quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Série os Patriarcas- Jacó - 9. A 2ª fuga de Jacó

 



Por Jânio Santos de Oliveira


 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena


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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!


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Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no Livro do Gênesis 31.1-55  Que nos diz:



Então ouvia as palavras dos filhos de Labão, que diziam: Jacó tem tomado tudo o que era de nosso pai, e do que era de nosso pai fez ele toda esta glória.
Viu também Jacó o rosto de Labão, e eis que não era para com ele como anteriormente.
E disse o Senhor a Jacó: Torna-te à terra dos teus pais, e à tua parentela, e eu serei contigo.
Então mandou Jacó chamar a Raquel e a Lia ao campo, para junto do seu rebanho,
E disse-lhes: Vejo que o rosto de vosso pai não é para comigo como anteriormente; porém o Deus de meu pai tem estado comigo;
E vós mesmas sabeis que com todo o meu esforço tenho servido a vosso pai;
Mas vosso pai me enganou e mudou o salário dez vezes; porém Deus não lhe permitiu que me fizesse mal.
Quando ele dizia assim: Os salpicados serão o teu salário; então todos os rebanhos davam salpicados. E quando ele dizia assim: Os listrados serão o teu salário, então todos os rebanhos davam listrados.
Assim Deus tirou o gado de vosso pai, e deu-o a mim.
E sucedeu que, ao tempo em que o rebanho concebia, eu levantei os meus olhos e vi em sonhos, e eis que os bodes, que cobriam as ovelhas, eram listrados, salpicados e malhados.
E disse-me o anjo de Deus em sonhos: Jacó! E eu disse: Eis-me aqui.
E disse ele: Levanta agora os teus olhos e vê todos os bodes que cobrem o rebanho, que são listrados, salpicados e malhados; porque tenho visto tudo o que Labão te fez.
Eu sou o Deus de Betel, onde tens ungido uma coluna, onde me fizeste um voto; levanta-te agora, sai-te desta terra e torna-te à terra da tua parentela.
Então responderam Raquel e Lia e disseram-lhe: Há ainda para nós parte ou herança na casa de nosso pai?
Não nos considera ele como estranhas? Pois vendeu-nos, e comeu de todo o nosso dinheiro.
Porque toda a riqueza, que Deus tirou de nosso pai, é nossa e de nossos filhos; agora, pois, faze tudo o que Deus te mandou.
Então se levantou Jacó, pondo os seus filhos e as suas mulheres sobre os camelos;
E levou todo o seu gado, e todos os seus bens, que havia adquirido, o gado que possuía, que alcançara em Padã-Arã, para ir a Isaque, seu pai, à terra de Canaã.
E havendo Labão ido a tosquiar as suas ovelhas, furtou Raquel os ídolos que seu pai tinha.
E Jacó logrou a Labão, o arameu, porque não lhe fez saber que fugia.
E fugiu ele com tudo o que tinha, e levantou-se e passou o rio; e se dirigiu para a montanha de Gileade.
E no terceiro dia foi anunciado a Labão que Jacó tinha fugido.
Então tomou consigo os seus irmãos, e atrás dele seguiu o seu caminho por sete dias; e alcançou-o na montanha de Gileade.
Veio, porém, Deus a Labão, o arameu, em sonhos, de noite, e disse-lhe: Guarda-te, que não fales com Jacó nem bem nem mal.
Alcançou, pois, Labão a Jacó, e armara Jacó a sua tenda naquela montanha; armou também Labão com os seus irmãos a sua, na montanha de Gileade.
Então disse Labão a Jacó: Que fizeste, que me lograste e levaste as minhas filhas como cativas pela espada?
Por que fugiste ocultamente, e lograste-me, e não me fizeste saber, para que eu te enviasse com alegria, e com cânticos, e com tamboril e com harpa?
Também não me permitiste beijar os meus filhos e as minhas filhas. Loucamente agiste, agora, fazendo assim.
Poder havia em minha mão para vos fazer mal, mas o Deus de vosso pai me falou ontem à noite, dizendo: Guarda-te, que não fales com Jacó nem bem nem mal.
E agora se querias ir embora, porquanto tinhas saudades de voltar à casa de teu pai, por que furtaste os meus deuses?
Então respondeu Jacó, e disse a Labão: Porque temia; pois que dizia comigo, se porventura não me arrebatarias as tuas filhas.
Com quem achares os teus deuses, esse não viva; reconhece diante de nossos irmãos o que é teu do que está comigo, e toma-o para ti. Pois Jacó não sabia que Raquel os tinha furtado.
Então entrou Labão na tenda de Jacó, e na tenda de Lia, e na tenda de ambas as servas, e não os achou; e saindo da tenda de Lia, entrou na tenda de Raquel.
Mas tinha tomado Raquel os ídolos e os tinha posto na albarda de um camelo, e assentara-se sobre eles; e apalpou Labão toda a tenda, e não os achou.
E ela disse a seu pai: Não se acenda a ira aos olhos de meu senhor, que não posso levantar-me diante da tua face; porquanto tenho o costume das mulheres. E ele procurou, mas não achou os ídolos.
Então irou-se Jacó e contendeu com Labão; e respondeu Jacó, e disse a Labão: Qual é a minha transgressão? Qual é o meu pecado, que tão furiosamente me tens perseguido?
Havendo apalpado todos os meus móveis, que achaste de todos os móveis de tua casa? Põe-no aqui diante dos meus irmãos e de teus irmãos; e que julguem entre nós ambos.
Estes vinte anos eu estive contigo; as tuas ovelhas e as tuas cabras nunca abortaram, e não comi os carneiros do teu rebanho.
Não te trouxe eu o despedaçado; eu o pagava; o furtado de dia e o furtado de noite da minha mão o requerias.
Estava eu assim: De dia me consumia o calor, e de noite a geada; e o meu sono fugiu dos meus olhos.
Tenho estado agora vinte anos na tua casa; catorze anos te servi por tuas duas filhas, e seis anos por teu rebanho; mas o meu salário tens mudado dez vezes.
Se o Deus de meu pai, o Deus de Abraão e o temor de Isaque não fora comigo, por certo me despedirias agora vazio. Deus atendeu à minha aflição, e ao trabalho das minhas mãos, e repreendeu-te ontem à noite.
Então respondeu Labão, e disse a Jacó: Estas filhas são minhas filhas, e estes filhos são meus filhos, e este rebanho é o meu rebanho, e tudo o que vês, é meu; e que farei hoje a estas minhas filhas, ou a seus filhos, que deram à luz?
Agora pois vem, e façamos aliança eu e tu, que seja por testemunho entre mim e ti.
Então tomou Jacó uma pedra, e erigiu-a por coluna.
E disse Jacó a seus irmãos: Ajuntai pedras. E tomaram pedras, e fizeram um montão, e comeram ali sobre aquele montão.
E chamou-o Labão Jegar-Saaduta; porém Jacó chamou-o Galeede.
Então disse Labão: Este montão seja hoje por testemunha entre mim e ti. Por isso se lhe chamou Galeede,
E Mispá, porquanto disse: Atente o Senhor entre mim e ti, quando nós estivermos apartados um do outro.
Se afligires as minhas filhas, e se tomares mulheres além das minhas filhas, ninguém está conosco; atenta que Deus é testemunha entre mim e ti.
Disse mais Labão a Jacó: Eis aqui este mesmo montão, e eis aqui essa coluna que levantei entre mim e ti.
Este montão seja testemunha, e esta coluna seja testemunha, que eu não passarei este montão a ti, e que tu não passarás este montão e esta coluna a mim, para mal.
O Deus de Abraão e o Deus de Naor, o Deus de seu pai, julgue entre nós. E jurou Jacó pelo temor de seu pai Isaque.
E ofereceu Jacó um sacrifício na montanha, e convidou seus irmãos, para comer pão; e comeram pão e passaram a noite na montanha.
E levantou-se Labão pela manhã de madrugada, e beijou seus filhos e suas filhas e abençoou-os e partiu; e voltou Labão ao seu lugar (Gn 31.1-55)



