízes anteriores; e existem profundas falhas na liderança de Gideão.
Assim, em vez de recapitular em apenas um versículo a liderança de Gideão após a vitória, o escritor de Juízes lhe dedica dois capítulos inteiros.
1.Esquecendo a lição de casa. Efraim era uma das tribos mais poderosas de Israel, e Gideão pediu que ela interceptasse os midianitas em fuga (7.24,25).
Contudo, a tribo de Efraim estava desgostosa com Gideão: "Por que não nos chamaste quando foste guerrear contra os midianitas?" (8.1).
A verdade é que talvez eles se negassem a marchar sob o comando de Gideão: Efraim era uma das tribos mais fortes nas áreas econômica e militar, e Gideão fazia parte da família mais pobre da tribo de Manasses (8.2) “Não são porventura os rabiscos de Efraim melhores do que a vindima de Abiezer?”
A crítica de Efraim foi resultado da frustração que a tribo sentiu por não participar dos louros da vitória. Ironicamente, essa atitude revela duas verdades:
Primeiramente,que Deus estava corretíssimo ao dizer que Israel queria se gloriar contra ele e se vangloriar na vitória; e, em segundo lugar, que Efraim não teria respeitado nem se submetido ao juiz escolhido por Deus.
A resposta de Gideão a Efraim é respeitosa e diplomática. Ele enfatiza que a tribo de Efraim é muito mais poderosa do que sua tribo (8.2) e que (ao contrário dele) eles já havia capturado e matado dois líderes midianitas (v. 3).
Deve ter sido difícil engolir o esnobismo e a crítica de Efraim, mas Gideão segura a língua— e, com o desejo de glória e louvor satisfeito, "acalmou-se a indignação deles contra Gideão" (v. 3).
Diante disso, temos vontade de elogiar Gideão por sua humildade e calma. Todavia, a seção seguinte mostra que não foi por ter essas qualidades que ele usou de tanta diplomacia para com Efraim.
Gideão via esquecer a lição de casa que Deus já o havia dado, para aprender a confiar, e saber que tudo depende de Deus, nada depende de nós.
III. Definindo o conceito conciliação.
A conciliação na história do ordenamento jurídico
brasileiro não vem de agora, nem é exclusivo ao
nosso país. É quase que impossível mensurar
quando essa doutrina se originou. Para grande parte
dos doutrinadores, entende-se que a conciliação se
encontra inerente à natureza do homem, apesar da
visão do Poder Judiciário enquanto único possível a
solucionar os conflitos está incutida na sociedade.
Centralizar a resoluções de conflitos apenas na
figura do Estado/Juiz, começa quando o homem
busca, de forma mais “constitucional” o que de
forma relacional torna-se difícil.
A procura de “alternativas” de realização da
Justiça se mostra como um desafio a todos que
militam na causa da justiça, principalmente os
processualistas. Diante dessa busca, a conciliação
torna-se uma ferramenta importantíssima na
resolução de conflitos, onde o poder decisivo sai
do “todo poderoso” Estado/juiz e passa pelo
consenso entre as partes.
No Ordenamento Jurídico Brasileiro.
A Justiça Brasileira enxerga a conciliação em dois
veios processuais;
•Judicial (processual). É dever do juiz enquanto
representante do Estado, devendo ser praticada a
qualquer momento e em qualquer grau de
jurisdição, como previsto no art. 125, IV, do Código
de Processo Civil. Esse mesmo Código estimula a
conciliação em momentos diversos, os arts. 277 e
331 prevêem a audiência, a qual não priva o juiz
de tentar novamente em outras fases do
procedimento, como previsto nos arts. 447 a 449
do CPC.
Extrajudicial (direito de vontade das partes). Tem como
norte dois aspectos. O que é obtido sem formalidade
judicial; o que não se faz perante a autoridade judiciária,
mas homologada por esta. Para fins judiciais, processos
extrajudiciais são ações intermediadas por um advogado
e que não são levadas para a justiça, são resolvidas de
forma conciliatória, ou amigável.
LJE - Lei nº 9.099 de 26 de Setembro de 1995
•Art. 22 – Audiência conciliação (cível);
•Art. 57 - Homologação do acordo extrajudicial;
•Art. 73 – Audiência de Conciliação (criminal – preliminar);
•ENUNCIADO 89 (Substitui o Enunciado 36) – Havendo possibilidade de solução de litígio de qualquer valor ou matéria subjacente à questão penal, o acordo poderá ser reduzido a termo no Juizado Especial Criminal e encaminhado ao juízo competente
IV. O que a Bíblia fala sobre a conciliação.
A Bíblia, no livro do Evangelista Mateus, cap. 5, nos leva
crer em uma prática conciliatória entre os povos de quem
a Bíblia discorre em seu arcabouço literário.
“22 Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo.
23 Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
24 deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta.
25 Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que o adversário não te entregue ao juiz, o juiz, ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão.
26 Em verdade te digo que não sairás dali, enquanto não pagares o
último centavo”.
Esse texto é um ensinamento jurídico de
Jesus pós Sermão das Bem-Aventuranças. Os conflitos
sociais sempre foram acompanhado de perto por Deus,
desde Adão até os dias de hoje.
É impossível observar o processo de conciliação bíblico
sem antes entender a idéia bíblica de justiça.
Segundo o renomado professor Tércio Siqueira, em um
dos seus belos estudos sobre justiça na ótica bíblica do AT,
afirma que a idéia como conhecemos, encontra-se guarita
no meio “secular”, vejamos:
“O primeiro conceito de "justiça" vem do mundo secular. O
interesse na "justiça", na Bíblia, tem sua origem nas exigências
pela justiça social e política, bem como pelos direitos humanos. A
Bíblia, como um todo, não nega a importância dessas demandas,
porém reinterpreta os objetivos da "justiça", para dar-lhe um
novo significado”.
