Por: Jânio Santos de Oliveira
Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!
I. Capítulo 1- Resumo da vida terrena de Cristo.
A. Introdução à vida terrena de Cristo.
B. A manifestação da vida terrena de Cristo.
C. A conclusão da vida terrena de Cristo.
II. Capítulo 2 -A preparação para a manifestação de Jesus.
A. A necessidade de um Salvador.
B. Conhecendo o a sociedade judaica nos tempos de Jesus.
C. Jesus e os grupos político-religiosos de sua época.
III. Capítulo 3- Jesus dos 12 aos 30 anos.
A. Os anos “ocultos” de Jesus.
B. Os anos perdidos de Jesus.
C. Algumas especulações infundadas.
D. As evidências bíblicas.
IV. Capítulo 4- O caráter do Ministério de Jesus.
A. Jesus, o Templo e a Sinagoga.
B. Jesus, o Mestre da Justiça.
C. Jesus e a cobiça dos homens.
D. Jesus e a implantação do Reino de Deus.
V. Capítulo5 - O Ministério de Jesus.
A. O começo do ministério de Jesus na terra.
B. A humanidade de Jesus Cristo e a sua deidade.
C. O Ministério de Jesus.
D. Eu sou Jesus.
VI. Capítulo 6 - Um resumo das parábolas de Jesus.
A. Por Que Jesus Ensinou Por Parábolas?
B. O público alvo das parábolas.
C. 3. Interpretando uma parábola.
VII. Capítulo 7- O Senhorio de Jesus Cristo sobre os demônios.
A. A atuação dos demônios no novo testamento.
B. O endemoniado gadareno.
C. Jesus expulsa um demônio de um homem mudo.
VIII. Capítulo 8 - A Cura Divina no ministério de Jesus Cristo.
A. A origem e a natureza das enfermidades.
B. A cura divina como parte da salvação.
C. Jesus cura os enfermos.
IX. Capítulo 9 - Os 35 milagres de Jesus.
A. Os perigos que rondam os milagres
B. O contraste entre cura e a religiosidade.
C. O Propósito dos Milagres de Jesus Cristo.
X. Capítulo 10 - O resumo do Ministério de Jesus.
A. 1º ano do anonimato ou Obscuridade.
B. 2º ano da popularidade.
C. 3º ano da perseguição ou Rejeição.
Lucas 4.16-22.
16 — E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga e levantou-se para ler.
17 — E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito:
18 — O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração,
19 — A apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.
20 — E, cerrando o livro e tornando a dá-lo ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele.
21 — Então, começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos.
22 — E todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da sua boca; e diziam: Não é este o filho de José?
Os milagres de cura têm se tornado cada vez mais raros em nosso meio. É bem verdade que a ampliação do acesso aos serviços básicos de atendimento à saúde preenche muito do espaço daquilo que antes era um campo exclusivo da ação de Deus. Na época de Jesus, doenças que hoje consideramos simples ou controláveis, oprimiam multidões inteiras. Para estes casos, Jesus revelou a glória do Pai. Nossa lição de hoje refletirá a respeito dos efeitos da operação das doenças na humanidade e sobre o ministério de cura exercido por Jesus durante sua atuação pública.
I. A origem e a natureza das enfermidades.
1. A origem das enfermidades. O mundo criado por Deus foi o melhor para a humanidade. Infelizmente, depois dos eventos trágicos do Éden, Adão e aqueles que seriam seus descendentes tiveram de aprender a conviver num ambiente diferente, numa realidade em que o pecado e todas as suas consequências malévolas passaram a existir. As doenças são resultado direto desta desestruturação da ordem primitiva da Terra. O mundo criado por Deus foi um lugar sem enfermidades, dores ou sofrimento para a humanidade, pois tudo o que Deus faz é perfeito (Tg 1.17). Se pensarmos na perspectiva bíblica, é o pecado que traz consigo toda uma série de consequências malévolas para a semente adâmica sofrimento da mulher (Gn 3.16); desequilíbrio na natureza (v.18); e a própria morte (v.19). É evidente que as doenças são um meio de operação da morte entre nós; desta forma, em termos gerais, a origem das doenças está diretamente vinculada à Queda adâmica (Rm 7.5).
2. Enfermidades do corpo. Estas são as mais evidentes e conhecidas por nós. Não é correto dizer que enfermidades específicas sempre são originárias de pecados individuais. Lembremo-nos de Jó, aquele que foi oprimido por uma enfermidade de origem satânica (Jó 2.7), e do cego de nascença, uma vítima de doenças que alcançou graça diante de Jesus (Jo 9.1-4), e até mesmo o lamentável caso de Mefibosete, que sofreu consequências em sua vida em virtude de atos impensados dos outros e de um acidente que ele não foi o culpado (2Sm 4.4). Existem doenças que oprimem pessoas durante anos (Jo 5.5; Lc 13.16; At 9.33) e outras são devastadoramente rápidas (2Rs 4.18-20; Jo 11.6,11,14). Desta forma, não é justo dizer que doenças graves e agressivas seriam, necessariamente, castigos divinos a determinadas pessoas; as múltiplas origens de algumas doenças físicas devem levar-nos, todavia, a uma vida de comunhão intensa com Deus, para que possamos permanecer firmes diante do dia mal (Ef 6.13).
