Por Jânio Santos de Oliveira
Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da SerraPastor Presidente: Eliseu Cadena
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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!
Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra na carta de Paulo aos efésios 4.7,8,11 que nos diz:
Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.
“Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens”.
E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores...
(Ef 4.7,8,11).
Nós estamos de volta para dar continuidade à série de conferências com o tema: "O ajustamento do corpo de Cristo". Já falamos sobre:
- A Unidade da Igreja;
- A unidade da fé;
- Jesus levou cativo o cativeiro;
Agora estaremos falando sobre "Deus dá os dons Ministeriais".
Neste segmento da matéria nós estaremos estudando sobre os Dons Ministeriais distribuídos por Deus à sua Igreja, objetivando desenvolver o caráter cristão da comunidade dos santos, tornando-o semelhante ao de Cristo (Ef 4.13). De acordo com as epístolas aos Efésios e aos Coríntios, são cinco os dons ministeriais concedidos por Deus à Igreja: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores (1Co 12.27-29). Veremos o quanto esses ministérios são necessários à vida da igreja local para cumprir a missão ordenada pelo Senhor ante o mundo e, simultaneamente, crescer “na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 3.18).
I. É Deus quem dá os dons Ministeriais.
É Deus quem concede os dons ministeriais (Ef 4.11; Nm 18.7). É Ele que determina o ministério ou o ofício do ministro.
Em 1 Tm 4.14 , 2 Tm 1.6, vemos o dom ministerial. Em 2 Tm 4.5, o ministério resultante do dom. Os dons e seus ministérios podem ser vistos em 1 Co 12.8-10, 27-30.
Esses dois pontos básicos acerca do ministério podem ser vistos em Atos 13.1-4. No primeiro versículo, vemos que os candidatos à ordenação já tinham o dom ministerial concedido por Deus: "E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão, chamado Níger, e Lúcio cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo". Nos dois versículos seguintes, vemos que foi a igreja, sob a orientação do Espírito Santo, que ordenou esses irmãos para exercerem o ministério: "E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram". No versículo quatro, fica claro que foi o Espírito Santo que os enviou: "E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre".
A igreja ordena o obreiro como ministro do Evangelho, e não como apóstolo, profeta, evangelista, pastor ou mestre. Esses são ministérios dados por Deus. A igreja convencionou por si mesma chamar todos os ministros ora como pastores, ora como evangelistas, mas precisamos encarar o assunto dos dons ministeriais apresentados em Efésios 4.11 à luz da doutrina bíblica do ministério.
II. A soberania de Deus em distribuir os dons ministeriais.
Os dons do ministério são recebidos de Deus, segundo a sua soberania e no seu tempo. A uns Deus chama e capacita quando ainda estão no ventre de suas mães: "Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre te santifiquei: às nações te dei por profeta" ( Jr 1.5). "E tu, ó menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque hás de ir a face do Senhor, a preparar os seus caminhos" ( Lc 1.76). "Mas quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, revelar seu filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue" ( Gl 1.15-16). Outros Deus chama na infância: "O Senhor chamou a Samuel, e disse ele: Eis-me aqui", (1 Sm 3.4). Samuel ainda era uma criança quando Deus o chamou.
Há alguns a quem Deus chama e capacita na idade adulta: "E subiu ao monte, e chamou para si os que ele quis; e vieram a ele. E nomeou doze para que estivessem com ele e os mandasse a pregar", (Mc 3.13-14). "também a Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei de Israel; e também a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meola, ungirás profeta em teu lugar" (1Rs 19.16). "Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim" ( Is 6.8).
Há também aqueles recebem o dom por imposição de mãos, por profecia: "Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério" (1Tm 4.14). "Por cujo motivo te lembro que despertes o dom de Deus que existe em ti pela imposição das minhas mãos" (2Tm 1.6).
Deus é soberano quanto ao exercício dos dons ministeriais na vida do obreiro. Timóteo era evangelista (2Tm 4.5), mas cuidou de igrejas por algum tempo (1Tm 1.3; 4.13). João Batista era profeta e cheio do Espírito Santo, mas não operava milagres (Jo 10.41).
