Por Jânio Santos de Oliveira
Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da SerraPastor Presidente: Eliseu Cadena
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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!
Ef 4.1-3 Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.
Nós estamos de volta para dar continuidade a série de conferências com o tema: "O ajustamento do corpo de Cristo".
Neste segundo seguimento estaremos falando sobre
" a Unidade da Igreja"
Na última Ceia, na “Oração Sacerdotal” (Jo 17), Jesus rogou ao Pai, antes de sofrer a paixão: “Pai santo, guarda-os em teu nome… a fim de que sejam um como nós” (Jo 17,11). “Que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós… Dei-lhes a glória que me deste, para que sejam um, como nós somos um: eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade…” (17,21-23).
I. Visão panorâmica da carta aos efésios
1. A cidade de Éfeso
Era uma das maiores cidades do Império Romano, capital da província chamada Ásia Menor, cujo território pertence hoje à Turquia. Localizava-se às margens do rio Caístro. Entre suas construções, destacava-se o templo da deusa Diana, também conhecida como Artêmis. Os cultos ali realizados incluíam a prostituição em seus rituais. Tal edifício estava entre as sete maravilhas do mundo antigo. O templo foi incendiado no dia em que nasceu Alexandre Magno. Posteriormente, o próprio Alexandre ofereceu-se para reconstruí-lo. Contudo, sua oferta foi recusada pelos efésios, os quais reconstruíram o santuário, tornando-o mais esplêndido do que antes. Quando escreveu a primeira carta aos coríntios, Paulo estava em Éfeso. Talvez por isso, diante da grandiosidade daquela construção, o apóstolo fala sobre a igreja de Cristo, comparando-a a um edifício. Ele menciona o processo de edificação, o fundamento, os construtores e o material utilizado (I Cor.3.9-17). Mais tarde, quando escreve aos Efésios, Paulo volta a essa comparação (Ef.2.19-22). Havia em Éfeso uma grande biblioteca e um teatro com lugares para 25 mil pessoas assentadas. A cidade possuía o principal porto da Ásia, colocando-se, assim, na rota comercial do Império. Foi construído naquela cidade um templo para a realização de cultos ao imperador romano. Hoje, existem apenas ruínas daquele grande centro urbano, entre as quais se destaca a fachada da antiga biblioteca.
2. Fundação da igreja
Paulo fundou a igreja em Éfeso por ocasião da sua primeira visita, durante a segunda viagem missionária (At.18.19). Na segunda vez em que foi à cidade (At.19.1), permaneceu lá durante um período superior a dois anos. Éfeso tornou-se o centro dos trabalhos missionários do apóstolo. Naquele período, toda a Ásia Menor foi evangelizada (At.19.10). Pode ser que nessa ocasião tenham sido fundadas as sete igrejas mencionadas no Apocalipse (2 e 3). A permanência de Paulo em Éfeso foi interrompida por uma grande perseguição. Através de suas pregações, muitos se converteram a Cristo. Com isso, o comércio das imagens da deusa Diana estava se enfraquecendo. Tomados de ira, os fabricantes de ídolos provocaram grande tumulto, tentando fazer com que Paulo fosse publicamente condenado por pregar uma doutrina que estaria "prejudicando" a cidade (At.19.21-40; I Cor.15.32). Afinal, o turismo e o comércio estavam estabelecidos sobre a idolatria. Diante de disso, Paulo se retira. Depois de algum tempo, mandou chamar os líderes da igreja de Éfeso para se encontrarem com ele em outra cidade, Mileto. Ali, Paulo se despede deles, dizendo que não mais o veriam (At.20.16-38). Timóteo, Apolo, Áquila e Priscila trabalharam na igreja de Éfeso (At.18.18,19,24; I Tm.1.3; II Tm.4.19). De acordo com a tradição, o apóstolo João também exerceu ministério naquela cidade e ali morreu. A bíblia não confirma isso. O que temos de concreto é que João escreveu uma carta à igreja de Éfeso assim como fez a outras seis igrejas da Ásia (Apc.2.1).
3. A EPÍSTOLA AOS EFÉSIOS
Local de origem: Roma. Data: entre 60 e 61 d.C. Portador: Tíquico (Ef.6.21-22). Tema: a unidade da igreja. Texto chave – Ef.4.13. Seqüência chave – Ef.1.10; 2.6, 14-22; 4.3-16. Palavras e expressões em destaque: Mistério; "em Cristo"; graça; salvação; riqueza; igreja; unidade; vida; armadura.
4. ESBOÇO 1 – A igreja e o plano de salvação – 1.1-23 Saudação – 1.1-2 A origem divina da igreja – 1.3-6. O plano de salvação – 1.7-23. 2 – A ressurreição espiritual e a exaltação do salvo – 2.1-6. Salvação pela fé e não por obras – 2.7-10. Os gentios estão incluídos no propósito de Deus – 2.11-13. Não há barreiras entre judeus e gentios – 2-14-22. 3 – Os mistérios e as revelações divinas – 3.1-13. A oração de Paulo e o amor de Cristo – 3.14-21. 4 – A unidade dos cristãos – 4.1-16. A vida cristã prática – 4.17-21. Velha vida x Nova vida – 4.22-32. 5 – Valores da vida cristã – 5.1-21 Amor, pureza, luz, zelo, plenitude do Espírito. Deveres da vida cristã – 5.22 a 6.9. 6 – A luta espiritual – 6.10-18. 7 – Palavras finais e bênção – 6.19-24.
5. Análise da epístola
A carta que hoje conhecemos como "Epístola de Paulo aos Efésios", parece ter sido uma correspondência circular destinada às diversas igrejas da Ásia Menor. Seu conteúdo não é pessoal nem trata de questões ou problemas específicos de uma comunidade em particular. Não possui saudações pessoais, como seria natural em uma carta dirigida a um grupo determinado. De acordo com os estudiosos dos manuscritos do Novo Testamento, a expressão "que vivem em Éfeso" (1.1) não aparece em todas as cópias antigas. Supõe-se então que poderia se tratar de uma carta circular e que, eventualmente, alguém tenha acrescentado essas palavras quando endereçou uma cópia para os efésios. Alguns comentaristas sugerem que essa epístola possa ser a mesma que Paulo menciona em Colossenses 4.16, quando fala da carta enviada aos Laodicenses e que deveria ser lida também em Colossos.
6. Motivo de envio da carta
As igrejas cristãs estavam se estabelecendo em diversas cidades do Império Romano, começando dos principais centros, onde Paulo procurava concentrar suas atividades evangelísticas. Nesses mesmos centros, encontravam-se colônias judaicas, já que, por motivos diversos, milhares de judeus estavam espalhados por vários lugares. Eles se estabeleciam com mais freqüência nas principais cidades, como seria natural, uma vez que nesses locais se concentravam as atividades comerciais, culturais e religiosas, sendo os melhores campos para o trabalho e o enriquecimento. Desse modo, em todos os lugares Paulo encontrava uma sinagoga e ali pregava para os judeus. Assim, apesar dos protestos e perseguições, alguns se convertiam. Logo estava estabelecida a igreja e sua formação incluía gentios e judeus. Percebe-se então uma dicotomia imediata na comunidade. Além disso, como era natural, a igreja era formada por homens e mulheres, servos e senhores, escravos e livres, ricos e pobres. Bem sabemos que esse cenário não era uma particularidade de Éfeso, mas característica comum a diversas igrejas. Essa diversidade de componentes da igreja, faz com que ela seja um organismo bastante eclético. Essa variedade se tornava, muitas vezes, causa de divisão, partidarismo, dentro das igrejas. Por isso, Paulo escreve aos efésios, tendo como principal tema a unidade da igreja. Seu foco está principalmente sobre a questão entre judeus e gentios. Por um lado, os judeus se consideravam como a "nata" religiosa do mundo. Então, os gentios eram vistos por eles como uma segunda categoria, até mesmo dentro da igreja. Os gentios, por sua vez, poderiam se sentir inferiorizados. Contudo, nas cidades fora da Palestina, os gentios eram os "donos da casa". Então, os judeus poderiam ser vistos como estrangeiros arrogantes que se achavam superiores aos próprios cidadãos do lugar. Tudo isso nos mostra que era fácil que a igreja se dividisse internamente entre o grupo dos judeus e o grupo dos gentios. Então, Paulo insiste na doutrina da unidade da igreja. Afinal, Cristo chamou pessoas tão diferentes e as uniu em um corpo para que aprendessem o amor que supera todas as desigualdades e até mesmo ajuda a minimizá-las ou eliminá-las quando possível.
