Por Jânio Santos de Oliveira
Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena
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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!
Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no Livro do Gênesis 48. 1-22; 49.1-33 Que nos diz:
1 E aconteceu, depois destas coisas, que alguém disse a José: Eis que teu pai está enfermo. Então tomou consigo os seus dois filhos, Manassés e Efraim.
2 E alguém participou a Jacó, e disse: Eis que José teu filho vem a ti. E esforçou-se Israel, e assentou-se sobre a cama.
3 E Jacó disse a José: O Deus Todo-Poderoso me apareceu em Luz, na terra de Canaã, e me abençoou.
4 E me disse: Eis que te farei frutificar e multiplicar, e tornar-te-ei uma multidão de povos e darei esta terra à tua descendência depois de ti, em possessão perpétua.
5 Agora, pois, os teus dois filhos, que te nasceram na terra do Egito, antes que eu viesse a ti no Egito, são meus: Efraim e Manassés serão meus, como Rúben e Simeão;
6 Mas a tua geração, que gerarás depois deles, será tua; segundo o nome de seus irmãos serão chamados na sua herança.
7 Vindo, pois, eu de Padã, morreu-me Raquel no caminho, na terra de Canaã, havendo ainda pequena distância para chegar a Efrata; e eu a sepultei ali, no caminho de Efrata, que é Belém.
8 E Israel viu os filhos de José, e disse: Quem são estes?
9 E José disse a seu pai: Eles são meus filhos, que Deus me tem dado aqui. E ele disse: Peço-te, traze-mos aqui, para que os abençoe.
10 Os olhos de Israel, porém, estavam carregados de velhice, já não podia ver; e fê-los chegar a ele, e beijou-os, e abraçou-os.
11 E Israel disse a José: Eu não cuidara ver o teu rosto; e eis que Deus me fez ver também a tua descendência.
12 Então José os tirou dos joelhos de seu pai, e inclinou-se à terra diante da sua face.
13 E tomou José a ambos, a Efraim na sua mão direita, à esquerda de Israel, e Manassés na sua mão esquerda, à direita de Israel, e fê-los chegar a ele.
14 Mas Israel estendeu a sua mão direita e a pôs sobre a cabeça de Efraim, que era o menor, e a sua esquerda sobre a cabeça de Manassés, dirigindo as suas mãos propositadamente, não obstante Manassés ser o primogênito.
15 E abençoou a José, e disse: O Deus, em cuja presença andaram os meus pais Abraão e Isaque, o Deus que me sustentou, desde que eu nasci até este dia;
16 O anjo que me livrou de todo o mal, abençoe estes rapazes, e seja chamado neles o meu nome, e o nome de meus pais Abraão e Isaque, e multipliquem-se como peixes, em multidão, no meio da terra.
17 Vendo, pois, José que seu pai punha a sua mão direita sobre a cabeça de Efraim, foi mau aos seus olhos; e tomou a mão de seu pai, para a transpor de sobre a cabeça de Efraim à cabeça de Manassés.
18 E José disse a seu pai: Não assim, meu pai, porque este é o primogênito; põe a tua mão direita sobre a sua cabeça.
19 Mas seu pai recusou, e disse: Eu o sei, meu filho, eu o sei; também ele será um povo, e também ele será grande; contudo o seu irmão menor será maior que ele, e a sua descendência será uma multidão de nações.
20 Assim os abençoou naquele dia, dizendo: Em ti abençoará Israel, dizendo: Deus te faça como a Efraim e como a Manassés. E pôs a Efraim diante de Manassés.
21 Depois disse Israel a José: Eis que eu morro, mas Deus será convosco, e vos fará tornar à terra de vossos pais.
22 E eu tenho dado a ti um pedaço da terra a mais do que a teus irmãos, que tomei com a minha espada e com o meu arco, da mão dos amorreus.
49.1-33
Depois chamou Jacó a seus filhos, e disse: Ajuntai-vos, e anunciar-vos-ei o que vos há de acontecer nos dias vindouros;
Ajuntai-vos, e ouvi, filhos de Jacó; e ouvi a Israel vosso pai.
Rúben, tu és meu primogênito, minha força e o princípio de meu vigor, o mais excelente em alteza e o mais excelente em poder.
Impetuoso como a água, não serás o mais excelente, porquanto subiste ao leito de teu pai. Então o contaminaste; subiu à minha cama.
Simeão e Levi são irmãos; as suas espadas são instrumentos de violência.
No seu secreto conselho não entre minha alma, com a sua congregação minha glória não se ajunte; porque no seu furor mataram homens, e na sua teima arrebataram bois.
Maldito seja o seu furor, pois era forte, e a sua ira, pois era dura; eu os dividirei em Jacó, e os espalharei em Israel.
Judá, a ti te louvarão os teus irmãos; a tua mão será sobre o pescoço de teus inimigos; os filhos de teu pai a ti se inclinarão.
Judá é um leãozinho, da presa subiste, filho meu; encurva-se, e deita-se como um leão, e como um leão velho; quem o despertará?
O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos.
Ele amarrará o seu jumentinho à vide, e o filho da sua jumenta à cepa mais excelente; ele lavará a sua roupa no vinho, e a sua capa em sangue de uvas.
Os olhos serão vermelhos de vinho, e os dentes brancos de leite.
Zebulom habitará no porto dos mares, e será como porto dos navios, e o seu termo será para Sidom.
Issacar é jumento de fortes ossos, deitado entre dois fardos.
E viu ele que o descanso era bom, e que a terra era deliciosa e abaixou seu ombro para acarretar, e serviu debaixo de tributo.
Dã julgará o seu povo, como uma das tribos de Israel.
Dã será serpente junto ao caminho, uma víbora junto à vereda, que morde os calcanhares do cavalo, e faz cair o seu cavaleiro por detrás.
A tua salvação espero, ó Senhor!
Quanto a Gade, uma tropa o acometerá; mas ele a acometerá por fim.
De Aser, o seu pão será gordo, e ele dará delícias reais.
Naftali é uma gazela solta; ele dá palavras formosas.
José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto à fonte; seus ramos correm sobre o muro.
Os flecheiros lhe deram amargura, e o flecharam e odiaram.
O seu arco, porém, susteve-se no forte, e os braços de suas mãos foram fortalecidos pelas mãos do Valente de Jacó (de onde é o pastor e a pedra de Israel).
Pelo Deus de teu pai, o qual te ajudará, e pelo Todo-Poderoso, o qual te abençoará com bênçãos dos altos céus, com bênçãos do abismo que está embaixo, com bênçãos dos seios e da madre.
As bênçãos de teu pai excederão as bênçãos de meus pais, até à extremidade dos outeiros eternos; elas estarão sobre a cabeça de José, e sobre o alto da cabeça do que foi separado de seus irmãos.
Benjamim é lobo que despedaça; pela manhã comerá a presa, e à tarde repartirá o despojo.
Todas estas são as doze tribos de Israel; e isto é o que lhes falou seu pai quando os abençoou; a cada um deles abençoou segundo a sua bênção.
Depois ordenou-lhes, e disse-lhes: Eu me congrego ao meu povo; sepultai-me com meus pais, na cova que está no campo de Efrom, o heteu,
Na cova que está no campo de Macpela, que está em frente de Manre, na terra de Canaã, a qual Abraão comprou com aquele campo de Efrom, o heteu, por herança de sepultura.
Ali sepultaram a Abraão e a Sara sua mulher; ali sepultaram a Isaque e a Rebeca sua mulher; e ali eu sepultei a Lia.
O campo e a cova que está nele, foram comprados aos filhos de Hete.
Acabando, pois, Jacó de dar instruções a seus filhos, encolheu os pés na cama, e expirou, e foi congregado ao seu povo.
Nesta matéria você verá:
- Jacó abençoa os filhos de José Gn 48.3,4,13,14,18,19
- Jacó muito enfermo abençoa os filhos de José
- Jacó adota os filhos de José
- Jacó cruza as mãos e abençoa Efraim (como primogênito) e Manassés
- Jacó profetiza o futuro das tribos de Israel
- Tribos de Rúben, Simeão e Levi
- Judá, Zebulom, Issacar e José (Efraim e Manassés)
- Dã, Gade, Aser, Naftali e Benjamim
Estamos de volta dando sequência a uma série de
conferências sobre os Patriarcas; Já falamos sobre Abraão;
Isaque e agora estamos no terceiro seguimento (agora finalizando) falando
sobre Jacó.
Já apresentamos os seguintes temas:
- Sua biografia;
- O seu nascimento;
- Esaú vende a primogenitura;
- Isaque abençoa Jacó;
- A fuga de Jacó;
- A Lei da semeadura;
- Os filhos de Jacó;
- A prosperidade de Jacó;
- A 2ª fuga de Jacó;
- Jacó se conserta com Esaú;
- A conversão de Jacó;
- Jacó inverte as prioridades;
- O episódio de Diná;
- Deus exige a purificação da família de Jacó;
- Jacó sofre diversas perdas na família
- Jacó vai ao Egito;
Agora vamos falar sobre "Jacó abençoa os seus filhos e morre".
I.
Gn 48.1,2 — José sabia que o fim da vida de Jacó estava aproximando-se (Gn 47.29). No entanto, a notícia que recebeu dizia que seu pai estava enfermo. Este capítulo continua o tema em Gênesis da competição entre os dois irmãos. [Para conferir a história de Caim e Abel, leia o capítulo 4; de Esaú e Jacó, os capítulos 25—28; de Perez e Zerá, o capítulo 38.27-30.] Frequentemente, na história dos patriarcas hebreus, o mais novo assume o lugar do mais velho. Deus realiza Sua obra de maneira diferente da comum e do esperado desfecho dos acontecimentos.
48.3,4 — Deus Todo-poderoso. Esta é a quinta vez que o nome El Shaddai aparece em Gênesis (Gn 17.1; 28.3; 35.11; 43.14; 49.25). Luz é o antigo nome de Betei. Jacó relembrou as aparições de Deus a ele (Gn 28.10-15,19; 35.6-13) e as promessas divinas para a sua família.