III. a relação dos cinco dons ministeriais.
Ou seja, cada pessoa da comunidade recebe graça suficiente para ter sua habilidade espiritual. Ninguém é tão desclassificado ou tão inculto que fique a margem do serviço, porque a graça foi concedida “a cada um”.
os dons ministeriais
1. Apóstolos
No grego a palavra “Apostellein“, ou seja, “Apóstolo“, significa “aquele que é enviado“, “mensageiro” ou “embaixador“, aquele que representa a quem o enviou.
Na Bíblia encontramos três tipos de apóstolos:
A. Os 12 Apóstolos (que estiveram com Jesus),
B. Os apóstolos primitivos e fundadores da Igreja (como Paulo e Barnabé),
C. O ministério apostólico de caráter permanente (que Cristo segue dando a igreja até que se complete a edificação de seu corpo).
A função de um apóstolo é fundar igrejas e evangelizar novas regiões. É um ministério que Deus levanta para trabalhar na base da vida da Igreja, nos princípios da vida da Igreja.
Ele também restaura princípios e mantém a Igreja na base correta, dando-lhe a verdadeira fundamentação.
O título “apóstolo” se aplica a certos líderes cristãos no NT. O verbo apostello significa enviar alguém em missão especial como mensageiro e representante pessoal de quem o envia. O título é usado para Cristo (Hb 3.1), os doze discípulos escolhidos por Jesus (Mt 10.2), o apóstolo Paulo (Rm 1.1; 2Co 1.1; Gl 1.1) e outros (At 14.4,14; Rm 16.7; Gl 1.19; 2.8,9; 1Ts 2.6,7).
(1) O termo “apóstolo” era usado no NT em sentido geral, para um representante designado por uma igreja, como, por exemplo, os primeiros missionários cristãos. Logo, no NT o termo se refere a um mensageiro nomeado e enviado como missionário ou para alguma outra responsabilidade especial (At 14.4,14; Rm 16.7; 2 Co 8.23; Fp 2.25). Eram homens de reconhecida e destacada liderança espiritual, ungidos com poder para defrontar-se com os poderes das trevas e confirmar o Evangelho com milagres. Cuidavam do estabelecimento de igrejas segundo a verdade e pureza apostólicas. Eram servos itinerantes que arriscavam suas vidas em favor do nome de nosso Senhor Jesus Cristo e da propagação do evangelho (At 11.21-26; 13.50; 14.19-22; 15.25,26). Eram homens de fé e de oração, cheios do Espírito ( At 11.23-25; 13.2-5,46-52; 14.1-7,21-23).
Os Apóstolos, no sentido geral, continuam sendo essenciais para o propósito de Deus na igreja. Se as igrejas cessarem de enviar pessoas assim, cheias do Espírito Santo, a propagação do evangelho em todo o mundo ficará estagnada. Por outro lado, enquanto a igreja produzir e enviar tais pessoas, cumprirá a sua tarefa missionária e permanecerá fiel à grande comissão do Senhor (Mt 28.18-20).
O termo “apóstolo” também é usado no NT em sentido especial, em referência àqueles que viram Jesus após a sua ressurreição e que foram pessoalmente comissionados por Ele a pregar o evangelho e estabelecer a igreja (e.g., os doze discípulos e Paulo). Tinham autoridade ímpar na igreja, no tocante à revelação divina e à mensagem original do evangelho, como ninguém mais até hoje (ver 2.20). O ministério de apóstolo nesse sentido restrito é exclusivo, e dele não há repetição. Os apóstolos originais do NT não têm sucessores (1 Co 15.8).
Neste caso, um grupo de testemunhas das obras de Cristo eram os doze primeiros, escolhidos por Jesus para pregar seu evangelho. Os doze são: Pedro, André, Tomé, Filipe, Mateus, Bartolomeu, Tiago – filho de Zebedeu, Tiago – filho de Alfeu, Simão – o Zelote, Judas Tadeu ou Lebeu, João e Judas Iscariotes. Também outros (menores) como Paulo, Matias, Marcos, Barnabé, Lucas, Tiago Adelfo, Estevão, Silas, Timóteo e Apolo.
