Por Jânio Santos de Oliveira
Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da SerraPastor Presidente: Eliseu Cadena
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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!
Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra na carta de Paulo aos efésios 4.14 que nos diz:
Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.
Nós estamos de volta para dar continuidade à série de conferências com o tema: "O ajustamento do corpo de Cristo". Já falamos sobre:
- Introdução;
- A Unidade da Igreja;
- A unidade da fé;
- Jesus levou cativo o cativeiro;
- Deus dá os dons Ministeriais;
- O que Deus quer com os dons.
Agora estaremos falando sobre " O propósito dos dons".
I. Uma análise preliminar do texto.
"Para que não sejamos mais meninos".
Os ensinos e as doutrinas dos ministros do evangelho, transmitidos para a igreja do Senhor Jesus, tem como objetivo o desenvolvimento espiritual dos servos e servas de Deus, a fim de que cresçam na fé. Porque assim sendo, os seguidores de Cristo não serão mais crianças espirituais, mas sim, gigantes na fé em nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Ser menino neste caso é não ter maturidade o suficiente para discernir o que é de Deus e o que é heresias dos homens.
"Inconstantes".
Nos começos do cristianismo foram muitos os ataques dos opositores do evangelho contras os seguidores de Cristo. Os judaizantes que conheciam a legislação de Moisés e as literaturas religiosa dos judeus, buscavam de todas as formas perturbarem os imaturos na fé, tentando mudarem as profecias messiânicas, para buscarem provar que, Jesus não era o Messias prometido por Deus, nem o Emanuel, Deus entre os homens.
"Levado em roda".
Como também, a igreja do primeiro século foi rondada por todos os lados pelos falsos mestres gnósticos, tentando confundir os cristãos inconstantes para que não acreditassem que Jesus era o Emanuel, mas apenas uma manifestação de um ser espiritual, tal qual um anjo, o que eles chamavam de aeon, ou seja, ser espiritual. Sendo pois, os servos de Deus firmes na fé, não se desviariam do evangelho da verdade.
"Por todo o vento".
O apóstolo usa mais uma de suas metáforas comparativas para expressar verdades espirituais. Os ensinos transmitidos pelos inimigos do cristianismo são, neste ponto, comparados ao vento com suas mais diversas características. Não se sabe de onde vem o vento, ele é sempre inconstante, não tem direção certa, não se sabe para onde vai. Assim são as heresias transmitidas pelos inimigos do evangelho de Cristo.
"De doutrina".
As fábulas artificiais dos judaizantes e as filosofias religiosas dos gnósticos, bem como as heresias malévolas do paganismo eram doutrinas humanas, com a influência do diabo para confundir os imaturos na fé cristã. Os servos do Senhor Jesus não precisam seguir essas doutrinas de homens, até porque o evangelho é completo em revelar os planos e desígnios de Deus para a igreja remida de Cristo.
"Pelo engano dos homens".
A religião sempre fez parte de todas as sociedades, até mesmo das mais rudimentares. O que se percebe é que quase todas as religiões do mundo são criadas com segundas intensões dos seus fundadores, que para atingirem seus objetivos, os líderes das seitas heréticas usam do engano para tirarem proveito dos seus prosélitos. Todo e qualquer líder de uma seita herética usam do engano religioso.
"Que com astúcia enganam fraudulosamente".
A religião cristã é a mais digna de credibilidade, porque está de acordo com os desígnios de Deus e os seus planos para a humanidade. É necessário que os prosélitos das seitas heréticas tenham cuidado, porque uma religião boa e verdadeira leva o homem de volta para Deus, mas as falsas religiões podem levar o ser humano a perdição eterna ou a separação eterna de Deus, segunda morte, condenação eterna.
II. Visão panorâmica.
O cristão que ainda não tem os olhos do entendimento iluminados, que não compreende qual a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da herança de Cristo, são nomeados por Paulo de ‘meninos’ “Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento” ( 1Co 14:20 ).
Observe que, apesar dos cristãos já serem idôneos para participar da herança dos santos, muitos deles ainda eram meninos no entendimento. Quando a bíblia fala de aperfeiçoamento dos santos, ela diz da instrução necessária aos cristãos para que cheguem a medida da estatura de Cristo “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo” ( 1Pe 2:2 ).
O objetivo de se alcançar o pleno conhecimento é para que os cristãos caminhassem a carreira proposta sem a necessidade de apoio. Enquanto ‘meninos no entendimento’, os cristãos seriam inconstantes, sujeitos a serem levados por ventos de doutrinas.
Qualquer outra doutrina diversa da doutrina do evangelho de Cristo surge do engano dos homens. Por estarem enfatuados na sua carnal compreensão, criam doutrinas de homens, e com astúcia induzem os incautos ao erro.
III. Aprendendo a não ser mais menino Ef 4.14).
A palavra “meninos” no grego é nepioi, “infantil”, “imaturo”, “inexperiente”, que caracteriza instabilidade diante das pressões. Precisamos ser crianças na sua humildade e inocência, mas não na sua ignorância e na sua instabilidade.
- “agitados” – Essa palavra no grego é kludonizomai, e se encontra unicamente aqui em todo o N.T. O seu significado é “ser agitado pelas ondas”, “lançado de um lado para outro”. A idéia aqui é de instabilidade, de constante movimento e mudança. Quando a Igreja é edificada pelos ministérios constituídos por CRISTO, há equilíbrio. A idéia da palavra “agitados”, é instabilidade”, “inconstância e constante movimento e mudança”.
- “levados ao redor por” - periphero, “ser conduzido ora para esta, ora para aquela opinião”. “Falta de domínio próprio”.
- vento de doutrina” - “uma agitação violenta”.
- “pela artimanha dos homens” – kubeia. Essa palavra vem de “kubos”, ou seja, um dado. Os falsos mestres no tempo de Paulo eram habilidosos para convencer os homens as suas doutrinas. Entretanto, essa palavra foi usada por Paulo para descrever os jogos de dados, onde havia “trapaça” e “fraude”.
- “pela astúcia com que induzem ao erro” – methodeia, “artifícios, truque, arte, malandragem”.
- ”erro” – no grego é pane que significa “perambulação’, “ilusão” e “engano”.
1. O cristão Menino
– 1 Co 13.11: Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino, mas, logo que cheguei a ser homem,acabei com as coisas de menino.
1 Co 14.20: Irmãos não sejais meninos no entendimento, na malicia,contudo, sede como crianças, mas adultos no entendimento.
O Cristão Menino é aquele que pensa pela cabeça dos outros. Não tem capacidade para discernir. Todos influenciam na sua opinião.Está sempre preocupado com o que é que os outros vão pensar, mas ele mesmo não pensa. Não sabe, por exemplo, analisar uma acusação que é feita contra alguém. Se o Pastor acha que o irmão tal, tem que ser punido, ele é o primeiro a levantar a mão e dar apoio ao Pastor.
Ele não está preocupado se vai cometer injustiça contra o acusado, nem analisa se a acusação é falsa ou verdadeira, só se preocupa em não desagradar o acusador, ainda mais se tiver algum cargo ou emprego em risco. Prefere ficar bem com quem tem mais poder, mesmo que cometa injustiça contra o mais fraco.
Possui duas ou três personalidades dependendo das circunstâncias envolvidas. Num momento demonstra felicidade, no instante seguinte, altera seu estado de espírito, é psiquicamente instável, finge ser feliz mas é inseguro, não possui capacidade de decisão, mas quando resolve decidir, decide errado. Não gosta de se envolver em nenhum problema, mas se tiver que optar fica neutro, pensa sempre primeiro nele depois nos outros, não é confiável. A Bíblia fala sobre este tipo de cristão falso em Romanos 1:32
2. Características de um crente menino (Hb 5.11-14)
- Ele acha que maturidade ou experiência cristã é relativa ao tempo de conversão; isso é um erro terrível!
- Ele sempre nutre a idéia de que o crente mais experiente da igreja é ele;
- É todo aquele que não tem conhecimento profundo das Escrituras Sagradas: Não conhece bem a Bíblia, é imaturo;
- Não sabe julgar as coisas espirituais corretamente por causa de sua ignorância bíblica;
- Julga as coisas segundo a conveniência de sua mente vazia de Bíblia;
- Gosta de se utilizar erroneamente de versos bíblicos para defender suas estranhas crenças;
- Brigam para que se realizem coisas secundárias mas não se importam realmente com as prioridades; (Importa agradar a Deus do que aos homens...)
