domingo, 12 de setembro de 2021

Série os Patriarcas, José - 12. O legado de José ( conclusão)

 


Por Jânio Santos de Oliveira
 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena


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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!

Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no Livro do Gênesis 50.1-26 Que nos diz:


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Então José se lançou sobre o rosto de seu pai e chorou sobre ele, e o beijou.

2 E José ordenou aos seus servos, os médicos, que embalsamassem a seu pai; e os médicos embalsamaram a Israel.
3 E cumpriram-se-lhe quarenta dias; porque assim se cumprem os dias daqueles que se embalsamam; e os egípcios o choraram setenta dias.
4 Passados, pois, os dias de seu choro, falou José à casa de Faraó, dizendo: Se agora tenho achado graça aos vossos olhos, rogo-vos que faleis aos ouvidos de Faraó, dizendo:
5 Meu pai me fez jurar, dizendo: Eis que eu morro; em meu sepulcro, que cavei para mim na terra de Canaã, ali me sepultarás. Agora, pois, te peço, que eu suba, para que sepulte a meu pai; então voltarei.
6 E Faraó disse: Sobe, e sepulta a teu pai como ele te fez jurar.
7 E José subiu para sepultar a seu pai; e subiram com ele todos os servos de Faraó, os anciãos da sua casa, e todos os anciãos da terra do Egito.
8 Como também toda a casa de José, e seus irmãos, e a casa de seu pai; somente deixaram na terra de Gósen os seus meninos, e as suas ovelhas e as suas vacas.
9 E subiram também com ele, tanto carros como gente a cavalo; e o cortejo foi grandíssimo.
10 Chegando eles, pois, à eira de Atade, que está além do Jordão, fizeram um grande e dolorido pranto; e fez a seu pai uma grande lamentação por sete dias.
11 E vendo os moradores da terra, os cananeus, o luto na eira de Atade, disseram: É este o pranto grande dos egípcios. Por isso chamou-se-lhe Abel-Mizraim, que está além do Jordão.
12 E fizeram-lhe os seus filhos assim como ele lhes ordenara.
13 Pois os seus filhos o levaram à terra de Canaã, e o sepultaram na cova do campo de Macpela, que Abraão tinha comprado com o campo, por herança de sepultura de Efrom, o heteu, em frente de Manre.
14 Depois de haver sepultado seu pai, voltou José para o Egito, ele e seus irmãos, e todos os que com ele subiram a sepultar seu pai.
15 Vendo então os irmãos de José que seu pai já estava morto, disseram: Porventura nos odiará José e certamente nos retribuirá todo o mal que lhe fizemos.
16 Portanto mandaram dizer a José: Teu pai ordenou, antes da sua morte, dizendo:
17 Assim direis a José: Perdoa, rogo-te, a transgressão de teus irmãos, e o seu pecado, porque te fizeram mal; agora, pois, rogamos-te que perdoes a transgressão dos servos do Deus de teu pai. E José chorou quando eles lhe falavam.
18 Depois vieram também seus irmãos, e prostraram-se diante dele, e disseram: Eis-nos aqui por teus servos.
19 E José lhes disse: Não temais; porventura estou eu em lugar de Deus?
20 Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida.
21 Agora, pois, não temais; eu vos sustentarei a vós e a vossos filhos. Assim os consolou, e falou segundo o coração deles.
22 José, pois, habitou no Egito, ele e a casa de seu pai; e viveu José cento e dez anos.
23 E viu José os filhos de Efraim, da terceira geração; também os filhos de Maquir, filho de Manassés, nasceram sobre os joelhos de José.
24 E disse José a seus irmãos: Eu morro; mas Deus certamente vos visitará, e vos fará subir desta terra à terra que jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó.
25 E José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente vos visitará Deus, e fareis transportar os meus ossos daqui.
26 E morreu José da idade de cento e dez anos, e o embalsamaram e o puseram num caixão no Egito.
Estamos de volta dando sequência a uma série de conferências sobre os Patriarcas; Já  falamos sobre Abraão; Isaque e Jacó; agora estamos no quarto e último personagem analisado entre os Patriarcas. Neste seguimento vamos falar de José do Egito filho de Jacó por parte de Raquel.

Já falamos sobre:

    1. A sua biografia;
    2.   Os seus sonhos;
    3.   A sua ida ao Egito;
    4. O intérprete de sonhos;
    5. Do cárcere para o palácio;
    6. Os filhos de Jacó descem ao Egito;
    7. José prova os seus irmãos;
    8. José planeja reter Benjamim;
    9. José se dá a conhecer aos seus irmãos
    10. Jacó vai ao encontro de José no Egito
    11. José apresenta Jacó a Faraó.


    Agora  Para concluir a série falaremos sobre "O legado de José


    I. Análise preliminar do texto.
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    O Sepultamento de Jacó (Gn 50.1-14)
    José (V. 1) foi tomado pela emoção. Pondo de lado a dignidade de sua alta posição,chorou sobre o corpo sem vida do pai. Mas também conhecia o seu dever. Na morte, Jacó teria o melhor. Por quarenta dias (V. 3) o corpo permaneceu no processo de embalsamento, e mais trinta dias foram gastos no luto, algo que não ocorreu com Abraão ou Isaque.
    Em seguida, José foi à casa de Faraó (V. 4), ou seja, dirigiu-se aos funcionários da corte, para explicar o voto que Jacó lhe pediu e obter permissão para cumpri-lo. José garantiu que voltaria (V. 5). O pedido foi passado a Faraó (6), que concedeu permissão para José deixar o país e, mais importante de tudo, nomeou um grupo de representantes oficiais para comparecer no funeral.
    Numeroso séquito formado por israelitas e egípcios pôs-se a caminho da cova de Macpela. Na eira do espinhal (V. 10, ou “eira de Atade”, ARA), presumivelmente perto da caverna sepulcral, a comitiva observou sete dias de luto por Jacó.
    Os cananeus (V. 11) nativos ficaram impressionados com a presença de tantos funci­onários do Egito e com o luto sobre Jacó, a quem bem conheciam. Diante disso, deram outro nome à eira: Abel-Mizraim, que quer dizer “o luto dos egípcios”. O sepultamento na cova do campo de Macpela (V.13) ocorreu formalmente e a comitiva fúnebre voltou para o Egito.

    Os Irmãos Medrosos (50.15-21)

    A morte de Jacó trouxe à tona o medo que por vários anos esteve submerso na mente dos irmãos de José. Será que com a morte do pai, José despejaria represálias contra eles? Não conseguiam acreditar que ele já os havia perdoado totalmente. Em conjunto, resol­veram deixar claro que o arrependimento pelas ações passadas era verdadeiro, ainda que esse arrependimento nunca tivesse sido verbalizado (cf. 45.4-15).
    Discretamente, os irmãos enviaram uma mensagem a José antes que fossem cha­mados para uma reunião. Pela primeira vez ocorre no registro bíblico um pedido de perdão de maneira franca e direta, embora estas palavras de Jacó para Esaú: “Para achar graça aos olhos de meu senhor” (33.8,10), se aproximem disso. O teor da comunicação tocou o coração de José, promovendo outra cena de reconciliação profundamente comovente. A forma física dos irmãos prostrados relembra um dos sonhos de José, contra o qual tinham reagido com crueldade (37.5-8). Ainda que José possuísse supremo poder humano para se vingar, sua alma foi invadida por uma maior influência: a prontidão em perdoar. O único Deus verdadeiro dominou o ódio humano e o tornou em bem para conservar em vida a um povo grande (V.20). A bondade de José expulsou o medo importunador, e os irmãos saíram genuinamente unidos em termos de respeito e amor mútuo.

