Por Jânio Santos de Oliveira
Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena
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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!
Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no Livro do Gênesis 37.1-36 Que nos diz:
E Jacó habitou na terra das peregrinações de seu pai, na terra de Canaã.
Estas são as gerações de Jacó. Sendo José de dezessete anos, apascentava as ovelhas com seus irmãos; sendo ainda jovem, andava com os filhos de Bila, e com os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e José trazia más notícias deles a seu pai.
E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores.
Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos eles, odiaram-no, e não podiam falar com ele pacificamente.
Teve José um sonho, que contou a seus irmãos; por isso o odiaram ainda mais.
E disse-lhes: Ouvi, peço-vos, este sonho, que tenho sonhado:
Eis que estávamos atando molhos no meio do campo, e eis que o meu molho se levantava, e também ficava em pé, e eis que os vossos molhos o rodeavam, e se inclinavam ao meu molho.
Então lhe disseram seus irmãos: Tu, pois, deveras reinarás sobre nós? Tu deveras terás domínio sobre nós? Por isso ainda mais o odiavam por seus sonhos e por suas palavras.
E teve José outro sonho, e o contou a seus irmãos, e disse: Eis que tive ainda outro sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim.
E contando-o a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai, e disse-lhe: Que sonho é este que tiveste? Porventura viremos, eu e tua mãe, e teus irmãos, a inclinar-nos perante ti em terra?
Seus irmãos, pois, o invejavam; seu pai porém guardava este negócio no seu coração.
E seus irmãos foram apascentar o rebanho de seu pai, junto de Siquém.
Disse, pois, Israel a José: Não apascentam os teus irmãos junto de Siquém? Vem, e enviar-te-ei a eles. E ele respondeu: Eis-me aqui.
E ele lhe disse: Ora vai, vê como estão teus irmãos, e como está o rebanho, e traze-me resposta. Assim o enviou do vale de Hebrom, e foi a Siquém.
E achou-o um homem, porque eis que andava errante pelo campo, e perguntou-lhe o homem, dizendo: Que procuras?
E ele disse: Procuro meus irmãos; dize-me, peço-te, onde eles apascentam.
E disse aquele homem: Foram-se daqui; porque ouvi-os dizer: Vamos a Dotã. José, pois, seguiu atrás de seus irmãos, e achou-os em Dotã.
E viram-no de longe e, antes que chegasse a eles, conspiraram contra ele para o matarem.
E disseram um ao outro: Eis lá vem o sonhador-mor!
Vinde, pois, agora, e matemo-lo, e lancemo-lo numa destas covas, e diremos: Uma fera o comeu; e veremos que será dos seus sonhos.
E ouvindo-o Rúben, livrou-o das suas mãos, e disse: Não lhe tiremos a vida.
Também lhes disse Rúben: Não derrameis sangue; lançai-o nesta cova, que está no deserto, e não lanceis mãos nele; isto disse para livrá-lo das mãos deles e para torná-lo a seu pai.
E aconteceu que, chegando José a seus irmãos, tiraram de José a sua túnica, a túnica de várias cores, que trazia.
E tomaram-no, e lançaram-no na cova; porém a cova estava vazia, não havia água nela.
Depois assentaram-se a comer pão; e levantaram os seus olhos, e olharam, e eis que uma companhia de ismaelitas vinha de Gileade; e seus camelos traziam especiarias e bálsamo e mirra, e iam levá-los ao Egito.
Então Judá disse aos seus irmãos: Que proveito haverá que matemos a nosso irmão e escondamos o seu sangue?
Vinde e vendamo-lo a estes ismaelitas, e não seja nossa mão sobre ele; porque ele é nosso irmão, nossa carne. E seus irmãos obedeceram.
Passando, pois, os mercadores midianitas, tiraram e alçaram a José da cova, e venderam José por vinte moedas de prata, aos ismaelitas, os quais levaram José ao Egito.
Voltando, pois, Rúben à cova, eis que José não estava na cova; então rasgou as suas vestes.
E voltou a seus irmãos e disse: O menino não está; e eu aonde irei?
Então tomaram a túnica de José, e mataram um cabrito, e tingiram a túnica no sangue.
E enviaram a túnica de várias cores, mandando levá-la a seu pai, e disseram: Temos achado esta túnica; conhece agora se esta será ou não a túnica de teu filho.
E conheceu-a, e disse: É a túnica de meu filho; uma fera o comeu; certamente José foi despedaçado.
Então Jacó rasgou as suas vestes, pôs saco sobre os seus lombos e lamentou a seu filho muitos dias.
E levantaram-se todos os seus filhos e todas as suas filhas, para o consolarem; recusou porém ser consolado, e disse: Porquanto com choro hei de descer ao meu filho até à sepultura. Assim o chorou seu pai.
E os midianitas venderam-no no Egito a Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda.
Estamos de volta dando sequência a uma série de conferências sobre os Patriarcas; Já falamos sobre Abraão; Isaque e Jacó; agora estamos no quarto e último personagem analisado entre os Patriarcas. Neste seguimento falar de José do Egito filho de Jacó por parte de Raquel.
Inicialmente estaremos apresentando a sua biografia.
A personagem bíblica que estudaremos agora, é a do patriarca José, o filho de Jacó que foi o instrumento divino para a preservação do povo de Israel, então apenas um clã, para que se desse a sua formação como uma nação.
- Deus não só escolheu José para ser este instrumento para a complementação da formação do Seu povo, mas também para ser um exemplo de que a piedade e o temor a Deus são indispensáveis na vida do servo de Deus e independem das circunstâncias da vida debaixo do sol.
A história de José do Egito é um dos relatos bíblicos de fé, fidelidade e superação mais marcantes, e é contada nas igrejas em ministrações, escolas bíblicas ou em atividades infantis, como um verdadeiro milagre.
O relato que encontra-se no livro de Gênesis já foi tema de filmes e inspirou palestrantes motivacionais que falam sobre carreira profissional.
Confira abaixo um resumo da história do homem conhecido como “José do Egito”, que foi vendido pelos irmãos como escravo, foi preso injustamente e através de um dom, alcançou o cargo de administrador de uma nação.
I. O significado do seu nome.
O nome José significa: "O Senhor acrescentará" e era um nome muito comum na época da Bíblia. Apesar de existirem vários Josés mencionados na Bíblia, tem um José que se destaca - o filho de Jacó e o outro por ser o esposo de Maria, aquela que deu a luz ao Senhor JESUS (Que na verdade, não teve qualquer participação na concepção de JESUS, pois esse foi um ato do ESPÍRITO SANTO). Apesar de ter sofrido muitas dificuldades e pessoas más, José permaneceu fiel a DEUS e generoso para com outras pessoas. Como resultado, DEUS o fez ser extremamente bem sucedido e o usou para salvar toda a raça hebraica.
