domingo, 18 de julho de 2021

Série: As sete cartas às Igrejas. 2ª Carta, à Igreja de Esmirna

 Por Jânio Santos de Oliveira



 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena


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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!





Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no Livro do Apocalipse 2.8-11 que nos diz:

“Isto diz o primeiro e o último, que foi morto e reviveu: Conheço as tuas obras e tribulação e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que dizem ser judeus, e não o são, porém são sinagoga de Satanás. Não temas o que hás de padecer. Eis que o Diabo está para lançar alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. O que vencer, de modo algum sofrerá o dano da segunda morte”




Nós estamos apresentando uma série de estudos bíblicos sobre as sete cartas que Jesus escreveu às Igrejas da Ásia menor com a seguinte sequência:

  • Introdução
  • Primeira Carta, à Igreja de Éfeso
  • Segunda carta, à Igreja de Esmirna


I. Análise preliminar do texto. (Is 9.6)

Das cartas destinadas as igrejas em Apocalipse, encontramos duas que não recebem palavras de desaprovação a respeito delas, uma é Esmirna a outra Filadélfia.
Quero caminhar sobre os versículos que compõe a carta escrita a Esmirna, trazendo aprendizado práticas e um conhecimento de Deus para sua vida.
Temos a carta escrita a igreja de Esmirna como a segunda, a primeira foi Éfeso. Ela também concorria com Éfeso pela honra de ser chamada “a principal cidade da Ásia” e a “metrópole”.
Ela se aproximava de Éfeso no que tange ao volume do comércio e exportação. E ainda nos nossos dias, ela continua sendo uma grande cidade, a única das 7 que atualmente é prospera.
A igreja lá foi aparentemente fundada quando Paulo estava pregando em Éfeso (At 19.10). Ela continuou sendo um forte centro eclesiástico por vários séculos.
Veja pontualmente o que vamos comentar nesse estudo:
O autor da carta a igreja de Esmirna.
O que Cristo viu naquela igreja?
Qual a exortação da parte de Jesus?
O convite e a recompensa a igreja de Esmirna.
Se mesmo ao final do estudo, você estiver com dúvidas sobre algo, pode utilizar o campo comentário que vamos ter o maior prazer em responder.
A carta a igreja de Esmirna está contida em Apocalipse 2.8-11, recomendo fielmente que leia antes de prosseguir no estudo, pois isso vai facilitar seu aprendizado.


II. Visão panorâmica

João foi contemplado com uma visão de Jesus Cristo mostrando características autênticas de um ser glorificado, que somente o próprio Deus poderia possuir. O destinatário desta Carta de Jesus foi a Igreja Esmirna, também chamada de Igreja dos mártires.
Como ocorre com cada uma das Igrejas da Ásia, Jesus se apresenta de forma muito específica e trata com cada uma de forma personalizada. Sempre que faz isso, mostra características capazes de definir sua pessoalidade e sua divindade. Ele já se apresentou no início do capítulo para João, se descrevendo de forma generalizada (Ap. 1.17,18).

Aqui ele disse que é o Primeiro e o Último. Uma palavra dirigida aos perseguidores da sua Noiva. Depois de caírem todos os tronos, o dele continuará de pé. Será perante Ele que os perseguidores da fé deverão prestar contas. Uma advertência severa é colocada nestes versículos, e isto deveria nos levar a mudar de atitude.
Diz também que é o que morreu e ressuscitou, e não poderia deixar de se apresentar desta forma e mostrar empatia com sua Noiva querida. Ele sentiu as nossas dores, uma por uma, por isto, sabe o que é padecer. Esta palavra é de esperança.
O que morreu é o mesmo que ressuscitou. Se nos associamos com Ele na morte, também nos associaremos com Ele na ressurreição. Para uma Igreja de mártires, Jesus se apresenta como aquele que morreu. Se não pouparam o seu Senhor, imaginem o que farão com os servos.
Agora Jesus passa a fazer uma descrição apurada do destinatário. Vamos começar pela sua localização: Esmirna ficava a 65 km de Éfeso, uma das mais importantes cidades da Ásia. Nela, Policarpo, um dos pais da Igreja, foi martirizado aos 80 anos de idade.
O próximo passo em sua conversa com a Igreja é um Maiúsculo Reconhecimento: “Conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás. Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2.9, 10).
Apesar das tuas tribulações e da tua pobreza, tu és rica. Assim como a mirra, esta igreja exalou o bom perfume de Cristo quando foi amassada. Murmurações e acusações contra os perseguidores qualquer um faz, os cristãos devem ser diferentes. Dizem que ao ser queimado, Policarpo exalou um perfume suave.
As perseguições vinham de duas direções: (de fora e de dentro). Fora de seus portões o mundo odiava a igreja. Dizia-se que o sangue dos mártires é a semente da igreja.
Uma tribulação de dez dias (v.10). A última perseguição que foi de Nero até Constantino, durou exatamente dez anos. Sob o domínio romano a religiosidade imperou e desenvolveu-se.
Outra possibilidade é que dez dias pode também significar que o sofrimento tem um limite, seu fim está próximo.
A perseguição também vinha de dentro. Cristãos nominais resistiam ao arrojo do verdadeiro cristianismo. É o que a Bíblia chama de “a sinagoga de satanás” (v.9). A sinagoga é lugar de adoração, isto significa que o culto satânico se disfarçou de piedade. A perseguição interna persistirá durante a época da igreja. Dentro da cristandade a obra do Espírito ainda encontra muita resistência

E a repreensão que ele fez para a Igreja de Éfeso? Éfeso foi repreendida porque precisou, mas esta igreja não recebeu qualquer tipo de repreensão da parte de Jesus. A igreja era pobre para os homens, mas rica para com Deus. Muitas Igrejas tentam impressionar o mundo com suas realizações. Na verdade, quando não temos poder, mostramos nossos paramentos.
“Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap.2.10). Há um prêmio para quem se mantiver fiel durante tempos de perseguição (a coroa da vida). Na realidade, devemos ser eternamente gratos aos nossos perseguidores, eles me darão uma coroa eterna. São um incentivo para mim, por isto, devo abençoá-los.
E a Promessa: Essa não poderia faltar, mas sempre é feita somente ao vencedor. “O que vencer, de modo nenhum sofrerá o dano da segunda morte” (Ap.2.11). Os perdedores ficarão apenas com sua derrota. Os perdedores são os que desistiram e sofrerão a 2ª morte (Ap 20.), que é o lago de fogo.
O vencedor morrerá apenas uma vez. O que vencer não passará pelo lago de fogo, vai direto para junto do Senhor. Pior do que a morte física é a morte eterna. O lago de fogo é a segunda morte.