Já no Novo Testamento, para o douto professor,
justiça tem haver com: Reino de Deus,
fé, fidelidade, justificação que traz vida e vida eterna,
amor e paz: “Buscai em primeiro lugar o Reino de
Deus e a sua justiça... (Mt 6.33)”
“Porque nele a justiça de Deus se revela de fé para a
fé, conforme está escrito: 'o justo viverá da fé (Rm
1.17)”, apesar de conter a visão “secular” em algumas
passagens como: “... como imperou o pecado na
morte, assim também imperasse a graça por meio
da justiça, para a vida eterna, através de Jesus
Cristo... (Rm 5.21) “... segue a justiça, a fé, a
caridade, a paz com aqueles que, de coração puro
invocam o nome do Senhor. (2Tm 2.22)”.
Dentro desse panorama abordado, fica a indagação:
Como promover uma conciliação bíblica dentro de
uma perspectiva processual?
Uma das formas que poderemos responder esse
questionamento, entendo está presente no que nos
ensina Jesus nessa bela passagem que se encontra no
evangelho antes citado, vejamos:
Mt 5. 20 Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em
muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus.
Fica bem claro a necessidade de se enxergar o
processo conciliatório bíblico com outros olhos.
Quando necessário, o nosso excesso na busca pela
conciliação sempre nos levará a dimensão da vontade
de Deus e não a nossa.
Quando excedemos a justiça dos Fariseus e Escribas, (essa
em muitos caso é necessária e justa) verificamos que
pintar o sepulcro nunca alterará o seu cheiro interior, mas
limpando-o primeiro por dentro, haverá sempre uma
possibilidade de entendermos a natureza que procede a
justiça que vem de Deus, como conseqüência e não causa
desse processo, como bem relata as Escrituras Sagradas
em um dos mais belos julgamentos da historia, onde
Salomão promove um julgamento entre duas mulheres
pela guarda de um criança, vejamos em 1 Re 3. 5:28.
A conciliação no âmbito bíblico sempre buscará o que é
“justo” dentro de um visão onde não haja apenas
vencedores ou perdedores e sim um consenso do que
será melhor para as duas partes. O evangelho genuíno
começa no próximo e não em mim.
Outro ponto que não se pode desvincular do principio
conciliatório como resolução de conflitos é o saber
PERDOAR.
A conciliação no âmbito bíblico sempre prezará o amor
como “Carta Magna” e os decididos como prova da
existência dele na vida das pessoas.
Paulo também traduz a idéia de justiça em duas de suas cartas, aos
romanos cap. 6 (justiça x graça), por serem profundos
conhecedores e berço da justiça contemporânea, e DE FORMA
CONCILIATÓRIA entre os irmãos de Corinto , vejamos:
“1Co 6. 1 Aventura-se algum de vós, tendo questão contra outro, a
submetê-lo a juízo perante os injustos e não perante os santos?
2 Ou não sabeis que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o
mundo deverá ser julgado por vós, sois, acaso, indignos de julgar as coisas mínimas?
3 Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos? Quanto mais as coisas desta vida!
4 Entretanto, vós, quando tendes a julgar negócios terrenos,
constituís um tribunal daqueles que não têm nenhuma aceitação na
igreja.
5 Para vergonha vo-lo digo. Não há, porventura, nem ao menos um
sábio entre vós, que possa julgar no meio da irmandade?
6 Mas irá um irmão a juízo contra outro irmão, e isto perante
incrédulos!
7 O só existir entre vós demandas já é completa derrota para vós
outros. Por que não sofreis, antes, a injustiça? Por que não sofreis,
antes, o dano?
8 Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano, e isto aos
próprios irmãos!
Neste texto encontramos:
•O litígio entre irmãos deve ter a igreja como seu primeiro
tribunal e se possível, único;
•O ministério da conciliação deve ser sempre observado na
visão do outro.
•É desonroso para a igreja ter os seus problemas expostos
ao julgamento particular ou público de pessoas não fiéis ao
Evangelho.
•A justiça que vem do alto é imputada por meio da fé em
Cristo. Ela vem do alto porque não se vincula a elementos
humanos como: “achismos”, religiosidade, imposição, etc...
Por fim, entendamos a necessidade de conciliar sempre,
como diz um adágio jurídico: “um mal acordo, por mais
doloroso que seja, sempre será melhor que uma boa
briga”.
Ainda corroborando como tudo, finalizo com um sábio
texto no blog Vida Cristã, vejamos:
“A sabedoria divina cuida das relações do homem com
Deus, das relações interpessoais e de tudo o que lhe for
apresentado na era presente ou no porvir. Jesus Cristo,
em Seu ministério terreno, é referência para a igreja no
tratamento dos conflitos. Seu sucesso ao enfrentá-los é a
garantia do nosso sucesso caso sigamos sua
metodologia exposta no Sermão do Monte. O primeiro
passo na solução do conflito é a humildade para
reconhecê-lo e depois confrontá-lo e aprender com ele”.
V. Abigail é um exemplo modelo de conciliação
1 Samuel 25:18-24
Então Abigail se apressou, e tomou duzentos pães, e dois odres de vinho, e cinco ovelhas guisadas, e cinco medidas de trigo tostado, e cem cachos de passas, e duzentas pastas de figos passados, e os pôs sobre jumentos.
E disse aos seus moços: Ide adiante de mim, eis que vos seguirei de perto. O que, porém, não declarou a seu marido Nabal.
E sucedeu que, andando ela montada num jumento, desceu pelo encoberto do monte, e eis que Davi e os seus homens lhe vinham ao encontro, e ela encontrou-se com eles.
E disse Davi: Na verdade que em vão tenho guardado tudo quanto este tem no deserto, e nada lhe faltou de tudo quanto tem, e ele me pagou mal por bem.