II. Veja a História de José em síntese.
1. A origem
José era o 11º filho de Jacó, mas se tornou o seu preferido por ser o primeiro filho dele com Raquel. O amor de Jacó por Raquel era tão grande, que ele trabalhou de graça para Labão, o pai dela, que o trapaceou. Quando Jacó conheceu Raquel, que era sua prima, pediu sua mão em casamento, mas Labão exigiu que ele trabalhasse por sete anos sem salários, antes que pudesse se casar. Na noite do casamento, Labão entregou sua filha Léia, e disse que se Jacó quisesse Raquel, teria que trabalhar por mais sete anos, tarefa que foi cumprida por Jacó.
2. Os sonhos
Com dedicação, José conquistava seu pai, porém, tanto destaque despertou a antipatia de seus irmãos, que se incomodavam com a atenção que ele recebia. Após ter sonhado que estava no campo amarrando feixes e os feixes amarrados por seus irmãos se curvavam perante seu o dele, José incomodou novamente a seus irmãos. Em outro sonho, José contou aos familiares que o sol, a lua e as estrelas se curvavam diante dele, o que irritou não somente a seus irmãos, mas também a seu pai, pois os sonhos de José transmitiam uma mensagem de que ele seria o mais importante na família, algo inadmissível para um caçula à época.
3. A rivalidade
Incomodados, os irmãos de José passaram a chamá-lo de sonhador e tramaram sua morte, mas desistiram, e resolveram vendê-lo a um mercador de escravos ismaelita, com quem cruzaram no caminho. Para Jacó, levaram a túnica de José manchada de sangue, e falaram que ele havia sido morto por um animal. Triste pelo acontecimento, Jacó lamentou profundamente a perda de seu filho.
4. A cilada
No Egito, foi vendido para Potifar, que era oficial e capitão da guarda do rei. Novamente, com esforço e dedicação, tornou-se administrador da casa e dos demais escravos de Potifar e aprendeu o idioma egípcio. Porém, a esposa de Potifar desejou seduzi-lo, mas diante da recusa de José, ela passou a acusá-lo de tentativa de abuso, o que fez com que José fosse preso.
5. A prisão
Enquanto esteve preso, José se relacionava com os demais presos, e fez fama de intérprete de sonhos, ao mostrar o significado dos sonhos de dois prisioneiros: o copeiro-chefe e o padeiro chefe do palácio real, que estavam presos sob acusação de conspiração contra o rei.
Em determinado momento da história, o Faraó teve um sonho em que sete vacas magras comiam sete vacas gordas e permaneciam magras. Incomodado com o sonho, o Faraó convocou todos os sacerdotes do Egito, porém nenhum deles soube interpretar seu sonho. O copeiro-chefe do palácio real, que havia sido perdoado pelo Faraó, lembrou-se das interpretações de José a respeito dos sonhos, e falou sobre o prisioneiro, que foi chamado e disse que o sonho significava um período de fartura de sete anos, seguido de um período de seca igualmente de sete anos, pelo qual o Egito passaria.
6. O Governador
O Faraó, satisfeito com a interpretação de José, dá a ele um anel de seu dedo e o nomeia Governador do Egito. Com a amizade construída com os demais prisioneiros durante o período em que esteve na cadeia, José aprendeu bastante sobre a política do país, e sabia da divisão existente no Egito, que era separado como baixo Egito e alto Egito, tendo dois governantes.
José ordena a construção de celeiros para armazenar os alimentos produzidos nos sete anos de fartura, e nos sete anos seguintes de seca, José passa a vender os alimentos a valores altíssimos para o alto Egito, conquistando assim, riquezas suficientes para comprar quase que a totalidade do território do alto Egito, e entregar a seu Faraó, um território muito maior ao final dos catorze anos.
7. O reencontro com a família
Durante a seca, que atingia toda a região, Jacó envia seus filhos para comprar mantimento no Egito. Ao chegarem ao Egito, encontram-se com José, mas não o reconhecem, porém José os reconhece, os trata friamente, e especulando sobre suas origens, os acusa de serem espiões. Quando José tem certeza de que são seus irmãos, os mantém presos por três dias, liberando-os para levar comida a seus familiares sob a condição de que um deles permanecesse no Egito, enquanto os demais traziam o irmão mais novo como prova de que não eram espiões.
José porém, mandou entregar os mantimentos comprados por seus irmãos e sem que eles soubessem, mandou também colocar o dinheiro deles de volta em seus pertences. Ao relatarem tudo que havia acontecido a seu pai, temeram, e após muita discussão entre eles, resolveram voltar com Benjamin, o filho mais novo.
Ao chegarem ao Egito, encontraram José e se curvaram a ele, que os questionou sobre a saúde de seu pai. José então, tomado pela emoção ao ver Benjamin, filho de sua mãe, se escondeu para chorar. Depois, durante uma farta refeição, se alegraram.
José porém, mandou plantar novamente dinheiro e bens nos pertences de seus irmãos, e quando eles tinham saído, mandou guardas atrás deles, questionando-os por que pagavam bem com mal. Ao serem levados à presença de José, ele se revelou, dizendo ser ele o irmão que havia sido vendido como escravo. A seus irmãos, disse também que o fato de eles o terem vendido era plano de Deus, e pediu que avisassem a seu pai que ele estava vivo e bem sucedido, e queria vê-lo.
Ao saber sobre José, seu pai ofereceu sacrifícios a Deus e foi ao Egito encontrá-lo. Ao se reencontrarem, José chorou abraçado a seu pai, que sentia-se realizado por ter reencontrado se filho. Após o reencontro, José deu à sua família uma propriedade em uma das melhores localizações do Egito e lá trabalharam e viveram.
III. A cronologia bíblica da vida de José (Gn 37- 50.25).
37.2 José. A história de José nos revela como os descendentes de Jacó vieram a ser uma nação dentro do Egito. Esta seção de Gênesis não somente nos prepara para a narrativa do êxodo do Egito, como também revela a fidelidade que José sempre teve para com DEUS, e as muitas maneiras como DEUS protegeu e dirigiu a sua vida para o bem doutras pessoas. Ressalta a verdade que os justos podem sofrer num mundo mau e iníquo, mas que, por fim, triunfará o propósito de DEUS reservado para eles.
37.3 UMA TÚNICA DE VÁRIAS CORES. A túnica ricamente ornamentada que José recebeu de seu pai, contrasta fortemente com as túnicas comuns usadas por seus irmãos. Ela revelava uma posição especial de favoritismo e honra diante de seu pai.
37.5 UM SONHO. DEUS, às vezes, nos revela sua vontade através de sonhos proféticos (28.10-17; Nm 12.6-8; Dn 7; Mt 1.20-24). Hoje, sob o novo concerto, DEUS ainda pode nos falar através de sonhos (cf. At 2.17).
37.6 OUVI... ESTE SONHO. José revelou precipitação e imaturidade ao contar aos irmãos o seu sonho. (Mas DEUS aproveitou a situação para realizar seu plano).
37.7 OS VOSSOS MOLHOS O RODEAVAM E SE INCLINAVAM AO MEU. Um dia esse sonho teve seu cumprimento literal (42.6; 43.26; 44.14).