III. Por onde começou a perseguição à Igreja de Esmirna?



Esmirna sofria sob a tirania de Roma. Mais adiante, JESUS identifica tal tribulação como prisão ou encarceramento.
A palavra tribulação (thlipsis, no grego) é muito radical. Literalmente, significa esmagar um objeto, comprimindo-o. Descreve a vítima sendo esmagada, e seu sangue, extraído. Descreve pessoas esmagadas até a morte por uma enorme pedra. Também descreve a dor duma mulher ao dar à luz  a filhos.
Em Esmirna, os crentes eram dolorosamente esmagados sob as rígidas cláusulas da lei romana. Eram arrancados de suas casas, capturados nas feiras livres e levados cativos. César jogava toda a força de seu poderoso império sobre esta pequena igreja. E muitos desses santos já haviam selado seus testemunhos com o próprio sangue.
Quando a igreja foi fundada em Jerusalém, era Israel quem lhe avultava como ameaça, e não Roma. Além do mais, vigorava naqueles dias a pax romana. Embora cada país conquistado pudesse conservar seus próprios líderes e costumes, tinha de prestar cega obediência ao imperador. Aparentemente nada havia mudado. O povo ainda gozava certas liberdades políticas, religiosas e culturais, mas lá estava o Império Romano pronto a reprimir qualquer indisciplina.
Mas tudo mudou repentinamente. Em 67 d.C., um louco chamado Nero subiu ao trono de Roma. Temendo perder o trono, Ele matou suas três primeiras esposas e a própria mãe. Sob sua insanidade, as chamas da perseguição foram inflamadas contra a Igreja. Nero culpou os cristãos por muitos de seus erros políticos. Foi esta a perseguição mencionada nas duas epístolas de Pedro.
Mas Nero morreu cedo, proporcionando momentâneo refrigério à Igreja. Em 81 d.C., porém, outro insano assume o poder. Domiciano era mais cruel que Nero. E logo uma segunda onda de perseguição levanta-se contra os cristãos. Esta é a perseguição a que JESUS se refere na carta à Esmirna [grifo nosso].
Ao expandir-se, Roma conquistou muitos territórios e países, gerando grande diversidade de línguas e culturas no império. Como unificar tantas diversificações? A adoração ao imperador foi a resposta. Uniria o império, pois obrigaria cada cidadão romano a prestar, uma vez por ano, pública lealdade diante do busto de César.
Mas para os cristãos, adorar a César era uma traição ao Rei dos reis. Ao invés de declarar: 'César é Senhor', os primeiros cristãos bravamente confessavam: 'CRISTO é Senhor!' Como resultado, passou a Igreja a sofrer dolorosamente"


IV. O autor da carta a igreja de Esmirna


“E ao anjo da igreja em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu.” (Ap 2:8)
Fiz questão de pontuar a respeito do autor da carta, mesmo a maioria sabendo que foi Jesus. Mas, gosto quando Ele diz: “O primeiro e o último, que foi morto, e reviveu.”
Isso nos comprova a veracidade de que Jesus estava falando para João escrever. Um grande erro que alguns teólogos modernos fazem, é dizer que Jesus não é divino, ou não possui essência divina.
Contudo, tanto esses versículos como também o capítulo 1 de Apocalipse nos mostra justamente ao contrário.
Vamos aos fatos:
Em Apocalipse 1.13-18, observamos que João vê um ser celestial.
Agora em Apocalipse 2.8, fica mais do que comprovado que é o próprio Jesus.
Concluímos, que Jesus é o Filho de Deus, sendo o próprio Deus e autor da vida (Jo 1.1; Cl 1.16-18; Hb 1.8).
E sabe outro fato interessante? Nos mostra que Jesus sempre está atento as obras da igreja, pois ele mesmo fez questão de ditar o que deveria ser escrito a igreja de Esmirna.
Não existe nada que esteja fora das visões do nosso poderoso Deus. As palavras de Apocalipse 2.8 tinham uma relevância peculiar na carta à igreja de Esmirna. Porque essa cidade havia morrido e tornou a viver.
Strabo diz que os lídios destruíram o lugar e por cerca quatrocentos anos não houve cidade ali, apenas algumas vilas espalhadas. Ramsay observa: “Todos os leitores de Esmirna certamente seriam sensibilizados à impressionante analogia com a história primitiva de sua própria cidade”.



