domingo, 9 de janeiro de 2022

Série: o antes durantes e depois do dilúvio -1

 Por: Jânio Santos de Oliveira

 

 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra

Pastor Presidente: Eliseu Cadena

 

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 Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com

 

 Meus amados e queridos irmãos em cristo Jesus, a PAZ DO SENHOR! 










Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra nos textos de Gênesis 6.1-22 que nos diz: 


1 E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas,

2 Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram.

3 Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos.

4 Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama.

5 E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.

6 Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração.

7 E disse o Senhor: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito.

8 Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor.

9 Estas são as gerações de Noé. Noé era homem justo e perfeito em suas gerações; Noé andava com Deus.

10 E gerou Noé três filhos: Sem, Cão e Jafé.

11 A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência.

12 E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra.

13 Então disse Deus a Noé: O fim de toda a carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra.

14 Faze para ti uma arca da madeira de gofer; farás compartimentos na arca e a betumarás por dentro e por fora com betume.

15 E desta maneira a farás: De trezentos côvados o comprimento da arca, e de cinqüenta côvados a sua largura, e de trinta côvados a sua altura.

16 Farás na arca uma janela, e de um côvado a acabarás em cima; e a porta da arca porás ao seu lado; far-lhe-ás andares, baixo, segundo e terceiro.

17 Porque eis que eu trago um dilúvio de águas sobre a terra, para desfazer toda a carne em que há espírito de vida debaixo dos céus; tudo o que há na terra expirará.

18 Mas contigo estabelecerei a minha aliança; e entrarás na arca, tu e os teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos contigo.

19 E de tudo o que vive, de toda a carne, dois de cada espécie, farás entrar na arca, para os conservar vivos contigo; macho e fêmea serão.

20 Das aves conforme a sua espécie, e dos animais conforme a sua espécie, de todo o réptil da terra conforme a sua espécie, dois de cada espécie virão a ti, para os conservar em vida.

21 E leva contigo de toda a comida que se come e ajunta-a para ti; e te será para mantimento, a ti e a eles.

22 Assim fez Noé; conforme a tudo o que Deus lhe mandou, assim o fez.






 Resumo da matéria

Visão geral sobre as eras: antes, durantes e pós diluviana

II. Os antecedentes do dilúvio

 III. O período do dilúvio

 IV Período pós dilúvio

V. As lições sobre a Arca de Noé

 

Estamos de volta, desta feita trazendo um estudo completo sobre o período que se reporta às eras: antes, durantes e pós diluviana.

Estaremos mostrando como foi este período sombrio da história da humanidade. Iremos focar nesta matéria os quatro capítulos do Livro do Gênesis (7-10).

Na conclusão do estudo mostraremos as lições que podemos aprender sobre a Arca de Noé. Para você que ama a Palavra de Deus, acompanhe comigo.


I. Visão geral sobre as eras: antes, durantes e pós diluviana

 

Quem, afinal, são os “Filhos de Deus”?

A interpretação dos versículos 1 a 8 depende da definição de três termos-chave: “os filhos de Deus” (2 e 4), “as filhas dos homens” (2 e 4), e os “nefilins” (4). Existem três interpretações principais destes termos que tentarei descrever, começando por aquela que, a meu ver, é a menos provável, e terminando com a que me parece mais satisfatória.

 

 1. A União dos Ímpios Descendentes de Caim com os Piedosos Descendentes de Sete

Segundo quem defende este ponto de vista, “os filhos de Deus” são os homens piedosos da linhagem de Sete. As “filhas dos homens”, as filhas dos ímpios cainitas. E os “nefilins”, os homens ímpios e violentos resultantes dessa união pecaminosa.

 

O principal fundamento para essa interpretação é o contexto dos capítulos 4 e 5. O capítulo quatro descreve a ímpia geração de Caim, enquanto no capítulo cinco vemos a piedosa linhagem de Sete. Em Israel, a separação era uma parte vital da responsabilidade religiosa daqueles que verdadeiramente adoravam a Deus. O acontecimento do capítulo seis foi uma transgressão dessa separação que ameaçou a descendência piedosa da qual devia nascer o Messias. Essa transgressão foi a causa do dilúvio que viria a seguir. O mundo ímpio foi destruído e o justo Noé e sua família, por meio de quem seria cumprida a promessa de Gênesis 3:15, foram preservados.

 

Embora esta interpretação tenha a característica louvável de explicar a passagem sem criar problemas doutrinários ou teológicos, o que ela oferece em termos de ortodoxia é feito às expensas de uma prática exegética aceitável.

 

Em primeiro lugar, as definições dadas por essa interpretação não emergem do texto ou mesmo se adaptam a ele. Em lugar algum os descendentes de Sete são chamados de “os filhos de Deus”.

 

O contraste entre a linhagem piedosa de Sete e a linhagem ímpia de Caim talvez seja enfatizado demais. Não tenho absoluta certeza de que a linhagem de Sete, como um todo, tenha sido piedosa. Enquanto todos os descendentes da linhagem de Caim parecem ter sido ímpios, só um punhado dos descendentes de Sete são chamados de piedosos. O ponto que Moisés deseja ressaltar no capítulo cinco é que Deus preservou um remanescente justo pelo qual Suas promessas a Adão e Eva seriam cumpridas. Tem-se a distinta impressão de que bem poucas pessoas temiam a Deus naqueles dias ( 6:5-7, 12). Aparentemente, só Noé e sua família podiam ser chamados de justos na época do dilúvio. Teria Deus deixado de salvar algum justo?

 

Além disso, “as filhas dos homens” dificilmente poderiam se limitar somente às filhas dos cainitas. No versículo um Moisés escreveu: “como se foram multiplicando os homens na terra, e lhes nasceram filhas” (Gn 6:1).

 

É difícil concluir que os “homens” aqui não sejam os homens em geral ou a raça humana. Segue-se que a referência às suas “filhas” seria igualmente geral. Deduzir que as “filhas dos homens” no versículo dois seja algo diferente, um grupo mais restrito, é ignorar o contexto da passagem.

 

Por estas e outras razões, devo concluir que esta posição é exegeticamente inaceitável. Embora cumpra os requisitos da ortodoxia, ela não se submete às leis da interpretação.

 

 

Aquelas mulheres tinham esperança de ser a mãe do Salvador. Quem seria o pai mais provável dessa criança? Não seria um “valente de renome”, que também podia se gabar de imortalidade? Alguns descendentes piedosos de Sete viveram quase 1000 anos, mas os nefilins não morreriam se fossem anjos. E assim começou uma nova raça.

 

Será que Deus Muda de Ideia?

Enquanto os versículos 1 a 4 ressaltam a invasão dos anjos no início de uma nova super-raça, os versículos 5 a 7 servem para informar que a humanidade em geral merecia a intervenção destrutiva de Deus na história — o dilúvio.  No entanto, é aqui que encontramos um problema muito sério, pois quase parece que Deus muda de ideia, como se a criação do homem fosse um erro colossal da Sua parte. Vamos tratar, então, da questão: “Será que Deus muda de ideia?” Vários fatores precisam ser considerados.

 

Primeiro, Deus é imutável, Ele não muda em Sua pessoa, em Sua perfeição, em Seus propósitos e em Suas promessas.

Deus não é homem para que minta, e nem filho de homem para que se arrependa. Porventura tendo ele prometido não o fará, ou tendo ele falado, não o cumprirá? (Nm 23:19)

 

Também a glória de Israel não mente, nem se arrepende, porquanto não é homem, para que se arrependa. (1 Sm. 15:29; Sl 33:11, 102:26-28, Hb 1:11-12, Ml 3:6, Rm 11:29, Hb 13:8 ; Tg 1:17).

 

Existem passagens nas quais “parece” que Deus muda de ideia.

Disse mais o Senhor a Moisés: Tenho visto este povo, e eis que é povo de dura cerviz. Agora, pois, deixa-me, para que se acenda contra eles o meu furor, e eu os consuma; e de ti farei uma grande nação... Então, se arrependeu o Senhor do mal que dissera havia de fazer ao povo. (Êx 32:9-10, 14)

 

Viu Deus o que fizerem, como se converteram do seu mal caminho e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez. (Jn 3:10)

 

Então o Senhor se arrependeu disso. Não acontecerá, disse o Senhor... E o Senhor se arrependeu disso. Também não acontecerá, disse o Senhor Deus. (Am 7:3, 6)

 

Nos casos onde Deus “parece” mudar de ideia, uma ou mais das seguintes considerações pode ser aplicada:

a) A expressão “Deus se arrependeu” é um antropomorfismo, ou seja, uma descrição de Deus que assemelha Suas ações às ações do homem. De outra forma, como o homem poderia entender o pensamento de Deus? O “mudar de ideia” de Deus pode ser apenas a maneira de ver da perspectiva do homem. Em ambos os textos, de Gênesis 22 ( v 2, 11-12) e de Êxodo 32, o que Deus propôs foi uma prova. Nos dois casos, Seu propósito eterno não mudou.

