domingo, 12 de setembro de 2021

Série os Patriarcas- José - 6. Os irmãos de José descem ao Egito

 




Por Jânio Santos de Oliveira


 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena


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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no Livro do Gênesis 42.1-37 Que nos diz:

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1 Vendo então Jacó que havia mantimento no Egito, disse a seus filhos: Por que estais olhando uns para os outros?
2 Disse mais: Eis que tenho ouvido que há mantimentos no Egito; descei para lá, e comprai-nos dali, para que vivamos e não morramos.
3 Então desceram os dez irmãos de José, para comprarem trigo no Egito.
4 A Benjamim, porém, irmão de José, não enviou Jacó com os seus irmãos, porque dizia: Para que lhe não suceda, porventura, algum desastre.
5 Assim, entre os que iam lá foram os filhos de Israel para comprar, porque havia fome na terra de Canaã.
6 José, pois, era o governador daquela terra; ele vendia a todo o povo da terra; e os irmãos de José chegaram e inclinaram-se a ele, com o rosto em terra.
7 E José, vendo os seus irmãos, conheceu-os; porém mostrou-se estranho para com eles, e falou-lhes asperamente, e disse-lhes: De onde vindes? E eles disseram: Da terra de Canaã, para comprarmos mantimento.
8 José, pois, conheceu os seus irmãos; mas eles não o conheceram.
9 Então José lembrou-se dos sonhos que havia tido deles e disse-lhes: Vós sois espias, e viestes para ver a nudez da terra.
10 E eles lhe disseram: Não, senhor meu; mas teus servos vieram comprar mantimento.
11 Todos nós somos filhos de um mesmo homem; somos homens de retidão; os teus servos não são espias.
12 E ele lhes disse: Não; antes viestes para ver a nudez da terra.
13 E eles disseram: Nós, teus servos, somos doze irmãos, filhos de um homem na terra de Canaã; e eis que o mais novo está com nosso pai hoje; mas um já não existe.
14 Então lhes disse José: Isso é o que vos tenho dito, sois espias;
15 Nisto sereis provados; pela vida de Faraó, não saireis daqui senão quando vosso irmão mais novo vier aqui.
16 Enviai um dentre vós, que traga vosso irmão, mas vós ficareis presos, e vossas palavras sejam provadas, se há verdade convosco; e se não, pela vida de Faraó, vós sois espias.
17 E pô-los juntos, em prisão, três dias.
18 E ao terceiro dia disse-lhes José: Fazei isso, e vivereis; porque eu temo a Deus.
19 Se sois homens de retidão, que fique um de vossos irmãos preso na casa de vossa prisão; e vós ide, levai mantimento para a fome de vossa casa,
20 E trazei-me o vosso irmão mais novo, e serão verificadas vossas palavras, e não morrereis. E eles assim fizeram.
21 Então disseram uns aos outros: Na verdade, somos culpados acerca de nosso irmão, pois vimos a angústia da sua alma, quando nos rogava; nós porém não ouvimos, por isso vem sobre nós esta angústia.
22 E Rúben respondeu-lhes, dizendo: Não vo-lo dizia eu: Não pequeis contra o menino; mas não ouvistes; e vedes aqui, o seu sangue também é requerido.
23 E eles não sabiam que José os entendia, porque havia intérprete entre eles.
24 E retirou-se deles e chorou. Depois tornou a eles, e falou-lhes, e tomou a Simeão dentre eles, e amarrou-o perante os seus olhos.
25 E ordenou José, que enchessem os seus sacos de trigo, e que lhes restituíssem o seu dinheiro a cada um no seu saco, e lhes dessem comida para o caminho; e fizeram-lhes assim.
26 E carregaram o seu trigo sobre os seus jumentos e partiram dali.
27 E, abrindo um deles o seu saco, para dar pasto ao seu jumento na estalagem, viu o seu dinheiro; porque eis que estava na boca do seu saco.
28 E disse a seus irmãos: Devolveram o meu dinheiro, e ei-lo também aqui no saco. Então lhes desfaleceu o coração, e pasmavam, dizendo um ao outro: Que é isto que Deus nos tem feito?
29 E vieram para Jacó, seu pai, na terra de Canaã; e contaram-lhe tudo o que lhes aconteceu, dizendo:
30 O homem, o senhor da terra, falou conosco asperamente, e tratou-nos como espias da terra;
31 Mas dissemos-lhe: Somos homens de retidão; não somos espias;
32 Somos doze irmãos, filhos de nosso pai; um não mais existe, e o mais novo está hoje com nosso pai na terra de Canaã.
33 E aquele homem, o senhor da terra, nos disse: Nisto conhecerei que vós sois homens de retidão; deixai comigo um de vossos irmãos, e tomai para a fome de vossas casas, e parti,
34 E trazei-me vosso irmão mais novo; assim saberei que não sois espias, mas homens de retidão; então vos darei o vosso irmão e negociareis na terra.
35 E aconteceu que, despejando eles os seus sacos, eis que cada um tinha o pacote com seu dinheiro no seu saco; e viram os pacotes com seu dinheiro, eles e seu pai, e temeram.
36 Então Jacó, seu pai, disse-lhes: Tendes-me desfilhado; José já não existe e Simeão não está aqui; agora levareis a Benjamim. Todas estas coisas vieram sobre mim.
37 Mas Rúben falou a seu pai, dizendo: Mata os meus dois filhos, se eu não tornar a trazê-lo para ti; entrega-o em minha mão, e tornarei a trazê-lo.
38 Ele porém disse: Não descerá meu filho convosco; porquanto o seu irmão é morto, e só ele ficou. Se lhe suceder algum desastre no caminho por onde fordes, fareis descer minhas cãs com tristeza à sepultura.