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 Estamos de volta dando sequência a uma série de

conferências sobre os Patriarcas; Já  falamos sobre Abraão;;

Isaque e agora estamos  no terceiro seguimento estamos falando

sobre Jacó.

  Já apresentamos os seguintes temas:
  • Sua biografia;
  •  O seu nascimento;
  • Esaú vende a primogenitura;
  •  Isaque abençoa Jacó;
  •  A fuga de Jacó;
  • A Lei da semeadura;
  • Os filhos de Jacó;
  • A prosperidade de Jacó.
Agora vamos falar sobre  A 2ª  fuga de Jacó.

I. Análise preliminar do texto 


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O  Retorno de Jacó a Canaã. 31.1-55.


Vv. 1-3 - O rosto de Labão não lhe era favorável, como anteriormente. Finalmente, o relacionamento entre o tio e sobrinho chegou ao fim. Jacó percebeu que Labão e seus filhos eram-lhe hostis por causa do seu sucesso. Além disso, já possuía riqueza e propriedades suficientes para satisfazê-lo. Assim, quando recebeu ordem do Deus de Betel para se por a caminho, sabia que já era hora de voltar para casa. Vinte anos tinham se passado, durante os quais sua mãe já morrera. Talvez Labão ficasse ainda mais desagradável. Era hora de partir.


Vv. 3-6 -  Deus repetiu as promessas que fizera a Jacó em Betei. Ele disse a Jacó que estaria com ele quando este retornasse à casa de seus parentes. Esta promessa — eu serei contigo — está relacionada ao nome de Deus, Yahweh (Ex 3.12,14). Os versículos 11-13 descrevem esta revelação.

V. 7 - Jacó lembrou aos filhos de Labão: vosso pai me enganou e mudou o salário dez vezes; porém Deus não lhe permitiu que me fizesse mal. Labão estava fazendo Jacó de tolo. Ele sempre mudava o salário, de acordo com sua conveniência. Deus, porém, favorecia Jacó a cada mudança, não permitindo que este fosse lesado pelo sogro (compare com Gn 29.29).

V. 8 - Labão fazia e desfazia os acordos à medida que olhava os tipos de animais que nasciam. Mas, a cada novo trato, Deus aumentava o rebanho de Jacó.

V. 9-11 - O Anjo de Deus equivale ao Anjo da genuína divindade. Deus se 

revelou a Jacó em sonho (Gn 28.13-17;32.22-30). Deus chamou Jacó pelo 

nome, que significa Ele (o Senhor) vence. No passado, Jacó alcançou 

aquilo que almejava (a bênção de Isaque) enganando o pai, fingindo ser 

Esaú. Contudo, Jacó conseguiu uma grande prosperidade porque Deus 

abençoou o trabalho honesto dele. O Senhor venceu! Mesmo que o nome 

Jacó seja mudado para Israel em Gênesis 32.28, ele continuará a ser um 

termo que indica a obra de Deus na vida do filho de Isaque (Gn 46.2; SI 

114.7).

Vv.12,13 - O Senhor se identificou como o mesmo Deus que se revelara a Jacó em Betei (Gn 28.10-19). Jacó explicou sua decisão às suas esposas, dizendo-lhes como o Anjo de Deus lhe falara em sonho e o encorajara em seu propósito. O “anjo” se identificou com Aquele que apareceu a Jacó em Betel. Era realmente o próprio Jeová.

V.14 - Lia e Raquel apoiaram fortemente a decisão de Jacó. Elas conheciam seu pai e tinham perdido o amor e o respeito por ele. Lembraram-se que recebera quatorze anos de trabalho de Jacó sem lhes dar a parte que uma noiva tinha direito de receber. Não nos considera ele como estrangeiras? disseram. Pois nos vendeu, e consumiu tudo o que nos era devido (v. 15 ).


V.15 - Ambas as filhas se ressentiam da maneira como o pai as vendera (Gn 29.15). Além disso, elas tinham plena certeza de que tudo o que Deus havia tirado de Labão pertencia a elas por direito.

V.16-19 - Jacó aprontou seus rebanhos, gado, filhos e propriedades para a longa viagem, e aguardou que Labão saísse para o festival da tosquia. Enquanto isso Raquel providenciou que Jacó pudesse reclamar uma boa parte dos direitos hereditários levando consigo os ídolos do lar ou tereipim , altamente estimados por Labão. As placas de Nuzu datadas do século quinze A.C. indicam que a posse dos tereipim tornava o proprietário o herdeiro principal. Evidentemente Raquel não aprendera a confiar em Jeová para suprimento de suas necessidades. Jacó fracassou em ensinar a sua família a confiar e adorar a Deus de todo o coração. Dali a pouco Jacó e o seu grupo partiram de Harã, atravessaram o Eufrates e viajaram o mais rapidamente possível na direção de Canaã. Seu destino imediato eram as montanhas de Gileade no lado oriental do Rio Jordão.


 Tendo em vista que Raquel furtou imagens de ídolos do pai, a família de Labão, embora cresse no Deus de Abraão, era politeísta (admitia muitos deuses). Naquela cultura, a posse dos ídolos do clã assegurava à pessoa direitos como herdeiro principal. Raquel provavelmente não roubou tais imagens a fim de adorar tais ídolos, mas sim para assegurar para Jacó [ou José] os direitos como principal herdeiro de Labão. No entanto, a bênção de Deus era mais importante para Jacó do que qualquer privilégio decorrente do fato de ele ser considerado herdeiro de Labão.

Vv. 20,21 - Neste contexto, quando o nome de um rio não é mencionado, geralmente é o Eufrates. Jacó estava prestes a repetir a viagem que fizeram o seu avô e a sua avó anos antes. Como Abrão e Sarai (Gn 12.1 -4), ele também rumava para Canaã.

