Por Jânio Santos de Oliveira
Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena
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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!
Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no Livro do Gênesis 32.1-22;33.1-17 Que nos diz:
Jacó também seguiu o seu caminho, e encontraram-no os anjos de Deus.
E Jacó disse, quando os viu: Este é o exército de Deus. E chamou aquele lugar Maanaim.
E enviou Jacó mensageiros adiante de si a Esaú, seu irmão, à terra de Seir, território de Edom.
E ordenou-lhes, dizendo: Assim direis a meu senhor Esaú: Assim diz Jacó, teu servo: Como peregrino morei com Labão, e me detive lá até agora;
E tenho bois e jumentos, ovelhas, e servos e servas; e enviei para o anunciar a meu senhor, para que ache graça em teus olhos.
E os mensageiros voltaram a Jacó, dizendo: Fomos a teu irmão Esaú; e também ele vem para encontrar-te, e quatrocentos homens com ele.
Então Jacó temeu muito e angustiou-se; e repartiu o povo que com ele estava, e as ovelhas, e as vacas, e os camelos, em dois bandos.
Porque dizia: Se Esaú vier a um bando e o ferir, o outro bando escapará.
Disse mais Jacó: Deus de meu pai Abraão, e Deus de meu pai Isaque, o Senhor, que me disseste: Torna-te à tua terra, e a tua parentela, e far-te-ei bem;
Menor sou eu que todas as beneficências, e que toda a fidelidade que fizeste ao teu servo; porque com meu cajado passei este Jordão, e agora me tornei em dois bandos.
Livra-me, peço-te, da mão de meu irmão, da mão de Esaú; porque eu o temo; porventura não venha, e me fira, e a mãe com os filhos.
E tu o disseste: Certamente te farei bem, e farei a tua descendência como a areia do mar, que pela multidão não se pode contar.
E passou ali aquela noite; e tomou do que lhe veio à sua mão, um presente para seu irmão Esaú:
Duzentas cabras e vinte bodes; duzentas ovelhas e vinte carneiros;
Trinta camelas de leite com suas crias, quarenta vacas e dez novilhos; vinte jumentas e dez jumentinhos;
E deu-os na mão dos seus servos, cada rebanho à parte, e disse a seus servos: Passai adiante de mim e ponde espaço entre rebanho e rebanho.
E ordenou ao primeiro, dizendo: Quando Esaú, meu irmão, te encontrar, e te perguntar, dizendo: De quem és, e para onde vais, e de quem são estes diante de ti?
Então dirás: São de teu servo Jacó, presente que envia a meu senhor, a Esaú; e eis que ele mesmo vem também atrás de nós.
E ordenou também ao segundo, e ao terceiro, e a todos os que vinham atrás dos rebanhos, dizendo: Conforme a esta mesma palavra falareis a Esaú, quando o achardes.
E direis também: Eis que o teu servo Jacó vem atrás de nós. Porque dizia: Eu o aplacarei com o presente, que vai adiante de mim, e depois verei a sua face; porventura ele me aceitará.
Assim, passou o presente adiante dele; ele, porém, passou aquela noite no arraial.
E levantou-se aquela mesma noite, e tomou as suas duas mulheres, e as suas duas servas, e os seus onze filhos, e passou o vau de Jaboque (32.1-22)
E levantou Jacó os seus olhos, e olhou, e eis que vinha Esaú, e quatrocentos homens com ele. Então repartiu os filhos entre Lia, e Raquel, e as duas servas.
E pôs as servas e seus filhos na frente, e a Lia e seus filhos atrás; porém a Raquel e José os derradeiros.
E ele mesmo passou adiante deles e inclinou-se à terra sete vezes, até que chegou a seu irmão.
Então Esaú correu-lhe ao encontro, e abraçou-o, e lançou-se sobre o seu pescoço, e beijou-o; e choraram.
Depois levantou os seus olhos, e viu as mulheres, e os meninos, e disse: Quem são estes contigo? E ele disse: Os filhos que Deus graciosamente tem dado a teu servo.
Então chegaram as servas; elas e os seus filhos, e inclinaram-se.
E chegou também Lia com seus filhos, e inclinaram-se; e depois chegou José e Raquel e inclinaram-se.
E disse Esaú: De que te serve todo este bando que tenho encontrado? E ele disse: Para achar graça aos olhos de meu senhor.
Mas Esaú disse: Eu tenho bastante, meu irmão; seja para ti o que tens.
