domingo, 18 de julho de 2021

Série: As sete cartas às Igrejas. 5ª Carta, à Igreja de Sardes

 Por Jânio Santos de Oliveira



 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena


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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!




Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no Livro do Apocalipse 3.1-6 que nos diz:




1 E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete Espíritos de DEUS e as sete estrelas: Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.

 2 Sê vigilante e confirma o restante que estava para morrer, porque não achei as tuas obras perfeitas diante de DEUS. 

3 Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.

4 Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes e comigo andarão de branco, porquanto são dignas disso. 

5 O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. 

6 Quem tem ouvidos ouça o que o ESPÍRITO diz às igrejas.

 


Nós estamos apresentando uma série de estudos bíblicos sobre as sete cartas que Jesus escreveu às Igrejas da Ásia menor com a seguinte sequência:


  • Introdução
  • Primeira Carta, à Igreja de Éfeso
  • Segunda carta, à Igreja de Esmirna
  • Terceira Carta, à Igreja de Pérgamo
  • Quarta Carta, à Igreja de Tiatira
  • Agora , Quinta Carta à Igreja de Sardes






I. Análise preliminar do texto. 


Imagem


Ruínas de Sardes



A cidade antiga de Sardes, hoje apenas ruínas perto da atual vila de Sarte na Turquia, considerava-se impenetrável. Foi situada numa rota comercial importante no vale do Hermo, com a parte superior da cidade (a acrópole) quase 500 metros acima da planície, nos rochedos íngremes do vale. Era uma cidade próspera, em parte devido ao ouro encontrado no Pactolos, um ribeiro que passava pela cidade. A cidade antiga fazia parte do reino lídio. Pela produção de ouro, prata, pedras preciosas, lã, tecido, etc., se tornou próspera. Os lídios foram o primeiro povo antigo a cunhar regularmente moedas. Em 546 a.C., o rei lídio, Croeso, foi derrotado pelos persas (sob Ciro o Grande). Soldados persas observaram um soldado de Sardes descer os rochedos e, depois, subiram pelo mesmo caminho para tomar a cidade de surpresa durante a noite. Assim, a cidade inexpugnável caiu quando o inimigo chegou como ladrão na noite! Em 334 a.C., a cidade se rendeu a Alexandre o Grande. Em 214 a.C., caiu outra vez a Antíoco o Grande, o líder selêucido da Síria. Durante o período romano, pertencia à província da Ásia, mas nunca mais recuperou o seu prestígio. Era uma cidade com um passado glorioso e um presente de pouca importância em termos políticos e comerciais.
Aquele que tem os sete Espíritos de Deus

 1): Sete representa a totalidade e a perfeição divina. Diante do trono de Deus, “ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus” (4:5). Os sete olhos do Cordeiro “são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra” (5:6). Deus sabe tudo e vê tudo (2 Cr 16:9). Nada em Sardes seria escondido de Jesus.
As sete estrelas (1): Jesus não somente vê, ele também controla. Ele segura os mensageiros das igrejas na sua mão direita (1:16,20). Pode ver, julgar e até castigar conforme a sua infinita sabedoria.
Conheço as tuas obras (1): Como nas outras cartas, aquele que estava no meio dos candeeiros conhecia perfeitamente as obras e os corações das igrejas.
Tens nome de que vives, e estás morto (1): Esta frase ilustra perfeitamente a diferença importante entre reputação e caráter. A reputação é a fama da pessoa, o que os outros acham que ela é. O caráter é a essência real da pessoa, o que realmente é. As outras pessoas podem ver somente por fora, mas Jesus vê o homem interior e sonda os corações. Ele não pode ser enganado por ninguém. A igreja de Sardes teve a reputação de ser ativa e viva, mas Jesus sabia que estava quase morta. Ele não fala de perseguição romana, nem de conflitos com falsos judeus. Não cita nenhum caso de falsos mestres seduzindo o povo ao pecado. Ele fala de uma igreja aparentemente em paz e tomada por indiferença e apatia. A boa fama não ocultou a verdadeira natureza desta congregação dos olhos do Senhor.
Sê vigilante 

2): Por falta de cuidado, Sardes caiu aos seus inimigos em guerra. Espiritualmente, discípulos e igrejas caem por falta de vigilância. Muitas passagens no Novo Testamento frisam a importância da vigilância, pois o pecado nos ameaça (Mt 26:41; 1 Pe 5:8). Falsos mestres procuram devorar os fiéis (At 20:29-31). Não devemos descuidar, porque não sabemos a hora que o Senhor vem (Mt 24:42,43; 25:13; Lc 12:27-39; 1 Co 16:13; 1 Ts 5:6). O bom soldado toma a armadura de Deus e vigia constantemente com perseverança e oração (Ef 6:18; Cl 4:2).
Consolida o resto que estava para morrer (2): Uma última tentativa de resgate ( 22-23). A igreja em Sardes estava quase morta, mas ainda houve uma esperança de salvar alguns, ou talvez até de reavivar a congregação.
Não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus (2): Para ter a reputação de ser uma igreja viva, parece que ainda havia alguma atividade em Sardes. O problema não foi a ausência total de obras, mas a falta de integridade delas. É possível defender a doutrina de Deus sem amar ao Senhor (2:2-4). É possível obedecer mandamentos de Deus sem inteireza de coração (2 Cr 25:2). É possível fazer coisas certas com motivos errados. Os homens podem ver as obras; Deus vê os corações, também.
Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te 

3): Como a cidade de Sardes olhava para seu passado glorioso, a igreja precisava lembrar as grandes bênçãos recebidas e voltar a valorizar a sua comunhão especial com Deus. Se esquecermos da palavra de Deus e da salvação do pecado, facilmente cairemos no pecado ( 2 Pe 1:8-9). Para nos firmar na fé, temos que lembrar do que temos recebido. Não é por acaso que a Ceia do Senhor foi dada como a celebração central das reuniões dos cristãos. Quando lembramos da morte de Jesus, do sacrifício que ele fez por nós, ficamos mais firmes em nossos passos rumo ao céu (1 C1 1:24-26). Mas não é suficiente lembrar das coisas que ouvimos; precisamos guardar as palavras do Senhor. O evangelho não é apenas para ouvir; é para ser obedecido (2 Ts 1:8; 1 Pe 4:17). No caso do povo desobediente de Sardes, teriam de se arrependerem para voltar às boas obras de obediência.
Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti (3): A figura de um ladrão encontrando pessoas despreparadas é comum nas Escrituras. Jesus empregou esta idéia várias vezes no seu trabalho entre os judeus ( Mt 24:43; Lc 12:39) e os apóstolos imitaram este exemplo nas suas cartas (1 Ts 5:2-4; 2 Pe 3:10). No Apocalipse, Jesus prometeu vir como ladrão, encontrando despreparadas as pessoas que não vigiavam (16:15).
Poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras (4): No meio de uma igreja quase morta, Jesus encontrou algumas pessoas fiéis! Este fato nos lembra de que o julgamento final será individual ( 2:23; 22:12). Cada um receberá “segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo” (2 Co 5:10). Embora as cartas fossem destinadas às sete igrejas, as mensagens precisavam ser aplicadas na vida de cada discípulo. A salvação não é coletiva; é individual. Ao mesmo tempo, não devemos interpretar este versículo para justificar tolerância de pecado aberto numa igreja. Pessoas que sabem do pecado e não agem para corrigí-lo não podem alegar ter vestiduras brancas, pois desobedecem a palavra de Deus (Gálatas 6:1-2; Mt 18:15-17; Tg 5:19-20; etc.). Não devemos ser participantes nem cúmplices nas obras das trevas (Ef 5:7,11).
Andarão de branco junto comigo 