    O Último Pedido de José (50.22-26)
    Chegava o momento da morte do quarto dos grandes patriarcas. A morte não causou terror para Abraão (25.7-11), Isaque (35.27-29) ou Jacó (49.28-33). O mesmo se deu com José. Como aconteceu com seu pai, José se assegurou que, no fim, seus restos mortais seriam postos para descansar na Terra Prometida.
    Reunindo os irmãos (24), José reiterou a fé do seu pai, declarando que Canaã era o verdadeiro lar dos israelitas. Obteve deles um juramento: Fareis transportar os meus ossos daqui (V. 25). Tendo cuidado disso, José morreu em paz com a idade de cento e dez anos (V. 26). Foi embalsamado, colocado num caixão e, por algum tempo, sua múmia permaneceu com os irmãos no Egito.
    De 50.22-26, Alexander Maclaren expõe o tema “A Fé de José”. 

    1) A fé sempre é a mesma embora o conhecimento varie; 

    2) A fé exerce sua mais nobre função em nos sepa­rar do presente;

     3) A fé dá vigor aos homens no cumprimento dos seus deveres.



    II. Visão panorâmica do texto.




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    Esse último capítulo narra a morte e o cortejo fúnebre gigantesco de Jacó em Canaã, e também narra a morte de José e as suas palavras finais e proféticas a seus irmãos e a toda aquela geração. Sua palavra dizia que Deus os visitaria para os tirar dali e para os levar para Canaã, a terra prometida.
    A bela história dos patriarcas está agora chegando ao seu final, no entanto, nada há registrado acerca da morte dos irmãos de José. Nada se sabe, quem morreu primeiro ou por último. Nós temos interesse particular na data precisa da morte de Judá por causa da semente messiânica, mas cremos que deve ter vivido ali perto dos 110 anos como José. Estariam todos os seus irmãos vivos quando José morreu? Com quantos anos Judá morreu? Nada se sabe.
    Todos os preparativos relacionados à morte de Jacó foram tomados por seus filhos, mas em especial por José, que tivera o privilégio ainda de conviver com seu pai no Egito dos 130 aos 147 anos da vida de Jacó.
    José ordenou que se realizassem o embalsamento de seu pai Jacó e, cremos, deve ter sido daqueles embalsamentos típicos de Faraós, com tudo o que o dinheiro, o poder e a fama poderiam conseguir. Esse cerimonial levava um pouco de tempo para ficar tudo preparado, devidos aos seus requintes.
    Depois de tudo feito, José procura por Faraó que o atende em tudo além das suas necessidades que ele pede, dando-lhe mais recursos e pessoas para o acompanharem. José promete ir e voltar e assim fez: foi sepultar seu pai na terra de Canaã, junto com Abraão e Isaque e depois voltou à terra do Egito.
    Na volta, seus irmãos entraram em pânico e tiveram medo de que José se voltasse contra eles e elaboraram seu pedido de perdão. Que bênção! Agora o objetivo dos irmãos de José era obedecer a palavra de Deus. Então, eles falaram a José, que sentindo a presença de Deus e a transformação que no coração deles se operara por parte do Espírito Santo, chorou diante deles.
    Foi sem dúvida um momento especial e a paz voltou a reinar ali em Gósen e o povo cresceu e se multiplicou e teve paz e prosperidade, sob a proteção de Deus por meio da instrumentalidade de seu filho José.


    Após a morte de Jacó, José dirigiu a atenção dos patriarcas para a Terra Prometida. Ele reafirmou a segurança deles no Egito – vs. 15-21 - e o futuro deles na Terra Prometida – vs. 22-26.
    O tempo vai passando, e após 50 anos da morte de Jacó, José agora vai caminhando para seu fim, com seus 110 anos de vida e reúne seus irmãos e lhes fala profeticamente conforme entendia do que lhe falara seu pai e conforme os seus próprios apontamentos. José morre e é embalsamado e colocado num caixão do Egito. Provavelmente foi levado, como queria, para onde foi sepultado os seus pais, embora nada há registrado sobre isso.
    Os registros dessa era patriarcal estavam sendo concluídos. O livro se encerra com a expectativa da visitação de Deus, em breve. Também é curioso que o Novo Testamento também se encerra com uma expectativa de uma visitação do céu, quando todos os crentes farão o êxodo da morte para a vida física eterna – Ap 22:20.



    III. O perdão que josé concede aos seus irmãos.

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    Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida.(Gn 50:20)

    A família de Jacó habitou numa das melhores regiões do Egito, com a permissão de Faraó e com os alimentos que José havia armazenado sobreviveram em todos os anos de fome.

    Depois de 17 anos, Jacó morreu e os irmãos de José tiveram medo que José retribuísse o mal que eles lhe tinham feito. Por isso enviaram um recado a José dizendo:

    Antes de morrer nosso pai pediu para que nos perdoasse, porque te tratamos com muita perversidade e maldade, agora pois, perdoa o nosso pecado.

    José chorou quando recebeu o recado.

    Mais tarde seus irmãos o encontraram pessoalmente, prostraram-se rosto em terra e disseram:

    – Aqui estamos, somos teus escravos.

    José respondeu:

    Não tenham medo; estaria eu no lugar de Deus?

    “Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida. Agora, pois, não temais; eu vos sustentarei a vós e a vossos filhos“. (Gn 50:19-21)

    Uma das coisas mais importantes para a vida de uma pessoa que quer ser feliz é o perdão, pois proporciona paz ao coração e dá um real sentido à existência. Muitos sofrem de depressão e de outros problemas emocionais por não perdoarem ou por não se sentirem perdoados.

    “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal, pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém! Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mt 6:12-15).

    Uma das coisas mais importantes para a vida de uma pessoa que quer ser feliz é o perdão, pois proporciona paz ao coração e dá um real sentido à existência. Muitos sofrem de depressão e de outros problemas emocionais por não perdoarem ou por não se sentirem perdoados. Um dos motivos que devem nos levar a perdoar de acordo com Mateus 6:12-15 é o fato de que “esperar de outros o que eu mesmo não estou disposto a fazer é a essência do egoísmo e do pecado”1. Assim como Deus nos perdoa de todos os pecados (1 João 1:7-9; Miquéias 7:19), devemos perdoar o nosso próximo. Precisamos nos reconciliar com o ofensor mesmo que não tenhamos vontade de fazê-lo, pois na Bíblia perdoar não é uma questão de “querer ou não” (escolha), mas sim de obedecer a um mandamento divino (veja a ordem de Jesus em Mateus 18:21, 22!) que, se deixado de ser cumprido, trará sérias consequências, inclusive à nossa saúde.

    Perdoar é esquecer?

     Perdoar não é sinônimo de esquecer instantaneamente. Comparo o perdão a uma cicatriz. Quando nos machucamos, como resultado do machucado nos resta uma cicatriz. Sempre que olhamos para a mesma, nos lembramos de quando, onde e como aconteceu o fato. Isso não quer dizer que ainda nos cause dor ou desconforto, muito pelo contrário, é indiferente, não causa dor, não causa nada, apenas a lembrança.