Então disse Jacó: Não, se agora tenho achado graça em teus olhos, peço-te que tomes o meu presente da minha mão; porquanto tenho visto o teu rosto, como se tivesse visto o rosto de Deus, e tomaste contentamento em mim.
Toma, peço-te, a minha bênção, que te foi trazida; porque Deus graciosamente ma tem dado; e porque tenho de tudo. E instou com ele, até que a tomou.
E disse: Caminhemos, e andemos, e eu partirei adiante de ti.
Porém ele lhe disse: Meu senhor sabe que estes filhos são tenros, e que tenho comigo ovelhas e vacas de leite; se as afadigarem somente um dia, todo o rebanho morrerá.
Ora passe o meu senhor adiante de seu servo; e eu irei como guia pouco a pouco, conforme ao passo do gado que vai adiante de mim, e conforme ao passo dos meninos, até que chegue a meu senhor em Seir.
E Esaú disse: Permite então que eu deixe contigo alguns da minha gente. E ele disse: Para que é isso? Basta que ache graça aos olhos de meu senhor.
Assim voltou Esaú aquele dia pelo seu caminho a Seir.
Jacó, porém, partiu para Sucote e edificou para si uma casa; e fez cabanas para o seu gado; por isso chamou aquele lugar Sucote.
( 33.1-17)
Estamos de volta dando sequência a uma série de
conferências sobre os Patriarcas; Já falamos sobre Abraão;;
Isaque e agora estamos no terceiro seguimento falando
sobre Jacó.
Já apresentamos os seguintes temas:
- Sua biografia;
- O seu nascimento;
- Esaú vende a primogenitura;
- Isaque abençoa Jacó;
- A fuga de Jacó;
- A Lei da semeadura;
- Os filhos de Jacó;
- A prosperidade de Jacó;
- A 2ª fuga de Jacó.
I. Análise preliminar do texto.
- Reparando os erros do passado
Um dos sinais evidentes de que uma pessoa está genuinamente arrependida é o seu sentimento de reparar as ofensas que causou. Esse padrão eu identifico em Jacó, que em sua jornada de fé, encontrou uma oportunidade de se redimir com seu irmão Esaú.
Reparar as ofensas que praticamos é difícil, pois exige de nós uma série de posturas que sacrificam a carne:
1. reconhecer que erramos,
2. admitir publicamente a ofensa perante o ofendido,
3. pedir o perdão e
4. assumir uma nova postura após ser perdoado.
Só quem realmente teve um encontro genuíno com Cristo pode aceitar descer estes degraus de humilhação para revelar uma vida transformada pelo evangelho.
- Enfrentando a crise espiritual (32.1-22)
A questão com Labão estava resolvida, mas agora havia uma ameaça maior no sul. O iminente encontro com Esaú abalou Jacó até ao fundo de sua alma e preparou o cenário para uma das lutas e vitórias espirituais significativas no Livro de Gênesis. Peniel, onde se deu o fato, tornou-se sinônimo de experiência de crise espiritual que radicalmente transforma a alma.
- Atividades de Nova Consciência Espiritual (32.1,2)
Jacó seguiu o seu caminho, e anjos de Deus lhe saíram a encontrá-lo. Tanto no caminho da saída como no caminho da entrada em Canaã, esses mensageiros celestes vieram ter com Jacó para fazê-lo cônscio da presença celestial e para lhe assegurar da proteção divina. A palavra Maanaim, dois acampamentos, descreve um acampamento interno formado pelo grupo de Jacó e outro externo formado pelos mensageiros de Deus, o externo formando um maravilhoso círculo de proteção à volta dos viajantes. Um lindo quadro de segurança e proteção e serenidade de alma! ( 2 Rs 6.15-17).
Desde que Labão se tornou hostil a ele, Jacó ficou mais sensível aos procedimentos de Deus e obteve ajuda e orientação. Agora uma visitação dos anjos de Deus
1. o despertou novamente e, em certa medida, o preparou para a luta que viria. Maanaim
2. significa 'dois acampamentos ou dois grupos”. Diz respeito ao acampamento de Jacó e ao acampamento invisível e circundante dos anjos de Deus que protegiam Jacó e sua família.
- Os Dois Acampamentos. (32.1,2) ”.
1. Anjos de Deus nos encontram na estrada poeirenta da vida comum,
2. Os anjos de Deus nos encontram pontualmente na hora da necessidade,
3. Os anjos de Deus aparecem na forma que precisamos: O exército de Deus.
- Medo Incitado por Culpa (32.3-8).
