terça-feira, 20 de julho de 2021

Série "O propósito dos sofrimentos do Messias. 5. As feridas do Messias

Por Jânio Santos de Oliveira


 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena


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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!


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Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra Isaías capítulo 53.5 que nos diz:

Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.

 


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Nós estamos de volta, dando sequência a mais uma série de conferências sobre" o propósito dos sofrimentos do Messias"  já tratamos sobre os seguintes temas:




  • Introdução
  •  O  descrédito do Messias;
  • A desfiguração do Messias;
  • O desprezo ao Messias
  • A oprimição ao Messias.

Agora falaremos sobre:  "As feridas do Messias".

I. Análise preliminar do texto.

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"O Castigo Que Nos Traz a Paz Estava Sobre Ele"

Esse é um dos versículos mais lindos da bíblia, pois fala de um momento em que Jesus se torna em um sacrifício vivo e nos lava do pecado, mas desse versículo surge uma dúvida: “Se Jesus através de seu sacrifício me trouxe a paz, porque será que tenho tantas tribulações em minha vida?”
Você já parou para perguntar isso? Temos a resposta para você que vai te ajudar a entender tudo isso.

O sacrifício de Jesus foi uma maneira que nosso Pai viu para libertar toda a humanidade do pecado e tornar-nos moradores do céu, Deus já fez outras maneiras de destruir todo o pecado da terra, mas viu que a melhor maneira e mais verdadeira seria através da conversão. Nós como temos o livre arbítrio, temos a escolha se queremos viver para Cristo ou não. Se queremos aceitar tudo o que Jesus fez por nós ou não, então dessa forma só os que realmente querem ser salvos irão conseguir com apenas um “sim” e também com uma vida totalmente convertida aos caminhos de Jesus.
 Que paz é essa que Jesus nos trouxe através de Seu sacrifício?
Essa paz é a certeza de que seremos salvos através do Sangue de Jesus Cristo.


– Quem matou Jesus não foram os açoites, nem os soldados, nem a cruz. Quem matou Jesus fomos nós. Foram os nossos pecados.
– Ali na cruz Ele foi moído pelos nossos pecados. Ali Ele foi torturado. Foi traspassado. Ali o negror dos nossos pecados caíram sobre Ele.
– Ali Ele sorveu o cálice amargo do juízo de Deus, da repulsa que Deus tem pelo pecado. Ali a espada da lei exigiu a sua morte porque Ele foi feito pecado por nós.
– Ali Ele sentiu o próprio desamparo de Deus: Ali Deus julgou o nosso pecado na carne do Seu Filho. Ali Deus condenou a nossa condenação no corpo do Seu Filho. Ali Deus derramou a sua ira que devia cair sobre nós, sobre o Seu Filho. Ali Deus satisfez sua justiça violada por nós, na morte do Seu Filho.
– Cristo morreu pelos nossos pecados. Sua morte foi vicária. Foi substitutiva. Ele tomou o nosso lugar. Na cruz Ele foi abandonado e desamparado para que fôssemos aceitos. Ali Ele foi condenado pela lei para que fôssemos libertos da lei. Ali Ele bebeu o amargo fel para que pudéssemos beber a água da vida. Ali Ele morreu para que pudéssemos ter vida eterna
– Jesus carregou não só nossos pecados sobre a cruz, mas também nossas doenças, nossas enfermidades. Ali no calvário Ele estava abrindo uma fonte de cura. Ali Ele ficou chagado, ferido, moído, enfermado para que hoje pudéssemos receber dele a cura. “Pelas suas pisaduras nós somos sarados.”

– As chagas dele eram as nossas chagas. As feridas dele eram as nossas feridas. A doença dele eram as nossas doenças.