48.5-7 — Os dois filhos de José eram Manassés e Efraim (Gn 41-50-52). Jacó inverteu o direito dos netos. Ele também disse que os filhos de José eram tão seus quanto Rúben e Simeão, os mais velhos (Gn 29.32,33). Por causa das ultrajantes atitudes de Rúben (Gn 35.22) e de Simeão (Gn 34.25), ambos perderam seus benefícios. Levi também participou do ultraje de Simeão (Gn 34.25). Desta forma, os direitos e os privilégios do primogênito foram passados diretamente a outros dois filhos: Judá (Gn 49.8-12) e José (Gn 49.22-26). Rúben, na condição de primeiro filho nascido, poderia ter recebido a porção em dobro da herança de seu pai. Contudo, Jacó deu este benefício a José (v. 22), o primogênito dele com Raquel. Agora, os filhos de José também foram contados, junto com seus tios, como os fundadores da tribo de Israel.
48.7 — Aqui o velho Jacó relembrou o grande amor da sua vida, Raquel, que morreu ao dar à luz seu filho Benjamim.
48.8-11 — Eu não cuidara ver o teu rosto. Novamente Jacó se lembra do seu pesar por ter passado vários anos pensando que José estivesse morto, e expressa grande alegria ao vê-lo com vida tempos depois (Gn 46.29). E agora o patriarca podia ver, além do filho querido, os netos, os filhos de José!
48.12-14 — José apresentou seus filhos ao pai em um ato de humildade e respeito. Ele os dispôs de forma que a mão direita de Jacó pudesse pousar sobre a cabeça do mais velho, e a mão esquerda sobre a do mais novo. Mas, deliberadamente, Jacó inverteu as mãos, estendendo a mão direita sobre o filho mais novo.
48.15 — Em sua bênção, Jacó reafirmou sua grande fé no Deus vivo. Apesar das atitudes que tomara em sua juventude, a crença de Jacó havia amadurecido. O patriarca usou o artigo definido junto com a palavra Deus para enfatizar a genuína divindade (como em Gn 6.2; 22.1; 27.28; 31.11; 46.3). Ele identificou Deus como aquele a quem Abraão e Isaque serviram.
48.16 — O Anjo é uma forma abreviada de referir-se ao Anjo do Senhor (Gn 16.7; 22.11; 24.7). Jacó queria que os dois filhos de José herdassem a bênção que o Senhor dera a Abraão, Isaque, e a si próprio.
48.17,18 — José percebeu que a mão direita do pai pousava sobre a cabeça do filho mais novo e quis movê-la, a fim de que ficasse sobre a cabeça do primogênito. Contudo, apesar da pouca visão, Jacó estava ciente do que fazia. Mais uma vez, em Gênesis, Deus contrariou a ordem esperada das coisas. O mais velho serviria ao mais novo, da mesma forma que Jacó fora exaltado em lugar de seu irmão (Gn 27.1—28.9).
48.19,20 — Ao abençoar Efraim e a Manassés, Jacó citou primeiro o filho mais novo de José. Daí em diante, os dois ficaram conhecidos nessa ordem.
48.21 — Jacó prometeu a José que este retornaria à terra de Canaã. A promessa foi cumprida após a morte de José (Gn 50.24-26).
48.22 — Ao abençoar os dois filhos de José, com seus próprios filhos, Jacó deu a José o dobro da porção que dera aos irmãos deste, dizendo: eu te tenho dado a ti um pedaço de terra mais que a teus irmãos, o qual tomei com a minha espada e com o meu arco da mão dos amorreus. Esta promessa seria cumprida quando os israelitas retornassem a Canaã para tomar posse da terra que Deus lhes deu (Gn 15.12-21).
Gênesis 49
49.1 — Ajuntai-vos, e anunciar-vos-ei o que vos há de acontecer nos derradeiros dias. Esta frase é uma alusão ao futuro glorioso de seus descendentes.
49.2 — Ouvi é uma introdução formal às palavras que viriam a seguir.
49.3,4 — Jacó começou a bênção com palavras afetuosas para Rúben, o seu primogênito. Contudo, terminou repreendendo-o por causa de sua atitude presunçosa com Bila (Gn 35.22). Ao subir à cama do pai, Rúben tentou consolidar seus direitos de primogênito, mas, na verdade, gerou o efeito contrário.
49.5-7 — Simeão e Levi estavam ligados por causa da feroz e cruel vingança contra Siquém e seu povo (cap. 34). Mesmo que o filho de Siquém tenha violentado a irmã deles, a revanche que praticaram ultrapassou os limites tolerados. Além disso, eles ultrajaram o sagrado rito da circuncisão. Por causa de suas atitudes, Jacó os descreveu como instrumentos de violência. A fúria dos irmãos foi sanguinária e violenta, e não um ato de justiça para honrar Deus (v. 6,7). Em razão disso, eles seriam dispersos em Israel. Tempos depois, as terras de Simeão foram distribuídas no extenso território da tribo de Judá (Js 19.1-9), e as de Levi, em cidades por toda a terra (Js 21).
49.8 — Judá te louvarão. Aqui há um trocadilho com o significado do nome Judá, louvor ao Senhor. O louvor de Jacó a Judá só não é superado por seu louvor a José (v. 22-26; Gn 48). Judá obteve a liderança de seus doze irmãos quando Jacó despojou Rúben, Simeão e Levi. As atitudes de Judá demonstrando a renúncia da própria liberdade em favor do irmão Benjamim foram exemplares (Gn 44.18-34), particularmente após os lamentáveis episódios descritos no capítulo 38.
49.9 — O leão é um antigo símbolo real. Ele aparece na profecia de Balaão (Nm 23.24).
49.10 — O cetro é um bastão ornamentado ou um cajado que simbolizava a autoridade real. O legislador é aquele que estabelece as leis. Com essas palavras, Jacó predisse que a linhagem real ascenderia dos descendentes de Judá. Já o significado do termo Siló não é muito claro; é aceito como aquele a quem ele pertence. Logo, aqui pode significar que até que chegue aquele a quem toda a autoridade real pertence [Jesus] , a tribo de Judá sempre terá um legislador em sua linhagem (Is 9.1-6). Silo é uma alusão ao Messias vindouro.
49.11,12 — A cena retratada nestes versículos descreve a luta que o Messias travará para estabelecer Seu reino (SI 2 e 110; Ap 19.11-21). O vinho simboliza o sangue. A cor de Seus olhos e a de Seus dentes representam vitalidade e vitória. A linguagem desse trecho expressa mistério e surpresa acerca daquele que virá: Siló.
49.13 — A precedência é dada a Zebulom sobre seu irmão Issacar. Sua herança será a costa norte que forma fronteira com a Fenícia (compare com Js 18.10-16).
49.14 — As palavras de Jacó para Issacar são o presságio de uma pesada escravização seguindo-se uma época de abundância (Is 9.1). Para ler sobre as terras de Issacar, compare com Josué 19.17-23.
49.15,16 — Dã julgará o seu povo. O nome Dã está relacionado ao significado da palavra julgar.
49.17,18 — Dã seria como uma serpente junto ao caminho. Provavelmente isso significa que os descendentes dele seriam sagazes [ou abandonariam a fé no Senhor]. Contudo, poderiam esperar a salvação vinda de Deus.
49.19 — Quanto a Gade, uma tropa o acometerá, mas ele a acometerá por fim. Apesar de a tribo de Gade enfrentar a miséria no futuro, a vitória final é prometida.
49.20 — As poucas palavras para Aser foram alegres e de bênção: o seu pão será abundante e ele dará delícias reais.
49.21 — Naftali é uma cerva solta; ele dá palavras formosas. Novamente, as breves palavras prometem esperança e alegria.
49.22 — Apenas as promessas feitas a Judá (v. 8-12) se aproximam do louvor que Jacó proferiu a José. (Para saber acerca da exaltação da família de José, leia o capítulo 48.)
49.23 — Os flecheiros que o flecharam representam a experiência pessoal de José nas mãos de seus irmãos e, em seguida, dos egípcios (cap. 37, 39 e 40).
49.24 — Jacó descreveu o consequente triunfo de José. O filho não apenas teve firmeza de caráter, o que é representado pelo forte arco que ele susteve, como também foi fortalecido pela mão do Poderoso de Jacó . Este é o primeiro dos cinco títulos que Jacó usou para se referir a Deus enquanto abençoava José (v. 24,25). A palavra traduzida como Poderoso também pode ser encontrada no Salmo 132.2,5 e em Isaías 1.24; 49.26; 60.16. Em todas estas passagens, é empregada como um nome para Deus. Talvez este seja o nome especial de Jacó para Deus a partir de sua luta com o varão (Gn 32.22-30). Usar este termo peculiar para o Senhor em sua bênção mostra a grande afeição que o pai tinha por seu filho José. Depois disso, Jacó chama o Senhor de Pastor. Esta definição provavelmente possuía um significado importante em uma família de pastores. Deus pastoreia e toma conta da família de Jacó como um pastor faz com o seu rebanho. Deus é o bom Pastor, aquele que cuida de Seu rebanho (SI 23; Jo 10). Até mesmo o faraó, que desprezava os pastores (Gn 46.28—47.6), foi esculpido em estátuas com um cajado de pastor, símbolo do seu benevolente cuidado para com a nação. O terceiro título usado por Jacó para louvar o Senhor foi a Pedra de Israel. Em algumas ocasiões em que Deus falou com ele, Jacó (ou Israel) ergueu pilares de pedra para celebrar o acontecimento (Gn 28.18). Deus havia se tornado para o patriarca a Pedra de Israel, que simboliza firmeza e fidelidade [bem como a Rocha da salvação; o Refúgio e Fortaleza de Seu povo].
49.25 — O quarto termo que Jacó usou para Deus na bênção a José foi Deus de teu pai. Um pouco antes, Jacó definiu o Senhor como o Deus de Abraão e Isaque (Gn 48.15). Aqui, ele expressou sua fé genuína no Deus que o abençoara. Por fim, o patriarca chamou Deus de Todo poderoso. Esta é a sexta e última vez que El Shaddai é usado em Génesis. O nome de Deus é associado a Abraão (Gn 17.1), Isaque (Gn 28.3), Jacó (Gn 28.3; 35.11; 43.14; 48.3) e José (aqui). Em Êxodo, Deus diz Seu nome a Moisés (Ex 6.3). Desta forma, usando cinco títulos para o Senhor, Jacó louvou a Deus por Suas inúmeras manifestações e bênçãos dadas a seu filho.