Vv. 22-25 —  Labão... saiu-lhe no encalço. Depois de três dias Labão ficou sabendo da fuga. Labão logo conseguiu organizar seus homens para a perseguição, já estava a caminho para os alcançar. Embora fosse uma viagem de 480 kms, ele conseguiu alcançar o grupo fugitivo nas montanhas de Gileade. No caminho Labão recebeu uma estranha mensagem de Deus, uma ordem de abster-se de fazer qualquer pressão contra Jacó. Não devia falar bem nem mal, isto é, não devia dizer nada.

Labão não poderia ser detido por visitações divinas. Deu início ao seu protesto, expressando grande desespero ao ver suas filhas e netos arrastados para fora de sua casa sem as devidas despedidas. De repente fez a pergunta: Por que me furtaste os meus deuses? Referia-se aos seus tereipim (v. 30; cons, 19). Evidentemente Labão estava mais preocupado com as imagens do que com a família de Jacó. Uma busca mostrou-se infrutífera e os pequenos “deuses” não foram achados, porque Raquel os escondera na cesta de vime que fazia parte da sela sobre a qual estava assentada. Esta sela de um camelo (v. 34) proporcionava às senhora do Oriente um pouco de conforto e intimidade durante as viagens.

Veio, porém, Deus. Que expressão maravilhosa! O homem faz o que é capaz de fazer. Deus, porém, estando sempre no controle de tudo, pode intervir a qualquer momento, e realizar o impossível. Como é dito popularmente, “o homem põe, mas Deus dispõe”. Isso quer dizer que o ser humano planeja, mas Deus intervém, e responde segundo a Sua vontade. O termo descritivo para Labão, o arameu (v. 24), é interessante. A palavra arameu (ou sírio) lembra-nos de que, embora Labão, suas filhas e Jacó formassem uma família, Labão não fazia parte da linhagem de Abraão nem da aliança divina. Veio, porém, Deus a Labão, o arameu, em sonhos. De tempos em tempos, Deus avisava a algumas pessoas que não prejudicassem Seu povo. (Leia sobre o sonho de Abimeleque em Gênesis 20.3,6 e sobre o encontro de Deus com Balaão em Gênesis 22.12,20.)

Vv.26,27 - Labão acusou Jacó de ter partido subitamente e ter raptado Léia e Raquel como se fossem prisioneiras  . Tudo o que Labão falava era blefe, e Jacó sabia disso.

V. 28 - Quando Labão disse que Jacó agiu loucamente, conferiu às suas palavras um tom de ameaça, o que novamente nos mostra duplicidade na fala do sogro de Jacó. 31.29 — Labão revelou: O Deus de vosso pai me falou ontem à noite, dizendo: Guarda-te, que não fales a Jacó nem bem nem mal. Foi a advertência divina que refreou a raiva de Labão.

V. 30 - A principal acusação de Labão contra Jacó foi a de que este havia roubado os ídolos. Labão precisava dessas imagens para proteger a herança de seus filhos.

Vv. 31,32 - Jacó explicou que havia deixado a casa em silêncio por causa do medo de que Labão não permitisse que ele fosse embora com a sua família, e não porque havia roubado algo.

V.33 - Labão, certo de que Jacó roubara seus ídolos, começou a procurá-los na tenda deste. Por último, entrou na tenda de Raquel. Podemos observar que cada pessoa tinha a sua própria tenda, uma prova de que Jacó era muito rico.

Vv. 34,35 - Raquel escondeu os ídolos dentro da sela do camelo e sentou-se em cima dela enquanto seu pai fazia a busca pela tenda. Labão não pôde pedir a Raquel que se levantasse porque os homens deveriam respeitar uma mulher que estivesse no período menstrual.

V. 36 - Então, irou-se Jacó e contendeu com Labão. E respondeu Jacó e disse a Labão: Qual é a minha transgressão? Qual é o meu pecado, que tão furiosamente me tens perseguido. Jacó, indignado,
declarou a sua raiva por causa das atitudes de Labão. A palavra traduzida como transgressão (hb. pesha') significa ultrapassar limites. Já o termo pecado (hb. hatta't) quer dizer errar um alvo (como acontece às vezes com um arqueiro). Estas palavras são mais usadas para ações contra Deus do que contra homens.
 Sem dúvida Jacó sentiu grande alívio em poder replicar a Labão. A atmosfera clareou-se e Labão abandonou a sua mordacidade. Os dois homens fizeram um acordo, ratificando-o e comemorando o acontecimento com o levantamento de uma coluna de pedras no alto da colina. A coluna constituiu o que foi chamado de Mispa ou “posto de observação”, de onde um observador podia ver toda a terra em ambas as direções. Indicava suspeitas e falta de confiança. Ao levantar essa coluna os homens queriam dizer que estavam convidando Jeová para se assentar ali e observar as duas pessoas nas quais não se podia confiar. Deus tinha de ser uma sentinela para vigiar Labão e Jacó, na esperança de que a luta fosse evitada. Jacó foi obrigado a prometer que trataria as filhas de Labão com bondade e consideração. Nenhuma das duas partes deveria atravessar a fronteira estabelecida para praticar violência contra a outra. Jamais uma deveria prejudicar a outra.


V. 37 - Põe-no aqui diante dos meus irmãos e teus irmãos; e que julguem entre nós ambos. Jacó também era influente. Labão foi humilhado diante de seus servos. Sua atitude em interceptar Jacó e acusá-lo tinha de ser contida.

V. 38 - Jacó, por causa de suas duas esposas, serviu a Labão por 14 anos (Gn 29.15-30). Depois disso, ele trabalhou por mais seis anos apascentando os rebanhos do sogro (v. 41), os quais nunca abortaram. Aqui Jacó fala de suas habilidades ao lidar com os animais de Labão. Isso por causa da bênção de Deus.

Vv. 39-41 - Jacó sempre foi honesto com Labão. Por isso, não achava justo que o sogro o acusasse de qualquer delito. Além disso, Jacó fez menção às mudanças de salário que Labão determinava para ele.

V. 42 - O Temor de Isaque: esse modo de referir-se ao Senhor alude ao fato de que Isaque temia a Deus, de forma respeitosa (SI 119.120). Deus atendeu à minha aflição e ao trabalho das minhas mãos e repreendeu-te ontem à noite. Talvez Jacó já soubesse que Deus tinha falado com Labão em sonho, antes de este declarar.

V. 43 - Labão considerava os filhos de Jacó uma extensão de sua própria família, da qual ele se via como o patriarca.

V. 44 - O concerto feito nessa situação era um trato entre duas partes iguais. A palavra testemunho se refere a uma lembrança permanente de um pacto importante ou a um depoimento que poderia ser usado em um tribunal.