II. Visão panorâmica.


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 Jesus Cristo veio ao mundo, na plenitude dos tempos, para cumprir as profecias, para realizar um projeto eterno de Deus, e quando o mundo estava preparado, tanto politicamente, quanto culturalmente, quanto religiosamente, Jesus Cristo entra na nossa história; o verbo de Deus se faz carne e ele habita entre nós. Jesus Cristo não veio para mudar o calendário apenas, Jesus Cristo não veio para ser um mestre de banalidades, Jesus Cristo veio especificamente com um propósito: morrer pelos seus, pelos meus pecados. Ele é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

A Bíblia diz que aquele que não conheceu pecado, Jesus Cristo, Deus o fez pecado por nós, para que nele em Jesus, nós fossemos feito justiça de Deus. Quando Jesus estava na cruz, Deus pegou os meus pecados, os seus pecados, as nossas transgressões e lançou todas elas sobre Jesus. A Bíblia diz que ele foi ferido de Deus, ele foi transpassado pelas nossas transgressões, o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras nós fomos sarados. O apóstolo Pedro disse que ele, Jesus, carregou no seu corpo, sobre o madeiro, todos os nossos pecados. O apóstolo Paulo disse em primeira coríntios 15, versículo 3, que ele, Jesus, morreu pelos nossos pecados segundo as Escrituras; em outras palavras, a morte de Cristo não foi um acidente, ele não foi para a cruz porque Judas o traiu, por que os soldados o prenderam, porque o Sinédrio covardemente o sentenciou à morte, porque Pilatos, o governador romano, chancela e aprova a sua morte e morte de cruz, ele foi para a cruz, ele morreu, não porque ele era fraco e não podia se defender diante opressão de Roma, ele foi para a cruz voluntariamente, ele foi para a cruz porque o pai o entregou por amor, ele foi para a cruz por causa do meu e do seu pecado.

A morte de Cristo é a mensagem central da palavra de Deus, nós não somos salvos pelas nossas obras nem pelos nossos méritos, nós não somos salvos pelo nosso sacrifício pessoal nem por qualquer ritual religioso, nós somos salvos pela morte de Cristo. A Bíblia diz que todos nós vamos ter que comparecer perante o tribunal de Deus para dar conta das nossas obras. A Bíblia diz que naquele dia os livros serão abertos e nós vamos ser julgados segundo o que tiver escrito nos livros. A Bíblia diz que nós pecamos por palavras, por obras, por omissão e até por pensamentos e desejos. A Bíblia diz que a exigência de Deus para você entrar no céu é que você seja perfeito, porque não entra pecado no céu, mas você e eu não somos perfeitos. Nós somos pecadores, nós não podemos salvar-nos a nós mesmos, seria como você se levantar com os próprios cordões dos seus sapatos, é impossível o homem redimir-se do pecado, lavar as suas próprias manchas, quebrar suas próprias algemas, sair da sua própria morte. Mas aquilo que você não pode fazer, Jesus Cristo fez por você, ele veio ao mundo para morrer em seu lugar, em meu lugar. A morte dele abriu para nós um novo e vivo caminho para Deus; pela sua morte, nós somos perdoados, porque quando ele morreu, ele carregou no seu corpo todos os nossos pecados, quando ele morreu ele pagou a nossa dívida, quando ele morreu ele quitou completamente o nosso débito com Deus, ele morreu a nossa morte para vivermos a sua vida.

