domingo, 12 de setembro de 2021

Série os Patriarcas- José - 3 .A ida de José pro Egito

 

Por Jânio Santos de Oliveira


 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena


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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!


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Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no Livro do Gênesis 39.1-23 Que nos diz:


E José foi levado ao Egito, e Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda, homem egípcio, comprou-o da mão dos ismaelitas que o tinham levado lá.
E o SENHOR estava com José, e foi homem próspero; e estava na casa de seu senhor egípcio.
Vendo, pois, o seu senhor que o SENHOR estava com ele, e tudo o que fazia o SENHOR prosperava em sua mão,
José achou graça em seus olhos, e servia-o; e ele o pôs sobre a sua casa, e entregou na sua mão tudo o que tinha.
E aconteceu que, desde que o pusera sobre a sua casa e sobre tudo o que tinha, o Senhor abençoou a casa do egípcio por amor de José; e a bênção do Senhor foi sobre tudo o que tinha, na casa e no campo.
E deixou tudo o que tinha na mão de José, de maneira que nada sabia do que estava com ele, a não ser do pão que comia. E José era formoso de porte, e de semblante.
E aconteceu depois destas coisas que a mulher do seu senhor pôs os seus olhos em José, e disse: Deita-te comigo.
Porém ele recusou, e disse à mulher do seu senhor: Eis que o meu senhor não sabe do que há em casa comigo, e entregou em minha mão tudo o que tem;
Ninguém há maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu és sua mulher; como pois faria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus?
E aconteceu que falando ela cada dia a José, e não lhe dando ele ouvidos, para deitar-se com ela, e estar com ela,
Sucedeu num certo dia que ele veio à casa para fazer seu serviço; e nenhum dos da casa estava ali;
E ela lhe pegou pela sua roupa, dizendo: Deita-te comigo. E ele deixou a sua roupa na mão dela, e fugiu, e saiu para fora.
E aconteceu que, vendo ela que deixara a sua roupa em sua mão, e fugira para fora,
Chamou aos homens de sua casa, e falou-lhes, dizendo: Vede, meu marido trouxe-nos um homem hebreu para escarnecer de nós; veio a mim para deitar-se comigo, e eu gritei com grande voz;
E aconteceu que, ouvindo ele que eu levantava a minha voz e gritava, deixou a sua roupa comigo, e fugiu, e saiu para fora.
E ela pôs a sua roupa perto de si, até que o seu senhor voltou à sua casa.
Então falou-lhe conforme as mesmas palavras, dizendo: Veio a mim o servo hebreu, que nos trouxeste, para escarnecer de mim;
E aconteceu que, levantando eu a minha voz e gritando, ele deixou a sua roupa comigo, e fugiu para fora.
E aconteceu que, ouvindo o seu senhor as palavras de sua mulher, que lhe falava, dizendo: Conforme a estas mesmas palavras me fez teu servo, a sua ira se acendeu.
E o senhor de José o tomou, e o entregou na casa do cárcere, no lugar onde os presos do rei estavam encarcerados; assim esteve ali na casa do cárcere.
O Senhor, porém, estava com José, e estendeu sobre ele a sua benignidade, e deu-lhe graça aos olhos do carcereiro-mor.
E o carcereiro-mor entregou na mão de José todos os presos que estavam na casa do cárcere, e ele ordenava tudo o que se fazia ali.
E o carcereiro-mor não teve cuidado de nenhuma coisa que estava na mão dele, porquanto o Senhor estava com ele, e tudo o que fazia o Senhor prosperava.



Estamos de volta dando sequência a uma série de conferências sobre os Patriarcas; Já  falamos sobre Abraão; Isaque e Jacó; agora estamos no quarto e último personagem analisado entre os Patriarcas. Neste seguimento vamos falar de José do Egito filho de Jacó por parte de Raquel.


  • Já falamos sobre a sua biografia;
  •   Os seus sonhos.

Agora falaremos sobre A  sua ida ao Egito.


I. Análise preliminar do texto.

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José e a Esposa de Potifar. 39.1-23.

1-6b. José foi levado ao Egito.

