domingo, 17 de julho de 2022

Série: As 10 doutrinas da Teologia Sistemática. Nº 10 Escatologia

  

Por: Jânio Santos de Oliveira

  Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

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  Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com

 




Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!  

As 10 doutrinas da Teologia Sistemática.

 Sumário geral

Capítulo 1

Bibliologia — a doutrina das Escrituras

Capítulo 2

Teologia — a doutrina de Deus

 Capítulo 3

 Cristologia — a doutrina de Cristo

 Capítulo 4

Pneumatologia — a doutrina do Espírito Santo

  Capítulo 5

Antropologia — a doutrina do homem

Capítulo 6

 Soteriologia — a doutrina da Salvação

 Capítulo 7

Eclesiologia — a doutrina da Igreja

 Capítulo 8

Angelologia — a doutrina dos Anjos

Capítulo 9

Hamartiologia - a doutrina do pecado

Capítulo 10

 Escatologia — a doutrina das últimas coisas

 


 Capítulo 10 - Escatologia a Doutrina das Últimas Coisas

 

As doutrinas fundamentais, que devem ser conhecidas por todos os cristãos, constam em toda a Sagrada Escritura, “que é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2 Tm 3.16,17) são:


1. Bibliologia é o estudo da formação e caráter das Escrituras; sua revelação e inspiração, seu cânon, sua veracidade e autoridade, suas divisões e mensagem.
2. Teologia é o estudo dos assuntos referentes à natureza, ao carácter e às obras de Deus.
3. Angelologia é o estudo referente à natureza e ação dos anjos, inclusive os rebeldes.
4. Antropologia é o estudo dos assuntos referentes ao homem e seu relacionamento com Deus.
5. Hamartiologia é o estudo referente à origem, extensão e conseqüências do pecado.
6. Soteriologia é o estudo a respeito dos vários aspectos da salvação.
7. Cristologia é o estudo acerca de Cristo; sua natureza, seu carácter e suas obras.
8. Eclesiologia é o estudo da natureza, organização, e missão da Igreja.
9. Pneumatologia é o estudo da personalidade e obra do Espirito Santo.
10. Escatologia é o estudo das últimas coisas à luz das profecias.
Apesar de ser bem vasta esta área das doutrinas fundamentais, no entanto neste sintético estudo estaremos abordando apenas a escatologia que é a doutrina das últimas coisas. Vamos acompanhar:

Veja como se dará a sequência dos eventos escatológicos

 

1. Rapto da igreja (arrebatamento)

2. Julgamento da igreja no tribunal de cristo

3. As bodas do cordeiro

4. Retirada daquele que restringe o pecado

5. Surgimento do anticristo no cenário mundial

6. Surgimento do falso profeta

7. O pacto de 7 anos do anticristo com Israel

8. Os juízos do céu sob os sete selos de Ap. 6

9. As duas testemunhas e sua missão nos 3 ½ anos

10. 144.000 judeus salvos em Israel

11. O Anticristo no bloco de 10 nações

12. O bloco de nações do Norte – grogue e Magogue

13. A falsa igreja mundial

14. A pregação do evangelho do Reino

15. Gogue e Magogue invadem Israel

16. o anticristo romperá o seu acordo com Israel

17. Igreja falsa mundial destruída pelo anticristo

18. Os judeus serão martirizados

19. Juízos sobre a terra sobre as sete trombetas

20. Israelitas fieis fugirão para os montes

21. Juízos sobre a terra sob as sete taças

22. A quase destruição de Israel

23. Eventos geofísicos

24. Julgamento das nações viventes

25. Derrota do anticristo e do falso profeta

26. O remanescente judaico

27. Satanás aprisionado

28. O reino milenar de Cristo

29. O final da carreira de satanás

30. O juízo final – (juízo do grande trono branco )

31. Novos céus e nova terra


Uma rápida análise de Mateus 24.1-14
Esses versículos falam de “guerras e rumores de guerras” (v. 6); “fomes e terremotos” (v. 7); tribulação, martírio, traição, ódio, falsos profetas e corrupção (vv. 9-12).

Apesar daquilo que alguns ensinam atualmente, os versículos de 4 - 14 só podem ser escatológicos e, por vários motivos, só podem estar se referindo aos acontecimentos da primeira metade da Tribulação. As condições descritas precisam ser entendidas como julgamentos divinos e não como desastres “naturais”, seguindo o padrão de revelação estabelecido no Velho Testamento. Jesus disse que “...tudo isto é o princípio das dores [literalmente, “dores de parto”] (v. 8). No Velho Testamento a palavra hebraica para “dores de parto” é usada pelos profetas para simbolizar as terríveis calamidades associadas ao Dia do Senhor (Is 21.3; Is 26.17-18; Is 66.7; Jr 4.31; Mq 4.10), particularmente ao “tempo da angústia de Jacó” (Jr 30.6-7), ao qual Jesus faz referência em Mateus 24.21, quando descreve a Grande Tribulação.

Muitos judeus, nos dias do Segundo Templo, esperavam um tempo de sofrimentos imediatamente antes do fim. A seita judaica de Qumran (os essênios – atribuía a essa angústia “dores, como de parto”.

Igualmente, o judaísmo rabínico cita as “dores de parto (em hebraico, chavalim) [relacionadas à vinda] do Messias” como uma série de convulsões globais que anteciparão a Era Messiânica. No Talmude, a lista dessas condições desastrosas (espirituais, morais, políticas, sociais e ecológicas – que caracterizam “a geração em que virá o Filho de Davi”, Sanhedrin 97a) em muito se assemelha à lista de Mateus 24.4-14.

Como o Novo Testamento indica que a Igreja não enfrentará o juízo preparado por Deus para o Dia do Senhor (1 Ts 5.9; Ap 3.10), os versículos de Mateus não podem estar descrevendo acontecimentos da Era da Igreja.

Em segundo lugar, Jesus declarou que esses acontecimentos não seriam “o final” do juízo, mas apenas “o princípio” (v. 8). As dores iniciais serão seguidas de dores mais intensas, no clímax do parto. Como a Tribulação não virá imediatamente após o Arrebatamento da Igreja, pois seu início está previsto para o começo da 70ª Semana de Daniel (Dn 9.27), os versículos de Mateus não podem estar descrevendo acontecimentos da Era da Igreja.

O maior argumento de que esses versículos se referem ao contexto da Tribulação surge na comparação dos mesmos (vv. 4-14) com os cinco primeiros selos de juízo em Apocalipse 6 (confira o Quadro 1).

Essas condições paralelas demonstram que, assim como os selos de Apocalipse 6 são seguidos pelo juízo mais intenso das trombetas e das taças, o “princípio das dores” descrito em Mateus 24.4-14 vem seguido das “dores de parto finais”, mais intensas, descritas em Mateus 24.15-26, que culminarão na vinda do Messias (vv. 27-31).

Além disso, o próprio Senhor Jesus fez referência à profecia da 70ª Semana de Daniel:

“Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê, entenda), então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes” (Mt 24.15-16).

Tanto Mateus quanto Marcos (Mc 13.14) apontam o texto de Daniel para esclarecimento da profecia feita no Monte das Oliveiras. Conclui-se que Jesus usa a profecia da 70ª Semana de Daniel como patamar para os eventos cronológicos apresentados em resposta às perguntas dos discípulos. Isso também acontece na seção de juízos do livro do Apocalipse (capítulos 4-19), onde Jesus, o Autor da visão recebida pelo apóstolo João (Ap 1.1), concede-a com divisões estruturalmente semelhantes à 70ª Semana de Daniel. Colocando os textos lado a lado (veja o Quadro 2), descobrimos que o “princípio das dores” de Mateus 24.4-14 se ajusta ao juízo dos selos de Apocalipse 4-6, aonde ambos (1) focalizam eventos terrenos; (2) cabem na primeira metade da 70ª Semana de Daniel (Dn 9.27a); e (3) culminam na profanação do Templo (o “abominável da desolação”) tanto em Mateus 24.15 quanto em Marcos 13.14, o ponto central da 70ª Semana de Daniel (Dn 9.27b).

Em seguida, os eventos intensificam-se e conduzem às dores de parto finais de Mateus 24.16-26, que (1) identificam-se com Apocalipse 7-19, (2) enfocam a dimensão celestial, e (3) culminam no surgimento do “sinal” celestial, que anuncia a vinda do Messias para julgar o mundo (Mt 24.27-31; Ap 19). Esses acontecimentos cabem na segunda metade da 70ª Semana de Daniel (Dn 9.27b), que termina na destruição do desolador do Templo (“o príncipe, que há de vir”, o Anticristo, Dn 9.26).

Se os versículos de Mateus 24.4-14 predizem sinais da futura Tribulação e tratam principalmente do povo judeu nesse período, seu cumprimento não pode estar no passado, especificamente, na queda de Jerusalém em 70 d.C. Ao comparar os eventos descritos nos versículos torna-se evidente que eles não se identificam com fatos históricos do primeiro século.

A passagem descreve guerras entre diferentes nações e reinos, não apenas entre uma única nação (Roma) e Israel, como aconteceu na Primeira Revolta do povo judeu contra Roma (66-74 d.C.).

As Escrituras também dizem que muitos se levantarão dizendo ser o Cristo (Messias). Mas não existe evidência histórica de alguém que se declarasse messias no primeiro século, até Simão Bar-Kokhba (135 d.C.), um único indivíduo.

Esses sinais também não devem ser usados pela Igreja “como sinais dos tempos”, apontando a aproximação da volta do Senhor. Muitos cristãos têm usado o aparente aumento de terremotos, apostasia na Igreja, e o declínio moral generalizado da sociedade como indicadores de estarmos rapidamente nos aproximando do Arrebatamento e dos últimos dias. Contudo, o Arrebatamento não será precedido por sinais; e como as dores de parto somente começarão quando Israel entrar no “tempo da angústia de Jacó” (e não sabemos quanto tempo isso levará depois do Arrebatamento), devemos usar de cautela ao tentar prever a aproximação de eventos escatológicos, baseando-nos na presença dessas condições na era presente.

Na Era da Igreja, essas condições gerais (apresentadas em 1 Tm 4.1-3; 2 Tm 3.1-9; 1 Jo 2.18; 1 Jo 4.1-3) servem de alerta quanto a estarmos “nos últimos dias”. Mas durante a Tribulação, as condições dos versículos 4-14 serão sinais específicos dos tempos finais, e os judeus convertidos poderão localizar-se dentro da 70ª Semana e perseverar até o final da Tribulação: “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo” – literalmente liberto do cárcere, quando da vinda do Messias (v. 13).

Serão esses sinais – especialmente o acontecimento descrito no versículo 15, “o abominável da desolação” – que permitirão aos santos da Tribulação perseverarem física e espiritualmente enquanto esperam a libertação prometida para o final da 70ª Semana de Daniel.



 I. Sinais indicadores do Arrebatamento

 

Muitos enganadores e muitos enganados. Ao ser questionado pelos seus discípulos sobre o que aconteceria antes da sua vinda e do fim do mundo (Mt 24.3), Jesus respondeu: “Acautelai-vos, que ninguém vos engane, porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos” (vv. 4,5). O vocábulo “muitos” merece atenção especial, uma vez que costumamos empregá-lo genericamente, para qualquer grupo de pessoas ou coisas.

Na passagem em apreço, significa muitos, mesmo! A cada dia, fica mais difícil contestar ensinamentos falsos porque uma grande parte das pessoas já os aceita como verdadeiros. Esse duplo sinal aumento de enganadores (Mc 13.22; 2 Pe 2.1,2) e proliferação de seguidores do erro, inclusive entre os crentes (“amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências”, 2 Tm 4.3) indica que o Senhor Jesus virá em breve buscar a sua Igreja. Depois do Arrebatamento, entrarão em cena o Anticristo e o Falso Profeta (Ap 13). Mas, nesses últimos dias, já há precursores desses líderes do mal: “Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos; por onde conhecemos que é já a última hora”. João falou de muitos anticristos e muitos falsos profetas (I Jo 4.1); e Pedro, ao alertar sobre estes, disse: “E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade” (2 Pe 2.2).'י Em Mateus 24.11 está escrito: “Levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos”“muitos e muitos”, outra vez. De fato, não serão poucos os enganadores nos dias que antecederão ao Arrebatamento. A cada dia, aumenta o número dos falsos profetas, verdadeiros lobos (At 20.29), que, com a sua aparência de piedade (2 Tm 3.5; I Rs 13.15-18) e dizendo que estão a serviço de Deus (Ap 2.2,20), se passam por ovelhas (Mt 7.15) e enganam aos desavisados (E f 4.14). Guerras e rumores de guerras. As guerras e os constantes rumores de novos conflitos também apontam para o retorno de Cristo (Mt 24.6,7). Temos presenciado em nossos dias o surgimento de revoluções (Lc 21.9), com motivações cada vez mais banais. Faz algum tempo, a publicação de caricaturas do profeta do Islã, em jornais europeus, foi o suficiente para promover uma onda de atentados contra embaixadas e consulados. No Irã, como resposta, a imprensa lançou uma competição de ofensas a judeus.6 Israelenses (como os israelitas são chamados desde 1948) e palestinos continuam sendo o assunto principal das páginas internacionais dos jornais do mundo.

No ano de lançamento da primeira edição desta obra, os Estados Unidos nação aliada de Israel continuam no Iraque, apesar de todos os protestos, sobretudo dos muçulmanos. O Irã parece não temer nada e afronta Israel, afirmando, através de seu líder, que o Holocausto é um mito. Tem-se a impressão de que todos os conflitos têm algum relacionamento com Israel. A perseguição aos judeus continuará até ao fim da Grande Tribulação, quando os exércitos do Anticristo, na tentativa de aniquilar os judeus, serão vencidos pelo Senhor Jesus Cristo (Ap 16.13-16; 19.11-21). A Palavra de Deus diz que “Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem” (Lc 21.24). E claro que, logo após o Arrebatamento, haverá uma trégua. O Anticristo firmará um pacto de três anos e meio com os judeus, propiciando ao mundo uma aparente paz mundial, que sumirá da Terra em pouco tempo. Vemos isso em Apocalipse 6.1-4: o cavalo branco uma alusão à paz ilusória e temporária que começará na Terra, ainda antes do Arrebatamento (I Ts 5.3), e terá seu apogeu quando o Anticristo assumir o controle político do mundo será seguido do cavalo vermelho, cujo cavaleiro terá a missão de tirar a paz do mundo. A tão esperada paz só será viável no Milênio (Ap 20.1-6). Fomes e epidemias. O aumento do contingente de miseráveis em todo o mundo é um sinal claro de que Jesus em breve virá buscar o seu povo (Mt 24.7). Calcula-se que, a cada ano, no mundo, morram cerca de vinte milhões de pessoas por causa da fome. No Brasil, estima-se que quase dez milhões de famílias estejam passando fome. As grandes vítimas são as crianças; a alimentação inadequada retarda seu desenvolvimento físico e mental, além de reduzir a sua resistência às doenças. E sabe-se que a destruição protéico-calórica é verificável em milhões de crianças latino-americanas. Jesus mencionou, ao lado da fome, as epidemias ou pestilências (Lc 21.11), enfermidades mortalmente infecciosas que continuarão fazendo vítimas, a despeito dos avanços da medicina.

Quando surgiu a penicilina, ainda na primeira metade do século passado, pensava-se que as infecções seriam vencidas. No entanto, de lá para cá, novos vírus surgiram, sobrepujando a capacidade inventiva do homem. O mundo tem sido desafiado por epidemias novas ou pelo recrudescimento de antigas, como aids, malária, cólera, tuberculose, dengue, etc. Infelizmente, quando os cientistas, após anos de pesquisa em laboratório, descobrem uma vacina contra algum vírus, inúmeras pessoas já morreram por doenças novas.

 A ciência tem comemorado grandes vitórias no âmbito das pesquisas genéticas. Haja vista as recentes experiências com células-tronco, visando ao tratamento de doenças degenerativas, como o câncer. Mas nem esses significativos avanços impedirão que ocorram epidemias em vários lugares como sinal da iminente volta do Senhor Jesus. Terremotos e coisas espantosas. Outro sinal escatológico são os terremotos. Jesus vaticinou que eles ocorreriam em vários lugares (Mt 24.7) e que seriam grandes (Lc 2 1.11). Quem estuda um pouco de geologia sabe que existem áreas de maior incidência sísmica. Contudo, nota-se que os abalos têm acontecido até mesmo em lugares distantes das regiões onde ocorrem os deslocamentos das placas tectônicas. Até no Brasil vem ocorrendo pequenos sismos, o que, há algum tempo, estava fora de cogitação.

Em Lucas 21.25, Jesus disse: “E haverá... angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas”. Essa passagem alude ao fim Grande Tribulação, quando Jesus aparecerá com poder e grande glória (v.27). Nesse caso, o terremoto no fundo do mar, ocorrido em 26 de dezembro de 2004, na Indonésia, foi mais do que um sinal da Segunda Vinda.

Sem dúvidas, aquele tsunami foi uma amostra do que acontecerá na Terra quando Deus julgar a Besta e seus adoradores (Ap 6.12; 8.5; I I . 13.19; 16.18 :. Juntamente com terremotos, fomes e pestilências, Jesus vaticinou que haverá, nesses últimos dias, coisas espantosas (Lc 21.11). O Senhor, aqui, parece ter usado o mesmo recurso empregado em relação às obras da carne. Como a lista era longa, o apóstolo Paulo abreviou-a, dizendo: “e coisas semelhantes a estas” (Gl 5.21). Ao mencionar coisas espantosas sem especificá-las, Jesus pode ter feito uma referência a quedas de meteoros, furacões, tufões, tornados, erupções vulcânicas e acontecimentos terríveis semelhantes a estes. Perseguições. Muitos crentes não se conformam em ser rejeitados pelo mundo; querem ser bem tratados.

É claro que, como cidadãos, temos direitos e deveres. E devemos, sim, reivindicar aquilo que a lei nos garante. Não obstante, Jesus disse: “Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão. Sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome” (Mt 24.9). O Senhor deixou claro que o ódio contra os seus servos se daria por causa do seu nome. Em outras palavras, os crentes perseguidos não são os que estão acomodados, buscando prosperidade material. Tal acossamento está relacionado aos crentes praticantes, que vivem e pregam o evangelho, e não com os nominais (Mc 13.10,11).

Não podemos ignorar o que está escrito em Mateus 5.11,12: “bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus. Porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós”. Não é normal sermos bem tratados neste mundo, a menos que nos conformemos com ele (Rm 12.1,2), abraçando o pensamento ecumênico.8 Essa perseguição pode ocorrer também entre os familiares: “E até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis entregues; e matarão alguns de vós” (Lc 21.16). Quando alguém se converte de verdade, as potestades do mal se enfurecem. O Inimigo sabe que um crente de vida ativa é uma ameaça para o domínio das trevas e se vale de todos os meios para tentar levá-lo ao fracasso. Por isso, muitos não estão dispostos a ter uma vida cristã atuante (Mt 10.32-39).

 Escândalo, traição e ódio. Jesus disse: “Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros” (Mt 24.10). A expressão “nesse tempo” foi empregada depois de Ele ter mencionado falsos cristos, guerras e rumores de guerras, fomes, pestes, terremotos e perseguições (vv.5-9). Isso mostra que muitos“ muitos”, outra vez!, nesses últimos tempos, mesmo diante de tão claros sinais da parte do Senhor, continuarão seguindo ao engano.

A palavra “escândalo” significa “fato ou acontecimento que contraria e ofende sentimentos, crenças ou convenções morais, sociais ou religiosas estabelecidas; indignação, perplexidade ou sentimento de revolta provocados por ato que viola convenções morais e regras de decoro”. Mas, ao lado do escândalo, está a traição generalizada: “trair-se-ão uns aos outros”. Isso denota que a traição se torna, a cada dia, um sentimento presente no casamento, na sociedade, entre os que se dizem amigos.

O pensamento de que é preciso “puxar o tapete” de alguém visando projeção e crescimento costuma ser comum nas empresas.

A Palavra de Deus diz: “os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados” (2T m 3.13), enfatizando que o sinal em apreço continuará se intensificando até ao Arrebatamento. Jesus também falou de ódio generalizado: “uns aos outros se aborrecerão”. E o sentido de odiar ou aborrecer aqui é alimentar sentimentos maldosos e injustificáveis para com o próximo. Faz-se necessário observar a advertência da Palavra de Deus, em I João 3.15, a fim de que tal sentimento não encontre lugar em nós: “Qualquer que aborrece a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem permanente nele a vida eterna”. Iniquidade e esfriamento do amor. Em Mateus 24.12, Jesus mencionou mais dois alarmantes sinais, um decorrente do outro: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará”. E o que assusta, neste duplo sinal, é mais uma vez a palavra “muitos”, cujo significado é “quase todos”.

Não foi por acaso que Jesus ensinou: “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela” (Mt 7.13). A cada dia, a aceitação da verdade da Palavra de Deus torna-se mais difícil. Doutrinas que outrora, ao serem ensinadas, geravam temor, têm levado muitos crentes a fazerem questionamentos. Vemos que os mensageiros conservadores mas conservadores do ponto de vista bíblico (2 Tm 1.13,14) são vistos por muitos como extremistas, descontextualizados ou politicamente incorretos. Isso, com certeza, é reflexo do dúplice sinal em questão.

O amor ao mundo faz-nos perder o amor a Deus (Tg 4.4; I Jo 2.15-17). E muitos líderes, à semelhança de Demas (2 T m 4.10), perderão a visão espiritual, nesses últimos dias. Os cultos, que deveriam ter como objetivos o louvor a Deus e a exposição da Palavra (I Co 14.27), se transformarão como já vem ocorrendo em programas de auditório, shows, com muito entretenimento e pouco ou nenhum quebrantamento de espírito na presença do Senhor. Esse sinal indica que, nos últimos dias, o mundo se tomará tão religioso, e a igreja quer dizer, uma boa parte dela tão mundana, que não se saberá onde começa um e termina o outro.

 

Sabendo que tudo isso aconteceria, Jesus alertou: “Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar...” (Lc 21.36) E, como escapar? O caminho é dar ouvidos à Palavra de Deus e se arrepender, a fim de que o nosso amor não se esfrie (Ap 2.4,5). Dias de Noé. Outro sinal da vinda de Jesus é a similaridade dos últimos dias com os de Noé, caracterizados por, pelo menos, três coisas: materialismo, indiferença e violência. Não é o que vemos hoje, em grande escala? Os homens estão cada vez mais materialistas. Como vivem fazendo planos para aumentar o seu patrimônio (Lc 12.16-20), não conseguem pensar nas “coisas de cima” (Cl 3.1,2), relativas ao Reino de Deus (Lc 12.31). A Palavra do Senhor assevera que devemos nos guardar da idolatria avareza (Ef 5.5; I Tm 6.10). O materialismo torna as pessoas indiferentes ao Criador. Os antediluvianos só pensavam em seu bem-estar; sentiam-se seguros. E é assim que muitos, em nossos dias, estão se comportando. Mas a indiferença e a aparente segurança nada representaram diante do juízo divino: “comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do H om em ” (Mt 24.38,39).

Além de indiferentes e materialistas, os antediluvianos eram violentos (Gn 6 .I I- I3 ) . O mundo nunca esteve tão cheio de violência como hoje! Países europeus que se gabavam de sua “superioridade” em relação aos países subdesenvolvidos em matéria de segurança e respeito ao ser humano enfrentam agora grandes dificuldades. Nos Estados Unidos, crimes bárbaros têm sido cometidos por jovens de famílias aparentemente bem estruturadas. A violência, no Brasil, está banalizada; os aparecimentos de baleias encalhadas em praias do Rio de Janeiro ou de uns pinguins trazidos pelas ondas do mar chamam mais atenção que assassinatos. O que é isso? Como diz a Palavra de Deus: “Perto está o Senhor” (Fp 4.5).

 Dias de Ló.

Antigamente, o comportamento libertino era uma exceção; a cada dia, torna-se uma regra. Muitas mulheres, em busca da “libertação”, resolveram se entregar aos seus próprios desejos carnais (Rm 1.26). Relacionam-se com pessoas que estão vendo pela primeira vez! Os homens, além dos pecados morais tidos como comuns, “se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro” (v.27). Esse deprimente quadro se constitui em mais um sinal indicador do Arrebatamento, pois Jesus disse: “Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam. Mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre, consumindo a todos” (Lc 17.28,29). As pessoas, naquele tempo, além de materialistas e indiferentes, eram imorais e amantes do prazer ilícito, antinatural (Gn 19.1-9). E, por isso, Deus destruiu as cidades de Sodoma e Gomorra (vv.24,25). Falta de fé. Em Lucas 18.8 está escrito: “Quando, porém, vier o Filho do homem, porventura, achará fé na terra?” Alguém poderá concluir: “Bem, a julgar pelo grande movimento da fé de nossos dias, o Arrebatamento ainda demorará a acontecer”. Entretanto, a fé da qual falou o Senhor não é aquela usada em benefício próprio. Antes, implica confiança, fidedignidade, fidelidade e lealdade, nesses tempos que antecedem o Arrebatamento.

 Nos últimos dias, haverá muitos falsos mestres (2 Tm 4.3), e inúmeras pessoas se desviarão da fé genuína, cujo objetivo não se restringe ao recebimento de bênçãos para esta vida. Ter fé implica possuir fidelidade e confiança inabaláveis em Deus, haja o que houver (Hb I I.I; Fp 4.10-13). Esta virtude faz-nos ter a certeza de que pertencemos ao Senhor, ainda que venhamos a sofrer e a morrer (Rm 8.38,39; At 14.22). Ananias, Misael e Azarias demonstraram ter essa confiança ante a ameaça de Nabucodonosor: “Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei. E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste” (Dn 3.17,18). Eles estavam convictos de que Deus poderia livrá-los, e ao mesmo tempo preparados para morrer, se fosse necessário; porém jamais, em hipótese alguma, adorariam falsos deuses, mesmo que Deus não os livrasse da morte. Infelizmente, no tempo do fim, proliferará a falsa fé, egocêntrica a fé na fé. Muitos agirão como se Deus tivesse de responder “sim” a todos os seus pedidos. A Palavra de Deus ensina-nos a ter uma confiança inabalável (Mq 7.1-7; Jó 42.2), para que, até à nossa reunião com Ele, não nos movamos facilmente de nosso entendimento, combatendo o bom combate até ao fim (2T s 2.1,2; 2 Tm 4.7,8). E este tipo de fé será uma raridade quando o Senhor voltar. Grandes sinais do céu. Jesus profetizou que haveria grandes sinais do céu, isto é, provenientes do céu (Lc 21. II). Não se trata de eclipses ou passagens de cometas (conquanto esses sejam eventos raros), mas de “grandes sinais”. Alguns teólogos encontram nessa passagem respostas para fenômenos que transcendem à compreensão da ciência, como o aparecimento no espaço de objetos voadores não-identificados. Muitos dos supostos discos voadores não passam de aviões, balões meteorológicos de grande altitude, planetas; fenômenos estratosféricos causados por inversões de temperatura.

Há sim alguns objetos voadores para os quais a ciência não tem explicação. Talvez sejam parte dos “sinais do céu” preditos por Jesus, em Lucas 21.I I . Mas não devemos especular sobre coisas incertas, tampouco nos atemorizarmos por causa delas (Jr 10.2). Multiplicação da ciência. Em Daniel 12.4, o termo “muitos”, referente a sinais precursores da vinda de Jesus, ocorre de novo: “muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará”.

Há, nessa última hora, uma corrida desesperada em busca de respostas cientificas. Não obstante, mesmo com toda a evolução da ciência e da tecnologia, só a Palavra de Deus tem a resposta para as principais indagações da humanidade (I Co 2.14,15; I Tm 6.20).

Na tentativa de encontrar respostas para os mistérios que só podem ser desvendados pelo estudo das Escrituras, mediante a revelação do Espírito, os homens têm investido quantias exorbitantes! E até hoje os pesquisadores não conseguiram responder cientificamente a perguntas como: “Quem somos:”, “De onde viemos?” e “Para onde vamos?” Não chegam às respostas, porém fazem descobertas impressionantes, que comprovam a veracidade da profecia de Daniel. O governo norte-americano investe milhões de dólares em pesquisas espaciais. Com quais propósitos? Entender a complexidade do Universo e tentar descobrir a existência de seres mais evoluídos em outros planetas. Não tem havido êxito concreto nessa busca exobiológica, mas os investimentos “astronômicos” têm contribuído sobremaneira para o desenvolvimento da tecnologia, beneficiando, assim, o único planeta habitado, a Terra.

 Nesses dias que antecedem ao Arrebatamento, os homens continuarão correndo de um lado para o outro, em busca de novas descobertas, e a ciência continuará a se multiplicar, para espanto de muitos. Não devemos ficar preocupados com avanços e descobertas nos campos da astronomia, da paleontologia, da biologia como a clonagem, as pesquisas com células-tronco, etc. Tudo isso é um claro sinal de que perto está o Senhor. Apostasia. A apostasia também está associada aos últimos dias (2 Ts 2.3; I Tm 4.1). E, da forma como é mencionada, só pode ocorrer entre os crentes em Jesus, pois as pessoas do mundo não têm de que apostatar. Este verbo denota abandono consciente da verdade, para seguir à mentira. A Palavra de Deus, em 2 Timóteo 4.3,4, de modo profético, mostra como esse pecado ocorre nesse tempo do fim: Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade; voltando às fábulas.

 

 Não podemos confundir apostasia com desvios doutrinários ou comportamentais isolados, pois o apóstata dá as costas convicta e conscientemente à fé e à verdade de Deus. Depois de resgatado do poder do pecado, o apóstata nega o Redentor, trazendo sobre si mesmo repentina perdição (2 Pe 2.1). Ele deixa-se envolver de novo pelas corrupções do mundo, permitindo que seu último estado se torne pior que o primeiro (v.20). O apóstolo Pedro assim resume o estado de quem apóstata: “Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado. Deste modo, sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito; a porca lavada, ao espojadouro de lama” (2 Pe 2.21,22). Portanto, o pecado do apóstata é maior que do incrédulo. O que ele outrora praticava, nos tempos da ignorância (At 17.30), por andar segundo o curso deste mundo (Ef 2.2), agora fá-lo conscientemente. Escarnecedores. Sempre houve escarnecedores (Sl I.I; Is 28.14; Sf 2.8), inclusive no tempo em que Jesus andou na Terra (M t 20.19; 27.29,41).

Mas a proliferação deles é um claro sinal da iminência do Arrebatamento: “nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação” (2 Pe 3.3,4).

 Em Judas Vvs. 18,19 são mencionadas três características desses escarnecedores:

1) Andam segundo as suas ímpias concupiscências.

 2) Causam divisões.

3) Não têm o Espírito Santo.

A Palavra de Senhor afirma que “nos últimos dias” haveria homens blasfemos (2T m 3.1,2).

E blasfemar significa adotar uma linguagem difamatória, zombeteira, escarnecedora e maligna acerca da Majestade Divina. Como Deus não se deixa escarnecer (Gl 6.7), julgará com equidade os que “pisam ” o Filho de Deus e têm por profano o sangue do testamento, fazendo agravo ao Espírito da graça (Hb 10.29; Mt 12.31,32). Tempos perigosos (2T m 3.1).

Os dias que antecedem a Segunda Vinda são realmente trabalhosos, difíceis, perigosos; o espírito do Anticristo já está no mundo (I Jo 4.3).

Na Palavra de Deus, em 2Timóteo 3.1-5, há uma longa lista com dezoito características anticristãs dos homens maus desses últimos tempos, as quais apresentamos abaixo, em três grupos de seis.

Primeiro grupo os que desprezam a Deus e a família:

1) Blasfemadores; zombam de Deus, de sua Palavra, da obra expiatória de Cristo e de tudo o que é sagrado.

2) Irreverentes; profanos; sem respeito pelas coisas sagradas.

3) Sem domínio de si; incontinentes, desequilibrados; insaciáveis quanto ao

4) Atrevidos; obstinados; insistem em pecar, mesmo depois de serem advertidos.

5) Mais amigos dos prazeres que amigos de Deus; dizem-se amigos de Deus, mas é só “aparência de piedade”; são, na verdade, inimigos do Senhor (Tg 4.4).

 Desobedientes aos pais; desonram e amaldiçoam pai e mãe (Ef 6.1-3; Pv 20.20). Segundo grupo os que amam a si mesmos:

1) Egoístas; idolatram-se; só pensam em seus próprios interesses.

2) Avarentos; fazem o que for preciso para ter dinheiro; também são idólatras (Ef 5.5).

 3) Jactanciosos; presunçosos, orgulhosos; gostam de se vangloriar.

4) Arrogantes; pensam que não precisam de ninguém.

 5) Enfatuados; cheios de si; egocêntricos.

6) Ingratos; incapazes de dizer um simples “obrigado”.

 

Terceiro grupo os que odeiam o próximo:

 1) Cruéis; matam, sequestram, estupram, torturam, roubam, por puro prazer.

 2) Inimigos do bem; pessoas sem amor para com os bons; não conseguem amar nem aqueles que só lhes fazem o bem.

3) Traidores; fingem-se de amigos, contudo agem como uma serpente ou um cão que se volta contra o dono.

 4) Desafeiçoados; sem afeto natural; não têm sequer aquela afeição inata, que todo ser humano deveria possuir, naturalmente.

5) Implacáveis; irreconciliáveis; incapazes de perdoar; sedentos por vingança.

6) Caluniadores; inventam males para prejudicar o próximo.

 O povo de Israel.

A existência do povo israelita é um grande sinal indicador da Segunda Vinda de Cristo.

 Séculos vêm e vão, povos florescem, alcançam seu apogeu, envelhecem e desaparecem. Mas Israel, ao longo desses quase seis mil anos, não foi atingido pela lei da mortalidade e desaparecimento dos povos. A partir do ano 70, quando Jerusalém foi destruída pelos romanos, os judeus ficaram privados de seu território, vindo a sofrer terríveis perseguições.

 Na Idade Média, foram queimados aos milhares em praça pública pela Igreja Romana, sob o domínio do inquisidor Torquemada. E, durante a II Guerra Mundial (1939-1945), mais de seis milhões foram brutalmente assassinados. Depois de ter sido espalhado entre as nações, por desobediência (Dt 4.23-28,63,64; Lc 21.24), Israel foi estabelecido como Estado, em 14 de maio de 1948.

O mesmo Deus que dispensou os israelitas havia feito uma promessa de ajuntá-los em sua terra (Dt 4.30; 30.1-6; Ez 11.17-36; 37.21); e isso vem se cumprindo desde o fim da primeira metade do século XX.

Apenas 24 horas após a proclamação do Estado de Israel, os exércitos de Egito, Jordânia, Síria, Líbano e Iraque invadiram o país, dando início à Guerra da Independência. Recém-formadas e pobremente equipadas, as Forças de Defesa de Israel (FDI) conquistaram uma expressiva vitória depois de quinze meses de combate. Terminada essa primeira guerra, os israelenses concentraram seus esforços na construção do Estado. David Ben Gurion foi eleito primeiro-ministro, e Chaim Weizmann, presidente. Ainda em 1949, Israel se tornou membro das Nações Unidas, aumentando a fúria de seus inimigos, que não reconheciam o Estado de Israel. Em 1956, sofrendo ameaças de Egito, Síria e Jordânia, Israel tomou a Faixa de Gaza e a Península do Sinai. Neste mesmo ano, de comum acordo com a ONU, Israel começou a devolver as terras conquistadas. Esta atitude lhe proporcionou algumas vantagens, como: a liberdade para navegar no Golfo de Eilat e a permissão para importar petróleo do Golfo Pérsico. Quando a paz parecia consolidada, irrompeu, em 1967, a Guerra dos Seis Dias. O Egito novamente, deslocando um grande número de tropas para o deserto do Sinai, ordenou que as forças de manutenção de paz da ONU se retirassem da área. Entretanto, mesmo com a ajuda militar de Jordânia e Síria, os egípcios sofreram outra humilhante derrota. Invocando o seu direito de defesa, Israel desencadeou um ataque preventivo contra o Egito, no sul, seguido por um contra-ataque à Jordânia, no leste. Ex. pulsou, ainda, as forças sírias entrincheiradas no Planalto de GoJan, ao norte. E, em apenas 6 dias, Israel conquistou a Judéia, a Samaria, Gaza, a Península do Sinai e o Planalto de Golan. Em 1973, depois de anos de relativa calma, ocorreu a Guerra de Yom K1- pur (Dia da Expiação, o dia mais sagrado do calendário judaico' . Egito e Síria atacaram Israel, dessa vez de surpresa.

O exército egípcio atravessou o Canal de Suez, e as tropas sírias invadiram o Planalto de Golan.

 Em três semanas, Israel repeliu os ataques de forma milagrosa. Havia, nas Colinas de Golan, 180 tanques israelenses para enfrentar 1.400 tanques sírios! No Canal de Suez, havia quinhentos israelenses para enfrentar 80.000 egípcios! Mesmo assim, em dois dias, Israel mobilizou seus reservistas e conseguiu fazer retroceder seus adversários, penetrando no território inimigo. Não fosse a intervenção da ON U, o Egito teria uma derrota arrasadora. Depois dessa guerra, a economia israelense cresceu expressivamente. Os investimentos estrangeiros aumentaram, e, em 1975, Israel se tornou membro associado do Mercado Comum Europeu. Ademais, o turismo se tornou uma das principais fontes de renda do país. Hoje, há ainda uma permanente ameaça: os palestinos (povos árabes que formavam a população nativa da Palestina antes de 1948). Estes, depois de serem expulsos da Jordânia, em 1970, perpetraram repetidas ações terroristas contra as cidades e colônias agrícolas israelenses, causando danos físicos e materiais. Atualmente, Israel e ANP (Autoridade Nacional Palestina) vêm tentando um acordo de paz. A verdade é que Deus no princípio estendeu sua mão providente e protetora sobre o povo de Israel. Ao chamar Abraão, pai do povo israelita, Deus lhe disse: “em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3). Mas Israel não foi fiel ao Senhor e trouxe sobre si duras consequências (Rm II). Neste capítulo, a Palavra de Deus afirma que “o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado” (v.25). O tempo da plenitude gentílica está chegando. A figueira (Israel) começou a florescer, e este é um dos principais sinais da Segunda Vinda de Cristo: “Olhai para a figueira

 Quando já têm rebentado, vós sabeis que perto está o verão” (Lc 21.29,30).

 Diante de tantos sinais escatológicos, reflitamos acerca do que Jesus disse, em Mateus 24.33-35: ... quando virdes estas coisas, sabei que ele está próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas essas coisas aconteçam. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.

 

II. O Arrebatamento da Igreja

 

 A Segunda Vinda abrangerá um período de sete anos, compreendendo três grupos de povos os judeus, os gentios e a Igreja de Cristo (I Co 10.32). Para os judeus, o Senhor virá como o Libertador, o Messias, a fim de implantar o Milênio. Para os gentios, como Juiz. Para a Igreja, como seu Noivo, no Arrebatamento, e a levará para o Céu. Conquanto seja inútil tentar estabelecer uma data para o Arrebatamento, a cada dia surgem mais especulações sobre o assunto.

Há teólogos que se arriscam nesse terreno movediço, talvez para demonstrar a sua habilidade em fazer cálculos mirabolantes. Isso é um desperdício de tempo! Jesus foi categórico: “daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente meu Pai” (Mt 24.36). Jesus sabe quando voltará? Ao se fazer homem, o Senhor Jesus aniquilou-se (esvaziou-se) a si mesmo; e, conquanto não tenha deixado de ser Deus (I Tm 3.16; Cl 2.9), abriu mão de parte de seus atributos divinos e da glória que desfrutava junto ao Pai (Jo I .I 4; 2 Co 8.9; Fp 2.5-8). N a Terra, o Homem-Deus sujeitou-se temporariamente às limitações humanas (Hb 2.14).

E foi nessa condição temporária que Ele declarou não saber quando se daria o Arrebatamento ( Jo 14.28). Com a vitória cabal alcançada na cruz (Jo 19.30) e a sua transcendental ressurreição, Jesus reassumiu a indizível glória que tinha antes de o mundo existir (Jo 17.5). Não foi por acaso que declarou: “É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt 28.18), pois de fato Ele é o Todo-Poderoso (Ap 1.8). Não há razão para acreditarmos que Ele tenha deixado de saber definitivamente o dia do Arrebatamento. Em Apocalipse, as suas convictas palavras indicam o seu pleno conhecimento sobre o assunto: “venho sem demora”; “presto venho”; “cedo venho” (Ap 3.11; 22.7,12). Quanto a nós, além de não sabermos quando Jesus voltará, é-nos totalmente vedado fazer especulações (At 1.7; I Ts 5.1). Acerca do Arrebatamento, o Senhor disse: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora” (Mt 25.13).

Estejamos, pois, preparados para aquele grande acontecimento (2 Tm 4.8). Quando será 0 Arrebatamento? Embora não sejamos capazes de determinar uma data, a esperança de que veremos Jesus antes de morrermos deve estar bem viva (Tt 2.13). Somente os escarnecedores agem como se Jesus fosse demorar muito a voltar (2 Pe 3.3). O crente fiel sabe que o Arrebatamento pode acontecer a qualquer momento! Afinal, por que a Palavra de Deus enfatiza os sinais desse acontecimento? Para nos manter vigilantes e cheios de esperança (Mt 24.42). Jesus prometeu que voltará (Jo 14.3; Ap 22.20), e os anjos corroboraram as suas palavras (At I.9-I I). Os profetas dos tempos do Antigo Testamento também anunciaram a Segunda Vinda, mesmo não tendo a devida compreensão acerca dela (Dn 7.13; Zc 14.4; Ml 3.2;). E os escritores do Novo Testamento fizeram o mesmo: Paulo (I Co I5.5I,52);T1ago (5.8); Pedro (2Pe 3.10); João (I Jo 2.28; 3.1-3); Judas (v. 14); e o desconhecido autor de Hebreus (9.28). Ademais, o testemunho da Ceia do Senhor, por Ele ordenada, é mais uma evidência de sua volta (I Co 11.26).

 Pregue-se ou não acerca da Segunda Vinda, os sinais proferidos por Jesus e os apóstolos continuarão ocorrendo até ao Arrebatamento, cada vez mais intensos, numa demonstração de que as palavras do Senhor não passarão (Mc 13.31). Não podemos estar desapercebidos, pois “fiel é o que prometeu” (Hb 10.23,37). E o fato de não sabermos quando Ele voltará (Mt 24.42-44) deve estimular-nos à vigilância (Mt 2 5 .I-I3 ).

 

As duas ressurreições

 

Quando Jesus voltar, os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro, incorruptíveis. Em seguida, os salvos vivos serão transformados. Juntos, subirão ao encontro do Senhor, nos ares (I Ts 4.16,17; I Co 15.51,52). Apenas “os que morreram em Cristo” ressuscitarão antes do Arrebatamento; os que não morrerem “em Cristo” farão parte de uma “segunda ressurreição”, que se dará antes do Juízo Final. Os pós-milenaristas afirmam que a expressão bíblica “primeira ressurreição” (Ap 20.5,6) é simbólica e alude a uma ressurreição espiritual. Segundo o pensamento desses teólogos, Jesus teria previsto uma única ressurreição do corpo, para justos e injustos.

 De fato, o novo nascimento é comparado a uma ressurreição: os salvos morrem para o pecado e ressurgem para uma nova vida (Rm 6.8-12).

No entanto, além da ressurreição simbólica e espiritual, ocorrerão duas outras reais: a da vida e a da condenação. Em I Coríntios 15.53, está escrito: “Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade”. Ao dizer essas palavras, Paulo que já havia ressuscitado, espiritualmente, com Cristo (Cl 3.1,2) enfatizou a esperança que tinha em “outra ressurreição” (Fp 3.11), que chamou de redenção do nosso corpo (Rm 8.23). A primeira ressurreição. E a da vida (Jo 5.29a) e contempla:

1) Cristo, as primícias dos que dormem (I Co 15.20,23a).

2) Os santos que saíram dos sepulcros depois da ressurreição de Cristo (Mt 27.52,53). “O significado deste evento é o prenúncio profético de que a morte e a ressurreição de Cristo garantem a nossa ressurreição gloriosa na sua vinda. A ressurreição de Cristo foi a derrota da morte”.

 Os que são de Cristo, no momento do Arrebatamento (I Co 15.23b; I Ts 4.16).

4) As duas testemunhas, durante a Grande Tribulação (Ap I I.I I ).

5) Os mártires da Grande Tribulação, que ressuscitarão antes do Milênio (Ap 20.4-6). Este texto diz: “Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição”. Observe: “primeira”, e não “única”. A expressão “ressurreição dos [dentre os] mortos” (gr. ek ton nekron), contida em Lucas 20.35 e Filipenses 3.11, denota que, no Arrebatamento da Igreja, os salvos em Cristo ressuscitarão “dentre todos” os mortos. O u seja, os justos farão parte da “primeira ressurreição”, reservada tão-somente a eles, enquanto os ímpios não reviverão. A segunda ressurreição. Segundo a Palavra de Deus, as ressurreições de salvos e perdidos ocorrerão em ocasiões bem diferentes, embora sejam mencionadas juntamente em algumas passagens (Dn 12.2; Jo 5.28,29).

O texto de Apocalipse 20.4-6 é suficientemente claro acerca dessas duas ressurreições, separadas por um espaço de mil anos: E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem> e não receberam o sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram... Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com eh mil anos. Portanto, a “segunda ressurreição” é a da condenação (Jo 5.29b) e ocorrerá depois do Milênio e antes do Juízo Final.

 Os mortos que “não reviveram, até que os mil anos se acabaram” (Ap 20.5) ressuscitarão para o julgamento do Trono Branco: “E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras” (Ap 20.13).

 

O estado intermediário

 

Em I Tessalonicenses 3.13 está escrito: “que sejais irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, todos os seus santos”. Essa passagem mostra que os santos de todas as épocas virão com Cristo, no Arrebatamento. Em outras palavras, o espírito e a alma (ou espírito+alma) deles se juntarão aos seus corpos, na Terra, para a ressurreição, num abrir e fechar de olhos (I Co 15.50-52).

 O espírito e a alma dos mortos encontram-se hoje em um lugar intermediário aguardando a ressurreição; isso, separadamente, conforme a condição da pessoa, salva ou perdida, consoante a explanação a seguir. Todas as pessoas, ao morrerem, salvas ou perdidas, ficam sob o controle de Deus (Ec 12.7; Mt 10.28; Lc 23.46). Os salvos são levados ao Paraíso, no Céu (Fp 1.23; 2 Co 5.8; I Pe 3.22). E os ímpios vão para o hades (hb. sheol), um lugar de tormentos (E f 4.8-10; Sl 139.8; Pv 15.24).

Os mortos em Cristo estão em um estado intermediário, ou já estão no Céu? Jesus ao referir-se ao Céu, em João 14,3, suas palavras “casa”, “moradas” e “lugar”, são todas distintas no original. O Céu é inescrutável e inefável para a mente humana na sua atual dimensão terrena, estará limitada, afetada.

Apesar de se encontrarem na presença de Deus, os salvos ainda não foram transformados; isso só acontecerá na ressurreição (I Co 15.51). Seu estado é similar ao daqueles mártires que morrerão na Grande Tribulação (Ap 6.9-II). Esta passagem e a de Lucas 16.25 indicam que, no Paraíso, os salvos são consolados, repousam, estão conscientes e se lembram do que aconteceu na Terra (Ap 14.13). Contudo, após o Arrebatamento, estarão — no sentido pleno — “sempre com o Senhor” (I Ts 4.17).

Nos tempos do Antigo Testamento, Paraíso e Hades ficavam na mesma região; eram separados por um abismo intransponível (Lc 16.19-31). Quando Jesus morreu, desceu em espírito a essa região e transportou de lá os salvos para o terceiro Céu para entender essa transição claramente, faz-se necessário estudar Mateus 16.18, Lucas 23.43, Efésios 4.8,9 e 2 Coríntios 12.1-4, nessa ordem. Quanto aos ímpios, permanecem no Hades (uma espécie de ante-sala do Inferno), que não deixa de ser “um inferno”, um lugar de tormentos (Lc 16.23). O Inferno final ainda está vazio? Sim! Embora em algumas passagens o vocábulo grego hades tenha sido traduzido por “inferno”, os estudiosos da Bíblia não devem se confundir, julgando que Hades e Inferno sejam o mesmo lugar. O Inferno, mesmo, é chamado de Lago de Fogo (gr. limnem tou puros), em Apocalipse 20 .14,15; de “fogo eterno” (gr. pur to aionion) e de “tormento eterno” (gr. kolasin aionion), em Mateus 25.41,46; e de Geena, em Mateus 5.22 e Lucas I2.5.20 Acerca deste lugar, Jesus disse: “E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo” (M t 10.28)

 Até quando o Inferno (ou Lago de Fogo) permanecerá vazio? Até ao fim da Grande Tribulação.

 Seu povoamento se dará em quatro etapas:

1) Quando Cristo vier para à Terra em poder e grande glória, o Anticristo e o Falso Profeta inaugurarão o Inferno (Zc 14.4; Ap 19.20).

2) Em seguida, os condenados do Julgamento das Nações irão para “o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”, “o tormento eterno” (M t 25.41,46).

3) Mais tarde, será a vez do Diabo e seus anjos irem para o lugar para eles preparado (Ap 20.10).

4) Finalmente, após o Juízo Final, todos os ímpios estarão reunidos no Inferno (Ap 20.15; 21.8).

 

 III. O Tribunal de Cristo


A sequência dos julgamentos. Logo após o Arrebatamento, ocorrerá ainda nos ares o Tribunal de Cristo.

É importante não confundirmos esse julgamento com os outros mencionados nas páginas sagradas. A distinção entre eles se dá em razão de quatro aspectos diferenciadores: os participantes, o local, o tempo e o resultado de cada um.

1) Julgamento do Pecado Original. Jesus, na cruz, recebeu em seu corpo a sentença divina, morrendo por todos os pecadores (Jo 5.25; 12.31; 19.17,18; I Pe 2.24; 3.18; G13.13; Cl 2.I3-I5; 2 Co 5.21; Hb 9.26; Rm 8.1).

 2) Julgamento dos Pecados Atuais do Crente. Cada salvo deve fazer um auto-julgamento, confessando os seus pecados e colocando-se diante do Senhor e da igreja (I Jo 2.1,2; I Co 11.31,32; H b 3.12,13; 12.7; I Pe 4.17; I Co 5; I Tm 1.20; Tg 5.16; I Co 4.3,4).

 3) O Tribunal de Cristo. Todos os salvos arrebatados serão julgados pelas suas obras, para receber ou não galardão (2 Co 5.9,10; Rm 14.10-12; I Jo 4.17).

4) Julgamento de Israel. A nação israelita será julgada durante a Grande Tribulação (Dn 12 .1).

5) Julgamento das Nações. Todas as nações serão julgadas antes da instauração do Milênio (Mt 25.31,32; 13.40-46; J1 3.1,2,12-14; Sl 9.8).

6) Julgamento do Diabo e suas Hostes. Satanás será julgado em instância final pois já foi condenado por antecipação (Jo I6 .I I) — e lançado no Inferno, juntamente com seus emissários, após a sua última e rápida revolta, que se dará logo após o Milênio (Ap 20.10; Rm 16.20; I Co 6.3; Jd v.6; 2 Pe 2.4).

7) O Trono Branco. Este é o último grande julgamento, o Juízo Final, para condenar todos aqueles cujos nomes não estiverem inscritos no livro da vida do Cordeiro (Ap 20.5-11; At 17.31; Rm 2 .I2 -I6 ).

 O que é o Tribunal de Cristo? E o julgamento dos servos de Deus quanto às suas obras na Terra (2 Co 5.10; Rm 14.10). Conquanto a nossa salvação seja pela graça de Deus, fomos salvos para as boas obras (Ef 2.8-10). Não seremos julgados quanto à nossa posição e condição de salvos que temos em Cristo, e sim quanto ao nosso desempenho como servos do Senhor.

Há na Igreja do Senhor servos inúteis, negligentes, maus e infiéis.

Na parábola dos talentos, somente os servos bons e fiéis tiveram seu trabalho reconhecido, aprovado e galardoado (Mt 25.14-30). Nesse grande julgamento da Igreja, todos hão de prestar contas de sua administração (Lc 16.2). Reflitamos sobre a expressão contida na parábola das minas: “Negociai até que eu venha” (Lc 19.13).

 Naquele Dia, o Senhor requererá o nosso “relatório”. Ele nos julgará quanto à mordomia ou à administração:

 1) Da nossa vida espírito, alma e corpo (I Ts 5.23).

2) Da nossa vontade, pois nos deu livre-arbítrio (I Co 6.12).

3) Do nosso tempo (Ef 5.16).

4) Dos nossos talentos (I Pe 4.10).

5) Dos nossos bens (Lc 12.16-20).

6) Do trabalho que Ele nos entregou. Como diz o hino 93 da Harpa Cristã, “Para cada crente o Mestre preparou um trabalho certo quando o resgatou”.

 O Novo Testamento menciona vários dons, ministérios e operações que o Senhor concede à sua Igreja (Rm 12.6-8; I Co 12.4-6; E f 4 .1 1).

 E cada salvo, além de chamado para proclamar as virtudes do Senhor (I Pe 2.9), recebeu pelo menos uma incumbência específica no Corpo de Cristo (I Co 3.6-9). Quando e onde será esse julgamento? Jesus respondeu a essa pergunta em Apocalipse 22.12: “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra”. Se Jesus virá com o galardão, o julgamento se dará logo após o Arrebatamento, ainda nos ares (I Ts 4.16,17), por ocasião da nossa reunião com Ele (2 Ts 2.1).

Lá seremos galardoados (M t 16.27), antes das Bodas do Cordeiro nesta Ceia, a Igreja já estará coroada (I Pe 5.4), vestida de linho fino, puro e resplandecente (Ap 19.7-9).

 Os salvos de todas as épocas participarão dessa reunião nos ares. Jesus disse que haverá recompensa na ressurreição dos justos (Lc 14.14). Os heróis do Antigo Testamento que, tendo o testemunho pela fé, morreram sem alcançar a promessa (Hb 11.39), ressuscitarão (I Co 15.51,52) para receber de Cristo, o Justo Juiz, a coroa da justiça, pois, como Paulo, combateram o bom combate, acabaram a carreira e guardaram a fé (2 Tm 4.7,8). O que é o galardão? Muitos crentes sinceros acreditam que o galardão será algo palpável, e que receberão coroas de ouro, literalmente. Onde as colocaríamos, uma sobre a outra? Qual seria posta primeiro, a da vida ou a da justiça? E, no caso das coroas grandes ou pequenas, de acordo com o trabalho realizado? Não teria o galardoado de possuir uma cabeça no tamanho compatível com as coroas recebidas? Tudo isso é extemporâneo, precoce e especulativo.

Na verdade, coroa fala de posição, domínio, poder. N a parábola das minas, aquele senhor que representa o Senhor disse aos servos fiéis: “Bem está, servo bom, porque no mínimo foste fiel, sobre dez cidades terás autoridade” (Lc 19.17). E Jesus também prometeu: “E ao que vencer e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações, e com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai” (Ap 2.26,27). Portanto, quando a Palavra de Deus diz que o galardão está com Jesus, não significa que Ele virá com uma enorme bagagem, como o servo de Abraão, que, ao partir em busca de Rebeca, levou dez camelos cheios de presentes (Gn 24.10).

Quando partimos desta vida, as nossas obras nos seguem (Ap 14.13); isto é, tudo o que fizemos fica registrado no Céu.

No Arrebatamento, Jesus que conhece as nossas obras (Ap 2.2,9,13,19; 3.8,15) trará consigo o resultado, a avaliação de nosso trabalho. Quais serão os critérios desse julgamento? Jesus não galardoará o crente apóstolo, bispo, missionário, reverendo, teólogo, cantor... O prêmio da soberana vocação (Fp 3.14) será dado aos “servos bons e fiéis” (Mt 25.21,23)

Infelizmente, muitos têm, buscado somente títulos. Alguns pregadores, depois de viajarem ao exterior, fazem questão de se identificarem como “conferencistas internacionais”, ignorando o que Jesus disse, em Mateus 23.8: “não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos”.

1.    A base do julgamento serão “as obras”, e não “os títulos” (I Co 3.10-15).

Este texto mostra que as obras aprovadas são as realizadas em Cristo, o fundamento. Os elementos ouro, prata e pedras preciosas representam o trabalho feito com humildade e temor, para a glória do Senhor (I Co 10.31). Já os materiais madeira, feno e palha facilmente consumíveis pelo fogo falam das obras feitas por vaidade e egoísmo, para receber glória dos homens (Mt 6.2,5). Somente serão galardoados aqueles cujas obras resistirem ao fogo da presença do Senhor (Hb 12.29

Sofrer detrimento pelo fogo (I Co 3.15' denota perda de galardão, em contraste com o versículo 14: “receberá galardão”. São os materiais que não resistem ao fogo do juízo e se queimam, isto é, as obras. Não existe aqui nenhuma margem para o falso ensinamento romanista do purgatório, visto que, após a morte, segue-se o juízo (Hb 9.27)

 A expressão “o tal será salvo” não denota que a salvação só acontecerá após esse julgamento.'’ Obtemos a certeza da vida eterna no momento em que cremos em Jesus Cristo, confessando-o como Senhor (Jo 5.24; Rm 10.9,10), porém a salvação no sentido de glorificação só se dará a partir do Arrebatamento (Rm I3.I I; Hb 9.28; Fp 3.20,21).

2) Outro critério que o Justo Juiz considerará naquele Dia é a fidelidade do crente a Deus, ao resistir às tentações. Daí haver na Bíblia uma mensagem de consolação aos que têm se mantido fiéis ao Senhor em meio às investidas do Tentador: “Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam” (Tg I . I 2).

3) Em 2 Coríntios 5.10, vemos mais dois aspectos desse julgamento: a sua individualidade “cada um ” (Rm 14.12; Ap 22.12) e o sentido vasto de obras: “segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal”. Este “mal” alude àquelas obras que, apesar de inconvenientes, não interferem, até certo ponto, na salvação (I Co 6.12; 10.23; Hb 12.1; I Ts 5.22).

 Embora muitos pensem que o tratamento dispensado aos irmãos não será levado em consideração, o julgamento será baseado em tudo o que tivermos feito por meio do corpo.

 As vezes, não chegamos a odiar um irmão (I Jo 2.11; 3.15, ARA), porém o julgamos ou o desprezamos: “Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo” (Rm 14.10). 4) A abrangente expressão “o que tiver feito por meio do corpo” (2 Co 5.10) inclui também o trabalho secular. Muitos pensam que o Senhor só vê as obras relativas à igreja. De acordo com a Bíblia, nosso trabalho secular deve ser feito para agradar ao Senhor (Ef 6.5-8). “E, tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens, sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis” (Cl 3.23,24). Lembremo-nos sempre de que nenhum trabalho é vão no Senhor (I Co 15.58). Conclusão. N o Tribunal de Cristo haverá muitas surpresas. Coisas encobertas, positivas ou negativas, virão à tona naquele grande Dia: “nada julgueis antes do tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas e manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá de Deus o louvor” (I Co 4.5). Esta passagem deve nos estimular a buscar o louvor de Deus (2 Co 10.17,18), e não o dos homens (Pv 25.27; 27.2).

As obras que ninguém vê aqui serão expostas pelo Senhor, naquele Dia, para que todos tomem conhecimento (Hb 4.13). Não nos esqueçamos, pois, de que recebemos Jesus como Senhor e Salvador (Fp 3.20; 2 Pe 3.18). Relacionamo-nos com o Salvador como filhos (Jo 1.11,12), mas, se Ele é Senhor, nosso comportamento deve ser de servos. Sejamos fiéis a Jesus Cristo até ao fim (Ap 2.10; 3.11), para que tenhamos confiança no dia do juízo (I Jo 4.17) e recebamos a coroa incorruptível (I Co 9.25).

 

IV. As Bodas do Cordeiro

 

O que são as Bodas do Cordeiro? Depois do Tribunal de Cristo, nos ares, os salvos se reunirão com o Senhor, no Céu (2 Ts 2.1), onde ocorrerão as Bodas do Cordeiro, o casamento entre Cristo e a Igreja (Ef 5.25-27; 2 Co II.2). A porta estará aberta para uma grande multidão de santos, que, a uma só voz, bradarão: “Aleluia! Salvação, e glória, e honra, e poder pertencem ao Senhor, nosso Deus” (Ap I9.I). Fatos relacionados com as Bodas do Cordeiro. Acerca dessa grandiosa Ceia do Senhor lemos, em Apocalipse 19.7-9 e Lucas 22.29.30: Regozijemo-nos, e alegremo-nos, demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos. E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus. E eu vos destino 0 Reino, como meu Pai mo destinou, para que comais e bebais à minha mesa no meu Reino e vos assenteis sobre tronos, julgando as doze tribos de Israel. Os textos acima apresentam os seguintes fatos, relacionados com as Bodas do Cordeiro:

1) A Igreja do Senhor, à semelhança de uma noiva, estará pronta, preparada para as Bodas (Mt 25.10). Ela já chegará ao local do banquete ataviada, devidamente trajada com as suas vestes nupciais. E Jesus, com grande alegria, a apresentará diante de seu Pai (Mt 10.32; Ap 3.5; Ef 5.27) e dos seus anjos (Lc 12.8).

 2) Haverá grande regozijo por parte dos salvos, quando entrarem na sala do banquete ( Ct 2.4). Ali, entoar-se-ão cânticos de adoração ao Cordeiro (Ap 5.9-11). A alegria que experimentarão não pode ser comparada a nenhum sentimento desta vida. Daí a razão de glorificarem ao Senhor em altas vozes.

3) A Noiva do Cordeiro estará vestida de linho fino, puro e resplandecente, que representa as justiças dos santos; ou seja, ela já entrará na sala do banquete galardoada, honrada pelo Noivo.

 4) Há quem pense, em sua ingenuidade, que poderá exibir a sua coroa a outros. Um irmão até me perguntou, certa vez: “Ninguém ficará com inveja do outro, em razão de um ter uma coroa maior ou com mais pedras?” N a passagem em análise, como já explicamos neste capítulo, vemos o que significa o galardão para a Igreja: participação no Reino de Cristo, exercendo juízo sobre as doze tribos de Israel.

5) Haverá também uma grande Ceia, e os salvos comerão à mesa do Senhor, no seu Remo. E um tanto difícil entender como será essa “alimentação” no Céu e o porquê dela, uma vez que teremos corpos glorificados, não mais sujeitos às leis da natureza (Fp 3.20,21). Esperemos, pois, a chegada daquele grande Dia, a fim de conhecermos “a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8.18). Salvos de todas as partes da Terra e de todos os tempos reunir-se-ão com o Cordeiro de Deus! Os servos de Deus do Antigo Testamento conhecerão os do Novo; juntos, saudarão efusivamente os salvos de todos os períodos da História! Imaginemos como serão os encontros de Davi com Moisés; de Daniel com José; de João Batista com Elias; de Gunnar Vingren com o apóstolo Paulo; de Maria, mãe de Jesus, com Ruth Graham; de Moody com Estevão; dos missionários deste tempo, que se desgastam por amor às almas, com homens (dos quais o mundo não era digno) que, pela fé, venceram reinos, fecharam a boca dos leões, da fraqueza tiraram forças, foram apedrejados, serrados, maltratados... Glória seja dada ao Cordeiro!

 

V. A Grande Tribulação

 

Enquanto a Igreja galardoada estiver adentrando às mansões celestiais, a fim de participar das Bodas do Cordeiro, já terá começado na Terra o mais difícil período da História: a Grande Tribulação, através da qual a ira do Senhor, o Justo Juiz, se manifestará contra os ímpios e adoradores da Besta (Ap 6.16,17). O que é a Grande Tribulação

 A primeira alusão à Grande Tribulação, nas Escrituras, está em Deuteronômio 4.30: “Quando estiveres em angústia, e todas estas coisas te alcançarem, então, no fim de dias te virarás para o Senhor, teu Deus, e ouvirás a sua voz”. Esta e outras passagens veterotestamentário se referem, profeticamente, ao evento em análise (Dt 31.4; Is 13.9-13; 34.8; Jr 30.7,8; Ez 20.33-37; Dn I2 .I; J1 I.I5 ). Há teólogos que se precipitam em afirmar que esse terrível e aterrorizante evento escatológico não acontecerá. Estes deveriam atentar para o que o Senhor Jesus disse em Mateus 24.21: “nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido, nem haverá jamais”.

 Em Apocalipse 2.22, a expressão “grande tribulação” é empregada com o sentido de punição à falsa profetisa Jezabel e seus seguidores. Mas, no mesmo livro, encontramos a ênfase à “hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo” (3.10), isto é, a Grande Tribulação expressão empregada em Apocalipse 7.14 e que melhor define esse evento, apesar de as Escrituras o apresentarem com outras designações: “tempo de angústia” (Dn 12.1); “dia da vingança do nosso Deus” (Is 61.2),  Para alguns teólogos, Apocalipse 7.13,14 não alude a esse tempo de angústia, posto que segundo eles os servos de Deus ali mencionados são os que sofrem aflições e tribulações hoje (Rm 8.18; Jo 16.33).

 Afinal, “por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus” (At 14.22). Entretanto, ao lermos o contexto imediato (Ap 6.9-11), vemos que os tais servos serão os “mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram” (v.9), vítimas do Anticristo (Ap 13.7,15). E estes, vestidos de branco (Ap 6.11; 7.13), virão “da grande tribulação” (Ap 7.14), um período de sofrimento que atingirá todos os habitantes da Terra. A Igreja passará pela Grande Tribulação? E comum recorrer-se à simbologia para se fundamentar a ideia de que a Igreja não enfrentará esse tempo de angústia:

1) Assevera-se que Enoque foi arrebatado antes do dilúvio; e que, antes deste, Noé e sua família entraram na arca.

2) Afirma-se que as águas do Mar Vermelho só caíram sobre os egípcios depois que Israel passou; e que Elias subiu num redemoinho antes do cativeiro.

 3) Assegura-se que a Igreja, quando for arrebatada (posto que é a luz do mundo), instalar-se-á um período de trevas; e ainda que, ao ser tirada da Terra “a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade”, o mundo desmoronará.

No entanto, todos esses exemplos apenas ilustram uma verdade revelada claramente nas páginas sagradas. Não há dúvidas de que a Igreja será arrebatada “antes” desse período de trevas. Por que a Igreja não passará pela Grande Tribulação.

 Os teólogos pós e mesotribulacionistas têm as suas razões pessoais para não crer no rapto dos salvos antes da Grande Tribulação.

' Não devemos ir além do que está escrito nas Escrituras (I Co 4.6) nem nos movermos facilmente de nossas convicções quanto ao livramento da ira futura, por ocasião do Arrebatamento (2 Ts 2.2-9 ).

 

Há muitas evidências de que a Igreja não passará pela Grande Tribulação:

1)    A Noiva de Cristo estará no Céu durante esse período e voltará com Ele para pôr termo ao império do mal: “vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou.

 E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.

 E seguiam-no os exércitos que há no céu em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro” (Ap 19.7-14).

2) A Palavra de Deus nos exorta a “esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura” (I Ts I.IO). E o próprio Senhor Jesus disse: “Vigiai, pois, a todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do homem” (Lc 21.36). Note: “escapar de todas estas coisas”, e não “participar delas”.

3) Em Apocalipse 3.10, Jesus fez uma promessa à igreja de Filadélfia: “Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra”. Contudo, esta mensagem não foi apenas para aquela igreja, haja vista o que está escrito nos versículos 13 e 22 do mesmo capítulo: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas”. A promessa de livramento da tentação mundial é extensiva “às igrejas”. Conquanto os crentes de Filadélfia estivessem passando por tribulações, naqueles dias, não passaram pela “hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo”, pois todos os mortos em Cristo têm a garantia de que não passarão pela Grande Tribulação; ressuscitarão e serão tirados da Terra antes dela. Da mesma forma, os vivos que guardarem a Palavra não passarão pelo tempo da angústia. Todas as mensagens registradas em Apocalipse às igrejas da Ásia possuem mandamentos e exemplos para nós, hoje, quanto à manutenção do amor e da fidelidade (2.4,10; 3 .1 1); quanto às falsas profecias (2.20-22); quanto ao perigo de Jesus estar do lado de fora (3.20).

Portanto, não há dúvidas de que a promessa de livramento da hora da tentação é extensiva a todos os salvos.

4) Antes de o Cordeiro de Deus desatar o primeiro selo, dando início a uma série de juízos (Ap 6), João viu os 24 anciãos diante de Deus, no Céu (Ap 4)

5). Eles representam a totalidade da Igreja: as doze tribos de Israel e os doze apóstolos de Cristo. E isso prova que, desde o início da Grande Tribulação, os salvos já estarão no Céu! Aleluia!

5) Em Apocalipse 13.15, está escrito que serão mortos todos os que não adorarem a imagem do Anticristo. Se este fará guerra aos santos, a fim de vencê-los (v.4), quantos deles restariam para um arrebatamento durante ou depois do período tribulacionista? Como vimos acima, tais santos, mortos pela Besta, serão os mártires da Grande Tribulação, e não a Igreja, que já terá sido arrebatada.

 6) Em suas duas Epístolas aos Tessalonicenses, a ênfase de Paulo foi o Arrebatamento da Igreja. Ao mencionar esse glorioso evento pela primeira vez, ele deixou claro que Jesus nos livrará da ira vindoura (I Ts I.IO). E isso é confirmado ainda na primeira Epístola: “quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição e de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele Dia vos surpreenda como um ladrão” (5.3,4). Conforme o texto acima, são os que estão “em trevas” que não escaparão da destruição.

Os filhos da luz (5.5) já terão sido arrebatados (4.16-18). Por isso, mais adiante, Paulo reafirma que os salvos escaparão da ira futura: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo” (5.9).

1)    A passagem de 2 Tessalonicenses 2.6-8 é de difícil interpretação, e não nos convém fazer especulações sobre o que não está revelado claramente.

Não obstante, vemos nela a reiteração de que a Igreja não estará sob o domínio do Anticristo e seu comparsa, o iníquo Falso Profeta: E, agora, vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Forque já o mistério da injustiça opera; somente há um que; agora, resiste até que do meio seja tirado; e, então, será revelado 0 iníquo, a quem 0 Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda.'׳ Se o mistério da injustiça opera, por que a Besta e o Falso Profeta ainda não se manifestaram de maneira visível? O que os detém? Quem os resiste? Quem será tirado da Terra, para que o Anticristo e seu aliado tenham total liberdade até à esplendorosa vinda de Cristo? A única revelação que temos, retratada pelo próprio apóstolo Paulo, é que o povo de Deus será tirado do mundo, no aparecimento de Jesus Cristo (Tt 2.13,14; I Ts 4.17). E, se é “depois disso” que será revelado o Iníquo (gr. anomos, “transgressor”, “sem lei”, “desordeiro”, “subversivo”), então estamos diante de mais uma prova de que a Igreja não passará pela Grande Tribulação!

Quanto tempo durará a Grande Tribulação?

 Nos tempos bíblicos, os meses eram de trinta dias.

 Não havia meses de 31 ou 28, tampouco se considerava o ano bissexto.

Os anos tinham sempre 360 dias (30x12=360).

Em Apocalipse 11.3 está escrito que as duas testemunhas de Deus profetizarão por 1.260 dias ou três anos e meio (1 .260/360= 3,5).

 Esse período também aparece em Apocalipse 13.5 sob a forma de 42 meses (42x30=1.260).

 Esses três anos e meio são apenas a “primeira metade” da Grande Tribulação, que terá duração total de sete anos, conforme a profecia registrada em Daniel 9.24-27. Esta passagem menciona o concerto que o Anticristo firmará com muitos por uma semana de anos.

Na metade desta (depois de três anos e meio), ele romperá o pacto, inaugurando a “segunda metade”. A septuagésima semana é a última de um total de “setenta setes”, revelados ao profeta Daniel (9.24). A contagem das setenta semanas ou 490 anos começou com o decreto de Artaxerxes para restaurar Jerusalém e foi interrompida com a morte do Messias (Dn 9.25,26).

De acordo com a revelação dada ao profeta, essas semanas se subdividem em três períodos. Eurico Bergstén explica isso com muita clareza: A primeira parte compreende “sete semanas”, isto é, 7x7, ou 49 anos (Dn 9.25j, e destaca, com clareza, o começo da contagem dessas “semanas” “desde a saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém” Daquela data até à conclusão desse trabalho (Ne 6.15) passaram-se realmente 49 anos.

 A segunda etapa compreende “sessenta e duas semanas”, isto é, 62x7, ou 434 anos, tempo que abrange da restauração de Jerusalém ao Messias, 0 Príncipe, Dn 9.25.

 E realmente impressionante observar que desde a data do decreto para a restauração até à data da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Mt 21.1-10) passaram-se exatamente 69 “semanas” ou 69x7, que são 483 anos. A terceira parte compreende a última semana, isto é, a septuagésima semana, sobre a qual a profecia diz: “Ele firmará um concerto com muitos por uma semana, e na metade da semana fará cessar 0 sacrifício e a oferta de manjares, e sobre a asa das abominações virá o assolador...”(Dn 9.27. Comparando esta expressão com a palavra de Jesus, quando profetizava sobre esses acontecimentos (Mt 24.15,21), fica provado que a septuagésima semana, sem dúvida, representa o tempo da grande aflição.

 O estudo comparativo das passagens proféticas de Daniel, Apocalipse e Mateus 24 indica que, após a destruição de Jerusalém, no ano 70 d.C., haveria um lapso temporal indefinido chamado de Dispensação da Igreja ou Tempo dos Gentios até que os eventos da septuagésima semana começassem a se cumprir. Depois desse período parentético indeterminado, entre o século I d.C. e o Arrebatamento da Igreja, a Besta firmará o tal concerto ou pacto com muitos por sete anos, mas só cumprirá a sua parte nos primeiros três anos e meio.

 Na segunda metade da semana, ela se voltará contra os judeus, e juízos divinos cairão de maneira intensa sobre o Império Anticristão (Dn 9.27; Ap 15-16). Haverá salvação na Grande Tribulação? Nesse período, Deus dará mais uma oportunidade de salvação a todos aqueles que não foram arrebatados. Tudo será muito difícil, pois os poderes do mal estarão multiplicados e atuando numa escala nunca vista, mas a salvação será possível (Ap 6.9-11; 7.9-17; 12.12,17; I4.I-5; 20.4).

Não só os desviados poderão se reconciliar com Cristo; todos os seres humanos terão oportunidade de salvação, desde que invoquem o nome do Senhor (Jl 2.32).

O texto de Apocalipse 7.14 menciona uma multidão de salvos durante esse período, os quais lavarão suas vestiduras, branqueando-as no sangue do Cordeiro. