Agora, finamente estaremos falando sobre " O ajustamento em amor".
I. Uma análise preliminar do texto.
O texto que tomamos por base para nosso tema é Efésios, 4.16. Mas, os versículos anteriores (11-15) me parecem fornecer uma espécie de condições pra que se chegue então ao propósito. Vamos ler o texto e refletir sobre essas condições:
1. Multiplicidade de dons (11): Se quisermos ser essa igreja família..., precisamos entender e viver nessa condição. O próprio Jesus, Senhor da Igreja, que a ama e se entregou por ela, designou “alguns” e “outros”, com perfil, chamado e dons diferentes para a igreja. Uma igreja saudável não pode depender apenas de um ministério. Precisamos de uma multiplicidade de ministérios. Não se está falando aqui de cargos, posição hierárquica, ou estrutura denominacional. O que temos aqui são pessoas chamadas e capacitadas por Jesus e dadas a igreja para servi-la.Os ministérios citados são:
a) Apostólico: plantar e dar fundamentos sólidos à igreja;
b) Profético: Receber uma mensagem específica de Deus e transmiti-la a igreja;
c) Evangelístico: Inflama a igreja para que as pessoas expressem Jesus aos perdidos;
d) Pastoral: cuida, alimenta, apóia e conduz as pessoas ao crescimento.
2. Engajamento (12): É um erro pensar que os que são chamados para compor a liderança da igreja de acordo com os ministérios são os únicos responsáveis pelo trabalho da igreja. O versículo 12 deixa claro que a “obra do ministério” deve ser realizada por “todos os santos”. Ou seja, cada membro do corpo tem a responsabilidade de envolver-se com a igreja. A responsabilidade dos líderes, ou dos “ministros” não é a de realizar, mas de preparar os membros do corpo. Esse preparo tem a ver com:
a) Restauração/ Libertação;
b) Cuidado;
c) Orientação;
d) Capacitação.
Portanto, a função dos ministros é colocar os santos em condições de trabalho (a frase do ministro britânico “derretam os santos e ponham-nos em ação”)
3. Crescimento (Maturidade) (13-15): Quando temos ministérios múltiplos atuando, preparando os santos e estes atuando, fazendo sua parte, o corpo cresce em maturidade. Se ficasse somente nisso, poderíamos ter um problema aqui. Ficaríamos nos perguntando “mas, como saberemos que atingimos a maturidade?”. Felizmente o texto diz que essa maturidade está em sermos parecidos com Jesus. A maturidade é todos agindo em favor de todos para que todos fiquem cada vez mais parecidos com Ele. Quanto mais crescermos em sermos parecidos com Ele, menor o risco de sermos instáveis diante das tempestades de doutrinas infantis e até hereges que inundam nosso século, veiculadas a todo instante por todos os meios de comunicação.
Para que isso aconteça, é preciso que todos nós, determinada e destemidamente conheçamos, falemos, vivamos e ensinemos a verdade. É a verdade em Deus, única e absoluta, que produz maturidade e nos torna pessoas parecidas com Jesus.
V.16. Observe a perfeição do corpo. Como o corpo humano foi intricadamente ajustado! Por isso é uma ilustração adequada do corpo de Cristo. Houve quem dissesse que nem todos podem ser os membros maiores, mas as juntas também são muito importantes. Todas as partes trabalham juntas ( I Co 12; Rm 12).
II. Visão panorâmica.
Uma palavra pode ter vários significados que mudam conforme o contexto e que variam com o tempo. A palavra igreja traz significados diferentes, que podem ser perfeitamente corretos em determinados contextos e épocas. Como nosso interesse aqui é a busca constante de maior entendimento das Escrituras, focalizamos a palavra igreja no seu sentido bíblico. Especificamente, pensemos sobre a igreja como um organismo.
Desde os primeiros anos na escola, aprendemos que um organismo é um conjunto de órgãos que constituem um ser vivo, o sentido principal nos dicionários comuns. Embora as traduções bíblicas mais comuns não empreguem a palavra organismo, a ideia é claramente apresentada em algumas figuras da igreja no Novo Testamento.
A figura mais óbvia da igreja como organismo é a de um corpo com vários membros. É uma imagem da igreja usada para ensinar vários fatos importantes. Consideremos alguns.
Cada membro deve contribuir ao bem do corpo inteiro. O apóstolo Paulo mandou uma carta à igreja na cidade grega de Corinto com o intuito de corrigir diversos problemas doutrinários e práticos. Apesar de terem recebido dons especiais de Deus, os cristãos em Corinto tinham muitas dificuldades em questões de amor e respeito uns para com os outros. Entre outros assuntos, Paulo falou de problemas de partidos e brigas, de processos legais entre irmãos e de abusos de supostas liberdades ao ponto de prejudicar a vida espiritual dos irmãos. Ele empregou o conceito de um corpo composto de diversos membros para corrigir tais condutas e as atitudes por trás delas: “Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se disser o pé: Porque não sou mão, não sou do corpo; nem por isso deixa de ser do corpo. Se o ouvido disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; nem por isso deixa de o ser. Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde, o olfato? Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve. Se todos, porém, fossem um só membro, onde estaria o corpo? O certo é que há muitos membros, mas um só corpo” (1 Co 12:14-20). Em outra epístola, Paulo usou a mesma ideia para incentivar a edificação mútua dos cristãos: “de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor” (Ef 4:16).
O corpo depende da cabeça, Cristo. O mesmo trecho em Efésios 4 apresenta mais um fato importante sobre esse corpo: a sua dependência da cabeça. Voltemos um versículo para ver este ponto importante: “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Ef 4:15). Embora ninguém gostaria de perder membros do seu corpo, sabemos que muitas pessoas vivem muito bem sem um braço, uma perna ou um olho. Mas nenhum corpo sobrevive sem a cabeça! Quando a igreja se torna em uma organização social que se importa somente com as relações humanas, esquecendo da importância de fidelidade total à cabeça, ela morre!
Uma outra figura que mostra a interdependência de membros vivos ligados a Jesus é de um edifício vivo. Pedro cita alguns textos do Antigo Testamento para apresentar essa figura. Consideremos os comentários desse apóstolo:
A casa espiritual é feita de pedras vivas com base na principal Pedra. “Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (1 Pe 2:4-5). Mesmo quando Pedro fala da igreja como um edifício, ele não pensa em alguma estrutura sem vida. A principal pedra é Jesus (1 Pe 1:3), e cada pedra acrescentada na construção dessa casa espiritual também vive!
III. Como ajustar o corpo de cristo.
"Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor." (Ef 1:4)
O propósito de Deus ao criar todas as coisas era ter um povo para si, que fosse santo e inculpável:
"... Como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, a fim de a santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra, para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível." (Ef 5:25-27)
Que fosse feito à imagem de seu Filho:
"Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos." (Romanos 8:29)
Deus utiliza a "reconciliação" para realizar esta meta no homem caído:
"Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. Mas todas as coisas provêm de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação; pois que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões; e nos encarregou da palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores por Cristo, como se Deus por nós vos exortasse. Rogamo-vos, pois, por Cristo que vos reconcilieis com Deus. Âquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus." (2 Co 5:17-21)
Efésios capítulo 4 versos do 1-16 é um dos trechos das Escrituras que define mais nitidamente esse processo:
Deus tomou judeus e gentios e criou nele mesmo:
"Um novo homem ... em justiça e retidão procedentes da verdade... para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas."
"Isto é, a lei dos mandamentos contidos em ordenanças, para criar, em si mesmo, dos dois um novo homem, assim fazendo a paz, e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um só corpo, tendo por ela matado a inimizade." (Ef 2:15-16)
"E a vos revestir do novo homem, que segundo Deus foi criado em verdadeira justiça e santidade." (Ef 4:24)
"Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas." (Ef 2:10)
Somos admoestados a manter a unidade do "novo homem":
"Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, procurando diligentemente guardar a unidade do Espírito no vínculo da paz. Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos." (Ef 4:1-6)
A graça é dada segundo a medida do dom de Cristo, quando ele levou "cativo o cativeiro" e "concedeu dons aos homens":
"Mas a cada um de nós foi dada a graça conforme a medida do dom de Cristo. Por isso foi dito: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens. Ora, isto - ele subiu - que é, senão que também desceu às partes mais baixas da terra? Aquele que desceu é também o mesmo que subiu muito acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas." (Ef 4:7-10)
Esses dons que ele deu são os de apóstolo, profeta, evangelista, pastor e mestre, para o aperfeiçoamento dos santos:
"E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo." (Ef 4:11-12)
Os remidos devem crescer "à perfeita varonil idade, à medida da estatura da plenitude de Cristo". Isso ocorre "seguindo a verdade em amor", para que "cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo".
O corpo deve estar entrelaçado a fim de contribuir para a edificação do todo:
"Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo; para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente; antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor." (Ef 4:13-16)
Apóstolo e profeta são dons de Cristo para revelar a mente de Deus, para que sejamos "co-participantes da natureza divina":
"Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude; pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo." (2 Pe 1:3-4)
O evangelista "conta as boas novas"; O pastor apascenta o rebanho; O mestre é todo aquele que também partilha de falar a verdade em amor.
cada um desempenha um papel vital para formar cristo nos santos
A obra dos apóstolos e dos profetas inspirados está completa; temos a mente de Cristo:
"Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo." (1 Co 2:16)
Mas a obra dos demais continua à medida que continua, em cada um de nós, o processo de aperfeiçoar os santos. Nem mesmo Paulo era ainda "perfeito". Ele aplicava-se em direção ao alvo, para obter o prêmio.
Devemos andar debaixo do mesmo mandamento
"Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Por isso todos quantos já somos perfeitos, sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa de outra maneira, também Deus vo-lo revelará. Mas, naquilo a que já chegamos, andemos segundo a mesma regra, e sintamos o mesmo." (Fp 3:12-16)
O alvo é chegar à "medida da estatura da plenitude de cristo;
O prêmio é a transformação do corpo da nossa humilhação para que se assemelhe ao corpo da glória de Cristo
"Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas." (Fp 3:20-21)
A redenção do corpo
"E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo. Porque em esperança fomos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos." (Rm 8:23-25)
Cada um dos dons de Cristo destina-se a esse objetivo; devemos fazer uso deles para nosso crescimento e para auxiliar outras pessoas.
Todos devem ser "evangelistas"
Os discípulos perseguidos iam a toda parte "pregando [evangelizando] a palavra":
"No entanto os que foram dispersos iam por toda parte, anunciando a palavra." (Atos 8:4)
Quem "fala das boas novas" evangeliza:
Até mesmo aquela irmã que se senta na mesa da cozinha compartilhando a mensagem com a vizinha ao lado.
Todos devemos contar a história de cristo
Os pastores receberam dons de Cristo para apascentar o rebanho dele. Eles são homens no "rebanho de Deus que há entre nós" que atingiram um caráter espiritual maduro (que chamamos qualificações), a fim de "governar" (liderar, estar à frente, persuadir):
"Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver." (Hebreus 13:7)
"Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar contas delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil." (Hebreus 13:17)
Sendo homens de qualidade no caráter, servem de exemplo para o rebanho:
"Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho." (1 Pedro 5:3)
Sendo capazes de ensinar, podem persuadir e convencer pela sabedoria de Deus:
"Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes." (Tito 1:9)
Os santos precisam de homens sábios para guiá-los
"Presbítero" refere-se a essa pessoa madura; precisam de homens justos que os influencie ("imitai-lhes a fé"); precisam de homens prestativos que cuidem de suas almas ("pastor" e "supervisor" sugerem isso). O retrato que o Novo Testamento apresenta desses homens e o trabalho deles dizem respeito a homens que cuidam tanto da alma dos santos, que desejam a oportunidade de ajudar outras pessoas a crescer espiritualmente.
Representa homens com profundo desejo espiritual de servir e que já estão buscando realizar isso; homens que já se ocupam de edificar o corpo e estão limitados somente pela oportunidade que vem com a ordenação.
Deus quer homens, sim, os santos precisam de homens dispostos a dar a energia, o tempo, o amor e as lágrimas; homens que estejam dispostos dia e noite, em público e de casa em casa; homens que não reterão nada que não seja proveitoso, mas declararão todo o conselho de Deus.
O que Paulo tinha estado fazendo em Éfeso, enquanto esteve lá, deve ser agora a tarefa dos bispos:
"E de Mileto mandou a Éfeso, a chamar os anciãos da igreja. E, logo que chegaram junto dele, disse-lhes: Vós bem sabeis, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia, como em todo esse tempo me portei no meio de vós,
Servindo ao Senhor com toda a humildade, e com muitas lágrimas e tentações, que pelas ciladas dos judeus me sobrevieram; Como nada, que útil seja, deixei de vos anunciar, e ensinar publicamente e pelas casas,
Testificando, tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus, e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo.
E agora, eis que, ligado eu pelo espírito, vou para Jerusalém, não sabendo o que lá me há de acontecer, Senão o que o Espírito Santo de cidade em cidade me revela, dizendo que me esperam prisões e tribulações.
Mas de nada faço questão, nem tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus. E agora, na verdade, sei que todos vós, por quem passei pregando o reino de Deus, não vereis mais o meu rosto. Portanto, no dia de hoje, vos protesto que estou limpo do sangue de todos. Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus.
Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.
Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; E que de entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si. Portanto, vigiai, lembrando-vos de que durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar com lágrimas a cada um de vós.
Agora, pois, irmãos, encomendo-vos a Deus e à palavra da sua graça; a ele que é poderoso para vos edificar e dar herança entre todos os santificados.
De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem o vestuário. Sim, vós mesmos sabeis que para o que me era necessário a mim, e aos que estão comigo, estas mãos me serviram.
Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber." (Atos 20:17-35)
Se um homem não ama a alma dos santos, que não se intrometa no papel do presbítero; porque não passará de um mercenário e corromperá o sistema de Deus.
IV. As juntas e ligamentos do corpo de Cristo.
Existem duas palavras as quais nos acostumamos a ouvir, para mim elas tratam de ações, embora pareçam repetitivas, não podemos deixar de ministrá-las: juntas e ligamentos (de discipulado e companheirismo na obra).
A igreja é como um corpo
A palavra nos diz que a igreja é o corpo de Cristo na terra. Se para o corpo humano funcionar bem são necessárias juntas e ligamentos, no corpo de Cristo isto também é verdade, Em Cl 2:18 Paulo fala que o que faz a igreja crescer não são os rituais, encontros ou palavras de fé (isto pode até ajudar). O crescimento que vem de Deus não significa um salão superlotado. Quando uma criança cresce, todos os seus membros crescem com ela. O senhor quer isto na igreja. Quando Cristo chamou a igreja de corpo, foi pensando nisto.
Juntas e ligamentos – O que são?
São relacionamentos (relações fortes e resistentes entre os membros). Através destes vínculos recebemos o alimento que vem de Deus, somos supridos.
“do qual o corpo inteiro bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, efetua o seu crescimento para edificação de si mesmo em amor.” Ef 4:16.
Se a igreja não for instruída assim, por meio das juntas e ligamentos, será apenas um saco cheio de membros soltos!
Juntas e ligamentos e a igreja local
Seguir a Cristo também significa integrar-se a uma igreja local, de forma prática é estar fazendo parte de uma congregação. Fazer parte de uma congregação é muito mais do que ter um nome em uma lista. É mais do que participar de reuniões dominicais. É ter vínculo uns com outros através das juntas e ligamentos.
É verdade que nosso relacionamento em Cristo é individual e pessoal, mas Deus não nos projetou para sermos uma ilha e sim para participarmos de sua família
“assim nós, embora muitos, somos um só corpo em Cristo, e individualmente uns dos outros.” Rm 12:5.
Nos relacionamentos, nas juntas e ligamentos, temos que demonstrar atitudes práticas, porém nem sempre é tão fácil. Às vezes é mais fácil ter uma atitude prática com pessoas cujos relacionamentos são superficiais.
Jesus e as juntas e ligamentos
Jesus desenvolveu um relacionamento (discipulado) com os doze em 03 anos, por 24 horas, neste tempo eles descobriram virtudes e defeitos uns dos outros (companheirismo). Entre eles, só Jesus era perfeito, todos os outros pecaram. Jesus amou de forma prática cada um deles.
Unidos à igreja local
Há quem ache possível que se possa estar unido a Jesus sem estar unido a igreja. Quando nos decidimos por Jesus, imediatamente o senhor nos convoca a estarmos juntos, ligados à igreja, sendo pastoreados. Pois através da igreja somos livres de uma vida egoísta.
Na igreja eu aprendo a me relacionar como um povo de Deus e não como num clube social. Na igreja temos o privilégio de conviver com todos os tipos de níveis sociais: desde os cultos até os iletrados.
Na igreja aprendo a compartilhar experiências, a me interessar por outras pessoas. O senhor nos convoca a viver como igreja, pois nela ele nos amadurece em todas as áreas de nossas vidas.
A bíblia é cheia de expressões como: “uns aos outros”: amar – Jo 15:12, servir – Gl 5:13, perdoar – Ef 4:32, orar, admoestar, submeter uns aos outros. Estas são algumas das nossas responsabilidades no Reino de Deus devemos praticá-las, a começar por nossas casas. Este serviço diário nos faz crescer e amadurecer.
Tapando as brechas
Na igreja encontramos poder para as nossas vidas. Satanás adora pessoas que vivem isoladas do corpo, esta é uma brecha. Onde tem brecha satanás entra.
Quando uma criança nasce, automaticamente torna-se participante de uma família universal: a raça humana, e também faz parte de uma família, recebendo o seu sobrenome. Esta família cuidará dela para o resto da vida.
O mesmo acontece com quem recebe o novo nascimento: ele participa da igreja universal (em todo o mundo), e precisa fazer parte de uma congregação, de onde receberá cuidado e alimento. Não existe uma congregação perfeita, e Deus nos chama a participar com pessoas imperfeitas, como você e eu.
V. Como ajustar o corpo de Cristo.
Como a Igreja está organizada?
“Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também… Mas, agora, Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Agora, pois, há muitos membros, mas um corpo… Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular. E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas” (1 Co 12:12, 18-20, 27-28) .
Para fazer a obra que Deus lhe deu, a Igreja está organizada para funcionar como uma unidade. Em 1 Co 12, Paulo a comparou ao corpo humano, como muitas partes e funções diferentes, cada uma sendo necessária para seu bom funcionamento. Paulo ainda chama a Igreja de o Corpo de Cristo (Colossenses 1:24). Todos os membros desse Corpo devem falar “uma mesma coisa” (1 Co 1:10) e fazer tudo com decência e ordem (1 Co 14:40).
Quem é o cabeça da Igreja?
“E Ele [Cristo] é a cabeça do corpo da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência” (Cl 1:18).
“E sujeitou todas as coisas a Seus pés e, sobre todas as coisas, O constituiu como cabeça da igreja, que é o Seu corpo, a plenitude Daquele que cumpre tudo em todos” (Ef 1:22-23).
Paulo explicou que o papel de Cristo, como líder da Igreja, não é apenas ser a cabeça desse corpo, mas ser como um marido que “amou a igreja e a Si mesmo Se entregou por ela” (Ef 5:25). Cristo alimenta e trata com carinho a Igreja; Ele se sacrificou por ela. Por isso, a Igreja O serve para demonstrar o quanto agradece e admira Seu sacrifício.
Quais as responsabilidades estabelecidas para aqueles que servem na Igreja?
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4:11-13).
As responsabilidades desses servos são para o benefício de toda a Igreja, para ajudar a equipar, edificar e unir o Corpo. Uma pessoa ordenada para tais responsabilidades geralmente é chamada de “ministro”, que significa servo. Nas Escrituras, eles também são chamados de anciãos ou presbíteros.
Como os anciãos cumprem suas funções?
“Aos presbíteros [anciãos] que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero [ancião]… apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho” (1 Pe 5:1-3).
Ao seguir o exemplo de serviço de Cristo podemos evitar o mau uso do poder, como naturalmente acontece nos governos humanos (Mt 20:2428; Lc 22:2426). Os líderes a serviço de Deus são ordenados a trabalhar em benefício daqueles que servem numa atmosfera de respeito e amor mútuo.
De que maneira todos os membros podem participar efetivamente na obra do Corpo de Cristo?
“Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem-ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor” (Ef 4:15-16).
“Mas Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela, para que não haja divisão no corpo, mas, antes, tenham os membros igual cuidado uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele” (1 Co 12:24-26).
Deus chama e coloca cada membro individualmente no Corpo, onde esse membro pode melhor crescer e servir para benefício de todo o Corpo.
Que outras analogias mostram como Deus sustenta e alimenta os membros através da Igreja?
“Mas a Jerusalém que é de cima é livre, a qual é mãe de todos nós” (Gl 4:26).
“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda vara em Mim que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto… Estai em Mim, e eu, em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em Mim. Eu sou a videira, vós, as varas; quem está em Mim, e Eu nele, este dá muito fruto, porque sem Mim nada podereis fazer. Se alguém não estiver em Mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem. Se vós estiverdes em Mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado Meu Pai: que deis muito fruto; e assim sereis Meus discípulos” (Jo 15:1-8).
Deus, por meio de Sua Igreja, cuida de cada um dos Seus filhos. Paulo se referiu à Igreja como “a mãe de todos nós”. Como uma mãe que alimenta, veste, ensina e conforta cada um de seus filhos, a Igreja presta a assistência espiritual que cada membro necessita.
Jesus também comparou esse relacionamento com uma videira. Cada membro ligado à videira recebe o alimento e o suporte dela e, assim pode produzir bons frutos. Mas se esse relacionamento estreito for quebrado, então esse galho vai secar. Se a comparação é com um corpo ou uma videira, a mensagem continua a mesma: os membros da Igreja devem estar ligados a Jesus Cristo para que possam crescer e prosperar. A Igreja é uma das maiores bênçãos que Deus entregou a seus filhos.
Os membros devem participar e serem ativos na obra e funcionamento da Igreja?
“Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? E, se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; não será por isso do corpo?… E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não tenho necessidade de vós” (1 Co 12:13-16, 21).
Quando Deus nos dá o seu Espírito, então nos tornamos membros do Corpo de Cristo, Sua Igreja. Ele espera, uma vez que somos membros do Seu Corpo espiritual, que O sirvamos e que participemos no exemplo deste Corpo [da Igreja] ao mundo e na sua obra de divulgação do evangelho. Ele também espera que conheçamos, amemos e sirvamos uns aos outros. E nos declara: “Nisto todos conhecerão que sois Meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13:35).
Nós podemos fazer isso apenas se formos participantes ativos em Sua obra e serviço. As Escrituras admoestam: “E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia” (Hebreus 10:24-25). Cristo espera que os membros do Seu Corpo estejam unidos, trabalhando ativamente e cooperando uns com os outros para cumprir a missão que Ele deu a Sua Igreja.
VI. A justa operação de cada parte.
Os versículos 12 a 15, de Efesios 4, de modo geral, ensinam que o cristão deve crescer simetricamente “em tudo”, em todos os aspectos, na sua relação com Deus, nas relações sociais e consigo mesmo. O texto fala que este é o caminho da “verdade” e do “amor”. É um desenvolvimento não somente na mente e no entendimento da verdade, mas também no coração, nos sentimentos e na sensibilidade.
Chegando ao versículo 16, somos estimulados a funcionar numa perfeita cooperação com as demais partes do Corpo. Aqui está o maravilhoso funcionamento da unidade de todos os membros do Corpo de Cristo. “Ainda que tenha sua distinção e função no Corpo, trabalha em cooperação, para a unidade; unidade essa comandada pela cabeça. O corpo inteiro depende do Senhor do corpo. O crescimento e movimento do corpo estão na obediência à cabeça”.
Portanto, no corpo, nenhum membro pode se individualizar, nem se isolar, nem buscar seus próprios interesses, mas buscar o bem de todos, pois o corpo é um. O crescimento de um deve ser o crescimento de todos, o contrário, não seria um crescimento “em amor”. É o amor que propicia a cooperação e ajuda mútua; o amor trabalha para a edificação de todo o corpo. O nosso crescimento deve ser comunitário, juntos; no mesmo ritmo, com a mesma espécie de maturidade, para que o Corpo demonstre agradável proporção e beleza estética, tenha uma perfeição de forma e sem nenhum tipo de desarmonia entre a cabeça (Cristo) e as outras partes do corpo (Igreja).
1. A dinâmica da cooperação mútua
Toda organização, incluindo a igreja, só alcança o sucesso em suas ações quando tem alvos bem definidos e seus membros se esforçam, com o melhor de si, para alcançá-los. Isto requer que, todas as partes do corpo, “bem ajustado”, estejam operando harmoniosamente. É tanto a prática do envolvimento pessoal como algo contínuo. Todavia, temos que levar em conta que um dos maiores problemas enfrentados por quem exerce qualquer cargo de liderança, numa igreja local, é conseguir fidelidade na participação dos seus liderados em suas respectivas atividades, com as quais tem responsabilidade, seja no louvor, na educação, na evangelização, etc. Pois o que se vê hoje é apatia, comodismo e até a indiferença.
Para haver cooperação mútua é indispensável um ambiente de liberdade. Liberdade é ter direito a opções. Uma igreja ou equipe só promove resultados saudáveis quando seus membros estão em harmonia em suas ações e seus direitos de opções garantidos. Indo um pouco mais longe, a verdadeira liberdade consiste na possibilidade situacional de escolher e manifestar opiniões no processo de realização de algo.
“Liberdade é o direito inalienável de todo ser humano, e o valor maior de sua existência como tal. Liberdade é sua capacidade de viver e atuar de forma plena como pessoa, sem imposições arbitrarias. Ela se estende até o ponto em que o direito dos outros de serem também plenas e completas”.
A palavra “ajustado” significa “atado” ou “mantido unido”. Ajustados a quê? Primeiramente, na Cabeça, Cristo e depois, uns aos outros. É isto que significa unidade orgânica, verdadeira e indispensável ao Corpo. Quando crescemos nesta área o resultado é o “poder operante”, “energia que faz algo”.
Isto implica em avaliar sempre o crescimento em relação às nossas práticas. Sabemos que o amor é à base de tudo. Sem ele nada será aceitável diante de Deus. O próprio cristão deve se avaliar, quanto ao crescimento real de sua vida pela prática do amor.
Talvez você esteja pensando: “tudo isto que acabei de ler é muito utópico!” Se você está pensando assim, eu ouso lhe dizer que, em relação à Igreja, a utopia é possível! Talvez você me contra argumente: “mas, hoje, o que está acontecendo, não caminha nem um pouco nessa direção!” Então, eu lhe afirmo que a nossa geração, tem a responsabilidade de, em meio aos encontros e desencontros, sonhos e pesadelos, ousar querer mudar este quadro.
Com a palavra “antes”, Paulo está indicando que o versículo 15, de Efesios 4, deve ser interpretado de modo que ressalte o contraste do ensino no versículo 14, ou seja: que ao invés de sermos crentes “cata-ventos”, girando em todas as direções, de acordo com os “ventos”, devemos ser firmes e estáveis na verdade.
Paulo deixa bem claro que a maturidade espiritual cristã é resultado de um crescimento mensurável que é notado através de atitudes adultas.
2. Superando opiniões divergentes e cooperando uns com os outros
Um dos principais pontos de tensões em nossos relacionamentos é, certamente, as opiniões divergentes. Como podemos superar isso? Vejamos dois princípios básicos:
Não agradar a nós mesmos;
Renunciar aos nossos direitos.
A nossa tendência é sempre de esperar que os outros mudem, mas nos textos acima aprendemos que suportar e perdoar uns aos outros, implica em renunciar a alguns direitos e concentrar-nos em atitudes e comportamentos que conduzem à edificação.
A Bíblia não ordena apenas a colocar os interesses dos outros acima dos nossos, mas a colocarmos a vontade de Deus antes de tudo! Na prática, significa que devemos fazer distinção entre a pessoa e o que ela faz. Deus valoriza as pessoas acima das coisas!
O alvo de tudo isso é a unidade do Corpo de Cristo, ou seja: a Igreja! A unidade é essencial para a própria sobrevivência da igreja. É por esta razão que temos que nos esforçar para superarmos nossas diferenças, tendo em vista a unidade como produto final.
Todavia, a unidade não é o mesmo que unanimidade. Você pode estar unido com o irmão em questões essenciais (como a inspiração verbal da Bíblia, a depravação humana, a salvação só através Cristo, e etc), e discordar em pontos não essenciais, sem, contudo, estar dividido com ele espiritualmente.
As nossas igrejas estão cheias de pessoas fracas, sobrecarregadas e abatidas; pessoas que carecem de um irmão-suporte; alguém que se coloque ao seu lado no sentido de ajudá-las a superarem seus fardos, ansiedades, medos e inúmeras indagações acerca da vida.
“Muitos de nós, para sermos sarados, temos de enfrentar uma verdadeira batalha interior. É que ser curado implica abrir mão de todas as ‘vantagens’ que a doença nos traz. E tem gente que simplesmente não sabe viver sem a sua enfermidade… E há aqueles que fazem da doença a única maneira de se relacionar com os outros… Ser curado implica assumir toda a responsabilidade pela própria vida e, naturalmente, isso não é fácil”.
Uma das formas de possibilitar este tipo de ajuda é através da consolação que provém das Escrituras Sagradas. É por isto que o objetivo final desta relação positiva de suporte é a edificação (Rm 15.2c).
VII. Promovendo a aumento do corpo de Cristo.
Vamos verificar que é possível um membro do corpo da Igreja promover o decréscimo do corpo de Cristo
Os 10 sinais de que você está atrapalhando o crescimento do corpo de Cristo
Não orar pela igreja e pelo seu crescimento
1. Uma pessoa que faz parte da igreja deveria orar pela igreja. Não orar pela igreja equivale a não contribuir para o crescimento dela. Jesus ensinou os discípulos que deveriam orar para que Deus potencializasse a obra Dele com mais pessoas dispostas a trabalhar: “Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.” (Mateus 9:38). Não orar pela igreja, pelos seus líderes, pelo crescimento dela, pela resolução de problemas que acontecem, etc., equivale a atrapalharmos o crescimento da obra de Deus, pois não estamos fazendo a nossa parte.
2 . Assistir a igreja trabalhando
Somente assistir aos cultos, assistir ao trabalho de quem está trabalhando, assistir o movimento da igreja. Esses são sinais de quem não está envolvido no trabalho da obra de Deus. Quem está envolvido no crescimento da igreja não assiste as coisas, antes, participa delas de alguma forma ativa e produtiva. Jesus ensinou que seus servos deveriam colocar a mão no arado: “Mas Jesus lhe replicou: Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus.” (Lucas 9:62). Colocar a mão no arado é ajudar no crescimento da obra de Deus. Não colocar a mão no arado e assistir a tudo como expectador equivale a atrapalhar o crescimento da obra de Deus.
3 . Dizer mais nãos do que sins
É evidente que devemos fazer um gerenciamento de cada área de nossas vidas para não cairmos em um ativismo prejudicial. Isso é ser sábio. Mas existem pessoas que somente dizem não. Nunca podem, nunca têm disponibilidade, nunca dizem sim. Os apelos dos líderes são ignorados. O trabalho clama por alguém que o faça, mas, mesmo que tenha o dom para fazer aquele trabalho, essa pessoa não se dispõe. Esse tipo de pessoa atrapalha o crescimento da igreja, pois enterra o talento que Deus deu a ela ao invés de multiplica-lo.
4 . Arrumar problemas infantis para os líderes resolverem
Algumas pessoas vão à igreja para arrumar problemas. Atrapalham a obra de Deus, pois ocupam a liderança, que deveria estar mais voltada para questões mais nobres da obra, para resolver problemas insignificantes. Arrumam problemas para chamar a atenção. “O irmão não me cumprimenta”, “ele fechou meu carro no estacionamento e demorou para tirar”, “ele deixou uma mensagem no Facebook que foi indireta para mim”, “pastor, você tem que resolver isso senão eu saio da igreja!”. Esse tipo de conflito infantil toma um tempo preciso da liderança, que deveria estar ocupada com coisas mais importantes. Jesus incentiva as pessoas a resolverem seus problemas com maturidade, sem “mimimi”: “Se teu irmão pecar contra ti, vai argui-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão.” (Mateus 18:15)
5 . Aumentar o alcance dos problemas ao invés de ajudar a resolvê-los
Toda igreja tem problemas. Basta dar uma olhada na primeira igreja citada na Bíblia e verá essa realidade muito bem. O problema não é o problema. Na realidade é a forma como se lida com o problema que pode vir a ser um problema maior ainda. Há pessoas que gostam de jogar gasolina onde o fogo já está pegando. Não agem como pacificadoras na igreja, mas expandem ainda mais o alcance dos problemas, por exemplo, usando a fofoca. Com isso promovem não o crescimento, mas a destruição de coisas construídas na igreja a muito custo. Não foi à toa que Jesus ensinou que os pacificadores são bem aventurados (Mateus 5:9). A igreja precisa de pacificadores, pois são eles que ajudam a obra a crescer.
Paulo desenvolve a sua explicação sobre o funcionamento da igreja, comparando-a a um corpo. Num corpo, cada parte precisa fazer a sua função para que tudo funcione perfeitamente. Quando uma parte não faz a sua função, isso equivale a alguma doença no corpo, que precisa ser tratada. Ser a igreja e não manter uma vida espiritual em dia (ler a Bíblia, orar, jejuar, buscar comunhão, contribuir, etc.) equivale a atrapalhar o corpo. Paulo nos ensina que o corpo bem ajustado cresce, logo, podemos inferir que o corpo desajustado não cresce, pois está doente: “de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor.” (Efésios 4:16). Andar com a vida espiritual em dia é uma grande e saudável contribuição para a saúde do corpo.
7 . Usar demais a crítica
Críticas construtivas são sempre bem vindas na obra de Deus, pois é na multidão de conselheiros que fazemos muito melhor as coisas (Provérbios 15:22). Mas aqueles que atrapalham o crescimento da igreja usam demais a crítica e de menos o reconhecimento do bom trabalho feito. Há pessoas que fazem questão, por exemplo, de procurar o pastor para cobrar mais atenção dele por causa de um erro de português que, sem querer, saiu no boletim da igreja. Há também aqueles que querem mandar na forma de fazer o culto, no tempo das mensagens, na forma com que tudo é conduzido. Somente a crítica sai da boca deles. E da forma com que criticam mostram que querem destruir e não construir. Certa feita fiquei sabendo de um pregador que foi extremamente criticado porque esquecera de levar a gravata para vestir. Pregou sem gravata. Os críticos ferrenhos nem se lembraram da mensagem, do esforço do irmão em sair de sua cidade e ir até ali pregar. Só a falta da gravata importava. Naquele dia eles atrapalharam sobremaneira o crescimento da igreja com críticas exageradas e elogios inexistentes.
8 . Não contribuir financeiramente para a obra de Deus
Alguns não entendem que Deus faz sim muitos milagres sobrenaturais, mas não faz milagres onde é exigido uma ação natural nossa. É assim na área financeira da obra de Deus. Para o crescimento da obra de Deus são necessários recursos. A responsabilidade de provisão desses recursos é daqueles que são servos de Deus, que são a igreja. Evidentemente que hoje existem muitos abusos de falsas igrejas, mas isso não invalida a responsabilidade que cada servo de Deus tem de contribuir financeiramente para a obra do Senhor. Quem se exime dessa responsabilidade não está colaborando para o crescimento da obra, antes, está atrapalhando. Alguém já disse que a área mais difícil que o ser humano tem para converter se chama bolso. E isso é verdade. A generosidade é característica dos verdadeiros servos de Deus. Nesse quesito, as igrejas da Macedônia nos dão uma aula e são extremamente elogiadas pelo apóstolo Paulo: “porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade. Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários, pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos.” (2 Coríntios 8:2-4)
9 . Não ter cuidado com o seu bom testemunho
Somos igreja em todos os lugares e não somente dentro de um prédio, ou de um grupo familiar, ou de outro lugar de reunião. Somos igreja, principalmente, no mundo. Um exemplo claro de alguém que colaborou para o crescimento da obra de Deus através do bom testemunho foi Timóteo. Dele é dito: “Chegou também a Derbe e a Listra. Havia ali um discípulo chamado Timóteo, filho de uma judia crente, mas de pai grego; dele davam bom testemunho os irmãos em Listra e Icônio.” (At 16:1-2). Infelizmente, hoje, muitos cristãos são conhecidos pelo mau testemunho, pela má conduta e, assim, atrapalham o crescimento da obra ao invés de ajudar.
10 . Participar da igreja apenas atrás de bênçãos para si
Hoje cresce assustadoramente o número daqueles que se ajuntam a igreja com o único objetivo de conseguir bênçãos para si (principalmente materiais). Não conte com eles para nada. Estão dispostos sim a fazer algo, mas apenas se aquele algo for em troca de alguma bênção de Deus, coisa que, nas igrejas sérias, não deve existir. Quem coloca o “eu” acima de tudo atrapalha a obra de Deus. Isso porque Jesus deixou claro que seus discípulos devem servir e priorizar o “nós”.
Apesar do fato de que a Bíblia não se dirige especificamente ao crescimento da igreja, o princípio por trás do crescimento da igreja é entender o que Jesus disse: “edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:18). Paulo confirmou que a igreja tem sua fundação em Jesus Cristo (1 Coríntios 3:11). Jesus Cristo também é o cabeça da igreja (Efésios 1:18-23) e a vida da igreja (João 10:10). Tendo dito isso, é importante lembrar que “crescimento” pode ser um termo relativo. Há tipos diferentes de crescimento, alguns dos quais não têm nada a ver com números.
Uma igreja pode ser viva e estar crescendo, apesar de que o número de membros/frequentadores não muda. Se aqueles na igreja estão crescendo na graça e conhecimento do Senhor Jesus, submetendo-se a Sua vontade para suas vidas, individualmente e conjuntamente, essa é uma igreja que está tendo crescimento verdadeiro. Ao mesmo tempo, uma igreja pode ter mais e mais pessoas frequentando seus cultos semanalmente, ter grandes números, e ainda ser espiritualmente morta.
Crescimento de qualquer tipo segue um modelo característico. Como um organismo em crescimento, a igreja local tem aqueles que plantam a semente (evangelistas), aqueles que regam a semente (pastor/mestres), e aqueles que usam seus dons espirituais para o crescimento espiritual daqueles na igreja local. Mas note que é Deus que dá o crescimento (1 Coríntios 3:7). Aqueles que plantam e aqueles que regam vão receber sua recompensa de acordo com o seu trabalho (1 Coríntios 3:8).
Tem que haver um equilíbrio entre plantar e regar para que uma igreja cresça; isso significa que em uma igreja local saudável cada pessoa precisa saber qual o seu dom espiritual para ela poder funcionar com satisfação dentro do corpo de Cristo. Se o plantar e regar se desequilibram, a igreja não vai prosperar como Deus quer. Claro que precisa haver dependência diária e obediência ao Espírito Santo para que Seu poder possa ser liberado na vida daqueles que plantam e regam e para que o crescimento que vem de Deus possa acontecer.
A descrição de uma igreja viva e crescendo bem é encontrada em Atos 2:42-27, essa passagem afirma que os crentes “perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações”. Logo após, ela diz que eles estavam servindo uns aos outros, ajudando aqueles que precisam vir a conhecer o Senhor, e “acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” Quando essas coisas estão presentes, a igreja vai experimentar de crescimento espiritual, quer os seus números cresçam ou não.
Como Fazer a Sua Igreja Crescer
O crescimento de uma igreja é essencial para a sustentabilidade da congregação, porque garantirá a renda necessária para o pagamento dos funcionários, da propriedade e da utilidade para a infraestrutura da congregação. Saber como fazer sua igreja crescer ajudará no recrutamento de esforços para encontrar indivíduos e famílias com quem você pode compartilhar suas crenças e chamados.
1. Faça um site para a sua congregação.
Isso pode ser um instrumento útil para promover sua igreja, e permitirá que você poste informações básicas e úteis como os horários dos cultos, informações de contatos ou gerais e históricas sobre a organização. Você também poderá postar horários de eventos e é uma forma de solicitar e-mails de novos membros que desejam informações.
2. Melhore a sinalização ao redor da sua igreja.
Certifique-se de que as pessoas saibam quem você é e qual tipo de igreja e culto você oferece.
Poste os horários dos cultos e se certifique de incluir que todos são bem vindos.
Escolha uma fonte grande e legível.
Considere sinais luminosos.
Pense em sinalizações onde você pode mudar as letras de uma parte delas. Dessa forma, você pode atualizar a mensagem regularmente e comunicar eventos e temas especiais para a igreja.
3. Pense em adicionar as redes sociais aos seus esforços de relações públicas. É uma técnica de marketing gratuita que será particularmente popular entre os jovens.
Faça uma conta no Facebook ou no Twitter, e liste informações gerais da congregação.
Adicione amigos e divulgue que agora você tem uma conta no Twitter ou Facebook.
Poste informações como os temas dos próximos sermões ou fale para a congregação e visitantes sobre os eventos da igreja e campanhas.
4. Use a imprensa para atualizar a comunidade dos próximos eventos ou de novidades especiais da congregação. Esse é um bom instrumento para publicar eventos e campanhas ou para compartilhar com sua cidade sobre aniversários especiais.
5. Planeje um evento na sua igreja que seja aberto ao público. Lembre a congregação de convidar seus amigos e familiares, postar sinais e divulgar na imprensa.
6. Distribua cartões postais, panfletos ou avisos de porta na sua área.
7. Faça os membros serem administradores da igreja.
Ensine os membros a serem discípulos de sua igreja fazendo mini-seminários, oferecendo cursos de evangelismo e colocando dicas no seu programa.
Encoraje-os a ter um objetivo de trazer certo número de convidados todo mês.
8. Faça os convidados se sentirem bem vindos para que eles voltem.
Certifique-se de ter alguém para recepcioná-los em todas as entradas.
Peça para o pastor dar as boas vindas a todos os convidados.
Colete informações dos visitantes e mande e-mails convidando-os para futuros eventos e cultos.
VIII. Como o amor edifica e promove o crescimento da Igreja.
Paulo mostra a Timóteo que a Igreja se edifica pelo amor. “Pois o propósito deste mandamento é o amor nascido de coração limpo, e de boa consciência, e de fé não fingida” (1Tm 1:5). Paulo está dizendo: “Timóteo, cuidado com todas as palavras e os ensinos que geram disputas e não realizam o plano de Deus; não é a edificação de Deus”. Também foi Paulo quem disse: “o conhecimento envaidece, mas o amor edifica” (1Co 8:1). É importante que tenhamos conhecimento e que possamos transmitir, mas somente o conhecimento, pode nos envaidecer. Paulo não está defendendo a ignorância, está defendendo o amor. O amor edifica. E se ao amor agregarmos conhecimento, Maravilhoso! Mas o importante aqui é o amor. Em Efésios 4 Paulo diz: “todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função”
A Igreja se edifica em amor. Irmãos, podemos ter grandes revelações, podemos ter tal fé que transporte montes, podemos conhecer todos os mistérios e ter todos os dons e carismas, mas sem amor, de que nos serve? Seremos como o metal que ressoa ou o címbalo que retine. Nada pode suplantar o amor. Deus é amor, e onde há amor Deus está, e no meio da fraternidade edifica a Igreja. Se tu queres contribuir para a realização do plano de Deus, ama a teus irmãos! O amor edifica. A Igreja vai se edificando em amor.
O que é edificar? Além do conceito da edificação individual, edificar significa unir pedra com pedra. Alguém pega uma pedra, lhe põe argamassa e a une a outra pedra. Edificar é unir pedra com pedra, e assim vai se levantando a parede. E disse o apóstolo Paulo: “Qual é o vínculo perfeito que vos une? O amor!”. Assim, quando estamos amando-nos, a Igreja está se edificando. Não é por muitas e eloqüentes palavras. A palavra tem seu lugar, com já veremos, mas primeiro vem o amor.
Agora, irmãos, o amor é fruto do Espírito. Esta palavra “amor”, vocês já sabem, é ágape, que é amor de Deus. É um amor que pensa no bem do outro, que se sacrifica para o bem do outro, que se entrega, que procura de todas as maneiras servir, abençoar. Isso é o que Deus fez conosco. Esse ágape, disse Paulo, “foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo”. Deus é amor. O espírito Santo é Deus morando em nós. E como Deus é amor, o Espírito Santo é amor. Ele derrama este amor em nossos corações, e este amor flui, nasce, brota, de um coração limpo. “O propósito deste mandamento é o amor nascido de coração limpo”, disse Paulo, “de boa consciência, e de fé não fingida”.
Jesus disse, falando do Espírito Santo: “o que bebe da água que eu lhe der, se fará nele uma fonte que jorra para a vida eterna”. Também disse: “Quem crê em mim, do seu interior fluirão rios de água viva”.E Paulo disse que é o amor nascido de um coração limpo. Este é o Espírito Santo morando em nós, a vida de Deus fluindo para os irmãos, para os novos, para os antigos, para todos. Este é o amor do Senhor.
Quando pecamos, o Espírito se entristece em nós. Ele é muito sensível e deixa de fluir. Se apaga. Por isso diz: “o amor nascido de coração limpo”. É importante manter o coração limpo. E diz também “de boa consciência”. O que é uma boa consciência? É esse conhecimento que temos de nós mesmos. Quando pecamos, o Espírito se entristece, se apaga. Nossa consciência, se é boa, quer dizer, se funciona bem, nos chama a atenção. Quando pecamos, acende-se uma luz vermelha em nosso interior. É como o apito do árbitro que soa em uma partida. É importante que obedeçamos a nossa consciência. Quando ela nos diz: “o que fizeste é errado, o Espírito se entristeceu dentro de ti”, precisamos obedece-la.
Não somos perfeitos, todos pecamos. Muitas vezes pecamos com palavras. A própria palavra do Senhor nos insta a não pecar, mas se pecamos, indica qual é o caminho para limpar nosso coração. Se pecamos, ofendemos, lastimamos, mentimos, roubamos, ou fizemos qualquer coisa que desagrada a Deus. Necessitamos obedecer nossa consciência, obedecer também a Deus e confessar nosso pecado. Se não obedecemos, a consciência segue dizendo-nos: “O que fizeste está errado”. Mas se endurecermos o coração ao chamado da consciência, vamos ficando insensíveis.
Parece que quando pecamos, a consciência atua mais forte, e se não a atendemos, vai suavizando, até que pode chegar o momento em que já é uma coisa muito leve que acontece conosco. Temos que tomar o cuidado de não rejeitar o trabalho da nossa consciência.
Veja o que disse Paulo a Timóteo nos v18 a 20: “Timóteo, meu filho, dou-lhe esta instrução, segundo as profecias já proferidas a seu respeito, para que, seguindo-as, você combata o bom combate, mantendo a fé e a boa consciência que alguns rejeitaram e, por isso, naufragaram na fé. Entre eles estão Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar”. Este quadro é tremendo. O que é que eles rejeitaram? Himeneu e Alexandre parece que pecaram, e suas consciências eram boas. Ela os advertiu uma e outra vez, mas eles a rejeitaram, e ao rejeitarem a consciência, naufragaram na fé.