Jacó sabia que agora tinha de tratar com Esaú, contra quem tão gravemente havia pecado no passado, e que, até onde sabia, ainda queria feri-lo. Mas Jacó estava disposto a buscar paz fazendo o primeiro movimento para estabelecer uma nova relação. Para esse propósito, enviou mensageiros (3) ao sul, ao território de Edom (ver Mapa 2), com a história do sucesso de Jacó e um pedido para encontrar graça (5) aos olhos do irmão. Esta frase é equivalente a pedido de perdão pelos erros passados. Os mensageiros Esaú vinha de Edom, os mensageiros de Jacó o informaram, para se encontrar com o grande grupo de viajantes que vinha de Padã-Arã. Edom era a terra que ficava ao sul do Mar Morto, que geralmente é chamada de Seir, no Monte Seir (v. 3) na Bíblia. No Novo Testamento o povo de Edom é chamado de os idumeus. Jacó estava com o coração cheio de medo, lembrando-se das ameaças de Esaú anos antes e imaginando que o seu irmão estivesse fazendo planos para se vingar dele. Quatrocentos homens sob o comando do selvagem homem de Edom poderiam ser perigosos. Jacó adotou três medidas definidas para garantir a segurança. Primeiro, orou ao Senhor humildemente. Segundo, enviou pródigos presentes a Esaú para despertar sua boa vontade. Terceiro, arrumou sua família, suas propriedades e seus guerreiros da maneira mais vantajosa e preparou-se para lutar caso fosse necessário.
O medo invadiu o coração de Jacó e ele imediatamente tomou medidas defensivas. Com desconsideração pela vida de alguns que o acompanhavam, ele os mandou à frente para receber o ímpeto do ataque esperado. Esta ação permitiria que os outros escapassem.
Rogo por Ajuda Divina (32.9-12) Na sua oração Jacó fez o Senhor se lembrar de que Ele o convocara a fazer esta viagem para Canaã e lhe prometera proteção e vitória. A oração foi sincera e humilde. uma sincera súplica pedindo segurança, livramento e proteção na emergência que se lhe defrontava. Embora nenhuma palavra de confissão saísse dos lábios do suplicante com referência as injustiças que cometera a Esaú e Isaque, Jacó admitiu humildemente que era completamente indigno do favor de Deus literalmente, sou indigno (v.10). Demonstrou o seu temor de Deus e a sua fé nEle. Estava literalmente lançando-se nos braços do Senhor para obter a vitória e o livramento.
Não havia arrogância hipócrita na oração de Jacó. Prontamente admitiu sua indignidade em receber as beneficências (10) divinas, ou seja, ações de bondade. A fidelidade seria as mensagens de mandamento, promessa e instrução. A elevação de Jacó da pobreza para a riqueza era devida inteiramente à ajuda de Deus. Contudo, devido ao natural medo humano, a caravana foi separada em dois grupos por causa do esperado ataque de Esaú. Sua morte e a matança de suas esposas e filhos pareciam iminentes. Terminou a oração pleiteando a validade das promessas divinas e a fidelidade de Deus em cumpri-las mediante proteção preventiva.
- Presentes de Reconciliação (32.13-23)
O presente, ou minha foi algo muito bem escolhido, consistindo de cerca de 580 animais dentre os seus melhores rebanhos. O minha era um presente que geralmente se oferecia a um superior com a intenção de se obter um favor ou para despertar sua boa vontade. Jacó disse: Eu o aplacarei (v. 20). A palavra é muito significativa no que se refere à expiação. Seu sentido literal é, eu cobrirei. Por meio do presente, Jacó esperava “cobrir” o rosto de Esaú, de modo que ele fizesse vista grossa para a injúria, abandonando sua ira. Suas próximas palavras – porventura me aceitará – são, literalmente, para que ele levante o meu rosto. É uma linguagem simbólica, indicando plena aceitação depois do perdão. Jacó foi excepcionalmente humilde, cortês e conciliatório em suas mensagens para Esaú. Ele chamou Esaú de “meu Senhor” e intitulou-se “seu servo”. Ele não deixaria nenhuma pedra que não fosse revolvida em busca da reconciliação.
Depois da oração, Jacó deu nova dimensão ao propósito do acampamento dividido. Os primeiros grupos não receberiam apenas o impacto inicial de um ataque, mas serviriam como emissários de paz, levando presentes para Esaú. Em vez de dois grupos, agora havia três, cada um com presentes e a mensagem que Jacó estava indo. A esperança de Jacó era aplacar a ira de Esaú (20), de forma que quando ele entrasse em cena Esaú o aceitasse amavelmente.
