Por Jânio Santos de Oliveira
Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena
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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!
Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra Isaías capítulo 53.1-12 que nos diz:
Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do SENHOR?
Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos.
Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.
Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido.
Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos.
Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.
Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido.
E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca.
Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.
Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniqüidades deles levará sobre si.
Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores.
Nós estamos de volta, dando sequência a mais uma série de conferências sobre" o propósito dos sofrimentos do Messias" já tratamos sobre os seguintes temas:
- Introdução
- O descrédito do Messias;
- A desfiguração do Messias;
- O desprezo ao Messias;
- A oprimição ao Messias;
- As feridas do Messias
- O Messias levou as nossas iniquidades
- O Messias foi levado ao matadouro
- A morte do Messias
- A Vitória do Messias.
Agora faremos a conclusão
Em Isaías 53, o profeta vê a figura do Filho de Deus nos dias de seu ministério. Isaías o vê diante de um grande desafio, por isso questiona: “Quem creu em nossa mensagem?”.
Ele prevê que um dos grandes adversários do Senhor Jesus seria a desconfiança. Isto, porque ele não era aparentemente imponente, nem havia estudado aos pés de um grande e influente mestre judeu.
O profeta o descreve como “raiz saída de uma terra seca”, ou seja, algo que aparentemente não frutificará. Isto porque o meio não lhe é favorável.
O Messias era um homem comum, ele cresceu em uma família pobre, não teve privilégios. Por isso o profeta diz que ele era um “homem de dores e experimentado no sofrimento”.
O Senhor conheceu as dores de trabalhar na segunda-feira. Soube o que era uma dor de cabeça, enfrentou o calor forte do deserto, foi contrariado. O Deus eterno sentiu cansaço, na pessoa de Jesus.
Tudo isso para levar nossas dores, limitações, doenças e sobretudo a morte. Aqueles que observaram a crucificação, o consideraram amaldiçoado por Deus, mas a grande verdade é que essa maldição era nossa.
Para nos conceder salvação e paz, Jesus foi dilacerado na cruz. Além disso, foi torturado pelos romanos e pelos judeus, que o insultavam e envergonhavam.
Ele fez isso quando nenhum de nós se interessava por Deus. Queríamos viver nossas vidas, seguir nossos planos. O céu não nos atraía.
Deus contudo, feriu o Senhor como cordeiro de redenção, para nos dar a chance de salvação eterna.
Durante o processo de crucificação, o Senhor Jesus pouco falou. Mas nos poucos momentos que o fez, percebemos que Ele orou por aqueles que o matavam.
Não insultou, não amaldiçoou, não blasfemou. O silêncio de Jesus é também uma expressão do seu amor.
Ao final do seu sacrifício, o Senhor Jesus ressuscitou. Ele não será submetido aquilo novamente. Agora ao olhar para os que crêem, isto é os remidos, o Senhor se alegra com a trajetória que lhe causou tanta dor.
Um dos trechos que me deixa mais feliz neste texto é, “ele verá a luz e ficará satisfeito”. Hoje ao olhar para a Igreja o Ele se alegra. Temos um Deus feliz e satisfeito com aquilo que fez.
Para Ele não é um peso, um fardo, ou algo que não gostaria de ter feito. Jesus Cristo está feliz com o que fez por seu povo, e um dia nos encontraremos com Ele.
Esboço de Isaías 53:
Isaías 53.1 – 4: A aparência do Messias
Isaías 53.5 – 8: O sacrifício do Messias
Isaías 53.9 – 12: O Senhor está satisfeito
O Desprezo ao Evangelho de Cristo (Isaías 53.1)
Aqui Isaías prediz, com assombro, a incredulidade dos judeus, apesar dos avisos anteriores que tiveram, no Antigo Testamento, da vinda do Messias, e da oportunidade que tiveram de conhecê-lo pessoalmente.
A incredulidade dos judeus na época do nosso Salvador é mencionada expressamente como sendo o cumprimento dessa palavra (Jo 12.38).
E ela é aplicada, da mesma maneira, ao pouco sucesso que a pregação dos apóstolos encontrou entre os judeus e gentios (Rm 10.16).
Dos muitos que ouvem o relato do Evangelho há poucos que crêem nele. Ele é narrado abertamente, publicamente, e não sussurrado em um canto, ou confinado às escolas, mas proclamado a todos.
E é um relato tão fiel, e tão merecedor de toda aceitação, que poderíamos pensar que deveriam recebê-lo e crer nele, em todas as partes.
Mas o que acontece é exatamente o oposto. Poucos creram nos profetas que falaram sobre Cristo, quando Ele veio, em pessoa, nenhum dos governantes nem dos fariseus o seguiu, mas somente aqui e ali, algumas pessoas do povo comum.
E, quando os apóstolos levaram esse relato por todo o mundo, alguns, em todas as partes, creram, mas comparativamente, muito poucos.