 

b) Nos casos em que tanto julgamento quanto bênção são prometidos, pode haver uma condição implícita ou explícita. A mensagem pregada por Jonas aos ninivitas é um deles:

 

Começou Jonas a percorrer a cidade de caminho dum dia, e pregava, e dizia: Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida. Os ninivitas creram em Deus e proclamaram um jejum, e vestiram-se de pano de saco, desde o maior até o menor. Chegou esta notícia ao rei de Nínive: ele levantou-se do seu trono, tirou de si as vestes reais. cobriu-se de pano de saco e assentou-se sobre a cinza. E fez-se proclamar e divulgar em Nínive: Por mandato do rei e seus grandes, nem homens, nem animais, nem bois, nem ovelhas provem coisa alguma, nem, os levem ao pasto, nem bebam água; mas, sejam cobertos de pano de saco, tanto os homens como os animais, e clamarão fortemente a Deus; e se converterão, cada um do seu mau caminho e da violência que há nas suas mãos. Quem sabe se voltará Deus, e se arrependerá, e se apartará do furor da sua ira, de sorte que não pereçamos? (Jn 3:4-9)

 

O que era desejado pelos ninivitas, para Jonas era um fato. Eles clamaram por misericórdia e perdão, no caso de Deus poder ouvir e perdoar. Quando eles se arrependeram e Deus demonstrou compaixão, Jonas ficou louco de raiva:

 

Com isso, desgostou-se Jonas extremamente e ficou irado. E orou ao Senhor e disse: Não foi isso o que eu disse, estando ainda na minha terra? Por isso, me adiantei, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus clemente, e misericordioso, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e que se arrepende do mal. (Jn 4:1-2)

 

Jonas sabia que Deus era amoroso e clemente. A mensagem pregada por ele indicava uma exceção. Se os ninivitas se arrependessem, Deus os perdoaria. Foi sobre isso que Jeremias escreveu, dizendo:

 

No momento em que eu falar acerca de uma nação de ou de um reino para o arrancar, derribar e destruir, se tal nação se converter da maldade contra a qual eu falei, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe. E, no momento em que eu falar acerca de uma nação ou de um reino, para o edificar e plantar, se ele fizer o que é mal perante mim e não der ouvidos à minha voz, então, me arrependerei do bem que houvera dito lhe faria. (Jr 18:7-10)

 

c) Embora o decreto de Deus não possa ser alterado, precisamos admitir que Ele é livre para agir como quiser. E, embora Seu roteiro possa mudar, Seus propósitos não mudam, “porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” (Rm 11:29).

 

Deus prometeu levar Seu povo à terra de Canaã. Devido à sua incredulidade, a primeira geração não tomou posse da terra, mas a segunda sim. Quando Jesus veio, Ele Se ofereceu a Israel como o Messias. A rejeição de Israel tornou possível oferecer o evangelho aos gentios. Apesar disso, quando os propósitos de Deus para os gentios forem cumpridos, Deus derramará Sua graça e salvação novamente sobre os judeus. O roteiro de Deus pode mudar, mas não Seus propósitos ( Rm 9-11).

 

d) Ainda que a vontade de Deus (Seu decreto) não possa mudar e não mude, Ele é livre para mudar Suas emoções. Gênesis 6:6-7 descreve a reação de Deus ao pecado humano. Pesar é a resposta de amor ao pecado. Deus não é estóico; Ele é uma pessoa que Se regozija na salvação do homem e em sua obediência, e que Se aflige diante da incredulidade e da desobediência. Embora o propósito de Deus para a raça humana não mude, Sua atitude muda. Com certeza, um Deus Santo deve se sentir diferente com relação ao pecado e com relação à obediência. Esse é o ponto dos versículos seis e sete. Deus é afligido pelo pecado do homem e suas consequências. No entanto, Ele cumprirá Seus propósitos independentemente disso. Embora tal circunstância tenha sido decretada desde a eternidade pretérita, Deus jamais poderia se regojizar nela, só lamentar a maldade e a obstinação do homem.