 Quando José assumiu suas tarefas na casa de Potifar, era escravo e estrangeiro. Primeiro, veio a ser um servidor pessoal do oficial do egípcio. Quando Potifar descobriu que ele era ativo, expedito e digno de confiança, e viu que o Senhor era com ele (v. 3), colocou-o sobre todas as suas propriedades como superintendente com os mais amplos poderes. Em sua nova posição, José era responsável por cada detalhe da direção da casa, com uma única exceção: na qualidade de estrangeiro, não podia supervisionar o preparo das refeições ( 43:32).
6c. José era invulgarmente atraente. Tinha saído de sua mãe, Raquel, da qual se disse: “Raquel era formosa de porte e de semblante”, isto é, “formas agradáveis” e “rosto agradável” ( 29:17) Além disso, José irradiava uma piedade doce e limpa que o tornava ainda mais atraente.
7-13. A esposa de Potifar não resistiu à tentação de conquistar José. Ao que parece nada tinha com o que ocupar a sua mente e nenhum princípio que a tolhesse na hora da tentação. Para José, que vivia sempre em comunhão com o Deus santo, pecar com aquela mulher estava completamente fora de questão. Seria pecar contra Deus e desonestidade contra o homem que confiava nele tão irrestritamente. Embora a tentação tenha vindo com encanto sutil, súbito e forte, a vitória de José estava garantida.
14-20. Frustrada, a tentadora transformou-se em difamadora. Tomada de rancor ela acusou José falsamente de tentativas indecentes, esperando despertar a simpatia dos outros servos e enraivecer o seu marido o bastante para que matasse o jovem. As evidências circunstanciais eram fortemente incriminadoras. Potifar foi tomado de ira. Contudo, apesar da seriedade da acusação, ele evidentemente tinha alguma dúvida sobre a culpa de José, pois não o matou. Em vez disso, enviou-o para o cárcere (a “Casa Redonda”). Esta cadeia era provavelmente uma torre ou masmorra onde os prisioneiros ligados à vida oficial eram mantidos. O hebraico sohar, cárcere, pode ser uma tentativa de traduzir uma palavra egípcia.
Na estória egípcia, Conto dos Dois Irmãos, há um paralelo interessante com a experiência de José. Nesta estória um homem casado morava na mesma casa com o seu irmão. A esposa do primeiro acusou o irmão mais moço de atitudes impróprias. O marido, embora zangado, procurou descobrir a verdade. Ao descobrir que a esposa era culpada, o marido a executou. Esta estória data do tempo de Seti II, isto é, cerca de 1180 A.C.
21-23. A vida na cadeia não era agradável, mas a narrativa declara que o Senhor, porém, era com José. Como isto fazia diferença! Ele se sentia confortado e fortalecido.
A história agora volta para José, cujo destino é seguido no restante de Gênesis. O propósito divino vai ser finalmente revelado claramente em 45.7,8, exposto pelo próprio José; mas num primeiro momento José desce ao fundo da escada social, acabando numa prisão (v. 20). As maquinações de irmãos invejosos e de uma mulher egípcia imoral colocaram José numa posição da qual a sua ascensão para o poder e a influência só ocorreria por puro milagre. Mas, até naqueles dias de escravidão e prisão, o Senhor estava com ele e [...] o fazia prosperar em tudo que realizava (v. 3,23). Nesse capítulo, José é o modelo de homem sábio e correto; mas a sua carreira bem-sucedida, tanto na casa de Potifar quanto na prisão, deveu-se menos a seu caráter do que à condução de Deus: o Senhor estava com José (v. 2,21,23). A lealdade de Deus com ele (bondade, v. 21) refletiu-se na lealdade de José com seus empregadores humanos, Potifar e o carcereiro na prisão, ambos podendo esquecer com tranqüilidade e segurança qualquer coisa que tivessem confiado a ele. (Assim, os dois egípcios receberam a sua porção da bênção universal de Abraão; v. 5.)
A sedução planejada contra José (v. 6-12) contrasta com a sedução bem-sucedida por parte de Tamar contra Judá no cap. 38. Judá tinha deixado voluntariamente com Tamar alguns objetos (38.18); involuntariamente José deixou o seu manto (v. 12) com a esposa de Potifar. As duas mulheres fizeram uso completo desses objetos. A simpatia da mulher de Potifar por José tornou-se em ódio ( 2Sm 13.15), podemos supor, pois as suas acusações poderiam muito bem ter resultado na execução sumária de José. Alguns comentaristas sugerem que o castigo relativamente brando aplicado a José indica que Potifar tinha dúvidas acerca da veracidade e confiabilidade de sua mulher; mas não há outra pista dessa motivação na história, e por isso deveríamos preferir atribuir o resultado final à soberania de Deus. As responsabilidades de Potifar evidentemente incluíam o controle sobre a prisão ( 40.2ss). O plano de Deus não era somente manter esse homem vivo, mas colocá-lo em contato com o rei do Egito, por meio de um dos prisioneiros do rei (v. 20).
Muitos comentaristas têm observado que o cap. 39 conta uma história muito semelhante a um conto egípcio, a “História dos dois irmãos” (registrada em ANET, p. 23-4). No entanto, as histórias de forma alguma são idênticas, e poucos autores atuais tendem a torná-las dependentes uma da outra. Sedução, tentativa de sedução e falsas acusações são atos característicos do homem desde a Antiguidade, e seria surpresa se não houvesse nenhum paralelo disso em Gênesis,




II. Visão panorâmica do texto.
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A carreira de José começou no degrau mais baixo da escada. Ele foi. a princípio, apenas um escravo comum, mas parece que ele tinha um dom de administração incomum, e a perseverança no uso correto deste dom, fez com que seu mestre, Potifar, descobrisse logo que jóia rara ele tinha em José. Além disso, a bênção de Deus também estava evidente. José se tomou um mestre, ou mordomo, da casa de Potifar. Um inesperado perigo confrontou o atraente jovem — a esposa de seu mestre veio a se enamorar dele. Logo se tornou evidente o fato de que a fidelidade de José para com sua religião era mais que simplesmente algo aprendido por costume. Na hora da tentação, José revelou a mais profunda fonte de toda sua vida na palavra: “como, pois, faria eu este tamanho mal, e pecaria contra Deus?” (39.9). O amor rejeitado se transforma em ódio. José, totalmente com a razão, é caluniado, atirado na prisão (escravos não tinham direitos legais), deixado a se lamentar ali por anos. Parecia que Deus o havia esquecido, mas José não tinha se esquecido Deus. Ele serviu a Deus fielmente na prisão tanto quanto havia servido em liberdade. O carcereiro-mor reconheceu seu serviço fiel, e o colocou encarregado de toda a administração da prisão. Toda a experiência serviu indiretamente para preparar José para a repentina posição que ele estava prestes a adquirir.