Estamos de volta dando sequência a uma série de conferências sobre os Patriarcas; Já  falamos sobre Abraão; Isaque e Jacó; agora estamos no quarto e último personagem analisado entre os Patriarcas. Neste seguimento vamos falar de José do Egito filho de Jacó por parte de Raquel.


Já falamos sobre:
  •  A sua biografia;
  •   Os seus sonhos.
  •   A sua ida ao Egito.
  • O intérprete de sonhos
  • Do cárcere para o palácio


Agora falaremos sobre "Os filhos de Jacó descem ao Egito ".




I. Análise preliminar do texto.


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(42.1-45.28)

A seca levou a família de Jacó a sair para comprar alimentos fora de Canaã e o único lugar em que havia mantimentos à venda era o Egito. Mas quando os filhos de Jacó foram para o Egito, passaram por inesperadas dificuldades. Por alguma razão, o primeiro-ministro fez acusações logicamente injustas contra eles e exigências que de­safiavam pronta explicação. Mas o primeiro-ministro sabia com quem estava lidando e achava-se determinado a extrair vantagem extrema do fato de os filhos de Jacó não o terem reconhecido.
O caso terminou de modo inesperado e dramático. Foi um fim que convenceu José da mudança interior dos irmãos; surpreendeu-os revelando que o irmão que eles venderam era a autoridade que estava diante deles; e encheu de alegria um oprimido e agoniado pai que ouviu maravilhado que o rapaz que ele julgava morto estava vivo.

Suspeita e Acusação (42.1-28)
Em vista da seca, Jacó censurou os filhos: Por que estais olhando uns para os outros? (1, tradução apoiada por Moffatt). Em consequência disso, dez filhos foram despachados para comprar alimentos no Egito (3). O mais novo ficou em casa, pois Jacó se opunha a deixar Benjamim (4) ir, para que lhe não suceda, porventura, algum desastre.A relutância do pai revela sua lembrança dolorosa do desaparecimento de José e um medo permanente e corrosivo de que os outros mostrassem profundo desafeto pelos filhos de Raquel.
Para comprar mantimentos, eles tinham de obter visto da pessoa encarregada pelo programa, sobretudo se fossem estrangeiros. Imediatamente, José conheceu-os (7) e decidiu mostrar-se estranho para com eles, fazendo um interrogatório hostil. Acusou-os de serem espias (9), mas eles protestaram que eram homens de retidão (11). A nudez da terra (9) fica melhor como “até que ponto a terra é indefesa” (Moffatt; cf.ARA). Consideravam-se honestos, afirmação que deve ter feito José rir consigo mesmo. Visto que José persistia nas acusações, fizeram um relato preciso da situação da família. O fato de Benjamim não estar com eles deu a José a oportunidade de fazer mais pressão. Não impôs vingança, mas se serviu de sua autoridade para prová-los severamente e fazê-los revelar quem realmente eram. Isso é (14) significa “é como já vos disse: sois espiões” .
A acusação de serem espiões tinha a intenção de revelar o verdadeiro propósito de terem ido ao Egito; o encarceramento era para impressioná-los com a amplitude do po­der que ele exercia sobre eles. A ordem de José para que enviassem alguém a buscar Benjamim escondia o intento de descobrir a verdadeira atitude que demonstravam para com seu irmão, o outro filho de Raquel. Pela vida de Faraó (15) é um tipo de juramen­to: “Tão certo quanto vive Faraó” .
Depois de três dias (17), mudou um pouco de tática, pois já havia engendrado novos expedientes para fazer o teste. Chamou-os à sua presença e disse que poderiam ir para casa. Mas um deles tinha de ficar como refém até que o irmão mais novo (20) fosse trazido para o Egito. Este desdobrar dos fatos revelou uma consciência coletiva que os provou e amedrontou. A memória do que fizeram a José ficou mais intensa com o passar dos anos. Não há que duvidar que Rúben (22) se agitou nessa consciência muitas vezes, e agora os lembrava que a justiça estava alcançando-os.
José conversava com eles por meio de intérprete (23), assim não tinham como sa­ber que ele entendia o que falavam na língua materna. Ao ouvir o que diziam foi tomado por tamanha comoção que teve de sair para se refazer, pois não conseguiu conter a emo­ção. Sozinho, chorou (24) provavelmente de alívio e um pouco de alegria pelo fato de a dureza e o ódio terem dado lugar à angústia de alma sobre o pecado que cometeram. A escolha de Simeão como refém pode indicar que ele foi o cabeça da trama contra José.
Sem os irmãos saberem, José deu ordens para que o dinheiro (25) pago pelos man­timentos fosse colocado no saco de cada homem. Na primeira parada a caminho de casa, descobriram o dinheiro quando abriram um saco para alimentar os animais (27). A explicação para esta reviravolta estava além do imaginável, mas com temor suspeita­ram que Deus (28) tinha algo a ver com isso.
Os irmãos tinham um relato estranho para contar ao pai (29). Ao ser informado da exigência do egípcio em ver Benjamim, da prisão de Simeão e do misterioso reembolso do dinheiro, Jacó ficou quase histérico em sua aflição e medo. Responsabilizou os filhos por todos os seus infortúnios, pela perda de José (36), de Simeão e, agora, a ameaçadora perda de Benjamim.
Rúben (37) procurou acalmar os temores de Jacó oferecendo-lhe os seus dois filhoscomo reféns, os quais poderiam ser mortos caso ele não voltasse com Benjamim do Egito. Mas Jacó não se convenceu. Desconfiava intensamente dos filhos mais velhos e se preo­cupava muito pelo único filho que restava de sua amada Raquel. Perder Benjamim leva­ria Jacó a descer com tristeza à sepultura (38).José é agora Governador do Egito, e a fome que ele previu chegou com toda a sua força, se estendendo para além do Egito até a terra de Canaã:



II. Visão panorâmica do texto.


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A historia de Jose nos da muitas lições de vida,uma delas a perseverança.Veja Jose foi vendido pelo seus irmãos,Jose era perseguidos pelo seus irmãos,Jose foi vendido,e trabalhou como escravo.Veja Jose passou muitas provações situações difícil mesmo de lidar,imagina só ele sendo vendido pelo seus irmãos,Jose tava vendo sua vida sem sentido mais,nada acontecia,só coisa ruins,ele foi vendido,ele foi humilhado,ficou trabalhando como escravo por muitos anos.Mais uma coisa importante Jose do Egito tinha fidelidade com Deus,mesmo ele passando provações,ele sabia que Deus estava com ele todo tempo.Seja qual for sua situação,faça como Jose do Egito persevere,ele era fiel a Deus.Deus tem planos em sua vida e na minha,Jose estava crendo que Deus tem algum propósito na vida dele,nada dos planos de Deus é falho,Deus tem os planos dele,Deus faz tudo perfeito,se você ta passando luta persevere lá na frente sua vitória vira.Veja Jose foi vendido humilhado,ele foi rejeitado pelo seus irmãos,veja os próprios irmãos de Jose o vender o,e os que comprado Jose o colocar o para trabalhar como escravo,imagina só ele por vários anos como escravo,imagina só a situação de Jose,ele sendo escravizado por vários anos.Mais Deus tinha uma vitória para Jose.Deus o levantou como Governador do Egito.Veja Jose sendo humilhado perseguido,ele foi vendido,ele tava sem esperança de vida,mais ele confiava que Deus iria tirar ele da aquela situação de vida.Ore seja qual for sua situação ou problemas ore a Deus persevere.Jesus foi tentando no deserto 40 dias e 40 noite,mais ele venceu.Persevere lute Jose venceu.O diabo nos tenta,mais com fé em Jesus vamos vencer amém.Seja vigilante irmãos. Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.
Mateus 4:4. No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.
Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.
Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos

Efésios 6:10-12. Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo”.
(1 Pe 5:8-9)

Marca de verificação grossa preta O plano de Satanás é devorar e destruir almas. Ele sempre está maquinando a quem perseguir para levar à ruína eterna. O nosso claro dever é ser sóbrios, isto é, governar o homem exterior e o interior com as regras da temperança. Vigiemos e suspeitemos do perigo constante deste inimigo espiritual, e evitemos com atenção e diligencia seus desígnios. Sejamos firmes e fortes na fé. O homem não pode lutar em um lamaçal, onde não há um ponto firme para apoiar o seu pé; só a fé fornece um apoio. Ela eleva a alma ao sólido terreno da mais ousada confiança nas promessas, e ali a assegura. A consideração sobre o que outros sofrem é boa para nos animar a suportar a nossa parte em toda a aflição; de qualquer forma ou por qualquer meio que Satanás nos ataque, podemos saber que nossos irmãos têm passado pelo mesmo.
“Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes”. (Ef 6:10-12).Muitos são as aflições do justo,mais o Senhor os livra de todas.Deus te ama.Vive pela fé e tudo em sua vida mudará,mais Deus quer fidelidade ao sua palavra. Mas o justo viverá pela fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.
Hebreus 10:38 aqui fala bem claro povo o justo vive pela fé amém. Bem-aventurado o homem que continuamente teme; mas o que endurece o seu coração cairá no mal.
Provérbios 28:14. Filho meu, não te esqueças da minha lei, e o teu coração guarde os meus mandamentos.
Porque eles aumentarão os teus dias e te acrescentarão anos de vida e paz.
Não te desamparem a benignidade e a fidelidade; ata-as ao teu pescoço; escreve-as na tábua do teu coração.
E acharás graça e bom entendimento aos olhos de Deus e do homem.
Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento.
Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.
Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.
Isto será saúde para o teu âmago, e medula para os teus ossos.