- São levados daqui para ali por todo vento de doutrina ou novo movimento;
- Gloriam-se nos homens;
- Vivem alienados do equilíbrio espiritual: ou são 8 ou 80.
- Se ofendem facilmente;
- Estão sempre prontos a semear contenda se as coisas não acontecem como ele deseja;
- Estão sempre prontos para produzir uma briga;
- Não se submetem a autoridade espiritual; (Pastor ou liderança)
- Não vemos crescimento espiritual genuíno em sua vida: Ele é sempre o mesmo e seus velhos erros continuam os mesmos;
- Se acha mais espiritual do que o restante dos irmãos;
- Assume indevidamente a função de fiscal de Deus dentro da igreja;
- Cultua personalidades;
- Gosta de manobrar ou manipular as pessoas;
- Gosta de se auto-promover;
- Gosta de ser bajulado;
- Gosta de ser servido pelos outros;
- Só faz o que quer para a obra de Deus;
- Não aceita a recusa de sua opinião;
- Tem o costume de descontar em Deus suas frustrações dentro da igreja: Corta o dízimo e a oferta; deixa de vir aos cultos
3. De Imaturo para a Maturidade cristã
Assim como a árvore leva tempo para crescer e dar frutos, um prédio demora o seu tempo para ser edificado, um bebê leva tempo para crescer e tornar-se em um adulto responsável; assim também o crente leva algum tempo para amadurecer na vida espiritual.
Deus exige crescimento para poder trasladar os salvos aos céus. O crente imaturo revela algumas características negativas:
- Contenta-se apenas com o leite espiritual
– O leite espiritual consiste no conhecimento básico da salvação, como; Jesus morreu por todos, logo morreu por mim e isso já basta. É bom beber o leite do evangelho, mas o crente também necessita de alimentos sólidos. Alguns crentes portam-se como crianças espirituais a vida toda. Veja o que diz a Palavra: “Do qual muito temos que dizer, de difícil interpretação; porquanto vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento.” Hebreus 5:11-12.
O crente fiel tem amor pela doutrina que é adquirida e incorporada em sua vida com o passar do tempo. Ele torna-se maduro e já não fica apenas no nível do leite. Deus pede de cada crente o conhecimento das doutrinas para serem ensinadas às pessoas do seu convívio. Deus cobra-nos responsabilidade missionária! E não só, Deus espera que Seus filhos também sejam fortes nos momentos de provação; e esse conhecimento prático vem através da íntima comunhão com Deus.
- Ofende-se facilmente.
O crente imaturo fica ofendido com qualquer coisa que lhe digam ou façam. É raro um crente maduro se sentir ofendido. A ofensa procede de pessoas imaturas, mas um crente maduro não fica pessoalmente ofendido de maneira nenhuma. Ele fica chateado com situações menos favoráveis, mas ofendido não. Os maduros entendem que quando alguém peca contra eles, há coisas maiores em jogo do que seus próprios direitos pessoais como, por exemplo; a glória de Deus e os interesses eternos do próximo. Jesus deixou-nos o maior exemplo quando ao perdão: “E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes.” Lucas 23:34.
Quem ofende-se facilmente é porque revela ser muito orgulhoso. Paulo teve motivos para orgulhar-se pelo que era, no entanto ele disse: “Ainda que também podia confiar na carne; se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu: Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu; segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível. Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo.” Filipenses 3:4-7.
Querer ter razão e sempre levar a melhor em uma discussão são coisas para crentes imaturos e carnais! Paulo trocou todos os privilégios humanos pelo reino dos céus. Ele não se tornou insolente, muito pelo contrário; ele parecia animado com a notícia de que o evangelho estava sendo pregado. Isso é maturidade! Paulo disse: “Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa vontade; uns, na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente, julgando acrescentar aflição às minhas prisões. Mas outros, por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho. Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisto me regozijo, e me regozijarei ainda.” Filipenses 1:15-18
- Segue as opiniões humanas.
A pessoa nova na fé tem a tendência de perguntar as coisas para outras pessoas mais experientes, e isso é natural. Com isso, ela corre o risco de ter uma formação espiritual deficiente, se o seu discipulador for imaturo. Quando a Palavra de Deus não é explorada corretamente, as tradições humanas tomam o seu lugar. O crente é convidado à seguir a Palavra de Deus por ele mesmo e não o que os homens dizem.
Quando a minha alegria no Senhor já não é tão grande como a minha alegria por outras pessoas ou coisas do mundo, isso é sinal de imaturidade espiritual, e que estou deixando Deus para segundo plano. O que fazer? “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força”. Devo Examinar a mim mesmo.
Quando minha alma não deseja a comunhão íntima com o Senhor através da oração e leitura da Palavra, isso é sinal imaturidade espiritual. O que fazer? “A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Ssenhor; o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo”. Peça ao Espírito Santo para colocar mais sede de Deus em você.
Quando meus pensamentos e meus momentos de ociosidade não se dirigem ao Senhor, isso é sinal de imaturidade espiritual. O que fazer?“Tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, de boa fama… seja o que ocupe o vosso pensamento”.
Amigo, Deus espera que os crentes cresçam e apareçam no mundo! E Ele providenciou condições para todos nós. Veja estes textos: “Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo” Ef 4:13.
“Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo.” Fp 1:6
Observe que o crescimento cristão não é sem objetivos. Nosso alvo maior é Jesus Cristo, não um pastor ou um irmão mais experiente. Quantos crentes já fracassaram por buscarem um padrão de crescimento no homem. Quando o homem falha, tudo vem abaixo. Diz a Palavra: “Assim diz o Senhor: Maldito o varão que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor." Somos desafiados a confiarmos no Senhor: “Bendito o varão que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor”.
IV. A inconstância do crente.
Nosso tempo é marcado por cristão pós-modernos, mas também é marcado também por muitos cristãos INCONSTANTES!
Segundo o dicionário online de português Inconstante é...
"Que pode ser alvo de mudança(s); que pode sofrer variações; que não se mantém permanente; mutável ou variável: comportamento inconstante; trabalho inconstante.
Diz-se da pessoa que não consegue ser estável em seus comportamentos, sentimentos, opiniões e/ou atitudes; diz-se de quem muda com frequência;
Que não demonstra fidelidade; que se comporta levianamente: sempre foi um pai inconstante.
s.m. e s.f. Essa pessoa; aquele ou aquela que é inconstante; instável."
O cristão inconstaste não tem fundamento, não tem firmeza em sua fé, não criou raízes, continua um bebê na jornada espiritual!
Outra característica do cristão inconstante é colocar sempre a culpa do seu fracasso espiritual em alguém, esposa (a), igreja, irmão, pastor, no clima ...
Paulo encontrou cristãos assim em Corinto, ele disse a eles...
"Portanto, meus amados irmãos, permanecei firmes e que absolutamente nada vos abale..." ICo. 15.58.
O segredo para vencer a INCONSTÂNCIA É PERMANECER
Jesus disse: "Permanecei em mim, e Eu permanecerei em vós. Nenhum ramo pode produzir fruto por si mesmo, se não estiver ligado à videira." João 15.4
Às vezes pulamos de alegria, outras vezes encostamos o rosto no chão
Formamos uma irmandade de peregrinos subindo as montanhas que levam à Jerusalém celestial. Às vezes cantamos, às vezes choramos; às vezes pulamos de alegria, às vezes encostamos o rosto no chão.
Por sermos tão humanos quanto Elias, temos momentos de estranha confusão, momentos dolorosos de depressão, momentos perigosos de dúvida, momentos terríveis de desânimo, momentos desagradáveis de incerteza e até momentos assustadores de revolta (contra todos e contra tudo).
Somos inteiramente humanos não somente como os personagens bíblicos, como Elias, Jeremias, Baruque e Asafe, mas também como os personagens da história do cristianismo e como os cristãos de hoje. Na caminhada deles havia tantos obstáculos como na nossa. Agostinho, por exemplo, dizia que o homem perverso do qual queremos ficar livres somos nós mesmos. Lutero confessa que é fácil dizer “seja casto”, mas que a castidade não é tão fácil quanto colocar e descalçar os sapatos. Pascal exclamava: “Como o coração do homem é cheio de baixeza!”.
V. Os falsos mestres que levam os crentes em roda.
2 Pe 2.1-22
O capítulo 2 dessa carta trata de um só assunto: os falsos mestres.
Lembremos que Pedro, no 1º Capítulo, falou sobre o verdadeiro conhecimento em contraste com os falsos ensinamentos dos hereges. Ao falar, da maneira como fala, no capítulo 2, sobre falsos mestres, ele está também alertando quanto ao perigo de se seguir a falsos ensinamentos.
Eu quero dividir este capítulo em três partes, para estarmos melhor estudando-o.
1. Sempre houve os falsos mestres, e sempre os haverá – 2:1
Pedro termina o primeiro capítulo falando sobre a profecia. Ele diz que esta “nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”.
Ao iniciar o segundo capítulo, ele diz, porém, que houve falsos profetas, homens que se diziam verdadeiros porta-vozes de Deus, quando, na verdade, não o eram. Estes não deixaram de ser identificados como tais, pois suas mensagens acabaram por provar sua falsidade. Houve numerosos falsos profetas. Basta uma lida superficial em alguns livros do Antigo Testamento para comprovarmos isso.
Tendo lembrado isso aos seus leitores, Pedro enfatiza que, assim como houve os falsos profetas, haveria também os falsos doutores entre eles, filhos espirituais dos falsos profetas. É certo que Pedro tinha em mente os hereges gnósticos quando escreveu sobre isso, e os leitores de Pedro estavam sendo alertados para que tomassem cuidado com eles, pois o trabalho deles era:
Introduzir heresias de perdição – Os hereges gnósticos se ocupavam em fazer isso, e o faziam astutamente. Eles entravam na comunidade dos crentes, firmavam o pé, e só depois começavam a manifestar sua posição. Eles eram “maliciosos”. Os seus ensinos foram denominados por Pedro como sendo heresias de perdição (ou heresias destruidoras), porque elas destruíam tanto a verdadeira doutrina no coração dos que eram engodados por elas, quanto o seu caráter.
Negar o Senhor que os resgatou – Essa era outra ocupação dos hereges gnósticos. Como vimos um pouco mais atrás, eles negavam a soberania de Cristo, como ela é afirmada pelas Escrituras, e o reduziam a uma “emanação” da divindade (uma das menores ainda). Cristo para eles era apenas um “senhorzinho” dentre muitos senhores.
Devido a isto, diz Pedro, eles estavam trazendo sobre si mesmos repentina perdição. Eles imaginavam que o seu sistema filosófico-religioso, por eles mesmos criado, os levaria à salvação. Mas Pedro diz que o que os aguardava era uma repentina perdição. O destino deles era o inferno, e não o céu.
Esses falsos mestres sempre existiram, e sempre existirão. Hoje em dia temos muitos espalhados por aí. Para citar só um exemplo, há alguns, conhecidos popularmente como Mórmons, que ensinam, dentre muitos assuntos, sobre Jesus:
Que ele é um ser criado, irmão de Lúcifer;
Que ele é um dentre muitos deuses, e de menor importância;
Que a sua concepção se deu através de um ato sexual físico entre o Pai e Maria;
Que ele era polígamo.
Nós temos que estar alertas, pois, como os gnósticos da época de Pedro, os hereges de hoje, são sutis, e têm conseguido enganar a muitos.
Eles existem aos milhares, como sempre existiram e sempre (enquanto Cristo não voltar) existirão, e, muitas das vezes, como enfatiza Pedro, eles estarão “entre vós”.
2. Os falsos mestres sempre foram e sempre serão seguidos por muitos – 2:2
Pedro diz, no v. 2, que muitos haveriam de seguir as dissoluções daqueles falsos mestres, e, em conseqüência disto, o caminho da verdade seria blasfemado. Champlin faz o seguinte comentário: “Os próprios mestres falsos haveriam de difamar a ética cristã e sua doutrina de santidade. Mas os de fora, contemplando a igreja a conduzir-se como um bordel, e seus “líderes” agindo como se fossem os gerentes do mesmo, haveriam de zombar do caminho cristão, e com razão”
E assim foi. Os falsos mestres apareceram e, deturpando as Escrituras, pervertendo as doutrinas, usando os próprios escritos apostólicos (torcendo-os, é claro, como vemos em 3:16), enganaram a muitos, que passaram a viver em práticas libertinas. Os falsos mestres deturparam o ensinamento da liberdade em Cristo, fazendo as pessoas entenderem-no como sendo “liberdade da obrigação de viver retamente”.
Ecumênio descreveu os Nicolaítas e os gnósticos como “extremamente profanos em suas doutrinas e conduta”. Clemente de Alexandria fala acerca das “vidas despudoradas” dos falsos mestres, o que trazia infâmia contra o bom nome do cristianismo.
Esses falsos mestres eram gananciosos, e fariam de seus seguidores negócio lucrativo. Eles “vomitariam” algumas palavras fingidas, em busca de lucro financeiro. Eles eram comerciantes, e não profetas.
Hoje em dia os falsos profetas também são seguidos por muitos. E, como no passado, muitos são considerados pelo povo em geral como sendo cristãos (ou evangélicos), e, dessa forma, o caminho da verdade também tem sido blasfemado nos dias atuais. Isso sem falar nos “evangélicos nominais”, que não seguem conscientemente falsos mestres, mas também não seguem a Cristo verdadeiramente. Estes também têm ajudado a refletir a igreja como sendo uma espécie de bordel, para alguns. Graças a Deus porque contra a Igreja verdadeira, as portas do inferno, ainda que coloquem alguns empecilhos, não podem prevalecer.
Como no passado, também hoje há os mercenários. Há de tudo o que você possa imaginar. Há verdadeiros e descarados enganadores. Li sobre um que era poderoso em receber revelações sobre as pessoas para quem ele pregava. Só que ele não era um verdadeiro servo de Deus, era um farsante. Para sua infelicidade, um dia alguém descobriu que as revelações que ele tinha não vinham de Deus, e sim de sua esposa, que, astutamente, andava em meio ao povo e sondava alguns, para depois passar-lhe as informações através de um comunicador como esses dos programas de TV, que se coloca no ouvido.
Há igrejas que são tidas pelo povão como sendo evangélicas, e que aceitam as práticas homossexuais e realizam cerimônias de casamento entre homossexuais. São “evangélicos” para o povo em geral.
Há, entre os evangélicos, quem venda o seu corpo para revistas pornográficas, e diz que é um “nu artístico”, e que o corpo é um produto que pode ser usado como se quiser, e que Deus quer é o nosso espírito.
Fala a verdade! Que impressão de igreja evangélica você teria, se você não fosse evangélico e não conhecesse os fatos como eles verdadeiramente são; se você fosse uma pessoa “de fora da igreja” e visse a igreja dessa maneira?
O que precisam fazer aqueles que querem permanecer fiéis aos verdadeiros ensinamentos bíblicos? Devem tomar cuidado! Muito cuidado! Cuidado com a busca por “novidades”! Não se descuide de progredir no conhecimento da verdade. Não se descuide da vigilância em oração. Esteja bem firmado, arraigado na verdade!
3. A perdição destes já está decretada por Deus – 2:3-22
Pedro é claro em afirmar, a partir do versículo 3, que a perdição destes falsos profetas está prestes a se abater sobre eles, e será inevitável.
Ele ilustra isso com alguns exemplos.
O primeiro exemplo é o dos anjos que pecaram. Essa questão dos anjos que pecaram é uma questão mais complexa do que a nossa mente comum pode imaginar. Mas, não precisamos, aqui, entrar em detalhes minuciosos. A Bíblia deixa claro que houve anjos que pecaram e que caíram de seu estado de pureza. Pedro e Judas são idênticos ao falar sobre isso, e também há muitos outros textos que falam sobre demônios, principados, potestades, príncipes das trevas, hostes espirituais da maldade, e no próprio satanás como sendo anjos caídos. O interessante neste exemplo de Pedro, é que ele fala sobre anjos que caíram, e que não estão soltos, mas estão confinados, reservados para o dia do juízo. Apocalipse 9:14 e 15 também fala sobre anjos que estão presos junto ao grande rio Eufrates, e que serão soltos na hora, dia, mês e ano determinados por Deus, para matarem a terça parte dos homens. Pedro diz que estes estão condenados, reservados para o dia do juízo, e, da mesma maneira, hereges, como os gnósticos, também.
