domingo, 12 de setembro de 2021

Série os Patriarcas josé- 8. José planeja reter Benjamim

 





Por Jânio Santos de Oliveira


 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena


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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!

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Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no Livro do Gênesis 44.1-34 Que nos diz:


1 E deu ordem ao que estava sobre a sua casa, dizendo: Enche de mantimento os sacos destes homens, quanto puderem levar, e põe o dinheiro de cada um na boca do seu saco.
2 E o meu copo, o copo de prata, porás na boca do saco do mais novo, com o dinheiro do seu trigo. E fez conforme a palavra que José tinha dito.
3 Vinda a luz da manhã, despediram-se estes homens, eles com os seus jumentos.
4 Saindo eles da cidade, e não se havendo ainda distanciado, disse José ao que estava sobre a sua casa: Levanta-te, e persegue aqueles homens; e, alcançando-os, lhes dirás: Por que pagastes mal por bem?
5 Não é este o copo em que bebe meu senhor e pelo qual bem adivinha? Procedestes mal no que fizestes.
6 E alcançou-os, e falou-lhes as mesmas palavras.
7 E eles disseram-lhe: Por que diz meu senhor tais palavras? Longe estejam teus servos de fazerem semelhante coisa.
8 Eis que o dinheiro, que temos achado nas bocas dos nossos sacos, te tornamos a trazer desde a terra de Canaã; como, pois, furtaríamos da casa do teu senhor prata ou ouro?
9 Aquele, com quem de teus servos for achado, morra; e ainda nós seremos escravos do meu senhor.
10 E ele disse: Ora seja também assim conforme as vossas palavras; aquele com quem se achar será meu escravo, porém vós sereis desculpados.
11 E eles apressaram-se e cada um pôs em terra o seu saco, e cada um abriu o seu saco.
12 E buscou, começando do maior, e acabando no mais novo; e achou-se o copo no saco de Benjamim.
13 Então rasgaram as suas vestes, e carregou cada um o seu jumento, e tornaram à cidade.
14 E veio Judá com os seus irmãos à casa de José, porque ele ainda estava ali; e prostraram-se diante dele em terra.
15 E disse-lhes José: Que é isto que fizestes? Não sabeis vós que um homem como eu pode, muito bem, adivinhar?
16 Então disse Judá: Que diremos a meu senhor? Que falaremos? E como nos justificaremos? Achou Deus a iniqüidade de teus servos; eis que somos escravos de meu senhor, tanto nós como aquele em cuja mão foi achado o copo.
17 Mas ele disse: Longe de mim que eu tal faça; o homem em cuja mão o copo foi achado, esse será meu servo; porém vós, subi em paz para vosso pai.
18 Então Judá se chegou a ele, e disse: Ai! senhor meu, deixa, peço-te, o teu servo dizer uma palavra aos ouvidos de meu senhor, e não se acenda a tua ira contra o teu servo; porque tu és como Faraó.
19 Meu senhor perguntou a seus servos, dizendo: Tendes vós pai, ou irmão?
20 E dissemos a meu senhor: Temos um velho pai, e um filho da sua velhice, o mais novo, cujo irmão é morto; e só ele ficou de sua mãe, e seu pai o ama.
21 Então tu disseste a teus servos: Trazei-mo a mim, e porei os meus olhos sobre ele.
22 E nós dissemos a meu senhor: Aquele moço não poderá deixar a seu pai; se deixar a seu pai, este morrerá.
23 Então tu disseste a teus servos: Se vosso irmão mais novo não descer convosco, nunca mais vereis a minha face.
24 E aconteceu que, subindo nós a teu servo meu pai, e contando-lhe as palavras de meu senhor,
25 Disse nosso pai: Voltai, comprai-nos um pouco de mantimento.
26 E nós dissemos: Não poderemos descer; mas, se nosso irmão menor for conosco, desceremos; pois não poderemos ver a face do homem se este nosso irmão menor não estiver conosco.
27 Então disse-nos teu servo, meu pai: Vós sabeis que minha mulher me deu dois filhos;
28 E um ausentou-se de mim, e eu disse: Certamente foi despedaçado, e não o tenho visto até agora;
29 Se agora também tirardes a este da minha face, e lhe acontecer algum desastre, fareis descer as minhas cãs com aflição à sepultura.
30 Agora, pois, indo eu a teu servo, meu pai, e o moço não indo conosco, como a sua alma está ligada com a alma dele,
31 Acontecerá que, vendo ele que o moço ali não está, morrerá; e teus servos farão descer as cãs de teu servo, nosso pai, com tristeza à sepultura.
32 Porque teu servo se deu por fiador por este moço para com meu pai, dizendo: Se eu o não tornar para ti, serei culpado para com meu pai por todos os dias.
33 Agora, pois, fique teu servo em lugar deste moço por escravo de meu senhor, e que suba o moço com os seus irmãos.
34 Porque, como subirei eu a meu pai, se o moço não for comigo? para que não veja eu o mal que sobrevirá a meu pai.