Agora, a Bíblia nos diz assim: já nenhuma condenação há mais para aqueles que estão em Cristo Jesus, porque os pecados que me levariam à condenação eterna, Jesus levou sobre si lá na cruz; a dívida com Deus que eu jamais poderia pagar, Jesus rasgou o escrito de dívida que era contra nós e pagou a nossa dívida; não com o ouro, não com prata, não com coisas perecíveis, mas com o preço do seu sangue. Ele morreu no nosso lugar, em nosso favor, não morreu apenas para possibilitar a sua salvação, morreu efetivamente para salvar você, ele morreu pelas suas ovelhas, ele morreu pela sua igreja, ele morreu pelo seu povo, ele entregou-se em nosso lugar para que nós pudéssemos ter vida e vida eterna. A grande pergunta é: você já entregou sua vida pra Jesus? Ele já é o seu Salvador pessoal? Ele é o Senhor da sua vida? Você já reconheceu os seus pecados e já admitiu que você não pode salvar a você mesmo? Você tem plena consciência que nenhuma religião pode salvar você, nenhuma igreja pode levar você a Deus, nenhum ritual religioso pode aproximar você de Deus? Somente Jesus Cristo morreu por você, somente Jesus Cristo é a porta do céu, somente Jesus Cristo é o caminho, a verdade, e a vida, e ninguém pode ir a Deus a não ser por meio de Jesus. Hoje mesmo, agora mesmo, você pode entregar seu coração a Jesus, confiar no sacrifício que ele fez por você, para que você pudesse ser perdoado e receber dele a vida eterna, hoje pode ser o dia da sua salvação. Não tarde mais, não demore mais, não adie esta decisão, porque hoje é o tempo oportuno de Deus de você ser reconciliado com Deus, e por meio da morte de Cristo receber a vida eterna.

“Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o considerávamos como aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado por causa das nossas transgressões e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu próprio caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós” (Is 53.4-6).



III. O Messias foi ferido

Vejamos agora o sofrimento decorrente da dor pela qual passou nosso Senhor Jesus .
 A dor física de Jesus foi apenas a ponta do iceberg. A dimensão desta foi muito além da descrição do flagelo físico, se estende ao campo emocional e espiritual.

 Pode-se afirmar que o processo de dor vivenciado por Jesus foi composto por quatro dimensões: “dor física, emocional, social, e espiritual”.
 Partindo desse pressuposto, analisar-se-á o sofrimento e a dor de Jesus em seus aspectos físico, psicológico e espiritual.
 Os quatro evangelhos descrevem o sofrimento e crucificação de Jesus. Tendo sido julgado, mesmo inocente foi condenado:
 “Então soltou-lhes Barrabás, e tendo mandado açoitar a Jesus, entregou-o para ser crucificado. E logo os soldados do governador, conduzindo Jesus ao Pretório, reuniram junto dele toda a coorte. E despindo-o, o cobriram com uma capa escarlate; E tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lhe na cabeça, e em sua mão direita, uma cana; e ajoelhando-se diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, Rei dos Judeus! E cuspindo nele, tiraram-lhe a cana, e batiam-lhe com ela na cabeça. E depois de o haverem escarnecido, tiraram-lhe a capa, vestiram-lhe as suas vestes e o levaram para ser crucificado (Mt 27.26-31).

 Sua condenação foi seguida da aplicação da pena sem dar-lhe o direito de se preparar para o que iria passar.
 O sofrimento de Jesus pode ser medido pela dimensão de sua dor e, para se fazer isso, é preciso que exista uma compreensão do processo da dor que é um fenômeno muito complexo resultante de uma interação entre o físico e o psíquico e sua intensidade será definida tanto pelo dano físico como também pelo psicológico. Em outras palavras, a intensidade da dor é influenciada tanto por estímulos sensoriais, quanto pelo pensamento e pelo afeto.

 No caso do sofrimento de Jesus, sua dor física teve sua origem nos nociceptores (receptores sensoriais) periféricos que foram estimulados por lesão resultante de atividade mecânica aplicada ao seu corpo. Visto que os nervos periféricos possuem funções altamente especializadas em uma parte específica do corpo, os sintomas apresentados podem ser variados quando são danificados: formigamento e/ou parestesia (sensação de formigamento), sensibilidade ao toque e fraqueza muscular.

 A dor física infringida sobre Jesus teve seu início com a flagelação, tipo de castigo em que era usado um chicote feito de várias tiras de couro nas quais eram incrustados pedaços de ossos ou chumbo nas extremidades.
Esse castigo era tão cruel que nenhuma pessoa de cidadania romana poderia sofrer esse flagelo. O condenado era preso a uma coluna pouco elevada ou baixa, e, sem roupa na parte superior do corpo e com as mãos amarradas de modo a expor suas costas, recebia os golpes com toda a força dos lictores, cujo número variava de dois a seis indivíduos.