4): Já andavam de vestidura branca, sem as manchas do pecado. Esperavam andar com Jesus de roupas brancas, representando a vitória final sobre o pecado. “Linho finíssimo, resplandecente e puro...são os atos de justiça dos santos” (19:8). É Deus quem nos aperfeiçoa e nos equipa para toda boa obra (2 Tm 3:16-17).
Pois são dignos (4): Estes fiéis são dignos, não por mérito próprio, mas por serem pessoas salvas pela graça, pessoas que andam nas boas obras determinadas por Deus (Ef 2:8-10).
O vencedor ... vestiduras brancas 

5): A mesma promessa feita aos puros em Sardes se aplica geralmente ao vencedor. Terá vestiduras brancas de pureza e vitória. As pessoas de vestiduras brancas participam da grande festa de louvor ao Cordeiro em 7:9.
De modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida (5): O "Livro da Vida" é mencionado várias vezes na Bíblia ( 3:5; 13:8; 17:8; 20:12,15; 21:27; Fp 4:3). Paulo disse que as pessoas que cooperavam com ele no evangelho tinham seus nomes escritos no Livro da Vida (Fp 4:3). Jesus disse que os nomes dos vencedores que se mantêm puros não seriam apagados deste livro (3:5). Em contraste, os que rejeitam a palavra de Deus e servem falsos mestres não têm seus nomes escritos no Livro da Vida (13:7-8; 17:8). No julgamento descrito em 20:11-15, esses são condenados ao lago de fogo. Por outro lado, na cidade iluminada pela glória de Deus, somente entram aqueles cujos nomes são inscritos no Livro da Vida (21:27).
Confessarei o seu nome diante de meu Pai (5): Jesus prometeu confessar diante do Pai todo aquele que confessa o nome dele diante dos homens. Prometeu, também, negar os nomes daqueles que se envergonharem dele (Mt 10:32-33; Mc 8:38).

II. Visão panorâmica

O nome Sardes significa aqueles que escapam: era uma Igreja morta.

A cidade deste nome era importante e rica quando foi capital do reino de Lídia ao tempo do rei Creso (550 a.C.), mas entrou em decadência nos séculos que se seguiram, sofrendo duas grandes invasões por negligência das suas sentinelas. Quando esta carta foi redigida, prevalecia nela o culto ao imperador romano.

O Senhor Jesus apresenta-se como aquele que tem os sete espíritos de Deus (Is 11:1-2, Marcos 1:8), e as sete estrelas (Ap 1:20), indicando seu comando supremo sobre as suas igrejas: é Ele quem dá o Espírito Santo (na conversão de cada crente, operando nas igrejas através de cada um), e a liderança de cada uma é responsável perante Ele (Hb 13:17).

Embora reputado como estando vivo, o anjo da igreja de Sardes na realidade estava "morto": sua liderança e a maioria dos membros da igreja não tinham vida espiritual, embora se chamassem cristãos e seguissem um ritualismo religioso.

Eles são instruídos a despertar, reformar-se e a se tornar vigilantes, consolidando o pouco que ainda está vivo dentro dessa igreja, porque as suas obras diante de Deus não estão íntegras (ou completas) . Eles devem recordar-se de como no início haviam recebido e ouvido o verdadeiro Evangelho de Cristo e a sã doutrina dos apóstolos, e, arrependendo-se, obedecê-los. Se não o fizerem, o Senhor os previne que virá inesperadamente para agir contra eles.

Mesmo em Sardes, no entanto, existem algumas pessoas que não haviam "contaminado as suas vestiduras": não se deixando envolver pela corrupção reinante, permanecem fiéis a Cristo; estas merecem e vão desfrutar da companhia de Cristo, em sua pureza.

Sardes é típica da maioria das igrejas durante o período da Reforma, que vai de aproximadamente do ano 1.500 a 1.750; tendo a instituição católico-romana apóstata baixado às maiores profundezas da heresia, idolatria e imoralidade, escaparam dela alguns líderes como Tyndale, Cranmer, Le Févre, Farel, Lutero, Calvino, Zwingli e outros, que se voltaram novamente ao Evangelho e às doutrinas dos apóstolos, rejeitando a autoridade do papa e grande parte das heresias católico-romanas.

Ao mesmo tempo, a avareza e a tirania dos papas pesava sobre as monarquias européias, e algumas delas aproveitaram a oportunidade para se libertar do domínio papal, e deram seu apoio político e militar aos "reformadores". Estes estabeleceram "igrejas reformadas" em seus países, instituições mais ou menos semelhantes à católico-romana de onde haviam saído, infelizmente assim retendo o nicolaitanismo cujas obras são detestadas pelo Senhor.

Como a instituição católico-romana fizera antes, elas também passaram a perseguir todos aqueles que não se submetiam a elas, desde os católico-romanos até os crentes que recusavam aceitar a sua autoridade espiritual. Guerras "religiosas" motivadas pela política se sucederam entre os reinos e as principalidades "protestantes" e o remanescente do império papal através da Europa. Populações inteiras foram destruídas, dizimadas ou obrigadas a emigrar para fugir à prisão ou morte porque não se submetiam à instituição religiosa estabelecida em seu país.

As novas instituições, chamando-se "igrejas", com várias denominações, basearam-se na Bíblia e introduziram boas regras-de-fé para serem obedecidas pelos que a elas eram submissos, por isso pareciam estar "vivas", mas suas obras não estavam completas diante de Deus: retiveram o clericalismo (doutrina dos nicolaitas), batismo infantil (assim negando a necessidade do novo nascimento no Espírito), e se "casaram" com as autoridades seculares. Na realidade estavam mortas: não havia vida espiritual porque eram em sua maior parte compostas e dirigidas por descrentes.

Ainda estão por aí, e devem se arrepender e reavivar a pouca vida espiritual que têm, e voltar ao verdadeiro evangelho de Cristo e ao ensino apostólico que motivou sua separação de Roma. Caso contrário Cristo virá sem que elas estejam preparadas para a Sua vinda (ao contrário da igreja viva, que está preparada e alerta à espera de seu arrebatamento pelo Senhor Jesus a qualquer momento).

Mesmo durante esse período, alguns crentes e igrejas locais resistiram à pressão e à perseguição, permanecendo incontaminados; eles têm a promessa da presença de Cristo em santidade, porque são dignos.

A mensagem para o vencedor, é que ele será vestido de vestiduras brancas (salvação conforme capítulo 7:14, também triunfo, pureza e glória), e que seu nome não será apagado do livro da vida (nunca perderá a sua salvação, mesmo que seja "excomungado" pela autoridade eclesiástica em seu país!); o Senhor Jesus vai declarar diante do Seu Pai e dos anjos que ele Lhe pertence.