37.28 LEVARAM JOSÉ AO EGITO. Embora José fosse tratado com crueldade pelos seus irmãos e vendido como escravo, DEUS serviu-se dessas más ações do homem para realizar a sua vontade na vida de José.
No Egito, os descendentes de Jacó foram isolados dos egípcios, e assim puderam tornar-se um povo nitidamente separado, dedicado exclusivamente a DEUS (46.34). JOSÉ ERA FIEL A DEUS E ÀS SUAS LEIS, AO PASSO QUE JUDÁ ERA UM FRACASSO. O NT requer idênticos padrões morais para aqueles que exercem liderança espiritual.
39.1 JOSÉ FOI LEVADO AO EGITO. José foi levado ao Egito aproximadamente em 1900 a.C. Isso deve ter ocorrido cerca de duzentos anos depois da chamada de Abraão (12.1-3). José enfrentou três grandes provas no Egito:
A- A PROVA DA PUREZA PESSOAL, prova essa que os jovens freqüentemente enfrentam quando estão longe de casa;
B- A PROVA DA OPORTUNIDADE DE VINGANÇA, uma prova por que freqüentemente passam as pessoas que sofreram injustiças e a
C- PROVA DE ENCARAR A MORTE (quando José esteve injustamente na prisão).
Em cada caso, José triunfou na prova mediante sua confiança em DEUS e suas promessas.
39.2 O SENHOR ESTAVA COM JOSÉ. As Escrituras deixam claro que a separação entre José e o seu povo estava sob o controle de DEUS. DEUS estava operando através de José e das circunstâncias deste, a fim de preservar a família de Israel e reuni-la segundo a sua promessa (45.5-15; 50.17-20,24; Sl 105.17-23)
39.9 COMO... EU... PECARIA CONTRA DEUS? Todo o pecado, inclusive o pecado contra a integridade do casamento (i.e., o adultério), é sobretudo um pecado contra DEUS (Sl 51.4). O rei Davi, tempos depois, aprendeu essa lição em amarga experiência, ao longo de um contínuo julgamento divino em sua vida e na de sua família (ver Êx 20.14).
39.12 ELE... FUGIU. José, por lealdade e fidelidade a seu DEUS, bem como por lealdade a Potifar, continuou resistindo ao pecado (Pv 7.6-27). Ele triunfou sobre a tentação, porque de antemão já estava firmemente decidido a permanecer obediente ao seu Senhor e a de não pecar (v. 9). O crente do novo concerto vence a tentação da mesma maneira. Ele precisa tomar uma decisão firme e resoluta de não pecar contra DEUS. Havendo esse propósito, não poderá haver lugar para desculpas, exceções ou concessões.
39.20 E O ENTREGOU NA CASA DO CÁRCERE. A vida de vitória sobre a tentação e a fidelidade a DEUS nem sempre resultam em recompensa imediata. José sofreu por causa da sua retidão. CRISTO declara que seus seguidores são também perseguidos por causa da justiça (Mt 5.10) e nos afirma que tais pessoas são bem-aventuradas e que receberão um grande galardão no céu (Mt 5.11,12).
39.21 O SENHOR... ESTAVA COM JOSÉ. Quatro vezes no capítulo 39 está escrito que o Senhor estava com José (vv. 2,3,21,23). Porque José honrava a DEUS, DEUS honrava a ele. Aqueles que temem a DEUS e o reconhecem em todos os seus caminhos têm a promessa de que DEUS dirigirá todos os seus passos (Pv 3.5,6).
40.1 E ACONTECEU, DEPOIS. José mantinha a sua fé em DEUS, mesmo quando estava confinado no cárcere, sem motivo, durante pelo menos dois anos. Suas interpretações dos sonhos de Faraó, por revelação do ESPÍRITO de DEUS, resultou na oportunidade para sua libertação imediata e ato contínuo, na sua ascendência à posição de autoridade. Essa narrativa salienta que, embora DEUS não seja a causa de tudo que acontece (39.7-23), Ele pode usar até circunstâncias adversas para fazer cumprir a sua vontade, visando ao nosso bem, segundo os seus propósitos (ver Rm 8.28).
41.1 AO FIM DE DOIS ANOS INTEIROS, FARAÓ SONHOU. O cap. 41 mostra DEUS operando na vida de Faraó e de José, a fim de controlar o destino das nações e prover um lugar para o seu povo escolhido. Todas as nações estão sujeitas às intervenções de DEUS e ao seu controle direto.
41.8 OS ADIVINHADORES DO EGITO. Os adivinhos (ou mágicos, i.e., pessoas que praticavam a magia ou feitiçaria) eram comuns no Egito (cf. Êx 7.11; 8.7,18,19; 9.11). A magia consistia na prática de adivinhação (i.e., a tentativa de descobrir conhecimentos ocultos por meio de maus espíritos), na tentativa de predizer o futuro e controlar o curso da natureza, dos seres humanos ou das circunstâncias, mediante a ajuda de poderes sobrenaturais ou espíritos. A lei mosaica condenava rigorosamente todo e qualquer contato com a magia ou feitiçaria (Dt 18.9-14) e o NT os condena igualmente (At 19.17-20; Ap 9.20,21; 22.15).
41.16 DEUS DARÁ RESPOSTA. José enfatizou que seu DEUS daria a interpretação do sonho de Faraó. Sua fé no Senhor DEUS, confessada publicamente, poderia ter-lhe custado a vida, na presença de um rei egípcio, o qual considerava-se a si mesmo um deus.
41.46 JOSÉ ERA DA IDADE DE TRINTA ANOS. José tinha dezessete anos ao ser vendido como escravo por seus irmãos (37.2). A seguir, passou treze anos como escravo, e pelo menos três desses anos foram passados no cárcere. Desse lugar, DEUS o exaltou a uma posição de honra e autoridade. Aos trinta anos, porém, José continuou sendo fiel ao seu DEUS. Tal dedicação é manifesta nos nomes hebraicos dos seus dois filhos: Manassés (hb. que faz esquecer , v.57), e Efraim (hb. duplamente frutífero , v.52).
42.4 BENJAMIM. Benjamim era um dos dois filhos de Raquel e, portanto, o irmão germano de José. Tendo já perdido um dos filhos de Raquel, Jacó agora protege atentamente a Benjamim, mantendo-o em casa.
42.8 JOSÉ... CONHECEU OS SEUS IRMÃOS. José ocultou a sua identidade até certificar-se de que seus irmãos demonstrariam pesar pelo que tinham feito a ele e ao pai, anos antes (cap. 37).
42.9 VÓS SOIS ESPIAS. Embora José reconhecesse seus irmãos e bem soubesse que não eram espias, os pôs à prova a fim de verificar se o caráter deles fora transformado e, se sentiam remorso pelo mal que praticaram contra ele e seu pai, Jacó.