III.  Os irmãos de José vão ao Egito comprar alimentos.


O capítulo 42 de Gênesis é um dos mais dramáticos da Bíblia. José reencontrou seus irmãos depois de muito tempo, quando eles chegaram ao Egito em busca de alimentos.
Nos versos 1 a 4, vemos que a fome atingiu a terra de Canaã, como aconteceu nos dias de Abraão (12.10), e chegou à casa de Israel, pai de José. Podemos agora compreender como os planos de Deus vão se delineando e se tornando cada vez mais claros. Israel, depois de confrontar seus filhos por causa da falta de atitude e passividade deles, mandou-os para o Egito para comprar mantimentos.
Os dez irmãos que venderam José como escravo foram enviados pelo pai ao Egito a fim de comprar comida, senão pereceriam de fome. Era uma situação tremendamente interessante. Aqueles dez rapazes, agora senhores, homens feitos, irmãos de José, deveriam ir até o Egito para comprar alimento, sem saber que teriam de negociar diretamente com José. É interessante percebermos como Deus age, quais são os seus métodos.
O texto do verso 4 destaca que Benjamim não foi com eles, porque Jacó temia que lhe acontecesse alguma coisa: Benjamim, porém, irmão de José, não enviou Jacó na companhia dos irmãos, porque dizia: Para que não lhe suceda, acaso, algum desastre. Será que Israel desconfiava de seus filhos? Tinha provas de que haviam feito mal a José? Não temos como responder a essas questões tendo como base o texto, mas podemos afirmar que, se aos olhos de Israel o crime que cometeram estava encoberto, certamente o caráter que possuíam era bem conhecido pelo pai. Que tristeza quando o próprio pai não confia e até suspeita dos filhos!
Os versos 6 a 8 nos relatam que ao chegarem no Egito, os irmãos de José se prostraram diante daquele que era autoridade máxima do lugar, sem saber de quem se tratava. Facilmente eles foram reconhecidos por José, embora não o reconhecessem. E por que não identificaram logo o irmão? Certamente por algumas razões:
     1.     Depois de passados tantos anos, eles pensavam que José estava morto.
     2.     Eles não estavam ali procurando José; estavam preocupados em comprar alimentos.
     3.     José estava com a barba feita e vestido com trajes egípcios. Para eles, o governador do Egito era um egípcio.
     4.     José deveria ter por volta de 40 anos e estava muito diferente. Eles tinham visto José pela última vez com 17 anos. Ele passou 13 anos entre a casa de Potifar e a prisão. Quando começou sua atividade como governador do Egito tinha 30 anos e naquele momento já havia terminado os sete anos de abundância. Certamente, depois que começaram os anos de seca, passaram-se mais dois ou três anos até que a família de Israel gastasse tudo o que tinha e descesse para comprar mantimento no Egito.
     5.     José falava com os irmãos através um intérprete (v. 23), e logo deixou claro que suspeitava de que eram espiões.
Diante da reverência feita a José, como autoridade egípcia, o texto dos versos 9 a 17 nos relata que José lembrou-se de seus sonhos. E não querendo ser reconhecido, tratou-os rispidamente. Certamente não por vingança, porque por trás daquela atitude exterior dura, havia um caloroso afeto fraternal, pronto a ser revelado. Mas ele sabia que ainda não era o momento certo.
José havia experimentado o bem e o mal, mas tinha certeza que Deus estava com ele. Era o governador do Egito, mas chegou àquela posição depois de percorrer um caminho muito acidentado na sua vida. Altos e baixos foram os aspectos que caracterizaram sua existência até ali. Ela só passou a ser estável quando ele se tornou uma espécie de primeiro ministro de Faraó, após ter interpretado os dois sonhos dele. Foi uma escalada dura e difícil que só pela providência divina pode ser concluída. Deus estava com José, e ele sabia disso!
Mesmo tendo José se casado com uma egípcia, Deus tinha um plano para a sua vida e ainda o abençoou com dois filhos, Manassés e Efraim. Desde aqueles dias não era costume dos judeus se casarem com moças de outras raças. Este princípio ficará claro depois do estabelecimento da Lei. Mas ele teve a bênção do Senhor que o usaria para a concretização de seu plano.
Muitas vezes Deus nos concede suas bênçãos para esquecermos os momentos ruins da vida. Não é que nunca mais nos lembraremos deles. Mas diante de uma nova vida, devemos esquecer as coisas velhas do passado. Para que sofrer de novo com a lembrança de coisas ruins que nos aconteceram? Há muita gente que revive sempre o seu passado ruim a ponto de abrigar na mente e no coração mágoas profundas, neuroses e frustrações. Paulo falou a respeito dessas lembranças em Filipenses 3. 13, 14: Uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. É isso que todo cristão verdadeiro deve fazer. Devemos nos esquecer das coisas desagradáveis ou até das muito agradáveis que para trás ficaram, e prosseguir para o alvo, para o plano soberano de Deus para nossas vidas em Cristo Jesus.
Mas voltando ao texto, podemos concluir que José queria provar, queria testar os irmãos para ver se ainda eram maus, duros e violentos, ou se já tinham mudado. Era um teste muito necessário. José quis despertar reações e disse: Vós sois espiões e viestes para ver os pontos fracos da terra (v. 9). O que diriam ao senhor da terra diante daquelas colocações duras? Nos versos 10 a 17 temos o seguinte relato:


10. Responderam-lhe: Não, senhor meu; mas vieram os teus servos para comprar mantimento.

11. Somos todos filhos de um mesmo homem; somos homens honestos; os teus servos não são espiões.

12. Ele, porém, lhes respondeu: Nada disso; pelo contrário, viestes para ver os pontos fracos da terra.

13. Eles disseram: Nós, teus servos, somos doze irmãos, filhos de um homem na terra de Canaã; o mais novo está hoje com nosso pai, outro já não existe.

14. Então, lhes falou José: É como já vos disse, sois espiões.

15. Nisto sereis provados: pela vida de Faraó, daqui não saireis, sem que primeiro venha o vosso irmão mais novo.

16. Enviai um dentre vós, que traga vosso irmão; vós ficareis detidos para que sejam provadas as vossas palavras, se há verdade no que dizeis; ou se não, pela vida de Faraó, sois espiões.