O verbo aplacarei (20, kipper) significa literalmente “cobrir”, mas veio a significar a tristeza do ofertante por ter cometido uma ação errada e seu desejo de pedir perdão, para que uma relação correta e aproveitável fosse estabelecida. Esta é a primeira ocasião em que a palavra é usada na Bíblia com este significado. Quando esta mensagem simbólica era transmitida ao indivíduo contra quem se havia pecado, esperava-se que a raiva mudasse em misericórdia, com a resposta de franqueza e sinceridade que tornaria a reconciliação uma realidade.
Nesse momento, Jacó e sua família estavam acampados junto ao vau de Jaboque (22), um rio que corta um vale profundo nos planaltos a leste do rio Jordão, mais ou menos a meio caminho entre o mar da Galiléia e o mar Morto .
- A reconciliação dos irmãos (33.1-17).
Outras histórias no Livro de Gênesis já haviam descrito conflitos fatais entre irmãos (4.1-8) e profundas diferenças entre irmãos (9.22,23; 21.9-14). Este é o primeiro exemplo registrado de reconciliação entre irmãos separados por discórdia. A história é contada com destreza.
33.1-3. Levantando Jacó os olhos viu que Esaú se aproximava. Finalmente, chegou o momento do encontro. Esaú, com seus quatrocentos homens, já podia ser visto. Com temor e tremor, Jacó encontrou-se com o irmão que se lhe tornara um estranho e prostrou-se diante dele sete vezes. Assim, indicava sua completa subserviência.
4-11. Esaú conhecia Jacó, mas não os outros, por isso Jacó apresentou sua família, grupo por grupo, e cada grupo, por sua vez, cortesmente se inclinou (6). O irmão mais velho ficou confuso com os três grupos de servos com presentes que o abordaram. Jacó explicou que os presentes eram dados para ele achar graça aos olhos (8) do irmão afastado. Mas há muito que Esaú não guardava rancor contra Jacó, e indicou que não precisava dos presentes. Contudo, aceitou-os quando Jacó insistiu. Não eram necessários para apaziguar a raiva de Esaú, porque Deus há muito tempo preparou seu coração para perdoar Jacó. Mas o coração de Jacó só foi preparado naquela manhã, então os presentes representavam gratidão e afeto, em vez de apaziguamento.
Esaú, de sua parte, revelou um espírito generoso e magnânimo, quase bom demais para ser verdadeiro. Alimentara hostilidade contra Jacó e trouxera quatrocentos homens fortes com ele, como se planejasse executar suas ameaças. Mas ele não fez. Seu coração fora mudado. Deus transformara seu ódio em magnanimidade. Encontrou-se com Jacó cheio de compreensão e perdão. Nos vinte anos que haviam se passado, a mão de Deus que tudo controla operara mudanças nos dois homens. Agora, aquele que tão recentemente fora humilhado diante de Deus encontrou o seu caminho aplainado.
12-17. Os presentes de Jacó e as boas-vindas sinceras e afetuosas de Esaú foram a prova de que os dias futuros trariam novas vitórias para o reino de Deus. Aqueles homens não lutariam, nem se matariam. Embora Jacó não aceitasse a generosa oferta de proteção de Esaú, nem o seu insistente convite a que fosse para o Monte Seir, apreciou grandemente o espírito magnânimo do seu irmão. Esaú provara que era capaz de perdoar e esquecer. Os irmãos separaram-se em paz. Em Sucote (cabana), Jacó, com o seu grupo, encontrou um lar (v. 17). Chegou até a construir ali uma casa. Sucote era uma magnífica região montanhosa no lado oriental do Jordão ao norte de Jaboque.