49.26 — A bênção de José terminou com palavras de grande entusiasmo. Ele havia sido separado de seus irmãos. O termo hebraico para separado é nazir; o mesmo que designa os nazireus (Nm 6.1-21). José e, posteriormente, os nazireus foram separados a fim de servir aos sagrados propósitos de Deus.
49.27 — A imagem do lobo que despedaça parece ameaçadora (Jz 20.21-25). Aqui simboliza a força dessa tribo, que a ajudaria a sobrepujar e despedaçar seus inimigos, possuindo sua herança.
49.28 — As bênçãos de Jacó foram profecias acerca de cada uma das tribos de Israel. Algumas parecem obscuras, mas as bênçãos de Judá (v. 8-12) e José (v. 22-26) são claros prenúncios de Deus a respeito de seus destinos (compare com a bênção de Moisés aos israelitas, em Dt 33). São alusões ao Messias.
49.29 — Jacó pediu aos filhos que não o sepultassem no Egito. Certamente, Jacó sabia que muitos dos seus descendentes seriam enterrados no Egito durante os 400 anos de permanência naquela terra (Gn 15.13-16). Contudo, Deus havia prometido que ele retornaria à Terra Prometida (Gn 46.4) • Seu filho José jurou sepultá-lo em Canaã (Gn 47.29-31). Agora, no momento de sua morte, Jacó quis que os filhos reafirmassem que a promessa seria cumprida.
49.30-33 — Jacó identificou o lugar, a com no campo de Macpela, como o local onde seu pai, mãe, avô e avó foram sepultados. Abraão negociou esta região para que pudesse sepultar sua esposa Sara (cap. 23). Ali, Jacó seria reunido aos seus antepassados (nvi) . Esta expressão faz referência à morte (Gn 15.15; 25.8; 35.29), mas também pode aludir à imortalidade (2 Sm 12.23).
II. Visão panorâmica dos últimos dias de Jacó.
“Eu estou para ser congregado ao meu povo; sepultai-me com meus pais, na cova que está no campo de Efron, o heteu.” (Gn 49.29)
Após dezessete anos no retiro pacífico de Gósen, a vida de Jacó estava chegando ao fim. Com a idade de cento e quarenta e sete anos reconheceu que o fim se aproximava e chamou o seu amado filho José e rogou-lhe para não ser sepultado no Egito, mas ao lado de seus pais na cova de Macpela. José prometeu fazê-lo, mas Jacó não satisfeito exigiu um juramento solene (Gn 47.29-31).
Estando Jacó enfermo, vieram a ele seu filho José e seus netos Manassés e Efraim (Gn 48.1). Os filhos de José permaneceram parados diante do avô a espera da benção. Jacó os adotou com seus próprios filhos e lhes assegurou que seriam herdeiros como os demais (Gn 48.3-9).
Jacó abençoou os filhos de José colocando a mão direita sobre a cabeça de Efraim e a esquerda sobre a cabeça de Manassés. Isso não agradou a José que tratou de trocar as mãos de seu pai, indicando que Manassés era o mais velho e nele deveria ser colocada a mão direita (Gn 48.10-18). Jacó recusou a trocar as mãos e profetizou que a tribo de Efraim seria mais importante que a de Manassés (Gn 48.19-22). É a terceira vez em Gênesis que o filho não primogênito recebe a benção principal.
O patriarca lutou para adquirir bençãos e no final de sua vida distribuía a benção de Deus por onde andasse. Abençoou o Faraó, que se tornou próspero. Efraim e Manassés receberam a benção de se tornarem patriarcas de suas tribos. Abençoou os doze filhos, conforme o fruto das suas vidas, e segundo a bênção que lhes cabiam.
Para abençoar os doze filhos, Jacó os reuniu ao redor de seu leito de morte, pouco antes de falecer. Deu uma benção especial a cada um e declarou o que iria acontecer a eles nos dias vindouros.
Rubem, embora fosse o primogênito, foi-lhe tirado o direito porque cometeu o pecado de paixão carnal (Gn 49.3-4). Simeão e Levi foram tirados da sucessão da primogenitura, porque mataram cruelmente os siquemitas (Gn 49.5-7). Judá chefiou a venda de José. Depois, porém, ele se arrependeu sinceramente do seu pecado. E produziu fruto digno do arrependimento. Então ele recebeu uma bênção maravilhosa, de tornar-se protagonista da história da salvação. Jacó profetizou que o Messias nasceria entre a descendência de Judá (Gn 49.8-12). Como profetizou Jacó, Jesus nasceu na tribo de Judá.
A cada um de seus doze filhos Jacó abençoou (Gn 49.13-21, 27). José embora fosse o décimo-primeiro filho, recebeu a primogenitura (1 Cr 5:1,2) e as mais ricas bençãos divinas, com exceção de Judá (Gn 49.22-26).
Jacó foi um homem de afeição profunda e ardorosa por seus filhos. Seu amor era forte e terno, e o testemunho que lhes proferiu à hora da morte, não foi uma declaração de parcialidade ou ressentimento. Ele perdoou a todos, e os amou até o fim. Sua ternura paternal teria encontrado expressão apenas em palavras de animação e esperança; mas o poder de Deus repousou sobre ele, e sob a influência da inspiração foi constrangido a declarar a verdade, ainda que penosa.
Jacó era o pai de numerosas nações. Deus estabeleceu as doze tribos de Israel, conforme a bênção de Jacó (Gn 49.28).
Após proferir a benção aos filhos, Jacó os recomendou que o sepultassem junto com seus pais, na terra de Canaã. Foram suas últimas palavras e morreu (Gn 49.33).
José chorou sobre o rosto de Jacó e o beijou. Depois, cumprindo o pedido de seu pai, José organizou o funeral. Seu corpo foi embalsamado no Egito durante o tempo de preparação de quarenta dias e os egípcios fizeram luto de setenta dias (Gn 50:2-3). Depois disso José foi ao Faraó e pediu permissão para afastar-se do Egito para sepultar seu pai (Gn 50.4-5). José, os irmãos e muitos egípcios notáveis acompanharam o cortejo fúnebre até Canaã, ficando na terra de Gósen somente as crianças e o gado (Gn 50.7-9).
Jacó deveria morrer, mas morreria na fé. O pedido para ser enterrado em Canaã revelou a sua fé nas futuras promessas de Deus. Ele desejava ser enterrado onde as tribos de Israel um dia viveriam e governariam.
Anos de trabalho, cuidados e tristeza Jacó teve desde o dia em que seu grande pecado o fez fugir da casa de seu pai. Separou-se de sua mãe, a quem nunca mais viu. Trabalhou sete anos pela mulher que amava e foi enganado. Esteve vinte anos sob o domínio de um parente ganancioso. Seus filhos crescerem em redor de si, mas com pouca alegria na casa contenciosa e dividida. Passou momentos de angustia pela desonra de sua filha, na morte de sua amada Raquel, pela desonra de Rubem e pela mentira e malicia de seus filhos em relação a José. Muitas vezes Jacó sofreu pela consequência de seu primeiro erro.
Jacó viu em seus filhos provas de verdadeiro arrependimento; viu sua família rodeada de todas as condições necessárias ao desenvolvimento de uma grande nação e sua fé apegou-se à segura promessa de seu futuro estabelecimento em Canaã.
O patriarca Jacó teve falhas, mas também virtudes. Sua experiência de vida foi o exemplo do homem que passa por erros e fracassos, desânimos e tentações, mas não se desespera, porque confia plenamente nas promessas do Senhor.
Ele próprio estava cercado de todo o indício de amor e favor que o governador do Egito poderia conferir e, feliz na companhia de seu filho durante tanto tempo perdido, desceu calma e pacificamente à sepultura.
III.Uma rápida cronologia da vida de Jacó.
III.Uma rápida cronologia da vida de Jacó.
- Jacó tinha 15 anos de idade quando Abraão morreu.
- Aos 77 anos fugiu para Harã.
- Com 84 anos casou-se.
- Tinha 98 anos quando regressou a Canaã.
- Aos 99 anos nasceu José.
- E com aproximadamente 100 anos nasceu Benjamim.
- Foi quando a Raquel morreu com apenas 36 anos.
- A Raquel casara-se com Jacó com apenas 20 anos.
- Com 130 anos foi para o Egito (Gn 47.9).
- Morreu aos 147 anos (Gn 47.28).
- Passou os primeiros 77 anos em Canaã.
- Os 20 anos seguintes em Harã (Gn 31.41).
- Depois 33 anos em Canaã.
- Os últimos 17 no Egito (Gn 47.28) .
IV. Jacó profetiza o futuro das tribos de Israel (Gn 49.3,8,19,20,22,27).
Veremos agora as bênçãos impetradas pelo patriarca Jacó aos seus filhos. Um homem que viveu intensamente na companhia de Deus e sua família. Erros e acertos são mencionados na sua biografia. Que possamos ter a posse do que é construtivo para a formação de nosso caráter e dispensar de nossa agenda aquilo que de ruim ele deixou registrado na sua história.
A história de Jacó revela a vida de um homem transformado por Deus. De Jacó, nome este que significa enganador, suplantador, ele é transformado em Israel, príncipe de Deus. Sua história é marcada por acontecimentos onde Deus lhe ensina:
· Que tudo que o homem semeia, ele colhe de volta, e em proporções maiores (Gn 29.21-31.55).
· Que o homem deve reconhecer-se a si mesmo e as suas culpas e sendo assim, o único caminho a ser tomado diante de tal reconhecimento é o do arrependimento e da humilhação diante daquele com quem se errou (Gn 32.22-33.3).
· Que o caminho da obediência e da dependência de Deus é o caminho a ser tomado por aqueles que são tocados por Ele, ainda que a velha natureza relute contra isto (Gn 33.18-35.2).
· Que toda ação de Deus em favor do homem é fruto em primeiro lugar da grandeza, graça e bondade de Deus não somente em relação a si próprio, mas em relação a todos (Gn 34.1-35.6).
· Que uma vida consagrada a Deus é aquilo que o Senhor deseja de seus escolhidos, e toda e qualquer atitude do homem para com Ele deve ser decorrente desta vida de consagração, comunhão, gratidão e amor a Deus (Gn 35.7-15) e não decorrente de uma troca (Gn 28.20-22).