Estamos de volta dando sequência a uma série de conferências sobre os Patriarcas; Já  falamos sobre Abraão; Isaque e Jacó; agora estamos no quarto e último personagem analisado entre os Patriarcas. Neste seguimento vamos falar de José do Egito filho de Jacó por parte de Raquel.



Já falamos sobre:




  •  A sua biografia;
  •   Os seus sonhos;
  •   A sua ida ao Egito;
  • O intérprete de sonhos;
  • Do cárcere para o palácio;
  • Os filhos de Jacó descem ao Egito
  • José prova os seus irmãos.




    Agora falaremos sobre " José planeja reter Benjamim".









    I. Análise preliminar do texto.


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    A Conversão de Judá. 44:1-34.


     José ainda tinha um teste final para seus irmãos, pelo qual calculava estabelecer um quadro perfeito do intimo dos seus corações.



    José ainda não havia terminado com os irmãos. Já estava satisfeito por demonstrarem que diziam a verdade sobre a família em Canaã. Foram honestos com relação ao dinheiro colocado nos sacos de mantimento. Jacó confiou Benjamim aos cuidados deles e ele chegou com segurança. A extensão de tempo entre as viagens deve lhe ter sugerido que Jacó deixou Benjamim ir de má vontade. José queria testar a extensão da probidade dos irmãos em relação ao irmão. Queria ver se abandonariam Benjamim, como fizeram com ele há tanto tempo.
    Para obter esta informação, instruiu o administrador de sua casa 
    (1) a recolocar o dinheiro nos sacos pela segunda vez. Mas devia esconder no saco de Benjamim o copo de prata 

    (2) de José, de seu uso. Depois que a caravana partiu, enviou o administrador para acusá-los de roubar o copo 

    (4). Ele bem adivinha 

    (5) significa que prediz eventos futuros ou descobre conhecimento oculto.
    Como ocorreu com Jacó diante de Labão (31.32), os irmãos negaram com veemência a acusação de roubo e afirmaram com audácia que quem fez tal coisa deveria morrer 

    (9). Além disso, disseram que de boa vontade todos se tornariam escravos. Para assombro e desapontamento dos irmãos, o copo foi encontrado no saco de Benjamim (12).
    1-5. Ordenou a seu mordomo que preparasse os sacos com os cereais como antes e que pusesse o seu copo de prata no saco que Benjamim carregaria. Põe o dinheiro de cada um na boca do saco. O meu copo de prata pô-lo-ás na boca do saco do mais novo. O copo era “um copo de adivinhações” (V. 5), uma propriedade de estimação, usada para a recepção de oráculos ou visões do futuro. Primeiro, colocavam água nele. Depois, pequenos fragmentos de ouro, prata ou pedras preciosas eram jogados dentro da água. Quando a água era levemente agitada, os fragmentos formavam um “quadro” ou desenho. Utilizadores peritos do expediente diziam-se capazes de adivinhar o desconhecido. Era um tipo de magia chamada “hidromancia”.
    6-13. José mandou prender seus irmãos quando estavam de partida pata Canaã.Protestaram sua inocência e prontamente aceitaram a decisão que o culpado permanecesse no Egito como escravo por toda a vida. Para seu espanto, o copo foi encontrado no saco de Benjamim! Diante de José ficaram sem fala de tanto medo e desespero. O que poderia qualquer deles fazer? Rúben, Benjamim e os demais ficaram em silêncio.