7. Unidade da igreja
Paulo menciona a localização de gentios e judeus dentro do plano de salvação e da igreja. Seu objetivo é demonstrar que no corpo de Cristo, esse tipo de diferença é irrelevante. Ele tenta fazer com que seus leitores vejam que, no passado, todos eles eram pecadores (Ef.2.1-3) e que agora todos são salvos. Estes são os adjetivos que importam. Não interessa saber quem é judeu e quem é gentio. Essas verificações só serviam para dividir a igreja. Paulo diz que agora, após a conversão, ninguém era mais estrangeiro, como se tivesse um tratamento diferente dentro da igreja. Somos todos concidadãos (Ef.2.19). Dizer isso para gentios e judeus era mostrar que não mais importava o lugar onde nasceram nem a sua origem genealógica. Agora, somos cidadãos na mesma cidade, a Nova Jerusalém. Afinal, nascemos de novo. Agora somos parte da mesma família. Precisamos deixar de lado muitos conceitos plurais, que destacam nossas diferenças, e voltar para afirmações singulares. Por isso, Paulo usa tanto a palavra "um" e seus derivados na epístola aos Efésios: "de ambos (judeus e gentios) fez um" (Ef.2.14); "um novo homem" – Ef. 2.15. "um só corpo" – Ef.2.16. "um Espírito" – Ef.2.18. "unidade do Espírito"- Ef.4.3. "um corpo" – Ef.4.4. "um Espírito" – Ef.4.4. "numa só esperança" – Ef.4.4. "um só Senhor" – Ef.4.5. "uma só fé" – Ef.4.5. "um só batismo" – Ef.4.5. "um só Deus e Pai" – Ef.4.6. "unidade da fé" – Ef.4.13. "comunidade" - Ef.2.12. "unirá" - Ef.5.31. "uma só carne" - Ef.5.31 (fala sobre o casal e sobre Cristo e a igreja). A palavra "todos" também demonstra o desejo pela unidade ou fala de uma situação comum: 1.15; 2.3; 3.8,9,18; 4.6,13; 6.18,24 A palavra "congregar" em 1.10, a preposição "com", o advérbio "juntamente" e outros termos semelhantes reforçam a doutrina da unidade dos irmãos em torno da pessoa de Cristo. Ele é a base da nossa unidade. "Com" - 1.15; 2.5,6; 2.16; 3.18; 4.25; 4.28 ("com o que tiver..."); 6.9. Em 5.7, a preposição aparece mostrando "com" quem não devemos nos associar. Não existe unidade entre o cristão e o mundano. Convivência, sim. Unidade, não. "Co-herdeiros" e "co-participantes" - 3.6. "Juntamente" - 2.5,6,22. "Juntas" - 4.16. A expressão "em Cristo", bastante freqüente nos escritos de Paulo, mostra a centralidade do Senhor Jesus no plano de Deus, na igreja e na vida do cristão. Observe esta e outras expressões similares em Efésios: "Em Cristo" - 1.1,3,6,10,12,15,20; 2.6,7,10,13; 3.11,21; 4.32. "Em Jesus" - 4.21. "Com Cristo" - 2.5. Observe a relação entre 2.12 ("sem Cristo") e 2.13 ("em Cristo"), demonstrando a situação antes e depois da conversão.
8. A igreja - edifício de Deus
Continuando sua doutrina, Paulo mostra que somos parte do edifício de Deus, a igreja (Ef.2.20-22). Não podemos criar divisões, como se o tijolo quisesse ser superior à pedra, ou a areia melhor do que o cimento. Se formos fazer uma classificação por valor ou por importância na construção, veremos que, separado, cada item tem um preço diferente. Contudo, enquanto não for utilizado na obra, cada tipo de material corre o risco de se contaminar, tornar-se inútil e se perder. Depois de construído o prédio, este tem um valor único e muito elevado. Quando se pergunta o preço de um prédio, ninguém quer saber o valor da areia ou do cimento. A construção vale mais do que a soma dos valores nela aplicados. Juntos valemos mais do que separados. Juntos fazemos mais do que faríamos isoladamente. Na construção, os elementos que parecem ser os mais fortes, encontram-se absolutamente dependentes dos que são reputados como inferiores. O cimento é visto como aquele que dá firmeza. Contudo, o que faríamos com ele se não tivéssemos a areia, que muitas vezes é vista como frágil e inconstante? Um vai suprir a fraqueza do outro e juntos vão formar o sólido concreto. A pedra poderia se gabar de ser a mais forte. Contudo, não se constrói um prédio usando apenas pedras. Os tijolos, apesar de mais frágeis, podem ser trabalhados com mais facilidade, podem ser quebrados, cortados e posicionados com mais flexibilidade. Sua fragilidade será superada pelo uso da areia, do cimento e da água. Os tijolos, para que fiquem mais resistentes, são submetidos à ação do fogo, o qual pode ser comparado às dificuldades, tribulações e sofrimentos da vida, que vão nos tornando mais fortes e mais resistentes (I Pd.4.12). Depois de pronto o prédio, não se fala mais em areia, em cimento, em tijolos. Fala-se em um prédio. Apesar de estarem ali presentes as características de cada material, todos eles "perderam" sua própria identidade e são agora conhecidos como prédio. Até mesmo aquele ínfimo grãozinho de areia, agora é prédio. Assim somos nós na igreja. Ainda que você se veja como o menor, como insignificante, como fraco, Deus o vê como igreja, como corpo de Cristo. Nessa condição, consciente disso e vivendo de modo coerente, você estará revestido de uma armadura (Ef.6.10-18) e, mesmo sendo fraco, você será invencível "Quando sou fraco, então é que sou forte" (II Cor.12.10). As forças espirituais do mal não poderão tocá-lo (I Jo.5.18). Quando o prédio está pronto, o que mais aparece não é o mais importante. Então, temos em posição de honra aqueles elementos que mais precisam dela e não os que já a possuem naturalmente. Deus coloca em destaque os mais humildes, enquanto que muitos que se julgam elevados, ficam encobertos. Isso não muda o valor de nenhum deles, apenas a aparência. A tinta, que até não está entre os itens fundamentais, é a que mais aparece e torna-se importante. A pedra, que é mais forte, torna-se invisível, colocada em lugares inferiores, fazendo parte do alicerce. Estaria ela esquecida? Talvez sim, mas desvalorizada jamais. Em toda construção em que se usem pedras, areia, tijolos e cimento, deverá ser usada a água, que é um símbolo da Palavra de Deus (Ef.5.26). A água não fica retida na construção. Ela não faz parte do prédio, embora seja utilizada desde o alicerce até o acabamento. Da mesma forma, a bíblia não faz parte da igreja, mas sem ela a igreja não existiria.
9. Unidade e individualidade
Apesar de ser comparado a um edifício, a igreja não tem a mesma rigidez. As pedras vivas que compõem a igreja (I Pd.2.5) nem sempre querem ficar na posição e na função que receberam. O autor roga, suplica, aos irmãos de Éfeso que eles adotem uma postura de humildade, mansidão, e amor uns para com os outros. Com tantas diferenças dentro da igreja, essas atitudes eram imprescindíveis para que a igreja não se extinguisse (Ef.4.1-6). Muitas vezes, os irmãos começam a promover disputas e contendas entre si. Isso, além de ser destrutivo, desvia o cristão de seu papel espiritual. Paulo diz que "a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso e contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais" (Ef.6.12). Se os irmãos guerrearem entre si, estarão dando trégua na guerra contra Satanás e, assim, só ele ficará satisfeito. A unidade deve ser buscada mesmo que mediante o esforço. "Esforçai-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz" (Ef.4.3). A palavra vínculo significa nó ou tudo o que estabelece ligação. Nós, como cristãos, precisamos enfatizar os nossos vínculos acima das nossas diferenças. O mesmo Senhor, o mesmo Espírito, o mesmo batismo, a mesma fé, a mesma esperança, tudo isso são vínculos que nos unem. São os fundamentos do cristianismo. Não devemos nos separar por causa de questões tão menores do que o amor de Cristo. Seria correto uma igreja se dividir por causa da forma de culto, ou por causa do tipo de roupa ou por causa da comida e outras coisas semelhantes? Em uma família, cada membro é diferente. Contudo, não vamos dispersar o grupo familiar por causa disso. Apesar de unidos, não somos iguais. As diferenças existem e sempre existirão. Vivemos em unidade sem anular a individualidade. Por isso Paulo fala, no capítulo 4.7-16, dos dons ministeriais: "uns para apóstolos, outros para profetas..." Não devemos confundir unidade com igualdade. "A graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo" (Ef.4.7). Afinal, a unidade existe para que as diferentes partes se auxiliem e se completem (Ef.4.16). Assim, Paulo passa a usar o corpo humano como ilustração para a igreja. Cada cristão é chamado de membro, tendo posição e função definidas. O tema da unidade nos chama a atenção para a ajuda mútua. O tema da individualidade nos lembra da responsabilidade pessoal. A obra de Deus é missão da igreja. Contudo, cada tarefa deve estar designada individualmente, pois se um serviço é de todos, normalmente ninguém o executa. Na igreja existem homens, mulheres, servos, senhores, etc. A doutrina da unidade poderia levar a crer que agora todos são iguais. Até certo ponto, a afirmação é correta. Contudo, Paulo, no final da carta, fala diretamente às mulheres, aos maridos, aos filhos, aos pais, aos servos e aos senhores, mostrando que cada um tem um papel definido e que a situação individual deve ser respeitada (Ef.5.22 a 6.9). Observe os textos de Efésios que tratam da individualidade por meio da expressão "cada um" ou "uns": Ef.4.7 - Oportunidade individual. Ef.4.11 - Dom individual. Ef.4.25 e 5.33 - Deveres individuais. Ef.6.8 - Recompensa individual.