· Que o Deus Todo Poderoso é suficiente em si mesmo para cumprir seus planos e promessas no tempo determinado por Ele mesmo, por isso o homem deve saber esperar em Deus e caminhar sempre segundo a sua vontade (Gn 35.9-15).
· Que apesar da comunhão com Aquele que tem todo poder no céu e na terra, tristezas e sofrimentos decorrentes desta vida advém também aos servos do Senhor, no entanto o Senhor tem o controle de tudo em suas mãos e diante disto, em sua soberana vontade, Ele pode transformar o mal em bem (Gn 35.16-20; 37.1-35; 42.1-45.28).
· Que o único ponto de apoio que o homem possui para que ele veja seus planos concretizados não se encontra em si mesmo, mas em Deus, e sendo assim toda e qualquer situação em relação ao presente e futuro deve ser sempre apresentada diante de Deus, pois em suas mãos devem estar o querer e o efetuar de todas as coisas (Gn 46.1-6; 48.1-21; Hb 11.21).
Rm 15.4: “Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança”.
1. Tribos de Rúben, Simeão e Levi – Jacó profetizou para seus filhos Rúben, Simeão e Levi. Foram mencionados fatos históricos destes filhos que geraram alegrias e mágoas escondidas na sua despedida.
Nos momentos finais de sua vida, Jacó reúne seus filhos e profetiza a respeito do futuro que estaria reservado a seus descendentes. Algumas das profecias descritas em Gn 49 se cumprem por ocasião da posse da terra de Canaã pelas 12 tribos de Israel. Outras se cumprirão ainda no futuro, pois estão relacionadas à volta de Jesus quando então Ele reinará na terra sobre todo Israel e sobre as demais nações em seu Reino Milenar depois do período de Tribulação/Grande Tribulação, e daí Jacó se referir em sua fala aos “derradeiros dias”.
As profecias a respeito de Rúben, Simeão e Levi são as primeiras a serem anunciadas por Jacó, seguindo a ordem de seus nascimentos. Eles foram os primeiros filhos de Jacó que lhe nasceram em Padã-Arã, na casa de Labão, fruto de seu casamento com Léia, conforme descrito em Gn 29.32-34: “E concebeu Léia, e deu à luz um filho, e chamou-o Rúben; pois disse: Porque o Senhor atendeu à minha aflição, por isso agora me amará o meu marido. E concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Porquanto o Senhor ouviu que eu era desprezada, e deu-me também este. E chamou-o Simeão. E concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Agora esta vez se unirá meu marido a mim, porque três filhos lhe tenho dado. Por isso chamou-o Levi”. O nascimento de cada filho trazia sempre a Léia a esperança de ser amada por seu marido, e sendo assim, os nomes que lhes eram dados refletiam esta esperança. Assim, o nome de Rúben significa “eis um filho”; Simeão significa “ouvido” e Levi “juntar”.
1.1 A Tribo de Rúben – Por ter tido relação sexual com a concubina de seu pai (Gn 35.22), Rúben perdeu o direito à primogenitura. A palavra severa de Jacó a Rúben o fez desperdiçar sua maior esperança de primogênito, talvez por isso, Jacó o expõe diante de seus irmãos. Um gesto que demonstrou a mágoa de seu pai, e foi horrendo diante dos olhos de Deus, que refletiu sobre a sua descendência. Rúben era o tipo de pessoa que poderia ter tido um futuro promissor nas mãos de Deus, mas que foi vencido pelos desejos carnais, e acabou revelando por que Deus não trabalhou em sua vida. O pecado afastou as excelências dos descendentes de Rúben. Pela palavra de Moisés seria uma tribo numerosa (Dt 33.6). No deserto, Rúben encabeçava a segunda divisão, que seguia os levitas que transportavam o Tabernáculo (Nm 10.17,18).
Gn 35.21,22: “Então partiu Israel, e estendeu a sua tenda além de Migdal Eder. E aconteceu que, habitando Israel naquela terra, foi Rúben e deitou-se com Bila, concubina de seu pai; e Israel o soube. E eram doze os filhos de Jacó”.
O texto de Gn 35.16-22 relata a partida de Jacó e sua família de Betel, quando então antes de chegarem em Efrata, Raquel vem a morrer em seu trabalho de parto durante o nascimento de Benjamim. Depois de sepultar Raquel, Jacó e sua família passam a habitar em um local chamado Migdal Eder. Foi por esta ocasião que ocorreu o envolvimento entre Rúben e Bila, concubina de Jacó, serva de Raquel, o que trouxe profundo desagrado a Jacó, pois o ato de Rúben se constituía em uma desonra para Jacó, podendo ser considerado um ato de adultério. Em Gn 49.3,4, Jacó traz à sua memória, seu vigor quando mais jovem, por ocasião do nascimento de Rúben. Assim Rúben era a representação destas características na vida de Jacó. Ele reconhece qualidades no caráter de Rúben que demonstravam sua nobreza; tais qualidades, no entanto ficaram manchadas em seu ato incestuoso com Bila, o que leva Rúben a perder perante seu pai seu direito à primogenitura. Entre os atos de nobreza de Rúben encontra-se o fato de que foi ele quem aconselhou seus irmãos a não matarem José, sendo que ele também retornou a cisterna para libertar José (ver Gn 37.21,29). Também em Gn 42.37, Rúben oferece seus dois filhos a Jacó pela segurança de Benjamim. Rúben teve quatro filhos antes de descer ao Egito: Enoque, Palu, Hezrom e Carmi (ver Gn 46.9). Por ocasião do primeiro censo feito no deserto foi contabilizado um número de quarenta e seis mil e quinhentos homens de vinte anos para cima integrantes da tribo de Rúben, o que indica que a mesma se multiplicara no Egito (ver Nm 1.21). No segundo censo o número foi de quarenta e três mil e setecentos e trinta o que indica que a tribo permaneceu numerosa (ver Nm 26.7). Em Dt 33.6, Moisés profetiza que a tribo de Rúben não desapareceria, e que ela seria numerosa. Tal fato mostra que apesar da tribo não ter ocupado o lugar de liderança na nação de Israel, ela não seria esquecida por Deus, o que indica a graça de Deus sobre os descendentes de Rúben. Na posse da terra prometida, a tribo de Rúben ocupou a região a leste do Jordão.
Gn 49.3,4: “Rúben, tu és meu primogênito, minha força e o princípio de meu vigor, o mais excelente em alteza e o mais excelente em poder. Impetuoso como a água, não serás o mais excelente, porquanto subiste ao leito de teu pai. Então o contaminaste; subiu à minha cama”.
1 Cr 5.1: “Quanto aos filhos de Rúben, o primogênito de Israel (pois ele era o primogênito; mas porque profanara a cama de seu pai, deu-se a sua primogenitura aos filhos de José, filho de Israel; de modo que não foi contado, na genealogia da primogenitura”.
Dt 33.6: “Viva Rúben, e não morra, e que os seus homens não sejam poucos”.
1.2 As Tribos de Simeão e Levi – A Bíblia, no Antigo Testamento, explica devidamente a diferença entre um massacre por decreto divino (Gn 15.16) e uma simples vingança (Am 1.1,6,9). É tão evidente, que não é necessário dizer que, entre os irmãos Simeão e Levi, houve uma simbiose de pecados, e suas armas são instrumentos de anarquia (6.11) e não de justiça de Deus. A violência praticada por eles em Siquém não lhes permitiu serem abençoados devidamente por Jacó. Levi não herdou a bênção da primogenitura; e a herança da terra que a tribo de Simeão herdou, ficava no extremo sul. A inclusão de Simeão, dentro do território de Judá, significou que as duas tribos foram misturando-se cada vez mais, e que Judá se tornou a tribo predominante dentre as duas. Cumpriu-se o que Jacó disse: Que essa tribo se espalharia.
Gn 34.24-26,30: “E deram ouvidos a Hamor e a Siquém, seu filho, todos os que saíam da porta da cidade; e foi circuncidado todo o homem, de todos os que saíam pela porta da sua cidade. E aconteceu que, ao terceiro dia, quando estavam com a mais violenta dor, os dois filhos de Jacó, Simeão e Levi, irmãos de Diná, tomaram cada um a sua espada, e entraram afoitamente na cidade, e mataram todos os homens. Mataram também ao fio da espada a Hamor, e a seu filho Siquém; e tomaram a Diná da casa de Siquém, e saíram. Então disse Jacó a Simeão e a Levi: Tendes-me turbado, fazendo-me cheirar mal entre os moradores desta terra, entre os cananeus e perizeus; tendo eu pouco povo em número, eles ajuntar-se-ão, e serei destruído, eu e minha casa”.
O texto de Gn 34 trata da violação de Diná por Siquém, filho de Hamor, o que causou um profundo desgosto em seus irmãos. Apesar do erro, Siquém se dispõe a casar com Diná, e diante disto, Hamor propõe fazer uma aliança entre eles e os filhos de Israel. Os filhos de Jacó, considerando então o pacto da circuncisão feito entre Deus e Abraão, propõem que todos os homens de Siquém se circuncidassem como eles, o que prontamente eles aceitam fazer. Simeão e Levi aproveitam-se da fraqueza daqueles homens quando então eles são circuncidados, e num ato de vingança, eles promovem um sangrento massacre sobre toda a população de Siquém. A atitude de Simeão e Levi, no entanto não agrada a Jacó, assim como também não agrada a Deus o sentimento de ódio vingativo no coração de seus filhos; causa, porém espanto ver o evangelho hoje tomado por canções com gosto de sabor de mel, que estão continuamente estimulando o desejo de vingança no coração dos servos de Deus, contrariando aquilo que a Palavra de Deus diz, por exemplo, em Mt 5.44,45 ou em Rm 12.17-21. Em Gn 49.5-7, Jacó traz os fatos relacionados a Siquém à sua memória, e mais uma vez ele mostra seu descontentamento em relação aos irmãos que utilizaram suas espadas como instrumentos de violência, matando homens e arrebatando bois. Uma palavra de maldição é lançada sobre o furor e a ira de seus dois filhos, que ficariam então divididos e espalhados na terra de Israel, o que acabaria enfraquecendo as duas tribos. A maldição, porém é condicional (isto fica subentendido no fato da maldição ser referida sobre o furor e a ira de Simeão e Levi, e não sobre os irmãos diretamente), e sendo assim a mudança de comportamento de seus descendentes desviaria a maldição de sobre si.