III. Visão geral da igreja de Sardes



1. Quando há crentes que só têm o nome no rol da igreja, mas ainda estão mortos espiritualmente, ou seja, ainda não são convertidos - v. 1
• A igreja vivia de aparências - As palavras de Jesus à igreja foram mais bombásticas do que o terremoto que destruiu a cidade no ano 17 d.C. A igreja tinha adquirido um nome. A fama da igreja era notável. A igreja gozava de grande reputação na cidade. Nenhuma falsa doutrina estava prosperando na comunidade. Não se ouve de balaamitas, nem dos nicolaítas, nem mesmo dos falsos ensinos de Jezabel. Aos olhos dos observadores parecia ser uma igreja viva e dinâmica. Tudo na igreja sugeria vida e vigor, mas a igreja estava morta. Era uma igreja apenas de rótulo, de aparência. A maioria dos seus membros ainda não eram convertidos. O diabo não precisou perseguir essa igreja de fora para dentro, ela já estava sendo derrotada pelos seus próprios pecados.
• A igreja parecia mais um cemitério espiritual, do que um jardim cheio de vida - Não nos enganemos acerca de Sardes. Ela não é o que o mundo chamaria de igreja morta. Talvez ela seja considerada viva mesmo pelas igrejas irmãs. Nem ela própria tinha consciência do seu estado espiritual. Todos a reputavam como igreja viva, florescente; todos, com exceção de Cristo. Parecia estar viva, mas na verdade estava morta. Tinha um nome respeitável, mas era só fachada. Quando Jesus examinou a igreja mais profundamente, disse: "Não achei as suas obras íntegra diante do meu Deus" (v. 2). 

Há igrejas cujos cultos são solenes, mas são como um caixão florido, lá dentro tem um defunto.
• A reputação da igreja era entre as pessoas e não diante de Deus -A igreja tinha fama, mas não vida. Tinha pompa, mas não Pentecoste. Tinha exuberância de vida diante dos homens, mas estava morta diante de Deus. Deus não vê como vê o homem. A fama diante dos homens nem sempre é glória diante de Deus. Aquela igreja estava se transformando apenas em um clube.
• A fé exercida pela igreja era apenas nominal - O Cristianismo da igreja era apenas nominal. Seus membros pertenciam a Cristo apenas de nome, porém não de coração. Tinham fama de vivos; mas na realidade estavam mortos. Fisicamente vivos, espiritualmente mortos.

2. Quando há crentes que estão no CTI espiritual em adiantado estado de enfermidade espiritual - v. 2
• Na igreja havia crentes espiritualmente em estado terminal – A maioria dos crentes apenas tinha seus nomes no rol da igreja, mas não no Livro da Vida. Mas havia também crentes doentes, fracos, em fase terminal. O mundanismo adoece a igreja. O pecado mata a vontade de buscar as coisas de Deus. O pecado mata os sentimentos mais elevados e petrifica o coração. No começo vem dúvidas, medo, tristeza, depois a consciência cauteriza, perde a vergonha. Ilustração: A bebida é a mistura do sangue do pavão, leão, macaco e porco.

3. Quando há crentes que embora estejam em atividade na igreja, levam uma vida sem integridade - v. 2
• Esses crentes têm vida dupla - Suas obras não são íntegras. Eles trabalham, mas apenas sob as luzes da ribalta. Eles promovem seus próprios nomes e não o de Cristo. Buscam a sua própria glória e não a de Cristo. Honram a Deus com os lábios, mas o coração está longe do Senhor (Is 29:13). Os cultos são solenes, mas sem vida, vazios de sentido. A vida dos seus membros estava manchada pelo pecado.
• Esses crentes são como os hipócritas - dão esmolas, oram, jejuam, entregam o dízimo, com o fim da ganhar a reputação de serem religiosos. Eles são como sepulcros caiados. Ostentam aparência de piedade, mas negam seu poder (2 Tm 3:5). E formalidade sem poder, reputação sem realidade, aparência externa sem integridade interna, demonstração sem vida.
• Esses crentes vivem um simulacro da fé, um faz-de-conta da religião - Cantam hinos de adoração, mas a mente está longe de Deus. Pregam com ardor, mas apenas para exibir sua cultura. Deus quer obediência, a verdade no íntimo. Caim ofertou a Deus, mas sua vida e seu culto foram rejeitados. O povo na época de Isaías comparecia ao templo, mas Deus estava cansado de suas cerimônias pomposas sem o acompanhamento da vida santa. Ananias e Safira ofertam, mas para a promoção de seus próprios nomes. Em Sardes os crentes estão falsamente satisfeitos e confiantes; são falsamente ativos, falsamente devotos e falsamente fiéis.

4. Quando há crentes se contaminando abertamente com o mundanismo - v. 4
• A causa da morte da igreja de Sardes era não a perseguição, nem a heresia, mas o mundanismo - Onde reina a morte pelo pecado, não há morte pelo martírio. A maioria dos crentes estava contaminando as suas vestiduras. Isso é um símbolo da corrupção. O pecado tinha se infiltrado na igreja. Por baixo da aparência piedosa daquela respeitável congregação havia impureza escondida na vida de seus membros.
• Viviam uma vida moralmente frouxa - O mundo estava entrando dentro da igreja. A igreja estava se tornando amiga do mundo, amando o mundo e se conformando com ele. O fermento do mundanismo estava se espalhando na massa e contaminando a maioria dos crentes.
Os crentes não tinham coragem de ser diferentes. Eram como Sansão (Jz 14:10) e não como Daniel (Dn 1:8), que resolveu firmemente em seu coração não se contaminar.


• Aqui estão cinco imperativos de Jesus para a igreja: 

1) Sê vigilante; 

2) Fortaleça ou consolida o que resta; 

3) Lembre-se; 

4) Obedeça; 

5) Arrependa-se.
• Podemos sintetizar esses imperativos de Jesus, em três aspectos básicos:

1. Uma volta urgente à Palavra de Deus - v. 3
• O que é que eles ouviram e deviam lembrar, guardar e voltar? A Palavra de Deus - A igreja tinha se apartado da pureza da Palavra. O reavivamento é resultado dessa lembrança dos tempos do primeiro amor e dessa volta à Palavra. Uma igreja pode ser reavivada quando ela volta ao passado e lembra os tempos antigos, do seu fervor, do seu entusiasmo, da sua devoção a Jesus. Deixemos que a história passada nos desafie no presente a voltarmos para a Palavra de Deus.
• Lembra-te - "presente imperativo" = segue recordando, nunca esqueça de recordar. Arrepende-te - "aoristo imperativo" = ação completada. Um momento de fazer opção e deixar o mundo para trás, um corte radical com o estilo de vida mundano. Guarda-o - "presente imperativo" = Não deixe de guardar o evangelho. Observa-o. Obedeça-o. Deixe de ser um crente claudicante, que está firme hoje e capenga amanhã.
• Quando uma igreja experimenta um reavivamento ela passa a ter fome da Palavra - O primeiro sinal do reavivamento é a volta do povo de Deus à Palavra. Os crentes passam a ter fome de Deus e da sua Palavra. Começam a se dedicar ao estudo das Escrituras. Abandonam o descaso e a negligência com a Palavra.
• A Palavra torna-se doce como o mel. As antigas veredas se fazem novas e atraentes. A Palavra torna-se viva, deleitosa, transformadora.
• O verdadeiro avivamento é fundamentado na Palavra, orientado e limitado por ela - Ele tem na Bíblia a sua base, sua fonte, sua motivação, seu limite e seus propósitos.
• Avivamento não pode ser confundido com liturgia animada, com culto festivo, inovações litúrgicas, obras abundantes, dons carismáticos, milagres extraordinários. O reavivamento é bíblico ou não vem de DEUS.