10. Efésios – espiritualidade em alta
Havendo unidade dentro dos padrões divinos, haverá ambiente para que se desenvolva a espiritualidade. Esta palavra caracteriza bem a epístola aos Efésios. Enquanto que, aos coríntios, Paulo não pode falar como a espirituais, visto que eram carnais (I Cor.3.1), com os efésios foi diferente. O apóstolo falou sobre: Os mistérios de Deus – Ef.1.9; 3.3; 4.9; 6.19. Lugares celestiais – Ef.1.3,20; 2.6; 3.10; 6.12. A graça de Cristo – Ef.1.6,7; 2.5,7,8; 3.2,7; 4.7,29; 6.24 As riquezas da sua graça – Ef.1.7; 2.7. As riquezas de Cristo – Ef.3.8. As riquezas da glória – Ef.1.18; 3.16. A armadura de Deus – Ef.6.12-17.
II. Analisando a unidade da Igreja.
“o corpo de cristo não é um amontoado de membros inúteis, cada um buscando o seu próprio interesse; mas sim um conjunto de todos os membros bem ordenados, cada um deles executando sua respectiva função em favor de todos os outros”.
“Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz”. (Ef 4.3)
Na carta aos Efésios Paulo apresenta a vida cristã em duas perspectivas: uma que se refere a doutrina e outra que se refere a prática desta doutrina. Nos capítulos 1 a 3, Paulo enfocou doutrinariamente a salvação, focalizando a Igreja como sendo parte deste propósito. Já nos três últimos capítulos 4 a 6, a ênfase do apóstolo é essencialmente na prática, individual e coletiva a ser vivida no contexto cristão.
Paulo começa o capítulo 4 com um apelo aos seus leitores, para que vivam de tal modo que o mundo reconheça que eles são verdadeiros filhos de Deus. O preço da nossa salvação foi altíssimo, por isso importa que vivamos de modo digno do privilégio recebido. O termo “digno” dá a idéia de “igual peso” ou “equilíbrio”.
Portanto, com a palavra “digno”, de Efésios 4.1, o apóstolo ensina que deve haver um equilíbrio entre doutrina e prática. Em outras palavras, não podemos pôr todo peso para o lado da doutrina e só um pouco para a prática ou vice-versa.
Uma imagem perfeita para entendermos este conceito são os dois pratos da balança, onde o equilíbrio é fundamental para que haja justiça. Paulo explica este conceito em Tito 2.10, quando diz que uma vida que “encarna” o Evangelho diariamente “orna a doutrina”. A doutrina é o fundamento, a nossa vida é o ornamento. Por isso, zele ao máximo para que as coisas que estão “decorando” a sua vida e igreja sejam apropriadas e coerentes com a verdade do Evangelho.
E mais: a palavra “Espírito”, de Efésios 4.3, tem o “E” maiúsculo, pois se refere ao Espírito Santo! Isto significa que a igreja não é uma unidade produzida pelas tradições denominacionais, que às vezes são inteiramente humanas. O que interessa ao Corpo de Cristo é a unidade gerada pelo Espírito Santo. Se o Espírito Santo não estiver em nós, não podemos experimentar a unidade espiritual nem desenvolver o vínculo da paz.
O texto de Efesios 4.3 nos mostra as duas dimensões da unidade e da paz. Primeiramente, a paz com Deus é mantida ao andar de modo digno da soberana vocação (chamados para ser filhos de Deus Fil 3.14), que é viver como filhos de Deus. Em segundo lugar, a paz com os irmãos depende de andar com toda humildade, mansidão, longanimidade, suportando uns aos outros em amor. Somado a isso tudo é necessário um esforço consciente em manter a unidade do Espírito e o vínculo da paz.
Convém ressaltar, também, duas palavrinhas chaves que aparecem nos versículos 1 e 3, de Efésios 4, cujo conteúdo prático é muito significativo no tocante a busca da unidade:
A primeira palavra “vivam” ou como traz a Edição Revista e Atualizada “andeis” é usada oito vezes em Efésios e significa “andar ao redor” ou “transportar a si próprio”. Por meio deste termo a vida cristã é descrita como sendo uma atividade, movimento e progresso, indicando que a vida cristã é um mundo onde há sempre novas coisas para descobrir e experiências para desfrutar.
A segunda palavra “procurando” ou como traz a Edição Revista e Atualizada “façam todo esforço” ensina que todo cristão deve ser diligente (“esforçar-se”) para manter a unidade do Espírito. Isto significa que devemos nos apressar a fazer alguma coisa, a mostrar grande interesse para ver a unidade acontecer, não permitindo que as obras da carne, que dividem e despedaçam, predominem em nossos relacionamentos.
A palavra “conservar” significa “defender”, “guardar”, “reter”. Isto revela que não temos que criar a unidade, ela já existe para aqueles que receberam Jesus Salvador e Senhor. Note, Paulo está escrevendo a pessoas que haviam crido no Evangelho; por conta disto, passaram a fazer parte do Corpo de Cristo. Qual era o desafio para eles agora? Não permitir que coisa alguma interfira na unidade do Espírito que já está estabelecida. Eles eram responsáveis, diante de Deus, para preservar, manter e defender a unidade do Espírito.
A dignidade da vida cristã implica em vivermos a unidade do Espírito, equilibrar a conduta com a Palavra de Deus e ter “peso-igual”. Esta é a base para nos “esforçar”, ser diligentes e investir tempo e energia para vermos a unidade como realidade em nossos relacionamentos e projetos, a fim de que passemos no teste da verdadeira conversão.
1. A Natureza da Verdadeira Unidade
Os dois versículos bíblicos frequentemente mais citados são João 17.21 e Efésios 4.13. Muitas vezes são utilizados como lemas ou declarações no contexto da unidade. À luz destes textos, surge uma pergunta: qual é a natureza da verdadeira unidade? Certamente que esta pergunta não pode ser dirigida com o simples argumento de que com o trabalhar ou o orar juntos chagaremos à unidade.
Primeiro a doutrina, depois a comunhão! Quando a Bíblia trata do tema unidade, não se refere a amizade ou comunhão, nem tão pouco diz respeito apenas em termos objetivos comuns. Qualquer prática que pare nesse nível, torna o ensino da unidade algo superficial e vago. Antes, porém, precisamos entender claramente a sã doutrina. Pois a conduta é sempre resultado dela. Ou seja: o comportamento cristão é subproduto da aplicação da verdade e do ensino já estabelecido. É por isto que Paulo começa o tema da unidade, em Efésios 4, à luz do que abordara nos três capítulos anteriores “Como prisioneiro de Cristo, rogo-lhes que vivam de maneira digna da vocação que receberam”.
Não se pode ter unidade na igreja a menos que seja alicerçada na doutrina bíblica. É absolutamente errado começar com a comunhão para só depois entrar em consenso em relação a verdade. Fazer esta inversão traz grandes prejuízos.
A unidade espiritual não é mecânica. É algo orgânico e vital, que flui de dentro para fora do cristão, pelo Espírito Santo. Nesta perspectiva, precisamos do Espírito Santo tanto para gerar em nós a unidade como para nos levar a experimentá-la ou colocá-la em prática. Portanto, é imprescindível que o Espírito Santo esteja operando em nós, do contrário não experimentaremos a verdadeira unidade.
Ou seja: o Espírito Santo tem que habitar em mim e em você. Ambos temos que reconhecer a unidade do Espírito um no outro. A lógica é simples: se o Espírito Santo não habitar em mim, não poderei ter unidade espiritual com alguém em quem habita o Espírito de Deus. Só existe unidade onde há o domínio do Espírito Santo em todos.
O propósito de Deus sempre foi de unificar o Seu povo. Temos nos esforçado para este propósito divino estar expresso no que somos e fazemos?
2. A Questão do Vínculo da Paz
Na língua grega a palavra para “paz” eirene, geralmente traduzia a essência dos relacionamentos saudáveis entre dois ou mais indivíduos. O empenho de pastores, educadores e cristãos em geral, para manter e defender a unidade do Espírito, deve fundamentar-se no “vínculo da paz”. O termo “vínculo” significa “atado”. A unidade do Espírito está entrelaçada com a paz, como fruto do Espírito. Na prática, a paz de Cristo deve atuar como uma corda que amarra nossos corações e unifica nossas vidas em torno da Pessoa de Jesus, que é o centro de tudo.