O segundo exemplo de Pedro é o mundo anterior ao dilúvio, o mundo da época de Noé. É outra ilustração fortíssima da qual Pedro se utiliza, pois mostra a severidade do juízo divino. Se naquela época apenas oito pessoas escaparam, como poderiam os gnósticos, hereges como eram, bem como todos os falsos profetas e os que seguem seus ensinamentos profanos, escapar? Os pregadores e seguidores do verdadeiro evangelho de Cristo dão seqüência à tradição de Noé, pregoeiro da justiça; mas os gnósticos, bem como todos os falsos profetas e seus seguidores, dão seqüência à tradição daqueles que pereceram no dilúvio. Uns serão salvos, e outros, inevitavelmente, perdidos.
O terceiro exemplo é o das cidades Sodoma e Gomorra, conhecidas por sua depravação moral. Se elas, por causa de sua depravação moral, foram reduzidas a cinzas, “por que pensaríamos que os praticantes dos mesmos vícios, em qualquer época, poderiam escapar ao julgamento divino?”
Sem importar o que os homens pensem sobres esses castigos que sobrevieram aos homens e aos anjos no passado, Pedro está estabelecendo uma eterna verdade: a vida falsa, produzida por ensinamentos falsos, termina em sofrimento e desastre... A sensualidade foi o espírito falso nos residentes de Sodoma e Gomorra. Vivendo em um vale luxuriante, que os supria de tudo quanto era bom, desviaram-se pela força dos apetites. Ezequiel diz acerca deles: “Eis que esta foi a iniquidade de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão e próspera tranqüilidade teve ela e suas filhas... (Ez.16:49). O fim foi o mesmo em cada caso. O que os anjos e os homens semeiam, isso também colhem.
Nos casos do dilúvio e de Sodoma e Gomorra, algumas pessoas foram salvas: Noé e sua família e Ló e suas duas filhas. O versículo 9 explica bem o porquê desse fato. O Senhor sabe quem são uns e outros, os justos e os injustos, e, na Sua sabedoria, Ele pode, ao mesmo tempo, trazer o juízo sobre uns e livrar outros, como mostra o livro sabedoria de Salomão 10:6: “Enquanto os ímpios pereciam, a sabedoria livrava um homem justo”
Assim o Senhor também vai fazer no juízo final: livrar os justos e condenar os injustos. Ele sabe quem são uns e outros. Ele vai julgar os falsos mestres e seus seguidores, e livrar os verdadeiros crentes.
“Os justos podem ser vexados pelo mal, e perturbados ante a demora do castigo; podem ser tentados a se desviarem de seu próprio curso, pois o mal parece continuar florescendo, ao passo que o bem não é galardoado. Pedro, porém, assegura-nos que haverá uma justa e final prestação de contas. Embora os moinhos de Deus moam lentamente, eles moem excessivamente fino”
A partir do v. 10 até o 19, Pedro faz um longo e pesado comentário sobre os gnósticos e seus seguidores. Mas esse comentário encaixa-se perfeitamente em muitos dos dias atuais. Vejamos por partes:
Andavam em concupiscências de imundícia;
Desprezavam as dominações – O próprio Cristo era desprezado por eles;
Atrevidos – Eles eram audaciosos, e não hesitavam em desafiar nem ao próprio Deus com as suas atitudes;
Obstinados – teimosos em continuar no erro, especialmente no erro da arrogância e do egoísmo;
Não receavam blasfemar das dignidades – Pedro podia estar se referindo tanto a líderes eclesiásticos quanto a anjos. Os falsos mestres não tinham, e não têm, respeito por eles, enquanto que os anjos, mesmo sendo maiores em força e poder, não ousavam pronunciar juízo contra eles diante de Deus;
Eram como animais irracionais que seguem a natureza;
Assim como os animais são caçados e mortos, eles o serão também, recebendo assim o galardão da injustiça;
Eram nódoas – Coisa que suja e contamina;
Eram máculas – “momos”, no original, dando a entender um defeito corporal que deforma o corpo. Assim eram eles no corpo de Cristo que é a Igreja. Eles estavam na Igreja, mas não faziam parte dela. Era como se fossem uma excrescência, um tumor.
Tinham os olhos cheios de adultério;
Não cessavam de pecar;
Engodavam as almas inconstantes, aquelas almas instáveis, atraídas pela novidade;
Tinham o coração exercitado na avareza;
Eram filhos de maldição;
Eram seguidores de Balaão, que, por amar o prêmio da injustiça, ensinou a Balaque como fazer o povo Israelita se corromper;
Eram fontes sem água – De que valia lá onde Pedro morava, uma região desértica, uma fonte sem água?
Eram como nuvens que são levadas embora pela força do vento, e não derramam a chuva esperada;
Pessoas para as quais a escuridão das trevas eternamente se reserva;
Prometiam liberdade, quando eles mesmos eram servos da corrupção.
Os falsos mestres sempre existiram, e sempre existirão. Eles sempre foram e sempre serão seguidos por muitos, mas o fim deles e de seus seguidores, se Deus não tiver misericórdia reservada para eles, é a perdição. Tome cuidado com eles, pois muitas vezes eles vêm trajados de ovelhas, mas são lobos devoradores.
VI Os diversos falsos ventos de doutrinas.
1. A importância da sã doutrina
Paulo ordena Tito: "Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina" (Tito 2:1). Tal mandato torna óbvio que a doutrina sã é importante. Mas por que é importante? Será que aquilo em que acreditamos realmente importa?
A sã doutrina é importante porque a nossa fé é baseada em uma mensagem específica. O ensino geral da igreja contém muitos elementos, mas a mensagem primária é explicitamente definida: "Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras" (1 Coríntios 15:3-4). Esta é a boa notícia inequívoca, e é para vir "antes de tudo". Mude essa mensagem, e a base da fé muda de Cristo para outra coisa. Nosso destino eterno depende de ouvir "a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação" (Ef 1:13; 2 Ts 2:13-14).
A. A sã doutrina é importante porque o evangelho é de confiança sagrada, e que não nos atrevamos a adulterar a comunicação de Deus com o mundo. Nosso dever é entregar a mensagem, não mudá-la. Judas transmite uma urgência para proteger a fé sã: "me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos" (Jd 1:3 ; Fp 1:27). "Batalhar" carrega a ideia de lutar por algo vigorosamente, ou seja, com todo o seu esforço. A Bíblia inclui um aviso para não adicionar ou retirar da Palavra de Deus (Ap 22:18-19). Ao invés de alterar a doutrina dos apóstolos, recebemos o que nos foi transmitido e mantemos "o padrão das sãs palavras que de mim ouviste com fé e com o amor que está em Cristo Jesus" (2 Tm 1:13).
B. A sã doutrina é importante porque aquilo em que acreditamos afeta o que fazemos. O comportamento é uma extensão da teologia, e existe uma correlação direta entre o que pensamos e a forma como atuamos. Por exemplo, duas pessoas estão no topo de uma ponte; uma acredita que pode voar, e a outra acredita que não pode voar. Suas próximas ações serão bastante diferentes. Do mesmo modo, um homem que acredita que o certo e o errado não existem naturalmente se comportará de maneira diferente de um homem que acredita em padrões morais bem definidos. Em uma das listas de pecados da Bíblia, são mencionadas coisas como rebelião, assassinato, mentira e raptores de homens. A lista conclui com "tudo quanto se opõe à sã doutrina" (1 Timóteo 1:9-10). Em outras palavras, o ensino verdadeiro promove a justiça, já o pecado floresce onde a "sã doutrina" se opõe.
C. A sã doutrina é importante porque devemos confirmar a verdade em um mundo de falsidade. "muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora" (1 João 4:1). Há joio entre o trigo, e lobos entre o rebanho (Mateus 13:25; Atos 20:29). A melhor maneira de distinguir a verdade da falsidade é conhecer a verdade.