Simeão teve 6 filhos Jemuel, Jamim, Oade, Jaquim, Zoar e Saul, filho de uma mulher cananéia ( Gn 46.10). Por ocasião do primeiro censo no deserto eles totalizaram cinqüenta e nove mil e trezentos homens de vinte anos para cima ( Nm 1.21,23). No segundo censo, no entanto o número de homens da tribo de Simeão era bem menor, sendo estes vinte e dois mil e duzentos homens, a menor das tribos que teve por isto sua herança diminuída (ver Nm 26.14,54). Sua sorte na possessão da terra prometida situou-se entre o quinhão dos filhos de Judá (ver Js 19.1,9), fato este que indica que eles estariam continuamente debaixo da influência desta forte tribo que acabaria absorvendo os simeonitas. Eles não desapareceriam, no entanto de todo e sendo assim descendentes de Simeão, nunca deixaram de ser listados nas genealogias de Israel, e desta forma, eles aparecem listados também entre aqueles que se converterão a Jesus no período da Tribulação/Grande Tribulação ( Ap 7.7).
Gn 49.5-7: “Simeão e Levi são irmãos; as suas espadas são instrumentos de violência. No seu secreto conselho não entre minha alma, com a sua congregação minha glória não se ajunte; porque no seu furor mataram homens, e na sua teima arrebataram bois. Maldito seja o seu furor, pois era forte, e a sua ira, pois era dura; eu os dividirei em Jacó, e os espalharei em Israel”.
Mt 5.44,45: “Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos”.
Rm 12.17-21: “A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens. Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”.
1.3 A Tribo de Levi – Levi foi o terceiro filho de Jacó, que deu origem à tribo sacerdotal de Israel, e por ter a responsabilidade de ensinar a lei do Senhor ao povo foi espalhado na terra de Israel. Esta tribo não recebeu herança na terra. A herança da tribo de Levi era o Senhor. Eles receberam o ofício sacerdotal (Dt 33.8); e também a responsabilidade de julgar as demais tribos, pois coube a ela ter a lei do Senhor. No caso do bezerro de ouro, ela permaneceu fiel ao Senhor (Ex 32.25-29). Será que existem Levitas na era da igreja?
Ex 32.25-29: “E, vendo Moisés que o povo estava despido, porque Arão o havia deixado despir-se para vergonha entre os seus inimigos, pôs-se em pé Moisés na porta do arraial e disse: Quem é do Senhor, venha a mim. Então se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi. E disse-lhes: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Cada um ponha a sua espada sobre a sua coxa; e passai e tornai pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um a seu vizinho. E os filhos de Levi fizeram conforme à palavra de Moisés; e caíram do povo aquele dia uns três mil homens. Porquanto Moisés tinha dito: Consagrai hoje as vossas mãos ao Senhor; porquanto cada um será contra o seu filho e contra o seu irmão; e isto, para que ele vos conceda hoje uma bênção”.
Conforme já visto no ponto 1.2, Levi é citado por Jacó juntamente com Simeão em Gn 49.5-7, pelo fato de ter estado junto a Simeão no massacre em Siquém. Sobre Levi estaria então a profecia de que em Jacó seriam divididos e espalhados em Israel, fato este que acabaria enfraquecendo também esta tribo. Em Ex 32.25-29, o registro bíblico mostra, porém a tribo de Levi se posicionando ao lado de Moisés no caso do bezerro de ouro, o que demonstra a disposição desta tribo em permanecer fiel ao Senhor. Por esta causa, a sorte da tribo de Levi seria mudada e assim ela seria separada para o ofício sacerdotal em Israel. Em Dt 33.8-11, Moisés faz menção à fidelidade de Levi por esta ocasião, quando então eles não estimaram a seus familiares por preferirem guardar a aliança com o Senhor. Os descendentes de Levi não teriam herança na terra (ver Dt 10.8,9), no entanto a eles seriam concedidas 48 cidades distribuídas ao longo de todo território de Israel, onde então eles estabeleceriam suas moradias (ver Js 21.41). Entre estas cidades estavam aquelas que foram designadas “cidades de refúgio”, sendo estas Quedes na Galiléia, na montanha de Naftali, Siquém, na montanha de Efraim, Quiriate-Arba (esta é Hebrom), na montanha de Judá, Bezer, no deserto, na campina da tribo de Rúben, Ramote, em Gileade da tribo de Gade, e Golã, em Basã da tribo de Manasses (ver Js 20.1-9). Apesar de permanecerem assim espalhados, em suas mãos estaria a lei do Senhor e a incumbência de ensiná-la em Israel, e desta forma, pela presença de Deus em suas vidas, a tribo de Levi se manteria forte (ver Dt 31.9; 33.8-11). Levi teve três filhos Gérson, Coate e Merari (ver Gn 46.11). Os descendentes de Coate a partir de Arão formaram a linhagem sacerdotal. Os demais levitas foram encarregados de servirem aos sacerdotes (ver Nm 3.6; 18.1-7). Em Nm 3.39, no primeiro censo em Israel são contados entre os descendentes de Levi de um mês para cima vinte e dois mil homens, fato este que mostra o quão era pequena esta tribo, pois se fossem contados apenas os de vinte anos para cima, como no caso das demais tribos, o número seria menor ainda. No segundo censo, o número de levitas de um mês para cima foi de vinte e três mil homens (ver Nm 26.62); isto mostra que a sorte de Levi, aparentemente, não havia sido ainda mudada, no entanto por ocasião do reinado de Davi, o número de levitas de trinta anos para cima era de trinta e oito mil homens (ver 1 Cr 23.3) o que indica que a tribo se multiplicara, sua sorte, por sua fidelidade ao Senhor por ocasião do bezerro de ouro, de fato foi mudada, e assim a tribo manteve-se forte em Israel, conforme foi vaticinado por Moisés em Dt 33.8-11: “E de Levi disse: Teu Tumim e teu Urim são para o teu amado, que tu provaste em Massá, com quem contendeste junto às águas de Meribá. Aquele que disse a seu pai, e à sua mãe: Nunca os vi; e não conheceu a seus irmãos, e não estimou a seus filhos; pois guardaram a tua palavra e observaram a tua aliança. Ensinaram os teus juízos a Jacó, e a tua lei a Israel; puseram incenso no teu nariz, e o holocausto sobre o teu altar. Abençoa o seu poder, ó Senhor, e aceita a obra das suas mãos; fere os lombos dos que se levantam contra ele e o odeiam, para que nunca mais se levantem”.
Em relação à pergunta feita pelo comentarista: “Será que existem Levitas na era da igreja?” Apesar dos cantores e músicos atuais advogarem este título para si, isto é anti-bíblico e contrário a revelação da palavra de Deus. Os levitas são exclusivamente aqueles que descendem dos três filhos de Levi, Gerson, Coate e Merari. No período da Tribulação/Grande Tribulação e do Milênio, com a reconstrução do Templo esta tribo estará novamente reunida em Israel exercendo o ministério sacerdotal (ver Ez 40-44). Os crentes pertencentes a igreja, sejam estes cantores ou músicos em nada diferem dos demais cristãos. Todos são vistos como sendo um em Jesus Cristo e todos são integrantes do sacerdócio universal dos crentes em Cristo, pois por meio dEle, o eterno Sumo Sacerdote, todos tem acesso ao Santo dos santos, à presença do Pai Celestial.
1 Pe 2.5: “Vòs também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo”.
1 Pe 2.9: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”.
Ap 1.6: “E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para todo o sempre. Amém”.
2. Judá, Zebulom, Isaacar e José (Efraim e Manassés) – Agora as bênçãos serão direcionadas aos da tribo de Judá, Zebulom, Issacar, Efraim e Manassés.
Em Gn 49.9-15, Jacó fala a respeito de Judá, Zebulom e Issacar. Somente depois de referir-se a Dã, Gade, Aser e Naftali é que ele se refere a José. O comentarista não segue a seqüência descrita na Bíblia, porém ela é importante porque traz em si um sentido profético, conforme o seguinte comentário feito por Jean Koechlin (2007, p. 84):
“Temos diante de nós outro capítulo de natureza profética. Nessas últimas palavras de Jacó a seus filhos, toda a história do povo de Israel é tratada como se fosse exibida antecipadamente e resumida aqui. Sob os juízes e reis, o povo se corrompeu como Rúben; o povo deixou o Senhor pelos ídolos. Então como no caso de Simeão e Levi, a violência é demonstrada na rejeição dos profetas e do próprio Messias, causando a dispersão do povo judeu entre as nações. Cristo é representado por Judá, a sua tribo de nascimento. O domínio e o cetro do reino são seus. Depois disto, encontramos Israel dispersada debaixo do juízo de Deus em atividades comerciais e ao mesmo tempo odiada pelas nações. Este período atual é personificado em Zebulom e Isaacar. Quanto a Dã, ele representa o anticristo, um judeu que, no futuro próximo, será recebido por Israel como seu Messias. ‘Serpente junto ao caminho’ (v. 17), esta é a terrível figura do poder satânico que então operará sem resistência. Antes desta horripilante perspectiva, o remanescente fiel só então poderá contar com o livramento do alto: ‘a tua salvação espero, ó Senhor!’ (v. 18)”.
2.1 A Tribo de Judá – Judá recebeu a bênção espiritual. Ele foi o quarto filho de Jacó e Leia. Foi ele quem sugeriu aos irmãos que José fosse vendido aos ismaelitas em vez de ser morto. Foi Judá que se apresentou para ficar no lugar de Benjamim (Gn 44.33). De Judá viriam os reis de Israel, pois o cetro não se apartaria dele (Gn 49.10).
Gn 49.8-12: “Judá, a ti te louvarão os teus irmãos; a tua mão será sobre o pescoço de teus inimigos; os filhos de teu pai a ti se inclinarão. Judá é um leãozinho, da presa subiste, filho meu; encurva-se, e deita-se como um leão, e como um leão velho; quem o despertará? O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos. Ele amarrará o seu jumentinho à vide, e o filho da sua jumenta à cepa mais excelente; ele lavará a sua roupa no vinho, e a sua capa em sangue de uvas. Os olhos serão vermelhos de vinho, e os dentes brancos de leite”.