Assim faça Deus aos inimigos de Davi, e outro tanto, se eu deixar até amanhã de tudo o que tem, até mesmo um menino.
Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, e desceu do jumento, e prostrou-se sobre o seu rosto diante de Davi, e se inclinou à terra.
E lançou-se a seus pés, e disse: Ah, senhor meu, minha seja a transgressão; deixa, pois, falar a tua serva aos teus ouvidos, e ouve as palavras da tua serva.
1 Samuel 25:27,28
E agora este é o presente que trouxe a tua serva a meu senhor; seja dado aos moços que seguem ao meu senhor.
Perdoa, pois, à tua serva esta transgressão, porque certamente fará o SENHOR casa firme a meu senhor, porque meu senhor guerreia as guerras do SENHOR, e não se tem achado mal em ti por todos os teus dias,
Características físicas e morais de Abigail
O típico A Bela e a Fera:
“E era o nome deste homem Nabal, e o nome de sua mulher Abigail; e era a mulher de bom entendimento e formosa; porém o homem era duro, e maligno nas obras, e era da casa de Calebe.” 1 Samuel 25.3
“Meu senhor, agora não faça este homem vil, a saber, Nabal, impressão no seu coração, porque tal é ele qual é o seu nome. Nabal é o seu nome, e a loucura está com ele, e eu, tua serva, não vi os moços de meu senhor, que enviaste.” 1 Samuel 25. 25
Abigail vivia no seguinte contexto:
Ela estava com o problema – Nabal -: “tolo e estúpido”.
Ela era casada com o problema.
Ela dormia com o problema. Mas, tinha a solução para o problema. “...ela vigia seu marido a respeito de seus defeitos nas relações sociais”.
Perfil de Nabal:
Homem duro – 1 Sm 25.3
Maligno nas suas obras – 1 Sm 25.3
Egoísta (era avarento)
Não honrava às pessoas – (desonrou a Davi)
Ingrato – (Esqueceu o que Davi fez por ele anteriormente)
Escarnecedor e desdenhador (desprezou e desdenhou Davi – 1 Samuel 25.11,21
Coloque isto diante das atitudes de Abigail e simplesmente você verá o oposto, na própria narrativa bíblica.
Coragem
A fez sair de casa e ir ter com um Rei que poderia não a poupar de sua ira.
“Considera, pois, agora, e vê o que hás de fazer, porque o mal já está de todo determinado contra o nosso amo e contra toda a sua casa, e ele é um homem vil, que não há quem lhe possa falar... Então Abigail se apressou... disse aos seus moços: Ide adiante de mim, eis que vos seguirei de perto. O que, porém, não declarou a seu marido Nabal.” 1 Samuel 25.17;19
Sábia e Sensata
“E disse aos seus moços: Ide adiante de mim, eis que vos seguirei de perto. O que, porém, não declarou a seu marido Nabal.”
Caráter é fruto de convivência?
Abigail, mostra que a influência anterior ao seu casamento moldou seu caráter, com ótimas qualidades.
Vivia com Nabal, porém, contrariando a percepção da Psicologia sobre a formação do caráter, por convivência, se manteve, certamente pela sua criação e personalidade, sem dúvida alguma, sem deixar-se contaminar pelo duro coração de seu marido.
Provavelmente seu casamento foi ao molde oriental – uma menina bela casa com um rico através do dote bem aceito pela sua família, mas culturalmente era o normal.
"E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada" Tiago 1:5-5
Primeiro tinha atitude – era “reparadora de brechas”.
“Porém um dentre os moços o anunciou a Abigail, mulher de Nabal, dizendo: Eis que Davi enviou mensageiros desde o deserto a saudar o nosso amo; porém ele os destratou. Todavia, aqueles homens têm-nos sido muito bons, e nunca fomos agravados por eles, e nada nos faltou em todos os dias que convivemos com eles quando estavam no campo. De muro em redor nos serviram, assim de dia como de noite, todos os dias que andamos com eles apascentando as ovelhas. Considera, pois, agora, e vê o que hás de fazer, porque o mal já está de todo determinado contra o nosso amo e contra toda a sua casa, e ele é um homem vil, que não há quem lhe possa falar. Então Abigail se apressou, e tomou duzentos pães, e dois odres de vinho, e cinco ovelhas guisadas, e cinco medidas de trigo tostado, e cem cachos de passas, e duzentas pastas de figos passados, e os pôs sobre jumentos. E disse aos seus moços: Ide adiante de mim, eis que vos seguirei de perto. O que, porém, não declarou a seu marido Nabal.” 1 Samuel 25: 14-19
Tinha controle de sua casa e sua fazenda, como ensina Provérbios 31.
Ela tinha chave da despensa e respeito de seus servos.
Isto nos é apresentado em alguns momentos:
1- Quando seus servos lhe anunciam a tragédia prestes a acontecer. Sabedores da senhora a quem serviam eles não contaram o recado de Davi a nabal, mas foram conta-lo a Abigail.
2- E no momento que se fazia necessário o silencio de seus servos, em ela ir ter com Davi, na missão pacificadora, ela pode contar com seus fiéis servos em ajudá-la a carregar seus animais e acompanha-la na jornada de paz.
3- Mostrou que eles já conheciam seu caráter pacifico e que ela, provavelmente já tivesse feito alo parecido, mas não tão crucial. Ela era reconhecida pela habilidade em negociar e pacificar.
Cuidava da segurança de sua casa – “diz que toda a mulher sábia edifica a sua casa, mas a tola a derruba com as suas mãos.” Provérbios. 14:1
A narrativa não quer apenas ressaltar a questão da mulher, muito embora, no contexto oriental seja uma ode à mulher sábia. Mas, ressalta sobre tudo o caráter de uma mulher firme e atenciosa em manter seu lar em segurança e paz. Edificadora de sua casa sabia dar ordens a seus empregados e fazer-se obedecida e prudentemente se conduziu numa situação terrível.