Até hoje, dos muitos que professam crer nesse relato, há alguns poucos que cordialmente o aceitam e se submetem ao seu poder.
O Braço do Senhor
O povo não creu no relato do Evangelho porque o braço do Senhor não foi revelado a eles.
Eles não discernem, nem serão levados a reconhecer aquele poder divino que acompanha a palavra. O braço do Senhor está desnudo (como foi dito em Is 52.10).
Nos milagres que foram realizados para confirmar a doutrina de Cristo, no seu maravilhoso sucesso e na sua energia sobre a consciência.
Ainda que seja uma voz, é uma voz forte; mas eles não se dão conta disso, nem sentem, em si mesmos, essa obra do Espírito que torna a palavra eficaz.
Eles não crêem no Evangelho porque, rebelando-se contra a luz que possuíam, tinham perdido a graça de Deus, a qual, portanto, com razão, Ele lhes negava, e impedia o acesso deles a ela, e por não terem a graça, eles não creram.
Essa é uma coisa que deve nos afetar muito, isso deve ser objeto de assombro, e deve ser grandemente lamentado, e os ministros podem dirigir-se a Deus e queixar-se disso a Ele, como o profeta faz aqui.
Que pena que tão rica graça seja recebida em vão, que almas preciosas pereçam à margem do tanque, porque não desejam entrar nele e serem curadas!
O desprezo a Cristo, por causa da humildade da sua aparência (V. 2,3).
O fato de terem preconceito contra sua pessoa parece ser apresentado como razão para eles rejeitarem a sua doutrina.
Quando Ele esteve na terra, muitos que o ouviram pregar e que não podiam deixar de aprovar o que ouviram, não consideraram nem receberam a sua mensagem porque ela vinha de alguém que tinha uma aparência simples. Não havia qualquer vantagem exterior que o recomendasse.
A condição inferior a que Ele se submeteu, e como se humilhou e se esvaziou. A sua entrada no mundo e a sua aparência comum não estavam, de maneira nenhuma, de acordo com as ideias que os judeus tinham formado do Messias e suas expectativas a respeito dele.
Sob vários aspectos o Senhor era exatamente o oposto do que esperavam. Eles esperavam que a sua origem fosse grandiosa e nobre.
Ele deveria ser o Filho de Davi, de uma família que tivesse um nome como os nomes dos grandes homens que vivem na terra (2 Sm 7.9).
Mas Ele nasceu dessa família real e famosa quando ela já estava reduzida e arruinada. E José, esse filho de Davi, que era seu suposto pai, era apenas um pobre carpinteiro.
Talvez um carpinteiro construtor de barcos, pois a maior parte de seus conhecidos era composta por pescadores.
Isso é indicado aqui pelo fato de Ele ser como raiz de uma terra seca, nascido de uma família inferior e desprezível, no norte, na Galileia, de uma família da qual, como uma terra seca e deserta, não se esperava nada verde, nada grandioso.
Servo” centra-se na morte do Servo inocente do Senhor que se oferece pelas transgressões de Israel.
O Servo que Isaías descreve é o Messias; e o Novo Testamento afirma que este Servo/Messias é Jesus de Nazaré, o Filho de Deus (Mt 8.17; Mc 15.28, Lc 22.37, Jo 12.38 ;At 8.27-40; 1Pe 2.21-24). Além disso, Isaías 53 é citado ou aludido no Novo Testamento com mais frequência do que qualquer outro capítulo do Antigo Testamento. Para um cristão, a leitura de Isaías 53 é uma peregrinação pela Via Dolorosa.
Escrevendo 700 anos antes dos eventos ocorrerem, Isaías descreve a morte de Cristo, de tal pormenor que não pode ser atribuída a qualquer outro que não seja o trabalho direto de Deus.
Em cada estrofe enfatiza sobre a pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo.
I. O sucesso do Servo (52.13-15)
A. Seu sucesso incomparável
“Eis que o meu Servo procederá com prudência; será exaltado e elevado e será mui sublime” (Is 52.13) – O Servo será bem sucedido em sua missão. O texto começa dizendo que Cristo agirá “com prudência”, o que significa que em cada situação Ele vai perfeitamente cumprir a vontade do Pai.
Mas que “sabedoria” o conduzirá a esse sucesso? É a sabedoria de Deus que levou Cristo à cruz sangrenta, onde o mundo crucificou o Salvador. “sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória” (1Co 2.8).
O mundo não entendeu quando Jesus andou sobre a terra, e o mundo não entende até hoje. As pessoas estão mortas em seus delitos e pecados (Ef 2.1).