Vv. 45,46 - Jacó, pela segunda vez, usou uma pedra como coluna, ou seja, como um memorial. Em Betei, no caminho para Harã, ele o fizera para marcar o lugar onde Deus havia falado com ele (Gn 28.18). Pouco tempo depois, o patriarca erigiria outra coluna em Betei (Gn 35.14). Além do pilar, Jacó e seus irmãos construíram um monte de pedras (v. 51 nvi) . Para selar o acordo, os homens realizaram uma refeição ao lado desse monte (Gn 26.30). Nesta ocasião, Jacó e Labão comeram partes dos animais que foram sacrifica- dos para selar o trato.

Vv. 47,48 - Labão chamou o monte de pedras de Jegar-Saaduta, uma expressão em aramaico. Jacó, porém, nomeou o lugar de Galeede, uma palavra hebraica. [Tanto Jegar-Saaduta como Galeede significam monte de pedras do testemunho.] Isto é absolutamente extraordinário. A expressão que Labão usou é a única em aramaico no livro de Gênesis. Além disso, mesmo sendo uma situação bastante séria, podemos considerar no mínimo curioso o fato de dois homens que estão concordando darem nomes diferentes ao lugar e aos símbolos do acordo (uma coluna v. 45), e um montão (v. 48). Eles estavam mesmo em condições de concordar em alguma coisa?

V. 49 - Mispa significa torre de vigia e relaciona-se com a palavra hebraica que quer dizer observar. Deus mantinha Seus olhos fixos nos homens, para fazer com que eles honrassem o acordo.

V. 50 - É difícil entender o que se passava na mente de Labão. Neste versículo, ele parece mostrar muita preocupação com o bem-estar de suas filhas. Em outros momentos, ele demonstra não se importar nem um pouco com elas . Aqui não parece diferente. Labão evoca Deus como testemunha do acordo selado com Jacó. Este é o ponto crucial do versículo. Eles, por si só, não poderiam vigiar um ao outro, mas o Senhor estaria observando ambos.

Vv. 51,52 - O montão e a coluna (v. 45-48) eram lembretes do pacto entre Jacó e Labão. Nenhum dos dois poderia ultrapassar esses marcos e atravessar para o lado oposto com o objetivo de prejudicar o outro.

Vv. 53 - As palavras do juramento de Labão indicam que Abraão, Naor e Terá adoravam o Deus de Abraão. Provavelmente, a família acreditava no Senhor como o único Deus que estava acima de todas as outras coisas, o que configura a prática do monoteísmo. (Contudo, leia a passagem indicando que Terá também era politeísta em Js 24.1-3.)

Vv. 54,55 - E sacrificou Jacó um sacrifício na montanha. Em Gênesis, este é o único registro de Jacó oferecendo um sacrifício em adoração (com- pare com Gn 12.7,8; 22.13). E convidou seus irmãos para comerem pão; e comeram pão e passaram a noite na montanha. O ato de fazer uma refeição juntos selava um acordo (Gn 26.30).



II. Uma visão panorâmica do texto.

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Viagem de Jacó e Raquel para a terra de Canaã


Até este ponto, Deus havia dado a Jacó uma família, onze filhos e uma filha. Mas ele era pobre, pois todo o seu trabalho havia sido feito exclusivamente para ganhar suas duas esposas: não havia recebido recompensa material em forma de salário ou bens. Mesmo tendo sido logrado por Labão, ele honestamente cumpriu com sua parte do acordo.
Terminada a sua obrigação, Jacó se dispôs a voltar para o seu lugar e a sua terra, que era Canaã. Aquela era a terra da promessa, e embora ele já tivesse passado muitos anos em Harã, ele tinha o propósito de não residir definitivamente ali (assim como o mundo não é o lugar e terra do crente - Hb 13:14). Ele nada pediu de Labão a não ser permissão para ir embora, levando suas mulheres e filhos com ele. Ele confiava na promessa de Deus, que estaria com ele e lhe daria prosperidade.
Labão suplicou a Jacó para que não o deixasse: o motivo era egoísta, pois observou que ele próprio havia prosperado por causa do amor do SENHOR a Jacó; isso ele havia aprendido através da experiência ao longo dos anos. Ao invés de lhe fazer uma oferta generosa, Labão pediu a Jacó que estipulasse um salário para os seus serviços.
Jacó recordou a Labão como o SENHOR o havia abençoado, aumentando grandemente o pouco que ele anteriormente tinha, e da maneira como Jacó se conduzira durante todo esse tempo. Labão então aparentemente reconheceu que lhe devia mais que um simples salário, perguntando: que te darei?
Jacó, sabiamente, disse que nada queria de Labão (em troca de serviços passados), mas propôs continuar apascentando e guardando o rebanho de Labão em troca dos cordeiros negros e das cabras malhadas e salpicadas que nele estivessem. A idéia que ele tinha, decerto, era separar logo esses animais para si, que iniciariam um rebanho próprio, e em troca ele continuaria também cuidando do rebanho de Labão. Daí para a frente, os que fossem nascendo seriam separados pela sua cor.
Labão achou que viu aqui uma oportunidade para se valer dos valiosos serviços de Jacó com pouco custo para si: ele concordou imediatamente, e logo separou do rebanho os animais negros, malhados e salpicados (que deveriam formar o rebanho de Jacó), passou-os aos seus filhos e os levou a uma distância de três dias. Ele portanto não só roubou os animais que dariam inicio ao rebanho de Jacó, mas impediu que se misturassem, reduzindo as possibilidades de Jacó conseguir um grande rebanho das suas crias.
Jacó aparentemente não protestou, mas dedicou-se ao seu trabalho, e usou dos recursos que conhecia para fazer com que os cordeiros e cabritos que nascessem fossem pretos, malhados ou salpicados. Teve grande sucesso, e usou de uma técnica de seleção a fim de aprimorar seu próprio rebanho. Durante seis anos seu rebanho se multiplicou, e devido à sua técnica, as ovelhas de Labão eram fracas e as dele, fortes. Ele enriqueceu, adquirindo muitos rebanhos, escravos, camelos e jumentos, o que ele atribuiu a Deus (Vv. 7,9).
Mas ao fim deste tempo, seu sucesso já estava causando inveja aos filhos de Labão, e mesmo Labão já não mais o via com bons olhos como antes. 0 SENHOR mandou Jacó voltar a Canaã, prometendo protegê-lo. Jacó então chamou Raquel e Lia ao campo, para uma conferência secreta.
Ele relatou às suas esposas como Labão estava se virando contra ele, apesar de toda a sua dedicação. Freqüentemente Labão havia procurado reduzir o ordenado de Jacó, limitando seus ganhos ora aos animais malhados, ou aos listados, mas Deus havia dirigido as coisas de forma que Jacó não sofrera dano. Finalmente Deus o mandara voltar para sua terra.
Suas esposas sentiam-se igualmente defraudadas por Labão: de acordo com os costumes da época, elas deveriam ter recebido os benefícios do dote pago por Jacó com seus quatorze anos de trabalho pesado. Como Labão não havia lhes dado nada, elas perceberam que nada iriam herdar dele. Elas portanto concordaram imediatamente com o plano de Jacó, de reunir tudo o que possuíam e partir dali para a terra dele.
Jacó então reuniu sua família, montando todos em camelos. Era um dia em que Labão havia saído para tosquiar suas ovelhas (guardadas por seus filhos a três dias de viagem dali), e Raquel aproveitou para roubar dele seus ídolos do lar: estes eram pequenos ídolos, ou imagens, feitos de madeira ou metal, também chamados terafim que os povos daquele tempo (e ainda hoje!) guardavam em suas casas julgando que lhes davam proteção e orientação em tempos de necessidade. A maior porção da herança de uma família passava à pessoa a quem fossem legados.
É provável que Raquel furtou as imagens do seu pai a fim de que, segundo ela pensava, elas não revelassem para onde eles estariam fugindo ou, quem sabe, ela pretendia mais tarde reivindicar para si a herança da família com elas; outra teoria, ainda, é que ela, conhecendo o Deus verdadeiro através de seu marido, tirou os ídolos do seu pai a fim de que ele percebesse que eles não tinham poder algum para impedir que eles se fossem.