V. O que Cristo viu naquela igreja?



Observamos a aprovação de Cristo nos seguintes versículos: “Conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás.” (Ap 2.9)
Existem elo menos 3 coisas que encontramos Jesus mencionando nesses versículos:
A tribulação;
A pobreza;
A blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás.
Cada uma tem a sua explicação detalhada, ao qual quero trazer a explicação para facilitar seu entendimento.
A tribulação

É interessante porque se formos observar, esse versículo 9 de Apocalipse 2, retrata de uma forma ou de outra a aprovação de Cristo referente aquela igreja.
E ele menciona a tribulação. O fato de ele mencionar isso, é justamente porque aquela igreja apesar de passar por tribulações, não deixava isso abalar a sua fé no Filho de Deus.
Isso trás um ensinamento grandioso, mostrando que mesmo com a aprovação de Jesus em nossas atitudes, isso não nos isenta de passar por tribulações.
Existe pelo menos duas coisas que a Bíblia menciona quando fala sobre dificuldades, a primeira é relacionando-a com o pecado, isso é a tentação.
A segunda, é relacionando-a com as lutas de cada dia, e isso é a provação. Quem tenta é o diabo, agora quem prova é Deus. E essa provação para quem vencer, tem recompensa:
“Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.” (Tiago 1.12)
Saiba que se você suportar tanto as tentações como a provação, você receberá a coroa da vida.
Seja igual os cristãos da igreja de Esmirna, apesar das tribulações não desista. Sei que na sua vida nesse momento, pode estar tudo caindo aos pedaços. Mas Deus ainda vela por ti e está pronto em te ajudar.
A palavra grega para tribulação (thlipsis) é forte, significando “pressionado” ou “espremido”.
Você está sendo pressionado ou espremido? A vida está fazendo isso com você? Continua perseverando, não desista jamais!
A pobreza

Aparentemente, uma relação que existe, é que a tribulação gerou pobreza. Aquela igreja passou por momentos tão trabalhosos e isso refletiu também na parte financeira.
Só que ao mesmo tempo que a Bíblia menciona a pobreza daquela igreja, logo após fala que é rico. Como pode uma igreja sendo pobre, mas ser rica?
A explicação é bem fácil, apesar de pobre financeiramente, era rica espiritualmente. Quando você olhava aquela igreja de fora, via pessoas necessitadas financeiramente, porém, por dentro, tinham de sobra para dar aos outros.
Isso é maravilhoso! Apesar da condição precária visivelmente, o interior estava em fartura de Deus.
Quando lemos isso, jamais Cristo está fazendo uma alusão, dizendo que para sermos espirituais devemos ser pobres. A pobreza e a espiritualidade não têm nenhuma relação.
Na verdade, o que a Palavra de Deus está mostrando é a força interior daquela igreja, apesar do exterior não estar bem.
Se você acha que é sua pobreza que te afasta de Deus, está enganado. Mesmo com um trabalho ruim, um salário péssimo, ainda podemos ser cristãos fervorosos.
Não olhe para o tanto de dinheiro que tem em mãos, olhe para o Deus perfeito que você serve. E com certeza ele tem cuidado de tudo em sua vida.
“Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estar coisas vos serão acrescentadas.” (Mt 6.33).
A blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás

Jesus também conhecia a blasfêmia dos que se dizem judeus e não o são. Paulo escreveu aos Romanos: “Porque não é judeu o que o é exteriormente Mas é judeu o que o é no interior” (Rm 2.28-29).
Esses perseguidores em Esmirna eram judeus por raça e religião, mas não eram verdadeiros filhos de Abraão. Os judeus odiavam de uma maneira especial os convertidos do judaísmo ao cristianismo.
Além de tudo, aquela igreja ainda era perseguida. Eu sinceramente vejo uma alusão a tudo que vivemos hoje em dia, tribulações, pobreza e até perseguição.
Porém, como disse na introdução desse estudo, essa foi uma das duas igrejas ao qual Jesus não menciona nenhuma atitude que desaprovasse. Apenas pontos positivos.
E essa perseguição era tão severa, que o próprio Jesus menciona como “sinagoga de Satanás”. Até mesmo por causa dessa perseguição, os cristãos evitaram chamar o lugar de culto como sinagoga e passaram a chamar de igreja.