Contou a seu marido o que fizera, o que apenas fez ressaltar a dureza, (aqui literatizada no rompimento do coração, num possível enfarte), do caráter oposto de seu marido, que o fez sofrer a tal ponto de lhe sobrevir uma situação doentia pela ira. Mas, tudo tem propósito na vida de quem tem fé e sabedoria e caráter de Abigail.
Tinha personalidade forte, mas era humilde, tomando para si a transgressão de seu marido. Ela era realmente um só corpo com Nabal, mas “Porque o marido descrente é santificado pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo marido; ...” 1 Coríntios 7.14
“Perdoa, pois, à tua serva esta transgressão, porque certamente fará o SENHOR casa firme a meu senhor, porque meu senhor guerreia as guerras do SENHOR, e não se tem achado mal em ti por todos os teus dias... E há de ser que, usando o SENHOR com o meu senhor conforme a todo o bem que já tem falado de ti, e te houver estabelecido príncipe sobre Israel,” 1 Samuel 25:28;30
Era bem informada
Cria nas Promessas de Deus
“Perdoa, pois, à tua serva esta transgressão, porque certamente fará o SENHOR casa firme a meu senhor, porque meu senhor guerreia as guerras do SENHOR, e não se tem achado mal em ti por todos os teus dias...”
Pacificadora
“Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, e desceu do jumento, e prostrou-se sobre o seu rosto diante de Davi, e se inclinou à terra. E lançou-se a seus pés, e disse: Ah, senhor meu, minha seja a transgressão; deixa, pois, falar a tua serva aos teus ouvidos, e ouve as palavras da tua serva. Meu senhor, agora não faça este homem vil, a saber, Nabal, impressão no seu coração, porque tal é ele qual é o seu nome.Nabal é o seu nome, e a loucura está com ele, e eu, tua serva, não vi os moços de meu senhor, que enviaste.” 1 Samuel 25:23-25
Uma Conselheira reconhecida. Evita outros de pecarem.
“Então Davi disse a Abigail: Bendito o Senhor Deus de Israel, que hoje te enviou ao meu encontro. E bendito o teu conselho, e bendita tu, que hoje me impediste de derramar sangue, e de vingar-me pela minha própria mão.” 1 Samuel 25:32,33
Tinha cuidado com o futuro de sua família.
Sabendo e reconhecendo que Davi era Rei Ungido, mesmo que ainda não coroado, e entronizado, após a morte de Samuel (cap.25.1) ela se coloca a disposição do Rei para atende-lo em qualquer momento de seu futuro reinado.
A mulher de caráter sabe entender, o que é melhor a ser dito, prevenindo seu futuro. Mais do que ela esperava aconteceu, a ponto de tornar-se mulher de Davi.
No momento em que se colocou à disposição do futuro rei ela não sabia que seu marido morreria, como veio acontecer.
Caráter se sobrepõe a beleza
Quando a beleza é destacada na narrativa bíblica é sinal que a pessoa era realmente dotada de beleza exuberante.
Mas, contudo, em momento algum Abigail se insinuou a Davi, por conta de sua beleza, mas conquistou o respeito de Davi com suas sabias palavras. Ela tomou a transgressão de seu marido como sua para conquistar o respeito do rei, chegando até se prostrar diante de Davi.
“Vindo, pois, os criados de Davi a Abigail, no Carmelo, lhe falaram, dizendo: Davi nos tem mandado a ti, para te tomar por sua mulher. Então ela se levantou, e se inclinou com o rosto em terra, e disse: Eis que a tua serva servirá de criada para lavar os pés dos criados de meu senhor.” 1 Samuel 25:40,41
E quando foi chamada a estar como mulher de Davi, após ter ficado viúva, ela se colocou como Rebeca em fazer tudo e mais do que lhe fosse exigido pelo seu futuro esposo.
Sua vida se transforma pelas suas ações.
Até mesmo no momento que sai de sua casa, sem consentimento de seu marido, ou ciência, de Nabal, ela só o fez com proposito de não vê-lo morto e sua família destruída pela ira do Rei.
Mas, Abigail foi valente, se manteve sabia e fiel mesmo convivendo com um homem mau, e Deus a protegeu e honrou sua fé.
Um caráter brilhante a levou ao palácio. Ações geram reações, no plano físico, no relacionamento intersocial, mesmo nos tempos de um Rei sem coroa, andando em bando, Abigail se mostrou uma mulher de visão.
Sabia falar na hora certa. “Sucedeu, pois, que pela manhã, estando Nabal já livre do vinho, sua mulher lhe deu a entender aquelas coisas....”
Aprendemos que quem tem caráter e personalidade sabe a hora certa de dar um relato. De nada adiantaria ela falar com um homem bêbado e em meio a seus servos, tosquiadores, principalmente sendo uma mulher. Ela aguardou a hora certa de falar. A morte de Nabal, por inferência não foi pela ida ou relato da ida de sua esposa até Davi, mas pela forma que por pouco ele não tivera sua família destroçada. Isto lhe deve ter causado intensa comoção ou ira.
Abigail foi ma mulher sábia e conciliadora que salvou os seus, a sua fazenda e de quebra se casou com o rei passando a receber honrarias de rainha, após Davi assumir o trono.
VI. Os requisitos para ser um mediador Cristão
Ser um bom e genuíno Cristão é ser Cristo e viver Cristo. É justamente neste sentido que os pré-requisitos são baseados, no viver de Cristo. Por este motivo, não deveria ser somente visto por aqueles que pretendem ingressar como mediadores ou conselheiros da Paz (pacificadores), deve sim ser visto, estudado e aprofundado por todas as pessoas.