III. Jacó Foge de Labão (31.17-43)

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Conforme foi visto em matérias anteriores, a jornada de Jacó é um misto formado entre a disciplina e a graça de Deus. Deus permitiria diversas situações na vida de Jacó a fim de que ele viesse a ser um homem transformado, porém ao mesmo tempo Deus manifestaria sua graça e bondade ao longo de toda a carreira de Jacó. Desta maneira percebe-se, ainda que muitas vezes o presente não mostre isto de forma visível, que Deus em sua onisciência, onipresença e onipotência têm o domínio de todas as coisas em suas mãos, não havendo nada que possa escapar do seu controle. Quando as circunstâncias disciplinares permitidas por Deus atingiu o seu limite na vida de Jacó, Deus interveio em seu favor e de seus familiares, a fim de que o homem não usasse de violência para com o servo do Senhor, pois desta forma isto ultrapassaria os limites que já haviam sido estabelecidos por Deus na vida de Jacó.




Jacó ficou sabendo que os filhos de Labão andavam dizendo que os bens que ele possuía eram de seu pai. E também notou que Labão, seu tio, já não se mostrava tão amigo como antes. Neste tempo, Deus disse a ele para que voltasse para a terra de seus pais dando-lhe garantia de segurança.

Gn 31.3: “Então ouvia as palavras dos filhos de Labão, que diziam: Jacó tem tomado tudo o que era de nosso pai, e do que era de nosso pai fez ele toda esta glória. Viu também Jacó o rosto de Labão, e eis que não era para com ele como anteriormente. E disse o Senhor a Jacó: Torna-te à terra dos teus pais, e à tua parentela, e eu serei contigo”.

31.17 - A Fuga. Deve ter havido consideráveis preparativos, antes da execução do plano. Primeiro, Jacó proveu o necessário para suas esposas e seus filhos. Então reuniu todos os seus bens. Raquel, por sua vez, furtou os ídolos do lar (terafins), pois quem tivesse esses objetos tinha o direito de reclamar a herança. E, final­mente, fugiram todos. Teria sido inútil conversar com Labão. Ele teria aprontado tropas armadas para impedir que se fossem. Ademais, provavelmente não seriam capazes de levar o que lhes pertencia.

O plano foi executado com todo o cuidado. Não seria fácil fugir do astuto Labão. Enquanto Labão estava ausente, na tosquia das ovelhas, Raquel furtou os terafins (vs. 19). E, então, tirando proveito da ausência de Labão, eles fugiram (vs. 21 ss.). Naturalmente, passados uns dias, Labão partiu em perseguição a eles, e os alcançou em Gileade (vs. 23). Foram necessários sete dias para alcançá-los, pois Jacó partira com uma vantagem de três dias (vs. 23). Houve tremenda discussão, mas quando os espíritos finalmente se acalmaram, tudo foi reduzido a mais uma triste separação entre membros de uma família. Labão jamais veria de novo as suas duas filhas, Lia e Raquel. Embora fosse muito ambicioso, não lhe faltava afeto paternal.


Quando Eliézer, o servo de Abraão foi buscar uma esposa para Isaque entre os seus parentes que habitavam em Harã, Deus mostrou que Rebeca era sua escolhida para Isaque ( Gn 24.1-27). A jornada de Eliézer foi bem sucedida e assim ele foi muito bem recepcionado por Rebeca e sua família. Entre os familiares de Rebeca estava Labão, seu irmão, e a forma como o texto bíblico descreve a recepção que ele confere a Eliezer, quando então ele vai ao seu encontro depois de ver o pendente e as pulseiras sobre as mãos de sua irmã, permite concluir que a ganância e a avareza já era algo característico do caráter de Labão ( Gn 24.28-31). A atitude dos filhos de Labão em relação a Jacó demonstra que assim como o pai, eles também eram homens gananciosos e avarentos e é então dominados pela inveja e pelo ciúme que eles, de forma caluniosa, acusam Jacó de ter tomado tudo que era de Labão. Assim, a Bíblia revela tais sentimentos como sendo as principais causas de discórdia no seio familiar; os cristãos devem, portanto lutar contra estes sentimentos para preservação da unidade não somente no seio familiar, mas também no seio da igreja.




 Jacó retorna pela vontade de Deus e da sua família (Gn 31.4-16) – O tempo de Jacó havia terminado na casa de seu tio Labão. Em uma reunião de família com suas mulheres, entendeu que chegara o momento exato de voltar para sua terra. Afinal, a inveja havia tomado conta do coração dos filhos de Labão pela prosperidade evidente de Jacó. Raquel e Léia também não eram tratadas como filhas pelo seu pai; por isso não houve nenhuma dificuldade para que elas fossem embora.

Gn 31.4,5: “Então, enviou Jacó e chamou a Raquel e a Léia ao campo, ao seu rebanho. E disse-lhes: Vejo que o rosto de vosso pai para comigo não é como anteriormente; porém o Deus de meu pai esteve comigo”.


A postura de Jacó em relação a Raquel e Léia pode ser vista como um bom exemplo de atitude dos maridos em relação a suas esposas. Jacó poderia ter tomado a decisão por si próprio em relação à sua saída e de sua família da casa de Labão. Ele, porém chama suas esposas, expõe-lhes os fatos de forma sincera, revela como Deus agiu em seu favor recompensando-o de forma justa e fala dos seus planos futuros como que estando debaixo da orientação e da vontade de Deus. Além disto, Jacó ouve suas esposas quanto aos seus sentimentos em relação à casa de seu pai, e desta forma, eles tem a oportunidade de se estreitarem em um conhecimento mais profundo de uns para com os outros. Tais fatos os levam a chegar ao consenso comum de que Jacó deveria fazer tudo o que Deus já lhe havia dito ( Gn 31.6-16).  