3. Enfermidades da mente. A Bíblia não é um manual de Psicologia, muito menos um livro preocupado em relatar quadros psicopatológicos de modo detalhado. No entanto, há vários textos e episódios que apontam para pessoas com sofrimentos psíquicos. Por exemplo, o sofrimento estarrecedor, e profeticamente anunciado, em virtude da desobediência do povo de Israel (Dt 28.34); Amnom e seu desejo compulsivo por Tamar (2Sm 13.2); ou aquilo que Paulo chama de “tristeza para morte” em 2 Coríntios 7.10. O texto de Provérbios 18.14, extraído da cultura sapiencial judaica, demonstra-nos muito bem a relevância da saúde mental. Conforme afirma o sábio, diante de seus sofrimentos físicos, se o indivíduo mantiver sua saúde mental ele ainda terá meios para fortalecer-se; contudo, se houver um adoecimento de seu aspecto psíquico-emocional, como ele se sustentará diante do sofrimento?
II. A cura divina como parte da salvação.
1. Naamã e seu mergulho na fé. Existem inúmeros textos nas Escrituras em que a palavra “salvar” deve ser entendido num amplo significado, extravasando assim apenas um aspecto soteriológico e atingindo também elementos da vida material dos indivíduos.
Um dos casos clássicos dessa forte relação entre salvação e restauração física, ainda que do Antigo Testamento, para tomarmos como analogia daquilo que Jesus fez no Novo Testamento, é o do comandante do Rei da Síria, Naamã (2Rs 5.1). Diante do terrível caso de uma doença incurável, restava àquele bravo guerreiro recorrer à última instância que poderia transformar sua sofrível situação: um milagre. Mas o caso de Naamã revela algo mais profundo: existe uma cura, contudo, também se manifesta uma conversão ao Deus de Israel. O homem que saiu das águas turvas do Jordão não estava apenas curado da doença que atacava seu corpo, mas também convicto de que apenas o Altíssimo Deus de Eliseu era o Deus verdadeiro (2Rs 5.15).
2. Salvação e restauração da saúde. Em textos como Mateus 9.22, Marcos 10.52 e Lucas 17.15-19, temos o registro de curas e salvações que ocorrem em conjunto. Uma possibilidade de interpretar estes textos, seria a de que Jesus não trata de salvação da alma neles, mas apenas de “salvar” alguém dos efeitos tenebrosos de uma doença. Neste caso, salvar teria um significado mais metafórico do que literal. Mas, quando o texto sagrado diz, por exemplo, que após a cura o cego passou a seguir Jesus (Lc 18.43), o sentido de “salvar” aqui não pode ser compreendido apenas como “libertar da opressão de uma enfermidade”, mas também como conversão da alma.
3. Como deve um salvo cuidar de sua saúde. Nossa fé em Cristo jamais deve ser utilizada como argumento para justificar atitudes irresponsáveis ou de descuidado para com nossa saúde. Proporcionar bem-estar ao corpo é também um modo de glorificar e exaltar a Deus; por isso, em textos como as Epístolas vemos Paulo orientando seus amigos a terem atenção a sua saúde (1Tm 5.23; 2Tm 4.20; Fp 2.25-30). Nossa mordomia do corpo deve estar ligada a um ideal de vida saudável e equilibrada.
III. jesus cura os enfermos.
1. A dedicação a cura dos enfermos não foi uma coincidência, mas parte de um plano eterno. Estava profetizado em Isaías que o Servo do Senhor exerceria um ministério de cura, e Jesus declarou o cumprimento das palavras do Antigo Testamento através de sua vida (Is 61.1-5; Lc 4.16-21). Jesus não seria o Messias, se não tivesse como uma de suas tarefas ministeriais, providenciar soluções aos aflitos por enfermidades e doenças. Em vários momentos dos Evangelhos temos o registro da dedicação de Jesus aos doentes (Mt 10.8; 14.14,35; Mc 1.34; Lc 4.40; Jo 6.2). Desta forma, o conjunto de milagres que vemos associado à vida do Salvador é um dos fortes sinais que designam sua messianeidade.
2. Jesus, a única resposta para alguns enfermos. Na época de Jesus os recursos medicinais eram muito limitados e caros; boa parte dos tratamentos eram muito mais místicos-esotéricos do que algo próximo aquilo que chamamos hoje de científico. Por isso, em muitos casos, somente a intervenção divina poderia mudar a vida daqueles que sofriam. Doenças que hoje são completamente tratáveis, como a hanseníase lepra , ou condições físicas que são plenamente adaptáveis como problemas de mobilidade, visão e audição, naquela época eram circunstâncias terríveis para a vida de qualquer pessoa, e vistas como uma maldição (Nm 5.2). Diante dessas situações-limites, Jesus era a única resposta para o desespero de muitas pessoas (Mt 20.30; Lc 17.13).
3. Não há protocolos para a realização da cura. Pessoas inescrupulosas, com a intenção de extorquir a fé alheia ou mesmo numa versão contemporânea do farisaísmo criam complexas exigências para que a cura de Deus aconteça sobre a vida daqueles que sofrem. Isto é o que se pode chamar de “estelionato religioso”. Alguns constrangem enfermos a doarem valores vultuosos em troca de uma cura que nunca virá; outros impõe pesadas rotinas com sequência de vigílias, jejuns exagerados, orações que são verdadeiras torturas; um último grupo ilude pessoas e as leva a uma verdadeira idolatria a pessoas, lugares e objetos. Quando Jesus curava, Ele não seguia receitas pré-programadas.
Enquanto estivermos nesta vida terrena teremos de conviver com as consequências das dores do mundo. Os milagres de Deus não cessaram, talvez nós, os cristãos, tenhamos nos tornado mais insensíveis à graça de Jesus que é salvadora, mas também que cura.
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