 

Uma ilustração semelhante é a reação emocional de nosso Senhor no Jardim do Getsêmani ( Mt 26:36 e ss). Desde a eternidade pretérita Ele tinha Se proposto a ir à cruz para comprar a salvação do homem. No entanto, quando o momento da Sua agonia se aproximou, Ele teve medo. Seu propósito não mudou, mas Suas emoções, sim.

 

O Significado desta Passagem para o Israel Antigo

Para os antigos israelitas esta passagem ensinou diversas lições valiosas. Primeiro, ela lhes deu uma explicação adequada para o dilúvio. Podemos entender que aquela super-raça tinha de ser eliminada. O dilúvio não foi apenas uma forma de Deus julgar os homens pecaminosos, mas também de cumprir Sua promessa de trazer salvação pelo descendente da mulher. Se o relacionamento entre anjos e homens não tivesse sido interrompido, o remanescente piedoso teria deixado de existir (humanamente falando). Segundo, a passagem ilustrou o que Deus tinha dito à serpente, Adão e Eva: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente” (Gn 3:15a).

 

Israel não ousou esquecer que havia uma intensa batalha sendo travada, não só entre os descendentes de Caim e Sete, mas entre Satanás e o descendente da mulher. Embora nós estejamos acostumados a tal ênfase no Novo Testamento, os antigos tinham poucas referências diretas a Satanás ou a seus assistentes demoníacos ( Gn 3, Dt 32:17, 1 Cr 21:1, Jó 1 e 2, Sl 106:37, Dn 10:13, Zc 3:1-2). Esta passagem seria uma vívida lembrança da exatidão da Palavra de Deus.

 

Terceiro, a passagem ressaltou a importância de Israel manter sua pureza racial e espiritual. O remanescente crente em Deus tinha de ser preservado. Quando os homens deixaram de perceber a importância disso, Deus teve de julgá-los com rigor. Quando a nação entrasse na terra de Canaã, poucas lições seriam mais importantes do que a necessidade de separação.

 

O Significado de Gênesis 6 para os Cristãos Atuais

Muito embora o Novo Testamento tenha muito mais a dizer sobre as atividades de Satanás e seus demônios, poucos de nós parecem levar a sério a nossa luta espiritual. Nós realmente acreditamos que a igreja consegue operar somente com o esforço e a sabedoria humana, ou com uma ajudazinha de Deus. Muitas vezes tentamos viver a vida espiritual no poder da carne. Dizemos às pessoas para fazer uma nova dedicação da sua vida e redobrar seus esforços, mas deixamos de lhes dizer que a nossa única força é aquela que Deus nos dá.

 

Hoje, a batalha travada entre os filhos de Satanás e os filhos de Deus (no sentido do Novo Testamento — João 1:12, Romanos 8:14, 19) é muito mais intensa do que foi nos tempos antigos. O destino de Satanás está selado e seus dias estão contados ( Mt 8:29). Vamos, pois, nos revestir da armadura espiritual de Deus para a luta espiritual de que somos parte (Ef 6:10-20).

 

Em segundo lugar, precisamos entender que Satanás ainda hoje nos ataca com os mesmos instrumentos. Não conheço nenhum caso de seres angélicos caídos invadindo a terra em forma humana para promover a causa de Satanás em nossos dias. No entanto, Satanás continua trabalhando sutilmente por intermédio dos homens.

 

Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de se admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras. (2 Co 11:13-15)

 

Assim como Satanás procurou corromper os homens manifestando-se (ou melhor, seus anjos) na forma de seres humanos superiores, hoje ele usa os “anjos de luz”. Nossa tendência é supor que, na maioria das vezes, ele use os réprobos. Às vezes, até parece que esperamos encontrá-lo num patético endemoninhado ou num pobre-coitado desesperado. É fácil atribuir a Satanás esse tipo de coisa. No entanto, seu melhor trabalho e, em minha opinião, o mais comum, é quando usa pregadores aparentemente piedosos, devotos e religiosos que estão atrás do púlpito, ou se assentam no Conselho da igreja, falando de salvação em termos de comunidade e não de almas, e pelas obras ao invés da fé. Satanás continua promovendo sua causa usando homens que não são o que parecem ser.

 

Por fim, observe que o melhor trabalho de Satanás está justamente nas áreas onde homens e mulheres depositam a esperança da sua salvação. Quando os homens-anjos pediram as filhas dos homens em casamento, eles deviam parecer pais dos mais promissores. Se tais criaturas fossem imortais, sua descendência também não seria? Seria esta a forma de Deus reverter os efeitos da queda e da maldição? Assim deve ter parecido àquelas mulheres.