II. Visão panorâmica do texto.
Haviam passados muitos anos desde que Esaú e Jacó separassem-se um do outro. Jacó desejou reunir-se agora com seu irmão, a quem ele ainda amava; no entanto, ele tinha medo que Esaú desejasse lhe fazer dano. Assim ele enviou primeiro mensageiros à terra de Seír, onde morou Esaú, para lhe contar de seu desejo de se reunir com ele. Quando os servos voltaram, eles lhe relataram que tinham encontrado a Esaú e que ele vinha para se reunir com Jacó “e quatrocentos homens com ele.” (Gn. 32:6) Estas notícias preocuparam a Jacó ainda mais, assim ele separou sua família e todos os animais em grupos, esperando pelo menos que Esaú e seus homens não fossem capazes de lhes fazer dano a todos eles. Então orou a Deus, pedindo-lhe libertação da mão de seu irmão, até recordando a Deus da promessa que ele lhe tinha dado para fazer sua “descendência como a areia do mar.” (vs. 12) Após a oração, Jacó preparou presentes de seus rebanhos que ele desejava dar a Esaú, instruindo a seus servos de ir adiante dele e dar a Esaú o presente ao o encontrar, esperando que isto lhe apaziguasse antes que encontrasse a Jacó finalmente. A próxima manhã, ao acordar, quem viu Jacó senão Esaú ele mesmo, junto com seus quatrocentos homens. Ainda com medo, Jacó se inclinou a terra sete vezes antes de se aproximar a seu irmão. (Cáp. 33:3) O Versículo Chave dá-nos o relato formoso da reunião entre Jacó e Esaú. Em realidade, Esaú não tinha nenhum mau desejo para Jacó em absoluto, e ambos choraram de alegria de ser reunidos como uma família.
Esta reunião entre Jacó e Esaú recorda-nos a respeito da futura reunião entre todas as famílias da terra quando são levantadas do sono da morte no reino de Cristo. Os arranjos justos daquele reino serão de tal grau que aqueles que possam ter sido rivais, ou até inimigos, nesta vida, se regozijarão juntos do amor de Deus em voltar a todos eles à vida numa terra perfeita restaurada. Satanás estará preso durante aquele tempo, incapaz de exercer uma influência sobre o homem para que pense ou faça mal a seu próximo. Debaixo de tais condições, o homem aprenderá rapidamente a amar a seu próximo, aos membros de sua família, até aqueles que eram seus inimigos nesta vida, porque todos serão abençoados naquele reino, e todos serão levantados dentre os mortos e dados uma oportunidade para a vida. As provas e as dificuldades causadas por outros nesta vida serão esquecidas breve. Naquele tempo o homem aprenderá verdadeiramente o mandamento dado por Jesus: “Amarás a teu próximo como a ti mesmo.” (Mt 22:39)Tão terna e carinhosa foi à reunião entre Jacó e Esaú que ambos fizeram questão de dar presentes e ajuda um ao outro quando viajaram. (Gên. 33:10,11,15) Jacó presenteou a Esaú com muitos animais de seus rebanhos, já que tinha bem mais que Esaú. Esaú, por sua vez, ofereceu ajuda a Jacó dentre os quatrocentos homens que tinha trazido consigo, pois Jacó precisava da ajuda adicional para cuidar das muitas ovelhas jovens e o ganhado que estavam com ele. Quão maravilhosamente ilustra esta oferta recíproca de ajuda o desenvolvimento completo do amor que todo o povo de Deus, tanto agora durante esta Idade Evangélica, como no futuro reino messiânico, deve ter dentro de seus corações e mentes. “Meus filhinhos, o nosso amor não deve ser somente de palavras e de conversa. Deve ser um amor verdadeiro, que se mostra por meio de ações. É assim, então, que saberemos que pertencemos à verdade de Deus e que o nosso coração se sente seguro na presença dele.” (1 Jo 3.18,19).
III. As circunstâncias do encontro de Jacó com Esaú.
O encontro dos irmãos Jacó e Esaú depois de mais de 20 anos do ocorrido quando Jacó tomou a bênção de seu irmão e fugiu para Harã para Esaú não matá-lo, pois tinha jurado fazê-lo, e a chegada de Jacó, não em Seir, mas em Sucote, onde a primeira coisa que faz é edificar um altar ao Senhor naquela terra de suas peregrinações.
Jacó já não era mais o mesmo, pois agora manquejava depois daquele encontro com aquele homem no qual passou a noite lutando e ainda prevaleceu sobre ele, pois dizia que não o largaria até que por ele fosse abençoado e também agora tinha outro nome Israel, porque como príncipe lutara com Deus e prevalecera.
Duas novas características em Jacó desse encontro com Deus. Um novo nome e, agora, manco de uma perna. Antes ele era Jacó, ou seja, seu nome significava suplantador e agora era Israel; antes era todo suficiente, agora tinha uma marca de Deus para jamais esquecer.