42.21 NA VERDADE, SOMOS CULPADOS. Os irmãos de José reconheciam agora sua culpa pelo seu tratamento impiedoso com José, vinte anos antes (37.2; 41.46,53,54). Concluíram que DEUS estava lhes aplicando o justo castigo pelo seu crime (vv. 21,22). Muitas vezes, quando temos pecado oculto em nossa vida, DEUS age para despertar nossa consciência e vermos a nossa culpa. Nesses casos, podemos, ou endurecer o coração ou humilhar-nos diante de DEUS, confessar o pecado e decidirmos andar em retidão.
42.37 MATA OS MEUS DOIS FILHOS. Os versículos 29-38 demonstram que os irmãos de José tinham melhorado seu caráter. Rúben, por exemplo, preferia perder seus próprios filhos a causar mais tristeza ao seu pai.
43.9 SEREI RÉU DE CRIME. Assim como Rúben (42.37), Judá assumiu de espontânea vontade a responsabilidade pelo seu irmão Benjamim. Ofereceu-se para tomar sobre si a vergonha e a culpa, se Benjamim não voltasse são e salvo.
43.14 E EU, SE FOR DESFILHADO. Quando Israel percebeu que nada podia fazer para alterar as suas circunstâncias terríveis, só lhe restava colocar seus filhos nas mãos de DEUS, orar pedindo misericórdia e preparar-se para qualquer eventualidade. Estava disposto a aceitar a vontade de DEUS, mesmo se envolvesse a perda do filho e demais sofrimentos. Entretanto, os acontecimentos levaram-no a um final de vida feliz, regozijando-se em DEUS e nEle confiando, pois o guiara durante toda a sua vida.
44.5 EM QUE ELE BEM ADIVINHA? É evidente que José não praticava ocultismo, o qual era proibido por DEUS. Há duas explicações possíveis para este particular da narrativa. (1) A palavra hebraica traduzida adivinha , também pode significar perceber . Assim, o texto também significaria que José não deixaria de perceber que o copo de prata desaparecera. (2) Pode ser, também, que José estava tão somente adequando-se à imagem que os irmãos teriam dele como um governante egípcio (v. 15).
44.13 RASGARAM AS SUAS VESTES. Tratava-se de um sinal evidente de grande angústia e aflição. Os irmãos poderiam ter seguido viagem e deixado Benjamim, mas a resolução de voltarem e assumirem as conseqüências, tendo Benjamim com eles, revelou que seu caráter realmente mudara e que agora se preocupavam de fato com seu irmão e seu pai (vv. 18-34).
44.18-34 ENTÃO, JUDÁ SE CHEGOU A ELE. Verifica-se que os irmãos de José experimentaram uma grande mudança interior em relação ao tempo em que o venderam para o Egito. Essa mudança revela-se não somente na disposição de todos os irmãos sofrerem como escravos por amor a Benjamim (vv. 13-16), mas, principalmente, na súplica de Judá em favor de Benjamim (vv. 18-34). Estavam agora dispostos a assumir a culpa pela iniqüidade que praticaram no passado e a pagar qualquer preço para salvar Benjamim e evitar que o pai deles sofresse uma aflicão mortal (vv. 16,32,33).
45.5 DEUS ME ENVIOU. José revela que muitas vezes DEUS sobrepõe soberanamente a sua providência e controla as más ações dos seres humanos a fim de executar a sua vontade (50.20)
45.7 PARA CONSERVAR VOSSA SUCESSÃO. DEUS operou através de José para a preservação do povo do concerto, do qual descenderia o CRISTO. Note-se que, embora CRISTO viesse da linhagem de Judá e não da de José, DEUS usou este para preservar a linhagem da qual viria CRISTO. José, portanto, foi um antecessor espiritual de CRISTO, algo muito mais importante do que ser ancestral físico (Rm 4.12-16).
45.10 NA TERRA DE GÓSEN. Localizada a cerca de 64 km da atual cidade do Cairo, Gósen situava-se no delta do Nilo, ficando assim separada dos centros principais da vida egípcia. Ali, os israelitas viveriam isolados dos egípcios e se desenvolveriam como nação.
46.1 E PARTIU ISRAEL. Israel (i.e., Jacó) e sua família migraram para o Egito.
(1) A mudança de território do povo de DEUS foi conseqüência direta da fome severa que DEUS fez surgir no mundo (47.13). DEUS literalmente forçou Israel a mudar-se para o Egito, por seu controle soberano (15.13,14). Na nova terra, o povo escolhido por DEUS multiplicar-se-ia e se tornaria uma grande nação e de lá retornaria a Canaã (50.24).
(2) Cumprindo a exigência dos egípcios (cf. 43.32; 46.34), os filhos de Israel habitaram separadamente na terra de Gósen. Ali, permaneceriam separados, um povo consagrado a DEUS, esperando o dia da sua volta à pátria prometida de Canaã, onde assumiriam o seu papel no plano divino da redenção.
46.3 EU SOU DEUS,... NÃO TEMAS. DEUS novamente promete que estará com Jacó e sua família e reitera a promessa que os seus descendentes se tornarão uma grande nação e que voltarão à terra de Canaã. Todos nós precisamos da reafirmação da parte de DEUS, do seu amor, cuidado e presença enquanto aqui vivermos e experimentarmos as dificuldades e tomadas de decisão inevitáveis nesse mundo perdido. Se você estiver se esforçando mesmo, para seguir o Senhor, você tem o direito de pedir da parte dEle uma reafirmação do seu amor por você e da sua direção para a sua vida (Jo 1.12,13).
46.26 SESSENTA E SEIS. As sessenta e seis pessoas são as que viajaram com Jacó para o Egito. As setenta no versículo 27 inclui José, seus dois filhos e Jacó. Atos 7.14 conta o número de pessoas como setenta e cinco, incluindo, assim, os netos de José.
46.34 ABOMINAÇÃO. A ocupação principal da família de Jacó era a criação de animais. Tradicionalmente, os egípcios tinham grande desprezo por pastores de rebanhos. Essa animosidade ajudou os israelitas a permanecerem separados dos egípcios e dos seus respectivos costumes (43.2; ver 45.10).
47.9 MINHAS PEREGRINAÇÕES. Jacó referiu-se à sua vida e à dos seus antepassados, como uma peregrinação.
48.5 OS TEUS DOIS FILHOS... SÃO MEUS. Jacó considerou os dois filhos de José como se fossem dele mesmo, e assim garantiu a José uma porção dupla de herança. Efraim e Manassés, portanto, iam ter os mesmos direitos e posição dos demais filhos de Jacó, tais como Rúben e Simeão. Os descendentes de Efraim e de Manassés, respectivamente, formaram duas tribos distintas.
MORRE JACÓ.
50.20 DEUS O TORNOU EM BEM.
50.25 FAREIS TRANSPORTAR OS MEUS OSSOS DAQUI. A fé perseverante de José estava firmada na promessa de DEUS, de que Canaã seria a pátria do seu povo (13.12-15; 26.3; 28.13). Por isso, pediu que seus ossos fossem transportados para a terra da promessa. Quatrocentos anos mais tarde, quando os israelitas deixaram o Egito, na sua viagem para Canaã, levaram consigo os ossos de José (Êx 13.19; Js 24.32; Hb 11.22). Da mesma forma, todos os salvos sabem que seu futuro está reservado, não neste mundo presente, mas noutra pátria, a celestial, onde habitarão para sempre com DEUS e desfrutarão eternamente da sua presença e bênçãos.