Inicialmente, as chicotadas rasgavam a carne e rompiam os vasos sanguíneos e os ferimentos podiam ser estendidos à barriga e ao rosto como consequência das tiras enroscadas nessas regiões. Muitos dos flagelados eram tirados quase mortos das colunas e, quase sempre não resistiam aos ferimentos (enciclopédia da vida de Jesus, p.968). Nesse flagelo cumpriu-se a profecia contida no livro dos Salmos 129.3: “Os lavradores araram sobre minhas costas”.
 Os soldados teceram-lhe uma coroa de espinhos. Se quisessem apenas tripudiarem sobre sua estrutura psicológica poderiam ter feito uma coroa de palha, mas não, queriam que sua dor transpusesse o campo emocional e literalmente se tornasse uma dor física, apanharam alguns ramos de arbustos espinhosos e teceram essa coroa. Não satisfeitos, com a própria cana que lhe deram golpeavam-no na cabeça provocando perfurações e grandes cortes na fronte e couro cabeludo de Jesus.
 O último estágio de sua dor física foi o momento da crucificação. “Levaram-no como a um cordeiro encaminhado à matança, como um sacrifício ao altar ”.
 Chegaram ao Gólgota, local próximo à Jerusalém. Ali, pregaram suas mãos e pés, que são locais de muitas inervações, causando lesões no nervo mediano infringindo a Jesus uma dor lancinante e aguda. Com esse tipo de ferimento um homem pode facilmente perder a consciência. Levantaram a cruz com Ele preso a ela e o solavanco agravou a lesão dos nervos das mãos e pés despertando dores dilacerantes.
 A dor emocional levou Jesus à angústia, medo da morte e do sofrimento, e essa iniciou quando esteve orando no Getsêmani. Ali, antecipadamente sentiu a agonia e o sofrimento pelo qual seria submetido. Devido ao seu abatimento moral, um grande medo e sua profunda emoção (evidente na expressão “Pai se queres afasta de mim esse cálice) desencadeou-se no organismo de Jesus um fenômeno muito raro chamado hematidrose, isto é, Ele suou sangue. Os pecados de toda a humanidade sobre seus ombros se tornou um fardo psicológico e essa tensão provocou o rompimento dos vasos capilares sob as glândulas sudoríparas misturando o sangue com o suor.
 O que iniciara no jardim, agora se estendeu ao suplício até a crucificação. Amou a todos indistintamente. Ainda assim, virou peça de tabuleiro de um jogo, psicologicamente cruel, feito pelos soldados romanos. Vestiram-no como um rei caricato: vestiram nele um manto vermelho, lhe puseram uma coroa de espinhos e colocaram em sua mão uma vara como cetro. Nesse jogo praticado pelos soldados, cada vez que o dado era lançado, o prisioneiro se movia em um quadro do jogo gravado no chão e, para diversão dos soldados, este sofria insultos e agressões físicas
.
 Foi pelas pessoas que Jesus amava que Ele veio ao mundo: “Ele veio para o que era seu, e os seus não o receberam (Jo 1.11) ”. No entanto, mesmo sendo extremamente sociável, isso não o poupou da dor social. Muito pelo contrário, torturavam-no naquele momento. Um dos amigos e discípulos mais íntimo o negou e os outros se dispersaram. Agora os papéis se inverteram. O homem que outrora fora aclamado e admirado pela maioria, agora era desprezado. Aquele que sempre estivera rodeado de um grande número de pessoas, agora sentia-se no isolamento. Trazia em seu coração a dor da preocupação com aqueles a quem amava, ali representado pelas lágrimas da mãe aos pés da cruz.
 Jesus trazia sobre si os pecados da humanidade: “Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaias 53.5). Ele era o “o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 3.16) ”. Ele sentiu, pela primeira vez, a dor espiritual de ser desligado do pai, mesmo sem pecado, padeceu a dor da divisão “…as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus (Is 59.2) ”.
 Ao sentir a dimensão dessa dor Ele bradou em alta voz o trecho do livro de salmos 22.1, escrito cerca de mil anos antes: “Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste? (Mt 27:46) ”. Subentende-se que a verdadeira dor no sofrimento de Jesus no processo da crucificação vai além da dor física, foi a dor que o levou a separação do pai. Sentiu-se abandonado por Deus. Diferentemente de quando sua alma se perturbou pela primeira vez e ouviu uma voz do céu que o consolava (Jo 12.27,28) e até mesmo da ocasião do jardim, quando um anjo apareceu e o confortou.
 É de admirável significado a tolerância de Jesus a todo essa dor e sofrimento. Dentre outras opiniões, destaco que um dos elementos que pode ter influenciado sua tolerância foi o entendimento do significado de sua dor. Ele tinha plena consciência dos motivos de sua flagelação e morte, o imenso amor do Pai pela humanidade caída que precisava de redenção.