VI. Qual a exortação da parte de Jesus?


Ao contrário do que muitos pensam, exortação é também explicado por “dar ânimo”. Em um primeiro momento ouvindo essa palavra, você pode pensar que é uma repreensão, mas na verdade, é algo utilizado para dar ânimo.
Essa exortação, encontramos em Apocalipse 2.10:
“Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.”
Isso mostra que os judeus se uniriam às autoridades pagãs na perseguição. Ambos seriam instigados pelo diabo. Era ele que, em última análise, lançava os cristãos na prisão.
Contudo, apesar dessa prisão que sobreviria sobre alguns, não era para temer. Ou seja, continuar acreditando que estava tudo sobre o controle de nosso Deus.
Deus cuidaria para que não sofressem acima do que poderiam suportar. Se fossem fiéis até à morte — provavelmente uma alusão ao martírio — receberiam a coroa da vida.
Essa coroa da vida, remete a eternidade. Mostrando que a principal recompensa não vinha nessa terra, mas na vindoura.
Saiba que com cada um de nós também é assim, o maior privilégio é poder um dia desfrutar da eternidade e não dos prazeres dessa terra apenas.


VII. O convite e a recompensa a igreja de Esmirna 

Podemos encontrar o convite nas seguintes palavras de Jesus: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”, e a recompensa:
“O que vencer não receberá o dano da segunda morte.” (Apocalipse 2.11)
Não sei se você reparou, mas o principal ânimo que Jesus dá a essa igreja, é justamente a realidade da eternidade de paz que eles iriam ter.
Mesmo se esses fiéis de Esmirna tivessem de sofrer morte física por causa de Cristo, eles nunca seriam feridos pela segunda morte — isto é, a morte espiritual.
A expressão “não receberá o dano”, pode ser traduzida como “de modo nenhum”. Isso mostra a certeza daquilo que Jesus estava falando, de modo algum, aqueles que vencer, passariam pela segunda morte.
Tem sido sugerido que essa carta transmite “Palavras de Regozijo de um Salvador Reinante para uma Igreja Sofredora”:
Um Salvador vivo acima de todos (versículo 8);
Um Salvador vivo conhecendo tudo (versículo 9a);
Um Salvador vivo avaliando a todos: tu és rico;
Um Salvador vivo antevendo tudo (versículo 10);
Um Salvador vivo limitando tudo: dez dias;
Um Salvador vivo encorajando a todos (versículo 10a);
Um Salvador prometendo vida no fim de tudo (versículo 10b).
Bom, diante dessas verdades de um Salvador que temos em nossa vida, concluímos o estudo sobre a igreja de Esmirna.


VIII. O perfil da Igreja de Esmirna

Historicamente falando, pouco se sabe sobre a Igreja de Esmirna, mas o que se sabe ao certo é que foi uma igreja que permaneceu fiel em meio à perseguição implacável dos imperadores romanos.
Comparando a igreja de Esmirna com os períodos históricos pelos quais passou a igreja de JESUS CRISTO, ela corresponde ao período de 100 a 312 d.C. (clique aqui para detalhes), quando sofreu intensa perseguição dos imperadores romanos que tinham o objetivo de banir o Cristianismo da face da terra. Foi talvez a maior perseguição sofrida pela Igreja de JESUS CRISTO até os dias de hoje. Atribui-se, então, à igreja de Esmirna o título de igreja perseguida.
Revela-se aqui, a primeira estratégia de Satanás para freiar e destruir o Cristianismo: a perseguição. No período de 30 d.C. a 100 d.C., vimos através da igreja apostólica, representada pela igreja de Éfeso, que ela era eficiente: pregou o evangelho por toda a Ásia, era fiel a CRISTO. Os membros amavam mais a CRISTO do que suas próprias vidas - uma lição para a igreja atual!
Porém, Satanás aprendeu que quanto mais perseguia a igreja, mais ela crescia! Portanto, a estratégia da perseguição falhou, de início. Veremos, no estudo sobre a igreja de Pérgamo, que Satanás muda sua estratégia e infelizmente dá um golpe de mestre no Cristianismo: ele contamina a igreja Cristã, através do imperador Constantino, que se declarou cristão, mas fundiu as religiões politeístas (vários deuses) greco-romanas com o Cristianismo.
Tamanha era a perseguição sofrida no período representado pela igreja de Esmirna que a Igreja de JESUS CRISTO sofreu oito dos dez períodos de perseguição por parte dos imperadores romanos. A tabela abaixo mostra que, fora os imperadores Nero e Domiciano, todos os outros perseguiram a Igreja de JESUS CRISTO entre 100 e 312 d.C:

Nero
54-68 d.C.
Decapitou Paulo e crucificou Pedro
Domiciano
81-96 d.C
Exilou João na ilha de Patmos
Trajano
98-117 d.C.

Marco Aurélio
161-180 d.C.

Severo
193-211 d.C.

Maximino
235-238 d.C.

Décio
249-251 d.C.

Valeriano
253-260 d.C.

Aureliano
270-275 d.C.

Diocleciano
284-305 d.C.
 Por 10 anos perseguiu a Igreja


Apenas para se ter uma idéia de como Satanás usava os imperadores para matar cristãos, citaremos algumas atrocidades cometidas no período:
Nero fazia "cristãos-tocha", ou seja, amarrava cristãos em mastros no jardim de seu palácio e os queimava vivos em público
A maioria dos imperadores levaram centenas de cristãos à arena do anfiteatro de Roma para serem devorados por leões, o que era visto pela cidade toda como platéia
Diocleciano foi considerado o maior opositor do cristianismo. Ele assinou um decreto para se eliminar as escrituras bíblicas da face da terra. Muitas cidades faziam cerimônias públicas para incineração das primeiras Bíblias
Alguns dos imperadores queimavam cristãos em fogueiras
Outros eram ainda mais sanguinários: cubriam cristãos com peles de animais e os lançavam aos cães selvagens, que os devoravam até a morte.

Primeiro e o Último.
Pode haver somente um Primeiro e Último. As escrituras nos mostram isto. DEUS é o Primeiro e o Último:
"Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há DEUS."
Isaías 44:06
"Escuta-me, ó Jacó, e tu, ó Israel, a quem chamei; eu sou o mesmo, eu o primeiro, eu também o último."
Isaías 48:12
Agora observe os seguintes versículos que afirmam que JESUS é o Primeiro e o Último:
"Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto e reviveu:"
Apocalipse 2:8
"Quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último."
Apocalipse 1:17
Esta é uma prova incontestável da Triunidade de DEUS. Não pode haver dois primeiros, nem dois últimos. Há somente um primeiro e último!

Morreu e reviveu - O único que morreu e reviveu para sempre, subindo ao céu, onde está a direita do PAI.
"Por que a ressurreição de JESUS CRISTO é tão importante?"
Resposta: A ressurreição de CRISTO é importante por vários motivos. Primeiro, é um testemunho do imenso poder de DEUS. Acreditar na ressurreição é acreditar em DEUS. Se DEUS realmente existe, e se Ele criou o universo e tem poder sobre o mesmo, então Ele tem poder de ressuscitar os mortos. Se Ele não tem tal poder, Ele não é um DEUS digno de nossa fé e louvor. Apenas Aquele que criou a vida pode ressuscitá-la depois da morte; só Ele pode reverter o horror que a morte é, e só Ele pode remover o aguilhão que é a morte e a vitória que pertence ao túmulo. Ao ressuscitar CRISTO dos mortos, DEUS nos faz lembrar de Sua absoluta soberania sobre a morte e vida.
 Segundo, a ressurreição de JESUS é um testemunho da ressurreição de seres humanos, que é uma doutrina básica da fé Cristã. Ao contrário de outras religiões, o Cristianismo possui um fundador que transcende a morte e promete que os Seus seguidores farão o mesmo. Todas as outras (falsas) religiões foram fundadas por homens e profetas cujo fim foi o túmulo. Como Cristãos, podemos nos confortar com o fato de que DEUS Se tornou homem, morreu pelos nossos pecados, foi morto e ressuscitou no terceiro dia. O túmulo não podia segurá-lO. Ele vive hoje e se senta à direita do Pai no Céu. A igreja viva tem um Cabeça vivo!
Em 1 Coríntios 15, Paulo explica em detalhe a importância da ressurreição de CRISTO. Alguns em Corinto não acreditavam na ressurreição dos mortos, e nesse capítulo Paulo lista seis consequências desastrosas se a ressurreição nunca tivesse ocorrido: 1) pregar sobre CRISTO seria em vão (v.14); 2) fé em CRISTO seria em vão (v.14); 3) todas as testemunhas e pregadores da ressurreição seriam mentirosos (v.15); 4) ninguém poderia ser redimido do pecado (v.17); 5) todos os Cristãos que dormiam teriam perecido (v.18); e 6) Cristãos seriam os mais infelizes de todos os homens (v.19). Mas CRISTO realmente ressuscitou dos mortos e é “as primícias dos que dormem” (v.20), assegurando-nos de que vamos segui-lO na ressurreição.