Nós também ao nos encontrarmos com Deus temos a nossa vida e história mudada e recebemos o Espírito Santo como marca e selo da propriedade exclusiva de Deus. Nós também em Cristo Jesus tivemos nosso encontro com Deus em algum lugar que nos deixou marcados para sempre e por toda a eternidade. “Mancar é o modo de andar de um santo que não vive pela força física, mas pela força espiritual”
Agora já sendo novo homem marcado por Deus, vai ao encontro de seu irmão que vinha também ao seu encontro com mais de 400 homens. Ao encontrar-se com ele, sete vezes se inclina sob a terra em sinal de submissão.
Eles se abraçam, riem, choram, se emocionam e se admiram de ver as bênção que Deus lhes tinha proporcionado a ambos os irmãos. Esaú surpreso pergunta o que significava tantos animais que a ele são oferecidos e Jacó lhe diz que são presentes porque Deus tinha sido muito generoso com ele.
Ele então conhece toda família de Jacó, suas esposas, servas, servos, filhos e filha, animais e muitas bênçãos e quer seguir viagem com ele ou deixar com ele alguns de seus homens, mas Jacó usando a desculpa de que são lentos fica sozinho e promete encontrá-lo mais adiante e assim, parte Esaú de volta para Seir e Jacó segue para Sucote – em hebraico significa refúgios -, cidades próxima e lá se estabelece em Siquem, que está na terra de Canaã, onde logo enfrentará problemas com aquele povo e com o seu.
Aquele medo e problema que existia somente em sua mente e que o deixava ansioso acabou em definitivo. Esaú não se constituiu a ele ameaça alguma e agora tinha paz para prosseguir sua vida em sua jornada naquela terra.
IV. Um resumo histórico da relação conflituosa entre Jacó e Esaú.
. O Rompimento familiar. A divisão que começou como uma fagulha, ainda no ventre materno (Gn 25.22,23), transformou-se em um grande incêndio. Depois de Jacó enganar o pai e a Esaú, o rompimento dos irmãos foi total.
1. A fuga. Fugir nunca é a melhor saída. É importante que cada pessoa assuma os seus erros e arque com as consequências. Jacó, porém, diante do drástico rompimento familiar, empreendeu uma longa viagem à terra de seus avós maternos. Não sabia que lá, distante dos cuidados de Rebeca, passaria por momentos bastante difíceis. Seu tio Labão foi um péssimo anfitrião. Egoísta e traiçoeiro, ele fez Jacó experimentar dos próprios métodos familiares, com os quais enganara seu pai e seu irmão. Jacó reclamou que Labão o enganara, mudando o seu salário dez vezes, com o objetivo de que ele não tivesse prosperidade nos negócios, mas o Senhor o ajudou e o abençoou (Gn 31.7,41). Todavia, como toda fuga tem seu fim, chegou o dia em que Deus determinou que Jacó voltasse à sua terra.
2. O retorno. Deus tinha mandado que o avô de Jacó, Abraão, saísse da sua terra e da sua parentela, para uma terra que manasse leite e mel, mas o Senhor nunca determinou o retorno do pai da fé à sua terra natal. Por quê? Porque a vida de Abraão, em Ur dos Caldeus, estava bem resolvida familiarmente! Abraão não partiu fugido. Ele saiu de cabeça erguida. Entretanto seu neto, Jacó, ao contrário, tinha deixado marcas de sofrimento na vida do pai e do irmão e, por isso, era preciso retornar para acertar as contas com o passado (Gn 32.3), pois quem assim não procede nunca poderá seguir em frente.
3. O reencontro. Vinte anos já tinham decorrido desde a fuga de Jacó, mas agora ele retorna com tudo que possuía para se reencontrar com a sua família. Esaú era uma sombra no seu passado. Uma marca indelével. Diante disso, Jacó enviou mensageiros para informar a Esaú que ele estava chegando (Gn 32.3-5). O medo da vingança assombrava o fugitivo patriarca e ficou ainda mais forte quando os emissários voltaram, pois disseram que Esaú viria ao seu encontro com quatrocentos homens (Gn 32.6,7). A partir daí, Jacó voltou a tratar diretamente com Aquele que pode fazer todas as coisas e que aparecera a ele no caminho de ida (Gn 28.10-17). Ele fez uma vigília a noite inteira e teve um encontro com Deus (Gn 32.22-31). Ao amanhecer o dia, Esaú despontou no horizonte, com quatrocentos homens. Um grande exército para a época! Mas o Senhor se compadeceu de Jacó e houve reconciliação entre os irmãos.