2. Uma volta à vigilância espiritual - v. 2
• Sardes caiu porque não vigiou - A cidade de Sardes fora invadida e dominada duas vezes porque se sentia muito segura e não vigiou. Jesus alerta a igreja que se ela não vigiar, se ela não acordar, ele virá a ela como o ladrão de noite, inesperadamente. Para aqueles que pensam que estão salvos, mas ainda não se converteram, aquele dia será dia de trevas e não de luz (Mt 7:21-23).
• A igreja precisa estar vigilante contra as ciladas de Satanás, contra a tentação do pecado - Fuja de lugares, situações, pessoas. Cuidado com a vaidade do mundo.
• Alguns membros da igreja em Sardes estavam sonolentos e não mortos - E Jesus os exorta a se levantarem desse sono letárgico (Ef 5:14). Há crentes que estão dormindo espiritualmente. São acomodados, indiferentes às coisas de Deus. Não têm apetite espiritual. Não vibram com as coisas celestiais.
• Os crentes fiéis (v. 4) precisam fortalecer os que estavam com um pé na cova e arrancar aqueles que estavam se contaminando com o mundo - Precisamos vigiar não apenas a nós mesmos, mas os outros também. Uma minoria ativa pode chamar de volta a maioria da morte espiritual. Um remanescente robusto pode fortalecer o que resta e que estava para morrer (v. 4).
• Precisamos vigiar e orar - Os tempos são maus. As pressões são muitas. Os perigos são sutis. O diabo não atacou a igreja de Sardes com perseguição nem com heresia, mas minou a igreja com o mundanismo. Os crentes não estão sendo mortos pela espada do mundo, mas pela amizade com o mundo.
• A igreja de Sardes não era uma igreja herética e apóstata - Não havia heresias nem falsos mestres na igreja. A igreja não sofria perseguição, não era perturbada por heresias, não era importunada por oposição dos judeus. Ela era ortodoxa, mas estava morta. O remanescente fiel devia estar vigilante para não cair em pecado e também para preservar uma igreja decadente da extinção, restabelecendo sua chama e seu ardor pelo Senhor.

3. Uma volta à santidade - v. 4
• O torpor espiritual em Sardes não tinha atingido a todos - Ainda havia algumas pessoas que permaneciam fiéis a Cristo. Embora a igreja estivesse cheia, havia apenas uns poucos que eram crentes verdadeiros e que não haviam se contaminado com o mundo. A maioria dos crentes estava vivendo com vestes manchadas, e não tendas obras íntegras diante de Deus.
• As vestes sujas falam de pecado, de impureza, de mundanismo -Obras sem integridade falam de caráter distorcido, de motivações erradas, de ausência de santidade.



1. Jesus conhece o estado da igreja - v. 1
• Jesus conhece as obras da igreja - Ele conhece a nossa vida, nosso passado, nossos atos, nossas motivações. Seus olhos são como chama de fogo. Ele vê tudo e a tudo sonda.
• A vê que a igreja de Esmirna é pobre, mas aos olhos de Deus é rica. Ele vê que na igreja apóstata de Tiatira, havia um remanescente fiel. Ele vê que a igreja que tem uma grande reputação de ser viva e avivada como Sardes, está morta. Ele vê que uma igreja que tem pouca força como Filadélfia tem uma porta aberta. Ele vê que uma igreja que se considera rica e abastada como Laodicéia não passa de uma igreja pobre e miserável.
• JESUS conhece também esta igreja. Sabe quem somos, como estamos e do que precisamos.

2. Jesus é o dono da igreja - v. 1
• Ele tem as sete estrelas - As estrelas são os anjos das sete igrejas. As estrelas estão nas mãos de Jesus. A igreja pertence a Jesus. Ele controla a igreja. Ele tem autoridade e poder para restaurar a sua igreja. Ele disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra a sua igreja. Ele pode levantar a igreja das cinzas. Ele tem tudo em suas mãos.
• Cristo é o dono da igreja. Ele tem cuidado da igreja. Ele a exorta, consola, cura e restaura.

3. Jesus é quem pode reavivar a igreja por meio do seu Espírito - v. 1
• Jesus tem e oferece a plenitude do Espírito Santo à igreja - O
problema da igreja de Sardes era morte espiritual; Cristo é o que tem o Espírito Santo, o único que pode dar vida. A igreja precisa passar por um avivamento ou enfrentará um sepultamento. Somente o sopro do Espírito pode trazer vida para um vale de ossos secos. O profeta Ezequiel fala sobre o vale de ossos secos. "Filho do homem, poderão reviver esses ossos? Senhor Deus, tu o sabes".
• Uma igreja morta, enferma e sonolenta precisa ser reavivada pelo Espírito Santo - Só o Espírito Santo pode dar vida, e restaurar a vida. Só o sopro de Deus pode fazer com que o vale de ossos secos transforme-se num exército. JESUS é aquele que tem o Espírito Santo e o derrama sobre a sua igreja.
• É pelo poder do Espírito que a igreja se levanta da morte, do sono e do mundanismo para servir a Deus com entusiasmo.
• Jesus é quem envia o Espírito à igreja para reavivá-la - O Espírito Santo é o Espírito de vida para uma igreja morta. Quando ele sopra, a igreja morta e moribunda levanta-se. Quando ele sopra nossa adoração formal passa a ter vida exuberante. Quando ele sopra os crentes têm deleite na oração. Quando ele sopra os crentes são tomados por uma alegria indizível. Quando ele sopra os crentes testemunham de Cristo com poder.
• A Palavra diz que devemos orar no Espírito, pregar no Espírito, adorar no Espírito, viver no Espírito e andar no Espírito. Uma igreja inerte só pode ser reavivada por ele. Uma igreja sonolenta só pode ser despertada por ele. Uma igreja fraca, fortalecida. Uma igreja morta, receber vida.
• Oh! que sejamos crentes cheios do Espírito de Cristo. Uma coisa é possuir o Espírito, outra é ser possuído por ele. Uma coisa é ser habitado pelo Espírito, outra é ser cheio do Espírito. Uma coisa é ter o Espírito residente, outra é ter o Espírito  presidente.



1. Santidade agora, é garantia de glória no futuro - v. 5
• A maioria dos crentes de Sardes tinha contaminado suas vestiduras, isto é, tornaram-se impuros pelo pecado. O vencedor receberia vestes brancas, símbolo de festa, pureza, felicidade e vitória. Sem santidade não há salvação. Sem santificação ninguém verá a Deus. Sem vida com Deus aqui, não haverá vida com Deus no céu. Sem santidade na terra não há glória no céu.

2. Quem não se envergonha de Cristo agora, terá seu nome proclamado no céu por Cristo - v. 5
• Quando uma pessoa morre, tiramos o atestado de óbito. Tira o nome do livro dos vivos. Os nomes dos mortos não constam no registro dos vivos. O salvo jamais será tirado do rol do céu.
• Aqueles que estão mortos espiritualmente e negam a Cristo nesta vida não têm seus nomes escritos no livro da Vida. Mas aqueles que confessam a Cristo, e não se envergonham do seu nome, terão seus nomes confirmados no livro da vida e seus nomes confessados por Cristo diante do Pai. Os crentes fiéis confessam e são confessados.
• Nosso nome pode constar do registro de uma igreja sem estar no registro de Deus. Ter apenas a reputação de estar vivo é insuficiente. Importa que o nosso nome esteja no livro da vida a fim de que seja proclamado por Cristo no céu (Mt 10:32).