17. E os meteu juntos em prisão três dias.
Este foi um momento dramático. Os irmãos de José o chamaram de senhor e se colocaram como seus servos. José, aquele que fora vendido como escravo, passou a ser o senhor deles. Estavam dependendo totalmente de José e tornando concreto o sonho de muitos anos atrás. Quando descreveram sua família, chegaram a falar que um já não existia mais, referindo-se ao irmão de 17 anos que fora vendido por eles mesmos como escravo.
Eles imaginavam que José estivesse morto, mas mal sabiam que ele era a pessoa com quem falavam. A divina providência, poderosa e sabiamente havia mudado o rumo dos acontecimentos. Diante daquele a quem queriam matar, agora estavam se prostrando. Ele, José, agora era o todo-poderoso do Egito.
Deus faz coisas assim. Pode transformar aparentes fracassos e derrotas em vitórias e triunfos. Mas, para isso, temos de ter a mesma fé que José teve. Ele saiu da cisterna e seguiu da prisão para o trono. Que possamos aprender com esta história a dependermos mais do nosso Deus, na certeza de que todas as coisas contribuem para o bem daqueles que o amam, que foram chamados segundo o seu propósito.
Primeiramente, José colocou os irmãos à prova, com os três dias de prisão, para conhecer-lhes o caráter. Tinha pedido que um deles voltasse para buscar Benjamim, o irmão mais novo, o caçula da família. Você pode imaginar o que aqueles homens conversaram durante aqueles dias na prisão? Qual era o sentimento deles? Como sairiam daquela situação? Com certeza estavam apavorados. Tinham que pedir ao pai para levarem Benjamim até o Egito. Sabiam que Israel não concordaria de modo algum, uma vez que não tinha deixado Benjamim viajar com eles.
Mas o verso 18 mostra a real atitude de José: Ao terceiro dia, disse-lhes José: Fazei o seguinte e vivereis, pois temo a Deus. Por não querer se vingar, e por temer a Deus, mudou a prova a que tinha submetido os irmãos. Sabendo que esse seria um golpe muito duro para o seu pai, já idoso, mudou o teste e reteve apenas Simeão. Ao invés de ficarem todos presos, apenas um ficaria como refém, enquanto os outros voltariam a Canaã e trariam o irmão mais novo.
Aqueles homens estavam com muito medo. Ficaram se lamentando e, certamente, culpando uns aos outros, mesmo na frente daquela autoridade egípcia. Estavam recebendo a justa paga pelo crime cometido contra José há muitos anos. Rúben, que queria salvar José naquela ocasião, colocou mais culpa ainda sobre todos. Eles nem suspeitavam que José entendia tudo o que falavam, pois se dirigia a eles em egípcio através de um intérprete.
Você pode imaginar o sentimento de José? Ao ouvir aquelas confissões, não se conteve. O verso 24 nos conta que ele saiu da presença deles e chorou, prevendo que seria possível uma futura reconciliação. José os amava ainda e queria ter comunhão com eles. Mas ainda não era o tempo de revelar-se.
Do verso 25 em diante, vemos José ordenando que enchessem de cereais as bagagens dos israelitas e colocassem o dinheiro de volta em cada um dos sacos de alimento. Durante a viagem de volta, quando pararam na estalagem e foram alimentar os animais de carga, perceberam que todo o dinheiro que tinham levado para comprar alimentos estava nos sacos. Ficaram mais apavorados ainda! Como isso tinha acontecido? O que Deus queria através daquela experiência?
O verso 28 nos aponta que, pela primeira vez, aqueles homens reconheceram que a mão de Deus estava no controle daquelas circunstâncias terríveis que agora os afligiam: Desfaleceu-lhes o coração, e, atemorizados, entreolhavam-se, dizendo: Que é isto que Deus nos fez?. Estavam quebrantados, sentiam-se culpados e sabiam que colhiam o que tinham semeado.
O verso 29 nos diz que relataram todo o ocorrido ao pai, Israel, e também narraram a exigência que o senhor da terra lhes tinha feito, sem ainda saber que se tratava de José. Diante desse relato, Israel reagiu e disse: Tendes-me privado de filhos: José já não existe, Simeão não está aqui, e ides levar a Benjamim! Todas estas coisas me sobrevêm (verso 36).
Você percebe a angústia do pai? Embora não fossem filhos exemplares, Israel amava cada um deles. Esse é o amor de um pai por seus filhos. É assim que amamos os nossos filhos? Ou será que nos dedicamos somente àqueles que nos são obedientes e nos alegram o coração? Será que temos o mesmo amor até quando não andam corretamente diante de nós e diante do Senhor? Vale a pena avaliarmos as nossas atitudes para com eles. O Salmo 127.3 nos diz: Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão.
Rúben, no verso 37, propõe que seus dois filhos sejam mortos, se ele não trouxesse Simeão e Benjamim de volta da nova viagem ao Egito. Mas no último verso do texto, Israel se mantém firme e diz que não vai deixar que levem Benjamim: Meu filho não descerá convosco; seu irmão é morto, e ele ficou só; se lhe sucede algum desastre no caminho por onde fordes, fareis descer minhas cãs com tristeza à sepultura (v. 38).
Mesmo diante do compromisso de Rúben, Israel não aceitou aquela proposta absurda. Israel esbravejou e foi veemente! Não deixaria Benjamim partir numa viagem tão longa e tão arriscada como aquela. Ele temia que algo de mal pudesse acontecer ao filho caçula, assim como acontecera a José há mais do que vinte anos. Não! Benjamim não viajaria!
Todos esses acontecimentos faziam parte do plano soberano de Deus, pois Ele estava preparando a ida da família de Israel para o Egito e, a partir dela, formar a sua muito amada nação israelita. Temos que confiar no 
 Senhor mesmo que as circunstâncias sejam difíceis. Temos que confiar na sua soberania!





IV. Deus cegou a visão dos irmãos de José.

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"E começaram a vir os sete anos de fome, como José tinha dito; e havia fome em todas as terras, mas em toda a terra do Egito havia pão".
E tendo toda a terra do Egito fome, clamou o povo a Faraó por pão; e Faraó disse a todos os egípcios: Ide a José; o que ele vos disser, fazei. Havendo, pois, fome sobre toda a terra, abriu José tudo em que havia mantimento, e vendeu aos egípcios; porque a fome prevaleceu na terra do Egito".