    Acusação e o Apelo (44.14-34)

     Então Judá falou por si mesmo e pelos seus irmãos em um dos mais sublimes pronunciamentos da literatura. Não se desculpou, não negou, mas simplesmente rogou ao poderoso oficial egípcio pela vida e liberdade de Benjamim. Este foi mais completo exemplo de eloqüência genuína e natural que foi conservado em qualquer língua. O espírito de auto-sacrifício, coisa tão estranha a Judá, surgiu com rara beleza. Judá francamente confessou seus próprios pecados e os pecados de seus irmãos. Na realidade, não tinham roubado o dinheiro nem o copo, mas tinham cometido o feio pecado de venderem seu irmão como escravo. Causaram a José e a seu pai indizível dor e angústia. Ao se referir ao sofrimento de seu pai, Judá revelou-se como alguém que agora estava profundamente cônscio dos valores e relacionamentos sagrados.
    A boa-vontade do irmão mais velho de se tornar um substituto de Benjamim destaca-o como uma grande alma. Ofereceu-se como servo de José, e rogou que Benjamim e seus demais irmãos pudessem ser enviados de volta ao lar para alegria do coração do velho pai. Este foi o clímax da conduta divina com Judá. O Senhor criara nele um campeão espiritual para representá-lo no desenrolar do plano divino.



    Os irmãos ficaram completamente alucinados pelo desenrolar dos acontecimentos e prostraram-se diante de José em terra (14). Não sabeis vós que tal homem como eu bem adivinha? (15). Em profunda agonia, totalmente incapazes de se defender, disseram:Achou Deus a iniquidade de teus servos (16). Parece que José cedeu um pouco, pois propôs deixá-los ir em liberdade. Benjamim, porém, teria de ficar como escravo. Superficialmente, parecia um gesto misericordioso, pois lhes dava a oportunidade de irem embora sem acusação ou punição.
    Mas Judá (18) não podia ir embora sem o irmão Benjamim. Chegando-se ao oficial egípcio, derramou sua alma num apelo que é uma obra-prima da literatura.
    Primeiramente, Judá revisou o caso até aquele momento. Lembrou que o funcionário egípcio havia perguntado pela sua família, descobrindo que o mais novo era muito querido do pai e, depois, tinha exigido que ele fosse trazido para o Egito. Embora lhe causasse grande sofrimento, tinham falado ao pai (24) acerca da exigência. Judá se deteve habilmente na ternura do pai que havia perdido o filho que lhe era mais afetuosamente amado e se opôs a deixar ir o outro filho da esposa amada, também por temer sua perda. Ressaltou as palavras de Jacó: Se... lhe acontecer algum desastre, fareis descer as minhas cãs com dor à sepultura (29). As palavras tinham o desíg­nio de causar o maior impacto emocional possível no homem diante dele. Em seguida, Judá enfatizou que ele mesmo se ofereceu como fiador ao pai (32) para levar o rapaz de volta ou ser culpado para sempre. Para provar a seriedade da garantia, Judá se ofereceu para ficar como escravo no lugar de Benjamim, a fim de que este pudesse ir para casa. Seu último ímpeto foi pessoal, pois ir para casa e ver o pai morrer de desgosto seria muito doloroso. Ele preferiria viver como escravo.


    José queria ver se o coração dos seus irmãos havia mudado, então testou o modo como tratavam uns aos outros. Judá. aquele que dera continuidade ao plano para ver der José (37.27), agora tomava o lugar de Benjamim para receber a punição. a fim de que Benjamim pudesse retornar a seu pai. Este ato corajoso convenceu José de que seus irmãos haviam dramaticamente mudado para melhor.

    Para José, a mudança que viu em Judá deve ter lhe surpreendido. Este era o homem que exortou seus irmãos a vender José como escravo, e agora estava disposto a tornar-se escravo para defender Benjamim com a própria vida. Judá, que ajudou a enganar Jacó acerca da morte de José, agora se portava audaciosamente leal a Jacó, mesmo a grande custo pessoal. Ele não ousou assumir uma posição abertamente contra os irmãos quando a trama estava em execução, mas agora se colocava bravamente diante de um homem de grande poder. Anteriormente, a ganância e a paixão lhe governavam a vida, mas agora estava pronto a fazer um sacrifício altíssimo em prol de outro.






    II. Visão panorâmica do texto.



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     Judá se mostra redimido.