IV. Os 3 Tipos de Crentes de Sardes



A. Os que estavam mortos

Ap 3:1 “que tens nome de que vives, e estás morto.”

(1) Estar morto, e declarar-se morto é algo sincero. Agora, Ter nome de vivo e estar morto – É mentira, é falsidade, é hipocrisia, é engano, é Cristianismo de fachada, parece mas não é.

a) Tem muita gente vivendo como Sansão – Jz 16:20
b) Jesus condenou os escribas e fariseus – Mt 23:27

(2) Não seja um cadáver ambulante – Ef 2:1; 5:14
(3) Características de um morto:
a) O coração está parado – (Crentes sem amor – Ap 2:4)
b) Morte cerebral – (Não pensa mais nas coisa de cima – Cl 3)
c) Todo corpo fica gelado – (frieza espiritual)
d) Todo corpo fica duro – (dureza de coração, crentes inflexíveis)


B. Os que estavam para morrer

Ap 3:2 “Sê vigilante, e confirma os restantes, que estavam para morrer”

1. Não tinham morrido ainda, mas estavam nas últimas(fase terminal)
2. Estavam terrivelmente doentes na Fé
3. Espiritualmente ninguém morre de repente. O processo é gradativo:
Lázaro – Jo 11 .Jo 11:2 – Lazaro ficou enfermo
.Jo 11:14 – Lazaro morreu
.Jo 11:39 – Lázaro cheirava mal
.Jo 11:44 – Lázaro estava amarrado


4. Cuidado com coisas, que você acha que não é pecado, elas podem matar. Tiago
1:14,15 “Mas cada um é tentado quando atraído e engodado pela sua própria
concupiscência. Depois, havendo a comcupiscência concebido, dá à luz ao
pecado; e o pecado sendo consumado gera a morte.”

4. O grande perigo hoje é brincar com o pecado:
-Quando você vai a lugares não recomendáveis
-Quando você vive com màs companhias (Salmo 1:1,2)
-Quando nossa linguagem não é sadia (palavrões, piadas sujas)
-Quando nossos olhos estão contaminados
-Quando o namoro está sendo anti-biblico (1 Co 6:14-18)
-Quando estamos dando outros nomes ao pecado!

Se você está brincando com o pecado, cuidado! Você está para morrer!

Mas Cristo quer te tranformar, te ajudar. Você não vai morrer!

C. Os que não contaminaram as suas vestes
Ap 3:4 “Mas também tens em Sardo algumas pessoas que não contaminaram seus
vestidos,…”

1. Muitos estavam com as vestes manchadas em Sardes. Comprometidos com o mundo e o pecado -
2. Você sabia que vestido sujo atrai o diabo para acusar – Zc 3
3. Jesus olhou para Sardes e examinou . Alegrou-se; nem tudo está perdido. (Meus anjos – vejam aqueles poucos de branco…)
4. Será  todos nós estamos com as vestes brancas ?
5. Ec 9:8; Ml 3:2; Is 1:18; 1 Jo 1:7; Ap 1:5; 22:14
6. Ap 19:7,8




V. O diagnóstico da Igreja de Sardes



Ap 3.1 | “Sei de tudo que você faz. Você tem fama de estar vivo, mas está morto.”

Nem sempre as coisas são como aparentam ser e a realidade pode ser bem diferente do que julgamos ser verdade. Podemos nos gabar, dizendo que estamos bem, que podemos e que fazemos acontecer, quando na verdade nada vai bem. Jesus contou uma parábola que ilustra perfeitamente o que estamos procurando dizer.

Lc 12.16-21 | 16 Então lhes contou uma parábola: “Um homem rico tinha uma propriedade fértil que produziu boas colheitas. 17 Pensou consigo: ‘O que devo fazer? Não tenho espaço para toda a minha colheita’. 18 Por fim, disse: ‘Já sei! Vou derrubar os celeiros e construir outros maiores. Assim terei espaço suficiente para todo o meu trigo e meus outros bens. 19 Então direi a mim mesmo: Amigo, você guardou o suficiente para muitos anos. Agora descanse! Coma, beba e alegre-se!’. 20 “Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Você morrerá esta noite. E, então, quem ficará com o fruto do seu trabalho?’. 21 Sim, é loucura acumular riquezas terrenas e não ser rico para com Deus”.

É melhor uma temporada no hospital da graça de Deus, para uma cirurgia profunda, seguida de plena recuperação – mesmo que por tempo prolongado, do que seguir a vida com uma enfermidade terrível alojada na alma, achando que vai tudo bem. A isso Jesus chama de loucura, insensatez.

Não seja morto vivo. Deixe a graça de Deus tratar de você. Submeta-se aos exames, diagnósticos e tratamentos da graça do Senhor. Saia daqui salvo e pronto para o céu.

O diagnóstico da graça

Como saber se realmente vai tudo bem conosco? Como examinar a nossa saúde espiritual? Como verificar se não passamos de mortos vivos perambulando pela existência? Olharemos para Sardes e veremos o que podemos aprender.

Quando olhamos para a carta de Jesus àquela igreja, nós descobrimos que há alguns sintomas que são decisivos para o diagnóstico clínico das doenças mortais da alma.

1. Arrogância (Ap 3.1)

Escreva esta carta ao anjo da igreja em Sardes. Esta é a mensagem daquele que tem os sete espíritos de Deus e as sete estrelas: “Sei de tudo que você faz. Você tem fama de estar vivo, mas está morto.

Sardis era situada em local estratégico e bem protegido pela geografia. Por isto, diferentemente da maioria das cidades da época, poucas vezes eles foram invadidos e conquistados. Seu conquistador mais famoso foi Alexandre, o grande.

O que finalmente a devastou não foi invasão de conquistadores, mas um terremoto em 17 d.C. Logo em seguida, porém, eles floresceram e se tornaram uma grande cidade. Aquela era uma gente forte e capaz. A fama deles e da igreja era a melhor possível por toda a Ásia Menor. Ricos, prósperos e populosos, todos os elogiavam pela aparência. Por isso Jesus dizia: “Sei de tudo que você faz. Você tem fama de estar vivo…” (Ap 3.1).

Ademais, parece que nenhuma falsa doutrina estava criando raiz na comunidade. Diferentemente das outras cidades que já vimos, nada se ouvia dos seguidores de Balaão, dos nicolaítas nem de Jezabel por aquelas bandas.

Em um contexto assim, é fácil descobrir a razão para tanta arrogância. Viviam seguros, eram pujantes, não tinham problemas aparentes e todos em toda parte os elogiavam. Como pensar em problemas? Por que buscar a Deus? Por que ir ao médico?

Conhece gente assim, pessoas seguras demais e cheias de si? São fortes e pujantes. Aparentemente sem problemas. Sempre invejadas. Gente assim tem tudo para ser espiritualmente arrogante. Acham-se vivas. Pensam que não precisam de nada. Gente assim costuma nem ir ao médico, quanto mais à igreja. Já ouvi pessoas dizerem assim: “Ir ao médico para quê? Ele vai arrumar doença pra mim!”; “Igreja? Para quê? Sou melhor do que muita gente dessas igrejas!”.