III. O caráter integro de José.


 José havia sido levado para o Egito, onde o egípcio Potifar, oficial do faraó e capitão da guarda, comprou-o dos ismaelitas que o tinham levado para lá. 

 O Senhor estava com José, de modo que este prosperou e passou a morar na casa do seu senhor egípcio.
(3-4) Quando este percebeu que o Senhor estava com ele e que o fazia prosperar em tudo o que realizava, agradou-se de José e tornou-o administrador de seus bens. Potifar deixou a seu cuidado a sua casa e lhe confiou tudo o que possuía.
(5-7) Desde que o deixou cuidando de sua casa e de todos os seus bens, o Senhor abençoou a casa do egípcio por causa de José. A bênção do Senhor estava sobre tudo o que Potifar possuía, tanto em casa como no campo. Assim, deixou ele aos cuidados de José tudo o que tinha, e não se preocupava com coisa alguma, exceto com sua própria comida.
José era atraente e de boa aparência, e, depois de certo tempo, a mulher do seu senhor começou a cobiça e o convidou:
-- Venha, deite-se comigo!
(8-9) Mas ele se recusou e lhe disse:
-- Meu Senhor não se preocupa com coisa alguma de sua casa, e tudo o que tem deixou aos meus cuidados.  Ninguém desta casa está acima de mim. Ele nada me negou, a não ser a senhora, porque é a mulher dele. Como poderia eu, então, cometer algo tão perverso e pecar contra Deus?
(10) Assim, embora ela insistisse com José dia após dia, ele se recusava a deitar-se com ela e evitava ficar perto dela.
(11-12) Um dia ele entrou na casa para fazer suas tarefas, e nenhum dos empregados ali se encontrava. Ela o agarrou pelo manto e voltou a convida:
-- Vamos, deite-se comigo!
Mas ele fugiu da casa, deixando o manto na mão dela.
(13-15) Quando ela viu que, ao fugir, ele tinha deixado o manto em sua mão, (14) chamou os empregados e lhes disse:
-- Vejam, este hebreu nos foi trazido para nos insultar! Ele entrou aqui e tentou abusar de mim, mas eu gritei. Quando me ouviu gritar por socorro, largou seu manto ao meu lado e fugiu da casa.
(16) Ela conservou o manto consigo até que o senhor de José chegasse à casa. (17) Então repetiu a história:
-- Aquele escravo hebreu que você nos trouxe aproximou-se de mim para me insultar. (18) Mas, quando gritei por socorro, ele largou seu manto ao meu lado e fugiu.
(19-20a) Quando o seu Senhor ouviu o que a sua mulher lhe disse: "Foi assim que o seu escravo me tratou", ficou indignado. Mandou buscar José e lançou-o na prisão em que eram postos os prisioneiros do rei.
(20b-23) José ficou na prisão, mas o Senhor estava com ele e o tratou com bondade, concedendo a simpatia do carcereiro. Por isso o carcereiro encarregou José de todos os que estavam na prisão, e ele se tornou responsável por tudo o que lá sucedia. O carcereiro não se preocupava com nada do que estava a cargo de José, porque o Senhor estava com José e lhe concedia bom êxito em tudo o que realizava.
José foi um homem cuja vida foi virada pelo avesso varias vezes. Ele saiu de um lar seguro, onde era protegido pelo pai, para  um poço em que foi posto pelo ódio dos seus irmãos. Num gesto de "generosidade", não foi morto, mas vendido como escravo para traficantes de seres humanos. Depois de uma longa viagem, foi revendido para um membro da elite egípcia, encarregado do sistema penitenciário do país.
E sua vida continuou a mudar. Deus o transformou num rei Midas agradecido. 

Através de José, o próprio ministro do sistema prisional foi abençoado, inclusive suas propriedades agrícolas. As coisas iam tão bem que, com o tempo, até a mulher do patrão começou a gostar dele também. Aos poucos no entanto, o olhar dela se desviou de sua competência profissional para sua aparência corporal. Dentro de mais algum tempo, a patroa se apaixonou pelo escravo.
E a vida de José continuou a mudar. Achando que seria fácil torna seu amante, chamou-o, mas o empregado recusou o convite. José continuou na sua recusa, que tornava clara evitando ficar perto dela sozinho. Um dia em que teve que entrar, ela o agarrou, mas, atento e rápido, ele escapou. No entanto, a mulher conseguiu ficar com a sua capa, tendo ele escapulido com as roupas debaixo.
E a vida de José continuou a mudar. Foi fácil para uma mulher de sua posição inventar uma história que incriminasse o mordomo. O marido puniu, então, José, enviando "generosamente" para a cadeia, em lugar de matar em defesa da sua honra.


O caminho da mulher de Potifar pode ser o nosso também. Muitas pessoas, homens e mulheres, têm trilhado a mesma senda do erro. O percurso da mulher de Potifar precisa ser evitado.

A compreensão da anatomia da sua queda pode nos ajudar a ficar em pé e não cair como ela caiu.

 A mulher de Potifar desejou José.