 

E é exatamente isso o que Satanás faz ainda hoje. Ah, mas não pense que ele esteja se autopromovendo através do ateísmo ou de outros “ismos”, pois o lugar onde ele faz mais sucesso é justamente na religião. Ele usa sua expressão mais piedosa e emprega terminologia religiosa. Ele não procura acabar com a religião, mas retira dela seu elemento crucial, a fé no sangue derramado de Jesus Cristo como substituto para o pecado dos homens. Ele está sempre pronto a se juntar a qualquer causa religiosa, desde que esse ingrediente seja omitido ou distorcido, ou fique perdido num labirinto de legalismo e libertinagem. Cuidado, meu amigo, Satanás está no mundo da religião. Que melhor maneira de desviar a alma dos santos e de cegar a mente dos homens (2 Co 4:4)?

 

Onde está sua esperança de imortalidade? Está na sua descendência? Isso não funcionou para Caim. Está no seu trabalho? Você quer construir um império ou erigir um monumento dedicado ao seu nome? Você não será o último. Tudo isso sucumbiu no dilúvio do julgamento de Deus. Só a fé no Deus da Bíblia e, mais especificamente, no Filho enviado por Ele, lhe dará imortalidade e o libertará da maldição. O único jeito para isso acontecer é você se tornar um filho de Deus por intermédio do Filho de Deus.

Civilizações Pré-Diluvianas

 

Vamos falar sobre o tempo, o mundo e as pessoas que viviam antes do dilúvio parece que o mundo naquela época foi curto e com poucos habitantes. Mas não foi assim.  

 O   período   de   tempo   desde   Caim   e   Abel   até   o   dilúvio   foi   longo, aproximadamente 1656 anos. O mundo físico conservava muito da perfeição criada por Deus, não existindo desertos, nem áreas inóspitas e inabitadas, pois não haviam

florestas, geleiras, e a temperatura era amena e agradável para o habitante da época.

Por falar em habitante, aqueles que viviam antes do dilúvio eram muito desenvolvidos.

Ao contrário do retrato pintado pela ciência, a qual diz que o homem primitivo era um bruto, selvagem e ignorante, a Bíblia nos mostra que o homem pré-diluviano era um

ser dotado de habilidades, pois lidavam com o fogo, manufaturavam instrumentos de metais, construíam cidades, plantavam, e o próprio Noé é um exemplo de inteligência

humana ao construir a gigantesca e engenhosa arca. Além disso, detinham certo nível de cultura, pois até instrumentistas eles eram. Em fim, o mundo e as nações pré-diluvianas preservavam e muito a perfeição da criação de Deus. Os habitantes eram

em sua maioria seres inteligentes e dotados de grandes capacidades, até mesmo por deterem de certo modo, a imagem-semelhança ainda, um tanto viva em si. Da mesma forma o mundo era um lugar muito melhor do que é hoje, era melhor habitável em qualidade e capacidade de expansão e suas condições climáticas eram muito mais favoráveis e apropriadas para a vida humana do que é hoje.

 

Antediluviano. A expressão “tiranos”, , estes povos assaltavam e oprimiam os que lhe eram subordinados.

 Interessante notar que estes povos não eram idólatras, assim como as nações pós-diluvianas, que adoravam a outros deuses. Em nenhum achado arqueológico encontram-se menções a isto. Estes gigantes, porém, eram poderosos, libertinos, violentos e avassaladores.

Viviam em uma   situação   de  anomia,   ou   seja,   sem   regra   e   lei   alguma.   Eram   orgulhosos  e confiavam  apenas   em   si   próprios  e   eram indiferentes  em   relação   a   Deus  e   Seu preceito.

Este é o perfil do mundo antediluviano. O mundo físico era colossal e belo, indo além da nossa imaginação. A geração humana de então havia atingido números elevados e havia possuído toda a terra. Era uma humanidade superior em assuntos   seculares;   era   progressista,   culta   e   empreendedora;   mas   era   também arrogante, incrédula e perversa. Deus os destruiu e extinguiu sua memória devido à maldade daquela gente, e com eles destruiu inclusive a terra e tudo o que havia nela

 

 O Mundo Físico Pré-Diluviano:

·A única   referência   Bíblica   que   temos   sobre   as   condições   do   mundo   pré-diluviano encontra-se em Gn 1.31.