Arrogância espiritual mata. É sintoma de doença grave. Para gente assim, Deus diz:

Ap 3.1 | “Sei de tudo que você faz. Você tem fama de estar vivo, mas está morto.”

2. Anemia (Ap 3.2)

O texto também revela a falta de apetite que caracteriza aqueles que estão espiritualmente anêmicos. Veja o verso 2:

Desperte! Fortaleça o pouco que resta, pois até mesmo isso está quase morto. Vejo que suas ações não atendem aos requisitos de meu Deus.

O que se nota em Sardes é que aqueles crentes já não estavam mais atentos à Palavra. Suas práticas ou ações, suas obras, estavam aos poucos deixando de ser condizentes com a Escritura. Por isso a advertência divina:

Ap 3.2 | Desperte! Fortaleça o pouco que resta, pois até mesmo isso está quase morto. Vejo que suas ações não atendem aos requisitos de meu Deus.

Anêmicos espirituais evitam a Bíblia. Não têm fome da Palavra de Deus. Enjoam facilmente da Escritura. Tomam o livro sagrado como sendo palavras de homens. Paulo, por outro lado, diz que quem não é anêmico espiritual tem postura totalmente diferente diante da Palavra.

1Ts 2.13 | Portanto, nunca deixamos de agradecer a Deus, pois, quando vocês receberam de nós a mensagem dele, não consideraram nossas palavras meras ideias humanas, mas as aceitaram como palavra de Deus, o que sem dúvida são. E essa mensagem continua a atuar em vocês, os que creem.

3. Amnésia (Ap 3.3)

Além da arrogância e da anemia, as doenças mortais da alma revelam amnésia.

3 Lembre-se do que ouviu e no que acreditou no princípio; agarre-se a isso com firmeza. Arrependa-se. Se não despertar, virei subitamente até você, como um ladrão.

Essa gente recebe bem a Palavra de Deus, até que o tempo e as tribulações corrompem o coração, fazendo-os se esquecer do que receberam da parte de Deus.

Mt 13.20-22 | 20 As que caíram no solo rochoso representam aqueles que ouvem a mensagem e, sem demora, a recebem com alegria. 21 Contudo, uma vez que não têm raízes profundas, não duram muito. Assim que enfrentam problemas ou são perseguidos por causa da mensagem, cedo desanimam. 22 As que caíram entre os espinhos representam outros que ouvem a mensagem, mas logo ela é sufocada pelas preocupações desta vida e pela sedução da riqueza, de modo que não produzem fruto.

Tribulações, perseguições e preocupações com as coisas deste mundo fazem muitos se esquecerem da Palavra de Deus. Eles pensam que estão vivos, mas sem a Palavra eles estão mortos. Falta-lhes brilho no olhar. Falta luz. Falta a Palavra. Falta Cristo.

4. Apatia (Ap 3.4)

Arrogância, anemia, amnésia e de apatia, são as doenças mortais da alma do pecador.

4 Há alguns em Sardes, no entanto, que não mancharam suas roupas com o mal. Eles andarão comigo vestidos de branco, pois são dignos.

Os doentes de Sardes ignoravam, desprezavam e, provavelmente, até criticavam os poucos cristãos sadios que havia restado na igreja. Afinal, porque eles não imitavam os que tinham roupas sem manchas do mal? Triste. Muito triste. A alma doente fica apática diante de gente sadia. Eles fogem da luz.

1Jo 1.5-7 | 5 Esta é a mensagem que ouvimos dele e que agora lhes transmitimos: Deus é luz, e nele não há escuridão alguma. 6 Portanto, se afirmamos que temos comunhão com ele mas vivemos na escuridão, mentimos e não praticamos a verdade. 7 Mas, se vivemos na luz, como Deus está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.

Um dos sintomas de saúde espiritual é comunhão com o corpo local de Cristo, a igreja. Apatia e abandono da comunhão com esses “alguns… que não mancharam suas roupas com o mal” é sintoma de doença na alma. O cristianismo é para ser vivido em comunhão.

A prescrição da graça

Tendo feito o diagnóstico, o Senhor Jesus, Médico dos médicos, escreve a prescrição para quem quer se curar da maldição do morto vivo. Ele prescreve cinco atitudes: vigilância, esforço, estudo, aplicação e arrependimento.

2 Vigilância Desperte! [chacoalhão para acordar!] Esforço Fortaleça o pouco que resta, pois até mesmo isso está quase morto. Vejo que suas ações não atendem aos requisitos de meu Deus. 3 Estudo Lembre-se do que ouviu e no que acreditou no princípio; Aplicação agarre-se a isso com firmeza. Arrependimento Arrependa-se.

Se as pessoas não se atentassem para a medicação devida, o resultado seria a morte fatal.

Ap 3.3b | Se não despertar, virei subitamente até você, como um ladrão.

Deus estava desafiando o que Sardes tinha de maior orgulho, sua segurança. Deus estava dizendo que eles seriam surpreendidos naquilo que eles menos esperavam.

Quanta gente arrogante, anêmica, sem memória e apática caminhando para a morte porque simplesmente se recusa a seguir a prescrição de Deus! Não seja assim com você.

Prognóstico da graça

Após fazer o diagnóstico e entregar a prescrição, o Senhor Jesus faz um prognóstico maravilhoso para aqueles dispostos a se submeter ao tratamento da graça de Deus.

Ap 3.4-6 | 4 Há alguns em Sardes, no entanto, que não mancharam suas roupas com o mal. Eles andarão comigo vestidos de branco, pois são dignos. 5 O vitorioso será vestido de branco. Jamais apagarei seu nome do Livro da Vida e confirmarei, diante de meu Pai e de seus anjos, que ele me pertence. 6 Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”

Deus garante três coisas como resultado do tratamento da graça:

1. Santidade (saúde)

4 Há alguns em Sardes, no entanto, que não mancharam suas roupas com o mal. Eles andarão comigo vestidos de branco, pois são dignos. 5a O vitorioso será vestido de branco.

2. Segurança (imunidade)

5b Jamais apagarei seu nome do Livro da Vida

3. Salvação (longevidade)

5b Jamais apagarei seu nome do Livro da Vida e confirmarei, diante de meu Pai e de seus anjos, que ele me pertence.

Tudo o que se tem de fazer é obedecer ao médico Jesus.

6 Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”

Jesus veio sarar e salvar os doentes de alma, assim disse o Dr. Lucas:

Lc 5.31-32 | 31 Jesus lhes respondeu: “As pessoas saudáveis não precisam de médico, mas sim os doentes. 32 Não vim para chamar os justos, mas sim os pecadores, para que se arrependam”.

Não seja um morto vivo. Arrependa-se e creia.

Ap 3.2-3, 6 | 2 Vigilância Desperte! [chacoalhão para acordar!] Esforço Fortaleça o pouco que resta, pois até mesmo isso está quase morto. Vejo que suas ações não atendem aos requisitos de meu Deus. 3 Estudo Lembre-se do que ouviu e no que acreditou no princípio; Aplicação agarre-se a isso com firmeza. ArrependimentoArrependa-se… 6 Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”

VI. O pode levar uma Igreja à morte


Jesus disse que a Igreja de Sardes estava morta! Vejo dois sentidos aqui, poderia haver mais. Em primeiro lugar, isso provavelmente significa que esta Igreja local perdeu a sua influência na comunidade local e a verdadeira Igreja foi-se! Em segundo lugar, a morte significa separação, e poderia, portanto, significa que a Igreja local em Sardes estava separada do Cristo Vivo. 