Como cristãos precisamos demonstrar as seguintes virtudes:
- Humildade
- Mansidão
- Paciência
- Tolerância Amorosa
- A Humildade
O Primeiro dos pré-requisitos para se tornar um exímio mediador Cristão e também um genuíno seguidor do Evangelho de Cristo é a capacidade de ser HUMILDE em diversas situações e dentro de uma regrada vida de exemplo. O oposto de humildade é justamente o ORGULHO, o qual acaba gerando a maioria dos problemas e dificuldade de se viver uma vida sadia e genuinamente Cristã.
Orgulho é a ilusão de que nossas realizações são primariamente o resultado de nossos próprios feitos;
Orgulho é considerarmos a nós mesmos acima e além da condição e proporção que Deus designou para nós;
Orgulho é o desejo de ser considerado pelos outros acima e além da condição e da proporção que Deus designou para nós;
Orgulho é o desejo de exaltar a nós mesmos acima e além da condição e da proporção que Deus designou a nós.
A HUMILDADE tem o escopo mais amplo, mas seguindo os princípios em epígrafe e apontados como sendo os quais devemos reconhecer de pronto e assim evitarmos cairmos em erro. Além de reconhecer o inimigo número 1 do ser-humano, é algo com que todos nós lutamos e vamos continuar lutando todos os dias de nossas vidas nesta terra. Quanto mais entendermos e conhecemos as mil facetas do orgulho em nossos corações, em nossas vidas – mais fácil será, através da Graça de Deus – nos arrependermos delas. Somente com a ajuda do Espírito Santo em nossas vidas, poderemos seguir adiante, aprenderemos dia a dia a revestir-mo-nos da HUMILDADE e assim perceberemos que sua capacidade de solucionar conflitos e problemas vai melhorar substancialmente.
A Mansidão
De tempos em tempos, todos os cristãos se encontrarão numa posição em que terão que praticar.
“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado.”(Gl 6.1)
Devemos entender que a Mansidão não se apresenta como “mais santo que você”, mas antes comunica uma conscientização de suas próprias fraquezas.
Outro elemento dentro de mansidão refere-se ou está relacionado ao controle da ira, no sentido de restringir as expressões de ira. A Bíblia fala muito sobre a ira, para seu conhecimento ela é mencionada mais de 500 vezes (muito mais que o medo, que é mencionado cerca de 350 vezes). Nós, genuínos Cristãos, formadores de seguidores de Cristos, pacificadores da paz, mediadores do amor, teremos que lidar com o pecado da ira, talvez muito mais que outros possíveis pecados. A Ira pecaminosa é provavelmente o mais predominante em todos nós, ao lado do egoísmo.
Vejamos dentro de Mansidão, algumas orientações que nos ajudará a controlar este pecado e também reconhecermos algumas diferenças:
Mansidão é a capacidade de distinguir entre a ira justa e a ira pecaminosa;
Mansidão é recusar-se a permitir que qualquer desejo se torne enraizado tão profundamente que produza ira (seja por tentar obtê-lo ou como resultado de não ser capaz de obtê-lo);
Mansidão é saber como aproveitar a ira justa de modo que possa ser usada para pôr um fim somente naquelas coisas que Deus aprovaria que fossem terminadas;
A Mansidão envolve saber como pensar durante a provocação;
Mansidão é saber como dirigir não somente seus pensamentos, mas também sua língua, seu semblante e sua linguagem corporal durante os momentos de provocação;
Mansidão é permanecer em silêncio quando estiver irado para considerar uma resposta apropriada;
Mansidão é perdoar rapidamente seu ofensor, não permitindo, assim, que você fique remoendo e relembrando a provocação.
Cuidado com o ‘tiro pela culatra’ – não se iluda
A Amargura é o resultado de não perdoarmos alguém ou algo que fora feito. Estar amargurado com alguém é não ter verdadeiramente perdoado a pessoa. Em outras palavras, a amargura é o resultado de reagir de maneira inapropriada (não bíblica) a uma ofensa.
Na bíblia, a amargura é mencionada como sendo uma raiz (veja em Hb 12.15). Em outras palavras, quando alguém magoa você, é como se esta pessoa plantasse a semente da amargura no solo do seu coração. Bom, agora é que difere um genuíno Cristão de um Crente imaturo. Nesse momento você pode optar em reagir de duas maneiras: Pode arrancar esta semente (perdoando verdadeira e genuinamente o ofensor) ou poderá cultivá-la (remoendo, relembrando da mágoa o tempo todo).
A Amargura enfim, é definitivamente, o resultado de pensar exageradamente na mágoa. E isto, apenas indica e ratifica que você não perdoou verdadeiramente o ofensor (Depois lei Mt 18.34-35)
A Paciência
Parece dentre os outros pré-requisitos se tratar do mais fácil, não é mesmo? A maioria de nós se julga pacientes, tranquilos… Mas será mesmo? Falarei sobre 5 definições. Mais uma vez, o alcance de algumas destas características (definições) pode ir além de quaisquer ligações óbvias de resolução de conflitos.
Paciência é a capacidade de aceitar uma situação difícil que vem do Senhor sem acusá-lO de mau procedimento ou dando a Ele um prazo determinado para removê-lo.
Paciência é a capacidade de, em meio a aflição física ou mental, não deixar que emoções (tristeza, medo e ira) se tornam pensamentos, palavras, atitudes ou ações pecaminosas (especialmente sem relação a Deus e aos outros);
Paciência é a capacidade de suportar tribulação sem recorrer a qualquer meio pecaminoso de livramento;
Paciência é a capacidade de suportar o sofrimento enquanto continua a reconhecer e ser grato pela soberania, justiça, amor e bondade de Deus;
Paciência é a capacidade de manter a perspectiva bíblica a respeito dos problemas de alguém não exagerando uma provação tolerável para que pareça intolerável;
Paciência é a capacidade de regozijar-se na certeza de que a aflição presente produzirá um caráter piedoso que é de grande valor, não somente nesta vida, mas também na próxima;
Agora é preciso ligar os elos, os pontos, entre paciência e esperança. É a esperança que nos capacita a perseverar. Sem esperança, somos tentados a desistir prematuramente.