A descrição aqui não é meramente metafórica, nem se refere apenas ao estado futuro do pecador. Pelo contrário, descreve a sua condição atual, e na realidade, a Bíblia frequentemente fala do homem como estando espiritualmente morto devido ao pecado (Ez 37.1-14; Rm 6.23; 7.10, 24; Cl 2.13, e necessitando de nada menos que uma nova vida da parte de Deus 5.14; Jo 3.3; 5.24).182
Um homem comprou um rato branco para utilizar como alimento para sua cobra de estimação. Ele jogou o rato desavisado na gaiola, onde a cobra estava dormindo no meio da serragem. O pequeno rato tinha um grave problema. A qualquer momento ele poderia ser engolido vivo. Obviamente, o rato necessitava elaborar um plano brilhante.
O que ele fez? Ele rapidamente começou a cobrir a cobra com pedaços de serragem até que ela ficasse completamente enterrada. Com isso, o rato, aparentemente, pensou que havia resolvido seu problema.
Infelizmente, é assim que o ser humano sem Cristo tenta resolver a sua vida.
Somos demasiadamente rápidos para aplicar um band-aid em uma ferida mortal. Mas Deus tem um plano muito melhor. Por causa do sacrifício de Cristo na cruz do calvário há perdão até mesmo para o pior pecador. Além da voz vivificadora de Deus não há esperança. Mas por causa dela, mesmo o pior rebelde pode ser salvo.
B. Sua desfiguração chocante
“Como pasmaram muitos à vista dele (pois o seu aspecto estava mui
desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a sua aparência, mais do que a dos outros filhos dos homens) (v. 14) – O texto convida-nos a considerar uma disjunção chocante: Cristo exaltado ao lugar mais alto (v. 13). Cristo desfigurado quando morre (v.14). Como isso pôde acontecer? Quem fez isso com Jesus?
Naquele dia, no Calvário o cheiro da morte estava por toda parte. A crucificação era uma forma medonha de morrer. A intenção dos romanos era tornar o sacrifício em algo brutal e sangrento. Eles haviam dominado a arte do assassinato cruel. Os romanos gostavam dessa maneira porque enviava a seguinte mensagem: “Isso é o que acontece com desordeiros”.
Isaías nos lembra de que não havia nada de extraordinário sobre a cruz naquele dia. Nada além de sangue, dor, agonia, tortura e morte.
C. Sua vitória universal
“assim causará admiração às nações, e os reis fecharão a sua boca por causa dele; porque aquilo que não lhes foi anunciado verão, e aquilo que não ouviram entenderão” (Is 52.15) – O Servo causará “admiração às nações”. A palavra “admirar”
(nazah, em hebraico) significa “fazer jorrar, borrifar sobre”.184 É provável que seja uma referência à limpeza cerimonial que era uma parte importante do sistema sacrificial realizada pelo sacerdote sob a Lei mosaica (Lv 4.6; 8.11; 14.7). A palavra “borrifar” fala do poder purificador do sangue de Cristo. Neste contexto, o que significa que os efeitos de Sua morte, não têm limites nacionais. Embora fosse um judeu morrendo em uma cruz romana, Ele também era o Filho de Deus, o Seu sacrifício cruel proporcionará limpeza e cura para muitas nações.
Quando Paulo estava explicando seu desejo de pregar o evangelho onde Cristo ainda não era conhecido, ele citou Isaías 52.15 para justificar sua estratégia: “esforçandome, deste modo, por pregar o evangelho, não onde Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio; antes, como está escrito: Hão de vê-lo aqueles que não tiveram notícia dele, e compreendê-lo os que nada tinham ouvido a seu respeito” (Rm 15.20–21). No caso de Paulo, significou um chamado para pregar Cristo onde ainda não tinha sido pregado, é por isso que Paulo pregou na Ásia Menor, em seguida, na Grécia, e, finalmente, em Roma.
Da mesma forma, é por isso que temos Missionários em terras distantes que
bravamente levam o evangelho em “países fechados”. É por isso que Paulo cita Isaías 52.15, é uma profecia da vinda de Cristo, que causará “causará admiração às nações”, limpando-as com o Seu próprio sangue. A limpeza não era apenas para Israel, mas para os eleitos em todas as nações da terra. Esta deve ser a ambição de cada cristão: Espalhar a Boa Nova de Jesus a fim de que aqueles que vivem na escuridão profunda vejam a luz
que brilha da cruz. O mundo inteiro precisa saber sobre Jesus.
“... e os reis fecharão a sua boca por causa dele” (v. 15) – Percebendo o grande erro, os poderosos ficarão em silêncio. Eles foram surpreendidos com uma pessoa que consideravam desprezível que afirmava ser o Messias; e ainda justificará e purificará às nações.
Em Sua primeira vinda, eles zombaram de Jesus. Eles não achavam que um verdadeiro rei nasceria em um estábulo ou viria de uma aldeia como Nazaré. Eles odiaram-no, rejeitaram-no, e, eventualmente, o crucificaram. Os líderes religiosos uniram-se com aos líderes políticos para pregá-lo na cruz. Mas para a surpresa de todos, Ele não morreu. Ele ressuscitou dos mortos, reuniu os Seus discípulos, lhes deu Suas ordens, e então voltou para o Pai no céu. Enquanto isso, Seus seguidores começaram a espalhar a notícia: “Ele está vivo!”