Talvez a mulher de Potifar tivesse hábitos adúlteros e José fosse mais um em sua lista. Talvez, e mais provavelmente, por causa do seu comportamento irresponsável, a mulher de Potifar tenha-se deixado encantar pela conversa e pelo porte físico do hebreu.
Há mulheres e homens assim que, de repente, são tomados por uma paixão arrebatadora, proibida ou não, capaz de levar-lhes a atitudes impensadas, sadias ou não. Não há nada de mais na paixão, desde que ela não controle.
Faltou à mulher de Potifar parar de desejar, porque desejava o que lhe estava interditado. Falta a homens e mulheres na mesma situação a decisão de parar de desejar.

 A mulher de Potifar desejou José porque olhou para José.
Ela desejou porque olhou, olhou como não devia olhar. Depois que seu olhar a seduziu, ela tentou seduzir quem não a olhava. Na verdade, a mulher de Potifar deixou que seu olhar conduzisse sua vida. Podia não ser o olhar, porque podia ser o ouvir ou podia ser o ler.
José lhe era querido por seu porte físico e também porque lhe era proibido. Ele era solteiro, mas ela era casada. Ele era um escravo, mas ela era da aristocracia, num tempo em que não havia nenhuma (porque hoje há alguma) mobilidade entre as classes sociais. Para ela, aquela seria mais que uma aventura; seria uma conquista, uma afirmação da sua alegada superioridade.
Por todos estes aspectos, ela não parou de olhar para José, porque esta é a decisão: quem quer parar de desejar tem que parar de olhar.

Eis, portanto, o que deve fazer quem deseja o que não deve desejar: não olhe; desvie o olhar. A recomendação de Jesus deve ser entendida em sua radicalidade psicológica, não biológica: "Se o seu olho o fizer tropeçar, arranque-o e jogue-o fora. É melhor entrar na vida com um só olho do que, tendo os dois olhos, ser lançado no fogo do inferno" (Mateus 18.9). Afinal, sabia-o Jesus, são os olhos que iluminam o corpo (Mateus 6.22).

 A mulher de Potifar tanto desejou José que planejou seduzi.
Como não parou de olhar, ela precisou realizar o seu desejo. Ela apenas comprovou a lógica perfeita de Jesus: "Qualquer que olhar para uma mulher para deseja, já cometeu adultério com ela no seu coração" (Mateus 5.28).
Para ir além do coração, a mulher de Potifar planejou o ataque. Ela esperou a hora oportuna, quando não houvesse testemunhas para sua traição. A mulher de Potifar ainda tinha algum controle da situação; por isto, conseguiu esperar.
Enquanto esperava, insistia. Ela convidava "José todos os dias" (verso 10). Ela sabia que ninguém resistia uma tentação permanente, insistente e persistente. Ela contava com a fraqueza de José; um dia, ele cederia; uma dia, sua defesa ruiria; um dia, as barreiras desabariam.
Este é o programa da tentação. A mulher de Potifar conhecia a alma humana; só não conhecia a alma forte de José, mas nem todos querem ter almas fortes...
A tentação não enredou José, mas derrubou a mulher. Como José lhe disse "não", ela perdeu o controle da situação, controle do qual até então se orgulhava. O desejo produz o desequilíbrio interior. Como diz Tiago, "cada um, porém, é tentado pelo próprio mau desejo, sendo por este arrastado e seduzido. Então esse desejo, tendo concebido, dá à luz o pecado, e o pecado, após ter se consumado, gera a morte" (Tg 1.14-15).
Rejeitada, quis José assim mesmo. Recusada, agarrou, mas só conseguiu reter o seu manto, não o seu corpo. Repudiada, transformou seu desejo em ódio, a verdade em mentira, com o manto na mão. Na verdade, todo pecado inclui a mentira. Faz parte do script de todo pecado. Tente pecar sem mentir; não pecará. Em sua mentira, envolveu o próprio marido. Deve ter vivido o resto da vida com a culpa de ter odiado a quem dizia amar e de ter mentido a quem a amava.


Por que a mulher de Potifar escolheu este caminho? Suas atitudes eram a face clara da sua intimidade.
 A mulher de Potifar colocou o estético acima do ético ao seduzir José.
Para ela, a busca e a vivência do prazer estão acima do dever; o momento vale mais que a duração; o agora não precisa do amanhã.
Sabemos que o estético é fundamental; não dá para viver sem a dimensão do prazer. Sem a contemplação da beleza nenhum humano ser sobrevive. A arte e a religião são lugares privilegiados da experiência do prazer, com a diferença que a religião não descura do dever. A Bíblia, que se lê com prazer, que fala de um Deus que se contempla e nos contempla, nos convida ao equilíbrio, não à negação, entre prazer e dever. O ensino bíblico é que não sejamos como a mulher de Potifar, e o somos quando pomos o estético acima do ético, em qualquer campo de nossa vida, e não apenas na área sexual. Um culto, por exemplo, não é apenas para nos dar prazer, mas também para nos ensinar a viver de modo santo, que é o modo que vale a pena, mesmo quando o modo santo nos põe em rota de colisão com desejos fugazes.