Tolerância Amorosa
A última, mas não por isso a menos importante. Este pré-requisito deve ser lido e entendido em todo seu contexto, a fim de sanar toda e quaisquer dúvidas para se tornar um verdadeiro Pacificador da Paz, um Conselheiro Cristão, um Homem segundo o coração de Deus.
A palavra TOLERÂNCIA provoca sentimentos confusos nos corações de muitos Cristãos evangélicos contemporâneos. Isso é assim porque temos sido acusados de ser intolerantes em relação a certas práticas e estilos de vida que as Escrituras nos ensinam que são errados. Em certa medida estamos certos de ser intolerantes com o pecado. Mas mostrar TOLERÂNCIA é bíblico – especialmente com respeito àquelas coisas que as outras pessoas fazem que não são pecaminosas.
Nós todos temos idiossincrasias, peculiaridades e fraquezas não pecaminosas que podem ser irritantes para outras pessoas.
O amor é por natureza tolerante, porque cobre multidão de pecados. (1 Pe 4.8 e Pv 10.12).
Abaixo segue várias definições dessa pré-condição para ser um eficaz e eficiente mediador, conciliador e genuíno Cristão, vejamos:
Tolerância é a capacidade de reconhecer e apreciar o fato de que Deus fez cada pessoa diferente;
Tolerância é a capacidade de distinguir questões pecaminosas de questões não pecaminosas;
Tolerância é uma disposição de permitir que outros tenham a liberdade de desenvolver e expressar seus próprios estilos de vida dentro dos limites das Escrituras, sem julgá-las ou desprezá-las;
Tolerância é a capacidade de distinguir, nos relacionamentos mais estreitos, questões simples de questões complexas;
Tolerância é a capacidade de aceitar os traços característicos que você gostaria que fossem diferentes em outra pessoa e sacrificar seus próprios desejos para o benefício dela;
Tolerância é a capacidade de reagir de maneira amorosa à imaturidade dos outros sem nos rebaixarmos aos seus padrões de imaturidade;
Tolerância é a capacidade de demonstrar amor bíblico a outros crentes mesmo quando estão lutando contra o pecado.
Enfim, após o estudo e leitura do livro ao qual resenhei e trabalhei nestas férias, desfrutando assim do conhecimento oferecido, consegui concluir que não somente os conciliadores da Paz (ou as pessoas que desejam ou aspiram ao cargo de Ministros de Aconselhamento) devem seguir estes pré-requisitos, todas as pessoas e àqueles que buscam amadurecimento espiritual e tornarem-se Cristãos genuínos devem ler e seguir atentamente estes requisitos iniciais para uma vida saudável e manter um relacionamento com Deus.
VII. Como solucionar os conflitos diversos na Igreja
É muito comum na vida cotidiana de uma Igreja Local a ocorrência de conflitos. Por vezes surgem divergências entre os irmãos, ou mesmo entre a própria liderança. O que fazer quando surgem esses conflitos? O que fazer quando acontecem facções no seio da comunidade cristã?
Perguntas sérias que merecem respostas sérias e objetivas. Onde encontrar tal solução? No conselho do irmão mais experiente? No conselho do pastor? No conselho de um grupo de cristãos mais maduros? Não, não e não. Temos que aprender a buscar conselho na Bíblia, a Palavra de Deus. Devemos aprender a seguir o padrão bíblico. Encontramos na Palavra de Deus muita instrução para solucionarmos os conflitos que ocorrem no seio da Igreja de Deus.
O que fazer então quando existe contenda entre os irmãos? Como solucionar os problemas causados por uma facção entre os membros da Igreja Local? É possível sim a obtenção de sucesso na resolução destes problemas. Vamos então verificar e aplicar o ensino bíblico para que possamos resolver tais desavenças quando surgirem em nosso meio:
1. Em Questões Pessoais
“Se teu irmão pecar contra ti, vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano. Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus. Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos céus. Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18.15-20).
Este ensino do Jesus Cristo é maravilhoso. É a solução simples, clara e objetiva de Deus para os nossos conflitos pessoais. Nosso Senhor Jesus Cristo nos ensina qual deve ser a nossa atitude e a ação a ser tomada quando alguém peca contra seu irmão em Cristo. O fato é que não se deve criar um problema maior do que aparentemente seja. Não devemos ampliar a questão além do necessário, nem ficar resmungando ou contando a todos o que se passa, devemos ir imediatamente a pessoa envolvida e confrontá-la com seu erro, mas sempre com uma atitude cristã de amor.
Vejamos os passos dados e ensinos para que todo tipo de problema envolvendo irmãos da mesma fé seja resolvido:
a ) Fale com ele amorosamente.
Quando acontecer o fato de um de nossos irmãos ou irmãs na fé nos ofender, a atitude sábia e correta de todo cristão deveria ser a de ir até este ofensor. Apesar de ser muitas vezes difícil de se fazer isso, apesar de exigir coragem da parte do ofendido, esta sempre será a melhor solução. Pode ser que muitos não achem isso correto, mas é bíblico e sendo bíblico é a solução de Deus. Quando assim se procede, na maioria dos casos, o problema é solucionado.
Uma confrontação direta faz com que toda e qualquer dúvida seja dirimida. Nesse caso a atitude conta muito. Quantos se dirigem a seu irmão ou irmã em Cristo com atitude arrogante e com isso sequer conseguem a solução do problema. Uma atitude de amor é o ideal. Confrontar sim, mas em amor. Falar do erro sim, mas com humildade e amor. Isso faz com que aconteça o arrependimento e a confissão do erro por parte da pessoa errada.