Primeiro, em Jerusalém. Em seguida, na Judéia. Então, em Samaria. Em seguida, até os confins da terra. Nada os deteve. Nem perseguição, nem ódio e nem mesmo os espancamentos. Ameaças não funcionaram. Nada foi capaz de calá-los. E até hoje, a chama se espalha por todos os cantos da Terra.
Entretanto, um dia virá em que todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus é Senhor, para glória de Deus Pai (Fp 2.11). Se você acha que os reis estão “admirados” agora, basta esperar por esse dia!
II. O Desprezo do Servo (53.1-3)
A. Eles não acreditaram em Sua mensagem.
“Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do SENHOR?
(Is 53.1) – São boas perguntas. Mas a resposta é, quase ninguém (Rm 10.16-17, 21).
Jesus veio como Messias, mas Israel não O reconheceu. Sabemos que por um tempo Jesus teve um ministério poderoso e crescente, especialmente na Galiléia (Lc 4.16–30). Milhares se reuniram para ouvi-lo e vê-lo curar os doentes. As pessoas comuns O ouviam com prazer. Se eles não sabiam quem Ele era, instintivamente, sabiam que Ele não era como os outros líderes religiosos.
Muitas pessoas O seguiam por motivos superficiais. Eles pensavam que Ele se tornaria rei e lideraria uma revolta contra Roma. Ou eles gostavam de Seus milagres. Ou eles admiravam Sua coragem. Ou eles foram atraídos pela beleza do Seu ensinamento.
Mas multidões O abandonavam quando confrontava os Seus ouvintes com o chamado para se tornarem seguidores (Jo 6.67).
Muitos líderes O rejeitaram. Com poucas exceções, os líderes não queriam
nenhum envolvimento com Jesus. Acusaram-no de estar em conluio com o diabo (Mt 12.22-24). Eles O odiavam tanto que planejaram matá-lo. Por fim, eles conseguiram!
João diz assim: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11). Ele veio para o Seu próprio povo, a nação de Israel, e eles não O receberam.
No entanto, cada livro, cada capítulo, cada página do Antigo Testamento atesta uma grande verdade, “O Messias está vindo”. Esse é o tema do Antigo Testamento – De que um dia Deus enviaria o Messias à Terra para libertar o povo Israel. Quando Jesus finalmente chegou, eles não acreditaram. E alguns deles decidiram matá-Lo.
B. Eles julgaram-no insignificante.
“Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse” (v. 2) – Jesus não nasceu em Roma. Ele não nem mesmo nasceu em Jerusalém. Ele não veio como um conquistador ou um líder mundial, mas como um bebê indefeso, que nasceu num estábulo, na pequena aldeia de Belém. Anos mais tarde, Seus críticos disseram: “Não é este o filho do carpinteiro?” (Mt 13.55). Não foi um elogio. Foi
um insulto! Eram pessoas de Sua cidade natal, Nazaré. Eles O viram crescer.
“Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca...”(v. 2) – A palavra “renovo” significa que Ele era apenas uma pequena planta que as pessoas olhavam como se fosse uma erva daninha.186 Você puxa e joga de lado. Ele era como raiz de uma terra seca. Alguém sem valor que não vai durar porque não há água para sustentá-lo.
“... não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza
havia que nos agradasse” (v. 2) – A primeira parte deste versículo refere-se ao seu nascimento e infância; o último a sua primeira aparição pública.187 Jesus não nasceu na realeza. Ele nasceu em um estábulo.
Há um grande contraste entre “o braço do Senhor”, que fala de grande poder, e “a raiz de uma terra seca”, que é uma imagem de humilhação e fraqueza. Quando Deus criou o universo, Ele usou seus dedos (Sl 8.3); e quando Ele libertou Israel do Egito, foi pela Sua poderosa mão (Êx 13.3). Mas, para salvar os pecadores perdidos, Ele estendeu o Seu braço poderoso! No entanto, as pessoas ainda se recusam em acreditar nesta grande demonstração do poder de Deus (Rm 1.16; Jo 12.37-40).188
C. Eles O desprezaram por Seu sofrimento.
“Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que
sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso” (Is 53.3) – A nação de Israel desprezou e rejeitou o Servo do Senhor. No entanto, Ele era a pessoa mais importante do mundo, era o Servo do Senhor.189 Esta rejeição lhe causaria tristeza profunda.
“... homem de dores e que sabe o que é padecer...” (v. 3) – Quando Ele nasceu, Herodes tentou matá-lo. Quando Ele começou o Seu ministério, as pessoas em Sua cidade natal se ofenderam (Mc 6.3). Nas horas finais de Sua vida, Ele foi traído por Judas e negado por Pedro. Seus sofrimentos não começaram na cruz, mas o Seu sofrimento O levou à cruz.