     O perdão, portanto, não indica necessariamente o esquecimento imediato da ofensa, mas o não sentir dor ao lembrar do ocorrido.

    Como perdoar do íntimo?

    Perdoar envolve o compromisso de não levantar novamente a questão. O perdão bíblico envolve igualmente a promessa de:

    (1) Evitar colocar ofensa em cima da cabeça do ofensor;

    (2) A promessa de não falar a respeito do ocorrido;

    (3) E a promessa de não ocupar a mente com a questão. Isso significa adotar atitudes e práticas que levem ao esquecimento.

    (4) Se Deus esquece de tudo quando nos perdoa, como é possível afirmar que não devemos esquecer também? Precisamos harmonizar os textos bíblicos de Jeremias 31:34 e Isaías 43:25 que afirmam que Deus esquece de nossos pecados. Deus é Onisciente e “… não pode esquecer. O esquecimento, nesse trecho, na realidade é uma maneira hebraica de se referir ao ato de perdoar…”.2

    “Perdoar é ‘esquecer’, no sentido de que alguém sepultou o problema. Perdoar equivale a prometer nunca mais se lembrar de uma ofensa, contra outra pessoa. ‘Lembrar-se’ é empregado no sentido de ‘ventilar novamente’ (ver 3 João 1:10)… É como se Deus dissesse: ‘as coisas que você fez contrariamente à minha lei, não as trarei à memória.

    “O verdadeiro perdão humano leva ao esquecimento. Quando alguém se recusa a ventilar novamente uma questão, (mesmo para si), prontamente se esquece. Quando não podemos esquecer, é porque nos lembramos ativamente.”3.

    “O esquecimento, no tocante a Deus não pode significar mais do que a disposição dEle de “enterrar” a questão, para nunca mais levantá-la… É isso que se requer no perdão humano. Perdoar é “esquecer”, no sentido de sepultar o problema e não passar por uma “lavagem cerebral”. Perdoar equivale a prometer nunca mais se lembrar de uma ofensa, contra a pessoa”4.

    Benefícios do Perdão

    Ao perdoar, somos beneficiados:

    (1) Espiritualmente – nosso relacionamento com Deus será bem melhor;

    (2) Mentalmente – evitaremos sofrer uma depressão ou infarto com o tempo; teremos paz mental;

    (3) Fisicamente – A paz mental nos proporciona saúde, vigor e ânimo;

    (4) Socialmente – nos relacionaremos melhor com os outros.

    Não perca a oportunidade de desfrutar de todos esses benefícios!

    Deus quer que perdoemos. Se Ele nos ordena a perdoar é porque nos provê poder para isso (Filipenses 2:13) e sabe que tal atitude será o melhor para nossa felicidade. O Criador jamais exige de nós mais do que poderemos dar. Lembre-se de quão maravilhosa é a sensação de ser perdoado por Deus. Não esqueça que a mesma sensação seu ofensor pode sentir caso o perdoe. Siga o conselho de Jesus em Mateus 18:22 de perdoar “até setenta vezes sete”. Mesmo sem vontade, dê esse passo de obediência e Deus fará o resto, o milagre! Na cruz do calvário Jesus proporcionou a possibilidade de desfrutarmos da paz mental ao recebermos perdão. Não privemos os outros disso.


    IV. Os diferenciais na vida de José.


    1. Devemos saber aproveitar as oportunidades – José soube aproveitar as oportunidade dadas a ele. Mesmo sofrendo José soube fazer das tribulações uma oportunidade de crescer em Deus. Aquele que tem um sonho deve focar no objetivo sem se desviar. José não olhou para as circunstâncias desfavoráveis. E sendo servo do oficial egípcio de nome Potifar aproveitou a oportunidade de servir e prosperar em Deus (Gn 39:2-4). Na prisão, aproveitou a oportunidade trabalhando para o carcereiro, sendo administrador dos presos(Gn 39:20-23). Se analisarmos bem, este José em nada se assemelhava aquele filho mimado e predileto de Jacó, que tinha tudo.
    Muitas pessoas acabam não crescendo em Deus porque são auto-suficientes e prepotentes em seus caminhos, que vivem do que tem, do que possuem, olhando somente para si e esquecendo que é o Senhor é aquele que nos faz prosperar em todos os nossos caminhos. Muitos vivem da glória do nome de sua família, outros da sua condição social abastada e do seu status. Porém aqueles que são de Deus vivem para a glória Dele, do Seu nome. José não olhou para o seu passado, como filho mimado, seus irmãos recalcados e todos os planos que haviam sido frustrados. Ele olhou para o alto (Cl 3:2). O justo sempre viverá pela fé de “hoje”,não do passado. Aquele que não retrocede e aproveitas as oportunidades de fé que são colocadas como obstáculos saem vitoriosos. Diz a palavra de Deus:
    Voltei-me, e vi debaixo do sol que não é dos ligeiros a carreira, nem dos fortes a batalha, nem tampouco dos sábios o pão, nem tampouco dos prudentes as riquezas, nem tampouco dos entendidos o favor, mas que o tempo e a oportunidade ocorrem a todos. (Ec 9:11)
    Encare então as suas tribulações e lutas como oportunidades de fé para que você seja um vitoriosos em todas as circunstâncias.

    2. Devemos aprender a recomeçar – Outra lição que tiramos da vida de José é aprender a recomeçar. Para que possamos concretizar as promessas de Deus e não deixar que ninguém roube nossos sonhos é preciso que aprendamos com a vida a recomeça-la. A vida de José mostra o quanto foi preciso que ele recomeçasse do em muitos momentos de sua vida. Foi preciso que ele recomeçasse “do nada” para que Deus pudesse dar lhe tudo. Foi preciso que ele recomeçasse várias vezes para que alcançasse a promessa de Deus. Vejamos isso: José teve que recomeçar na cova, na prisão, depois na casa de Potifar,na casa de faraó e o principal recomeço foi diante dos seus irmãos e seu pai. A vida de José nos ensina a não retroceder, mas muitas vezes recomeçar na nossa vida mesmo diante de tantas circunstâncias desfavoráveis.
    É necessário recomeçar quando preciso na na nossa vida, pois a jornada que leva aos “lugares altos” é árdua para aqueles que perseveram e não esmorecem. Nessa caminhada não devemos levar a velha bagagem do medo, do fracasso, e da incredulidade em busca do nosso sonho.Também outra coisa que José não levou em sua trajetória foi resquícios de ressentimento, amargura e decepção. Creio que se José tivesse levado isso com certeza não alcançaria tamanho êxito em tudo que fez. Se José tivesse “levado consigo” em cada situação rancor e ódio por seus opressores certamente não teria prosperado em sua vida. Quando “carregamos” mágoas passadas e não liberamos perdão, deixando que isso nos contamine, entramos por um caminho de pecado e fracasso, que contamina a todos. Em contrapartida, quando resolvemos “perdoar” a quem nos ofende somos igualmente perdoados e abençoados por Deus (Mt 6:14;Gn 50:17-20).