 A mulher de Potifar só queria usar José
Para ela, as pessoas são seres ou corpos que podem ser utilizados e, depois, jogados fora;não há dignidade no outro, visto apenas como um objeto de satisfação.
A prova da sua visão pragmática está no fato que, não podendo usar José, acusou-o do que não fez, pondo injustamente em risco a vida do escravo outrora desejado. Ela só queria usar, sem nenhuma vergonha. Para ela, e para muitas pessoas, os fins justificam os meios.
Somos como a mulher de Potifar quando usamos as pessoas, para obter o que nos apraz. 

 A mulher de Potifar usou de sua posição superior para assediar José.
Ela é o chefe que assedia. E ao faze, dão ao outro a impressão que quem cede lhe é igual. No caso de José, ela tentava lhe dizer, ao lhe tentar, que se ele cedesse, deixaria de ser escravo, ascenderia socialmente, trabalharia menos, teria um futuro melhor. A mentira era parte integrante da sua tentação, que era assim mais forte.
Ela é o forte que diminui. Ela é como aquele ou aquela que recebe quem precisa de ajuda e se aproveita desta condição para diminuir o outro, afirmando a sua força pela fraqueza do outro. Há várias maneiras de se abusar do outro; o abuso sexual não é a única violência que se pode cometer. O abuso pode ser emocional, profissional ou espiritual. E todos que estão na condição da mulher de Potifar podem agir como ela.

Lendo de novo a história, pode parecer que a mulher de Potifar se saiu bem em sua maldade quase assassina. De fato, a história não lhe segue o itinerário; nada mais sabemos dela. A narrativa termina com a sua vitória e a derrota de José, preso.
No entanto, o texto lhe faz justiça, ao não lhe dizer o seu nome. Ela ficou na história como um ser menor, sem nome, apenas "mulher de alguém". Seu anonimato pode ser tomado como o epitáfio dos maus, esquecidos como se estivessem mortos (Sl 31.12). Seu nome, um dia tão em evidência, não pôde ser encontrado (Sl 37.36). A memória da mulher de Potifar ficou entregue ao esquecimento (Ec 9.5). Não há dúvida: A memória deixada pelos justos será uma bênção, mas o nome dos ímpios apodrecerá (Pv 10.7). O justo nunca será abalado e o ficará para sempre na memória (Sl 112.6), porque o Senhor cuida da vida dos íntegros, e a herança deles permanecerá para sempre (Sl 37.18).


Não é, no entanto, o que parece. José passa de "rei" (como Midas) a prisioneiro. A prisão parece perseguir o filho de Jacó. Os interlúdios da sua vida são passados nas prisões, piores que o poço de Dota, porque  eram escuras, imundas e úmidas, não tinham banheiro nem banhos regulares de sol, propícias, portanto, ao surgimento das mais variadas doenças. Este sofrimento natural estava acompanhado do terror da possibilidade da morte, que podia ser decretada a qualquer instante. Foi o que José mereceu por ter ficado firme.
Não é que nos sentimos por vezes, ao termos tomado uma decisão certa, por termos ficado ao lado da verdade bíblica?


E por que José permaneceu firme mesmo diante da tentação diária? Em nenhum momento, a sua defesa, diante do perigo iminente, se enfraqueceu. A mulher lhe convidava todos os dias, e como é duro resistir, a um convite persistente, especialmente quando aparentemente tão bom e particularmente quando se tem 20 anos, como provavelmente era a idade do rapaz. Se cedesse, teria a possibilidade de pôr a culpa na mulher; poderia até dizer que cumprira ordens superiores, como aqueles cruéis militares da prisão de Abu Grab.
José se manteve firme porque sabia que Deus é santo.
A chave da sua integridade está expressa no verso 9: como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus? Ele sabia que Deus é santo. Menos privilegiado que nós, que temos centenas de textos bíblicos a nos afirmar esta verdade, ele o sabia pela tradição recebida e pela própria experiência. Antes de Moisés, ele sabia que o Deus santo quer se relacionar com pessoas santas: eu sou o Senhor, o Deus de vocês; consagrem-se e sejam santos, porque eu sou santo (Lv 11.24). Consagrem-se, porém, e sejam santos, porque eu sou o Senhor, o Deus de vocês. Obedeçam aos meus decretos e pratiquem. Eu sou o Senhor que os santifica (Lv 20.7-8) Vocês serão santos para mim, porque eu, o Senhor, sou santo (Lv 20.26).
Por conhecer a Deus, José sabia do significado do pecado. Ele tinha uma idéia clara do pecado, sem concessão ao relativismo, sem apelo a auto-justificativas. Faltar à honestidade para com o seu senhor era pecar contra Deus. Ceder à sedução da sua senhora era pecar contra Deus.
A força do pecado está em nossa ignorância de quem Deus é. O pecado nos derruba toda vez em que nós usamos adjetivos para torna o que ele não é: um atentado contra Deus. Toda vez que perdemos a noção de que o maior prazer de um ser humano é conhecer a Deus ganhamos a noção de que o pecado não é tão trágico assim. E quanto perdemos esta noção, nos afundamos nele e nos afastamos de Deus.
 José se manteve santo porque sabia que Deus estava com ele.
Tudo que lhe acontecia, especialmente a prosperidade em meio à dificuldade, sabia-o José, vinha de Deus.
Seu sucesso no campo gerencial era apenas uma evidência, mas não a única do modo como se sentia amado por Deus. José não percebia o seu trabalho apenas como um ganha-pão, mas como um ganha-almas. Seu trabalho era para abençoar pessoas. Sua vida era para abençoar pessoas.
Sabendo-se amado por Deus, ele não trocaria o amor leal de Deus pelo amor falso de uma senhora da elite. Não precisava do prazer do pecado para suprir as suas necessidades, preenchidas sempre por Deus, que o livrara da morte tantas vezes.
Se Deus estava com ele, seria fortalecido para viver, mesmo que lançado de novo numa masmorra. Apesar de aparentemente vencido, tinha confiança que seria honrado em sua decência, o que ocorreu. Segunda a linda síntese sagrada, José ficou na prisão, mas o Senhor estava com ele e o tratou com bondade, concedendo a simpatia do carcereiro. Por isso o carcereiro encarregou José de todos os que estavam na prisão, e ele se tornou responsável por tudo o que lá sucedia. O carcereiro não se preocupava com nada do que estava a cargo de José, porque o Senhor estava com José e lhe concedia bom êxito em tudo o que realizava (20b-23).
Deus estava no comando de sua vida, mesmo que parecesse que estivesse desamparado e injustiçado.
2.1.3. José se manteve íntegro porque tinha uma visão correta acerca da vida.
Além de sua visão de Deus, José, formoso de porte e de aparência (verso 6b), sabia da efemeridade da beleza. Tinha ele, portanto, uma boa visão de si mesmo. Sabia que não podia dirigir a sua vida pelos seus olhos; não podia ser dirigido por sua beleza; não podia ser conduzido por seus músculos.
Além da insustentável leveza de qualquer beleza, José sabia que desculpas não o eximiriam do seu pecado. Um homem "levado" e "comprado" poderia usar estas circunstâncias para se deixar derrotar pela auto-comiseração ("Já que ninguém gosta de mim, a vida que se dane, a moral que se arrebente; vou é ser feliz agora, nem que seja por um momento. Não me resta mais nada na vida mesmo"). Ceder à mulher de Potifar era sua chance, mesmo que fugidia, de dar a volta por cima ou de parecer que dava a volta por cima...
Se não tivermos uma visão correta acerca de nós mesmos, vamos nos afundar. Vamos nos relacionar com um deus que não existe; vamos nos deixar levar pelas aparências; vamos usar a nossa fraqueza para justificar as nossas fraquezas.