IX. A Igreja de Éfeso e o perfil da Igreja atual.


Começando a análise de perfil das Igrejas atuais por meio da Igreja de Éfeso vê-se claramente as seguintes características desta Igreja:

Prezavam pela doutrina verdadeira e eram poderosos defensores da fé cristã;
Considera esta Igreja como a Igreja Apostólica;
Possuíam muita fé e perseverança;
Possuíam um grande defeito: esquecimento do primeiro amor.
Esta Igreja representa aquelas Igrejas atuais onde percebe-se uma grande preocupação pelo estudo e desenvolvimento dentro do conhecimento da Palavra, os quais são aptos guerreiros contra ideias contrárias à fé cristã. Cheios de fé e perseverança, são cristãos que não se intimidam com perseguições, tribulações e nem ataques de qualquer forma à sua fé. Embora possuam tantas qualidades positivas, possuem um imenso erro: falta de amor.

A falta de amor gera a imperfeição e com o tempo o esfriamento da fé e da união da Igreja levando-a a um fracasso espiritual muito sério. Jesus ensinou que seus discípulos seriam reconhecidos pelo amor que demonstrassem uns pelos outros. Daí a Igreja de Éfeso pecou por haver perdido sua identidade cristã e não ser mais a luz do Deus invisível num mundo incrédulo.

A Igreja de Esmirna possui as seguintes características:

Perseguida;
Fiel;
Pobres de recursos;
Ricos de Deus.
A igreja em Esmirna representa as Igrejas atuais que sofrem ataques constantes por serem fiéis a Deus e à Sua Palavra. Um fato que deve ser levado em conta na vida de um cristão é: se você decidir seguir a Cristo saiba que se tornará inconveniente para muitos, chegando ao ponto de ser perseguido injustamente por manter a Verdade pura em sua vida. Como dizia o apóstolo Pedro acerca das blasfêmias proferidas contra os cristãos por conta de suas vidas santas em 1 Pedro 4.4: “E acham estranho não correrdes com eles no mesmo desenfreamento de dissolução, blasfemando de vós”.


Jesus sempre ensinou que a caminhada cristã não seria fácil, pois aquele que quiser entrar na porta da salvação precisará trilhar um Caminho estreito e adentrar uma porta estreita. Todo cristão é bem-aventurado se sofrer por causa do nome de Cristo, pois por causa disto sua fé é vista com grande valor diante de Deus como ensinou Jesus em Mateus 5.11,12. A igreja de Esmirna deve ser vista como exemplo de nossa integral fidelidade a Deus mesmo diante da morte. Pois aquele que crê em Jesus ainda que morra viverá.


Em breve estaremos de volta dando sequencia a esta série.

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