D. A sã doutrina é importante porque o fim da doutrina sã é a vida. "Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes" (1 Timóteo 4:16). Por outro lado, o fim da má doutrina é a destruição. "Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo" (Jd 1:4). Mudar a mensagem da graça de Deus é uma coisa perversa, e a condenação por tal ação é severa. Que aquele que pregar outro evangelho ("o qual não é outro") seja anátema ( Gl 1:6-9).
E. A sã doutrina é importante porque encoraja os crentes. O amor à Palavra de Deus traz "grande paz" (Sl 119:165), e aqueles que fazem “ouvir a paz… que fazem ouvir a salvação” são verdadeiramente “formosos” (Isaías 52:7). Um pastor deve ser "apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem" (Tt 1:9).
A palavra de sabedoria afirma: "Não removas os marcos antigos que puseram teus pais" (Provérbios 22:28). Se pudermos aplicar isso à sã doutrina, a lição é que devemos preservá-la intacta. Que nunca nos desviemos da "simplicidade e pureza devidas a Cristo" (2 Coríntios 11:3).
2. O cuidado que devemos ter com os falsos ventos de doutrinas
Para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pela fraudulência dos homens, pela astúcia tendente à maquinação do erro... (Ef 4:14).
Uma das maiores preocupações do Apóstolo Paulo com a Igreja, era a infiltração de outros ensinamentos que na realidade não condiziam com o Evangelho genuíno, e por isso ele estava a advertir quando escreveu “às Igrejas da Galácia”: (Gálatas 1:6-10)... Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho; O qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema. Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.
Essa mesma preocupação teve ao escrever a seu filho Timóteo: (2 Tm 4:1-5)... Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.
Quando falamos no ministério da pregação do evangelho, temos de acordo com Paulo, como um Ministério glorioso, pois em nós cumpre-se o Ide imperativo de Jesus, e Paulo falou muito bem quando escreveu aos que estavam na Tessalônica: (I Ts 2:1 a 6)..., tivemos a confiança em nosso Deus para vos falar o evangelho de Deus em meio de grande combate. Porque a nossa exortação não procede de erro, nem de imundícia, nem é feita com dolo; mas, assim como fomos aprovados por Deus para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não para agradar aos homens, mas a Deus, que prova os nossos corações...
Observe o que Paulo chama de falso evangelho, aquele procedente de erro, de imundícia, e ainda feito com dolo. Esse evangelho já estava sendo disseminado entre o povo, doutrinas diferente daquele que Deus o havia inspirado, e por isso ele advertiu também aos habitantes de Éfeso: (Ef. 4:14,15)... Para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.
Após discorrer sobre o caráter de sua pregação, Paulo volta a tratar a respeito dos problemas que ameaçam a integridade da Igreja em Corinto. Ele faz um contraponto aos pontos de vista que imperavam no seio da Igreja em Corinto. O apóstolo afirma que não pode falar aos irmãos “como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo” (1Co 3:1-23).
Devemos ter muito cuidado com o que se está pregando e o que se diz se realmente estão na Palavra de Deus ou trata-se de invenção humana.
Paulo escreveu: “Ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo." (I Co 3:11)... "Em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos." Atos 4:12. Cristo, o Verbo, a revelação de Deus - manifestação de Seu caráter, Sua lei, Seu amor, Sua vida - é o único fundamento sobre o qual podemos edificar um caráter que subsista.. No servir cristão temos que ter muito cuidado para não solapar a mensagem simples do Evangelho e estabelecer nossas próprias ideologias! Se lançarmos outro fundamento, então não estaremos mais vivendo o cristianismo. Estaremos vivendo qualquer coisa terminada com “ismos”, menos cristianismo! Paulo menciona os tipos de edifícios que são erguidos sobre o fundamento: ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno e palha! Nossas obras serão provadas pelo fogo, pois “o nosso Deus é fogo consumidor”, Hb 12:29. Como você edifica sobre o fundamento? Que tipo de edifício você está construindo?
Veja as ultimas advertências de Paulo sobre as vãs filosofias e sutilezas... (Cl 2:8)... Tendo cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo;.. Mateus 24:3-5... Jesus também advertiu aos discípulos... Mateus 24:3-5E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane; Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.
Amados! Será que não estamos vendo essas coisas hoje, em nossos dias? Novidades; modismos, Muitas igrejas evangélicas estão reeditando as práticas da igreja medieval, quando aquelas vendiam a salvação por meio das indulgências. O apóstolo Pedro já fazia séria advertência neste particular, (1Pd 5.2,3; 2Pd 2.1-3). A Bíblia denomina de mercenário aquele que usa das coisas sagradas em benefício próprio, visando tão somente tirar vantagem e lucro para si (Jo 10.11-13; Fp 3. 17-19).
Um exemplo do exposto anteriormente é o caso de Demas, ele era companheiro de Paulo na obra, mas abandonou o apóstolo e foi para Tessalônica, possivelmente em busca de maiores ganhos financeiro, pois Tessalônica era uma cidade próspera onde corria muito dinheiro (2Tm 4.10). Os mercadores da fé oferecem de tudo como forma de atrair as pessoas, tais como: anéis, rosas, medalhas imantadas, sabonete ungido, sal do Mar Morto, entre outros. Ainda pedem as ofertas de sacrifício, que pode ser: relógios, bicicleta, rádio, TV, carro, casa.
Verdade é que a obra de Deus precisa de dinamismo, criatividade, estratégia e fervor, mas é preciso cuidado com as práticas sem respaldo bíblico. Deus não aceita fogo estranho no culto (Lv 10.1-3)
Para colocar ordem na realização dos cultos da igreja em Corinto, Paulo foi muito específico ao ensinar que os Dons, ministérios e operações, são dados pelo Espírito a cada um para o que for útil (1Co 12.4-7); Quando no ajuntamento dos crentes para cultuar, cada um tem salmo, doutrina, revelação, línguas, interpretação, e que tudo seja feito para a edificação. Paulo observa que Deus não é de confusão, e que, portanto, faça-se tudo com decência e ordem (1Co 14.26,33,40).
O apóstolo Paulo adverte que nos afastemos de homens fraudulentos que se infiltram na igreja com aparência de piedade, mas trazem ensinamentos contrários para tirar proveito da igreja (1Tm 6.3-5; 2Tm 3.5).
Em algumas igrejas, há práticas que chega a imitar práticas espíritas: Caminhar sobre sal grosso; Usar roupa branca em determinado dia; Campanha do descarrego; Oração forte contra olho gordo; Oração forte para tirar o encosto; Regressão espiritual, etc.
Ouve-se expressão no meio evangélico que nada tem que ver com a terminologia bíblica; Canela de fogo; Sapato de fogo; Vassoura de fogo. A orientação do Apóstolo Paulo é que não devemos ir além dos limites impostos pela Palavra de Deus, mas deve ser conforme o que nela está escrito, (1Co 4.6).
3. Os falsos ventos de doutrinas que surgem hodiernamente
Uma questão impressionante da historia da humanidade, da igreja também, é como as pessoas são levadas a seguir o erro de forma tão apaixonante. Exemplo disso é o nazismo, onde uma nação inteira seguiu ideais que eram condenados até mesmo naquela época. Na história da igreja temos também vários exemplos de casos semelhantes, onde doutrinas diversas arrebanharam grande numero de pessoas, depois desapareceram, casos dos mais simples e até gravíssimos como o do Pastor Jim Jones nos Estados Unidos que levaram varias pessoas ao suicídio em 1978.
Para entendermos melhor a questão do erro, vamos dividir o intelecto humano em partes: Inteligência, experiência e sabedoria.
Inteligência – é a capacidade de assimilar conhecimento, capacidade intelectual. Teoricamente um universitário é mais inteligente que um analfabeto, pois este consegue assimilar e administrar melhor o conhecimento.
Além disso, filho meu, sê avisado. De fazer muitos livros não há fim; e o muito estudar é enfado da carne. Eclesiastes 12:12
Experiências ou conhecimento empírico – é o acumulo dos acontecimentos que uma pessoa passou na vida, sendo a resultante das conseqüências das coisas boas e ruins, o que ela provocou na vida desta pessoa. Esse tipo de conhecimento depende do tempo e da qualidade de vida da pessoa. Teoricamente um idoso tem mais experiência que um adolescente, contudo é necessário distinguir se estas experiências a mais foram bem aproveitadas.