·Com a queda em pecado a maldição sobreveio sobre a criação. Porém, não foi de forma imediata que as coisas pereceram. O homem mesmo com o castigo da morte ainda lutou contra ela em volta de mil anos. Desta forma o mundo e tudo o que nele há, degradou-se vagarosamente, e ainda encontra-se em estado de decomposição. Lutero quanto a isto disse que aquele mundo é um verdadeiro paraíso comparado com o mundo que veio depois.

·Possuía uma área habitável maior, com uma porção de terra maior do que temos hoje. Nesta questão podemos citar o continente desconhecido chamado Atlântida. Naquele mundo não haviam desertos  (Saara, deserto australiano e cordilheiras   inabitáveis),   não   haviam  geleiras  (Groelândia,   Antártida).   As condições climáticas eram boas e tendo os continentes interligados facilitava a sua   dispersão   (teoria   estreito   de   Bering).   Calcula-se   que   a   área   de   terra habitável  em nosso planeta nos dias de  hoje chega   aos míseros  40% sem contar as florestas que ocupam mais 10%. As montanhas não eram tão altas e eram cobertas por vegetação o que influía de forma significativa na temperatura e no clima em geral.

·Os fósseis que foram encontrados através dos séculos revelam que o clima era moderado   em   ambos   os   hemisférios.   Havia   pequenas   diferenças   na temperatura, nada com que se assemelhe com o clima de hoje.

O   clima  do  antigo mundo “era um envoltório de suavidade primaveril, que parece ter predominado continuamente em todo aquele mundo”.

·As mudanças que ocorreram após o dilúvio foram drásticas. Três teorias tentam explicar essa repentina alteração: 1) Com a água do dilúvio a terra se inclinou

23.5 graus formando os trópicos e as estações. Com isso deixou de existir a período assim discorre: “Ora, naqueles dias, estavam os nefilins na terra e também depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram   filhos.   Os   nefilins   eram   os   valentes   que   houve   na   antiguidade,   varões   de renome.  Viu  Jeová   que   era   grande   a   maldade   do   homem   na   terra   e   que   toda   a imaginação   dos   pensamentos   do   seu   coração   era   má   continuamente.  (...)  A  terra estava corrompida diante de Deus e cheia de violência. Viu Deus a terra, e eis que estava  corrompida;  porque   toda   a  carne  tinha   corrompidoo   seu   caminho   sobre  a terra.”11 

Os   mencionados   “nefilins”   eram   gigantes   que   habitavam   o   mundo

 

Noé o Dilúvio e a Vinha – Muito Além da Obediência

A história de Noé, e da arca, mostra que o mundo se encheu de violência. À medida que o coração do homem se tornava cada vez pior em maldade, Deus decide trazer um grande dilúvio que terminaria com aquela geração pecaminosa e violenta.

 

Somente Noé é achado justo e temente a Deus. E ele recebe o mandamento divino para entrar com sua família e animais na arca. Apenas eles sobrevivem ao dilúvio.

 

Depois que as águas recuaram, Noé sai da arca e oferece um sacrifício. Deus então, faz uma aliança, um pacto com Noé de que não destruiria mais a terra e a humanidade com água.

 

Noé planta uma vinha, e bebe do vinho que produziu, ficando bêbado e nu.

 

Noé o justo

Noé é um dos mais intrigantes personagens da bíblia. E em nenhum outro lugar isto fica tão evidente como na primeira e na última vez em que o Gênesis fala sobre ele. A primeira citação bíblica sobre Noé é muito promissora:

 

“Noé era homem justo e perfeito em suas gerações; Noé andava com Deus.” Gênesis 6:9

 

Ninguém mais na Bíblia (nos livros da lei de Moisés), recebe especial honra. Nem Abraão, nem Isaque ou Jacó, nem tão pouco Moisés ou Josué. Porém a última parte da vida de Noé, não é tão agradável de se ler:

 

“E começou Noé a ser lavrador da terra, e plantou uma vinha. E bebeu do vinho, e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua tenda.” Gênesis 9:20-21

 

“E viu Cão, o pai de Canaã, a nudez do seu pai, e fê-lo saber a ambos seus irmãos no lado de fora.