    Neste capítulo José testa ao máximo seus irmãos e vai até o limite quando Judá se interpõe entre Benjamim e ele e se oferece para no seu lugar ficar como escravo.
    Tudo estava sendo tramado por José que tinha todos os dados em suas mãos e poderia fazer o seu jogo como quisesse e fez. Ele conhecia seus irmãos, mas não sabia como eles eram depois de tanto tempo e se mudaram ou não seu jeito de ser.
    Quando eles venderam José, eles não tinham qualquer escrúpulo e mesmo quiseram matá-lo, mas foram impedidos por Ruben que propôs que José fosse parar numa cova para depois de um tempo tirá-lo de lá e voltar com o menino para seu pai.
    Seus irmãos aproveitando uma saída de Ruben e tendo surgido um grupo de ismaelitas de Gileade resolvem vender José e com isso lucrar até algum dinheiro. Ao pai Jacó inventariam uma mentira e sustentariam isso para sempre. Se fossem os mesmos de antes, não estaria nem ai para a vida de Benjamim e logo eles quereriam mesmo é a liberdade deles que agora estava ameaçada.
    No entanto, para surpresa de José e dos leitores, os homens tinham mudado e agora se importavam com o pai e com Benjamin. Judá logo toma a iniciativa e sai na defesa de sua tese diante do poderoso homem do Egito correndo o risco de se dar muito mal em tudo isso.
    Ele logo fala que se tratava de castigo divino e que o pecado deles tinha sido descoberto e que Deus os estava punindo pelo que fizeram a José antigamente. Quando devemos algo à nossa consciência, qualquer ventinho nos faz lembrar de nossas culpas e passamos a temer.
    Judá se põe como tutor de seu irmão e faz defesa de seu pai, de seu irmão e se põe no lugar deles para se tiver que pagar algo, ele pagaria. Jesus Cristo realmente morreu em nosso lugar porque a culpa que estava sobre nós caiu sobre ele.

    De Judá é que veio a semente messiânica que iria gerar o Messias escolhido por Deus. E era de Judá que estava brotando a defesa de Benjamim e de seu pai e de seus irmãos. José deve ter ficado encafifado com tudo aquilo e deve ter se lembrado dos tempos antigos quando o mesmo Judá junto com seus irmãos queriam matá-lo.
    Na verdade a ideia dos irmãos era de matá-lo mas a ideia de Judá era de vendê-lo, não sabemos se assim desejou para preservar a vida de José ou porque não estava nem ai e queria além de tudo ganhar um dinheiro com isso.
    Ruben que a princípio tinha defendido José acabou cedendo e concordou com a maldade de seus irmãos. Ele não teve a participação direta na sua venda, mas sua concordância o tornava cúmplice de todo aquele plano maligno.
    Não podemos, amados, por temor ao Senhor nos compactuarmos com o mal e lavarmos nossas mãos diante de ações criminosas sob o risco de também sermos praticantes.


    Na matéria anterior vimos que ao retornarem à terra, os irmãos relataram tudo a Jacó e lhe rogaram que entregassem Benjamim. Jacó resistiu muito e não aceitou que seu filho acompanhasse os irmãos. Até que Rubens interveio:
    – Se Benjamim não retornar, mata os meus dois filhos. Eu farei Benjamim voltar.

    Mais tarde Judá também se comprometeu em devolver Benjamim vivo a seu pai.

    Assim Jacó com muita tristeza entregou o filho para acompanhar seus irmãos.

    Agora vamos verificar a maneira como José prova os seus irmãos e traça uma estratégia visando reter os seu irmão Benjamin consigo. Veja:



    III.Os irmãos de José descem ao Egito pela segunda vez.

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     Forçado pelas Circunstâncias, Jacó Consente na Ida de Benjamim, Garantido pela Vida de Judá – 43:1-14

    A fome se tornava cada vez mais terrível na terra e, depois de esgotado o suprimento trazido da primeira vez, Jacó pediu que voltassem para trazer mais. Podemos imaginar o formidável suprimento que tinham trazido, porque Jacó e sua família faziam o número de 70 pessoas, afora os muitos servos, e todos tinham comido, talvez, por dois meses. Ao mesmo tempo era rico. Senão, como poderia comprar mantimento para tanta gente e ainda prometer pagar dobrado, quando o dinheiro foi encontrado nos sacos? Judá disse que absolutamente eles não poderiam ver o rosto do homem da terra sem que levassem o filho mais novo. Assim, tinha dito o governador. Jacó maldiz-se e acusa os filhos de terem contado que tinham outro irmão. Mas o momento não admitia indecisões, eles tinham de ir ou então perecer, e isto José bem sabia. Judá oferece-se como garantia da vida de Benjamim, dizendo que, se não tivesse sido a demora, já podiam estar de volta a segunda vez.
    Jacó resolve consentir na ida do filho amado e pede que levem alguns frutos da terra e algumas especiarias e quantidade dobrada de dinheiro, para pagar o trigo da primeira viagem. Embora não tivessem colheitas, não estava a terra de todo desolada. Encomendou-os à graça de DEUS e conformou-se com o que pudesse acontecer quanto a Benjamim. De Hebrom, onde moravam, a Zoã, onde José habitava, era viagem de pelo menos duas semanas, pelo que inferimos que devia haver ainda em casa algum resto da primeira compra.