Se o homem gerar cem filhos, e viver muitos anos, de modo que os dias da sua vida sejam muitos, porém se a sua alma não se fartar do bem, e além disso não tiver sepultura, digo que um aborto é melhor do que ele... Eclesiastes 6:3
Sabedoria – é o dom de fazer a coisa certa, no momento certo, do jeito certo. Esse tipo de conhecimento independe de idade e experiência, entretanto ele esta atrelado a eles. A exemplo disso temos Salomão que já era sábio na juventude, mas na velhice apresentou deslizes para com Deus.
A sabedoria esta intimamente ligada a Deus e a humildade.
O temor do Senhor é o princípio sabedoria; e o conhecimento do Santo é o entendimento. Provérbios 9:10
Existem outros fatores que interferem em nossos julgamentos, como interesses pessoais, conhecimento incompleto, etc. Entretanto nos aterremos a estes três pontos traçados por nós para darmos uma ideia mais resumida do tema.
Todos estão certos?
Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos; mas o Senhor pesa os espíritos. Provérbios 16:2
Todos nós quando fazemos uma escolha acreditamos estar certo, isso a principio, e procuramos nos cercar de certezas que estamos corretos.
Assim por apego, por vezes, descartamos as ideias contrarias, buscamos as favoráveis, lemos livros que apóiem nossas teses, ouvimos pessoas com as mesmas ideias, nos fechamos e criamos uma fortaleza para proteger nossos conceitos.
Nesse ponto dentro da igreja surgem ideias novas e doutrinas que são defendidas a todo custo, sendo rechaçados todos os ataques a elas.
Veja o exemplo da doutrina do “Exigir de Deus”.
Essa doutrina surge com força na década de 90. O crente tem de “Exigir de Deus” o cumprimento de suas promessas (um carro, casa, dinheiro, emprego, etc). doutrina defendida e difundida com veemência, ir contra ela era ser taxado de crente sem fé, fariseu legalista, um crente de terceira linha.
Hoje dificilmente um pregador serio volta a defender essa tese, onde Deus é colocado como um servo e não como Senhor do crente, simplesmente ninguém fala mais no assunto.
Da mesma forma varias doutrinas surgiram e desapareceram como um vento:
- Doutrina da concordância;
Se duas pessoas concordassem sobre algo na terra, seria feito por Deus, bastava uma dubla concordar e Deus obrigatoriamente faria o acertado.
- Doutrina do super crente;
Ideia ligada a teologia da prosperidade, segundo a qual o crente não poderia adoecer ou sofrer qualquer contratempo por ser a “menina dos olhos de Deus”, algumas doenças em difusores desta doutrina a derrubaram.
- Doutrina das portas abertas e fechadas;
Segundo essa doutrina o crente teria de ficar atento aos sinais dados por Deus, que seriam oportunidades e circunstancias favoráveis ou desfavoráveis, as portas que Deus abria e fechava. Deus se resumia virtualmente a um porteiro espiritual.
- Doutrina do pedido especifico e detalhado;
A ideia central desta vez é que a pessoa não tinha o pedido aceito por Deus por não especificar detalhadamente o que queria, sendo assim se a pessoa pedisse um carro Deus não podia entregá-lo por não saber qual o modelo, a cor, a marca, o ano
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Ainda existem varias outras doutrinas que se foram como o vento;
- Oração poderosa;
- Culto de mistério;
- Unções para tudo;
- Quebra de maldições;
- Atos proféticos;
- Cultos de revelações;
- Cultos de fogo;
- Cultos de poder;
- Igrejas sem nomes;
- Crente discípulo;
Listar todas essas doutrinas seria muito extenso e cansativo, falamos de algumas, mas existem muitas outras.
Pontos comuns
Sobre isso temos muito que dizer, mas de difícil interpretação, porquanto vos tornastes tardios em ouvir.
Porque, desde a infância sabes as sagradas letras, que podem necessitais de que se vos torne a ensinar os princípios elementares dos oráculos de Deus, e vos haveis feito tais que precisais de leite, e não de alimento sólido.
Ora, qualquer que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, pois é criança; mas o alimento sólido é para os adultos, os quais têm, pela prática, as faculdades exercitadas para discernir tanto o bem como o mal. Hebreus 5: 11-14
O ponto comum desses ventos de doutrinas é que eles focam em um ponto especifico, batismo, dons, ou etc, depois colocam esse ponto como sendo vital para a fé cristã e vida pessoal. Entretanto depois de certo tempo a doutrina caduca, pela própria falta de consistência bíblica, decepcionam vários de seus apaixonados defensores, que simplesmente deixar de falar dela ou seguem outro vendo.
O outro ponto central desse erro é o foco exclusivo da pessoa em um único ponto em prejuízo ao demais.
Guias cegos! que coais um mosquito, e engulis um camelo. Mateus 23:24
O ponto central da Bíblia é Cristo e o ser semelhante a Ela, contudo os ventos de doutrinas levam o foco para outro lugar que cative alguns grupos os fazendo defensores e propagandistas das ideias, no final sobram vários grupos de pessoas decepcionadas.
A pessoa tem culpa também por se deixar levar pelas ideias, pois na maioria dos casos ela não busca contrapor as doutrinas entre os prós e contras e continua a encher sua cabeça com estudos e conceitos de afirmação a suas teorias.
Pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas malhas? Então podereis também vós fazer o bem, habituados que estais a fazer o mal. Jeremias 13:23
Assim quando a pessoa vai em um movimento de avivamento pentecostal, só se fala em língua estranha; no movimento de células, só se fala em célula; nas de vitória só de bênçãos.
Consoante a isso surgem os teólogos reforçando o tema, com as livrarias lotadas de temas afins, atualmente se fala muito sobre prosperidade, que é um tema muito em voga, igualmente a poder e línguas estranhas anteriormente. Publicam-se uma infinidade de livros ensinando como ser prospero, particularmente todos seguem uma mesma linha, só mudando a ordem e explicações sobre os mesmos pontos da Bíblia, em suma, se você ler um livro sobre prosperidade, já leu todos. Igualmente os sobre os Dons, de como conseguir falar em línguas estranhas e ter poder, basta ler um de cada pela vida toda, são todos muito semelhantes.
4. As razões de ensinar a Sã Doutrina
Paulo escreveu a Tito: Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina (Tito 2.1).
Muitos pensam em doutrinas como assuntos para serem tratados em livros de teologia sistemática, ou classes onde se ensinam os pilares do pensamento cristão. Certamente envolve isso, porém a sã doutrina lida também diretamente com o dia a dia das pessoas. Quando Paulo pensava em sã doutrina, ele pensava em como as pessoas estavam vivendo. Na carta de Paulo a Tito, encontramos algumas razões pelas quais é importante que a igreja se concentre nesta tarefa.
A . Ela expõe o falso ensino. Paulo escreveu: Porque existem muitos insubordinados, palradores frívolos e enganadores, especialmente os da circuncisão. É preciso fazê-los calar, porque andam pervertendo casas inteiras, ensinando o que não devem, por torpe ganância(Tt.1.10,11). Paulo afirma que o ensino destes homens para nada era proveitoso. Suas palavras eram vazias e nada acrescentavam aos que ouviam. Ao contrário, tais palavras eram prejudiciais. Paulo diz que eles pervertiam casas inteiras. O ensino destes homens estava destruindo famílias. A má doutrina, sorrateiramente, ataca a família e a perverte. É preciso calar estas vozes destruidoras. Como, porém, fazemos isso? Falando corajosa e abertamente a sã doutrina.
Quando falamos a sã doutrina, consequentemente expomos o que é falso. Não podemos nos envergonhar do que cremos e devemos falar e continuar falando a sã doutrina. Por medo da impopularidade a igreja é tentada a parar de falar o que convém e falar o que as pessoas desejam ouvir. Isto abre espaço para que o ensino falso entre na igreja e, em consequência, a família seja degradada. Não é sem motivo que temos visto tantos pais separados e filhos sendo criados sem a presença deles. Quando a sã doutrina não é falada, o falso ensino ocupa o seu lugar e as dolorosas consequências são percebidas na família.