"E de todas as terras vinham ao Egito, para comprar de José; porquanto a fome prevaleceu em todas as terras". (Gn 41:54-57).
Procurando por alimento, os irmãos de José viajam ao Egito. E eles chegam ao palácio do homem que está encarregado de fazer a distribuição dos grãos.
“José, pois, era o governador daquela terra; ele vendia a todo o povo da terra; e os irmãos de José chegaram e inclinaram-se a ele, com o rosto em terra.

E José, vendo os seus irmãos, conheceu-os; porém mostrou-se estranho para com eles, e falou-lhes asperamente, e disse-lhes: De onde vindes? E eles disseram: Da terra de Canaã, para comprarmos mantimento. José, pois, conheceu os seus irmãos; mas eles não o conheceram”. (Gn 42:6-8).

José estava bem diferente de quando era mais novo. Há algo muito familiar nesta cena. Estamos de volta ao “mundo” das simulações e das trocas de identidades, que definiram a primeira parte da história de Jacó e seus filhos.
Aqui nós encontramos, um drama vivido várias vezes com algumas variações. Estas cenas são particularmente muito frequentes no livro do Gênesis.
o reencontro de José do Egito e seus irmãosOs Irmãos de José não o Reconhecem e Se Ajoelham Diante Dele.



Não há uma regra comum para interpretarmos uma cena-modelo. Um bom exemplo seria “um-homem-encontra-uma-mulher-próximo-a-um-poço”, um encontro que ocorre três vezes nos cinco primeiros livros de Moisés:

1. Com o servo de Abraão e Rebeca:

“E antes que eu acabasse de falar no meu coração, eis que Rebeca saía com o seu cântaro sobre o seu ombro, desceu à fonte e tirou água; e eu lhe disse: Peço-te, dá-me de beber”( Gn 24:45)

2. Com Jacó e Raquel:

“E aconteceu que, vendo Jacó a Raquel, filha de Labão, irmão de sua mãe, e as ovelhas de Labão, irmão de sua mãe, chegou Jacó, e revolveu a pedra de sobre a boca do poço e deu de beber às ovelhas de Labão, irmão de sua mãe” (Gn 29:10).

3. Com Moisés e as filhas de Jetro:

“E o sacerdote de Midiã tinha sete filhas, as quais vieram tirar água, e encheram os bebedouros, para dar de beber ao rebanho de seu pai. Então vieram os pastores, e expulsaram-nas dali; Moisés, porém, levantou-se e defendeu-as, e deu de beber ao rebanho”( Êx 2:16-17).
O local na verdade não é tão importante nesses encontros, poços era o lugar onde estranhos se encontravam naqueles dias, da mesma forma como atualmente pessoas se encontram quando vão tomar água de um bebedouro em uma faculdade com milhares de alunos.
O que precisamos entender aqui é que nestes episódios citados há suas variações: O ativismo de Rebeca, a amostra da força de Jacó, e a busca de Moisés por justiça.
Ou seja, essa cena-modelo, que envolve encontros próximos a um poço, é na verdade um teste sobre o caráter desses personagens, mostrando como é o tratamento que eles dão às pessoas que eles não conhecem, quando as encontram pela primeira vez.
E no caso do reencontro entre José e seus irmãos, se quisermos entender o significado deste acontecimento, então teremos que primeiro entender a mensagem que três outras cenas de encontros trazem no livro do Gênesis.
A primeira cena-modelo acontece na tenda de Isaque. Ele está velho e cego. Ele manda que seu filho mais velho vá caçar e preparar uma refeição “para que minha alma te abençoe, antes que morra”. (Gn 27:4).
Mais cedo do que imaginava, Isaque ouve alguém adentrando sua tenda. “Quem és tu meu filho?” – ele pergunta. “Eu sou Esaú, teu primogênito.” – a voz responde. Isaque pensa que era Esaú, mas era um dissimulado Jacó em seu disfarce.
Na segunda cena, Jacó tinha fugido para a casa de seu tio Labão. Ao chegar, ele se depara com Raquel, e se apaixona por ela. E se oferece a trabalhar por sete anos para poder se casar com ela. E “assim serviu Jacó sete anos por Raquel; e estes lhe pareceram como poucos dias, pelo muito que a amava”. (Gn 29:20).
O dia do casamento se aproximava cada vez mais. Labão, pai de Raquel prepara uma festa de celebração pelo casamento de sua filha. A noiva entra na tenda de Jacó, que depois de longos anos de espera, ao menos tinha se casado com o amor de sua vida.
Mas quando amanhece o dia, Jacó descobre que tinha sido vítima de engano. Não era Raquel, era Lea disfarçada de sua irmã mais nova.
José do Egito com a aparência de um príncipe José do Egito Não Parecia Mais Ser Um Pastor de Ovelhas Hebreu.