É essa a sua promessa aos seus servos fiéis (Hb 11.8-16; Ap 21.1-4).
Talvez você seja uma daquelas pessoas que lê as histórias dos heróis da fé e imagina como seria bom tornar-se governador de um grande império, como José. Mas poucas vezes perguntamos a nós mesmos se estaríamos dispostos a viver os mesmos dramas, a enfrentar os mesmos desafios, ou a sentir o mesmo azorrague cortando-nos a alma. A distância que percorremos entre os nossos sonhos e a concretização deles não é tão importante quanto como atravessamos essa senda. Alguns chegam com reputação, mas sem caráter. Outros, com caráter, mas sem reputação. Mas os que são íntegros e fiéis a DEUS chegam com ambos. Em qual das três situações você se encontra?
IV. José foi um vencedor.
José soube identificar as coisas sagradas, mesmo sendo coisas pequenas e - aparentemente - infantis.
Ele enxergou a missão que Deus tinha para ele, e ingenuamente, provocava os irmãos com isso. Contava os sonhos aos familiares, como se fosse decreto para os que o rodeavam. Cria ser aquilo algo vindo dos céus, capaz de se cumprir, mesmo sendo apenas visões subjetivas, que poderiam ser causadas por uma feijoada mais caprichada, ou o excesso de vinho ingerido na noite anterior (embora hebreu, até aquele tempo, comer carne de porco ainda era liberada).
Não: José confiou no que ia em seu íntimo e não arredou o pé de sua crença, mesmo quando o mundo todo conspirou contra ele.
E você? É guiado pelo que? Pelo senso comum e racional da maioria, abandonando aquela “intuição”, e mudando a cada oscilação de ventos? A propósito: o que é senso comum e racional? Isso é possível?
José é odiado por sua própria casa. Isso não moldou sua personalidade.
Os principais opositores e inimigos eram íntimos: eis o perigo da inveja, ela ocorre debaixo do mesmo teto (vide Caim e Abel, Davi e Saul). Ele aprendeu isso a duras penas, mas não se deixou envenenar por muito tempo pela possibilidade de vingança quando teve tudo em suas mãos. Os irmãos, que planejaram matá-lo e o venderam como escravo a estrangeiros, poderiam enfrentar um sério castigo, mas José, único, tinha uma visão diferenciada das coisas que aconteciam ao seu redor.
A Psicologia atribui boa parte de nossa tragédia pessoal a experiências de nossa infância. José parece não ter sido notificado disso. Ele simplesmente continuou vivendo, agindo como sabia, mantendo seus valores e suas crenças, atento às oportunidades que o cercavam.
José não permitiu que o estímulo a sua sexualidade ditasse sua conduta.
Longe de casa, vendido como escravo pelos próprios irmãos quando tinha 17 anos, administrando a casa de um egípcio e fazendo-o prosperar. Até a mulher de seu chefe poderia ter, se quisesse: sem compromisso, apenas sexo. Mas José tinha valores pessoais, ordem de prioridades, e a principal era Deus. Não, ele não tinha uma congregação a prestar contas em casos de escorregadelas, não tinha esposa, namoradas, casos que justificassem uma conduta tão rígida. Tudo se definia em não querer desagradar a Deus (o mesmo Deus que não o livrou de ser vendido e não o livraria da falsa acusação da mulher de Potifar, quando rejeitada pelo escravo). Isso lhe custou a liberdade e o emprego.
Sim: José poderia viver muito bem, confortável na casa de Potifar, usando a mulher dele para satisfazer seus eventuais desejos. Seria sossego, seria paz, não haveriam humilhações, prisões, agressões, falsas acusações de tentativa de estupro. A vida seria melhor.
Mas fosse assim, a história de José teria chegado ao fim, ele jamais teria acesso ao presidente do Egito (já que foi através da prisão que o hebreu conheceu um funcionário de faraó, e foi esse quem apresentou-o). Não fosse isso, Jacó, seu pai, e toda a sua família, jamais teria achado sustento na época da grande fome prevista nos sonhos de faraó. Na verdade, sem José, o Egito jamais teria administrado tão bem suas reservas nas “vacas gordas” do sonho. Não haveria suprimento para os sete anos de “vacas magras” e não haveria descendência para o povo prometido.
A fé de José não se guiava por circunstâncias
Dia desses ria com uma frase sobre adolescentes que gostam de falar sobre seu consumo de vodca e whisky, quando seu precioso paladar não suporta um halls preto ou mesmo trinta gotas de dipirona.
Nós, neo-crentes-em-Deus, embora saibamos os versículos que garantem fidelidade eterna ao Grande El-Shaday, não precisamos de nada muito duro para abandonar nossa devoção tacanha a Deus: desemprego, uma relação amorosa fora dos moldes exigidos pela comunidade religiosa onde congregamos, desavenças entre lideranças, perseguições, a “falta de oportunidades no ministério” (acho engraçado essa. Muitos acreditam que sua voz combinada com o púlpito e o microfone é tudo que podem oferecer ao Reino). A lista pode se esticar indefinidamente e creio que muitos dos itens que nos fazem desistir são sugestões do próprio diabo: bebida, cigarro, droga, roupas e cabelos, ou as vezes, um simples “não”.
Não havia, para José, irmãos que orassem com ele – na verdade, os irmãos o odiavam. Não havia amigos, nem igreja, cultos dominicais ou uma bíblia sequer. Nem mesmo de Deus haviam sinais de que as coisas correriam bem. Apenas sonhos de quando criança.
Você, como eu, certamente precisaria de mais do que isso para manter a fé. Mesmo assim, olharíamos as vezes para o céu, com o punho cerrado, nos perguntando “por que ele e não eu?”
Apesar da família ser o que era, José decide honrá-la.
Apesar de tudo, apesar do abandono, do tempo, das agressões. Apesar daqueles malditos parentes já terem dado mostras reais do que são capazes de fazer quando sentem inveja: são um bando de “Cains”, que não se comoveram nem quando o pobre pai sofreu com a mentira de sua morte.
Não podemos dizer que Zaf-Nti-Pa-Ankh (nome egípcio de José, “Aquele-que-alimenta-o-que-vive”) não se sentiu tentado a prejudicar seus irmãos. Prendeu-os sim, mas deu tratamento cinco estrelas no período. Deixou-os angustiados, mas se apresentou resplandecente, e só tinha uma pergunta:
“Papai ainda vive?”
O coração do humilhado e abandonado José só tinha espaço para a saudade do pai. Sem rancores, sem remorsos, sem revanches. Isso só é possível de uma maneira:
José soube entender o real propósito de seu sucesso.