“Assim, também a língua, pequeno órgão, se gaba de grandes coisas. Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande selva!” (Tiago 3.5). Pequenas ofensas, conflitos pequenos, podem se tornar grandes e contaminar muita gente se não forem tratados logo e amorosamente.
b ) Busque o auxílio de testemunhas.
Se este confronto pessoal não surgiu efeito, Jesus Cristo nos ensina que devemos buscar o amparo e o auxílio de mais pessoas para solucionar a questão. Sábio era proceder desta maneira. Busque dois ou três homens de Deus, pessoas respeitáveis e que tenham um bom testemunho e sejam espirituais e se dirija novamente ao ofensor estando estas testemunhas ao seu lado para tentar auxiliar na melhor solução do problema enfrentado.
Geralmente a presença de mais pessoas faz com que mais conselhos sejam dados, sendo um meio bem eficaz de fazer com que o ofensor veja o seu pecado. Assim, o arrependimento pode ser manifestado e conseqüentemente o perdão estabelecido.
c ) Leve a questão à Igreja.
Caso o primeiro e o segundo passo não tenham qualquer efeito na resolução do problema, faz-se necessário então tomar o passo número três. Nunca antes, é a última opção a ser feita quando o problema é pessoal, não afetando o testemunho coletivo da Igreja Local.
Agora, os líderes da Igreja devem entrar em ação. O pastor, juntamente com os diáconos da Igreja devem ficar cientes do problema estabelecido. Esses líderes deverão entrar em contato com ofensor e ofendido e buscar a reconciliação. No caso do ofensor se recusar a se submeter ao conselho bíblico, deve ser excluído do rol de membros da Igreja Local. Lembre-se que mesmo nesse caso, a atitude deve ser amor e humildade.
O grande alvo nisso tudo deve sempre ser o perdão e a restauração da comunhão entre as partes ofendidas. Muita oração deve estar envolvida. E é claro, a Palavra de Deus, que nos revela tudo o que precisamos para nossos problemas.
2. originários de pecados
Nas Sagradas Escrituras há três exemplos contundentes de conflitos originários de pecados. Um foi o caso de Acã, que tomando de um objeto de despojo, escondeu-o, sendo imitado por outras pessoas. Houve divergências quanto ao numero de pessoas que deveriam ir ao campo de batalha, sendo que Israel por este erro de calculo grosseiro sofreu fragorosa derrota.
Josué, ignorando a causa da humilhação, prostrou-se em oração diante do Senhor. Deus o repreende e mostra-lhe a verdadeira causa do infortúnio (Js 7. 1-13). A igreja que não lida eficazmente contra o pecado escancara uma porta para mais problemas.
Davi estava obtendo vitória atrás de vitória, até o dia que se perdeu nos braços de Batseba, o caso agravou-se pelo assassinato frio e premeditado de Urias, um dos trinta e sete valentes de Davi, marido de Batseba. Davi alcançou de Deus o perdão, mas, ali se abriu uma porta para que no seio de seu reino e família houvesse permanentes divisões, (2 Sm 11. 1-15).
Roboão, neto de Davi, quando assumiu o trono do seu pai Salomão estabeleceu um conflito de proporções gigantescas, que culminou na separação do reino.
3. Em Questões Doutrinárias
“Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós...” (Atos 15.28).
Algumas vezes surgem questões sobre doutrina na Igreja Local. O que fazer quando a Bíblia não nos dá ordem específica sobre tal assunto doutrinário? Ora, se a Palavra de Deus é clara e específica em um determinado assunto, devemos tomar a posição bíblica. Agora, se não houver uma palavra clara de Deus na Bíblia sobre determinado assunto, devemos ser flexíveis e verificar princípios que melhor nos auxiliam nesse aspecto. Como diz o velho ditado: “Unidade nos essenciais, liberdade nos não-essenciais, mas amor em todas as coisas!”
Questões de doutrina podem dividir uma Igreja. Devemos ser cautelosos e bíblicos para enfrentar dificuldades assim. A história toda se encontra em Atos 15.1-29. Vejamos como solucionar questões doutrinárias:
a ) Detectar a doutrina errada e estabelecer um plano.
A Igreja notou algo de errado em alguns homens que chegaram da Judeia, pois estavam causando confusão e contenda entre os cristãos. Estes homens não foram enviados por nenhuma igreja. Paulo e Barnabé foram enviados à Jerusalém para a resolução deste erro doutrinário. O apóstolo Paulo poderia ter usado sua autoridade como apóstolo para por um fim na questão levantada por estes falsos mestres, mas pensou que isso poderia apenas agravar ainda mais a situação e inflamar os ânimos. Resolveram ir para o Primeiro Concílio Eclesiástico em Jerusalém.
O assunto desse concílio era único: uma pessoa que não fosse judia teria ou não que se fazer judia primeiro para chegar a ser uma cristã? Os gentios então teriam que se submeter a circuncisão dos judeus e eventualmente ficarem sob o Pacto Abraâmico e sujeitos à Lei Mosaica? Portanto, a crença desses homens era que um homem para ser salvo deveria se fazer judeu primeiro.
A idéia seria que Paulo, Barnabé e alguns líderes em Antioquia fossem então para este concílio, onde seria tratado o assunto levantado e voltariam com uma recomendação e uma solução deste concílio para ser notificado a Igreja. Note que eles não foram enviados à Igreja de Jerusalém para receber ordens vindas de lá, mas sim que deveriam falar aos apóstolos e irmãos da capital tudo o que Deus estava fazendo entre os gentios e, portanto, provar que o que estes homens estavam pregando era uma falsa doutrina.
b ) Examinar ambas as partes.
Estando no Concílio os primeiros a levantar para falar foram os falsos mestres. Após isso Pedro se levanta e discorre como Deus está trabalhando e colocando os gentios entre os salvos da mesma forma que os judeus, não fazendo qualquer distinção.