- Atualmente existe Apóstolos? (Ef 4.11)
Ainda há apóstolos? No sentido estrito do termo, e de acordo com a sua singularidade, apóstolos como os doze não mais existem. A Palavra de Deus diz que durante o milênio, os doze se assentarão sobre tronos para julgar as doze tribos de Israel (Mt 19.28). Os seus nomes também estarão registrados nos doze fundamentos da cidade santa (Ap 21.12-14). Logo, o colégio apostólico foi formado por um grupo limitado de discípulos, não havendo, portanto, uma sucessão apostólica.
Apóstolos fora dos doze. A carta aos Efésios apresenta a vigência do dom ministerial de apóstolo. Havia outros apóstolos que também haviam sido dados como dons à Igreja. Entre estes se acham Paulo e Barnabé (At 14.4,14), bem como os parentes de Paulo, Andrônico e Júnia (Rm 16.7)”. Ao longo do Novo Testamento, e no primeiro século da Igreja, o termo apóstolo recebeu um significado mais amplo, de um dom ministerial distribuído à igreja local .
O ministério apostólico atual. Não há sucessão apostólica. Esta é uma doutrina formada pela igreja romana e, infelizmente, copiada por algumas evangélicas para justificar a existência do poder papal. O ministério dos doze não se repete mais. O que há é o ministério de caráter apostólico. Atualmente, missionários enviados para evangelizar povos não alcançados pelo Evangelho são dignos de serem reconhecidos como verdadeiros apóstolos de Cristo. Homens como John Wesley, William Carey (cognominado “pai das missões modernas”), Hudson Taylor, D. L. Moody, Gunnar Vingren, Daniel Berg, “irmão André” e tantos outros, em tempos recentes, foram verdadeiros desbravadores apostólicos. Cidades e até países foram impactados pela instrumentalidade desses servos de Deus.
2. Profetas
Os profetas eram homens que falavam sob o impulso direto do Espírito Santo, e cuja motivação e interesse principais eram a vida espiritual e pureza da igreja. Sob o novo concerto, foram levantados pelo Espírito Santo e revestidos pelo seu poder para trazerem uma mensagem da parte de Deus ao seu povo (At 2.17; 4.8; 21.4).
1. O ministério profético do AT ajuda-nos a compreender o do NT. A missão principal dos profetas do AT era transmitir a mensagem divina através do Espírito, para encorajar o povo de Deus a permanecer fiel, conforme os preceitos da antiga aliança. Às vezes eles também prediziam o futuro conforme o Espírito lhes revelava. Cristo e os apóstolos são um exemplo do ideal do AT (At 3.22,23; 13.1,2).
2. A função do profeta na igreja incluía o seguinte:
(a) Proclamava e interpretava, cheio do Espírito Santo, a Palavra de Deus, por chamada divina. Sua mensagem visava admoestar, exortar, animar, consolar e edificar (At 2.14-36; 3.12-26; 1Co 12.10; 14.3).
(b) Devia exercer o dom de profecia.
(c) Às vezes, ele era vidente (1 Cr 29.29), predizendo o futuro (At 11.28; 21.10,11).
(d) Era dever do profeta do NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus (Lc 1.14-17). Por causa da sua mensagem de justiça, o profeta pode esperar ser rejeitado por muitos nas igrejas, em tempos de mornidão e apostasia.