A sabedoria deste jovem é extraordinária. Podemos todos nós, não importam as nossas idades, aprender estratégias de vitória sobre as tentações.

 José não gostou de ser desejado.

José devia estar emocionalmente fragilizado; sua auto-estima tinha tudo para roçar o chão. Rejeitado pelos irmãos, transformado em mercadoria, tudo o que queria era fazer o seu trabalho. Não tinha nada, nem mesmo sua túnica colorida, dada pelo seu pai. Eis que, então, a patroa o cobiça. Mesmo sabendo que aquele seria um amor impossível, poderia ter se sentido lisonjeado. "Finalmente, alguém olha para mim como gente", poderia ter pensado. Muitas quedas começam aí. Homens ou mulheres rejeitados são presas fáceis para os sedutores de plantão porque, secretamente também, curtem a curtição.
Se queremos vencer como José, devemos rejeitar o prazer de sermos desejados. Mesmo as admirações secretas devem ser podadas, porque um dia elas podem deixar o segredo e se insinuar. José cortou o mal pela raiz; ele cortou o mal em si mesmo, já que não podia cortar na mulher que o tentava.
2.2.2. José não deixou de viver por causa da tentação.
Para não ser acusado de negligente, José entrou na casa para fazer o seu trabalho. José não ficou paralisado diante do perigo, mas o enfrentou. Ele não tinha escolha. Não tinha outro para ir; aquele era o seu lugar de escravo.
No entanto, ele fez algo notável. Ele evitava ficar perto dela (verso 10). Ele se conhecia o suficiente para saber quem está em pé deve ficar atento para não cair (1Co 10.12). Esta foi sua maneira de resistir ao diabo (Tg 4.7). E Deus, que é fiel, confirmou sua decisão e o guardou do maligno (2Ts 3.3). A promessa divina continua válida. E Deus aguarda que desenvolvamos nossos cuidados, para dificultar a ação de Satanás sobre as nossas vidas; não lhe podemos dar moleza, porque ele está em volta de nós para nos tragar (1Pe 5.8).


 José não perdeu a noção do certo e errado.