Se concordarmos com o apóstolo Paulo de que a unidade do Espírito é a unidade da Igreja, a paz de Cristo deveria ser o elo que nos une, mas, hoje em dia, em alguns contextos, não é isto que se vê. Ora, se não existe a marca da “unidade do Espírito pelo vínculo da paz”, estamos divorciados de Cristo, pois a unidade é espiritual e deve se manifestar na igreja, através dos relacionamentos de seus membros.
A paz, como fruto do Espírito, é o oposto de ódio, contenda e dissensões. “Paz é o espírito de uma pessoa estar tão embebido da presença do Espírito de Deus, que ela não se irrita com facilidade. Não é uma pessoa suscetível. Não se exaspera. Não é facilmente ferido. (…) É uma atitude de serenidade, calma e força, uma atitude positiva, que reage ao ataque de outrem com bom ânimo, tranquilidade e grande quietude de espírito”.
O que estamos realizando no Reino de Deus está “atado” a paz de Cristo? Se a resposta é não, nosso primeiro passo deveria procurar promover a paz entre nós. Isto implica em refazer relações quebradas, pois fora da realidade da paz não existe possibilidade de manter a unidade.
É saudável conviver em um ambiente pacificador. Onde a paz de Cristo é o árbitro nos corações. Jesus disse: “Bem-aventurado os pacificadores”. Você é um pacificador? Você é um bem-aventurado?
A marca fundamental do viver cristão é a unidade do Espírito pelo vínculo da paz! Para vivermos isto temos que superar nossa tendência de ficar distantes emocionalmente uns dos outros. Quando este afastamento é “intencional”, feito em detrimento da unidade, é no mínimo nefasto! Pois a regra para viver como Corpo de cristo exige nosso esforço para manter a unidade. O que pode fazer um povo dividido e desunido?
Portanto, estar junto não significa necessariamente estar unido. Podemos estar reunidos numa assembleia, mas “divorciados” nas ideias e nos propósitos comuns. Sabemos que a unidade doutrinária é um dos elementos que contribuem para a unidade da Igreja. Porém não basta mantermos a unidade doutrinária nos pontos vitais da fé, sem, contudo, estar dispostos a buscar o consenso, declinando quando necessário, de nossas preferências e opiniões pessoais, em favor da harmonia entre nós.
3. Como Manter a Unidade do Espírito
Em Efésios 4.2, a Bíblia descreve três palavras que estabelecem o alicerce das nossas relações uns com os outros, no contexto de mantermos a unidade do Espírito:
“Sejam completamente humildes e dóceis, e sejam pacientes, suportando uns aos outros com amor”.
Primeiramente, temos que ser modestos na opinião sobre nós mesmos: “sejam completamente humildes”. Ser humilde é ser despojado de si mesmo, como fez Jesus, pois “a si mesmo se esvaziou” e “a si mesmo se humilhou”.
Humildade é não buscar glória pessoal. Como disse João Crisóstomo: “Nada se presta tanto para dividir a Igreja do que o amor pelo poder”.
A humildade se contrapõe ao orgulho e ao individualismo. A pessoa humilde de coração repudia o orgulho e o egoísmo. Ninguém consegue manter a unidade com presunção e orgulho.
Em segundo lugar, temos que ser brandos e gentis no trato uns com os outros: “sejam completamente… dóceis”. Em outra tradução a palavra “dóceis” é “mansidão”. Este termo tanto se refere a atitude de alguém para com a Palavra de Deus (Tg 1.21), como para com seu semelhante (1 Cor 4.21).
Ser manso é o mesmo que ter prontidão interior para sofrer o “mal” sem devolver na mesma moeda ou retaliação. A mansidão não pode ser confundida com uma atitude covarde.
O inverso da mansidão é a exasperação. A verdadeira mansidão não discute, nem teima, mas age com brandura nas horas de conflitos. Ser manso é ter consideração por outra pessoa e ser cortês com ela. Esta é a principal qualidade para que a unidade seja mantida entre nós.
Em terceiro e último lugar, temos que manter o domínio próprio diante da imaturidade do outro: “sejam pacientes” – agir com equilíbrio nos momentos difíceis, sem atitude de vingança ou revide. Ser paciente é ser longânimo. É não ter pressa para provar que você está certo e que o outro está errado. É ter que “suportar” as fraquezas uns dos outros, com um espírito altruísta, para viver a unidade.
Quando a longanimidade é atribuída a Deus, se refere à Sua qualidade de tolerar os pecados dos homens, sem explodir em ira que fatalmente os destruiria. Da mesma forma precisamos refletir longanimidade com os nossos irmãos ao tratar com suas fragilidades ou provocações.
“Suportando uns aos outros em amor”, é o resultado da prática destas três habilidades espirituais. “Suportar” vai além da paciência conformada ante a impossibilidade de transformar o comportamento de alguém, ou situação pela qual passamos. Esta palavra se refere mais objetivamente ao “levar as cargas uns dos outros”. Ou seja, compartilhar a esperança com aquele que a perdeu. É a disposição altruísta que deseja para os outros aquilo que se quer para si próprio. Como o próprio versículo 2 afirma, esta qualidade só pode ser evidenciada por meio da operação do amor de Deus em nós.
A prática destas três virtudes fortalece a unidade da igreja. Elas são chaves para vivermos em paz uns com os outros, preservando a unidade do Espírito.
Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena
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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!
Nós estamos de volta para dar continuidade a série de conferências com o tema: "O ajustamento do corpo de Cristo".
Neste segundo seguimento estaremos falando sobre
" a Unidade da Igreja"
“o corpo de cristo não é um amontoado de membros inúteis, cada um buscando o seu próprio interesse; mas sim um conjunto de todos os membros bem ordenados, cada um deles executando sua respectiva função em favor de todos os outros”.
“Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz”. (Ef 4.3)
Na carta aos Efésios Paulo apresenta a vida cristã em duas perspectivas: uma que se refere a doutrina e outra que se refere a prática desta doutrina. Nos capítulos 1 a 3, Paulo enfocou doutrinariamente a salvação, focalizando a Igreja como sendo parte deste propósito. Já nos três últimos capítulos 4 a 6, a ênfase do apóstolo é essencialmente na prática, individual e coletiva a ser vivida no contexto cristão.
Paulo começa o capítulo 4 com um apelo aos seus leitores, para que vivam de tal modo que o mundo reconheça que eles são verdadeiros filhos de Deus. O preço da nossa salvação foi altíssimo, por isso importa que vivamos de modo digno do privilégio recebido. O termo “digno” dá a idéia de “igual peso” ou “equilíbrio”.
Portanto, com a palavra “digno”, de Efésios 4.1, o apóstolo ensina que deve haver um equilíbrio entre doutrina e prática. Em outras palavras, não podemos pôr todo peso para o lado da doutrina e só um pouco para a prática ou vice-versa.
Uma imagem perfeita para entendermos este conceito são os dois pratos da balança, onde o equilíbrio é fundamental para que haja justiça. Paulo explica este conceito em Tito 2.10, quando diz que uma vida que “encarna” o Evangelho diariamente “orna a doutrina”. A doutrina é o fundamento, a nossa vida é o ornamento. Por isso, zele ao máximo para que as coisas que estão “decorando” a sua vida e igreja sejam apropriadas e coerentes com a verdade do Evangelho.
E mais: a palavra “Espírito”, de Efésios 4.3, tem o “E” maiúsculo, pois se refere ao Espírito Santo! Isto significa que a igreja não é uma unidade produzida pelas tradições denominacionais, que às vezes são inteiramente humanas. O que interessa ao Corpo de Cristo é a unidade gerada pelo Espírito Santo. Se o Espírito Santo não estiver em nós, não podemos experimentar a unidade espiritual nem desenvolver o vínculo da paz.
O texto de Efesios 4.3 nos mostra as duas dimensões da unidade e da paz. Primeiramente, a paz com Deus é mantida ao andar de modo digno da soberana vocação (chamados para ser filhos de Deus Fil 3.14), que é viver como filhos de Deus. Em segundo lugar, a paz com os irmãos depende de andar com toda humildade, mansidão, longanimidade, suportando uns aos outros em amor. Somado a isso tudo é necessário um esforço consciente em manter a unidade do Espírito e o vínculo da paz.
Convém ressaltar, também, duas palavrinhas chaves que aparecem nos versículos 1 e 3, de Efésios 4, cujo conteúdo prático é muito significativo no tocante a busca da unidade:
A primeira palavra “vivam” ou como traz a Edição Revista e Atualizada “andeis” é usada oito vezes em Efésios e significa “andar ao redor” ou “transportar a si próprio”. Por meio deste termo a vida cristã é descrita como sendo uma atividade, movimento e progresso, indicando que a vida cristã é um mundo onde há sempre novas coisas para descobrir e experiências para desfrutar.
A segunda palavra “procurando” ou como traz a Edição Revista e Atualizada “façam todo esforço” ensina que todo cristão deve ser diligente (“esforçar-se”) para manter a unidade do Espírito. Isto significa que devemos nos apressar a fazer alguma coisa, a mostrar grande interesse para ver a unidade acontecer, não permitindo que as obras da carne, que dividem e despedaçam, predominem em nossos relacionamentos.