3. O caráter, a solicitude espiritual, o desejo e a capacidade do profeta incluem:
(a) zelo pela pureza da igreja (Jo 17.15-17; 1Co 6.9-11; Gl 5.22-25);
(b) profunda sensibilidade diante do mal e a capacidade de identificar e detestar a iniqüidade (Rm 12.9; Hb 1.9);
(c) profunda compreensão do perigo dos falsos ensinos (Mt 7.15; 24.11,24; Gl 1.9; 2Co 11.12-15);
(d) dependência contínua da Palavra de Deus para validar sua mensagem (Lc 4.17-19; 1Co 15.3,4; 2Tm 3.16; 1Pe 4.11);
(e) interesse pelo sucesso espiritual do reino de Deus e identificação com os sentimentos de Deus (cf. Mt 21.11-13; 23.37; Lc 13.34; Jo 2.14-17; At 20.27-31).
4. A mensagem do profeta atual não deve ser considerada infalível. Ela está sujeita ao julgamento da igreja, doutros profetas e da Palavra de Deus. A congregação tem o dever de discernir e julgar o conteúdo da mensagem profética, se ela é de Deus (1Co 14.29-33; 1Jo 4.1).
5. Os profetas continuam sendo imprescindíveis ao propósito de Deus para a igreja. A igreja que rejeitar os profetas de Deus caminhará para a decadência, desviando-se para o mundanismo e o liberalimo quanto aos ensinos da Bíblia (1Co 14.3;Mt 23.31-38; Lc 11.49; At 7.51,52). Se ao profeta não for permitido trazer a mensagem de repreensão e de advertência denunciando o pecado e a injustiça (Jo 16.8-11), então a igreja já não será o lugar onde se possa ouvir a voz do Espírito. A política eclesiástica e a direção humana tomarão o lugar do Espírito (2Tm 3.1-9; 4.3-5; 2 Pe 2.1-3,12-22). Por outro lado, a igreja com os seus dirigentes, tendo a mensagem dos profetas de Deus, será impulsionada à renovação espiritual. O pecado será abandonado, a presença e a santidade do Espírito serão evidentes entre os fiéis (1Co 14.3; 1Ts 5.19-21; Ap 3.20-22).
No sentido primário em que a Bíblia usa a palavra, o profeta, do hebraico נָבִיא (nabí), era uma pessoa que estava no conselho do Senhor, que ouvia a Sua palavra e que como resultado, falava o que vinha da boca do Senhor e o fazia com verdade (Jeremias 1:9). Deve-se observar que no termo, do que se trata, não há coisa alguma que implique previsão de acontecimentos. Por isso, é provável que no nome-termo não exista coisa alguma que implique previsão de acontecimentos. Ademais, a palavra grega “prophetes“, significa “aquele que expõe“, “fala sobre certo assunto“, que vem de Deus.
3. Evangelistas
No NT, evangelistas eram homens de Deus, capacitados e comissionados por Deus para anunciar o evangelho, i.e., as boas novas da salvação aos perdidos e ajudar a estabelecer uma nova obra numa localidade. A proclamação do evangelho reúne em si a oferta e o poder da salvação (Rm 1.16).
1. Filipe, o “evangelista” (At 21.8), claramente retrata a obra deste ministério, segundo o padrão do NT.
(a) Filipe pregou o evangelho de Cristo (At 8.4,5,35).
(b) Muitos foram salvos e batizados em água (At 8.6,12).
(c) Sinais, milagres, curas e libertação de espíritos malignos acompanhavam as suas pregações (At 8.6,7,13).
(d) Os novos convertidos recebiam a plenitude do Espírito Santo (At 8.14-17).
2. O evangelista é essencial no propósito de Deus para a igreja. A igreja que deixar de apoiar e promover o ministério de evangelista cessará de ganhar convertidos segundo o desejo de Deus. Tornar-se-á uma igreja estática, sem crescimento e indiferente à obra missionária. A igreja que reconhece o dom espiritual de evangelista e tem amor intenso pelos perdidos, proclamará a mensagem da salvação com poder convincente e redentor (At 2.14-41).
É o que proclama as boas novas, do grego “Euaggélion“. Obedecendo a ordem de Jesus Cristo, o evangelista anuncia a palavra de Deus ao mundo apresentando o único caminho para a salvação eterna. Esse termo aparece apenas 3 vezes no Novo Testamento (Ef. 4:11; At. 21:8 e 2Tm 4:5). Refere-se ao dom da pregação e de fazer o evangelho especialmente claro aos descrentes, ou do testemunho pessoal eficiente.