Não houve mortandade entre os filhos de Isaque, porque Jacó buscou a Deus (Os 12.3,4) e se humilhou ante Esaú, recebendo o perdão. Só Deus cura traumas familiares.
À proporção que a vida foi passando, Isaque se afeiçoou sobremaneira por Esaú e Rebeca por Jacó (Gn 25.28). Pelo que se depreende do texto bíblico, essas preferências não eram em nada discretas,
sussurradas nos corações, mas seguramente perceptíveis.
Os descendentes de Isaque experimentaram as consequências de uma semente de discórdia plantada pelos próprios pais. Fica o exemplo. É preciso haver equilíbrio no tratamento dos filhos, confiança no caráter de Deus, que sempre cumpre as suas promessas, e um profundo desejo de construir um lar que glorifique ao Senhor, que faça a diferença na terra. Esse é o plano de Deus para os jovens que esperam nEle!
V. A importância da reconciliação.
Para que haja a reconciliação se faz necessário palmilhar alguns passos senão vejamos?
1. Reconhecer os nossos pecados e submete-los humildemente ao Senhor – Pv 28:13-14 – “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia. Bem-aventurado o homem que continuamente teme; mas o que endurece o seu coração virá a cair no mal”
2. Estar disposto a confessa-lo (1Jo 1-9) “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”
3. Se dedicar ao Senhorio de Cristo e ao serviço dos irmãos: - “ter uma vida abnegada ao Senhor, procurar a se interessar por Jesus”
4. Abandonar os maus caminhos e intrigas – há muitos que andam pelos caminhos de Caim – 1Jo 3.15 – “Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanente nele a vida eterna”
Exemplos de reconciliação:
Jacó e Esaú (Gn 33.3-5 ) “E ele mesmo passou adiante deles e inclinou-se à terra sete vezes, até que chegou a seu irmão. Então, Esaú correu-lhe ao encontro e abraçou-o; e lançou-se sobre o seu pescoço e beijou-o; e choraram. Depois, levantou os seus olhos, e viu as mulheres e os meninos, e disse: Quem são estes contigo? E ele disse: Os filhos que Deus graciosamente tem dado a teu servo” Havia uma intriga tremenda entre eles (Gn 32:3-7).
O rei Manassés pediu perdão a Deus (foi rei aos 12 anos, e reinou 55) (2 Cr 33.11-13) “Pelo que o SENHOR trouxe sobre eles os príncipes do exército do rei da Assíria, os quais prenderam Manassés entre os espinhais, e o amarraram com cadeias, e o levaram à Babilônia. E ele, angustiado, orou deveras ao SENHOR, seu Deus, e humilhou-se muito perante o Deus de seus pais, e lhe fez oração, e Deus se aplacou para com ele, e ouviu a sua súplica, e o tornou a trazer a Jerusalém, ao seu reino; então, reconheceu Manassés que o SENHOR é Deus”
O que ocorre quando não acontece a reconciliação entre os irmãos:
As ofertas do Culto não são aceitas ( Mt 5.23,24 ) “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta”
Estar enquadrado no grupo dos ímpios (2 Tm 3.3 ) Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons.
Não ser perdoado por Deus (Mt 6.14-15) “Porque se perdoardes aos homens suas ofensas também vosso pai celestial vos perdoará, se porém não perdoardes aos homens as suas ofensas também vosso Pai não vos perdoará” - “E, pela cruz, reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades” (Ef 2.16).
Aplicação prática.
Até o dia em que Jacó traiu Esaú, e este decidiu matá-lo. Jacó precisou fugir de casa e essa fuga durou mais de vinte anos. O tempo não foi suficiente para curar a ferida. Jacó voltou rico e com numerosa família, mas temeu encontrar o irmão. Por providência divina, Deus salvou Jacó no caminho para sua terra e mudou o coração de Esaú. Aquele encontro, que poderia ser trágico, foi transformado numa festa de reconciliação. Eles se abraçaram e restauraram a sua relação.
1. Como podemos restaurar uma comunhão que foi rompida:
a- Podemos restaurar uma comunhão rompida tendo iniciativa.
Nenhum laço rompido pode ser restaurado se não há iniciativa de alguém. Alguém tem que levantar a bandeira branca, e sinalizar que deseja um conserto. Foi o que aconteceu com Jacó. Ele desejou consertar o relacionamento com Esaú. O Ver. 4, de Gn 32 diz: “..Teu servo Jacó manda dizer isto…”. Jacó sinalizou que desejava restaurar sua comunhão. É importante prestarmos atenção a esta atitude de Jacó. Ele havia errado ao roubar de Esaú o direito de receber a benção de Deus. Porém, Ele se humilhou e teve a iniciativa de consertar o que havia estragado. É esta iniciativa que devemos ter diante dos relacionamentos rompidos.