    Outra Triste Surpresa para os Filhos de Jacó – vv. 15-25
    Munidos dos presentes para José, retornaram ao Egito os filhos de Jacó, para de lá trazerem nova remessa de trigo. À vista da presença de Benjamim, deu José ordem ao seu copeiro-mor, que preparasse o banquete, para jantar com seus irmãos. Contra os costumes egípcios, mandou matar reses, dando-nos, assim, uma pálida idéia do que foi o banquete. Os egípcios consideravam sagrados os animais e até lhes prestavam culto. Aos irmãos, mandou levá-los para casa.Não sabendo do que se tratava, começaram a apresentar desculpas sobre o dinheiro que tinham encontrado nos sacos, pensando que iam ser chamados a contas por aquele fato. O criado procurou
    consolá-los o melhor que pode, afirmando que o DEUS deles e de seus pais lhes tinha dado tesouros escondidos. Para um gentio era coisa natural falar deste modo, ironicamente, porque DEUS não era por ele conhecido, nem nada significava para ele. Foi, sem dúvida, uma hora de perplexidade para aqueles homens. Com um grande número de coisas na consciência, umas acusando, outras absolvendo, mas todas elas apontando para o crime da venda do irmão, o que já se tinha constituído um espantalho em suas vidas, pensavam que todos estes transes eram lógicas conseqüências do seu feito. O consolo do despenseiro de pouco lhes serviria diante de tantas apreensões.

    O Jantar de José e Seus Irmãos – vv. 26-34
    A esperança dos homens estava no presente que iam fazer ao homem da terra. Esses presentes tinham maiores proporções do que somos capazes de crer. Talvez alguns camelos carregados de especiarias e
    frutos. Logo que José apareceu, perguntou-lhes pelo pai, e pondo os olhos no seu irmão Benjamim teve de retirar-se para não chorar diante dos outros. Entrou no seu apartamento e chorou. Recompondo-se ou dissimulando a emoção, mandou pôr o jantar à parte para os irmãos, por não ser permitido a um egípcio comer com outra gente, e mandou assentá-los à mesa na ordem de suas idades, dobrando o prato de Benjamim cinco vezes mais do que o dos outros. Todos estes detalhes deveriam ter produzido séria impressão e estupefação. Ele mesmo serviu de copeiro, repartindo a porção de cada um, no que se maravilharam, mas nada compreendendo.
    Foram momentos de relativa consolação para aqueles homens acossados pela consciência, mas que duraram pouco. Acabado o jantar, deu José ordem ao despenseiro para encher os sacos para os filhos de Jacó e despedi-los, ordenando que botasse no saco de cada um o dinheiro, e no de Benjamim o seu copo de prata. Tudo isto foi feito sem os irmãos saberem. O copo era parte importante da etiqueta egípcia: servia tanto para uso da mesa, como para fins de magia: punham dentro dele pedras preciosas, ouro, prata e depois o enchiam d’água e, conforme as figuras que se desenhassem dentro do copo, tirava-se a conclusão acerca dos acontecimentos futuros.
    Há ainda hoje um costume no Brasil que bem se parece com ele: o de, na noite de São João, botar a clara de um ovo num copo d’água e descobrir as figuras que se formam e daí pressagiar o futuro do ano.
    Logo que amanheceu, puseram-se os homens a caminho para Hebrom, radiantes de alegria por tudo ter saído tão admiravelmente. Mas, mal tinham saído das portas da cidade, quando foram alcançados pelo servo de José e acusados de roubo. Surpresos e ao mesmo tempo confiantes de que a acusação fosse improcedente, não trepidaram em dar a vida do que fosse encontrado criminoso, ficando os outros mesmos como escravos. O despenseiro aceitou a proposta, e, sem detença, abriu cada um seu saco, até que foi aberto o de Benjamim, e eis que lá estava a taça de prata. Seu pecado os tinha afinal apanhado, pensaram, e, rasgando seus vestidos, tristes até a morte, por tão grande fatalidade, voltaram à cidade.
    José os estava esperando. Logo que o viram jogaram-se a seus pés, em desesperada aflição. Repreendeu-os. Em resposta disseram que sua iniquidade tinha sido descoberta e ofereceram-se para ficar por servos. Judá tomou a palavra e disse que nada podiam dizer. De que serviria apresentar desculpas, quando a falta estava à vista? Terrível situação! De um lado, a consciência da inocência, do outro, a lembrança do velho pai, que esperava ansioso pela volta tão problemática do filho querido. Hora aflitiva! No meio de tudo isto, só uma coisa era real em suas consciências: a iniquidade que tinham praticado havia 23 anos passados. E isto bastava para atormentá-los. José rejeitou a oferta de todos ficarem como escravos e pediu que ficasse apenas aquele em cujo saco foi encontrado o roubo. Se todos ficassem como escravos, seria mais fácil. Como poderiam eles aparecer diante do pai sem o filho cuja partida tanta relutância causou a Jacó? Judá tomou a palavra e explicou tudo a José, pedindo que o aceitasse em lugar de Benjamim. O propósito de José parece ser averiguar se seus irmãos mantinham para com Benjamim a mesma atitude que tiveram para com ele e, sem dúvida, logo se convenceu de que as experiências dos últimos anos tinham mudado o coração de seus irmãos.
    O discurso de Judá não comporta comentos. Sublime e admirável, cheio de lances emocionais e amorosos, revelando uma alma sincera e tocante, permanecerá por toda a eternidade como uma gema da literatura bíblica, sem superior no gênero. José não pode mais: rendeu-se, convencido de que diante dele não estavam mais aqueles irmãos desumanos, indiferentes às suas súplicas, mas um grupo de penitentes, prontos a remediar a falta, se porventura fosse possível. Deu-se a conhecer, pois, aos irmãos, como recompensa pela transformação que se tinha operado neles.