    3. Devemos aprender a liberar perdão – Como já havia dito anteriormente no artigo:”O poder do perdão – O poder que desarma o diabo” perdoar é uma poderosa arma espiritual para desarmar o Diabo e frustrar os seus planos. O poder também é um tremendo antídoto contra o ódio e a vingança, como no caso de Jacó e Esaú(Gn 33:1-11).  José aprendeu isso ao longo da vida. Uma pessoa que tem sensibilidade e maturidade espiritual perdoa, como foi com José com seus irmãos e como Davi com Saul.  Já o arrogante , orgulhoso e insensível espiritual  não consegue liberar o perdão, pois  procura a glória para si, tem o coração duro quanto a reconciliação e ao arrependimento.  (1 Sm 18:9). Infelizmente, muitos não conseguem liberar o perdão e o inimigo acaba se aproveitando disso, para interromper as bençãos de Deus e a realização dos sonhos que Ele tem preparado. Através da vida de José, entendemos que aquele que está verdadeiramente “ligado em Deus” consegue liberar o perdão e aceitar o pedido de perdão dos outros.


    4.  Entender que o Senhor é capaz de transformar o mal em bem –  A palavra do Senhor diz:  “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28).  Todas as coisas que aconteceram com José foram importantes em suas vidas, pois fez com que ele crescesse na fé. A traição dos seus irmãos, a falsa acusação de da esposa de Potifar, os anos de prisão , fizeram de José o homem abençoado que foi. O Senhor pode transformar o mal em bem para aqueles que o amam . José guardou a palavra e sonho que Deus lhe dera. Ele não deixou que o mal que foi acometido influenciasse no propósito que Deus tinha preparado para ele.  José não atentou para seu passado, mas vislumbrou com os olhos da fé o seu futuro.
    Mesmo diante de tantas dificuldades José confiou em Deus até o fim, não deixando que ninguém roubasse os sonhos que Deus tinha na sua vida.
    E assim como foi com José , o Senhor é capaz de mudar o quadro da nossa vida, e realizar todos os sonhos que um dia Ele sonhou para nós. Deus é fiel e como diz as Escrituras:
    Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;(Fp 1:6)
    Mas fiel é o Senhor, que vos confirmará, e guardará do maligno.(2 Ts 3:3)



    V. As virtudes do caráter de José.

    "E disse José a seus irmãos: Eu morro; mas Deus certamente vos visitará, e vos fará subir desta terra à terra que jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó." Gn 50:24


    1 Obediente ao pai (Gn 37.2). O presente versículo nos mostra que diferente dos filhos de Bila e Zilpa, José se mostrou obediente ao seu pai, ao ponto de observando e relatando para Jacó as atitudes erradas dos seus irmãos, quanto a o que eles de fato faziam com as ovelhas de seu pai. “Não se sabe quais seriam as denúncias, mas podemos entender que se deixavam envolver em alguma conduta inconveniente. Autores judeus, dizem-nos que eles negligenciavam seus rebanhos, praticando atos abomináveis de imundícia, comendo criaturas que eles mesmos haviam mutilado ou que as feras tinham atacado, ou porções proibidas das ovelhas” . A Bíblia nos mostra que honrar os pais se constitui num princípio moral tanto para o AT quanto para o NT (Êx 20.12; Ef 6.1; Cl 3.20).

    2 Bom funcionário (Gn 39.1-5). Ao ser vendido para o Egito, José foi comprado pelo superintendente de Faraó, chamado de Potifar. A Bíblia nos mostra que José foi um excelente funcionário deste egípcio, ao ponto de achar graça diante dos seus olhos. Ganhando a confiança do patrão com um excelente e próspero trabalho, José foi promovido a ser mordomo de tudo quanto era de Potifar. Assim como José, todo aquele que trabalha é exortado pelas Escrituras a servir com de forma agradável aos seus superiores como ao Senhor (Ef 6.5,6; Cl 3.22; I Tm 6.1; Tt 2.9; I Pe 2.18).

    3 Fidelidade (Gn 39.7-12). Após o relato da prosperidade de José na casa do seu senhor, a Bíblia nos mostra que a mulher de Potifar se sentiu atraída por ele (Gn 39.7). A concupiscência dos olhos “pôs os seus olhos em José”; a concupiscência da carne: “Deita-te comigo”; e, a soberba da vida “a mulher do seu senhor” inflamaram-na ao ponto de querer relacionar-se sexualmente com o escravo hebreu. Todavia, a sutil e ardilosa proposta desta mulher, sofreu recusa do jovem José “porém ele recusou” (Gn 39.8-a). Sua fidelidade a Deus e ao seu patrão eram o suficiente para ele não ceder a tentação (Gn 39.8,9). Ela insistiu em convidá-lo a pecar, mas ele resistiu “ falando ela cada dia a José, e não lhe dando ele ouvidos [...]” (Gn 39.10). Não se dando por satisfeita, a mulher de Potifar tramou ficar sozinha com ele em determinada ocasião e foi ao seu encontro para forçá-lo a coabitar com ela, mas a resolução de José o faz fugir daquela investida “E ele deixou a sua roupa na mão dela, e fugiu, e saiu para fora” (Gn 39.12-b). A mulher ardendo em ira acusou-o diante de seu marido e funcionários que José havia tentado estuprá-la. Ele foi sentenciado a cadeia por este tão grande mal (Gn 39.14-20). “A punição menor, dada a José, de acordo com os intérpretes judeus, significou que Potifar acreditou em José, mas, a fim de poupar sua esposa de maior embaraço, sacrificou-o, embora por meio de um castigo mais brando do que seria de se esperar”. Sejamos fiéis a Deus custe o que custar (Ap 2.10).

    4 Homem de confiança (Gn 39.20-23). José foi sentenciado a prisão. O trecho do salmo 105.18 indica que os pés de José ficaram presos com grilhões de ferro. No entanto, ele não entrou sozinho lá, o Senhor estava com ele e estendeu sobre a ele a sua graça. Mesmo acusado de tentar violar a esposa do seu patrão, José destaca-se por ser um homem leal ao ponto de ganhar a confiança do carcereiro. A confiança que José conquistou por parte do carcereiro era tão grande que ele outorgou a administração do cárcere ao jovem hebreu. Sejamos homens em quem se pode confiar (Pv 28.20; Tt 2.10). 

    5 Humildade (Gn 41.33-36). Após dois anos na cadeia, José foi chamado por Faraó para interpretar o sonho que este monarca teve. José, quando interpelado por Faraó se tinha a habilidade de interpretar sonhos respondeu humildemente: “Isso não está em mim; Deus dará resposta de paz a Faraó” (Gn 41.16). Após dar a interpretação, José sugere que Faraó escolha um homem sábio e inteligente para ser levantado no Egito como administrador da prosperidade dos sete anos de abundância a fim de que o Egito possa durante os anos de fome tivesse o que comer. José não diz que este homem é ele. No entanto, o imperador egípcio reconheceu que este era o homem que ele estava precisando, por isso o nomeou como governador de todo o Egito (Gn 41.37-46). A humildade está associada a uma consciência de que tudo que temos ou somos vem do Senhor. Provérbios nos exorta a trilhar o caminho da humildade (Pv 15.33; 18.12; 22.4).