B. Ela expõe a falsa profissão de fé. Paulo escreve que aqueles homens no tocante a Deus, professam conhecê-lo; entretanto, o negam por suas obras; é por isso que são abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra(Tt.1.16). Em Creta, havia pessoas que professavam crer em Deus, no entanto suas atitudes demonstravam o contrário. Elas não eram de fato convertidas ao Senhor, ainda que dissessem ser. Este é o efeito do falso ensino, ele gera uma falsa profissão de fé. Quando a má doutrina é ensinada, as pessoas são enganadas. Elas dizem que conhecem a Deus, falam coisas a respeito de Deus, cantam músicas sobre Deus, mas de fato não O conhecem.
Pessoas estão sendo enganadas, estão crendo que são salvas, professando conhecer a Deus, sem nunca de fato O terem conhecido. Jesus disse que elas o chamam de Senhor, mas Ele nunca as conheceu (Mt.7.21,22). Somente a sã doutrina pode desfazer o engano e ajudar as pessoas a entenderem o que é conhecer a Deus. A igreja deve falar a sã doutrina, assim os que são salvos serão confirmados; os enganados, ou serão transformados ou se retirarão por não suportarem a sã doutrina. Alguém disse que o evangelho ruim é pior do que evangelho nenhum.
A terceira razão para se falar a sã doutrina é que ela lida com o comportamento das pessoas. Paulo, em Tito 2.1-10, deixou claro como a sã doutrina é algo prático.
C . Ela ensina ao homem o que é ser homem. Paulo escreveu: Quanto aos homens idosos, que sejam temperantes, respeitáveis, sensatos, sadios na fé, no amor e na constância (Tt.2.2).
Vivemos num mundo em que os jovens querem sempre ser jovens. Querem prolongar sua adolescência, desejam que a juventude não passe nunca. O mundo deseja que a vida seja uma grande brincadeira cheia de diversão. Entretanto, Deus nos fez para sermos adultos. A juventude é apenas uma pequena etapa da vida. A maior parte da vida é para ser vivida como adulto. Os conselhos deste mundo, porém, são contrários a isso e querem fazer das pessoas, eternos jovens. É preciso falar o que é ser homem, alguém moderado, respeitável, sensato e sadio na fé. Não temos visto as pessoas sendo respeitáveis por serem mais velhas, uma das razões é porque não querem parecer adultas e respeitáveis. Assim, a sociedade se degrada em larga escala. Só a igreja pode apresentar a solução para isso: Falar a Sã Doutrina.
D . Ensina à mulher o que é ser mulher. Paulo escreveu que as mulheres mais velhas devem ensinar as mais jovens a amarem seus maridos e seus filhos (Tt.2.3-5). Os conselhos deste mundo têm ensinado as mulheres a agirem como homens, a pensarem como homens, a fazerem atividades de homens. Até mesmo quanto à sexualidade, as mulheres têm sido levadas a pensarem como homens. Achando-se livres e emancipadas fazem, cada vez mais, o que homens egoístas querem que façam. Existe o lado feminino da sexualidade e ele parece estar sendo cada vez mais desconsiderado. Mais lamentável ainda é ver estes pensamentos seculares sobre a mulher sendo seguidos por aqueles que dizem crer na Bíblia. A sã doutrina ensina a mulher a ser mulher dentro dos propósitos de Deus. Aqui é mais um lugar onde a vergonha tem dominado a igreja. Muitos se envergonham deste ensino, acham-no ultrapassado e sem relevância e por isso não o falam.
Temos deixado o pensamento secular nos dizer o que é ser mulher. Deus, que é quem criou a mulher, sabe o que é melhor e satisfatório para ela, e sua Palavra nos ensina isso. Ela tem um papel nobre, exaltado e digno na família, na igreja e na sociedade. Porém este mundo tem diminuído este papel e feito com que tenhamos vergonha dele. Assim, temos mulheres abandonando a feminilidade que Deus designou para elas. O resultado tem sido percebido na sociedade. Falar a sã doutrina é ensinar a mulher a ser mulher.
E . Ensina o jovem a ser criterioso. Paulo escreveu: Quanto aos moços, de igual modo, exorta-os para que, em todas as coisas, sejam criteriosos (Tt.2.6). Em todas as coisas os jovens devem ter critério. Ter critério fala de ter uma mente sadia.
Jovens são facilmente corrompidos pelos maus conselhos deste mundo, basta conferir o número de ordenanças que a Bíblia dá quanto a isso. O livro de Provérbios, por exemplo, é intenso em falar a eles. Para muitos jovens, o que a maioria está fazendo não parece ser errado. Não é sem motivo que Paulo os ordena a serem criteriosos em todas as coisas. A sã doutrina os ajuda a ter critérios, a fim de que suas decisões sejam sábias. A juventude é um período curto da vida, porém nele são tomadas decisões que trazem consequências para a vida toda. Por isso é importante que a sã doutrina seja falada.
Davi escreveu no Salmo 19.7 que o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices. Símplices é tradução de uma palavra hebraica que traz a ideia de uma porta aberta. A ideia é que o testemunho do Senhor faz com que o crente aprenda a fechar sua mente. Ter a mente aberta é um conselho deste mundo e não da Palavra de Deus. A Palavra de Deus dá sabedoria de maneira que não sejamos mais símplices, isto é, que não sejamos mais aqueles que aceitam tudo o que nos é oferecido sem qualquer resistência. É por meio da sã doutrina que ensinamos os jovens a não serem símplices, de mente aberta. Por meio dela, eles aprendem a ser criteriosos. Quando a Palavra de Deus está na mente, ela é o filtro que impedirá os maus conselhos de entrar. Jovens precisam da sã doutrina.
5. Conhecendo a sã doutrina
“Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina”. (Tt 2.1).
A palavra doutrina se origina do grego: “didache”, que significa ensino ou instrução dos apóstolos. Entendemos que a sã doutrina é a revelação do Eterno Deus por meio das sagradas escrituras e representa o alicerce e o sustentáculo da verdadeira fé cristã.
Vejamos o que a bíblia nos ensina sobre a sã doutrina:
As diversas doutrinas
A.Doutrinas de homens: (Mc 7.6-9; Mt 15.6-9).
B.Doutrinas de hereges: (Ap 2.6,15)
C.Doutrinas de demônios: (I Tm 4. 1-2).
D.Doutrina de Deus: (Jo 7.16; Tt 2.10).
Como devemos fazer em relação as falsas doutrinas
A.Precisamos cuidar da sã doutrina (I Tm 4.16).
B.Devemos nos afastar dos que vivem em desacordo com a sã doutrina (Rm 16.17).
C.Devemos nos afastar dos opositores a sã doutrina. (I Tm 1.9-11).
D.O motivo da existência de falsas doutrinas. (I Tm 6.3-5).
E.Não devemos recebê-los nem cumprimentá-los. ( II Jo 10).
F.Haverá tempos em que não suportarão a sã doutrina. (II Tm 4.3).
G.Cuidado com os ventos de Doutrina. (Ef 4.14).
A O significado da sã doutrina:
A.Jesus tinha uma Doutrina: (Mt 7.28; Mt 22.33; Lc 4.32).
B.Os Cristãos primitivos tinham uma Doutrina a qual perseverava: (At 2.42).
C.Os crentes de Roma pautavam sua vida por excelente doutrina: (Rm 6.17).
D.Paulo recomendou a Tito e a Timóteo o cuidado com a doutrina: (ITm 1.3-10; 4.6-16; 6.3; II Tm 4.3; Tt 1.9; Tt 2.1).
E.João determinou a doutrina: (2Jo .9).
F.João recomendou a doutrina: (2Jo 10).
G.A doutrina proporciona comunhão com Deus: (2Jo .9).
H.A doutrina proporciona piedade: (I Tm 6.3)
A finalidade da sã doutrina:
A. Preservar dos falsos profetas: (Mt 24.24; Mt 7.15).
B. Preservar das heresias e apostasias: (II Ts 2.3; I Tm 4. 1-2).
C. Para não corromper nosso entendimento: (II Ts 2.2).
D. Devemos guardar as tradições: (II Ts 2.15).
E. Proporciona-nos a segurança da salvação em Cristo: (I Tm 4:16).
F. Santifica-nos: (Jo 17:14-17).
G. Tornar-nos sábios: (II Tm 3:15).
H. Tornar-nos obedientes: (Rm. 6.17).
A importância da sã doutrina:
A. Ninguém poderá alterar a doutrina: (Gl 1.8).
B. Ninguém poderá ensinar outra doutrina: (I Tm 1.3).
C. A. A doutrina está completa e não precisa de nenhuma modificação: (Ap 22. 18-19).
D. A relevância do conhecimento doutrinário para a solidificação de uma fé autentica que combate as heresias e propaga veementemente a suprema verdade de Deus.