Judá é o quarto filho de Jacó e Léia, tendo ele também nascido em Padã-Arã na casa de Labão. Por ocasião de seu nascimento, Léia expressa através de seu nome que significa “louvor”, o louvor que era devido ao Senhor que lhe concedera a bênção de ser mãe pela quarta vez. Assim, Leia diz: “Esta vez louvarei ao Senhor. Por isso chamou-o Judá” (Gn 29.35a). Em Gn 49.8-12, Jacó se refere a Judá mostrando a proeminência que seus descendentes teriam sobre todas as demais tribos que o admirariam por suas vitórias sobre seus inimigos. Jacó compara a tribo de Judá a um leão que, sai em busca da presa e depois retorna para seu lugar de descanso, onde ninguém o ousa perturbar. Judá teve 5 filhos sendo estes Er, Onã, Selá, Perez e Zerá; Er e Onã, porém, morreram na terra de Canaã (ver Gn 46.12). Judá já era uma tribo numerosa por ocasião do primeiro censo no deserto, sendo o número dos homens de vinte anos para cima setenta e quatro mil e seiscentos ( Nm 1.27). No segundo censo o total dos homens acima de vinte anos da tribo de Judá era de setenta e seis mil e quinhentos ( Nm 26.22), assim a tribo permaneceu numerosa e ocuparia, portanto uma boa parte da herança na terra prometida. De Judá veio Davi que ocupou o trono de Israel e a partir dele o cetro não se arredou da tribo de Judá, conforme vaticinado por Jacó, pois mesmo depois da divisão do reino de Israel, a descendência de Davi continuou ocupando o trono sobre o reino de Judá até o cativeiro babilônico. O termo Siló significa “Aquele a quem pertence” neste caso, o direito de reinar, e sendo assim fica evidente que o Messias seria oriundo da tribo de Judá, sendo que a Ele se congregarão todos os povos, uma linguagem que parece se referir ao futuro Reino Milenar de Jesus Cristo na terra. Antes, porém dEle ocupar o trono, Ele “amarrará o seu jumentinho à vide”, uma linguagem figurada para Israel, a videira da terra, “e o filho da sua jumenta à cepa mais excelente” uma linguagem que parece se referir a Jerusalém, a cepa mais excelente, onde então sua roupa seria lavada no vinho, e sua capa em sangue de uvas, linguagem que parece se referir ao sacrifício do Messias, que séculos mais tarde cumprir-se-ia na cruz do Calvário a partir da entrada de Jesus em Jerusalém, sobre um jumentinho, filho de uma jumenta ( Mt 21.1-9). interpreta os versículos de Gn 49.11,12 como se referindo a futura prosperidade da tribo de Judá conforme se descreve abaixo:
“Paz, abundância e prosperidade prevaleceriam na terra de Judá. As vinhas seriam tão viçosas e as uvas tão abundantes que o cavaleiro conquistador poderia amarrar as rédeas do seu cavalo nos grandes ramos e desfrutar de seus frutos suculentos. O vinho seria tão abundante que os homens poderiam lavar suas roupas nele, se assim o quisessem. Uvas excelentes forneceriam o mais fino sustento. Os olhos de Judá não ficariam vermelhos com excesso de bebida (cintilantes de vinho, v. 12), mas ‘brilhantes de prosperidade’ e seus dentes seriam ‘mais brancos do que o leite’ (brancos de leite). Isto é, a terra de Judá seria divinamente abençoada”.
2.2 A Tribo de Zebulom – Zebulom foi o décimo filho de Jacó por ordem de nascimento e o sexto de Leia. Essa tribo recebeu uma terra pequena, mas frutífera. Certamente como Isaías profetizou (Is 9.1), a tribo de Zebulom comandava o “caminho do mar”, ocupando assim “a abundância dos mares e os tesouros escondidos da areia” (Dt 33.19).
Gn 49.13: “Zebulom habitará no porto dos mares, e será como porto dos navios, e o seu termo será para Sidom”.
Zebulom, nome este que significa morada, o sexto filho de Leia, nasceu também em Padã-Arã, na casa de Labão, sendo que ela vê em seu nascimento mais um momento de esperança quanto ao amor de seu marido: “E disse Lia: Deus me deu uma boa dádiva; desta vez morará o meu marido comigo, porque lhe tenho dado seis filhos. E chamou-lhe Zebulom” (Gn 30.20). Em Gn 49.13, Jacó profetiza sobre o local de habitação e sobre as atividades comerciais de Zebulom na terra prometida, sendo que seu termo seria nas proximidades de Sidom. Zebulom teve 3 filhos sendo estes Serede, Elom e Jaleel (ver Gn 46.14). No primeiro censo foram totalizados cinqüenta e sete mil e quatrocentos homens da idade de vinte anos para cima da tribo de Zebulom ( Nm 1.31) e no segundo censo foram contados sessenta mil e quinhentos ( Nm 26.27). Em Is 9.1, Isaías se refere a Zebulom como que habitando junto ao caminho do mar, além do Jordão, na região da Galiléia era uma terra frutífera ( 1 Cr 12.40) e além disto diz-se de Zebulom que a tribo detinha uma altíssima reputação de patriotismo em Israel ( 1 Cr 12.33).
Is 9.1: “Mas a terra, que foi angustiada, não será entenebrecida; envileceu nos primeiros tempos, a terra de Zebulom, e a terra de Naftali; mas nos últimos tempos a enobreceu junto ao caminho do mar, além do Jordão, na Galiléia das nações”.
Mt 4.13-15: “E, deixando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, cidade marítima, nos confins de Zebulom e Naftali; para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías, que diz: A terra de Zebulom, e a terra de Naftali, Junto ao caminho do mar, além do Jordão, a Galiléia das nações”.
2.3 A Tribo de Issacar – Issacar significa “ele trará recompensa” e era o quinto filho de Leia, o nono por de nascimento. Essa tribo estava situada numa terra muito fértil, mas sempre propensa a invasão das potências inimigas. Nesta região ficava situado o vale de Esdrelom (Jezreel), bem como os frutíferos montes Gilboa. Essa tribo teria que pagar um preço para viver uma vida confortável “e que a terra era deliciosa e abaixou seu ombro para acarretar, e serviu debaixo de tributo” (Gn 49.15). Típico daqueles que hoje se colocam debaixo do jugo do mundo para desfrutarem de prazeres passageiros.
Gn 49.14,15: “Issacar é jumento de fortes ossos, deitado entre dois fardos. E viu ele que o descanso era bom, e que a terra era deliciosa e abaixou seu ombro para acarretar, e serviu debaixo de tributo”.
Issacar nasceu também em Padã-Arã na casa de Labão e por ocasião de seu nascimento, Leia o viu como sendo uma recompensa de Deus: “Então disse Lia: Deus me tem dado o meu galardão, pois tenho dado minha serva ao meu marido. E chamou-lhe Issacar” (Gn 30.18). Issacar teve 4 filhos sendo estes Tola, Puva, Jó e Sinrom ( Gn 46.13). Por ocasião do primeiro censo foram contados de vinte anos para cima cinqüenta e quatro mil e quatrocentos homens da tribo de Issacar (ver Nm 1.29). No segundo censo o número foi de sessenta e quatro mil e trezentos ( Nm 26.25). Na partilha de Israel, Issacar ficou na região central da planície de Jezreel, sendo seu território localizado entre os montes de Gilboa e Tabor. Acerca da profecia de Gn 49.14,15, :
“O quinto filho de Jacó com Lia, está representado como um forte amante, do descanso e do sossego . A palavra hamor, literalmente, jumento designa a forte besta de carga que se submete ao jugo mortificante, sem se queixar, a fim de poder ficar livre para deitar-se sossegadamente, com tranqüilidade e conforto. Jacó estava predizendo que a Tribo de Issacar se submeteria a invasão dos cananitas que lhe colocaria um jugo. Em vez de lutar, os homens desta tribo submissamente se tornariam escravos dos povos da terra. Preferiram a vergonha e a escravidão em lugar da ação corajosa”.
2.3 A Tribo de José (Efraim e Manassés) – José, o filho mais velho de Raquel e o predileto de Jacó, teve os seus filhos como patriarcas que deram origem a duas tribos de Israel. Efraim que recebeu a bênção de primogênito entre os filhos de José tornou-se a maior tribo do reino do Norte e algumas vezes a nação do Norte depois da divisão do reino foi chamada de Efraim (Ez 37.16). José como Judá recebeu as bênçãos mais detalhadas por parte de Jacó (Gn 49.22-26).
Gn 49.22-26: “José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto à fonte; seus ramos correm sobre o muro. Os flecheiros lhe deram amargura, e o flecharam e odiaram. O seu arco, porém, susteve-se no forte, e os braços de suas mãos foram fortalecidos pelas mãos do Valente de Jacó (de onde é o pastor e a pedra de Israel). Pelo Deus de teu pai, o qual te ajudará, e pelo Todo-Poderoso, o qual te abençoará com bênçãos dos altos céus, com bênçãos do abismo que está embaixo, com bênçãos dos seios e da madre. As bênçãos de teu pai excederão as bênçãos de meus pais, até à extremidade dos outeiros eternos; elas estarão sobre a cabeça de José, e sobre o alto da cabeça do que foi separado de seus irmãos”.
José, primeiro filho de Raquel recebeu este nome, pois através dele Raquel expressou o seu desejo de ser mãe novamente. Assim, por ocasião de seu nascimento ela lhe chama José dizendo:“O Senhor me acrescente outro filho” (Gn 30.24). José também nasceu em Padã-Arã na casa de Labão e seus dois filhos Manasses e Efraim nasceram no Egito, fruto de seu relacionamento com uma egípcia de nome Azenate ( Gn 41.50-52). José através de seus dois filhos recebe o direito de primogenitura herdando assim porção dobrada da herança de seu pai na possessão da terra prometida. Efraim seria uma tribo mais numerosa e, além disto, ela seria também uma influente tribo no Reino do Norte depois da divisão do reino. Efraim por ocasião do primeiro censo no deserto totalizava quarenta mil e quinhentos homens de vinte anos para cima (ver Nm 1.33). No segundo censo o total era de trinta e dois mil e quinhentos (ver Nm 26.37). Os filhos de Manasses contabilizados no primeiro censo foi de trinta e dois mil e duzentos ( Nm 1.35); no segundo censo foram contabilizados cinqüenta e dois mil e setecentos (ver Nm 26.34). Estes números indicam que seria somente após a possessão da terra prometida que a tribo de Efraim começaria a se sobressair em relação a tribo de Manasses.