    6 Perdoador (Gn 45.1-5). Os sete anos de abundância sobrevieram a terra do Egito como fora predito, e agora, os sete anos de fome começavam a chegar. Segundo o que estava previsto a fome foi tão grave que superou os anos de prosperidade. Ela atingiu não somente o Egito, como também todas as terras (Gn 41.57). , “Não o globo terrestre inteiro, mas a terra conhecida pelo autor do livro de Gênesis, ou seja, o Egito, a Arábia, a Palestina e a Etiópia, as nações que pediriam socorro ao Egito”. É nesse momento que a descendência de Jacó vem ao Egito a fim de pedir socorro a Faraó, sem saber que José era o seu administrador. José reconhece os seus irmãos, beneficia-os e depois de prová-los revela-se como seu irmão e os perdoa por sua maldade (Gn 45.1-5). O perdão é uma característica presente na vida daquele que tem o amor de Deus em seu coração (Mc 11.25; Ef 4.32; Cl 3.13).



     VI. O sofrimento de José nos deixou um legado.


    1. José experimentou a INVEJA que levou ao ódio e desprezo de seus irmãos
    Seus sonhos tornavam-se pesadelos para seus irmãos. Eles se encheram de ódio porque Deus enchia o coração de José de lindos sonhos. José tinha sonhos de sucesso, poder e influência. É verdade que, às vezes, não são as coisas que falamos, mas COMO falamos que causam dor em outras pessoas. Eu não sei como era a postura de um garoto mimado, paparicado pelo pai, vivendo como o “preferido”, o “queridinho”, o “protegido” do papai. Porém, posso imaginar.
    Por ser amado do pai e viver uma vida íntegra (pelo menos no que diz respeito a não praticar as mesmas coisas ruins que seus irmãos praticavam), seus irmãos passaram a ter inveja dele. Em vez de imitar as virtudes de José, desejam destruir José. Quase sempre, quando tentamos viver uma vida de retidão em um mundo e em um “sistema” corrupto, corremos o risco de nos transformarmos em alvo do ódio dos que convivem tranquilamente com a corrupção. Tornamo-nos uma ameaça para eles. Pois nossa vida reta, pode “denunciar” a vida incorreta deles. Quando corruptos à nossa volta pensam que irão ser “descobertos” por causa de nossa retidão, ou acreditam que iremos denunciá-los, impetram uma perseguição contra nós. Geralmente por temerem perder os “privilégios” de seu cargo, poder ou influência; acabam nos perseguindo.
    Sofreu o boicote de seus irmãos que não falavam mais pacificamente com ele (Gn 37:4).
    Sofreu o ódio dos irmãos (Gn 37:4,8).
    Sofreu a traição e a conspiração dos seus irmãos (Gn 37:18).
    Sofreu o desdém dos seus irmãos (Gn 37:19,25).
    TODAVIA, também sofreu, por causa do fato de seu pai “preferir” mais a ele do que os outros irmãos. Quando recebe a túnica, normalmente dada ao filho primogênito e herdeiro, causa grande desconforto ao outros irmãos. Jacó, a exemplo de seu avô e seu pai, também tinha filhos preferidos. O que recebemos de nossos pais é muito importante. Mas, MUITO MAIS importante, é o que decidiremos deixar para as gerações seguintes. Não podemos mudar o passado. Podemos aprender com o passado e fazer algo para mudar o futuro.

    2. José experimentou a dor do ABANDONO ao ser jogado naquele buraco.
    Foi jogado no fundo de um poço. Seus irmãos o abandonaram e o mataram no coração (Gn 37:20-22).Embora não o tivessem matado literalmente, eles o mataram emocionalmente. Também acabaram por “decretar” a morte dele mais tarde ao vendê-lo como escravo.
    Eles taparam os ouvidos ao clamor de José do fundo do poço (Gn 42:21). Ele foi rejeitado por aqueles que mais deviam amá-lo. A Primeira Carta de João 3:15, nos informa que ODIAR é o mesmo que ASSASSINAR!!! Sim! O ódio dos irmãos já era uma forma de assassinar. Fazemos o mesmo quando, movidos por qualquer sentimento ruim (ódio, raiva, rancor, ciúmes, inveja, etc) falamos mal de alguém para alguém. Quando falamos mal de alguém a outros, estamos ASSASSINANDO a pessoa, de quem falamos, no coração da pessoa a quem falamos. José fora “assassinado” por seus irmãos, quando movidos pelo ódio, o lançaram naquele buraco.

    3. José experimentou a dor de sentir-se um objeto DESCARTÁVEL ao ser vendido como escravo
    Foi vendido como escravo pelos seus próprios irmãos (Gn 37:27-28). Foi tratado como mercadoria descartável. Foi arrancado brutalmente do seu lar, dos braços do seu pai, da sua terra. Sua vida foi amassada, sua dignidade foi pisada.
    Foi vítima da mentira criminosa de seus irmãos que levou Jacó a desistir de procurá-lo (Gn 37:31,34). Neste momento, José foi “assassinado” por seus irmãos. Pois um escravo não poderia viver mais do que uns 30 anos de idade. Ao vendê-lo como escravo, eles o riscaram do mapa, da família, do pertencimento. Ele virara NADA.
    Foi vítima de uma consolação falsa de seus irmãos a Jacó - a quem tentaram fazer que esquecesse José (Gn 37:35). Seus gritos, preso àquela jaula numa carroça que o levaria para o Egito, não seriam emudecidas no coração de seus irmãos, para sempre. José sabia que iria morrer muito cedo. Naquele momento, seus irmãos “taparam os ouvidos” aos seus gritos de desespero. A imagem da caravana andando, e a figura de seus irmãos diminuindo, até sumir no horizonte, jamais sairiam do seu coração. Ele fora destituído de: família – sem sentimento de pertencimento; destituído de identidade – um escravo não tem origem e nem futuro; destituído de dignidade – um escravo não tem alma; é apenas um bicho, um burro de carga. Podemos imaginar os irmãos voltando para casa e contando tamanha MENTIRA para seu pai? Uma família de mentirosos. Abraão mentiu. Isaque mentiu. Jacó mentiu. Agora seus filhos estavam mentindo também. Que horror fazer parte de tal família. Todavia, aqueles jovens tiveram que conviver com suas consciências doloridas por pelo menos 20 longos anos.

    4. José experimentou a DOR de viver como um INDIGENTE, sem identidade.
    Experimentou a dor de viver como um “zé-ninguém”, um indigente, sem nome, sem origem, sem alma. Agora é um adolescente amado pelo pai, traído pelos irmãos, vendido como escravo para um país estrangeiro. Sentiu-se menos do que gente, objeto, mercadoria. Se não fossem seus sonhos, ficaria marcado para o resto da vida. Foi para o Egito sem nome, sem honra, sem dignidade pessoal, sem direitos, sem raízes. No Egito é revendido. É colocado no balcão, na vitrine. É apenas mão-de-obra, máquina de serviço, mercadoria humana.
    Acredito que, somente os sonhos que tinha lhe davam forças para servir a quem quer que fosse, em qualquer que fosse a condição, com excelência e dedicação honesta.
    É impressionante o fato de que José fez, qualquer serviço, extremamente bem feito. Não importando onde ou em que condições se encontrava. O que será que movia este jovem a ser e se comportar assim? SEUS SONHOS; bem provavelmente. Quando temos um sonho, dado por Deus, indubitavelmente ele será realizado. Não importando as circunstancias.