IV. O encontro e o acordo entre Jacó e Labão (31.44-55).


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O encontro de Labão e Jacó (Gn 31.22-42) – Três dias depois, a Bíblia diz que Labão soube que Jacó havia fugido com sua família (Gn 31.22), e imediatamente juntou os seus parentes e foi à sua procura; ele e seu bando encontrou Jacó na região montanhosa de Gileade.

Gn 31.22,23: “E, no terceiro dia, foi anunciado a Labão que Jacó tinha fugido. Então, tomou consigo os seus irmãos e atrás dele seguiu o seu caminho por sete dias; e alcançou-o na montanha de Gileade”.

Dez dias depois que Jacó havia partido, Labão o alcançou na montanha de Gileade para onde Jacó havia se direcionado conforme descrito em Gn 31.20,21: “E esquivou-se Jacó de Labão, o arameu, porque não lhe fez saber que fugia. E fugiu ele com tudo o que tinha; e levantou-se, e passou o rio, e pôs o seu rosto para a montanha de Gileade”. A região de Gileade situava-se a cerca de 482 Km ao sul de Harã, ao leste do Jordão, sendo esta apropriada para pasto de cabras ( Ct 4.1; 6.5), além de propiciar refúgio para os fugitivos, provavelmente por causa de sua geografia. Além de Jacó, outros buscaram refúgio em Gileade, sendo estes, os israelitas que temiam aos filisteus nos tempos de Saul (ver 1 Sm 13.7), Isbosete (ver 2 Sm 2.8,9), e Davi durante a revolta liderada por Absalão ( 2 Sm 17.22-24).   

1. O sonho de Labão.

 (Gn 31.24) – Após sete dias de perseguição, Labão esteve próximo de impedir a fuga de Jacó. Porém, Labão tem um sonho em que Deus ordena que ele não detenha a jornada de seu sobrinho. Mais uma vez, na história da família da promessa, a ação de Deus foi decisiva; um sonho que envolveu exortação lembrando o episódio de Abimeleque com Sara e Abraão (Gn 20.1-3). É muito bom saber que Deus cuida do seu povo. Labão poderia ter frustrado os planos de Jacó e de sua família, mas o Senhor foi quem deteve os intentos de Labão (Sl 123.2).

Gn 31.24,25: “Veio, porém, Deus a Labão, o arameu, em sonhos, de noite, e disse-lhe: Guarda-te, que não fales a Jacó nem bem nem mal. Alcançou, pois, Labão a Jacó. E armara Jacó a sua tenda naquela montanha; armou também Labão com os seus irmãos a sua na montanha de Gileade”.

Os sonhos podem ser vistos como um conjunto de pensamentos, imagens e sensações que ocorrem na mente das pessoas durante o período de sono. Existem diferentes tipos de sonhos e diferentes razões naturais pelas quais o homem sonha. Entre estas razões pode ser citado o ambiente, ansiedade, angústia, intuição, estresse, alimentação exagerada, necessidades diária e desejos não satisfeitos. Além de tudo isto, as Escrituras revelam que Deus se comunica com os homens através dos sonhos. O artigo citado acima diz que existem pelo menos cento e trinta referências diretas a sonhos nas Escrituras, não apenas no Antigo, mas também no Novo Testamento.A palavra de Deus, mostra que a questão relacionada a sonhos deve ser considerada com cautela, sendo isto o que o Senhor fala através do profeta Jeremias nas seguintes palavras descritas em Jr 23.25-28: “Tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, profetizando mentiras em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei. Até quando sucederá isso no coração dos profetas que profetizam mentiras, e que só profetizam do engano do seu coração? Os quais cuidam fazer com que o meu povo se esqueça do meu nome pelos seus sonhos que cada um conta ao seu próximo, assim como seus pais se esqueceram do meu nome por causa de Baal. O profeta que tem um sonho conte o sonho; e aquele que tem a minha palavra, fale a minha palavra com verdade. Que tem a palha com o trigo? diz o Senhor”. Também em Ec 5.3 a palavra de Deus mostra que nem todo sonho é proveniente da comunicação de Deus com o homem, sendo estes muitas vezes provenientes de uma excessiva ocupação da mente: “Porque, da muita ocupação vêm os sonhos, e a voz do tolo da multidão das palavras”. Por outro lado, da mesma forma como os sonhos não devem ser considerados de forma excessiva, também eles não devem ser totalmente desprezados. Deus, de fato, pode comunicar-se com o homem através de sonhos revelando a ele a sua vontade, conforme se descreve em Jó 33.14-18: “Antes Deus fala uma e duas vezes; porém ninguém atenta para isso. Em sonho ou em visão noturna, quando cai sono profundo sobre os homens, e adormecem na cama. Então o revela ao ouvido dos homens, e lhes sela a sua instrução, para apartar o homem daquilo que faz, e esconder do homem a soberba. Para desviar a sua alma da cova, e a sua vida de passar pela espada”. Portanto, o que se pode concluir é que, assim como em todas as áreas, também na questão dos sonhos o que se deve buscar é equilíbrio e discernimento espiritual.  “Examinai tudo, retendo o que é bom (1 Ts 5.21) pode também ser aplicado aos sonhos. Ignorá-los pode ser tão prejudicial quanto supervalorizá-los. Se um sonho traz mais confusão do que esclarecimento, se causa mais hesitação do que edificação, então não deve ser levado a sério. Se substitui o conhecimento bíblico sadio e a consideração sábia de circunstâncias, então é perigoso. Todavia, se de fato soma-se a outros fatores para esclarecer e orientar as circunstâncias, pode vir a se constituir uma bênção divina. A presença dos sonhos na existência humana continuará como desde o princípio dos tempos. Cabe a nós avaliá-los com a melhor ferramenta à disposição do homem: A eterna e infalível Palavra de Deus”.   

2. As palavras de Labão (Gn 31.26-28) 

De modo significativo Deus quer abençoar Jacó. Não há possibilidade de seus planos serem frustrados. Labão foi ao encontro de seu genro, mas, naquele dia, com um discurso diferente. Suas palavras eram de um conciliador. Ele, após a reprimenda de Deus, queria se aproximar de Jacó como um suposto amigo. Labão teve que aceitar a vontade de Deus, mesmo não sendo um crente à semelhança da família da aliança (1 Cr 16.22). O harpista de Israel comentou bem o que é estar na proteção de Deus: “Guarda-me como a menina do olho, esconde-me à sombra das tuas asas” (Sl 17.8).

Gn 31.26-28: “Então disse Labão a Jacó: Que fizeste, que me lograste e levaste as minhas filhas como cativas pela espada? Por que fugiste ocultamente, e lograste-me, e não me fizeste saber, para que eu te enviasse com alegria, e com cânticos, e com tamboril e com harpa? Também não me permitiste beijar os meus filhos e as minhas filhas. Loucamente agiste, agora, fazendo assim”.