4. Pastores
Os pastores são aqueles que dirigem a congregação local e cuidam das suas necessidades espirituais. Também são chamados “presbíteros” (At 20.17; Tt 1.5) e “bispos” ou supervisores (1Tm 3.1; Tt 1.7).
1. A tarefa do pastor é cuidar da sã doutrina, refutar a heresia (Tt 1.9-11), ensinar a Palavra de Deus e exercer a direção da igreja local (1Ts 5.12; 1Tm 3.1-5), ser um exemplo da pureza e da sã doutrina (Tt 2.7,8), e esforçar-se no sentido de que todos os crentes permaneçam na graça divina (Hb 12.15; 13.17; 1Pe 5.2). Sua tarefa é assim descrita em At 20.28-31: salvaguardar a verdade apostólica e o rebanho de Deus contra as falsas doutrinas e os falsos mestres que surgem dentro da igreja. Pastores são ministros que cuidam do rebanho, tendo como modelo Jesus, o Bom Pastor (Jo 10.11-16; 1Pe 2.25; 5.2-4).
2. Segundo o NT, uma igreja local era dirigida por um grupo de pastores (At 20.28; Fp 1.1). Os pastores eram escolhidos, não por política, mas segundo a sabedoria do Espírito concedida à igreja enquanto eram examinadas as qualificações espirituais do candidato.
3. O pastor é essencial ao propósito de Deus para sua igreja. A igreja que deixar de selecionar pastores piedosos e fiéis não será pastoreada segundo a mente do Espírito (1Tm 3.1-7). Será uma igreja vulnerável às forças destrutivas de Satanás e do mundo (ver At 20.28-31). Haverá distorção da Palavra de Deus, e os padrões do evangelho serão abandonados (2Tm 1.13,14). Membros da igreja e seus familiares não serão doutrinados conforme o propósito de Deus (1Tm 4.6,14-16; 6.20,21). Muitos se desviarão da verdade e se voltarão às fábulas (2Tm 4.4). Se, por outro lado, os pastores forem piedosos, os crentes serão nutridos com as palavras da fé e da sã doutrina, e também disciplinados segundo o propósito da piedade (1Tm 4.6,7).
Não existe um significado real da palavra, mas pode-se dizer pela tradição linguística do povo hebreu que Pastor é “aquele que vê”. Ele enxerga além do que suas ovelhas enxergam e por isso, as conduz, protege e as alimenta. No conceito do Novo Testamento, o pastor não pode ser uma pessoa que conserva a totalidade do ministério nas suas próprias mãos ou que esmaga toda a iniciativa dos leigos, mas deve ser aquele que ajuda e encoraja o povo de Deus a descobrir e exercer seus dons. A figura do pastor deve ter como modelo o próprio Jesus Cristo, qualificado como “o bom pastor”.
O ministério pastoral é o mais conhecido e o mais necessário entre todos os ministérios. Nosso Senhor Jesus Cristo é o perfeito exemplo, pois Ele disse: "Eu sou o bom pastor" e acrescentou: "O bom pastor dá as sua vida pelas ovelhas" (Jo. 10:11 e 14). No SI. 23 encontramos o verdadeiro modelo para o ministério pastoral, cujas qualidades são:
1 - Apascentador, isto é, levar as ovelhas aos pastos verdejantes e saudáveis (SI. 23:2; 1 Pe. 5:2; Jr. 3:1 5).
2 - Suavizador, isto é, levar as ovelhas ao refrigério espiritual e refrescar, aplicando o bálsamo divino;
Infelizmente, muitos ministram soda cáustica ao invés de aplicar o bálsamo da doutrina bíblica. Nesse sentido Paulo disse: "Não espancador" (1 Tm. 3:3; Ez. 34:21; Jr. 23:1 e 2).
3 - Disciplinador, isto é, cortar a lã sem ferir as ovelhas; Quando as ovelhas não são tosqueadas, sentem-se mal, ficam com demasiada lá e feias.