Nunca se tivera tanto entendimento da expressão do profeta quando afirmara que Ele seria um homem de dores. O próprio Cristo se sujeitou a esse processo de dor por compaixão. Cerca de 700 anos antes o profeta assim falou: “Dei as costas aos que me ferem” e ainda “pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 50.6; 53.5).
“Por certo que o levaria sobre o meu ombro, sobre mim o ataria por coroa. (Jó 31.36)”. No livro de Jo 12.32, o próprio Jesus predisse que padeceria morte de cruz. Além disso, em salmos 22 e Isaías 53 temos uma visão precisa de seu sofrimento.
 Seu sofrimento e suas dores não foram em vão. Por não retroceder e nem se render diante da dor, mas suportá-la, hoje há esperança para a humanidade. Basta que o homem reconheça sua condição de pecador e que necessita de ser religado à Deus e, que para isso, precisa aceitar e confessar publicamente que Jesus é o Senhor e em seu coração crer que Deus o ressuscitou dos mortos para, então, ser salvo.
O detalhe sobre como eram os açoites
Era realizado no pretório. O chicote era feito de tiras de couro. Traziam na ponta pedaços de ferro, chumbo ou osso. A intenção era dilacerar o corpo do condenado. Fazê-lo agonizar de dor.
Não raramente esse espancamento causava a morte, dada a brutalidade do massacre ao qual o condenado era submetido.
Jesus foi levado à casa do governador (Pretório). Era ali que residia quando não estava em Cesaréia, sua fortaleza em Israel.
Os soldados que o conduziram chamaram toda a tropa que estava ali, cerca de 500 ou 600 homens (Mt 27.27). A intenção dos soldados era: torturar e humilhar Jesus. “Tiraram-lhe a roupa e vestiram-lhe um manto vermelho.” (Mt 27.28)
Este manto vermelho era a tradicional capa curta utilizada por soldados, oficiais, magistrados, reis e imperadores. Dessa forma eles continuaram a ferir o Senhor física e emocionalmente.
Humilhando-o com seus adereços debochados. Caracterizando ainda mais o seu desprezo pelo Filho de Deus.

A Coroa de Espinhos

“Fizeram uma coroa de espinhos e a colocaram em sua cabeça; depois puseram-lhe uma vara na mão direita, como se fosse um cetro, e se ajoelharam diante dele em sinal de zombaria. “Salve, rei dos judeus”, gritavam eles.” (Mt 27.29)
A coroa de espinhos representa o diadema real. A vara, o cetro. Ambos usados por magistrados romanos. A intenção dos soldados era fazer de Jesus uma caricatura real.
A matéria prima da coroa eram ramos de espinheiros ou acácia da Síria, comuns na região e com espinhos tão longos quanto um dedo.
A tropa (500 ou 600 soldados) formaram uma espécie de fila, enquanto ajoelhavam-se diante de Jesus desejando-lhe vida longa e prosperidade.
Sorrisos debochados. Gargalhadas. Gritos. O barulho do escárnio misturado aos açoites, preenchia o ambiente. Diziam: “Salve, rei dos judeus!”, e gargalhavam.
Essa era a saudação que imperador ouvia ao voltar vitorioso da batalha. Para os soldados, Jesus não passava de um idiota fracassado. Um louco.
Diante do Rei do Céu e da Terra, os soldados romanos deram seu melhor no quesito desmoralizar.