Então tomaram Sem e Jafé uma capa, e puseram-na sobre ambos os seus ombros, e indo virados para trás, cobriram a nudez do seu pai, e os seus rostos estavam virados, de maneira que não viram a nudez do seu pai.” Gênesis 9:22-23

O comportamento exemplar de Sem e Jafé, não esconde a situação embaraçosa que deve ter sido ver o único ser humano que foi visto como justo no meio de toda uma humanidade pecaminosa, em uma situação tão degradante.

 

Como pode um homem de alto caráter e estima espiritual, ter descido a tão baixo nível?

 

Esta é uma pergunta que a tradição oral já por um longo tempo tem procurado responder. A tradição oral, investiga e estuda, e é o nome dado às interpretações e aos estudos rabínicos da lei de Moisés.

 

Estes estudos levam muito a sério a palavra de Deus que está além do tempo, e tem uma mensagem para cada geração em suas diferentes épocas.

 Existem muitos estudos sobre Noé (alguns com visões muito positivas, outros nem tanto), mas um em particular fala sobre o seu lugar na história da fé.

 

A obediência de Noé

Quando as águas recuaram, Noé deveria ter saído da arca. Entretanto, apesar de abrir o telhado da arca e visualizar que toda a terra estava já seca, ele fica inerte.

 

Ele aguarda o óbvio, é claro que ele tinha que sair da arca, mas não o faz, até que o próprio Deus vê a necessidade de ordená-lo a sair.

 

O rabino Yehudah bar Ilai (um dos maiores estudiosos do Gênesis do segundo século), afirma em seus estudos: “Se fosse eu lá, eu teria quebrado a porta da arca e sairia imediatamente”.

 

Para entendermos esta história do dilúvio de Noé, devemos ler o texto cuidadosamente.

 A história do dilúvio é contada muito rapidamente. Deus anuncia que a destruição da vida na terra é algo iminente. E ordena a Noé que construísse uma arca, com medidas precisas e específicas.

 

E detalha que Noé deve levar consigo a sua família e os animais, dois de cada espécie, ou sete em caso de espécies limpas.

 

Começa a chover, a terra está toda inundada. Noé e sua família são os únicos sobreviventes. A chuva pára, as águas abaixam. Nós esperamos ler em seguida que Noé emerja, que venha para fora.

 

Mas ao invés disso, a narrativa vai ficando vagarosa. E nos quatorze versos que se seguem, quase nada acontece.

 

A água retrocede, a arca repousa sobre os montes de Ararate. Noé abre uma janela se solta um corvo, depois solta uma pomba. Ele espera sete dias e volta a soltar a pomba. Ela retorna com uma folha de oliveira.

 

Passa-se mais sete dias, ele torna a enviar a pomba pela terceira vez. Desta vez ela não retorna, mas mesmo assim Noé não põe o pé fora da arca.

 

Então Deus tem que falar a Noé “Sai da arca, tu com tua mulher, e teus filhos e as mulheres de teus filhos. Gênesis 8:16″. Só daí é que ele deixa a arca e pisa novamente em terra seca.

 

diluvio de noé

Somente Noé e Sua Família Sobrevivem ao Dilúvio.

 

Muito além da obediência

Os estudos da tradição oral deixam uma nota muito interessante para esse caso. Quando se trata de reconstruir um mundo devastado, como estava naquela época, nós não podemos ficar esperando por permissão, é preciso agir.

 

Senão, vejamos: O que Noé diz para Deus, quando Ele anuncia que o mundo está prestes a perecer? O que Noé diz quando é ordenado a construir uma arca para salvar somente ele e sua família?

 

 

 O que ele diz quando a chuva começa a cair? A resposta é: Nada!

 

Durante toda sequência de eventos, não há nenhuma linha no texto que informe que Noé tenha dito uma única palavra. Ao invés, nós lemos, por quatro vezes, sobre a sua obediência silenciosa.

 

“Assim fez Noé; conforme a tudo o que Deus lhe mandou, assim o fez.” Gênesis 6:22 “E fez Noé conforme a tudo o que o Senhor lhe ordenara.” Gn 7:5

E Noé representa o paradigma da obediência bíblica. Ele fez tudo estritamente como foi mandado. Mas a sua história ensina que somente obediência não é suficiente.

 

Este é um fenômeno extraordinário, pois todos sabemos que no mundo da religião a obediência é a mais alta virtude que se pode alcançar. Mas não é no modo bíblico de pensar.

 

Apesar do fato do pentateuco (os livros da lei de Moisés) conter 613 mandamentos, não há nenhuma palavra que diga “obedeça”.