Na terceira cena Judá está casado com uma mulher Cananéia e tem três filhos. O primogênito se casa com uma mulher do local onde habitava, chamada Tamar. Mas Ele morre misteriosamente, ainda muito jovem, deixando sua esposa sem filhos.
Seguindo a Lei do levirato, que já era um costume tribal mesmo antes da Lei de Moisés, Judá dá em casamento o seu segundo filho a Tamar para manter viva a descendência de seu falecido primogênito.
Mas Onan, “porém, soube que esta descendência não havia de ser para ele; e aconteceu que, quando possuía a mulher de seu irmão, derramava o sêmen na terra, para não dar descendência a seu irmão”. (Gn 38:9). E ele também morre muito jovem.
Por isso Judá fica temeroso de dar a Tamar o seu terceiro filho, deixando-a, conforme o costume (uma versão pré-Mosaica da lei), uma viúva presa e limitada a se casar apenas com o filho de Judá, que por sua vez alegava ser seu filho ainda muito jovem. Isso fazia com que Tamar não pudesse se casar com mais ninguém.
Os anos se passam. A esposa de Judá morre. E ele voltando da tosquia de suas ovelhas, vê à beira do caminho uma prostituta com o rosto coberto por um véu. Ele pede para dormir com ela, oferecendo como pagamento um cabrito de seu rebanho. Mas ela pede por seu selo, seu cordão e seu cajado como penhor, por segurança em caso de não vir a ser paga.
No dia seguinte ele envia um amigo para entregar o cabrito como pagamento, mas ele não encontra a prostituta, e nenhum morador daquela localidade jamais havia sabido de alguma prostituta que habitasse ali.
Três meses depois Judá ouve que sua nora estava grávida. E ele fica furioso. Tamar estava presa, pela lei do levirato, prometida a seu filho mais novo chamado Selá.
Ela não tinha permissão a ter relações com mais ninguém. Assim, ela era culpada do crime de adultério, “Tirai-a fora para que seja queimada”. (Gn 38:24).
Tamar é trazida para ser morta, mas ela tem um último desejo, ela pede que seja levado a Judá o selo, o cordão e o cajado, “Do homem de quem são estas coisas eu concebi”.( Gn 38:25).


Judá entende imediatamente. Tamar, que não podia se casar com outro homem, a não ser o filho de Judá (que também não era dado à ela por causa do temor de Judá em perder outro filho), para que pudesse ter um filho que honrasse a memória de seu primeiro marido falecido, engana o seu sogro, fazendo-o cumprir o dever que Selá, seu caçula, deveria ter feito.
“Mais justa é ela do que eu, porquanto não a tenho dado a Selá meu filho. E nunca mais a conheceu”. (Gn 38:26).

Judá pensou que havia tido relações com uma prostituta, mas era a sua nora Tamar em seu disfarce.
É desta perspectiva que o reencontro de José com seus irmãos deve ser entendido. O homem para quem seus irmãos se inclinam, não tem nenhuma aparência de um pastor de ovelhas hebreu.
Ele fala a língua egípcia. Ele está vestido com as roupas de um Governador Egípcio. Ele é chamado de Zafenate – Panéia, um nome Egípcio. E seus irmãos pensam que estão diante de um príncipe Egípcio, mas na verdade ele é José – seu irmão – em seu "disfarce Egípcio".
São quatro cenas-modelo, quatro disfarces, quatro falhas em ver o que há por detrás das máscaras desses personagens concebidos pelas mais diversas razões. Teriam eles todos algo em comum? Sim, pois é somente quando não são reconhecidos é que Jacó, Lea e Tamar podem ser “reconhecidos”.
É somente quando Jacó, Lea e Tamar não são reconhecidos é que eles são levados a sério, respeitados e atendidos. Isaque ama Esaú e não Jacó. Jacó ama Raquel e não Lea. Judá pensa em seu filho mais novo, e não na situação de Tamar. José é odiado por seus irmãos.
Somente quando eles aparentam ser alguém que eles não são é que eles conseguem obter o que eles buscam – para Jacó, a benção de seu pai; para Lea, um marido; para Tamar, um filho; e para José a atenção genuína e não violenta de seus irmãos.
A situação desses quatro personagens pode ser resumida em uma única e marcante frase: “José, pois, conheceu os seus irmãos; mas eles não o conheceram” (Gn 42:8).

E todos esses disfarces funcionaram? Sim, por um curto período de tempo. Mas não por um longo período: Jacó passa por um grande sofrimento por ter roubado a benção de Esaú.
Lea, embora tenha se casado com Jacó, nunca ganha o seu amor. Tamar tem um filho, porém Judá nunca mais teve intimidades com ela, “E nunca mais a conheceu” Gn 38:26.
E com José, seus irmãos não mais o odeiam, porém, agora eles tem medo dele. Mesmo após José reafirmar que não guardava nenhuma mágoa deles, eles ainda pensam que ele se vingaria, depois que Jacó morresse.
Mas felizmente Jacó, Lea, Tamar e José aprendem que embora eles nunca consigam a afeição e o carinho daqueles de quem tanto buscavam, Deus está com eles, e isto é a fonte de seu conforto.
Um disfarce é um ato de se esconder – dos outros ou talvez de si mesmo. Mas de Deus nós não podemos e nem precisamos nos esconder. “porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração”.( 1 Sm 16:7).
Deus conhece os nossos pensamentos, e ouve o nosso choro, e responde até mesmo aquelas orações que não temos forças para verbalizar. Ele é atencioso com aqueles que são desprezados, o socorro bem presente na hora da angústia.
Ninguém precisa de disfarces, nem de máscaras quando na presença de Deus, para alcançar o seu verdadeiro valor.



V. Veja o que podemos aprender com os principais fatos da vida de José.

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1- Ódio, ciúme e inveja são sentimentos destrutivos

Lemos em Gênesis: “Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos eles, odiaram-no, e não podiam falar com ele pacificamente.” (Gn 37:4). Lemos também que “seus irmãos  o invejavam.” (v.11).