IV. O tríplice propósito da morte do Messias.

 “Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaías 53:5).

Isto é um versículo que deve agarrar seu coração se você espera ser convertido. Eu oro que isto irá mover você desde conhecimento de cabeça até uma confiança real em Jesus Cristo – o qual morreu na Cruz para pagar o castigo de seu pecado. Existe três principais pontos no texto.


1.  Cristo foi ferido por nossos transgressões, moído por nossas iniquidades.

“Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades…” (Isaías 53:5).

A primeira palavra “mas” mostra o contraste entre a falsa idéia descrevida no fim de versículo quatro, que Cristo morreu como um resultado de Seu próprio pecados e estupidez, e o verdadeiro fato que Ele morreu para pagar por nossos pecados.
“Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades…” (Is 53:5).

A palavra “ferido” é muito importante. Dr. Young disse que em palavra Hebraica significa “traspassado através, e acompanha este pensamento usualmente de trapassar através até morte” . A palavra Hebraica significa “traspassado através,” “perfurado” (ibid.). Esta palavra também aparece em Zc 12:10,
“E olharão para mim, a quem traspassaram” (Zc 12:10).

Isto é uma óbvia profecia de Cristo, o qual escalpo foi traspassado por uma coroa de espinhas, o qual mãos e pés foram traspassados com pregos na Cruz, o qual lateral foi traspassado com uma lança Romana. Como o Apóstolo João nos disse,
“Um dos soldados lhe furou o lado com uma lança e logo saiu sangue e água…para que se cumprisse a Escritura…[o qual] diz: Verão aquele que traspassaram” (Jo 19: 34, 36, 37).

E, depois, o texto diz, “e moído por causa das nossas iniqüidades” (Is 53:5). A palavra Hebraica por “moído” significa “esmagado” (Young, ibid.). O esmagamento e machucamento de Cristo começou no Jardim de Getsêmani, a noite anterior quando Ele foi crucificado, quando Jesus estava
“em agonia…e o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão” (Lc 22:44).

Em Jardim de Getsêmani, Cristo foi esmagado sob o peso de nosso pecado, o qual estava colocado em Ele lá.
Poucas horas depois, Cristo foi moído e machucado por surras e chicotadas que Ele recebeu diretamente antes que Ele foi pregado na Cruz, e depois traspassado com uma lança. Mas o sentido profundo de esmagamento está em que isto transmite o peso de nossos pecados colocado em Ele, como o Apóstolo Pedro disse,
“Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro…” (I Pe 2:24).

“Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades…” (Is 53:5).


2.  O Messias  foi castigado em nosso lugar.

Observa a terceira cláusula de nosso texto,
“Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele…” (Is 53:5).

Nenhuma língua pode dizer a ira que Ele tomou,
   A ira tão por causa de mim;
Deserto de pecado; Ele tomou todo,
   Para livrar o pecador.
Agora nenhuma gota resta;
   “Está consumado,” foi Seu clamor;
Por um eficaz trago, Ele bebeu
   O copo de ira bem seco.
Cristo foi castigado, punido em seu lugar, assim acalmando a justiça de ira de Deus contra seu pecado.
“O castigo que nos traz a paz estava sobre ele” (Isaías 53:5).

3. Cristo cura nosso pecado por Suas pisaduras.

“E pelas suas pisaduras fomos sarados.”
“Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 53:5).