Que tem a ver a fé com a boa consciência? Tem muito a ver, porque a fé também é fruto do Espírito. É o Espírito que produz em nós o amor e é o Espírito que produz em nós a fé. E aqui Paulo usa uma figura marítima, o naufrágio. Sabe como se produz um naufrágio? Imaginemos um bote e alguém que ai remando e de repente percebe que se fez em seu barco um pequeno furo e que está entrando água. Quando pecamos, se faz um furo em nosso bote e começa a entrar água. Que temos que fazer? Consertar, e não seguir assim. A princípio, parece que tudo vai bem, e o bote flutua. Mas continua entrando água devagar.
Assim é quando pecamos: a consciência nos adverte, e nós a rejeitamos. E seguimos pregando, seguimos cantando, seguimos orando. Parece que tudo segue igual, nada muda. Mas de um momento a outro, o que acontece com esse bote? Quando o peso da água já é suficiente, em um instante o bote afunda.
É importante ter esta prática em nossa vida: obedecer à voz da consciência, obedecer ao Senhor em Sua Palavra, confessar nossos pecados. Se você ofendeu sua esposa, seu marido, se disse alguma mentira a algum irmão, a seu patrão, ou a algum empregado, se cometeu algum pecado sexual em segredo, se viste na televisão ou na Internet alguma coisa indecente – e hoje há muita – sua consciência foi manchada, sua consciência o incomoda, você fez o que não devia, olhou o que não devia olhar. Deus não o condena, guia-o ao arrependimento.
Confesse seu pecado as pessoas envolvidas, e a um dos irmãos. “confessai vossas faltas uns aos outro,e orai uns pelos outros para serem curados”. Este amor é o que edifica a Igreja, e este amor nasce de um coração limpo, de uma boa consciência e de uma fé não fingida. Dessas coisas desviando-se alguns apartaram-se a palavras vãs, mas no coração não estão crendo no que dizem.
O amor é de Deus, não é obra nossa. É Cristo em nós. Necessitamos viver no Espírito 24 horas por dia, pra que o Espírito flua em nós e este amor edifique a Igreja.
O amor é a base do relacionamento com Deus
Deus demonstra o Seu amor através de muitas profecias que são relacionadas com a promessa de nós recebermos a salvação e a vida eterna.
O apóstolo João nos diz: “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos” (1 Jo 4:8-9; comparar João 3:16-17; Tito 3:4-7).
Como dissemos antes nesta lição, Deus demonstra o Seu amor através de muitas profecias que são relacionadas com a promessa de nós recebermos a salvação e a vida eterna. Deus Pai deseja estar envolvido pessoalmente em nossa vida diária. Como Paulo disse: “Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Fp 2:13). Paulo explica que Jesus Cristo, nosso Irmão mais velho, vive em nós, se somos realmente cristãos convertidos (Gl 2:20).
Como podemos ter certeza que o Pai e Jesus Cristo vão nos socorrer quando necessitarmos de ajuda espiritual?
“Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (Hb 4:15-16).
“E esta é a confiança que temos nele: que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos” (1 Jo 5:14-15;Mt 7:7-8, Fp 4:6).
Os relacionamentos são construídos com boa comunicação. A Palavra de Deus revela que Ele nos ouve e responde nossas perguntas de acordo com a Sua vontade e nosso bem-estar. Ele quer que correspondamos ao Seu amor. Nós falamos com Deus através de nossos pensamentos e orações e Ele fala conosco através de Sua Palavra, do Seu Espírito e dos Seus servos.
Como devemos expressar nosso amor a Deus?
“E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu conheço-o e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade. Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele. Aquele que diz que está nele também deve andar como ele andou” (1 Jo 2:3-6; 1 Jo 3:22).
“Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados” (1 Jo 5:2-3).
Como explica João, Deus espera que demonstremos nosso amor a Ele e ao nosso semelhante, guardando os Seus mandamentos. A vida de Jesus Cristo é um modelo de como devemos viver. Jesus guardou os mandamentos de Deus (Jo 15:10). Ele agradou a Deus por causa de Sua obediência e Seu desejo de fazer a vontade de Deus. (Para mais informações sobre esse assunto, por favor, não deixe de solicitar o seu exemplar gratuito de nosso guia de estudo Os Dez Mandamentos).
À medida que recebemos o amor de Deus, Ele espera que o compartilhemos com as outras pessoas. Esse amor, disse Cristo, deve caracterizar os Seus discípulos através dos séculos. “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13:34-35; comparar 1 Jo 4:11).
Que outras qualidades espirituais devem ser evidentes em nossas vidas quando nos esforçamos para viver de acordo com a vontade de Deus?
“Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa.
Porque ainda um poucochinho de tempo, e o que há de vir virá e não tardará. Mas o justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele” (Hb 10:36-38).
“E, tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e não aos homens, sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis” (Cl 3:23-24).
“E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, o Primeiro e o Derradeiro” (Ap 22:12-13).
A vida de um cristão não é fácil (Mt 7:13-14; 2 Tm 3:12). Nós temos de crer, com convicção, buscando a Deus enquanto esperamos pacientemente pelo cumprimento de Suas promessas.
Quando seguimos a Deus consistentemente e correspondemos à Sua vontade, assim podemos desfrutar das bênçãos espirituais que Ele promete. Mas muitas das promessas e bênçãos mais importantes só vão se tornar realidade quando Jesus Cristo voltar. Jesus nos diz: “Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16:33). Uma das grandes bênçãos que recebemos é a capacidade de resistir, ter paciência e ter habilidade de suportar os problemas que enfrentamos neste “presente século mau” (Gl 1:4; Mt 10:31-38).
Será que é importante vivermos segundo a vontade de Deus para herdarmos as Suas promessas?
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7:21; Lc 6:46).
Vivermos nossa vida de acordo com a vontade do Pai é importante para Cristo. Ele considera aqueles que fazem a vontade de Deus como membros de Sua família íntima. “Pois quem faz a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, irmã e mãe” (Mt 12:50).
Aquele que somente fingem servir a Deus—mas na realidade vivem na iniquidade, violando a lei espiritual de Deus—não vai entrar no Reino de Deus (Mateus 7:22 23). Ou seja, essa pessoa não fará parte de Sua família espiritual eterna.
Estamos no mundo em missão. Somos como os ramos ligados na videira para dar fruto (Jo 15.1ª) mais fruto ainda (Jo 15.1b), muito fruto (15.5,8) e fruto que permaneça (15.16).
Jesus contou uma parábola para mostrar o perigo de uma igreja infrutífera – Lucas 13.6-9. Estejamos atentos à nossa responsabilidade e ao nosso privilégio. Caso contrário, poderemos ser podados por estamos ocupando inutilmente o espaço!
Para sermos uma igreja família bem ajustada e consolidada que cresce em amor, algumas condições precisam ser cumpridas: Que haja multiplicidade de ministérios;
Que todos os santos estejam engajados na obra do ministério; Que todos cresçam em maturidade.
Agradecemos a Deus e a você irmão internauta que nos acompanhou em mais esta série de conferências bíblica.
A Paz do Senhor Jesus, e até a próxima.
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