VII. Como devemos se comportar em relação à sã doutrina.
"Pregar de forma simples não é pregar rudemente, nem indouta ou confusamente, mas pregar de maneira tão simples e perspicaz que o homem mais simples possa entender o que é ensinado, como se ouvisse ser chamado pelo próprio nome." Henry Smith
"Não há sermão que, sendo ouvido, não nos ponha mais perto do céu ou do inferno." John Preston
A Igreja deve buscar, viver e pregar a sã Doutrina. Oficiais, mestres e membros assumem um compromisso de obedecê-la, preservá-la e divulgá-la.
O vocábulo “DOUTRINA” significa “ensino”. Na Bíblia se encontra a Doutrina de Cristo, comumente denominada de Doutrina Cristã.
Em resumo: a Doutrina é a própria Palavra de Deus.
SÃ DOUTRINA significa DOUTRINA SADIA ou BOA DOUTRINA.
Portanto, a Boa Doutrina de Cristo deve ser anunciada: “ide e ensinai” (Mt 28:18-20).
Como membros da Igreja do Senhor temos um compromisso: zelar pela Palavra de Cristo.
Por que é preciso zelar pela sã doutrina?
Porque:
1. Vem de Deus João 7:16; Atos 13:12 (não pertence a nenhuma escola do pensamento humano. É instrução divina).
2. É Palavra inspirada pelo Espírito Santo 2 Pe 1:20,21.
3. Favorece uma vida piedosa I Timóteo 6:3-5; Tito 1:1 (uma vida religiosa que vem de um coração comprometido com Cristo).
4. Capacita a uma vida de santidade I Timóteo 1:9-11; Tito 2:12 (a doutrina tem poder para destruir as tentações e dar rumo à vida).
5. Estabelece a comunhão com o Pai e com o Filho I Jo 1:3; II Jo 9 (a verdadeira comunhão espiritual tem como base a doutrina).
6. Não expõe o evangelho à blasfêmia I Timóteo 6:1 (o bom testemunho nos relacionamentos é um motivo para glorificarmos a Deus e valorizarmos a doutrina).
Os cristãos devem ser do mesmo parecer I Coríntios 13:11 (ter uma só doutrina). A verdadeira comunhão está na obediência à doutrina.
É grande a responsabilidade dos que assumem liderança entre o povo de Deus. É preciso conhecimento e fidelidade à Palavra de Deus.
Os que ensinam a Palavra e lideram o povo de Deus devem:
1. Alimentar-se dela I Timóteo 4:6
2. Devem priorizá-la I Timóteo 4:13,16
3. Chegar-se a ela de todo o coração II Coríntios 2:17;Tito 2:7
4. Apegar-se decididamente Tito 1.9; II Timóteo 1:13;
5. Perseverar na doutrina I Timóteo 4:16; Atos 2:42
6. Ensinar o que é do interesse da doutrina Tito 2:1
7. Deve fundamentar o que diz por meio da doutrina I Coríntios 14:6
8. Devem obedecê-la de todo coração Romanos 6:17
9. Devem ter cuidado de sua vida e da doutrina I Timóteo 4:16
A Doutrina de Cristo não é pura teoria para ser plantada só na mente, é para ser aplicada também no coração e nas atividades da vida.
Há algo mais na doutrina cristã:
1. É embelezada pelo bom testemunho Tito 2:10
2. O conhecimento da sã doutrina dá discernimento espiritual João 7:17
3. Deve ser estudada, para saber se aquele que ensina, fala segundo a doutrina Atos 17:11.
Nem todos os que estão na comunidade cristã aceitam a boa doutrina. Há os que a rejeitam na mente, no coração, na vida diária e publicamente. Sempre a falsa doutrina atende a outros interesses do coração humano. Jesus disse que nos últimos tempos viriam os falsos mestres. Entende-se que falsos mestres ensinam a falsa doutrina
O cristão deve velar para não ultrapassar o que está escrito I Co 4:6; Ap 22:18-19.
A Sã doutrina não se apoia em teorias humanas nem em princípios tradicionais, mas fundamenta-se em toda a Palavra de Deus e na doutrina dos apóstolos.
VIII. Como não ser enganado pelos falsos mestres?
Jesus nos advertiu que “falsos Cristos e falsos profetas” virão e tentarão enganar até mesmo os eleitos de Deus (Mt 24:23-27; veja também 2 Pe 3:3 e Jd 17-18). Para melhor se prevenir contra a falsidade e contra falsos mestres – conheça a verdade. Para detectar uma imitação, estude a coisa verdadeira. Qualquer crente que “maneja bem a palavra da verdade” (2 Tm 2:15) e que faz um estudo cuidadoso da Bíblia pode indentificar falsa doutrina. Por exemplo, um crente que leu as atividades do Pai, Filho e Espírito Santo em Mt 3:16-17 irá imediatamente questionar qualquer doutrina que negue a Trindade. Portanto, o “primeiro passo” é estudar a Bíblia e julgar todo ensino de acordo com o que diz a Escritura.
Jesus disse “pelo fruto se conhece a árvore” (Mt 12:33). Ao buscar por “frutos”, aqui estão três testes específicos para aplicar em qualquer mestre para determinar a precisão do seu ensino:
1. O que esse mestre diz sobre Jesus? Em Mateus 16:15, Jesus pergunta: “Quem dizeis que eu sou?”. Pedro responde: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”, e por essa resposta Pedro é chamado “bem-aventurado”. Em 2 Jo 9, lemos: “Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho”. Em outras palavras, Jesus Cristo e a Sua obra de redenção são de maior importância; tome cuidado com qualquer um que nega que Jesus é igual a Deus, desvaloriza a morte de Jesus no nosso lugar ou rejeita a humanidade de Jesus. 1 Jo 2:22 diz: “Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho”.
2. Esse mestre prega o evangelho? O evangelho é definido como as boas novas concernentes à morte, ao sepultamento e à ressurreição de Jesus de acordo com as escrituras (1 Co 15:1-4). Por mais bonitas que soem, as afirmações “Deus te ama”, “Deus quer que alimentemos os famintos” e “Deus quer que você tenha prosperidade” NÃO são a mensagem completa do evangelho. Como Paulo adverte em Gálatas 1:7: “Há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo”. Ninguém, nem mesmo um grande pregador, tem o direito de mudar a mensagem que Deus nos deu. “Se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema” (Gl 1:9).
3. Esse mestre exibe qualidades de caráter que glorificam ao Senhor? Falando de falsos mestres, Judas 11 diz: “Prosseguiram pelo caminho de Caim, e, movidos de ganância, se precipitaram no erro de Balaão, e pereceram na revolta de Corá”. Em outras palavras, um falso mestre pode ser reconhecido pelo seu orgulho (a rejeição dos planos de Deus por parte de Caim), sua ganância (a profecia de Balaão por dinheiro) e rebelião (a auto-promoção de Corá contra Moisés).
Para estudar mais, revise os livros da Bíblia escritos especificamente para combater falsos ensinamentos dentro da igreja: Gálatas, 2 Pedro, 2 João e Judas. Freqüentemente é difícil identificar um falso mestre/falso profeta. É disso que se trata um “lobo em pele de cordeiro”. Satanás e seus demônios se mascaram como ministros de justiça (2 Co 11:15). Apenas sendo inteiramente familiar com a verdade você será capaz de reconhecer uma imitação.
A igreja tem esta grande responsabilidade. São razões importantes para não fugirmos dela. Não podemos nos contentar com menos que isso. Não podemos ser condescendentes e permitirmos que assuntos que não convêm à sã doutrina sejam assuntos dominantes na igreja. Cada membro da igreja do Senhor Jesus Cristo é responsável por isso, uns por falarem, outros por ouvirem. Não podemos nos furtar desta grande responsabilidade: falar a sã doutrina
Em breve estaremos de volta dando sequência a este maravilhoso estudo!
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