Em Gn 49.23,24, Jacó em uma linguagem figurada traz a sua memória os fatos relacionados à separação de José de sua família, quando então ele foi vendido ao Egito. José, porém foi fortalecido “pelas mãos do Valente de Jacó”, ou seja, pelo Deus de Israel. Em Gn 49.22, Jacó se refere a José como um ramo frutífero cujos ramos correm sobre o muro. Tal linguagem indica que a abundância dos frutos provenientes de José ultrapassaria as fronteiras de Israel, sendo assim compartilhados com o mundo. Sendo José “um tipo de Cristo” este versículo pode ser visto como uma figura do futuro Reino Milenar de Jesus Cristo, quando então o “verdadeiro José” estará reinando sobre a nação de Israel ultrapassando suas fronteiras para reinar sobre todo o mundo. Os descendentes de José recebem ainda a promessa de bênçãos abundantes, pois o Deus de seu pai, o Todo-Poderoso os abençoaria, de forma que, de cima, eles teriam chuva e orvalho abundante. De baixo, o solo seria suprido com os ingredientes que produziriam o alimento e as colheitas. Por dom divino especial, a fertilidade entre os homens e os animais garantiria a fertilidade sem limites da família.
3. Dã, Gade, Aser, Naftali e Benjamim – O que Deus fez por meio de Israel tipifica o que ele quer fazer por meio da igreja. Deus quer que a igreja seja um instrumento abençoador na terra. Onde houver um salvo aí estará a bênção do Senhor. A incumbência da igreja é cumprir a obra restauradora de Deus. A igreja é o vaso de Deus na sua obra de restauração. Israel deveria ser uma bênção na terra para encaminhar as demais nações ao encontro de Deus e hoje a responsabilidade da igreja é pregar o evangelho para que todo o homem tenha conhecimento do Senhor Jesus.
2 Co 5.20: “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus”.
3.1 A Tribo de Dã – Dã foi o quinto filho de Jacó com a sua concubina Bila, criada de Raquel. A profecia a respeito do futuro de Dã não era boa; Dã seria uma serpente em cada aspecto e muita rebelião viria dele. Neste ponto ele imediatamente disse: “A tua salvação espero, ó Senhor!” (Gn 49.18). Era ele vendo a sua incapacidade e não tendo nada que fazer a respeito.
Gn 49.16-18: “Dã julgará o seu povo, como uma das tribos de Israel. Dã será serpente junto ao caminho, uma víbora junto à vereda, que morde os calcanhares do cavalo, e faz cair o seu cavaleiro por detrás. A tua salvação espero, ó Senhor!”
Dã, filho de Jacó com sua concubina Bila, recebeu seu nome que significa juiz, por parte de Raquel como resultado de seu sentimento por ocasião de seu nascimento em Padã-Arã quando então ela sentiu-se julgada por Deus que ouviu sua voz lhe concedendo um filho através de sua serva. Em Gn 30.6, Raquel se expressa quanto a este momento através das seguintes palavras: “Julgou-me Deus, e também ouviu a minha voz, e me deu um filho; por isso, chamou o seu nome Dã”. Dã teve somente um filho Husim ( Gn 46.23); a tribo de Dã, porém se multiplicou e por ocasião do primeiro censo eles eram sessenta e dois mil e setecentos homens acima de 20 anos (ver Nm 1.39) e no segundo censo sessenta e quatro mil e quatrocentos. A profecia de Jacó em relação a Dã começa mostrando a tribo julgando seu povo. Esta profecia se concretizou quando Sansão, um descendente de Dã (ver Jz 13.2) julgou o povo de Israel por um período de 20 anos (Jz 16.310). Jacó se refere então a Dã, na seqüência, como uma víbora junto à vereda, sendo que isto pode se referir à idolatria introduzida por Dã a qual fez muitos caírem por este caminho em Israel (ver Jz 18; 1 Rs 12.28-30). O versículo 17 é também considerado por muitos estudiosos como que fazendo uma alusão ao Anticristo que surgirá por ocasião do período da Tribulação/Grande Tribulação, o qual será recebido pelos judeus como se fosse o Messias ( Jo 5.43). Supõe-se que ele será um descendente da tribo de Dã e daí a tribo não ser listada entre os 144000 assinalados em Ap 7.4-8. Isto não significa, porém que a tribo será de todo rejeitada, pois a tribo é listada em Ez 48.1 como que fazendo parte do Reino Milenar de Jesus Cristo. O Anticristo fará uma aliança com os judeus no período da Tribulação/Grande Tribulação ( Dn 9.27), um remanescente dos descendentes de Israel, porém será fiel ao Senhor e desta forma, eles estarão, como Jacó se expressa no versículo 18, aguardando a salvação do Senhor durante este período de aflição o qual Israel estará sujeito sob o governo do Anticristo.
3.2 A Tribo de Gade – Gade foi o sétimo filho de Jacó, filho de Zilpa, criada de Leia. Gade recebeu uma palavra profética que se aplicava a toda nação israelita, eles seriam atacados, mas no final da história ele sairia vencedor “ele, por sua vez, os atacará por trás” (Gn 49.19). Desde que Israel declarou sua independência em 1948, tem sido acometido pelos árabes e condenado pela ONU, mas isto acabará brevemente (Am 9.14,15).
Gn 49.19: “Quanto a Gade, uma tropa o acometerá; mas ele a acometerá por fim”.
Gade, filho de Jacó com Zilpa sua concubina nasceu também em Padã-Arã e recebeu seu nome por Leia, que se considerou afortunada com o seu nascimento (ver Gn 30.11). Gade teve sete filhos sendo estes Zifiom, Hagi, Suni, Esbom, Eri, Arodi e Areli ( Gn 46.16). A tribo de Gade era de quarenta e cinco mil e seiscentos e cinqüenta homens da idade de vinte anos para cima no primeiro censo (ver Nm 1.25). No segundo censo eles eram quarenta mil e quinhentos (ver Nm 26.18). A tribo de Gade recebeu sua porção territorial ao leste do Jordão juntamente com Rúben e meia tribo de Manasses (ver Nm 32.33). Jacó prevê em Gn 49.19 os constantes ataques que eles sofreriam em seu território, no entanto, por fim seriam vitoriosos sobre os seus inimigos.
3.3 As Tribos de Aser e Naftali – Aser foi o oitavo filho de Jacó, filho de Zilpa. O território que coube a essa tribo era extraordinariamente fértil. O nome Aser significa feliz ou abençoado, e o nome cumpriu suas expectativas. Essa prosperidade era tão grande que a tribo haveria de banhar os seus pés em azeite. Essa riqueza trouxe segurança para eles (Dt 33.25). Naftali foi o sexto filho de Jacó e o segundo de Bila. A palavra dita por Jacó sobre Naftali o compara com uma gazela, animal ágil e que se reproduz em grande quantidade. A igreja pode ser comparada com o que se diz de Naftali, porque como uma gazela é livre, a igreja tem essa liberdade e a palavra formosa é o que procede da boca dos que anunciam o evangelho (Sl 45.1).
Gn 49.20,21: “De Aser, o seu pão será gordo, e ele dará delícias reais. Naftali é uma gazela solta; ele dá palavras formosas”.
Aser, nome este que significa feliz, expressa o sentimento de Leia por ocasião de seu nascimento que ocorreu também em Padã-Arã na casa de Labão: “Então disse Lia: Para minha ventura; porque as filhas me terão por bem-aventurada; e chamou-lhe Aser” (Gn 30.13). Aser teve 4 filhos, sendo listado entre eles também uma filha, irmã deles conforme Gn 46.17: Imna, Isvá, Isvi, Berias e Sera, a irmã deles. O primeiro censo listou de Aser quarenta e um mil e quinhentos homens da idade de 20 anos para cima (ver Nm 1.41). No segundo censo foram listados cinqüenta e três mil e quatrocentos (ver Nm 26.47). A prosperidade proveniente das terras férteis de Aser produziria iguarias dignas da mesa de um rei, daí Jacó se referir a “delícias reais”.
Naftali, nome este que significa “lutando” expressa o sentimento de Raquel, já que ele é filho de sua serva, por ocasião de seu nascimento também em Padã-Arã, quando então ela diz: “Com grandes lutas tenho lutado com minha irmã; também venci; e chamou-lhe Naftali” (Gn 30.8). Naftali teve quatro filhos sendo estes Jazeel, Guni, Jezer e Silém (ver Gn 46.24). No primeiro censo os homens de vinte anos para cima totalizavam cinqüenta e três mil e quatrocentos ( Nm 1.43) e no segundo censo quarenta e cinco mil e quatrocentos (ver Nm 26.50). As palavras de Jacó em Gn 49.21 denotam um notável amor à liberdade por parte de Naftali, porém liberdade para servir ao Senhor levando as boas novas da salvação.
Gade, Aser e Naftali em Gn 49 são listados entre Dã e José. Sendo Dã uma alusão ao Anticristo do período da Tribulação/Grande Tribulação e José um tipo de Cristo em seu Reino Milenar, Gade, Aser e Naftali podem ser vistos como que tipificando o remanescente dos filhos de Israel que passarão pelo período da Tribulação/Grande Tribulação sendo fiéis ao Senhor, apesar da angústia que virá sobre Israel em função do governo do Anticristo. Eles, porém sofrendo perseguição (Gade), serão bem-aventurados crendo em Jesus como seu Messias (Aser), e desta forma, permanecerão firmes anunciando as boas novas da salvação em Cristo Jesus (Naftali).
3.3 A Tribo de Benjamim – Benjamim seria um guerreiro incansável, arrasador e irresistível. Alguns pais da igreja disseram que, indiretamente, esta profecia se refere ao apóstolo Paulo, por ser ele da tribo de Benjamim (Gn 49.27).