Entretanto, Isaías 53 contém a boa notícia que todos nós precisamos. Ele foi moído por nós. Ele foi ferido por nós. Ele foi espancado, traído, escarnecido, flagelado, coroado de espinhos, crucificado - tudo por nós. Nossos pecados levaram Jesus à cruz.
Mas Ele não foi de má vontade. Se os nossos pecados O levaram lá, Seu amor por nós O manteve lá.
“... e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso” (Is 53.3) – Duas vezes no versículo 3, Isaías nos lembra que as pessoas “desprezaram” nosso Senhor. Isso vai além da rejeição a um tipo de ódio estabelecido. Eles viram o Seu sofrimento, e diziam que não poderia ser o Messias prometido.
“... e dele não fizemos caso” (Is 53.3) – Significa algo como: “Ele não é nada!”. A expressão “não fizermos caso” (chashab, em hebraico) significa “calcular”, “pensar”, “contar alguma coisa”, “somar todos os fatos e chegar a uma conclusão estabelecida”.
Os líderes judeus calcularam tudo e decidiram que Jesus valia trinta moedas de prata (Mt 26.15).
III. O sofrimento do Servo (53.4-6)
A. Ele tomou sobre Si a nossa dor.
“Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores
levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido” (Is 53.4) –
Por que Jesus morreu? O Seu sofrimento foi vicário e redentor. Somente através desse sofrimento todas as ovelhas desgarradas serão recuperadas. O contraste entre Cristo e Suas ovelhas é impressionante e comovente.
Isaías declara que Jesus morreu por nós. O que Ele fez, Ele fez por nós. O que Ele sofreu foi por nós. A dor e a brutalidade da cruz, foi tudo por nós. De nossa perspectiva, podemos dizer que Jesus foi traído, julgado, espancado, escarnecido, humilhado, coroado de espinhos, falsamente acusado, obrigado a carregar a Sua cruz, e depois publicamente
crucificado, a forma mais brutal de execução em Sua época. Se nos concentrarmos nesses eventos, podemos chegar à conclusão de que Jesus não deveria ter morrido, foi tudo um grande erro, que de alguma forma os poderes das trevas finalmente triunfaram sobre a luz.
A Bíblia nunca nega a culpabilidade moral daqueles que levaram Jesus à morte.
Em Atos, Pedro diz: “sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos” (At 2.23). Então, é perfeitamente adequado dizer que Jesus foi assassinado por Seus inimigos. Mas esse não é o fim da história. Longe disso. Os escritores da Bíblia se unem para declarar que Jesus deu a Sua própria vida, que ninguém a tomou. Essa mensagem estava no coração do sistema religioso de Israel, o sacrifício de um animal inocente pelo pecador (Lv 16).
“Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores
levou sobre si...” (v. 4) – A cura de doenças físicas de muitas pessoas (embora nem todas) em Seu ministério terreno antecipou sua maior obra na Cruz.192 Embora o Senhor ainda cure doenças físicas, hoje. Sua obra maior é a cura das almas, concedendo a salvação do pecado. Este é o tema de Isaías 53 a partir das palavras “transgressões” (v.5), “iniquidades” (v. 11), “iniquidade” (v. 6), “transgressões” (v. 8), “perversos” (v. 9),
“transgressores” (v. 12 [duas vezes]), e “pecado” (v. 12).193
É interessante notar que Mateus 8.14-17 aplica Isaías 53.4 ao ministério de cura de nosso Senhor e não a Sua morte expiatória.
Toda bênção que temos na vida cristã vem por causa da cruz,
mas este versículo não ensina que há “cura na expiação” e que, portanto, cada crente tem o “direito” de ser curado. A profecia foi cumprida durante a vida de nosso Senhor, não
em Sua morte”.
O Servo vicariamente tomou sobre Si todos os pecados (e angústia espiritual
causada pelo pecado) e levou (Sabal, em hebraico, “transportar um fardo”, 46.4, 7) sobre Si ( 1Pe 2.24; 3.18). Quando Jesus foi crucificado, Israel pensou que Seus sofrimentos foram merecidos por ter supostamente blasfemado contra Deus. Porém, Ele sofreu por nós!
Em Cristo não temos um Deus distante, mas nele encontramos um Deus que se aproxima de nós, que veio a nós, que entrou em nosso mundo e tornou-se um de nós.
Todavia, Sua dor não tem a última palavra. Seus sofrimentos não vão durar para sempre.
Onde mais você pode encontrar um Salvador assim?
B. Ele tomou sobre Si o nosso castigo.
“Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas
iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (v. 5) – A agonia física de Jesus na crucificação foi grande e intensa. Mas Sua obediência ao Pai era o que contava (cf. Fp 2.8). Sua morte satisfez a ira de Deus contra o pecado e lhe permite “esquecer/perdoar” os pecados da nação (e de outros que
creem), porque foram pagos pela morte substitutiva do Servo.