Quando Labão encontra-se com Jacó, ele utiliza-se de palavras lisonjeiras para com Jacó. Ele finge preocupação em relação às suas filhas e seus netos e finge também querer ter dado a Jacó uma despedida orquestrante (ver Gn 31.25-28). Seus interesses verdadeiros, no entanto estavam relacionados à si próprio e às suas riquezas, sendo isto evidenciado em sua ávida procura por seus deuses (ver Gn 31.30). Deus havia repreendido Labão em sonhos para que não fizesse mal algum a Jacó e de todas as palavras ditas por Labão, estas são de fato as únicas ditas com plena sinceridade: “Poder havia em minha mão para vos fazer mal, mas o Deus de vosso pai me falou ontem à noite, dizendo: Guarda-te, que não fales a Jacó nem bem nem mal” (Gn 31.29).

3. A resposta de Jacó (Gn 31.31) 

 A resposta de Jacó foi sincera e mostrava todo o temor que sentia. Foi o momento para dizer a seu sogro como sofreu pelas atitudes que haviam sido tomadas contra ele, contudo Deus sempre foi favorável a Jacó. Jacó respondeu com o mesmo sentido que Labão começara a conversa “Porque temia; pois que dizia comigo, se porventura não me arrebatarias as tuas filhas” (Gn 31.31), mas ele bem sabia que a questão não eram as filhas e sim a riqueza, pois o que ele ouvia era: “Jacó tem tomado tudo o que era de nosso pai, e do que era de nosso pai fez ele toda esta glória” (Gn 31.1).

Jacó responde aos questionamentos de Labão começando por aquele relacionados à sua família e em seguida, não tendo conhecimento que Raquel furtara os deuses de seu pai, ordena que Labão os procurasse entre os seus pertences (ver Gn 31.31,32). Depois disto, Jacó expõe sua ira diante de Labão denunciando-o por acusá-lo de furto e do tratamento injusto que recebera durante os vinte anos que lhe servira, apesar dele nunca ter agido de forma desonesta para com Labão. Esta passagem mostra uma faceta do caráter de Jacó, sendo ele um trabalhador incansável e honesto, apesar das injustiças que sofrera. Assim também os cristãos devem demonstrar zelo em seu trabalho cotidiano, deixando o exemplo diante daqueles a quem estão servindo. Por fim Jacó fala da bênção de Deus em sua vida que nunca lhe abandonou, o que não poderia ser dito por Jacó em relação à seu próprio tio Labão: “Se o Deus de meu pai, o Deus de Abraão e o Temor de Isaque, não fora comigo, por certo me enviarias agora vazio. Deus atendeu à minha aflição ao trabalho das minhas mãos e repreendeu-te ontem a noite” (Gn 31.42).

4. A coluna levantada em Gileade (Gn 31.43-55) 

 Jacó e Labão fazem um trato; nenhum dos dois invadiria a terra um do outro. Também querem que Deus fique vigiando para que os dois cumprem fielmente o acordo feito; daí o nome Mispa – no hebraico quer dizer “lugar de onde se vigia”.

Gn 31.43,44: “Então respondeu Labão, e disse a Jacó: Estas filhas são minhas filhas, e estes filhos são meus filhos, e este rebanho é o meu rebanho, e tudo o que vês, é meu; e que farei hoje a estas minhas filhas, ou a seus filhos, que deram à luz? Agora pois vem, e façamos aliança eu e tu, que seja por testemunho entre mim e ti”.

Para escapar das acusações de Jacó, Labão diz a Jacó que jamais teria feito algum mal a suas filhas ou aos seus netos ou ao seu rebanho. Labão propõe um concerto entre os dois naquele lugar, de forma que nenhum dos dois deveria ultrapassar aquele limite para atacar um ao outro.

5. O testemunho do limite (Gn 31.44-46) 

 Após ter consciência completa de que não poderia fazer mais nada para impedir a viagem de Jacó, Labão propôs um acordo: “Vamos fazer aqui um montão de pedras para que lembremos deste trato”. Então Jacó pegou uma pedra e a pôs em pé como se fosse um pilar tendo a contribuição dos familiares para construir. Um limite foi estabelecido naquele dia. Deus também tem estabelecido um limite para o seu povo enquanto estivermos dentro deste limite estaremos protegidos do mal (Js 1.3,4).

Gn 31.45-47: “Então tomou Jacó uma pedra, e erigiu-a por coluna. E disse Jacó a seus irmãos: Ajuntai pedras. E tomaram pedras, e fizeram um montão, e comeram ali sobre aquele montão. E chamou-o Labão Jegar-Saaduta; porém Jacó chamou-o Galeede”.

O montão de pedras fica como testemunho do concerto entre Labão ou Jacó, ou seja, em qualquer intento do mal que houvesse de um em relação ao outro, suas mentes seriam direcionadas para aquele montão de pedras para lembrar-lhes do acordo que foi estabelecido entre eles: “Este montão seja testemunha, e esta coluna seja testemunha de que eu não passarei este montão para lá e que tu não passarás este montão e esta coluna para cá, para mal” (Gn 31.52). Labão chama aquele montão de Jegar-Saaduta, termo aramaico para montão do testemunho, Jacó, porém chama Galeede que é o termo hebraico para o mesmo significado. Labão invoca o Deus de Abraão, o Deus de Naor e o Deus de Terá (pai de Abraão e Naor) como testemunha entre eles. Como pode ser que Labão estivesse se referindo a outros deuses, Jacó jura pelo Temor de Isaque seu pai, pois diferente de seus antepassados, Isaque nunca idolatrou outros deuses: O Deus de Abraão e o Deus de Naor, o Deus de seu pai, julguem entre nós. E jurou Jacó pelo Temor de Isaque, seu pai” (Gn 31.53).
A Bíblia mostra também um limite entre os cristãos, o mundo e a forma de viver do mundo. Assim, sempre que os cristãos se verem persuadidos a ultrapassar estes limites, eles devem se lembrar das palavras de Jesus que mostra seus discípulos como que estando no mundo, porém não pertencentes ao mundo, porque o próprio Jesus não é deste mundo.

Jo 17.14-16: “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou”.

1 Jo 2.15,16: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo”.

V.  O testemunho do livramento (Gn 31.24). 


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 A coluna também serviria de testemunho para Jacó. Ele se lembraria do dia em que o Senhor trouxe livramento para ele e sua família, na noite em que seu tio Labão recebeu uma revelação da parte de Deus (Gn 31.24) em que não poderia impedir as intenções de Jacó em voltar para sua terra natal. Os crentes deveriam se lembrar mais dos feitos de Deus em suas vidas. O ser humano em geral tem memória curta.

Sl 103.1-5: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios. Ele é o que perdoa todas as tuas iniqüidades, que sara todas as tuas enfermidades, que redime a tua vida da perdição; que te coroa de benignidade e de misericórdia, que farta a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia”.