Conheço não poucas pessoas inteligentes e prósperas. Entre elas, muitas que creem realmente que essas coisas vem delas, de sua capacidade pessoal e nisso justificam seu sucesso – que nem de longe se assemelha ao de um “José”, mesmo que o Egito fosse apenas uma pequena vila de três quarteirões.
Se você pergunta como enriqueceram, a resposta invariavelmente é que fizeram por merecer, embora não possam responder porque os outros milhares que fizeram exatamente a mesma coisa fracassaram (as vezes, trabalharam muito mais, estudaram bem mais, tem aparentemente muito mais condições de administrar a situação na qual não foram postos).
José sabia. Ele poderia responder a questão da mesma forma que os outros beneficiados pela vida, como por exemplo, Pôncio Pilatos, capacitado governador em Israel, colocado estrategicamente por Deus no cargo para evitar eventuais e costumeiras rebeliões locais: o Senhor precisava de um líder omisso para cumprir seus propósitos na cruz do Filho. Fosse José em seu lugar, jamais desprezaria um sonho e teria reconhecido Nele, seu Senhor. Naquela posição, José não teria sido eficaz – aos propósitos de Deus – como Pilatos.
Você reclama do seu chefe, líder, companheiro, pastor. Você que para, lamentando sobre o destino injusto das vidas à sua volta: será que não entende que existe um propósito maior do que sua necessidade de uma nova TV ou de instalar aquele aplicativo em seu celular? Não compreende que a Ira de Deus (isso mesmo: a Ira) pode estar se manifestando quando temos um completo imbecil na liderança de coisas importantes?
Aprenda com José: no propósito de Deus não cabe amarguras, vinganças. Não há espaço para lamentações e não se pode usar do dom que Ele te deu para manter-se egoisticamente em definitivo.
E Jacó habitou na terra das peregrinações de seu pai, na terra de Canaã.
Estas são as gerações de Jacó. Sendo José de dezessete anos, apascentava as ovelhas com seus irmãos; sendo ainda jovem, andava com os filhos de Bila, e com os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e José trazia más notícias deles a seu pai.
E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores.
Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos eles, odiaram-no, e não podiam falar com ele pacificamente.
Teve José um sonho, que contou a seus irmãos; por isso o odiaram ainda mais.
E disse-lhes: Ouvi, peço-vos, este sonho, que tenho sonhado:
Eis que estávamos atando molhos no meio do campo, e eis que o meu molho se levantava, e também ficava em pé, e eis que os vossos molhos o rodeavam, e se inclinavam ao meu molho.
Então lhe disseram seus irmãos: Tu, pois, deveras reinarás sobre nós? Tu deveras terás domínio sobre nós? Por isso ainda mais o odiavam por seus sonhos e por suas palavras.
E teve José outro sonho, e o contou a seus irmãos, e disse: Eis que tive ainda outro sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim.
E contando-o a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai, e disse-lhe: Que sonho é este que tiveste? Porventura viremos, eu e tua mãe, e teus irmãos, a inclinar-nos perante ti em terra?
Seus irmãos, pois, o invejavam; seu pai porém guardava este negócio no seu coração.
E seus irmãos foram apascentar o rebanho de seu pai, junto de Siquém.
Disse, pois, Israel a José: Não apascentam os teus irmãos junto de Siquém? Vem, e enviar-te-ei a eles. E ele respondeu: Eis-me aqui.
E ele lhe disse: Ora vai, vê como estão teus irmãos, e como está o rebanho, e traze-me resposta. Assim o enviou do vale de Hebrom, e foi a Siquém.
E achou-o um homem, porque eis que andava errante pelo campo, e perguntou-lhe o homem, dizendo: Que procuras?
E ele disse: Procuro meus irmãos; dize-me, peço-te, onde eles apascentam.
E disse aquele homem: Foram-se daqui; porque ouvi-os dizer: Vamos a Dotã. José, pois, seguiu atrás de seus irmãos, e achou-os em Dotã.
E viram-no de longe e, antes que chegasse a eles, conspiraram contra ele para o matarem.
E disseram um ao outro: Eis lá vem o sonhador-mor!
Vinde, pois, agora, e matemo-lo, e lancemo-lo numa destas covas, e diremos: Uma fera o comeu; e veremos que será dos seus sonhos.
E ouvindo-o Rúben, livrou-o das suas mãos, e disse: Não lhe tiremos a vida.
Também lhes disse Rúben: Não derrameis sangue; lançai-o nesta cova, que está no deserto, e não lanceis mãos nele; isto disse para livrá-lo das mãos deles e para torná-lo a seu pai.
E aconteceu que, chegando José a seus irmãos, tiraram de José a sua túnica, a túnica de várias cores, que trazia.
E tomaram-no, e lançaram-no na cova; porém a cova estava vazia, não havia água nela.
Depois assentaram-se a comer pão; e levantaram os seus olhos, e olharam, e eis que uma companhia de ismaelitas vinha de Gileade; e seus camelos traziam especiarias e bálsamo e mirra, e iam levá-los ao Egito.
Então Judá disse aos seus irmãos: Que proveito haverá que matemos a nosso irmão e escondamos o seu sangue?
Vinde e vendamo-lo a estes ismaelitas, e não seja nossa mão sobre ele; porque ele é nosso irmão, nossa carne. E seus irmãos obedeceram.
Passando, pois, os mercadores midianitas, tiraram e alçaram a José da cova, e venderam José por vinte moedas de prata, aos ismaelitas, os quais levaram José ao Egito.
Voltando, pois, Rúben à cova, eis que José não estava na cova; então rasgou as suas vestes.
E voltou a seus irmãos e disse: O menino não está; e eu aonde irei?
Então tomaram a túnica de José, e mataram um cabrito, e tingiram a túnica no sangue.
E enviaram a túnica de várias cores, mandando levá-la a seu pai, e disseram: Temos achado esta túnica; conhece agora se esta será ou não a túnica de teu filho.
E conheceu-a, e disse: É a túnica de meu filho; uma fera o comeu; certamente José foi despedaçado.
Então Jacó rasgou as suas vestes, pôs saco sobre os seus lombos e lamentou a seu filho muitos dias.
E levantaram-se todos os seus filhos e todas as suas filhas, para o consolarem; recusou porém ser consolado, e disse: Porquanto com choro hei de descer ao meu filho até à sepultura. Assim o chorou seu pai.
E os midianitas venderam-no no Egito a Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda.
Gênesis 37:1-36
V. Quatorze passos para a honradez de José.
- O seu Caráter:
1. Influência piedosa, Gn 39:2,3
2. Fiel em situações difíceis, Gn 39:1-6,20-23.
3. Honradez nos negócios, 39:5,6
4. Resistência à tentação, 39:7-9
5. Graça divina, 39:21
6. Circunstâncias providenciais, 40:5-8
7. Não mudou ante a súbita prosperidade, Gn 41:14-46.
8. Honra a DEUS, 41:16
9. Revelações divinas, Os sonhos se cumprem, Gn 41:25-36
10. Manifestou amor fraternal, Gn 43:30; 45:14.
11. Filho afetuoso, Gn 45:23; 47:7.
12. Dependente de DEUS, Gn 41:16; 45:8.
13. Devoção filial, 46:29
14. Devolveu bem por mal, Gn 50:1
Demonstra espírito similar ao de CRISTO
1- Ao ser Vendido pelos irmãos.