    IV. O arrependimento e conversão de Judá.


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    “O perdão vai além da justiça humana; é perdoar aquelas coisas que absolutamente não podem ser perdoadas”.



    Os irmãos prostraram-se novamente e ofereceram a José todos os presentes que trouxeram e José mandou que seus servos preparassem um grande banquete para os recebe-los.

    Depois do jantar, José pediu para que seus empregados preparassem as bagagens de seus irmãos, ordenou que fosse colocada uma porção completa de suprimentos e o dinheiro que cada um trouxe. Ordenou ainda que fosse colocada a sua taça de prata pessoal na sacola do irmão mais novo, Benjamim.

    Na manhã seguinte os irmãos partiram e logo depois José mandou que seu servo fosse atrás deles dizendo:

    – “Por que pagastes mal por bem? Não é este o copo em que bebe meu senhor e pelo qual bem adivinha? Procedestes mal no que fizestes“. (Gênesis 44:4-5)

     Os irmãos negaram o ato e reponderam:

     – Como poderíamos roubar a casa do nosso senhor, depois de ter recebido tamanha bondade? Se algum dos seus servos for encontrado com a taça morrerá!

    Cada um deles descarregou o que havia levado e a taça foi encontrada na sacola de Benjamim. Diante disso, todos os irmãos ficaram desesperados e retornaram a cidade.

    Ao chegarem na casa de José, este lhes perguntou:

    – Como vocês tiveram coragem de fazer uma coisa dessas?!

    Judá então se dirigiu a ele dizendo:


    – Deus trouxe a luz os nossos pecados, agora todos nós somos teus escravos!

    – Longe de mim fazer tal coisa, antes só aquele que roubou a taça será escravo.

    Judá continuou:

    – Permita a teu servo que fale ainda uma coisa:

    Meu pai ama muito Benjamim, o menino que roubou a taça. Se ele não voltar conosco meu pai morrerá chorando. Agora, porém, eu peço que permitas que eu fique no lugar do menino, porque não suportarei essa culpa.



    Então disse Judá: Que diremos meu senhor? Que falaremos? e como nos justificaremos? Achou Deus a iniqüidade de teus servos; eis que somos escravos do meu senhor, tanto nós como aquele em cuja mão foi achado o copo.
    José continuou dizendo!
    Mas ele disse: Longe de mim que eu tal faça; o varão em cuja mão o copo foi achado, aquele será o meu servo; porém vós subi em paz.
    Na verdade José queria prova-los se realmente eles tinham realmente mudados.
    Judá entercedendo por Benjamim disse que seu pai já era de idade, se Benjamim não voltasse com eles seu velho pai morreria de desgosto.
    José certamente pensou: estes meus irmãos realmente estão mudados.



    Em breve estaremos de volta dando sequência a esta série de mensagens sobre José quando falaremos sobre "  José se dá a conhecer aos seus irmãos ".

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