Num país estrangeiro aquilo que aprendeu como certo na sua terra podia não valer agora. José não caiu neste erro; ele não confundir verdade com erro; não relativizou o errado. Por mais justificativas que tivesse para o seu ato, não o cometeu, porque manteve uma visão correta acerca do pecado. Ele não trairia apenas o Potifar, mas trairia o Deus que estava com ele.
Em termos mais modernos, não era libertino, achando que o que o corpo faz não tem nada a ver com a alma. Toda a sua vida estava nas mãos de Deus: sua beleza e história; seu corpo e sua mente; seu físico e sua alma. Deus era mesmo o seu Senhor. Tudo o que pensava ou fazia era espiritual. O trabalho era o território da soberania de Deus sobre a sua vida, não apenas um ganha-pão. Seus relacionamentos eram o campo em que Deus agia livremente e ele obedecia prazerosamente.
2.2.4. José não teve medo do preço a ser pago por sua decisão.
Toda escolha tem um preço. Ceder à mulher de Potifar poderia ter um preço, que José não sabia qual, descoberto ou não. Não ceder tinha um preço imediato: a ira da mulher viria sobre ele, como veio.
Fazer o certo não era nutrido pela eventual recompensa. Mesmo que não fosse recompensado por fazer o certo, ele faria o certo.
O preço foi a prisão imediata, mas poderia ser a morte, e a nódoa que ficou sobre a sua biografia. A injustiça nunca foi reparada. A biografia de José ficou injustamente para sempre manchada.
Só lhe importa um julgamento: o de Deus. Mesmo quando José saiu do poço para o topo, dez anos depois, não consta no texto bíblico seguinte que tenha ido buscar Potifar para lhe punir pela injustiça por causa da mentira da sua mulher.
Há um preço pela obediência a Deus a ser pago no tribunal dos homens. No entanto, o que importa mesmo é ser absolvido no tribunal de Deus, diante do qual todos comparecemos a cada dia. Ele parecia ler o que nós podemos, isto é, o apóstolo Paulo nos ensinando: Pouco me importa ser julgado por vocês ou por qualquer tribunal humano; o Senhor é quem me julga. Esperem até que o Senhor venha. Ele trará à luz o que está oculto nas trevas e manifestará as intenções dos corações. Nessa ocasião, cada um receberá de Deus a sua aprovação (1Co 3.3-5).

Quem queremos ser?
A mulher de Potifar, sem nome, escrava do desejo, tornado seu deus?
José, com um nome e uma longa história vivida na certeza que Deus estava com ele?


IV. Como fugir da mulher de Potifar?

Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência; então a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte. (Tg 1:14).





Desde que o meu esposo comprou este escravo Hebreu, não paro de pensar nele. Observo como é educado, como é formoso de vista, tenho olhado de uma forma diferente, até me insinuo para ele, mas parece que ele não percebe o que eu desejo. Gn 39:6

Basta uma oportunidade, apenas uma que colocarei minhas mãos sobre ele e colocarei em prática os meus pensamentos. De hoje não passa, aproveitarei este momento, pois meu esposo não está em casa, nem os criados, nem os empregados estão. Gn 39:11.

De repente entra na casa de Potifar o jovem Hebreu José, realmente era bonitão, formoso de vista, mas, porém “temente a Deus” e isto fazia toda a diferença. E, por isto ela não esperava.

Como era de costume José estava com total acesso na casa de Potifar, tudo estava sobre seu comando. Ele governava plenamente os seus servos, criados e Potifar tinha total confiança nele.

Mas o Jovem Hebreu não contava com a armadilha que a esposa de Potifar estava planejando. Surge então o elemento “Surpresa”

Após ter entrado em casa surge em sua frente, ela. Ataviada e decidida a fazer o que já havia elaborado em seus pensamentos. Violentamente agarra o jovem Hebreu, ofegante e quase parando de respirar, olha com seus olhos adúlteros aquela presa tão fácil e cheirosa na sua frente. Certamente pensou a mulher de Potifar: Ninguém irá ver, ninguém saberá o que vai acontecer aqui dentro, esta é a minha grande chance. Tenta persuadi-lo em vão, para deitar-se com ele na cama de seu esposo (Gn 39.7,12).

Ela não acredita no que está vendo, José então foge… corre….corre da armadilha.

Outro dia estava comentando sobre este episódio e a oportunidade que José teve de fugir. Alguém me respondeu: Olha que oportunidade? Até então eu pensei que se tratava da fuga, mas estava enganado. Era a oportunidade de se deitar com a mulher de Potifar, misericórdia, quantos homens pensam assim?

O Jovem Hebreu era temente a Deus, realmente ele correu, não pra cima, mas pra bem longe desta armadilha. Para conhecer melhor que tipo de armadilha é esta, (Pv 5.19-20;7.5-27, ).

A melhor opção é fugir.
Quantos Jovens vivem situações como esta relatada nesta mensagem? Quantos homens laçados, envolvidos e destruídos por perderem a oportunidade de correr e darem ouvidos a supostas “Mulheres de Potifar”?

Não sei o que podemos classificar como “Mulher de Potifar”; de repente:

As drogas, O alcoolismo, A pornografia, O homossexualismo, ou qualquer outra “armadilha” armada e maquinada para destruir o homem, e sua família.

Existem situações incontroláveis onde a única opção é fugir, aproveitando o escape, passar de largo desta situação. Quantas oportunidades Deus tem dado aos jovens para que eles fujam e os mesmos se entregam de corpo e alma a “esposa de Potifar”?

Vale a pena ser temente a Deus, imagina se o Jovem Hebreu tivesse cedido à tentação? Imagina o que teria acontecido com sua família mais a frente?

Talvez você diga: Será que valeu a pena ele ter fugido? Mesmo sendo temente a Deus, foi injustiçado, condenado lançado no cativeiro e esquecido por dois anos lá, sem ter culpa alguma. Valeu a pena, pois Deus não vê como o homem vê, Deus enxerga o presente e o futuro ao mesmo tempo. Basta ler todo o capítulo que verás que momento algum Deus desamparou a José.

Ao contrário tudo que José fazia o Senhor era com ele fazendo prosperar no Egito. (Gn 39.2-4,21).