 

O verbo que a Bíblia usa é shema / lishmoa, “ouvir, atender, entender, interiorizar, responder” que significa refletir e depois responder ao mandamento recebido.

 

Na bíblia, Deus não requere uma obediência cega. E a tradição oral também concorda:

 

“Deus não lida de forma ditatorial com suas criaturas”. Talmude da Babilônia, tratado Avodah Zarah.

 

Deus busca mais do que uma submissão inconsequente, sem reflexão interior à sua vontade. Se não fosse assim Ele teria criado máquinas pré-programadas, robôs que responderiam automaticamente aos comandos recebidos.

 

Deus quer que nós sejamos maduros e deliberativos. Que façamos a sua vontade porque nós a entendemos ou porque confiamos Nele, quando não entendemos.

 

Ele busca em nós algo maior do que a simples obediência, Ele quer também a responsabilidade. Somos parceiros de Deus nesta batalha pela redenção.

 

A arca nas águas do dilúvio

As Águas do Dilúvio Destruíram o Mundo Antigo.

 

É por isso que intuitivamente aprendemos que o pai da fé não é Noé, e sim Abraão. Abraão, que lutou uma guerra para resgatar o seu sobrinho, que orou pelo povo da terra mesmo quando sabia que eles eram pecadores.

 

Abraão que “questionou” os céus, quando do seu encontro com Deus:

 

“E chegou-se Abraão, dizendo: Destruirás também o justo com o ímpio?” Gênesis 18:23 “Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti. Não faria justiça o Juiz de toda a terra?” Gênesis 18:25

Imagine o que não teria dito Abraão quando confrontado com a notícia de que o mundo seria destruído pelo dilúvio.

 

“E se porventura houver cinqüenta justos na cidade? Ora, não se ire o Senhor, que ainda só mais esta vez falo: Se porventura se acharem ali dez?”

 

Talvez, quem sabe, Abraão poderia ter salvo o mundo antigo. Claro, ninguém pode afirmar com certeza, mas a oração de um único justo pode muito em seus efeitos!

 

Muito gente está assim como Noé, aguardando, aguardando, aguardando uma ordem para fazer o bem. Quantas pessoas não afirmam que estão esperando uma confirmação de Deus para fazerem a Sua vontade.

 

Para fazer o bem ou ajudar o próximo, não há necessidade de confirmação. A vontade de Deus é óbvia e clara.

 

“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei.” Gálatas 5:22-23

Quando Moisés demorou a descer do monte Sinai, onde recebeu as tábuas da lei de Deus, o povo de Israel fez para si um bezerro de ouro e o adorou.

 

A ira de Deus se acendeu de tal forma que Ele planejava consumir o povo, e fazer de somente Moisés (o único que sobreviveria) uma grande nação.

 

Pelo que Moisés, diferentemente de Noé, não obedeceu imediatamente ao comando divino, antes intercedeu, orou e clamou pelo povo. E os planos divinos foram modificados, por causa da intercessão de Moisés.

 

 “Então disse o Senhor a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir do Egito, se tem corrompido,” Êxodo 32:7“Agora, pois, deixa-me, para que o meu furor se acenda contra ele, e o consuma; e eu farei de ti uma grande nação.” Êxodo 32:10“Moisés, porém, suplicou ao Senhor seu Deus…Lembra-te de Abraão, de Isaque, e de Israel, os teus servos, aos quais por ti mesmo tens jurado…Então o Senhor arrependeu-se do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo.” (Êx 32:11-14)

É preciso ir além da obediência. Precisamos ser intercessores, somos chamados uma nação de sacerdotes e profetas.

 

Noé salvou somente ele mesmo e sua família. E Noé termina bêbado, nu, causando constrangimento para seus filhos.

 

O que nos traz uma mensagem de que se você salva somente a si mesmo, e não faz nada para salvar os outros, nem a você mesmo conseguirá salvar.

 

“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;”( Mt 28:19)

Não podemos afirmar como doutrina, mas a narrativa parece querer dizer que Noé não conseguiu viver livre da culpa de ser o único sobrevivente do dilúvio, sem ter ao menos feito uma tentativa apenas para salvar as demais pessoas.

 

Não se espera por autorização para reconstruir vidas. É necessário correr riscos e andar à frente. Fé é mais do que obediência, é coragem para fazer.


Em brece estaremos de volta  com o tema: Os antecedentes do dilúvio.

 

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