2. Ao perdoar o pecado dos irmãos, 45:15
3. Em sua devoção filial, 46:29
4. Ao retribuir o mal com o bem, 50:19-21
Semelhanças entre Daniel e José. Ambos foram levados cativos na juventude, foram jovens exemplares e serviram na corte real. Foram perseguidos injustamente, mas seu sofrimento converteu-se em fundamento sólido que lhes proporcionou honra. Por causa da interpretação de sonhos, foram promovidos a governantes. Viveram vida pura em meio a um ambiente corrupto e morreram em terra estrangeira.
VI. O que aprendemos a não fazer com a vida de José.
Nós veremos o que podemos aprender como contra-exemplos na vida de José.
- A primeira lição do que não fazer com a vida de José tem a ver com a má fama que costumava levar de seus irmãos (Gn.37:2). Embora devamos sempre falar a verdade e a omissão intencional, a chamada “meia-verdade”, seja uma “mentira inteira” e, portanto, não é atitude que possa ser cometida por um servo do Senhor, temos que nem por isso se deva esmerar-se em trazer má fama de terceiros a alguém. O prazer em difamar, a “especialização em encontrar defeitos e erros nos outros” tem como conseqüência única a criação de inimizades e invejas e a Bíblia nos ensina que, enquanto estiver em nós, devemos ter paz com todos os homens (Rm.12:18). Foi o que ocorreu com José, que passou a viver uma luta incessante dentro de sua própria casa (Gn.37:4), a ponto de terem seus irmãos o aborrecido tanto que o quisessem matar, o que não se fez única e exclusivamente por intervenção do Senhor no negócio.
- Muitos poderiam dizer que era plano de Deus que José fosse enviado ao Egito. Não resta dúvida de que se tratava, mesmo, do propósito divino, mas a situação de beligerância na casa de Jacó, a inimizade, as porfias e o mal-estar resultante da “especialização em divulgação de má fama” por parte de José era fruto único e exclusivo de seus erros, não estava no propósito divino de conservação do povo de Israel. As contrariedades e angústias sofridas por José no seu relacionamento com os irmãos eram resultado desta sua ação imatura, nada tendo que ver com o plano divino estabelecido para ele e para Israel.
- A segunda lição do que não fazer que José nos dá é o desejo de nos impormos diante dos nossos semelhantes, ante a revelação divina de nosso chamado. José, celeremente, contou a seus irmãos e, depois, a seu pai, os seus sonhos, sonhos que vinham da parte de Deus, com quem tinha comunhão, querendo, com isto, impor-se como líder junto a sua família, não porque fosse ambicioso e almejasse o mando, mas porque tinha a convicção de que fora escolhido por Deus para exercer, na família, uma proeminência.
- Entretanto, devemos aprender que aquilo que Deus nos revela não deve ser alardeado aos quatro ventos, senão no momento oportuno. O mesmo Senhor que revela é o Senhor que manifesta o que tem preparado para nós no seio de nossa comunidade (família, igreja local, sociedade), de modo natural e sem qualquer necessidade de coação ou persuasão humana. Deus está no completo controle da situação e, quando nos revela algo, devemos tão somente nEle esperar, pois, no momento oportuno, Deus nos levará ao lugar e posição previamente revelados. O objetivo da revelação de Deus a cada um de nós é para que nos preparemos, iniciemos o aprendizado necessário para exercermos aquilo que Deus está a nos dar e não para que, mediante a divulgação da revelação, os outros reconheçam, desde logo, a nossa vocação. A vocação (ou chamada) é de Deus para nós, nada tendo os outros que ficar sabendo dela antes do momento oportuno, que é estabelecido por Deus e será manifestado a todos. Até lá, fiquemos em o nosso lugar, preparando-nos e nos esforçando para atendermos a este chamado do Senhor. A vocação é para nós (I Co.1:26; 7:20; Ef.4:1,4; II Tm.1:9; II Pe.1:10), não para os outros.
- A terceira lição que aprendemos com os erros de José é a de jamais podemos ir ao encontro dos inimigos desprevenidos e confiantes em nós mesmos. É preciso estarmos vigilantes e não vacilarmos, não só quando formos ao encontro do adversário, como ocorreu com José, mas sabendo que, em os nossos dias, é o adversário que sempre está vindo ao nosso encontro (Tg.4:7; I Pe.5:8). As duas vezes em que José enfrentou seus adversários desta maneira, sofreu revezes. Ao ir ao encontro dos irmãos totalmente desguarnecido, confiante apenas na sua “túnica de várias cores”, ou seja, na sua condição de filho predileto, perdeu a túnica, foi lançado na cova, só não foi morto pela misericórdia divina que se utilizou do seu irmão mais velho, Ruben, para impedir o assassínio e foi vendido como escravo. Ao ficar sozinho na casa de Potifar, tendo apenas o seu vestido de escravo principal, também foi atacado pela mulher de seu senhor, que conseguiu retirar o seu vestido e caluniá-lo, obrigando seu senhor a mandá-lo para a casa do cárcere.
- Não podemos enfrentar o nosso adversário, que é o diabo (I Pe.5:8), desguarnecidos, desarmados, desprotegidos. Muitos têm fracassado espiritualmente porque vão aonde está o inimigo confiantes em si mesmos, em sua posição, em sua experiência, em sua habilidade. Não podemos ignorar os ardis de Satanás (II Co.2:11) e devemos estar plenamente conscientes de que, para lutarmos contra as hostes espirituais da maldade, é imprescindível que estejamos devidamente armados com a armadura de Deus (Ef.6:11-13). Nos dias difíceis em que vivemos, muitos têm caído nas ciladas do diabo, diabo que faz questão de divulgar, como pai da mentira que é (Jo.8:44), de que ele não existe ou de que não tem como atacar ou se aproximar dos servos de Deus. Isto é mentira, povo de Deus! Ele anda ao derredor buscando a quem possa tragar, tendo uma atividade incessante e crescente em os nossos dias, não cessando de nos acusar dia e noite diante de Deus (Ap.12:10). Não deis lugar ao diabo (Ef.4:27). Não vacilemos, como fez José.
- A quarta lição que tem José como contra-exemplo refere-se à “manutenção de um resíduo de ego” na nossa vida com Deus. Ao interpretar o sonho do copeiro-mor, José pediu ao alto funcionário de Faraó que se lembrasse dele quando fosse restituído a seu posto. Embora já fosse prudente na divulgação das revelações divinas, embora fosse cuidadoso no relacionamento com as demais pessoas, embora não mais procurasse divulgar má fama de quem quer que fosse, José ainda mantinha um “resíduo de eu”, tinha ainda uma pequena preocupação consigo mesmo e com a sua sorte na vida debaixo do sol.