Gn 49.27: “Benjamim é lobo que despedaça; pela manhã comerá a presa, e à tarde repartirá o despojo”.
Benjamim, filho mais novo de Raquel é o único filho de Jacó que nasce na terra de Canaã: “E partiram de Betel; e havia ainda um pequeno espaço de terra para chegar a Efrata, e deu à luz Raquel, e ela teve trabalho em seu parto. E aconteceu que, tendo ela trabalho em seu parto, lhe disse a parteira: Não temas, porque também este filho terás. E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (porque morreu), chamou-lhe Benoni; mas seu pai chamou-lhe Benjamim” (Gn 35.16-18). Ele simboliza, portanto dentro do aspecto profético de Gn 49, os descendentes de Israel que serão gerados em Israel durante o período do Reino Milenar de Jesus Cristo na terra, depois do dia de angústia de Jacó, ou seja, das dores de parto do período da Tribulação/Grande Tribulação. Benjamim teve 10 filhos sendo estes Belá, Bequer, Asbel, Gera, Naamã, Eí, Rôs, Mupim, Hupim e Arde (Gn 46.21). No primeiro censo no deserto foram contados da tribo de Benjamim trinta e cinco mil e quatrocentos homens acima de 20 anos (Nm 1.37) e no segundo censo quarenta e cinco mil e seiscentos ( Nm 26.41). A profecia de Jacó a respeito de Benjamim mostra seus descendentes como corajosos guerreiros, sendo notável o fato de Saul e Jônatas, seu filho (dois guerreiros) serem descendentes de Benjamim (1 Sm 9.1,2), e Paulo conforme escreve o comentarista ( Rm 11.1; Fp 3.5).
Com isso nós aprendemos que Deus tem um futuro glorioso para o seu povo e que sua palavra se cumpre.
V. A Morte de Jacó no Egito (49:28-50.3).
Jacó deu uma ordem final quanto ao seu sepultamento em Macpela — que pelo menos suas cinzas ali estivessem para dar as boas-vindas aos filhos de seus filhos quando estes fossem para lá no devido tempo, como Deus tinha prometido. Então o cansado peregrino recolheu os pés fatigados que haviam feito sua última viagem e rendeu o espírito a Deus. Quando a Bíblia diz que ele foi reunido ao seu povo, isso não significa apenas que seus restos mortais se misturaram aos deles, no local do sepultamento. Há um grande número de amigos queridos aguardando-nos do outro lado. (Ver Hebreus 11.40) Na cena da escada em Betel, Deus lhe dissera que não o deixaria enquanto não tivesse feito o que prometera, e certamente nada havia falhado. A vida pode ser dura e penosa, mas Deus a encerrará correta mente. Animo, irmãos; confiemos em Deus.
O Patriarca abençoou seus filhos e anunciou a supremacia da tribo de Judá. Fiel à terra prometida, pediu para nela ser enterrado.
Jacó viveu dezessete anos no Egito e atingiu uma idade muito avançada. Quando sentiu a aproximação da morte, mandou chamar o seu filho José e lhe disse:
– Se me queres bem, mostra-me hoje o teu bem querer e a tua fidelidade. Por piedade não me enterre no Egito. Gostaria de descansar perto de meus pais. Levar-me-ás do Egito e me enterrarás no túmulo onde estão Abraão e a sua mulher Sara, Isaac e a sua mulher Rebeca e onde enterrei Lia. José respondeu:
– Farei o que pediste.
– Jura-me, insistiu Jacó. E ele jurou enquanto Jacó mantinha-se prostrado ao pé de sua cama. Jacó disse ainda:
– Logo vou morrer! Mas Deus não te abandonará e Ele te levará de novo para o país de teus pais. Em seguida Jacó chamou seus doze filhos e disse:
– Juntai-vos a fim de que vos diga o que vai acontecer em seguida. Juntai-vos e escutai filhos de Jacó, ouvi as palavras de Israel vosso pai!
E Jacó, chamado de Israel, anunciou que as doze tribos de Israel descenderiam de seus doze filhos. Separadamente falou a cada um deles. Rúben, Simeão, Levi, Judá, Zebulom, Issacar, Dã, Gade, Aser, Naftali, José e Benjamin. Predisse que a tribo de Judá seria reconhecida por todas as outras como superior e abençoou cada um dos seus filhos. Assim, Jacó morreu.
Então José atirou-se sobre o rosto de seu pai, cobrindo-o de lágrimas e beijos e ordenou aos seus médicos que embalsamassem o corpo de Jacó. Os médicos embalsamaram Israel e os egípcios permaneceram enlutados durante setenta dias. Acabando o luto, José falou assim aos familiares do Faraó: Se tendes amizade por mim, levai aos ouvidos do Faraó que meu pai me fez jurar que o enterraria no túmulo que fez cavar na terra de Canaã. Pedi ao Faraó que me permita que enterre meu pai e em seguida voltarei.
Conclusão
Podemos resumir a vida de Jacó dizendo que ele foi um enganador e persuasivo quando se aproveitou da fome que Esaú se encontrava, ao pedir os direitos da primogenitura de Esaú. Jacó era o segundo irmão, e em troca daria um prato de comida a Esaú. Assim, enganou seu pai, Isaque, se fazendo de Esaú, pedindo sua benção, aproveitando que seu pai não podia enxergar bem, pois já estava velho. Jacó não queria deixar de ser abençoado pelo seu pai só porque não era o primogênito.
Segue abaixo um pouco da história e o que podemos aprender com a vida de Jacó que foi abençoado por Deus apesar de tudo.
O que ele fez?
Por causa de suas atitudes, Jacó teve que sair de sua casa, já que seu irmão Esaú ficou irado por sua atitude e queria matá-lo.
Deus através de suas providências, guiou Jacó até Labão, onde Jacó encontrou Raquel filha de Labão, assim o trato era que trabalhasse para Labão por 7 anos que foi acrescentado até 14 anos para que pudesse ter Raquel como sua mulher.
Nesse tempo Deus o abençoou já que os negócios de Labão melhoraram. Raquel era a mulher que Jacó amou, mas era estéril, então Jacó teve filhos com Lia e outras concubinas, até que Deus ouviu as orações de Raquel e teve com Jacó os filhos, José e Benjamin.
Depois de 20 anos Jacó sai da casa de Labão com sua família, levando com ele tudo o que conseguiu produzir.
Jacó descobre que Esaú está atrás dele com 400 homens, então Jacó com medo se achega ao Senhor pedindo que o proteja, e se lembra de suas promessas.
Então numa noite Jacó se encontra com um Homem e lutam até que o Homem fere Jacó na coxa. O Homem se retirando, Jacó o impedi não deixando ir ao menos se o abençoasse. Então o Homem fala a Jacó: Como se chama? Jacó, ele responde. Então o abençoou. Mas agora será chamado Israel pois lutou contra Deus e os homens e prevaleceste.
Jacó com sua família se encontra com Esaú. Jacó se ajoelha a Esaú e pela sua surpresa Esaú vai e abraça fortemente Jacó.
Os dois tinham muitos bens e riquezas, e viram que Deus era com eles.
Jacó agradece a Deus construindo um altar chamado, o Deus de Israel.
O que aprendemos com a vida de Jacó?
Devemos buscar as bençãos de Deus independente das circunstâncias e obstáculos que estão diante de nós.
Devemos honrar o que Deus coloca em nossas mãos e trabalhar com diligência. Deus abençoa quando honramos nosso trabalho.
Nas dificuldades temos que confiar em Deus, nos achegar a Ele e lembrar de suas promessas e agradecer por tudo que Ele é para nós.
Deus quer que reconhecemos nossos erros. É como se Deus dissesse: Você quer ser abençoado? Mas quem é você? Qual o seu nome? É quando olhamos para nós mesmos e vemos quem somos. Jacó significava enganador, Jacó respondeu quando Deus o perguntou. Assim Deus mudou seu nome e o abençoou. Deus não nos julga pelo o que fizemos ou fazemos mas pelo que Ele é. “Louvai ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre.”… Sl 106.1
Na velhice, Jacó não perdeu por completo a memória. Mesmo doente e no leito de morte, ele reuniu todos os filhos, do mais velho (de uns 60 anos) ao mais novo (de uns 50 anos), e os abençoou um por um, misturando história com profecia. Lembrou-se dos predicados, dos defeitos, dos escândalos de cada um deles e fez um resumo maravilhoso da vida de José, a “árvore frutífera à beira de uma fonte, cujos galhos passam por cima do muro” (Gn 49.1-33). E então morreu e “foi reunido aos seus antepassados”. Teve o enterro mais longo, mais concorrido e mais sofisticado da história do povo de Deus. Além de todos os familiares (exceto as crianças menores), todos os conselheiros do faraó, as autoridades da sua corte e todas as autoridades do Egito, em carruagens e a cavalo, foram ao sepultamento de Jacó em Canaã (o mesmo trajeto que seria feito muitos anos depois por todos os descendentes de Jacó, por ocasião do êxodo). O corpo embalsamado de Jacó, de 147 anos, foi colocado na caverna de Macpela, no cemitério arborizado comprado por Abraão, onde já estavam seus avós (Abraão e Sara), seus pais (Isaque e Rebeca) e sua segunda esposa (Raquel). (Gn 50 7-14.)
Apesar da guerra familiar, da diversidade das mulheres (esposas e concubinas, mulheres de “primeira classe” e mulheres “secundárias”), da diversidade dos rebentos (filhos “legítimos” e filhos “ilegítimos”) e dos dois crimes sexuais cometidos em família — a família de Jacó foi impressionantemente unida, o que não aconteceu com a família de Isaque nem de Abraão!
Nós concluímos este estudo bíblico falando sobre Jacó.
Em breve estaremos de volta para dar continuidade a este maravilhoso estudo, desta feita abordaremos o último desses personagem patriarcais que é o José do Egito. Até breve na Paz do Senhor.
Nós concluímos este estudo bíblico falando sobre Jacó.
Em breve estaremos de volta para dar continuidade a este maravilhoso estudo, desta feita abordaremos o último desses personagem patriarcais que é o José do Egito. Até breve na Paz do Senhor.
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