A palavra por “pisaduras” em Hebreu significa “cicatrizes”. O Apóstolo Pedro citou este versículo em I Pe 2:24. A palavra Grega, usado por Pedro, é traduzido “pisaduras.” Isto significa “golpe-marcas” (Strong). Eu acredito que estas palavras, “pelas suas pisaduras fomos sarados,” em Isaías 53:5 e I Pedro 2:24 referem principalmente à tortura de Jesus. Eu estou convencido que estas palavras são uma referencia particular à açoitamento de Cristo, feito por soldados, ao comando de Pilatos, governador Romano da Judeia, pouco antes que Cristo foi crucificado. A Bíblia diz,
“Pilatos, pois, tomou então a Jesus, e o açoitou” (Jo 19:1).

Na medida em que se aproxima a páscoa, relembramos o sofrimento de Jesus. Pensamos na sua morte e meditamos sobre suas últimas palavras na Cruz.
O Cristianismo é a única religião cujo Deus tem feridas. Onde Deus se apaixona… sofre e morre por amor! A páscoa nos faz relembrar as feridas de Jesus… faz-nos pensar na sua dor.
A páscoa é o acontecimento que revela o sentimento de um Deus apaixonado que ousou amar-nos ao ponto de morrer por nós.
O sofrimento físico de Jesus começa lá no Getsêmani e termina quando ele dá o seu último suspiro na cruz.
Em Lucas 22, verso 44, está escrito que Jesus entrou em agonia tão profunda que seu suor se tornou em grandes gotas de sangue que escorriam pela terra.
Mas se olharmos para Jesus nessa cena, ele não parece muito bonito . Em Isaías 53. 2b diz que: “ele não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse”. Jesus estava feio e irreconhecível!

“Então soltou-lhes Barrabás, e, tendo mandado açoitar a Jesus, entregou-o para ser crucificado” (Mt 27:26).

A palavra “açoitamento” também foi usado por Jesus em Sua profecia em relação Seu sofrido vinda, quando Ele disse,
“Eis que vamos para Jerusalém, e o Filho do homem [Cristo] será entregue aos príncipes dos sacerdotes, e aos escribas, e condená-lo-ão à morte. E o entregarão aos gentios para que dele escarneçam, e o açoitem e crucifiquem…” (Mt 20:18-19).
“Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 53:5).


Nenhum ser humano foi tão martirizado como Jesus.


V. Pelas suas pisaduras fomos sarados.

Há três verdades ligadas a essas feridas que se tornaram o meio de nossa cura e libertação:

1.  Jesus foi ferido por homens.

Observe que o texto diz no verso 3 que ele era um “homem de dores… desprezado e o mais rejeitado entre os homens”.
Seus inimigos se alegraram quando ele foi pregado na cruz. Ele foi desprezado pelos líderes religiosos e pelos líderes políticos. Por que? Porque se sentiam ameaçados por Jesus.
A maioria das pessoas deriva sua importância de alguma coisa. Alguns se acham importantes porque têm dinheiro; outros se acham importantes porque têm conhecimento outros se acham importantes pela posição que ocupam.
Todos os que ocupavam posições de autoridade se sentiam ameaçados por Jesus porque o povo se mostrava entusiasmado com Jesus.
Uma vez que Jesus se torna o centro das atenções, resta-lhes tentar se livrar daquele que ameaça roubar sua platéia.

2.  Jesus foi ferido por Deus.

Alguns diziam que Jesus foi crucificado por se intitular o filho de Deus; Pilatos dizia que Jesus foi crucificado por inveja; outros diziam que Jesus foi crucificado por inimigos; outros diziam que Jesus foi ferido por causa de Judas, um amigo que o traiu.
Eu creio que hoje estou falando a muitas pessoas que foram feridas por inimigos e muitas que já foram feridas por amigos. Muitos já sofreram as feridas da traição.
Você sabe o que é ser ferido por um inimigo e o que é ser ferido por um amigo!
Jesus não foi ferido apenas por amigos e inimigos… Não foi ferido apenas pelos homens… mas também foi ferido por Deus!
O verso 4 diz: “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido”.
O verso 10 completa dizendo: “Ao Senhor agradou moê-lo , fazendo enfermar”.