A palavra “conservar” significa “defender”, “guardar”, “reter”. Isto revela que não temos que criar a unidade, ela já existe para aqueles que receberam Jesus Salvador e Senhor. Note, Paulo está escrevendo a pessoas que haviam crido no Evangelho; por conta disto, passaram a fazer parte do Corpo de Cristo. Qual era o desafio para eles agora? Não permitir que coisa alguma interfira na unidade do Espírito que já está estabelecida. Eles eram responsáveis, diante de Deus, para preservar, manter e defender a unidade do Espírito.
A dignidade da vida cristã implica em vivermos a unidade do Espírito, equilibrar a conduta com a Palavra de Deus e ter “peso-igual”. Esta é a base para nos “esforçar”, ser diligentes e investir tempo e energia para vermos a unidade como realidade em nossos relacionamentos e projetos, a fim de que passemos no teste da verdadeira conversão.
1. A Natureza da Verdadeira Unidade
Os dois versículos bíblicos frequentemente mais citados são João 17.21 e Efésios 4.13. Muitas vezes são utilizados como lemas ou declarações no contexto da unidade. À luz destes textos, surge uma pergunta: qual é a natureza da verdadeira unidade? Certamente que esta pergunta não pode ser dirigida com o simples argumento de que com o trabalhar ou o orar juntos chagaremos à unidade.
Primeiro a doutrina, depois a comunhão! Quando a Bíblia trata do tema unidade, não se refere a amizade ou comunhão, nem tão pouco diz respeito apenas em termos objetivos comuns. Qualquer prática que pare nesse nível, torna o ensino da unidade algo superficial e vago. Antes, porém, precisamos entender claramente a sã doutrina. Pois a conduta é sempre resultado dela. Ou seja: o comportamento cristão é subproduto da aplicação da verdade e do ensino já estabelecido. É por isto que Paulo começa o tema da unidade, em Efésios 4, à luz do que abordara nos três capítulos anteriores “Como prisioneiro de Cristo, rogo-lhes que vivam de maneira digna da vocação que receberam”.
Não se pode ter unidade na igreja a menos que seja alicerçada na doutrina bíblica. É absolutamente errado começar com a comunhão para só depois entrar em consenso em relação a verdade. Fazer esta inversão traz grandes prejuízos.
A unidade espiritual não é mecânica. É algo orgânico e vital, que flui de dentro para fora do cristão, pelo Espírito Santo. Nesta perspectiva, precisamos do Espírito Santo tanto para gerar em nós a unidade como para nos levar a experimentá-la ou colocá-la em prática. Portanto, é imprescindível que o Espírito Santo esteja operando em nós, do contrário não experimentaremos a verdadeira unidade.
Ou seja: o Espírito Santo tem que habitar em mim e em você. Ambos temos que reconhecer a unidade do Espírito um no outro. A lógica é simples: se o Espírito Santo não habitar em mim, não poderei ter unidade espiritual com alguém em quem habita o Espírito de Deus. Só existe unidade onde há o domínio do Espírito Santo em todos.
O propósito de Deus sempre foi de unificar o Seu povo. Temos nos esforçado para este propósito divino estar expresso no que somos e fazemos?
2. A Questão do Vínculo da Paz
Na língua grega a palavra para “paz” eirene, geralmente traduzia a essência dos relacionamentos saudáveis entre dois ou mais indivíduos. O empenho de pastores, educadores e cristãos em geral, para manter e defender a unidade do Espírito, deve fundamentar-se no “vínculo da paz”. O termo “vínculo” significa “atado”. A unidade do Espírito está entrelaçada com a paz, como fruto do Espírito. Na prática, a paz de Cristo deve atuar como uma corda que amarra nossos corações e unifica nossas vidas em torno da Pessoa de Jesus, que é o centro de tudo.
Se concordarmos com o apóstolo Paulo de que a unidade do Espírito é a unidade da Igreja, a paz de Cristo deveria ser o elo que nos une, mas, hoje em dia, em alguns contextos, não é isto que se vê. Ora, se não existe a marca da “unidade do Espírito pelo vínculo da paz”, estamos divorciados de Cristo, pois a unidade é espiritual e deve se manifestar na igreja, através dos relacionamentos de seus membros.
A paz, como fruto do Espírito, é o oposto de ódio, contenda e dissensões. “Paz é o espírito de uma pessoa estar tão embebido da presença do Espírito de Deus, que ela não se irrita com facilidade. Não é uma pessoa suscetível. Não se exaspera. Não é facilmente ferido. (…) É uma atitude de serenidade, calma e força, uma atitude positiva, que reage ao ataque de outrem com bom ânimo, tranquilidade e grande quietude de espírito”.
O que estamos realizando no Reino de Deus está “atado” a paz de Cristo? Se a resposta é não, nosso primeiro passo deveria procurar promover a paz entre nós. Isto implica em refazer relações quebradas, pois fora da realidade da paz não existe possibilidade de manter a unidade.
É saudável conviver em um ambiente pacificador. Onde a paz de Cristo é o árbitro nos corações. Jesus disse: “Bem-aventurado os pacificadores”. Você é um pacificador? Você é um bem-aventurado?
A marca fundamental do viver cristão é a unidade do Espírito pelo vínculo da paz! Para vivermos isto temos que superar nossa tendência de ficar distantes emocionalmente uns dos outros. Quando este afastamento é “intencional”, feito em detrimento da unidade, é no mínimo nefasto! Pois a regra para viver como Corpo de cristo exige nosso esforço para manter a unidade. O que pode fazer um povo dividido e desunido?
Portanto, estar junto não significa necessariamente estar unido. Podemos estar reunidos numa assembleia, mas “divorciados” nas ideias e nos propósitos comuns. Sabemos que a unidade doutrinária é um dos elementos que contribuem para a unidade da Igreja. Porém não basta mantermos a unidade doutrinária nos pontos vitais da fé, sem, contudo, estar dispostos a buscar o consenso, declinando quando necessário, de nossas preferências e opiniões pessoais, em favor da harmonia entre nós.
3. Como Manter a Unidade do Espírito
Em Efésios 4.2, a Bíblia descreve três palavras que estabelecem o alicerce das nossas relações uns com os outros, no contexto de mantermos a unidade do Espírito:
“Sejam completamente humildes e dóceis, e sejam pacientes, suportando uns aos outros com amor”.
Primeiramente, temos que ser modestos na opinião sobre nós mesmos: “sejam completamente humildes”. Ser humilde é ser despojado de si mesmo, como fez Jesus, pois “a si mesmo se esvaziou” e “a si mesmo se humilhou”.
Humildade é não buscar glória pessoal. Como disse João Crisóstomo: “Nada se presta tanto para dividir a Igreja do que o amor pelo poder”.
A humildade se contrapõe ao orgulho e ao individualismo. A pessoa humilde de coração repudia o orgulho e o egoísmo. Ninguém consegue manter a unidade com presunção e orgulho.
Em segundo lugar, temos que ser brandos e gentis no trato uns com os outros: “sejam completamente… dóceis”. Em outra tradução a palavra “dóceis” é “mansidão”. Este termo tanto se refere a atitude de alguém para com a Palavra de Deus (Tg 1.21), como para com seu semelhante (1 Cor 4.21).
Ser manso é o mesmo que ter prontidão interior para sofrer o “mal” sem devolver na mesma moeda ou retaliação. A mansidão não pode ser confundida com uma atitude covarde.
O inverso da mansidão é a exasperação. A verdadeira mansidão não discute, nem teima, mas age com brandura nas horas de conflitos. Ser manso é ter consideração por outra pessoa e ser cortês com ela. Esta é a principal qualidade para que a unidade seja mantida entre nós.
Em terceiro e último lugar, temos que manter o domínio próprio diante da imaturidade do outro: “sejam pacientes” – agir com equilíbrio nos momentos difíceis, sem atitude de vingança ou revide. Ser paciente é ser longânimo. É não ter pressa para provar que você está certo e que o outro está errado. É ter que “suportar” as fraquezas uns dos outros, com um espírito altruísta, para viver a unidade.
Quando a longanimidade é atribuída a Deus, se refere à Sua qualidade de tolerar os pecados dos homens, sem explodir em ira que fatalmente os destruiria. Da mesma forma precisamos refletir longanimidade com os nossos irmãos ao tratar com suas fragilidades ou provocações.
“Suportando uns aos outros em amor”, é o resultado da prática destas três habilidades espirituais. “Suportar” vai além da paciência conformada ante a impossibilidade de transformar o comportamento de alguém, ou situação pela qual passamos. Esta palavra se refere mais objetivamente ao “levar as cargas uns dos outros”. Ou seja, compartilhar a esperança com aquele que a perdeu. É a disposição altruísta que deseja para os outros aquilo que se quer para si próprio. Como o próprio versículo 2 afirma, esta qualidade só pode ser evidenciada por meio da operação do amor de Deus em nós.