- O servo do Senhor, porém, diz-nos a Bíblia Sagrada, deve renunciar a si mesmo (Mt.16:24), renúncia completa e irrestrita, sem qualquer resíduo. Quem quiser ganhar a sua vida, perdê-la-á, diz o Senhor Jesus (Mt.10:39; 16:25; Mc.8:35; Lc.9:24; 17:33; Jo.12:25), em diversas oportunidades, ensino repetido em todos os quatro Evangelhos, a demonstrar a sua importância. Muitos são os que, nos dias de hoje, perdem a sua vida porque procuram reservar algo para si, ainda que mínimo, não aceitando a oferta de renúncia. Jesus tudo deixou para morrer em nosso lugar e devemos seguir o Seu exemplo. José foi esquecido pelo copeiro-mor, porque este “resíduo de eu” ainda o impedia de poder ser um eficaz instrumento divino para a salvação da humanidade. Só depois que houve a completa renúncia, o que se demonstra pela total falta de preocupação consigo mesmo no instante em que José interpretou os sonhos de Faraó é que se teve a exaltação e a colocação de José no lugar que lhe havia sido prometido 17 anos antes. Temos estado dispostos a renunciar a nós mesmos?
Todos os dias somos tentados como José. Talvez não com a mesma modalidade de tentação, mas certamente com a mesma intensidade. O inimigo não desiste de nos vencer. Constantemente inventa novos métodos para nos derrubar. Fabrica tentações personalizadas com as quais tenta nos tirar dos braços de Jesus.
Sempre me perguntava por que a história da vida de José começava a ser contada no capítulo 37 de gênesis era interrompida pela história de Judá e Tamar no capítulo 38 e era retomada no capítulo 39. Se formos atentos, perceberemos que no capítulo 38 temos uma história de um homem que foi derrotado espiritualmente pelo pecado sexual e no capítulo 39 temos a vitória de um jovem sobre o mesmo tipo de pecado. Deus queria estabelecer uma comparação entre as duas histórias.
Judá não tinha algo que abundava na vida de José: comunhão com Deus. Na frase “O Senhor era com José” estão contidas as bases da força espiritual dele. Estudo da Bíblia e oração. É somente assim que o Senhor pode ser conosco. Não existe mágica para nos aproximarmos de Deus. É caminhando com Ele cada dia, tendo momentos de íntima comunhão que conseguiremos ter a força que estava em José. Deus quer nos dar as vitórias que deu aos heróis da fé, porém há uma parte que cabe a nós. Este é o momento de nos aproximarmos de Deus e sermos fortes em Seu nome.
VII. Lições sobre a vida de José.
A história de José é muito mais que o simples retrato de um homem de grande caráter e de fé admirável. É também um marco decisivo na história do povo escolhido de Deus e um modelo de conduta para todos quantos desejam sinceramente ser fiéis ao Senhor.
1. Deus faz o bem, por meio de tragédias e sofrimentos.
A verdade de Rm 8.28 é facilmente comprovada pelo estudo da vida de José. Inúmeras coisas ruins que aconteceram a ele, foram transformadas em coisas boas, e revelaram-se como providências divinas, conduzindo Israel pelos caminhos do amor protetor de Deus.
Exemplos:
a) José foi vendido como escravo; Deus o abençoou e ele foi promovido a um cargo de confiança, na casa de um importante oficial do faraó e capitão da guarda.
b) José foi falsamente acusado de estupro; Deus o abençoou e ele conheceu pessoas muito influentes na prisão.
c) O Egito foi afligido por sete anos de seca; Deus utilizou esse tempo para confirmar a habilidade que José tinha para lidar com dificuldades.
Estes são apenas alguns dos exemplos da providência divina, realizando seus propósitos, por meio de situações de extrema dificuldade. Existem outros inúmeros exemplos bíblicos que comprovam esse método de Deus de converter o mal em bem (Gn 50.20). 2. O coração do homem é provado nas dificuldades que tem de enfrentar.
Tiago diz que devemos nos sentir alegres, quando temos de passar por provações, pois estas cumprem o propósito que Deus tem de desenvolver nosso caráter e fazer-nos amadurecer (Tg 1.2-4). Pedro diz que não devemos ficar desapontados, quando somos afligidos por algum sofrimento, pois é justamente por meio do sofrimento que a nossa fé é provada (1Pe 4.12).
Todas as situações de dificuldade que sobrevieram a José estavam carregadas de propósitos divinos, como: conduzir o povo de Israel para uma terra onde eles pudessem ser protegidos e preservados; servir de testemunho da soberania de Deus entre aqueles que não faziam parte da aliança feita com Abraão; e salvar os povos de outras regiões, livrando-os de morrer de fome. Mas é evidente que José desconhecia cada um destes propósitos. A única coisa que José sabia era que devia continuar fiel a Deus, qualquer que fosse a sua situação (Gn 39.9). 3. A providência divina inclui até os pecados que os outros cometem contra nós.
Por duas vezes, pelo menos, a vida de José foi drasticamente mudada por força do ódio e da mentira de outras pessoas. Primeiro, aos dezessete anos de idade, José foi atacado por seus irmãos e vendido como escravo. Isso marcou radicalmente a sua história. Segundo, por resistir às investidas da "mulher do chefe", José foi preso, acusado de tentativa de estupro. Mais tarde, sabemos que a mão de Deus estava por trás dessas duas conspirações. É evidente que o fato desses pecados contribuírem com a vontade e o propósito de Deus, não isenta da culpa aqueles que os provocaram. No entanto, é motivo suficiente para nos livrar dos sentimentos de mágoa e ódio, que podem, muito facilmente, serem abrigados em nosso coração (Ef 4.31; Hb 12.15).
Por duas vezes José reconheceu que essa confiança era uma razão mais que suficiente para que ele perdoasse seus irmãos (Gn 45.8; 50.20). José sabia que as ações protetoras de Deus também visavam preservar a vida daqueles que o traíram (Gn 45.7). Portanto, a sua atitude deveria ser de cooperar com o propósito que Deus tinha de salvar e proteger seus irmãos (Gn 50.21). Estas são apenas algumas, das inúmeras lições que podemos aprender com o estudo da história desse personagem bíblico, cuja biografia ocupa a terça parte do livro de Gênesis. José foi um personagem tão importante e de caráter tão nobre, que a maioria dos estudantes da Bíblia reconhecem em José e em sua missão muitos paralelismos com a vida e a missão de Jesus. Por exemplo:
Ambos foram rejeitados por seus irmãos;
Ambos foram vendidos por prata, como escravos;
Sofreram em países estrangeiros, pelo bem dos que o afligiam;
Demonstraram extrema capacidade de praticar o perdão. Por tudo isso, José é muito mais que um personagem a ser estudado. Ele é um servo de Deus, que deve ser imitado, cujas virtudes devem ser perseguidas por todos os cristãos de hoje.
Em breve estaremos de volta dando continuidade este tão importante e envolvente assunto Até breve
Em breve estaremos de volta dando continuidade este tão importante e envolvente assunto Até breve
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