Neste estado ficam geralmente enfastiadas, não vão aos cultos, perdem o desejo de contribuir e tornam-se queixosas (II Co. 8:9; Jd. 16).
No Velho Testamento era considerado pastor o guia espiritual do povo: Tanto podia ser um profeta como Samuel, um rei como Davi ou um sacerdote como Josué (Jr. 23; Zc. 3).
As igrejas primitivas tiveram em suas congregações presbíteros, que juntamente com os apóstolos e pastores, os quais foram designados para pastorearem, isto é, cuidarem do rebanho;
Alguns funcionaram como pastores, segundo a chamada direta do Senhor (At. 20:1 7-28). Na palavra de Deus, encontramos pastores e presbíteros muito entrelaçados na apascentarão, assim Pedro testifica (1 Pe 5:1-4).
Só há uma diferença; e que o pastor além de responsável pelo rebanho é o anjo da igreja, colocado pelo Senhor, onde deve permanecer fiel, para não perder a linha espiritual de seu ministério (Ap. 2:1 ; Hb. 13:7-17; Ef. 4:11).
Já os presbíteros eram eleitos ou designados pelos pastores ou pelos apóstolos (At. 14:23; Tt. 1:5-8).
A Palavra de Deus nos fala de presbíteros com honra dobrada; eram os que presidiam uma comunidade; esses eram naturalmente considerados pastores juntamente no ministério (1 Tm. 5:1 7-29 ). Deve e precisa ser muito respeitado, com a mesma honra que se dá a um pastor.
O pastor está velando por uma obra que não é sua, da qual, um dia dará contas ao legítimo dono (1 Pe. 5:3 e 4; Hb. 13:17).
O pastor tem que ser:
a) Bom crente e andar com verdadeiro exemplo de sinceridade ( Tt. 1: 5-8 ).
b) Ser bom esposo ( 1 Pe. 3:7; 1 Is. 3:2-4 ).
c) Ser bom pai (1 Tm. 3:5; Cl. 3:21).
d) Ser bom companheiro ( Fl. 2:3; 1 Jo. 3:1 8 ).
e) Ser bom cidadão, obediente às autoridades ( Rm 13:1-10 ).
f) Ser também um bom irmão (1 Is 3:2 )
Alguém escrevendo sobre o pastor disse:
1 - O pastor precisa ter a força de um boi;
2 - A tenacidade de um cão;
3 - A paciência de um asno;
4 - A indústria de um castor;
5 - A veracidade de um camaleão
6- A visão de uma águia;
7 - As melodias de um rouxinol;
8 - A pele de um rinoceronte;
9 - A disposição de um incurável:
10- A lealdade de um apóstolo;
11- A fé de um profeta;
12 - A ternura de um pastor de ovelhas;
13 - O fervor de um evangelista;
14 - A devoção de uma mãe.
As atividades do pastor englobam as funções de:
a) De pastor
b) De pregador
c) De administrador
d) De educador
e) De conselheiro.
Existem três coisas que elevam o pastor no desempenho das suas funções:
1- A experiência necessária
2- O conhecimento geral daquilo que ele desempenha
3- Maturidade: Ser longânimo; nunca precipitado em assuntos que envolvam o seu ministério.
5. Mestres
A palavra é derivada do latim “magister” e do hebraico “Rabino ou Rabbi“, significa “professor de grande saber“, “perito ou versado” em qualquer ciência ou arte.
Os mestres são aqueles que têm de Deus um dom especial para esclarecer, expor e proclamar a Palavra de Deus, a fim de edificar o corpo de Cristo (4.12).
(1) A missão dos mestres bíblicos é defender e preservar, mediante a ajuda do Espírito Santo, o evangelho que lhes foi confiado (2Tm 1.11-14). Têm o dever de fielmente conduzir a igreja à revelação bíblica e à mensagem original de Cristo e dos apóstolos, e nisto perseverar.