A prática destas três virtudes fortalece a unidade da igreja. Elas são chaves para vivermos em paz uns com os outros, preservando a unidade do Espírito.
É fácil imaginar a desgraça que seria para alguém se os membros do seu corpo brigassem entre si, e já não obedecessem às ordens do cérebro. Já pensou se as mãos se negassem a alimentar a boca, ou se negassem a vestir o corpo? Já pensou que tristeza para todo o corpo se as pernas, por ciúme ou inveja dos outros membros, se negassem a deslocar o corpo? Já pensou se o coração brigasse com o cérebro e resolvesse não bater mais?
Poderíamos dar asas à imaginação e multiplicar esses exemplos. O resultado final seria a morte triste dessa pessoa. Com a Igreja pode acontecer o mesmo, se não houver unidade e harmonia.
“Jamais as portas do inferno prevalecerão contra ela” (Mt 16,18).
Neste Corpo de Cristo belíssimo que é a Igreja, unificado e animado pelo Espírito Santo, todos os membros, tais como células vivas de um organismo, têm funções próprias e essenciais para a vida do corpo.
“Porque, como o corpo é um todo tendo muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo. Em um só Espírito fomos batizados todos nós, para formar um só corpo…” (1Co 12,12-14).
E o Apóstolo é muito feliz em sua comparação da Igreja com um organismo: “O olho não pode dizer à mão: Eu não preciso de ti. Nem a cabeça aos pés: Não necessito de vós (21) . E chega a afirmar que: “os membros do corpo que parecem os mais fracos, são os mais necessários” (22).
III. Exposição da epístola
A. Nos três primeiros capítulos de Efésios Paulo descreveu os atos de Deus na história relacionados com a nossa salvação. Paulo falou acerca:
1. Da nossa eleição em Cristo antes da fundação do mundo.
2. Da nossa adoção para sermos membros da família de Deus.
3. Da nossa redenção ou libertação tanto da condenação como do poder do pecado.
4. Do perdão de todos os nossos pecados.
5. De termos sido selados com o Espírito Santo e de recebermos este mesmo Espírito como penhor ou garantia da nossa salvação eterna.
6. De como Deus, sendo rico em misericórdias, nos amou e nos salvou exclusivamente pela graça mediante a fé.
7. Do fato de que Jesus derrubou todas as paredes que causavam separação entre os homens e entre eles e Deus.
8. Da Igreja como uma nova sociedade idealizada por Deus, desenvolvida pelo Senhor Jesus e implementada pelo poder do Espírito Santo.
9. De que é necessário crescer na vida de fé até que sejamos tomados por toda a plenitude de Deus = sejamos iguais ao Senhor Jesus Cristo.
B. Agora, a partir do capítulo 4, Paulo vai falar acerca da nossa responsabilidade diante de tudo o que Deus fez. Dos novos padrões de comportamento compatíveis com a nova sociedade que Deus criou.
C. Os três últimos capítulos de Efésios estão repletos de mandamento diretos e implicações concretas para nossas vidas diárias.
D. A primeira e mais importante implicação para a vida de qualquer comunidade é:
1. A Unidade é Fruto da Ação de Deus e não do Esforço Humano – Efésios 4:3.
A. Existem no Novo Testamento inúmeras passagens que nos ensinam acerca da unidade fundamental que existe na ἐκκλησία — ekklissia. Esta unidade é tanto dos crentes individualmente com o Senhor Jesus, como uns com os outros.
1 Coríntios 12:12
Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo.
O corpo é corpo somente quando reconhece esta unidade!
Efésios 5:23
Porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo.
Apesar desta verdade alguns irmãos acham que eles é que são a cabeça da igreja!
B. Como é que alguém se torna parte da igreja que é o corpo de Cristo?
1 Co 12:13 tem a resposta:
Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito.
Os cristãos constituem uma unidade porque a salvação através de Jesus Cristo é o ponto inicial da unidade.
C. O que é o Batismo com o Espírito Santo? É sermos colocados pelo Espírito Santo no Corpo de Cristo que é a igreja. Mas não fomos somente colocados pelo Espírito Santo no corpo de Cristo. A cada uma de nós, que cremos em Jesus, também nos foi concedido“beber de um só Espírito”. Isto é uma metáfora para indicar que o Espírito Santo veio habitar dentro de cada um de nós que cremos em Jesus. Cada crente e todo crente é habitado pelo Espírito de Deus e é parte da unidade que o Espírito Santo forma no corpo de Cristo que é a igreja —
Romanos 8:9
Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.
Efésios 4:3
Esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz.
Além disto, todo e cada crente foi ungido por Deus com o Espírito Santo e recebeu o Espírito Santo como selo e penhor — garantia
2 Co 1:21—22
21 Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é Deus,
22 que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração.
Não existem super crentes! Cada crente precisa se consagrar completamente a Jesus Cristo e se deixar absorver integralmente pelo ministério do Espírito Santo.
D. A unidade da igreja não está baseada, portanto, em relacionamentos artificiais nem organizacionais. Apesar dessas verdades, ainda assim existem pessoas que preferem se separar, “formar panelas” com outras pessoas que pensam e agem da mesma maneira. A dicotomia que existe de forma tão evidente entre o “povão” no dizer de um pastor presbiteriano da nossa cidade e os “ministros”, entre o “nós e o eles” é tão escandalosa que deveria nos fazer corar de vergonha o só pensarmos em promover tamanha iniquidade. Somos um no Senhor e nenhum crente possui absolutamente nada em que ele possa se gloriar ou usar para se mostrar arrogante com relação a outros crentes!
E. É por esses motivos que devemos esforçar-nos diligentemente por “PRESERVAR” e não por “CRIAR” a unidade do Espírito no vínculo da paz.
2. O Chamado que Recebemos de Deus — Ef 4:1.
A. Como cristãos nós fomos chamados por Deus mesmo para participar de Sua família e do Seu povo. Como tal nós precisamos andar — viver no dia a dia — de modo digno do chamado que recebemos.
1. Em primeiro lugar devemos viver em unidade. Como uma família. Ef 4:16.
2. Em segundo lugar devemos viver em santidade. Ver Efésios 4:17—5:21.
3. Elementos Imprescindíveis à Unidade Cristã — Ef 4:2.
A. De acordo com o apóstolo Paulo existem quatro características que precisam ser cultivadas entre os cristãos se queremos preservar a unidade que o Espírito Santo nos concede: humildade, mansidão, longanimidade, suportar uns aos outros.
B. Todas estas características precisam ser cultivadas em amor. A unidade da igreja depende do caráter moral dos seus membros e não das estruturas organizacionais.
C. Vamos analisar estas características:
1. Em primeiro lugar Paulo fala que precisamos de ταπεινοφροσύνης —tapeinofrosúnis — humildade: Esta atitude não era reconhecida como louvável nos dias do Novo Testamento e da Igreja Primitiva. Pelo contrário, era vista como uma atitude servil e abjeta. Foi somente com o advento de Jesus que a humildade passou a ser reconhecida pelo seu verdadeiro valor. O próprio Senhor se caracterizou como sendo humilde —
Mt 11:29
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma.
E Jesus foi o único entre os mestres éticos e religiosos do mundo inteiro a estabelecer, como modelo a ser seguido, uma criança —
Mt 18:1—6
1 Naquela hora, aproximaram-se de Jesus os discípulos, perguntando: Quem é, porventura, o maior no reino dos céus?
2 E Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles.
3 E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.
4 Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus.
5 E quem receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe.
6 Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar.
2. Ser humilde significa reconhecer o valor que existe nas outras pessoas e indica a necessidade que temos de nos tornar servos uns dos outros como o fez Jesus —
Mc 10:45
Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.
3. O oposto da humildade é o orgulho que é fruto da nossa vaidade pessoal. Somos todos filhos de Deus. Todos estamos numa mesma posição: em Cristo. Não existe nenhum espaço para ninguém se achar melhor que outro na igreja que é o Corpo do Senhor. O primeiro fator de desunião entre os cristão é o orgulho que se esconde no mais profundo do nosso ser e precisa ser duramente confrontado dia a dia.
4. A segunda característica é πραΰτητος — praútetos — mansidão. Aristóteles reconhecia esta como uma verdadeira qualidade, pois ela significava o meio termo entre ficar muito irado e nunca ficar irado.
5. Humildade e mansidão formam um para perfeito — ver Mateus 11:29 acima. Da mesma maneira que o homem humilde não está preocupado com seus méritos, o homem manso, por sua vez, não está preocupado com seus direitos. Não existe no meio do povo de Deus nenhum espaço para que alguém sinta que possui mais direitos que as outras pessoas.
6. O oposto da mansidão é a arrogância que faz com que nos julguemos a nós mesmos além do que convém. Essa arrogância é também responsável por fomentar a desunião entre o povo de Deus.
7. As outras duas próximas qualidades μακροθυμίας — makrothumías — longanimidade e ἀνεχόμενοι ἀλλήλων — anechómenoi allélon — suportando-vos uns aos outros, também andam de mão dadas. Essa palavras nos falam da necessidade que temos de suportar os agravos que nos são feitos, sem retaliar —
1 Tm 1:16
Mas, por esta mesma razão, me foi concedida misericórdia, para que, em mim, o principal, evidenciasse Jesus Cristo a sua completa longanimidade, e servisse eu de modelo a quantos hão de crer nele para a vida eterna.
F. Elas também nos falam do exercício de tolerância, sem o qual, nenhum grupo humano – mesmo de 2 pessoas – pode sobreviver.
G. Todas as qualidades acima precisam estar firmemente amarradas pelo amor —
Cl 3:14
Acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição.
A. A unidade que existe entre os cristãos é fruto da ação de Deus e não depende dos seres humanos para ser criada. Ela já existe! É nossa responsabilidade nos esforçar por preservar a unidade que o Espírito Santo de Deus nos concede.
B. O Senhor Jesus é nosso perfeito exemplo quando o assunto é humildade. Ele não somente disse que era humilde, mas viveu de forma prática e exemplar tal humildade:
Fp 2:3—8
3 Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo.
4 Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros.
5 Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
6 pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus;
7 antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana,
8 a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
C. Onde falta humildade, mansidão, longanimidade e uma atitude de aceitação de uns para com os outros sobram estruturas organizacionais gigantescas que servem apenas para nos devorar e nos destruir.
D. Que o amor, possa ser o norteador das nossas vidas à medida que nos esforçamos por preservar a unidade que Deus nos concede como mais um presente da sua graça superabundante. O amor como nos ensina a Bíblia é:
1 Co 13:4—8
O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará.
IV. Os fundamentos da Unidade Cristã
Ef 4.4-6 “Há um só corpo e um só Espírito, assim como a esperança para a qual vocês foram chamados é uma só; 5há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos, por meio de todos e em todos”. Efésios 4.4-6 O Apóstolo Paulo faz um apelo à unidade, ele mostra a unidade divina e a unidade cristã. Mas a unidade cristã não implica necessariamente em uniformidade, ação que só tem uma forma, falta de variedade. O ensino das Escrituras é que vivenciemos a unidade na diversidade e na pluralidade de dons e chamados. Reconhecer a importância da diversidade, nos leva a uma obra mais excelente. As nossas diferentes habilidades e capacidades cooperam para um melhor serviço. Elas somam e não dividem quando há unidade espiritual. “São todos apóstolos? São todos profetas? São todos mestres? Tem todos o dom de realizar milagres? Tem todos dons de curar? Falam todos em línguas? Todos interpretam?” (1 Co 12.29-30) A unidade é do Espírito, mas também, é algo que não se realiza sem a nossa cooperação. Ao ensinar sobre o tema da unidade, o apóstolo Paulo, em Efésios 4.4-6 expôs o que é unidade, ao descrever sete aspectos dela: 1. Unidade do corpo: “…um só corpo…”
A figura do corpo aqui se refere à Igreja e explica que ela é um organismo vivo e indivisível. É a figura que melhor expressa como devem ser nossos relacionamentos no contexto da igreja local. Todos os salvos formam “um corpo”, o corpo místico de Cristo. Somos “um só corpo” independente das diferentes denominações evangélicas, com exceção das pseudas igrejas, pois temos uma só cabeça espiritual – Cristo. A Igreja como Corpo é uma unidade espiritual – onde todos os nascidos de novo estão unidos em Cristo. Mas esta unidade tem que se manifestar na horizontal, numa união onde judeus e gentios, homens e mulheres, escravos e livres, são um “em Cristo”. Nossa posição “em Cristo” presente nos escritos Paulinos indica nossa união espiritual com Jesus, nos dá poder para ser mais “santos” e “fiéis” a Ele neste mundo. É por esta razão que uma das armas principais de Satanás – e das mais utilizadas contra a Igreja é a divisão e a desunião entre os cristãos. Mas se somos “santos” e “fiéis” a Cristo, podemos superar as sutilezas do tentador. Comumente gostamos muito de estar com aqueles que gostam das mesmas coisas que nós, mas nos afastamos daqueles que são contrários aos nossos gostos. Supervalorizamos nossas habilidades e desvalorizamos as dos outros. Quando não há entendimento de que somos um corpo, a diversidade gerará divisão e não cooperação mútua. Um corpo saudável é constituído por vários membros e órgãos que trabalham em harmonia. Cada membro desempenhando sua função com excelência, coopera para o crescimento do corpo. Se algo não está bem em algum órgão, isto provocará uma má disposição em todo o organismo. As minhas atitudes e desempenhos individuais refletirão no coletivo. O meu relacionamento com os demais membros do corpo definirá a saúde dele. Conta-se uma história de uma reunião que houve entre as ferramentas de uma marcenaria: a lixa solicitou a exclusão do martelo, pois o mesmo ficava batendo em tudo e fazia muito barulho. O martelo concordou, mas disse que a lixa era muito áspera e grossa. O parafuso foi acusado de ficar dando muitas volta para chegar ao seu propósito. Logo então falaram da régua que se achava certinha e se julgava no direito de medir tudo. No meio desta discussão apareceu o Senhor Marceneiro que reuniu todas as ferramentas e com habilidade utilizou cada uma e fez um móvel maravilhoso e perfeito. 2. Unidade de Espírito: “…um só espírito…”
O Espírito Santo é a terceira Pessoa da trindade divina. A “unidade do Espírito” é afirmada na unidade da trindade. A trindade é o melhor exemplo de unidade. “O termo em si é uma combinação do prefixo ‘tri’ com a palavra ‘unidade’, e se refere ao fato de que Deus é tanto três quanto um: na unidade dessa Divindade há três Pessoas, uma só em substância, poder e eternidade, o Pai, o Filho e o Espírito”. Ricardo Barbosa diz que “para melhor entendermos o mistério da Trindade e sua relação com a vida, a fé, a espiritualidade e a unidade da igreja, precisamos refletir mais sobre a natureza do Deus bíblico e as implicações desta revelação sobre a nossa prática espiritual. É preciso cristianizar nossa compreensão de Deus. Deus é sempre a comunhão das três divinas pessoas. Deus-Pai nunca está sem Deus-Filho e o Deus-Espírito Santo. Não é suficiente confessar que Jesus é Deus. Importa dizer que Ele é o Deus-Filho do Pai junto com o Espírito Santo. Não podemos falar de uma Pessoa sem falar também das outras duas”. A igreja é composta por pessoas, mas a sua dinâmica é espiritual. O Espírito Santo opera, dinamizando a Igreja para cumprir sua missão na terra. Portanto, para experimentar e expressar a unidade do Espírito é necessário estar sintonizado com o Espírito Santo, pois Ele é quem produz a unidade na Igreja. Não é difícil perceber quando a obra é do Espírito ou da carne. Os resultados falam por si. Não há como dissimular: é a obra do Espírito que garante a unidade; são as obras da carne que geram divisão e partidarismo na igreja. O Espírito Santo é o unificador. Ele nos liga a todos e nos faz ser um. Logo, onde o Espírito opera não há espaço para sentimentos de dissensões e divisões. 3. Unidade de Propósito: “…uma só esperança…”
A esperança nasce da vocação de Deus para nós. A nossa fé baseia-se na esperança. Quando Deus nos chamou para a salvação tornou possível nosso futuro em Cristo. A obra redentora de Cristo proporcionou a esperança da glória. Em relação ao presente, indica que aceitamos a obra de Cristo em nossos corações, cancelando os nossos pecados. Em relação ao futuro, esta esperança aponta para a volta de Cristo, a redenção plena da Igreja. “Peço a Deus que abra a mente de vocês para que vejam a luz dEle e conheçam a esperança para a qual Ele os chamou. E também para que saibam como são maravilhosas as bênçãos que Ele prometeu ao Seu povo” (Efésios 1.18). A nossa bendita esperança é a volta de Jesus Cristo, este é o nosso objetivo final, mas a nossa caminhada e o nosso trabalho aqui na terra precisam ser relevantes. Precisamos crescer, frutificar, brilhar e ser instrumentos para que reflitam a glória de Deus a este mundo. Conhecer os propósitos de Deus para a nossa vida é fundamental! Por isso, precisamos, antes de tudo, conhecer o Criador e sua natureza. Deus não faz nada sem propósitos, tudo quanto Ele fez foi com propósito. Que Deus abra a nossa mente para descobrirmos a vocação de nosso chamado, afim de vivermos para o propósito de nossa criação. Deus nos criou para sermos o Louvor de Sua Glória e nos deu habilidades para isso. Assim como, quando concluía cada obra de Sua criação e via que “era bom”, Deus possa olhar para nós e para cada realização nossa e dizer: “É muito bom”! A Bíblia ensina que não é relevante ser judeu ou gentio, homem ou mulher, escravo ou livre. Não importa nossa posição social, as riquezas e habilidades, pois estas distinções, revelam nosso velho homem. Agora, como povo de Deus, temos que olhar para frente, para a “esperança da nossa vocação”. A igreja fica dividida em função dos nossos títulos e posições, que são coisas periféricas. O caminho para conservar a unidade do Espírito na Igreja é olhar para as coisas que são de cima, não para as coisas que são da terra. 4. Unidade de Autoridade: “…um só Senhor…”
Quem é o Senhor da Igreja? Jesus Cristo é o Senhor da Igreja! (Ef 1.22-23). O senhorio de Cristo não é um princípio, e sim a base dos princípios do Reino de Deus. Jesus é o Senhor absoluto de todas as coisas, inclusive das nossas vidas. Toda autoridade da Igreja está na Pessoa de Jesus Cristo. O senhorio de Cristo é sobre todos, sem exceção. Quando nos desvinculamos ou saímos da subordinação do senhorio de Cristo e colocamos um outro senhor qualquer que seja no altar da nossa existência, cometemos “adultério espiritual” e morremos. Não há como recebermos a Jesus, trocarmos de reino, entrarmos em um novo reino, reino da luz, e vivermos em constante rebelião aos princípios deste novo reino e, ainda, querermos os benefícios deste reino sem nos sujeitar ao senhorio deste novo reino. O plano de Deus é fazer tudo convergir ao Senhorio de Jesus. Agora, não podemos dominar sobre ninguém e ninguém deve dominar sobre nós. Pois há “um só Senhor!” Nesta perspectiva, todos os cristãos estão num só nível diante de um único Senhor. Somente Ele tem posse e autoridade sobre nós. Estamos todos entrelaçados nEle e Ele entrelaçado em nós. Quando nós entendermos o verdadeiro significado da expressão “um só Senhor” nosso conceito de liderança terá uma profunda reviravolta. Nossas brigas por posição deixarão de existir e nosso sentimento de “posse” será extinto. Quando esse dia chegar, nada mais importará, exceto o viver para a glória de Jesus! Só, então, poderemos experimentar e expressar o verdadeiro significado da unidade espiritual! 5. Unidade de Fé: “…uma só fé…”
Esta fé é o mesmo que crença, ou sistema de doutrina: conjunto de princípios absolutos que une todos os cristãos e que consiste na essência do Evangelho. É isto que significa dizer que a igreja segue e vive a mesma fé. Existe fé para a salvação; fé como fruto do Espírito Santo; fé como dom sobrenatural e fé como esta que diz respeito ao que cremos. A Igreja de Cristo segue e obedece a uma só fé, ou seja, o conjunto de princípios divinos. Esta fé está fundamentada em Cristo e em sua palavra. Nossas opiniões pessoais ou sentimentos, que podem nos dividir, convergem em Deus e Sua palavra. A fé não é um fim em si mesma e sim um meio para nos levar a alcançarmos um objetivo. “Até que cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”. (Ef 4:13). Estamos vendo tantos sendo motivados a fazer uso da fé, só para receber bênçãos, e não para crescer em Deus. Tendo um comportamento de meninos, pois envolvem em competições para realizações miraculosas e disputas que resultam em decepções e traumas. Vemos de um lado perdedores e de outro ganhadores – frustrados e orgulhosos, numa busca incansável de “ter”, esquecem- se de buscar o “ser”. Que a igreja esteja unida na mesma fé e busque maturidade. Ou seja: ser igual a Cristo em sua mais perfeita e completa forma. 6. Unidade no Batismo: “…um só batismo…”
Batismo significa: imergir, mergulhar, refere-se ao ato de imergir algo em alguma coisa, ser colocado ou colocar-se dentro de… Fomos imersos, colocados, mergulhados, no mesmo corpo. Este batismo é o sinal físico e simbólico da nossa entrada no Corpo de Cristo, a Igreja. É o símbolo da regeneração operada pelo Espírito Santo em nossas vidas. É a prova do arrependimento, que consiste num ato exterior da nossa fé no Senhor Jesus. O que significa, na prática, a expressão “um só batismo”? Quando alguém recebe Jesus como Salvador, o próximo passo é confessar publicamente sua fé através do batismo, como um ato de entrada à vida da Igreja como Corpo de Cristo. Morremos para nós e passamos a viver para Deus. Não é mais a minha vontade, ou, a vontade de outro que prevalece, mas sim, a vontade de Deus. Estamos inseridos neste Corpo que é indivisível e passamos a fazer parte de sua natureza. 7. Unidade Familiar: “…um só Deus e Pai de todos…”
Deus é soberano! Deus é a fonte fundamental da unidade espiritual. O texto acima nos revela que: – Deus está acima de tudo e de todos; “Pois todas as coisas foram criadas por Ele, e tudo existe por meio Dele e para Ele…” (Rm 11:36). – Deus age por meio de todos, protegendo e provendo nossas necessidades; é o pai que sabe dar boas dádivas aos seus filhos; é a autoridade de onde flui tudo o que necessitamos. – Deus habita em nós, dinamizando-nos com Sua presença contínua. Jesus é o Emanuel, que escolheu habitar no meio do Seu povo. Este Deus e Pai quer ter comunhão com Seus filhos; quer nos envolver com Seu amor. Adão convivia naturalmente com Deus e todos os Seus atributos. Bem como Sua a Santidade e sem medo. Deus o pai, era um com o homem e a mulher, havia um relacionamento transparente e feliz, não tinham falta de nada, até que o pecado quebrou esta unidade. Adão lança a culpa sobre sua companheira e estes se escondem de Deus. O homem agora tem vergonha de sua nudez e medo de Deus. Deus permite Seu próprio filho ser exposto à vergonha, humilhação e morte, e morte de cruz, para nos resgatar e restaurar a comunhão conosco. Este Deus único quer relacionar-se conosco como um pai. Somos filhos do mesmo pai, somos todos irmãos, somos membros da mesma família e nesta família todos são iguais e tem os mesmos direitos e deveres. O diabo quer destruir esta família, promovendo disputas e partidarismo. Por isto, temos a responsabilidade de lutar pela preservação e unidade desta família. V. Como colocar em prática a UNIDADE da FÉ em nosso cotidiano cristão?
– Em qual dos aspectos da unidade apresentados nesta lição você sente que sua igreja é mais forte? – Em qual dos aspectos você sente que a sua igreja é mais fraca? – Quais seriam alguns passos para sua igreja melhorar naquilo em que é fraca? – De que forma você poderia cooperar com esta mudança?
*Como alcançar a unidade da fé? O Apóstolo Paulo nos ensina que para alcançar a unidade da fé é preciso que sejamos um só no Senhor (v. 4, 5 e 6), para tanto é preciso que como igreja de Cristo deixemos tudo o que é do ser humano (da carne) para trás, julgamentos, distinção de pessoas, disputa entre irmãos e foquemos juntos num só objetivo, numa só fé assim citados nestes versículos. O esforço que temos que fazer é grande mas a recompensa é maior ainda. VOCÊ TEM SE ESFORÇADO PARA ALCANÇAR A UNIDADE NA SUA IGREJA?
Como praticar a unidade da fé no corpo de Cristo (Igreja)? Na carta do Apóstolo Paulo aos efésios, no capítulo 4, ele compara a igreja de Cristo como um corpo bem ajustado e ligado por todas as juntas (v. 16). Trazendo este conceito para o nosso cotidiano cristão: esse é o principal meio de alcançarmos a unidade da fé. O corpo é composto por membros, juntas e tecidos, o corpo de Cristo é igualmente colocado cada um com sua função dentro dele. Deus designou dons para cada um de nós, no versículo 11 Paulo descreve alguns desses dons, designados principalmente para a liderança. QUAL É O SEU PAPEL NO CORPO DE CRISTO? Nós, como servos do Senhor, temos que descobrir para qual parte deste corpo fomos chamados, mas o principal e fundamental disto é saber que por sermos escolhidos por Deus e chamados para seu decreto temos, por meio de Cristo e do Espírito Santos de Deus que habita em nós,todos os dons, para tanto é preciso um envolvimento total com a Graça de Deus assim como o Apóstolo Paulo. Os dons citados por Paulo são: Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Doutores.
O Cap. 4 de Efésios nos ensina passo – a – passo, a bíblia é o nosso manual, e quando lemos as Epístolas de Paulo é como se ele estivesse falando para nós diretamente, é algo incrível, cabe a nós, como seguidores de Cristo e irmãos de Paulo, buscarmos essa prática. É muito difícil por sermos seres humanos, mas fomos capacitados pelo Espírito Santo de Deus a cumprir o chamado e renunciarmos os nossos desejos e vontades, para alcançar a Unidade da fé e sermos corpo, um só no Senhor, é preciso renúncia , propagação da Paz procurando um só objetivo que é Cristo e usados e alimentados pelo Fruto do Espírito através do Espírito Santo (v. 2 e 3). A música “Corpo e Família” fala justamente desta unidade.
Nós como corpo de Cristo precisamos Guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da Paz.
Em breve estaremos de volta com este maravilhoso estudo!
Em breve estaremos de volta com este maravilhoso estudo!
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