3.Jesus foi ferido por nossos pecados.

O verso 6 diz que “ele foi traspassado pelas nossas transgressões (pecado) e moído pelas nossas iniqüidades (pecado); o castigo (cruz) que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras (feridas) fomos sarados”.
Para que tamanho sacrifício? Para que tanto derramamento de sangue e tantas feridas?
Deus afligiu a Cristo para cumprir a exigência da sua lei. Segundo a lei de Deus não poderia haver remissão de pecados sem derramamento de sangue (Hb 9.22).
A lei determinava que os sacerdotes sacrificassem cordeiros, mas a prática era apenas um símbolo do Verdadeiro Sacrifício do Cordeiro Perfeito que é Jesus. Somente o sangue de Alguém sem pecado poderia nos purificar.
Alguém teria que morrer em nosso lugar para atender a justiça divina. Teria de ser Alguém com poder de vencer a morte. Caso contrário, estaríamos todos condenados a morte eterna.
Ao ver o nosso drama, Deus decide enviar seu Filho Jesus em forma humana para assumir nosso lugar na cruz e morrer por nós.
Em Apocalipse 5, verso 6, diz que João viu “de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados por toda terra”.
O cordeiro que aparece aqui é Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O quadro é simbólico: O Cordeiro tem “sete chifres” (onipotência); tem “sete olhos” (onipresença e onisciência – a ação do Espírito Santo em toda a terra).
Do verso 7 em diante diz que o Cordeiro (Jesus) “veio e tomou o livro” e assumiu o controle do nosso destino.
Ao ser ferido e morrer em nosso lugar, Jesus nos livrou da morte eterna e nos curou de nossas enfermidades espirituais.
Em João 10, versículo 10, diz que “O ladrão (o maligno) vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”.
Sua morte nos deu a vida. Suas feridas nos deram a cura porque por suas feridas fomos sarados!

Mas somente sabendo estes fatos não irá salvar você! A menos que verdades de sofrimento de Cristo em este texto agarra seu coração você não irá ser convertido! Deixe que o texto fale ao seu coração. Deixe que estas palavras toquem sua alma para desejar Cristo.

“Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 53:5).


As revelações de Deus passadas ao profeta Isaías mostram todo o sofrimento do Messias que viria ao mundo com a missão de morrer em uma cruz, como o pior dos homens, para pagar pelos pecados da humanidade. Este homem se tornaria a “ponte” que liga o homem a Deus, a porta que leva o pecador ao Santíssimo Lugar. E nisto é constituída a vitória de Cristo (v. 11). Ao contrário do que muitos possam imaginar, Cristo não veio ao mundo apenas porque Deus o mandou. Os atos do Salvador demonstram o sublime estado de uma pessoa transbordante de amor (ver versículo 12). Afinal Cristo apoiou seu Pai desde a criação (Jo 1.1-4). Apesar de Jesus ter “tomado a cena” apenas nas descrições contidas no Novo Testamento (lembrando: Isaías descreve uma profecia que relatava a vinda de um Messias, neste período Jesus não era conhecido) o Filho de Deus sempre esteve ao lado do Pai.
Não devemos mais passar todos os momentos difíceis, dizendo: Ah, olha ai Deus, esta prova, obrigado! Não é justo, que nós sejamos escravizados por doenças, transgressões e maldições, pois quem está em Cristo: Nova criatura é! Tornamo-nos filhos! O nosso Deus, não nos entrega uma prova com doença, pois Ele já levou na cruz, o preço dos nossos pecados, triunfou sobre potestades e principados na cruz. O sangue derramado foi para sarar a nossa dor.


    Não sofra por uma coisa que não é para ser sofrido, não passe por uma coisa, que você não merece passar. Não sofra por uma coisa, que Jesus já sofreu por você!



Em breve estaremos de volta dando sequência a esta série.

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