A discussão e a contenda fora levantada pelos fariseus que também acreditavam como aqueles homens. Note que não fizeram uma sessão secreta, todos podiam falar, pois houve grande discussão. O próprio apóstolo Pedro foi coerente com sua própria experiência e da mesma forma claro ao afirmar que submeter os gentios à lei de Moisés era pô-los sob um jugo impossível de se levar. Afirmou também que sendo eles salvos pela graça de Jesus Cristo, os gentios também eram da mesma forma.
Note algo muito importante: estes falsos mestres, fariseus, em nenhum momento sequer citaram um único versículo para provar sua doutrina herética. Em nenhum momento citaram um verso do Velho Testamento ou um mandamento ou palavra de Jesus Cristo. Assim acontece com as falsas doutrinas. Quando, porém, citam algum texto bíblico, citam tirando a passagem de seu contexto e dando interpretação que nunca fora dado a tal passagem antes. É a única forma de possuem para confirmar uma doutrina falsa.
Paulo e Barnabé contam o Deus fizera por intermédio deles em relação aos gentios. Falou das muitas maravilhas que estava acontecendo e como Deus estava agindo.
Depois disso, falou quem conduzia a sessão. Não era o apóstolo Pedro não. Se ele tinha uma posição de preeminência como alegam alguns, ele deveria estar dirigindo e supervisionando este concílio. O presidente deste concílio era o apóstolo Tiago, irmão de Jesus Cristo e o autor da Epístola que leva seu próprio nome. Ele resume todo o argumento. Citando passagens do Velho Testamento (Amós 9.11-12; Isaías 54.1-5; Oséias 3.5), o apóstolo Tiago diz que tudo o que fora dito pelos demais apóstolos estava de acordo com o que Deus já havia tornado conhecido nas Escrituras.
Esta é uma prática saudável: devemos submeter nossas experiências, crenças, sonhos, pensamentos à Palavra de Deus! Toda a verdade tem que estar de acordo com a verdade que Deus tem revelado.
3) Seja firme, mantenha a sã doutrina.
O presidente do concílio, então. Dá o seu veredito. Os gentios convertidos não precisavam ser circuncidados. Fora uma resposta firme e clara. Com isso, o pastor presidente do Concílio, Tiago, estava dizendo que nem ele, nem Pedro, nem os demais apóstolos, nem qualquer ancião ou mesmo uma determinada Igreja tinha qualquer tipo de poder ou autoridade para legislar ou formular qualquer lei espiritual. Se alguém declarasse que algo era a verdade, nem mesmo assim poderia ser verdade se estivesse contrária a Palavra de Deus.
Não foi inventado um novo dogma, não fora inventado novas condutas, o que ocorrera fora simplesmente que aplicaram o ensino revelado na Palavra de Deus referente à conduta do cristão, nada mais, ponto final. Fora dito também que mesmo aos gentios, não era permitido todo tipo de conduta, mesmo tendo liberdade em Cristo.
Para que os gentios não ofendessem aos judeus em relação a uma conduta pagã, Tiago fora flexível. Foi taxativo sim, em que a salvação é pela graça, independentemente das obras (Efésios 2.8-10), mas flexível no sentido de que os gentios também precisam modificar suas práticas para que não escandalizem os judeus. Por isso fora imposto que eles “se abstenham das contaminações dos ídolos, bem como das relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufocados e do sangue” (Atos 15.20).
Todo o problema fora resolvido. A falsa doutrina fora combatida. Aos judeus não caberia mais pressionar aos gentios que se circuncidassem para obter a salvação. Em relação aos gentios para que a paz predominasse e voltasse fora dito que não mais ofendessem aos judeus com práticas pagãs abomináveis a eles. Ambas as partes deram-se por satisfeitas. O erro doutrinário fora combatido e removido. A paz reinou e a união voltou no seio da Igreja de Deus.
VIII. Como conciliar Deus, Família, Igreja, Trabalho e Ministério
Deus, Família, Igreja, Trabalho e Ministério são como elos de uma forte corrente
DEUS, é o cabeça de todas as coisas; nada existe sem Ele. É Ele que nos insere no rol da membresia do Corpo de Jesus Cristo, Seu Filho. Por Seu Santo Espírito somo lembrados todos os dias de fazer menção do Seu santo nome entre os homens, e honra-lo em espírito e em verdade.
FAMÍLIA, é através desta que viemos à existência – é com as famílias que se forma a Igreja. Do aconchego da família formamos o prolongamento da Igreja – é bom que o obreiro seja casado, tenha um lar, e com este honre ao Senhor. É dos membros das famílias que se forma uma sociedade sadia, administrável. É no seio da família que se forma o cidadão de bem – Deus deve ser honrado e glorificado na família do crente.
IGREJA, esta representa o Corpo do Senhor na terra. Jamais teremos comunhão com Deus se estivermos desligados da Igreja – precisamos estar ligados na terra para estarmos ligados no céu.
TRABALHO, é a provisão de Deus, através do qual temos o sustento para nossas famílias, bem como mantimento na dispensa da Igreja para socorro aos necessitados.
MINISTÉRIO, desde o princípio da criação que Deus usa homens e mulheres abnegados para o desempenho deste. É através do que fizermos no exercício do ministério que receberemos galardão da parte de Deus. Necessariamente não dependemos de um título ministerial para fazermos na Igreja, no trabalho ou em casa, enfim, a obra de Deus na terra.
Que o nosso Senhor conceda a paz, introduza o Espírito Santo em sua vida de maneira presente a fim de orientar, educar e apontar os caminhos que devem ser seguidos para uma vida íntegra e reta aos olhos do único e verdadeiro Pai. Assim seja.
Em breve estaremos de volta com a décima parte com o tema:
" Gideão busca vinganças pessoais ".
" Gideão busca vinganças pessoais ".
Até breve na Paz do Senhor Jesus!
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