Que as igrejas locais podem morrer é reforçado em Apocalipse 2:5 “Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te, e volta a pratica das primeiras obras; e, se não, venho a ti, e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas”.

Os candeeiros foram explicados como sendo as igrejas no capítulo 1 versículo 20.

Nesta mensagem escrita à Igreja de Sardes, podemos ver pelo menos três coisas que podem causar a morte de uma Igreja. Lembre-se enquanto meditamos nessa passagem, nós somos a Igreja e temos de ter cuidado com o alerta nos dado aqui.


1. Fé sem obras

Para a Igreja em Sardes Jesus disse: "Sê vigilante, e confirma os restantes, que estão prontos para morrer, porque não achei tuas obras perfeitas diante de Deus.” Ap 3:2

Tiago escreveu sob a inspiração do Espírito Santo: “Vês como a fé operava juntamente com as suas obras, com efeito, foi pelas obras que a fé se consumou...” Tg 2:22

A. Em Sardes, as obras da igreja não eram perfeitas (completa), porque elas não eram acompanhadas pela fé. As boas obras são o resultado de uma vida mudada ou uma vida de fé. Elas caminham juntas, se você for realmente um filho de Deus pela fé em Jesus Cristo, então você terá frutos (obras). Mt 7:16-20 “Vós os conhecereis pelos seus frutos. Colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Mesmo assim, toda árvore boa dá bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não dá bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.”

B. Eu gosto de ouvir testemunhos sobre uma vida mudada, porque uma árvore que tem vida tem frutos. Nós não mudamos a nós mesmos, nem nos damos fruto por nós mesmos. Jo 15:5 “Eu sou a videira, vós sois os ramos: Aquele que permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto: porque sem mim nada podeis fazer.” Frutificação é prova de que estamos em Cristo, ou melhor, que Cristo está em nós.


C. Tanto Jesus e Tiago estão dizendo; Pare de enganar a si mesmo que você é um cristão! Se você não tem obras ou frutos, você pode estar morto! O que significa que você está separado do Cristo vivo. Você diz: Eu ainda não me rendi completamente a Jesus, Bom, então se renda!

Você diz, eu ainda não o fiz Senhor, bem, então o torne Senhor da sua vida! Você diz, eu ainda não morri para mim mesmo, bem, então morra! Custe o que custar, mas comece a deixar que Jesus tenha o controle de sua vida ou você nunca vai dar frutos.


2. Adoração sem santidade

Ap 3:4 “Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestes, e andarão de branco junto comigo, pois são dignas.”

A. Em Sardes, a maioria dos membros tinham contaminado suas vestes. Isso vale também para as igrejas de hoje!

O problema surge quando não há purificação ou santidade. I Jo 1:9 nos diz como tomar um banho cristão. I Jo 1:9 “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” Quando foi a última vez que com sinceridade e honestidade buscamos nosso coração, confessando os nossos pecados ao Senhor?

B. Muitas vezes temos entristecido ou apagado o Espírito Santo de Deus, portanto, não há poder vivificador na nossas vidas ou na vida da Igreja. Isaías escreve em Isaías 1:15-16 “Pelo que, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicai as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal.”


C. Nós não precisamos de mais dinheiro, ou mais programas na Igreja, precisamos de mais corações quebrantados, mais confissão, mais arrependimento. Falando de coração quebrantado você se lembra que Jesus disse sobre Jerusalém? Mt 23:37 “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados!, Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes” Lc 19:41 “E quando chegou perto e viu a cidade, chorou sobre ela”


3. Amor sem sacrifício

Ap 2:4 “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor”

A. Em Éfeso, a Igreja tinha deixado seu primeiro amor. Por que as pessoas que se dizem cristãos, deixam seu primeiro amor? Vejamos a parábola do Semeador, Mc 4:7 “E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram, sufocaram-na, e não deu fruto”

A explicação de Jesus foi: Mc 4:18-19 “E estes são aqueles que foram semeados entre os espinhos, os quais ouvem a palavra, mas os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera”

Será que a Igreja de Éfeso, tornou-se tão envolvida nos cuidados deste mundo e a sedução das riquezas e as ambições de outras coisas que deixaram o seu primeiro amor? Será que eles deixaram de servir a Jesus Cristo, para servir a si mesmos? Isso nos faz perguntar a nós mesmos: qual é o amor Jesus estava falando? Bem, o que Jesus nos ensina sobre o amor?

B. Jesus nos ensinou que o amor custa algo. Lembre-se de Jo 3:16? "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu..." O que é o amor sem sacrifício? Você diz para sua esposa que você a ama, mas nunca gasta algum tempo com ela, nunca deixe que o seu amor lhe custe alguma coisa e veja o que ela pensa sobre o seu amor.

Você olha para uma boa mãe que realmente ama seu filho, ela se sacrifica pelo seu filho, é melhor você acreditar. Pense o que custou a Deus nos amar! Pense em como nós ferimos a Deus com nossos pecados. Será que Ele deixar de amar-nos, porque a dor lhe custa muito? Quanto será que não custou a Deus amar a humanidade. Eu digo que o amor sem sacrifício é morto!

C. Davi entendeu isso quando disse 2 Sm 24:24 “Porém o rei disse a Araúna: Não, mas eu to comprarei pelo devido preço, porque não oferecerei ao Senhor meu Deus, holocaustos que não me custem nada”. O que tem lhe custado ultimamente, ser cristão?

O que Jesus quis dizer quando Ele disse em Mateus 22:37-39 “Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, e com toda tua alma e com toda tua mente. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo é semelhante a este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”

D. Deus sabe "onde está o teu tesouro, aí estará o seu coração também" Lc 12:34 Onde está o teu tesouro? É na Igreja, é nas horas que você passou a servir ao Senhor?

O que é que você tem feito que é importante para você? E sobre “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Quando você estiver deitado no seu leito de morte, não importa quanto dinheiro você tem no banco, ou o carro que você dirige, ou a metragem quadrada de sua casa. O que importa é ser você amou os outros e você amou a Deus.

E. É um sacrifício passar o tempo lendo e estudando a sua Bíblia para que você possa saber qual é a vontade de Deus. É um sacrifício passar tempo com sua família e sua igreja. Mas, outra maneira de soletrar amor é "tempo". Como você vê o tempo é a coisa mais preciosa que temos, gaste-o com outros.