Movidos por esses sentimentos destrutivos, os meios-irmãos de José “conspiraram contra ele para o matarem.” (v.18). Mas Rúben e Judá não queriam sua morte. Seus irmãos decidiram, então, vendê-lo como escravo, sujar sua túnica de sangue de animal e entregá-la a seu pai para que pensasse que ele havia sido devorado por um animal selvagem.

As maiores brigas familiares e, mesmo, crimes passionais são movidos por sentimentos dessa natureza. Ou livramo-nos de tais sentimentos, ou corremos sérios riscos de fazer algo que vai deixar sequelas para sempre.

2. O Senhor está no comando

Em pouco tempo, após chegar ao Egito, José foi vendido a um homem importante chamado Potifar. De escravo, passou a braço direito desse homem. O Senhor protegeu e abençoou José, preparando um caminho cheio de oportunidades para ele mostrar suas habilidades e seu valor.

3. Honestidade, competência e retidão levam à verdadeira prosperidade

José era um jovem competente e íntegro. Por isso, “o SENHOR estava com [ele], e foi homem próspero”. (Gn 39:2). Vendo isso, Potifar “o pôs sobre a sua casa, e entregou na sua mão tudo o que tinha.” (v.4).


Ele foi preso injustamente. “O SENHOR, porém, estava com ele, e estendeu sobre ele a sua benignidade, e deu-lhe graça aos olhos do carcereiro-mor. E o carcereiro-mor entregou na mão de José todos os presos que estavam na casa do cárcere, e ele ordenava tudo o que se fazia ali.” (Gn 39:21-22).

Acabou sendo solto, graças ao dom que Deus lhe deu para interpretar sonhos. Por ter interpretado o sonho do Faraó, sugerindo-lhe ações para prevenir que o Egito sofresse longos anos de fome, recebeu a seguinte proposta do Faraó “Tu estarás sobre a minha casa, e por tua boca se governará todo o meu povo, somente no trono eu serei maior que tu.” (Gn 41:40).

É uma grande lição de como se obtém a verdadeira prosperidade. Enquanto formos trabalhadores dedicados, esforçados, interessados e honestos, dando o melhor de nós naquilo que fizermos, e usando nossos dons e talentos para abençoar as outras pessoas, tenderemos a ter êxito em tudo o que fizermos. E enquanto formos fiéis ao Senhor, estaremos tanto prosperando na terra, quanto juntando tesouros no céu.

4. Fugir do pecado e das tentações

José foi assediado pela mulher de Potifar. Ele não cedeu às suas investidas, mas disse: “como pois faria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus?” (Gn 39:9). Ela não desistiu e continuou o importunando, dia após dia, até que, certo dia, agarrou-o pela roupa e insistiu: “Deita-te comigo” (v.12). Ele literalmente fugiu, deixando suas vestes nas mãos dela.

Lealdade, castidade e retidão eram valores muito importantes para esse jovem homem. Muitas vezes somos tentados a ser desleais com nossos empregadores, com nossos amigos e, mais ainda, com nossos cônjuges. Precisamos ter a mesma determinação de José. Precisamos aprender a resistir às investidas do maligno. O inimigo quer que percamos o que há de mais valioso em nossas vidas: nossa família, nossa pureza sexual, nossos valores morais. Ele vai usar todas as armas de sedução que tem. Precisamos aprender a identificá-las e rejeitá-las imediatamente. Mesmo que para isso precisemos literalmente fugir.

5. O remorso prolongado

Os irmãos de José confessaram: “somos culpados acerca de nosso irmão, pois vimos a angústia da sua alma, quando nos rogava; nós porém não ouvimos, por isso vem sobre nós esta angústia.” (Gn 42:21). Vinte anos depois de terem vendido José como escravo, ainda sentiam remorso pelo mal que haviam praticado.

Se tivessem se arrependido e confessado seu erro diante do seu pai e do Senhor, e tentado resgatar seu irmão, teriam obtido o perdão e, consequentemente, paz para sua alma. Mas preferiram guardar o segredo durante esse tempo todo, o que lhes causou toda essa angústia.

Essa lição serve para nós. O poder curador de Cristo está à nossa disposição para buscarmos o alívio. Quanto mais tempo procrastinarmos o arrependimento, mais prolongado será o nosso sofrimento.

6. O milagre do perdão

Depois de testar se seus irmãos estavam verdadeiramente arrependidos, José revelou-se a eles: “Eu sou José vosso irmão, a quem vendestes para o Egito. Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá”. Mesmo depois de tudo o que fizeram contra ele, José os perdoou sem qualquer reserva.

A despeito do que acontecer, precisamos estar dispostos a perdoar nossos familiares ou quem quer que nos magoe da mesma forma.


7. Entender os desígnios de Deus

José disse: “Deus me enviou adiante de vós, para conservar vossa sucessão na terra, e para guardar-vos em vida por um grande livramento”. Devido ao que aconteceu a José, sua família foi poupada da fome, assim como toda a terra do Egito. (Gn 45:4-8)

Precisamos aprender a identificar as bênçãos disfarçadas de provações.

8. “Todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus”


A história de vida de José nos mostra que ele procurou agir sempre com sabedoria. Fazia as coisas certas pelo motivo certo. José conseguiu transformar todo o infortúnio que passou na vida em algo bom.

Esta aptidão para tornar tudo em algo bom parece ser uma característica divina. Nosso Pai Celestial sempre é capaz de consegui-lo. Qualquer coisa, por mais calamitosa que seja, transforma-se em vitória para o Senhor.  Pessoas como José não podem ser vencidas, porque jamais desistem de lutar.

Em breve estaremos de volta dando sequência a esta série de mensagens sobre José quando falaremos sobre " José prova os seus irmãos  ".



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