    5. José experimentou a luta contra a SEDUÇÃO sexual
    Poderia ter várias razões para justificar a sua queda moral:
    a) Ele era um adolescente (Gn 39:2) – Os psicólogos diriam: esse é o tempo da autoafirmação. Os médicos diriam: esse é o tempo da explosão dos hormônios. Os jovens diriam: ele precisa provar que é homem. Ele poderia dizer: o apelo foi irresistível. Mas, incrivelmente fugiu.
    b) Ele era forte e bonito (Gn 39:6) – Ele era um jovem belo, inteligente, meigo, personalidade de líder. Certamente era um jovem extremamente atraente, que podia provocar suspiros nas mulheres. Mas aquela mulher era casada!!!
    c)Ele estava longe da família (Gn 39:1) – Não tinha ninguém por perto para vigiá-lo. Parece-me que, a constante consciência da constante presença do Senhor em sua vida, era suficiente vigilância para o caráter e comportamento daquele jovem.
    d)Ele era escravo (Gn 39:1) – Afinal de contas era a sua própria patroa que o seduzia. Ele podia pensar: “um escravo só tem que obedecer”. Até que ponto devemos obedecer a quem nos paga o salário. Vale mais o emprego e a grana para pagar as contas do que nossa dignidade? E nosso compromisso com o Senhor, até que pontos é absoluta? Há coisas negociáveis em nossa vida? Que valores direcionam nosso comportamento, atitudes e decisões. Uma situação de desespero, depressão ou abandono, justificaria uma aventura extraconjugal? Poderia ter uma experiência sexual fora do meu casamento e não ter minha santidade, honestidade, fidelidade e caráter afetados? Se eu “ajoelhar” diante da estátua de Nabucodonosor, poderei garantir a permanência no emprego. Mas, serei digno à vida eterna? Ainda terei “autoridade” ministerial? Quais são os VALORES que direcionam minha existência??? E a sua?
    e)Ele foi tentado diariamente (Gn 39:7,10) – Não foi ele quem procurou. Foi a mulher que lhe disse todos os dias: “Deita-te comigo”. O fato de não procurarmos pelo pecado, mas sim ele nos procurar diariamente, até nos cansar, JUSTIFICARIA nosso sim ao pecado? Poderemos justificar nossa queda pela insistência do pecado em bater à nossa porta? Lutero disse que não podemos impedir os passarinhos de voarem sobre a nossa cabeça; mas podemos impedi-los de fazer ninhos em nossa cabeça.
    f)Ele foi agarrado (Gn 39:11-12) – Ele podia dizer: “Eu fiz o que estava em meu alcance. Se eu não cedesse, o escândalo seria maior”. É verdade que às vezes somos colocados em situações extremamente constrangedoras. Muitas vezes, andamos demasiadamente perto do abismo. Será que se andarmos mais longe da “beiradinha” não estaremos um pouco mais seguros? Se andarmos mais longe da beirada, correremos MENOS risco de “escorregar” e cair no buraco. Não acha? Não é melhor fugir, mesmo com ou sem provas a nosso favor, e confiarmos na JUSTIÇA divina, se verdadeiramente, “armaram” contra você?
    Parece que foi assim com José. Preferiu estar na prisão com a consciência limpa, do que estar em liberdade na cama da patroa com a consciência culpada. Ele perdeu a liberdade, mas não a dignidade. Ele resistiu o pecado até o sangue. Acredito que José manteve-se firme por entender: a presença de Deus na sua vida (Gn 39:2-3) e a bênção de Deus em sua vida (Gn 39:5). Também por entender que o adultério é maldade contra o cônjuge traído (Gn 39:9); um grave pecado contra Deus (Gn 39:9). Esse moço era crente e não havia um ser-humano capaz de testemunhar em favor dele.

    6. José experimentou a dor da DEMORA de Deus
    Foi injustiçado na sua casa. Seus irmãos o venderam como escravo.
    Foi injustiçado no seu trabalho. O seu patrão não era um homem, nem justo nem sábio. Tanto gostava de José que não fez nada para ouvir outras pessoas; buscar garantias ou provas. Simplesmente, depois de tudo que fizera em favor de seu patrão, foi jogado numa cadeia. Isso foi que ele ganhou por ser honesto e santo. Valeria apena ser honesto e santo?
    Foi injustiçado na prisão. Esqueceram-se das promessas que lhe haviam feito. Muitas vezes, isso acontece. Os que sofrem conosco nos esquecem quando a vida deles está numa boa. Já aconteceu com você? Você já ajudou pessoas, orou com elas, chorou com elas, lutou por elas e, de-repente, de uma hora para outra, elas viram as costas para você? E quando, ainda, decidem fazer o mal contra você?
    Passaram-se 13 anos até que ele fosse recompensado. Ele tinha 17 anos quando for a vendido. Agora, aos 30 anos de idade consegue sair da prisão. E, incrivelmente, jamais volta para a casa dos pais. A dor guardada no coração o impossibilita de voltar às terras de seu pai. Que grande dor foi aquela que, depois de livre, exaltado, rico, importante e poderoso, IMPEDIU-O de ir visitar seu pai, de quem ele tanto tinha saudades?
    Você pode imaginar o que significa viver em fidelidade, tanto tempo, até Deus reverter a situação? Poucas pessoas no mundo tem esta capacidade. Não é mesmo? Creio que o que mantinha a força e a esperança dele, era a convicção da presença do Senhor. A presença era real, embora não vista. Era constante, embora nem sempre sentida. Haveria de ser uma presença restauradora, mesmo naqueles momentos em que não se podia sentir tal restauração. Deus tinha um plano perfeito, mesmo que até este ponto ele não conseguia entender. Mas entenderia um dia.
    Podemos ter certeza absoluta de que Deus está no controle. Ele está vendo o fim da história. Ele vai tecendo os fios da história de acordo com o seu sábio propósito. Os dramas da nossa vida não apanham Deus de surpresa. Os imprevistos dos homens não frustram os desígnios de Deus. Deus já havia anunciado a Abraão que sua descendência estaria no Egito. Deus estava usando o infortúnio, para cumprir os seus gloriosos propósitos. Deus jamais desampara os que confiam NELE. Ele não nos poupa dos problemas, mas caminha conosco nos problemas. Não é assim que a Bíblia diz: “Quando passamos pelo vale da sombra da morte, Ele vai conosco”? Quando passamos pelas ondas, rios, fogo, Ele vai conosco? Quando os amigos de Daniel estavam na fornalha, o quarto homem estava com eles? Não foi esta a promessa do Senhor Jesus, ao prometer estar conosco, sempre, todos os dias da nossa vida, até a consumação dos séculos? Que DEMORA anula a promessa de Deus? Que DEMORA destrói a promessa de Deus? Que DEMORA nos autoriza a parar de crer e agir como um pecador qualquer? Que DEMORA pode nos convidar ao abandono de nossa fé?
    É impressionante, para mim, o fato de José ser um escravo e trabalhar bem. Dando o melhor de si, seja para quem fosse, merecedor ou não. José me ensina que não há qualquer justificativa, que me autorize a fazer um serviço porco ou de má vontade. Mesmo quando meu patrão não for bom, meu pai ser ausente ou meu professor ser um chato. Faça o que fizer, para quem quer que seja, faça-o para o Senhor. Pois DELE (não dos homens) receberá a devida recompensa. Perguntaram a Madre Tereza de Calcutá: “Como a senhora consegue viver e trabalhar, no meio de gente tão doente e fedorenta, sempre com esta mansidão e alegria?”. Ela respondeu que não trabalhava para pessoas e sim para Jesus. Explicou que sempre via nos olhos daquela gente sofredora, os olhos de Jesus. Assim fazia o que fazia para Jesus e não para pessoas. Noutro dia, um texano trilhonário, dono de poços de petróleo, teria dito para ela: “Eu não faria este seu trabalho por dinheiro nenhum no mundo!” Para o que ela teria respondido: “Eu também não!!!”