VII. A Igreja de Sardes e o comportamento da Igreja atual

Alguns poucos crentes desta igreja eram realmente vivos e não contaminaram suas vestes. A palavra "Sardes" quer dizer os que escapam ou os que saem. Ao relacionarmos esse nome com a condenação de Cristo a essa igreja, o resultado será uma descrição perfeita das igrejas da época da Reforma.
Por isso, a igreja de Sardes representa também o período histórico da Reforma Protestante, que ocorreu em 1520 d.C. A Reforma Protestante ocorreu como resultado da contínua prática da igreja de Roma nas doutrinas pagãs em vez da permanência nas Escrituras.
O ponto principal de protesto à Roma era justamente o que Martin Lutero citava em Romanos 1:17, que diz que "o justo viverá pela fé". Em 31 de outubro de 1517, Martin Lutero publicou 95 teses provando que a doutrina da igreja de Roma estava totalmente equivocada e pagã à luz da Bíblia.
As igrejas da Reforma passaram a não mais praticar a salvação pelas obras (o que Roma impunha até então) para declararem que a salvação, na realidade, vem pela fé. Até aí, o movimento Protestante foi realmente benéfico e Satanás recebeu um contra-ataque aos seus planos de manter a igreja contaminada sob o seu controle.
Porém, o grande problema depois da Reforma foi outro contra-golpe de Satanás, que novamente usou da estratégia da contaminação para anular qualquer ameaça de avivamento na época.
Em primeiro lugar, as próprias igrejas da Reforma acabaram se convertendo em igrejas do Estado. Lutero, depois de ser tremendamente usado por Deus para iniciar o processo de reavivamento da igreja, usou de uma estratégia errada e buscou aprovação de líderes políticos alemães e a igreja luterana se transformou em igreja estatal da Alemanha.
E, assim, outros líderes locais do movimento protestante de outros países copiaram a mesma estratégia, respectivamente. A tragédia dessa estratégia foi que, sendo estatal, automaticamente toda a população do país estava automaticamente inserida dentro da igreja, e anulava a necessidade da aceitação individual de Jesus Cristo para salvação. Mais um efeito colateral da estratégia foi que havia sempre a tendência de se satisfazer primeiro o governo do que a Deus.
Em segundo lugar, Satanás procurou paralisar o efeito real que a Reforma traria à igreja de Jesus Cristo no intuito de manter a contaminação impregnada, de uma maneira ou de outra. E teve um certo êxito. Muitos dos costumes pagãos de Roma acabaram permanecendo dentro das igrejas da Reforma, tais como batismo de crianças recém-nascidas, por exemplo.
Esses dois fatores fizeram com que o Espírito Santo de Deus continuasse sem espaço para agir, porque não se ministrava o Evangelho, nem um encontro pessoal com Jesus Cristo. Sem isso, uma igreja é literalmente morta.
É essa a razão pela qual Jesus afirmou que a igreja de Sardes estava morta em sua época.
Cabe uma observação importante aqui: Nem por isso devemos julgar Lutero, porque ele foi mesmo escolhido e usado por Deus para iniciar o ressurgimento da verdadeira Igreja de Jesus Cristo. Assim como Lutero, até Davi errou ao longo de sua vida com Deus (assassinou, adulterou) mas nem por isso deixou de ser homem segundo o coração de Deus (Atos 13). Lutero era SIM homem segundo o coração de Deus. Prova disso é que Satanás, no fim das contas, não pôde impedir o ressurgimento e o avivamento da Igreja de Jesus Cristo ao longo da história até os dias de hoje.
"Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas..."
Jesus escolheu uma de suas características mais interessantes para se revelar à igreja de Sardes. Foi a mesma natureza divina que revelou a João em Apocalipse 1.
Os sete Espíritos aqui citados não são "sete Espíritos Santos", mas sim, uma referência às sete obras do Espírito Santo de Deus, conforme está em Isaías 11:2:
"Repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor."
As sete estrelas são as mesmas de Apocalipse 1:20, quando o Senhor revela a João que as sete estrelas são os sete anjos das sete igrejas. Aqui, alguns estudiosos crêem que os anjos representem os líderes das igrejas, e outros crêem que os anjos são realmente seres angelicais sobrenaturais.
Em outras palavras, essa forma de Jesus se apresentar à igreja de Sardes tem o objetivo de justamente adverti-la de que essa igreja confiava mais no Estado do que no Espírito de Deus.


Jesus disse à igreja em Sardes (quinta carta): "Conheço as tuas obras , você tem uma reputação de estar viva, mas está morta" (Apocalipse 3:1). Quantas igrejas e os cristãos de hoje são simplesmente muito cansadas de sua reputação e, talvez, a glória de seu passado, enquanto a sua vida espiritual é atualmente inexistente? Tal era a igreja em Sardes .

Curiosamente, havia fontes de água quente cerca de dois quilômetros fora de Sardes, que se acreditava ter poderes de cura místicos. Como é irônico. A cultura de Sardes colocar mais fé em "fontes quentes" do que na fonte de água viva de Deus, e aqueles na igreja de Cristo não parecem saber a diferença!

Não admira que Jesus tenha dito à igreja em Sardes que ela estava morta. Eles haviam se afastado da mensagem do Evangelho e o poder de cura que flui para cada alma que confia somente em Cristo para a salvação. Eles estavam colocando mais confiança em seu sucesso passado do que no poder de Deus e o poder da cruz. Crentes cheios do Espírito, por outro lado, tinham a experiência de cura espiritual, real e um fluxo constante de água viva de Deus.

A igreja em Sardes foi morrendo aos poucos até esvaziar-se por completo do Espírito Santo. Agora, já não passava de um cadáver. Mas aos olhos humanos, parecia bem viva. Assemelhava-se aos defuntos preparados em ricas funerárias. Bem maquiada e vestida ricamente, impressionava por sua vida sem vida. Ela, porém, já começava a cheirar mal.

Muitas igrejas, hoje, assemelham-se a Sardes. Morreram e não o sabem. Vivem do passado, pois já não existem no presente. Ao invés do registro do novo nascimento, possuem o atestado de um óbito que poderia ter sido evitado. Era só angustiar-se por um avivamento.
Somente um reavivamento ressuscitará as igrejas que, apesar de terem história, já não fazem história.
Sardes, agora, vivia de aparências. Embora parecesse avivada, jazia sem vida. Este é o retrato de algumas igrejas. No exterior, a caiadura bela; no interior, o acúmulo de mortos. E os que ainda vivem já não suportam o mal cheiro dos que apodrecem moral e espiritualmente.
Existe apenas um único Espírito Santo (Ef 4.4). Sua ação, todavia, é tão perfeita e eficaz, que Isaías setuplamente o descreve: “E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, e o Espírito de sabedoria e de inteligência, e o Espírito de conselho e de fortaleza, e o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor” (Is 11.2). Através da sétupla ação do Espírito Santo, o Senhor Jesus traz novamente vida as igrejas que, à semelhança de Sardes, deixaram-se esvaziar de Deus.
A primeira doença a atingir a igreja em Sardes foi a perda de sua memória espiritual. Embora vivesse do passado, já não conseguia lembrar-se do que recebera de Deus. A exortação do Senhor é urgente: “Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te” (Ap 3.3).
A situação de Sardes era mais grave do que a de Éfeso. Esta igreja ainda podia lembrar-se do primeiro amor e voltar ao local onde caíra. Mas aquela, posto já estar morta, carecia de uma ressurreição; um grande e poderoso reavivamento. O Senhor Jesus, porém, tanto nos restaura a memória espiritual, como nos faz ressurgir dentre os mortos (Ef 5.14).
Esta foi a segunda doença de Sardes: desleixo. Embora não sejamos perfeitos, nossas obras têm de primar pela excelência. A igreja em Sardes, todavia, desprezando o padrão divino, fizera-se tão relapsa, que o Senhor já não a suportava: “Não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus” (Ap 3.2).

Em breve estaremos de volta dando sequencia a esta série.

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