 O sacrifício oferecido a Deus – Jacó ofereceu um animal em sacrifício ali na montanha e convidou os seus parentes para uma refeição. Segundo historiadores, um banquete era um meio comumente aceito para consolidar uma aliança; além de promover uma forma primitiva de comunhão entre as pessoas. Ou seja, a comida não era encarada apenas como uma forma de nutrição, mas também de comunhão, e não somente comunhão entre pessoas, mas também comunhão com Deus. De fato, o propósito da Ceia do Senhor, na Igreja, é também capacitar o seu povo para viver, de forma sagrada, a vida como um todo. A partir, daí se passa a entender que a hospitalidade à mesa é uma das maneiras primárias de mostrar o amor de Deus aos homens.

Gn 31.54: “E sacrificou Jacó um sacrifício na montanha e convidou seus irmãos para comerem pão; e comeram pão e passaram a noite na montanha”.


Após o estabelecimento do acordo entre Jacó e Labão, Jacó oferece um sacrifício e convida seus irmãos para comerem pão. O sacrifício, em primeiro lugar, era a forma de se consolidar uma aliança. Isto porquê, ao sacrificarem um animal os integrantes da aliança estariam concordando entre si que se uma das partes não cumprisse com aquilo que foi estabelecido no acordo esta deveria morrer como ocorreu com o animal que foi então submetido ao sacrifício. A concordância de ambas as partes mediante o sacrifício selava a paz entre eles, e, portanto eles poderiam agora sentar-se à mesma mesa para festejar a comunhão e o acordo estabelecido. Da mesma maneira, também os cristãos, tendo sido reconciliados com Deus por meio do sacrifício de Jesus Cristo, podem agora sentar-se à mesa da Ceia do Senhor, desfrutando assim da comunhão de não somente uns com os outros, mas também da comunhão com Deus.   



Conclusão

Por muitos anos Jacó trabalhou para seu sogro, um rico dono de rebanhos de animais na arábia.
E em todos os anos de seu trabalho de todas as maneiras seu sogro intentou tirar vantagens, imaginando acordos e negócios que eram sempre desvantajosos para Jacó, com o intuito de fazer com que ele permanecesse para toda vida dependente dele, ou mesmo inviabilizasse qualquer alternativa de vida na qual ele pudesse assumir os próprios rumos de seus negócios.
Labão, pai de Raquel por quem Jacó se apaixonou, lutou incessantemente 

para que essa independência financeira jamais fosse alcançada.
Agindo como um comerciante sem pudor, como um gerente desprovido gestão de recursos humanos, propôs negócios e salários,  os quais em qualquer outra situação, teriam conduzido Jacó a bancarrota. Ou mesmo a negociar a venda de sua liberdade.
Labão era certamente conhecedor dos tempos, dos segredos da criação pastoril, das tradições ancestrais adquiridas em centenas de anos de criação de animais no deserto, herança de criadores de gado e de suas técnica passadas de pai para filho, tais como a capacidade de reprodução de determinadas raças e o fruto de cruzamentos que poderiam, em caso de erro,  levar um rebanho a extinção por esterilidade.
Labão, o sogro, encaminhava Jacó sempre para uma recompensa inexistente,  para uma promessa de prosperidade inócua, para uma possibilidade remota de sucesso, conduzindo-o sempre a uma condição desconfortável a nível salarial.
Mas Labão não estava a negociar salário com um órfão.
Jacó tinha um pai. Dois na verdade.
Um que o deserdara.
E um que o adotara como filho.
Esse segundo, Pai celestial que observou as tentativas de um homem destruir o futuro de seu filho.
Então esse Pai intervém na história e transforma a sentença de fracasso em promessas de vida.
transforma a expectativa de insucesso em algo extraordinariamente agregador.
Labão empurra Jacó contra a parede da probabilidade, conduzindo-o sempre na direção do desastre absoluto.
Mas o Pai irá mudar as probabilidades.
E a cada mudança de paradigma, a cada mudança de posicionamento de um comerciante anti-ético, Deus transforma propositalmente uma condição expúria numa condição de abundancia.
Onde tudo dizia ser impossível de ocorrer, ali Deus multiplicou as possibilidades e mesmo quando todas  as condições do jogo eram modificadas em meio a partida, o Justo Juiz mudava não as regras pre-estabelecidas com base num acordo torto, mas a própria essência de todo o resto do universo.
As regras de Labão valiam em seu mundo. Não na esfera do mundo de Deus.
As regras de Labão se baseavam em na experiencia de seus ancestrais.
A resposta de Deus em sua própria eternidade.
Ele imaginava o fracasso para Jacó, mas Deus estabelecia a vida.
Então o improvável se tornou LEI, a exceção se tornou regra, o impossível ocorreu e após anos de traição o resultado foi que o rico Labão empobreceu o pobre Jacó enriqueceu.
Jacó chegou com absolutamente nada.  Passados vinte anos ele agora possuía uma família constituída.   Labão não teria um escravo. E por causa de sua injustiça e ganancia perdeu metade do que possuía.  E o direito de ver seus netos crescerem, porque forçou por suas atitudes ao distanciamento entre as suas gerações e as gerações de suas filhas.
Jacó nos trás a história de um homem que começa como alguém que deseja algo que não é seu por direito e por causa disso perde tudo o que tem.  E que depois, trabalhando para adquirir idoneamente tudo o que amava, mesmo injustiçado, torna-se por amor a uma jovem, tremendamente próspero.
Nas entrelinhas dessa história há uma outra.  Um encontro que transformou a Jacó. Que concedeu a ele sonhos maiores que ele.
Antes de ver a Raquel pela primeira vez, ele teve um encontro com Deus, Um Deus desconhecido a quem ele erigiu uma coluna de pedras sobre a qual derramou azeite.  Jacó partira de sua casa, sozinho, derrotado, abandonado, fugindo sem rumo.  Mas no caminho ele teve uma visão.  Ele teve uma experiencia com Deus. Ele sonhou com uma realidade sobrenatural, e nela creu.
Quando Labão encontrou Jacó vinte anos antes no deserto, o garoto magro, faminto e sujo, um deserdado, não podia imaginar o que ele havia se tornado.
Um homem que agora cria em Deus como nenhum outro homem das tribos de Labão poderia imaginar ou entender.
Quem entrava em sua vida fora tocado pelo verdadeiro Deus e por suas promessas.  E por sua graça. E por seu amor.  E pelos seus planos.
Labão via em Jacó somente um futuro empregado.
Deus via em Jacó toda uma nação. Nele Deus via Israel.
E a fé fruto de uma visão e dos anos de oração no meio da noite, transformariam a história de Labão, de Raquel, de Lia, de Jacó.

Meus amados irmãos em breve nós estaremos de volta com a sequência deste maravilhoso estudo, e desta feita com tema: "  Jacó se concerta com Esaú".

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