Esaú também se humilhou. Ele tinha toda razão do mundo em ter raiva de Jacó. Mas, se humilhou. Esta humildade contribuiu para a restauração da amizade daqueles irmãos.
Sem a iniciativa de ambas as partes, o muro permanece, a indiferença continua. É preciso haja um desarmamento das lembranças do passado, das mágoas, do ódio, e muitas vezes, dos próprios direitos, como aconteceu com Ésau. Ele foi ofendido mas não se vingou.
Assim também foi com Cristo. Ele foi ofendido, mas perdoou. O humilharam, cuspiram nele, mas ele perdoou. Acharam que foi pouco o que fizeram com Jesus e o crucificaram, mas Ele disse: “Pai perdoa-lhe, porque não sabem o que fazem”.
b- Podemos restaurar uma comunhão através de uma verdadeira experiência com Deus.
A experiência do encontro de Jacó com Deus em Gênesis 32, o fortalece e o encoraja a buscar o conserto de seu relacionamento com Esaú. “Jacó precisava ser encorajado nas vésperas do encontro tão temido com Esaú, bem como se certificar da presença prometida por Deus”.
As experiências com Deus que motivaram Jacó foram as seguintes:
1. Jacó encontra-se com Deus no vale do Jaboque.
2. Deus muda seu nome para Israel.
Jacó significa “Usurpador” e Israel significa “aquele que luta com Deus”. As experiências de Jacó com Deus o fizeram ver que ele precisava buscar restauração de sua comunhão com o irmão.
Atenção irmão: Situações de conflito ou comunhão rompida, sempre revelam aqueles que realmente tem uma verdadeira conversão e experiência com Deus. nestas horas, O verdadeiro cristão procura o caminho da reconciliação e do perdão. O falso cristão procura o caminho, da contenda, da confusão e da desunião.
c- Podemos restaurar uma comunhão rompida com atitudes concretas.
O texto diz: “Esaú correu-lhe ao encontro e o abraçou; arrojou-se -lhe ao pescoço, e o beijou; e choraram” 33:v 4. As atitudes de Esaú e Jacó demonstram que houve uma real restauração. O pai do filho pródigo deu provas do desejo de reconciliação. Ele fez uma festa para o filho que voltava (Lc 15.11-32).
Veja o que diz a palavra de Deus em I João 4:20: “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.”
Não adianta dizer: eu perdoei meu irmão se nossas atitudes não revelam a presença do perdão. Quem perdoa, dá provas disso. Se a frieza e a indiferença permanecem não houve um real reconciliação e perdão. O muro permanece separando os corações e sentimentos das pessoas. Mas, em nome de Jesus estes muros vão cair, e o amor vai prevalecer.
d- Podemos restaurar uma comunhão rompida quando o passado é colocado no esquecimento.
2 Coríntios 5:17 diz: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.”
Gosto muito deste “se alguém está em Cristo”. De fato, quando estamos em Cristo o passado é colocado no esquecimento.
Quem perdoa, esquece (não fica falando mais ) acredita que o sangue de Jesus tem poder para limpar todo o pecado, infelizmente muitos esquecem este fato. E deve dar provas disso. Se uma pessoa não está em Cristo, então ela vive alimentando o passado, e passando na cara dos outros todas as experiências negativas do passado. Além disso, vive ressuscitando o passado, usando mascaras, mas isto não adianta.
Deus quer curar lembranças. Em vez de pessoas que vivem alimentando coisas passadas. Deus quer nos transformar em pessoas que sempre estão olhando para frente e sonhando com os projetos de Deus.
Estratégias para o encontro:
Prudência
Enviou presentes,
Coloca sua família em posição de proteção.
Se curva sete vezes;
Se conseguirmos viver em plena comunhão com nossos irmãos viveremos em plena comunhão com Deus. Deus quer nos levar a uma vida abundante que só poderá ser experimentada quando formos capazes de experimentar uma restauração de todos os nossos relacionamentos e a prática do perdão.
Meus amados irmãos em breve nós estaremos de volta com a sequência deste maravilhoso estudo, e desta feita com tema: " A conversão de Jacó".
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