    7. José experimentou a HUMILHAÇÃO por ser fiel
    Foi humilhado em sua família -seus irmãos o venderam como escravo, ou seja, o “assassinaram”. Há médio prazo, ele estaria morto.
    Foi humilhado pela patroa - mulher vil e maldosa, que se vinga dele por que não conseguiu o que desejava.
    Foi humilhado pelo copeiro de Faraó na prisão - esquecido por quem ajudara e de quem recebera promessas.
    Foi humilhado durante treze anos por não transigir com os absolutos de Deus na sua vida. Treze anos de prisão e escravidão, sem jamais deixar de ser fiel aos valores morais e religiosos. Pode a dor, o abandono, o desprezo, a indiferença ou a humilhação, autorizar nosso abandono dos valores divinos e bíblicos, nas pisadas no chão nossa existência cotidiana? Você já ouviu a expressão: “Isto é muita humilhação! Ninguém aguenta, né?” Haverá tamanha humilhação em nossa vida que possa justificar nossa infidelidade ao Senhor, ou a outras pessoas? Vamos ser sinceros: José bem que seria compreendido se tivesse caído, não é mesmo? Mas, por alguma razão, este jovem mantinha uma lembrança constante da presença de Deus em sua vida. De alguma maneira, acredito, que este moço, apesar das dores, sofrimentos, abandonos e perda do sentimento de pertencimento familiar, étnico e cultural, NÃO PERDERA seu sentimento de pertencimento a um Deus invisível e intensamente presente em sua consciência e coração. A impressão que tenho (leia Atos 7) é que o Senhor lhe dava uma consolação em seus problemas, pelo simples fato de acreditar que Deus estava com ele. Que Deus lhe dava libertação de seus problemas. Deus não o livrou de ter problemas, mas livrou-o de ser engolido pelos problemas. De certa maneira, dia-a-dia, o Senhor lhe dava uma promoção depois de seus problemas. Ele era exaltado depois de ser provado e humilhado. Deus o livrou de todas as suas aflições. Não é assim a vida crista? Parece-me que a vida cristã não é ausência de aflição, mas livramento nas aflições. O que entendo é que, de alguma maneira, o Senhor Deus lhe dava graça a sabedoria para entender o que ninguém entendia. Para ver o que ninguém via. Para discernir o que ninguém compreendia. Para trazer soluções a problemas que ninguém previa. Não sei quanto José podia entender, claramente, que o Senhor Deus o estava abençoando e lhe fazendo instrumento de bênção para os outros. Até aqui, não posso acreditar que José tinha uma clara noção de que Deus estava usando seus irmãos para colocá-lo no caminho da providência. E usaria José para salvar a vida dos seus irmãos. Somente depois que José PERDOA seus irmãos é que consegue perceber a trajetória escrita por Deus para sua vida. Não pelas circunstancias ocasionais da vida, ou mesmo pelo ódio de seus irmãos. Nós podemos aprender, saber e crer, que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. José foi o instrumento que Deus levantou para salvar o mundo da fome e da morte. Seu pai, Jacó, vai fazer uma impressionante declaração (Gênesis 49:22, Jacó sintetizou a bênção de Deus sobre José) dizendo: “José é ramo frutífero junto à fonte, ramo que se estende sobre os muros”.

    8. José decide perdoar os seus irmãos em vez de vingá-los
    Resolveu pagar o mal com o bem. Perdoar é restaurar, é cancelar a dívida, é não cobrar mais. É deixar o outro livre e ficar livre. Perdoar é oferecer ao ofensor o seu melhor. O perdão oferece cura para os ofensores e ofendidos.
    O processo do perdão não foi algo fácil na vida de José. Ele era de carne e osso. Esteve ferido, magoado e machucado por mais de 15 ou 20 anos. Quando podia, não desejou voltar à casa de seu pai. Preferira ficar longe de seus irmãos. Longe dos lugares que poderiam lhe trazer terríveis lembranças.
    Por vários anos, pensou que não frequentar determinados lugares, poderia curá-lo das dores provenientes de pessoas que frequentavam aqueles lugares.
    Era um escravo da geografia de outras pessoas: “não pisarei no mesmo lugar que eles pisam”. Você é assim? Não vai mais naquela Igreja, porque um dia alguém lhe humilhou, machucou ou feriu ali? Você anda por este mundo assim? Determinando lugares bons e ruins, onde você coloca ou não coloca seus pés? Seu filho, frequentemente, lhe pede para ir naquele antigo lugar, de onde tens terríveis recordações? Deveria você abandonar certas geografias que são boas em si mesmas só por causa de certos “desclassificados” que insistem em ir naquele lugar? Quem é livre? Que é escravo?
    Aprendi que não há lugar no mundo que possa impedir meus pés de lá pisar, seu desejar ir lá, só por causa de outros pés imundos, fétidos ou indignos que por lá também andam pisando.
    Seu perdão foi percebido porque ele deu várias provas do mesmo: deu a melhor terra do Egito para os seus irmãos (Gn 45:18,20), sustenta seus irmãos e seu pai (Gn 47:11,12) e pagou o mal com o bem (Gn 50:19-21).
    É muito difícil perdoar. Ao fazê-lo, declaramos que nosso “devedor” não nos deve mais nada. Quem perdoa PAGA A CONTA. Foi por isso que o Senhor pôde nos perdoar: Ele PAGOU a conta que era nossa!!! Quem perdoa LIBERTA a pessoa das grades da prisão que fica bem dentro do nosso coração. Por isso, não adianta abandonar geografias no planeta se você carrega nas jaulas de seu coração as pessoas que não pode perdoar. Deixar de ir ali pertinho ou lá longe não alivia seu coração. O que traz alívio, libertação, cura e paz, é ABRIR as portas das cadeias de seu coração e DEIXAR ir, sem mais nem menos, os que você trancou em seu coração. Não desperdice a energia de vida, que o Senhor lhe deu para viver, “CARREGANDO” estas pessoas dentro deu seu coração. O peso delas dentro de você, lhe trará tristeza, dor, doenças e morte! LIBERTE-SE, LIBERTANDO-AS do seu coração. Por que viver com pessoas que não lhe fazem bem, na “sala de visitas” de seu coração? Abra a porta e convide-as para saírem, AGORA, JÁ!!! É melhor que elas saiam, sem lhe “pagar” pelo que fizeram, e você viver livre, leve e solto, do que se transformar num cobrador enfermo, triste e sem forças para curtir a linda vida que Deus tem para você!!!

    9. José foi INJUSTIÇADO pelos seus irmãos, mas COMPREENDEU que eles estavam sendo apenas instrumentos da providência divina em sua vida
    É impressionante que, a interpretação dos fatos da vida, foi profundamente e radicalmente MUDADA quando José perdoa seus irmãos. Antes de perdoa-los, analisava a vida desde o lado de baixo da existência: fui traído, abandonado, vendido como escravo, injustiçado e humilhado. Depois que consegue perdoar, passa a interpretar os fatos de sua existência do “lado de cima”. Ou seja, desde a perspectiva de Deus e não do homem. Ele percebe que TUDO que lhe aconteceu era uma providência de Deus. Mesmo a inveja, o ódio, a indiferença, o esquecimento, a escravidão e a cadeia, eram passos e estratégias do Senhor para leva-lo ao lugar certo, ao ponto certo e na hora exata. Afim de que ele pudesse ser transformado no Salvador de seu povo - Gênesis 45:5 - “Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haverdes vendido para aqui; porque, para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós”, Gênesis 45:8 -“Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, e sim Deus, que me pôs por pai de Faraó, e senhor de toda a sua casa, e como governador em toda a terra do Egito”, Gênesis 50:20 – “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida”.
    Quando olho para meu passado e vejo que duas vezes fomos despejados de casa com os móveis nas ruas. Uma infância sem relacionamento com meu pai. Lembro das mentiras, jogatinas nos cavalos e no abandono de nossa casa por causa de outras mulheres. Meu pai me fez vender uma grade de ferro para o portão de casa, que eu paguei em oito prestações, para arrumar grana par ir embora com outra mulher. Quando lembro que tentei enfiar uma faca nas costas deles. Quando lembro de minha conversão e de como me reconciliei com meu pai e nos tornamos grandes amigos. Quando me lembro do enterro dele, quando preguei o evangelho à família de meu pai (islâmicos). Quando lembro de ter ajudado, por alguns anos, a “outra” mulher de meu pai, a sobreviver - era uma pobre mulher, só no mundo. Quando lembro dos primeiros dias no Evangelho e dos ensinos de meu primeiro Pastor – Edison Queiroz. Quando lembro dos anos no seminário teológico. Quando lembro de meu primeiro pastorado, da primeira cerimônia de casamento -lembro que além dos noivos, com os nervos a flor da pele, eu também estava tremendo de medo de errar. Quando lembro, dos 12 anos trabalhando entre travestis, prostitutas, meninos de rua e detentos. Quando lembro, da honra de ter sido um aprendiz do Pastor Paschoal Piragine na Pib de Curitiba. Quando lembro da PIB de Boston, onde tive a honra de ser pastor. Quando lembro que em 2011 havia desistido de ser Pastor, por me sentir fracassado e por desacreditar absolutamente de pessoas cristãs. Quando lembro de sentar-me à mesa com minha mulher, filhos, genro e netos e ouvir um apelo para deixar esta “doideira” de ser pastor e chegar à conclusão de que não valia mesmo apena. Quando me lembro da graça com que Deus agiu na nossa restauração.

    Hoje ainda posso ver o Senhor trabalhando, preparando-me. Não sei para que ainda. Mas tenho uma profunda convicção que a vida não terminou. De que uma NOVA ETAPA chegará. Precisei aprender a perdoar e MUITO MAIS VEZES a PEDIR PERDÃO, se desejar seguir vendo a vida desde o ponto de vista do andar de cima.
    Assim é que, da vida de José aprendemos que a vida é uma espécie de “sobe-e-desce”. Nem sempre o sobe e desce da vida é uma indicação de uma falha ou fracasso. Muitas vezes é um caminho “estranho”, aos nossos olhos, mas absolutamente sábios aos olhos do Senhor. Sempre nos conduzindo pelo melhor caminho (segundo as avaliações e planos do Senhor), obrigando-nos (nem sempre gentilmente) a alcançarmos os lugares altos. Não para sermos maiores, senão para sermos os “salvadores”, exatamente daqueles que nos feriram um dia. Por isso, se pode dizer que a vida de José foi tecida e entretecida pelas marcas da exaltação e humilhação. Altos e baixos. Não é, de certa forma a nossa vida algo parecido também? Luz e sombras, alegrias e choro, festa e luto, saúde e doença, perdas e ganhos, celebração e lamento, dias claros e dias tenebrosos, esperança e medo, alívio e dor, até que a imagem de Cristo seja formada em nós?
    Também aprendemos, com José, que o plano de Deus é perfeito. Ele já nos destinou para a glória. Não importa quão estreito seja o caminho, quão cheio de espinhos seja a estrada, ou quão furiosos sejam os inimigos que nos espreitam. Nossa chegada é certa e nossa vitória é segura. Podemos estar certos de que os infortúnios humanos não frustram os planos divinos. Portanto, estejamos preparados para mudanças circunstanciais na vida. Não importa o que nos aconteça, não poderemos negociar os valores absolutos, mesmo quando as provas forem terrivelmente opressoras. Se esforce e confie em Deus, quando as coisas estiverem no seu pior estágio. Espere e confie. A tempestade vai passar. O sol vai voltar a brilhar. Jamais deixe de acreditar que o Senhor tem grandes propósitos em vista na sua vida. Sua história ainda não acabou.
    Olhe só o que aconteceu a José: foi vendido como escravo; Deus o abençoou e ele foi promovido a um cargo de confiança, na casa de um importante oficial do faraó e capitão da guarda; foi falsamente acusado de estupro; Deus o abençoou e ele conheceu pessoas muito influentes na prisão. Depois, quando o Egito foi afligido por sete anos de seca; Deus utilizou esse tempo para confirmar a habilidade que José tinha para lidar com dificuldades.
    Não é esta, sem dúvida nenhuma, uma das mais belas histórias do Antigo Testamento? Olhe só: José, por seu ato de PERDÃO foi quem abriu o caminho para que Israel fosse morar no Egito, onde se transformou em uma poderosa nação.


    VII. Conclusão.

    O livro de Gênesis é encerrado, aparentemente, com uma nota de condolência: “Morreu José da idade de cento e dez anos; embalsamaram-no e o puseram num caixão no Egito” (Gn 50.26).

    Nessas palavras, todavia, não temos nenhum informe fúnebre. Temos, sim, o epílogo triunfal de um homem que, dando-se ao seu povo, entregou-se para livrar o mundo de uma fome severa e sem precedentes. Embora levado ao Egito como escravo, de lá saiu triunfalmente nos ombros daqueles que ajudou a salvar. Sem ele, não haveria as condições necessárias para a atuação de Moisés, Arão e Josué.

    Enfim, ele preparou o terreno para o êxodo hebreu. Após a sua morte, teve o corpo embalsamado, mas não foi transformado numa múmia como aquele Faraó que, nos dias de Moisés, perseguiu e escravizou os filhos de Israel.

    José foi um herói da fé. Quer escravo, quer senhor, o seu exemplo continua a inspirar gerações. Ele jamais deixou de ser contemporâneo de nossos meninos, adolescentes e jovens. Íntegro e fiel, ergue-se, nestes dias de escândalos e corrupções, como paradigma de um administrador que, de fato, se preocupou com o bem comum.

    Que a sua história leve-nos a um compromisso mais sério com o Deus de Israel.

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