Prezados Irmãos sempre virá o escape, creia nisto. Deus sabe até onde podemos suportar e sua promessa é que estaria abrindo uma porta de escape para que possamos correr, fugir das armadilhas feitas pelo diabo.

Devemos colocar isto em nossa mente: Com o pecado não se brinca, com o pecado não se negocia, com o pecado não se dialoga.

Bem-aventurado o homem que suporta a provação; porque, depois de aprovado, receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu aos que o amam.

Ninguém, sendo tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele a ninguém tenta. Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência; então a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.( Tg 1.12-15)



V. Lições de José na casa de Potifar.

Prover-nos de bons exemplos é uma abordagem pela qual o Senhor decidiu instilar em nós um sentido de sermos bons modelos. Exemplos são efetivos para inspirar-nos a fazer uma mudança. Por exemplo, se um amigo acabou de perder cem reais, pode-se raciocinar: "Se ele pôde perder cem reais, certamente poderei perder meus cinqüenta." Exemplos bíblicos não estão registrados meramente para serem leitura interessante; eles foram escritos para nosso aprendizado (1 Co 10:11). A história de José na casa de Potifar registrada em Gênesis 39:1-12 provê algumas lições interessantes.
No versículo 2, o texto afirma: "O Senhor era com José que veio a ser homem próspero..." Ainda que isto se refira a tornar-se materialmente próspero, José era também, certamente, bem sucedido espiritualmente. Uma das lições que pode ser aprendida conforme a história se desenvolve é que até mesmo uma pessoa espiritualmente bem sucedida não está isenta da tentação. Paulo adverte: "Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia" (1 Co 10:12). Precisamos estar sempre em guarda contra as manobras de Satanás.
"O Senhor abençoou a casa do egípcio por amor de José" (versículo 5). Uma segunda lição a ser aprendida é que até mesmo aqueles que estão fora do Senhor podem ser abençoados simplesmente por terem algum contato com aquele que está no Senhor. O trabalhador eficiente e bem apessoado pode ser instrumento útil para levar muitos a Cristo. A esposa crente que é casada com um descrente pode ter uma profunda influência para sempre sobre seu esposo (1 Pe 3:1-2). Os cristãos orarão freqüentemente por não cristãos, até mesmo por inimigos. A influência de quem está no Senhor transcende o círculo somente de cristãos.
José era "formoso de porte e de aparência" (versículo 6). Uma terceira lição é que traços que o mundo estima podem tornar-se pedras de tropeço para aqueles que os possuem. Por exemplo, um jovem e bem apessoado zagueiro que está convencido de que é uma dádiva de Deus à humanidade, ou a moça bonita que se considera superior a outros tem uma visão confusa de prioridades. É óbvio, pelo texto, que José não permitiu que sua boa aparência fizesse-o tropeçar. Se você é uma pessoa que foi abençoada com uma aparência atraente, dê graças a Deus por ela mas não tropece por causa dela. Permaneça sempre humilde como nosso Senhor foi humilde.
José perguntou, piedosamente, "...como, pois, cometeria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus?" (versículo 9). Um desserviço a um companheiro é, antes de tudo, um desserviço a Deus. Quando Natã expôs o pecado de Davi com Bate-Seba, a resposta do rei foi: "Pequei contra o Senhor" (2 Samuel 12:13). Mais tarde, quando Davi estava recordando seu terrível feito, ele falou para Deus: "Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos" (Sl 51:4). O pecado de Davi não afetou outros? Certamente que sim, de vários modos, mas ele afirmou que, com maior importância, ele tinha pecado contra seu Deus. Quando o filho pródigo recobrou finalmente seus sentidos, ele fez um voto "Levantar-me-ei e irei ter com meu pai e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti" (Lc 15:18). Observe a ordem na qual "céu" e "diante de ti" aparecem. Que importante lição a ser recordada! Quando pecamos contra nosso companheiro, primeiro fazemos um desserviço a Deus.
Há, ainda, outra lição a ser colhida. O registro inspirado informa ao leitor que a esposa de Potifar instigou José não uma só vez, mas antes "todos os dias" (versículo 10). Isto significa que ela tentou seduzi-lo tanto quando ele estava fraco como quando ele estava forte. Algumas das mais fortes tentações da vida são aquelas que ocorrem "todos os dias". Para quem está fazendo dieta, não é tanto uma única refeição farta que o "arruína," como são as tentações de todos os dias para apenas mais um bocado. Não admira que a organização dos Alcoólicos Anônimos lute para convencer os alcoólatras em recuperação a que vivam um dia de cada vez; se eles podem passar um dia sem uma bebida, isso é um grande sucesso!
Finalmente, a resposta de José à tentação de sua tentadora de impor-se a ele é impressionante. Uma palavra descreve a resposta: "fugiu" (versículo 12). José tinha uma escolha: ele poderia ficar e tentar justificar-se (pois afinal eram os atos dela e ele não tinha escolha) ou poderia fugir. Tem-se que desejar aceitar as conseqüências de seus próprios atos. Nunca se pode dizer "Ele (ou ela) me obrigou a fazer isto". Ele pode ter contribuído com a tentação mas ele não o forçou a fazer nada.



Em breve estaremos de volta dando sequência a esta série de mensagens sobre José quando falaremos sobre "José intérprete de sonhos".


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