(2) O propósito principal do ensino bíblico é preservar a verdade e produzir santidade, levando o corpo de Cristo a um compromisso inarredável com o modo piedoso de vida segundo a Palavra de Deus. As Escrituras declaram em 1 Tm 1.5 que o alvo da instrução cristã (literalmente “mandamento”) é a “caridade de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida” (1Tm 1.5). Logo, a evidência da aprendizagem cristã não é simplesmente aquilo que a pessoa sabe, mas como ela vive, i.e., a manifestação, na sua vida, do amor, da pureza, da fé e da piedade sincera.
(3) Os mestres são essenciais ao propósito de Deus para a igreja. A igreja que rejeita, ou se descuida do ensino dos mestres e teólogos consagrados e fiéis à revelação bíblica, não se preocupará pela autenticidade e qualidade da mensagem bíblica nem pela interpretação correta dos ensinos bíblicos. A igreja onde mestres e teólogos estão calados não terá firmeza na verdade. Tal igreja aceitará inovações doutrinárias sem objeção; e nela, as práticas religiosas e idéias humanas serão de fato o guia no que tange à doutrina, padrões e práticas dessa igreja, quando deveria ser a verdade bíblica.
Por outro lado, a igreja que acata os mestres e teólogos piedosos e aprovados terá seus ensinos, trabalhos e práticas regidos pelos princípios originais e fundamentais do evangelho. Princípios e práticas falsos serão desmascarados, e a pureza da mensagem original de Cristo será conhecida de seus membros. A inspirada Palavra de Deus deve ser o teste de todo ensino, idéia e prática da igreja. Assim sendo, a igreja verá que a Palavra inspirada de Deus é a suprema autoridade, e, por isso, está acima das igrejas e suas instituições.
Sempre é necessário manter em mente o para que serve o dom de ensino: que as pessoas aprendam.Este dom figura em todas as três listas primárias dos dons espirituais. Isso não quer dizer que um dom seja mais válido somente porque é mencionado mais de uma vez, embora provavelmente signifique que é mais universal.
Este dom, usualmente, é um dom que envolve tempo integral.Ao inverso de outros dons que usualmente só são utilizados ocasionalmente, como o de libertação ou o de discernimento de espíritos, uma vez descoberto e estando em operação, o ensino geralmente envolve um uso regular e constante, em que muito tempo é dedicado ao estudo e à preparação.
Os mestres que receberam o dom de ensino também se mostram pacientes com seus alunos.Eles criam uma atmosfera, em classe, onde os estudantes sentem-se livres para levantar indagações de qualquer tipo.
É o que ensina a doutrina (doutor). Pega as verdades mais difíceis e complicadas e traz de maneira clara para a Igreja entender.
Na igreja, possui o dom do ensino de Romanos 12:7. O mestre nem sempre é um pastor, ele pode ensinar em um seminário, instituto bíblico, classe de escola bíblica, estudo nos lares, grupos familiares. Há muitos pastores que não são mestres, apesar de terem também a tarefa de ensinar a igreja.
O estudo dos dons de Deus aos homens é amplo e nos apresenta recursos pelos quais podemos servir ao Senhor e à sua Igreja. Esses dons são para os nossos dias, pois não há na Bíblia nenhum versículo que diga que os dons espirituais deixaram de existir com a morte do último apóstolo. Portanto, busquemos os dons do Espírito Santo, pois estão à nossa disposição. Eles são um exemplo da multiforme graça de Deus em dispensar instrumentos espirituais para a Igreja na história.
Nos moldes do colégio dos doze, o ministério apostólico não existe atualmente. Entretanto, o dom ministerial de apóstolo citado por Paulo em Efésios 4.11 está em plena vigência. Pastores experimentados, evangelistas e missionários que desbravaram os rincões do nosso país ou em países inimigos do Evangelho, são pessoas portadoras desse dom ministerial. São os verdadeiros apóstolos da Igreja de Cristo hoje.
Em breve estaremos de volta dando sequência a este maravilhoso estudo!
Em breve estaremos de volta dando sequência a este maravilhoso estudo!
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