Mas Sua morte não é o fim da história. Jesus não falhou no que veio fazer. Ele cumpriu perfeitamente a vontade do Pai: “o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (v. 5) – Nós temos paz com Deus. A palavra significa integridade, saúde, ausência de guerra e segurança. Em um mundo bagunçado, cheio de pessoas quebradas e promessas não cumpridas, por meio de Cristo temos paz que excede todo o entendimento humano.
Ele tomou nosso pecado, suportou nossas dores, e através da sua morte na cruz, Ele nos curou de dentro para fora, de modo que agora vivemos em paz.
C. Ele tomou o nosso lugar.
“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos” (v. 6) – Alguém já disse que Isaías 53.6 é o “João 3.16 do Antigo Testamento”.
Note que a palavra “todos” é a primeira e a última palavra do versículo 6. Todos nós pecamos. Todos nós andávamos desgarrados. Todos nós havíamos errado o alvo.
Todos nós estávamos em nosso próprio caminho. Estávamos no mesmo barco e se Deus não tivesse feito alguma coisa, todos nós iríamos perecer eternamente. Neste ponto, encontramos a verdade gloriosa do Evangelho, Deus fez alguma coisa!
“... mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos” (v. 6) – Isso é Jesus! Esse é o grande Servo do Senhor que veio do céu em uma missão de resgate divino. Deus colocou nossos pecados sobre Jesus. Essa é a doutrina da substituição. Esse é o coração do evangelho. Ele tomou o meu lugar quando morreu na cruz. Deus colocou os meus pecados sobre Ele.
Não importa quem você seja ou o que você fez ou o quão ruim
seja o seu histórico. Se você se considera um pecador, você pode ser salvo.
Como posso ter tanta certeza disso? Porque Jesus foi ferido por causa das nossas
transgressões e moído pelas nossas iniquidades.
IV. A submissão do Servo (53.7-9)
A. Seu silêncio submisso
“Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi
levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (Is 53.7) – Às vezes, você é conhecido por aquilo que você não diz. Neste caso, Isaías profetizou que Cristo não abrirá a boca para defender-se, mesmo em face da morte. Centenas de anos depois, essa profecia se tornou realidade quando Ele estava na frente dos Seus acusadores: Jesus perante o Sinédrio - “Jesus, porém, guardou silêncio” (Mt 26.63; Mt 27.12; Mc 14.61).
Jesus perante Pilatos - “Jesus, porém, não respondeu palavra” (Mc 15.5).
Jesus perante Herodes - “Jesus, porém, nada lhe respondia” (Lc 23.9; Jo
19.9).
Isaías descreveu o silêncio do Servo durante o abuso do Seu julgamento. Embora inocente de qualquer crime, Ele permaneceu em silêncio. Jesus Cristo ficou em silêncio diante daqueles que O acusaram, bem como daqueles que o afligiram. Ele ficou em
silêncio diante de Caifás (Mt 26.62-63), os principais sacerdotes e anciãos (Mt 27.12), Pilatos (Mt 27.14, Jo 19.9) e Herodes Antipas (Lc 23.9). Ele não falou quando os soldados escarneciam e vencê-lo (1Pe 2.21-23). Isto foi o que impressionou o tesoureiro etíope ao ler esta passagem de Isaías (Atos 8:26-40).195
Quando açoitado, Ele não retaliou. Quando os soldados colocaram a coroa de espinhos em Sua cabeça, Ele não os amaldiçoou. Quando cuspiram nele, Ele não retribuiu. Ele tinha o poder de invocar uma legião de anjos para libertá-Lo. Mas permaneceu em silêncio. Ele era, verdadeiramente, o Salvador que silenciosamente, tendo todo o poder em Suas mãos, decidiu não usá-lo contra aqueles que o atormentavam.
B. Sua sentença injusta
“Por juízo opressor foi arrebatado, e de sua linhagem, quem dela cogitou?
Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido” (v. 8) – Quem protestou contra a morte de Cristo? Quem falou contra este erro judiciário? Quem saiu em Sua defesa? A resposta é: ninguém. De todas as principais personalidades envolvidas na morte de Cristo, ironicamente foi Pôncio Pilatos, o governador romano, que mostrou maior preocupação com Cristo. Ao contrário do seu julgamento diante de Caifás, quando não se defendeu, Jesus iniciou um diálogo com Pilatos porque o governador parecia buscar a verdade. Pelo menos Ele chegou à conclusão certa. Por três vezes, ele disse: “Que mal fez ele?” (Lc 23.22). No fim, Pilatos cedeu à pressão e condenou Jesus à morte. Sua culpa é, portanto, ainda maior, porque ele sabia o que estava fazendo.
Ele foi cortado, diz Isaías. Ele morreu antes do Seu tempo. Ele era apenas um homem jovem, em Seus primeiros 30 anos quando morreu. Depois de Sua opressão (ser preso e obrigado, Jo 18.12, 24) e julgamento (condenado a morte, Jo 19.16) Jesus foi levado a morte. Ele não morreu por causa dos Seus pecados (Ele não tinha pecado, 2Co 5.21; Hb 4.15; 1Jo 3.5), mas por causa dos pecados dos outros (Is 53.5).
Alguns verbos neste versículo (“foi arrebatado”, “foi cortado”), como aqueles no versículo 4 (“ferido”, “moído”) e o versículo 5 (“traspassado”), na voz passiva, indicam que essas ações foram feitas por Deus Pai (cf. v. 10; 2Co 5.21).
Uma vez que Jesus Cristo pagou integralmente o preço pelos nossos pecados, a obra da salvação está agora completa. Isso é o que queremos dizer quando falamos sobre o “trabalho consumado” de Jesus Cristo. Isso não é apenas um slogan; é uma verdade espiritual profunda. O Seu trabalho está “consumado”. Não há nada mais que Deus poderia fazer para salvar a raça humana. Não havia plano B. O plano A (a morte de
Cristo) foi suficiente.
C. Seu túmulo humilde
“Designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na sua morte, posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca” (v. 9) –
Quando Isaías escreveu essas palavras, ele, sem dúvida, deve ter se perguntado sobre as mesmas. Os condenados e os ricos geralmente eram sepultados em lugares diferentes.
Uma pessoa considerada injusta era enterrada em uma cova anônima ou em local afastado do cemitério. Mas os ricos eram enterrados com pompa, em monumentos com flores e frases generosas.
Os soldados que crucificaram Jesus, aparentemente, tiveram a intenção de
enterrá-lo com os dois criminosos (Jo 19.31). No entanto, Ele foi sepultado com os ricos, no túmulo de um homem rico chamado José (Mt 27.57-60). Assim, o sepultamento de Jesus cumpriu a profecia do Antigo Testamento ao pé da letra. Mesmo que ninguém pudesse ter previsto com antecedência, tanto a natureza da Sua morte (por crucificação) e o local do Seu enterro (túmulo de um homem rico) a profecia foi proclamada 700 anos antes. Tudo isso aconteceu, apesar de Jesus ser inocente. Ele nunca cometeu injustiça.
Ele não cometeu pecado. Ele não disse nenhuma mentira.
Apenas Deus poderia ter feito isso. “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). Note a pequena palavra “ainda”. Éramos “ainda” pecadores quando Cristo morreu por nós. Ele não morreu por nós, sendo nós ainda “membros da igreja” ou “pessoas boas” ou “cidadãos do bem” ou “bons vizinhos” ou “grandes empreendedores”, mas Ele morreu
por nós quando ainda estávamos perdidos em nosso pecado e longe de Deus. Essa é a verdade sobre todos nós. Cristo morreu pelos pecadores, porque apenas pecadores podem ser salvos.
Você é um pecador? Se assim for, aqui está uma boa notícia para você. A única coisa que resta é acreditar nele. Creia no Filho de Deus que o ama e morreu por você.
V. A Satisfação do Servo (53.10-12)
Tendo em vista que Isaías escreveu 700 anos antes do Calvário, ele utilizou as palavras no tempo futuro. Faremos a mesma coisa que nós consideramos estes versos.
A. Ele será esmagado.
O profeta agora explica a crucificação do ponto de vista de Deus. “Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado...” (Is 53.10). Quem foi responsável pela morte de Jesus Cristo?
Mesmo que Jesus tenha sido crucificado pelas mãos de homens ímpios, Sua morte foi determinada de antemão por Deus (At 2.22-23). Jesus não foi um mártir, Sua morte não foi um acidente. Ele foi o sacrifício de Deus pelos pecados do mundo. Deus em Sua graça e soberania permitiu que o Seu próprio Filho fosse esmagado. Ele planejou que o Seu próprio Filho sofresse.
Isaías passa a falar sobre os bons resultados que fluirão do Seu sofrimento. Essas são as glórias que se seguirão.
Primeiro, Ele verá os Seus descendentes: “... verá a sua posteridade e
prolongará os seus dias; e a vontade do SENHOR prosperará nas suas mãos” (v. 10)
– Ele não permanecerá morto! “Ele prolongará os seus dias” (Is 53.10). Significa que o Servo será ressuscitado para viver eternamente. Em Sua ressurreição, Jesus triunfou sobre todos os inimigos (Ef 1.19-23; 4.8). Satanás ofereceu a Cristo um reino glorioso, em troca de adoração (Mt 4.8-10), que teria significado ignorar a cruz. Jesus foi “obediente até a morte”, e Deus “o exaltou sobremaneira” (Fp 2.8-10).198 Jesus, o Filho eterno de Deus, vive pelos séculos dos séculos.
B. Ele ficará satisfeito.
Em segundo lugar, a vontade do Senhor prosperará na sua mão: “Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si” (v. 11) – Primeiro, Ele sofrerá. Então Ele verá. Em seguida, Ele ficará satisfeito. Ciente de que a Sua obra substitutiva foi concluída (“Está consumado”, Jo 19.30), Ele agora pode justificar (declarar justo aqueles que creem (Rm 1.17; 3.24). Ele morreu para que
pudéssemos viver.199 Sua morte não foi o fim da história. Jesus estava apenas começando.
“... justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si” (v. 11) –
O único caminho para o céu é admitir que você não merece ir para lá, e confesse que por causa do seu pecado merece a condenação eterna, e ao lançar-se sobre a misericórdia de Jesus que te amou e morreu por você e pagou o preço por seu pecado, quando morreu na cruz.
C. Ele será recompensado
“Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu” (v. 12) – Com estas palavras, Isaías termina com um círculo completo. Ele começou declarando que o servo seria exaltado, apesar do Seu sofrimento (52.13-15).
Agora, ele declara que o servo será exaltado por causa do Seu sofrimento.
Usando uma terminologia militar, Isaías diz que Jesus vai dividir os despojos da vitória. O Servo é comparado com um grande conquistador, alguém que partilha os despojos da vitória com seus seguidores.200 Jesus conquistou a vitória justamente
porque foi obediente à vontade do Pai e se ofereceu na cruz.
“... E com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua
alma na morte...” (v. 12) – Isaías diz que Jesus vai repartir o despojo com os “poderosos”. Mas quem são os poderosos? Uma vez que Jesus é o Capitão de nossa Salvação, Ele vai dividir os despojos da vitória com todos os que o seguem.
Pense por um momento sobre a famosa história de Davi e Golias. Por que esses dois homens lutaram sozinhos? A resposta é simples. Cada homem representava o seu próprio exército. Davi lutava por Israel. Golias lutava pelos filisteus. Quando Davi venceu, todo exército venceu com ele. Em seguida, o povo de Israel perseguiu os filisteus. Em 1Samuel está escrito: “Então, voltaram os filhos de Israel de perseguirem os
filisteus e lhes despojaram os acampamentos” (1Sm 17.53). Davi venceu a batalha, mas os israelitas compartilharam dos despojos da vitória.
É a mesma coisa com Jesus. Sua vitória na cruz é a nossa vitoria. Quando Ele venceu, nós também vencemos.
Ele derramou a sua alma na morte – Ele morreu em nosso lugar.
Ele foi contado com os transgressores – Ele foi contado entre nós.
Ele levou sobre si o pecado de muitos – Ele estava levando o nosso pecado.
Ele intercedeu pelos transgressores – Ele intercedeu pelos nossos pecados.
É isso que torna tudo tão extraordinário. Jesus Cristo, o vitorioso compartilhou sua vitória conosco. Não merecíamos, mas Ele fez tudo isso por você. Aqui está a melhor notícia para aqueles que creem em Jesus. Ele venceu!
O diabo não pode detê-lo,
A cruz não pode derrotá-lo,
A sepultura não pode segurá-lo.
Glórias sejam dadas a Ele pelos séculos dos séculos!
O que fizeram com Jesus não foi certo. Foi injustiça monstruosa. Mas, antes de condenar os outros, vamos fazer uma pergunta: Quem fez isto? Não culpe os judeus. Não culpe os romanos. Se você deseja culpar alguém, olhe no espelho. Você fez isso. Eu fiz isso. O chicote, os espancamentos, o cuspe no rosto, a coroa de espinhos, a zombaria, a
lança, o abandono e a traição. Nada disso aconteceu por acaso. Deus planejou tudo. E Jesus fez tudo isso por você e por mim.
Deste modo, lembre-se dessas quatro palavras: Corra para a cruz! Corra para a cruz e lance mão de Jesus Cristo que morreu por você. Deus está plenamente satisfeito com o trabalho do Seu Filho. Lembre-se que Ele foi “traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades” (Is 53.5). Você acredita nisso? Então, corra para a cruz e contemple o Seu salvador.
Não cometa o erro fatal de pensar que porque você é uma pessoa muito boa, não precisa ser salvo. Jesus não se despojou da glória do céu e sofreu as agonias da cruz, para que você tivesse uma vida melhor agora. Ele não morreu principalmente para que você tivesse uma família feliz ou sucesso nos negócios. Ele morreu para salvá-lo dos seus pecados. Ele vai te salvar se você reconhecer que não pode salvar a si mesmo e se realmente você acreditar nele como seu Senhor e Salvador.
Se você confiar em Cristo, nenhum inimigo, seja a tribulação, angústia,
perseguição, fome, nudez, perigo, espada ou até mesmo a morte, será capaz de separá-lo do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor (Rm 8.35-39)!
Queremos agradecer a Deus pela oportunidade de poder compartilha de mais um estudo bíblico até a fase de conclusão.
Queremos agradecer a Deus pela oportunidade de poder compartilha de mais um estudo bíblico até a fase de conclusão.
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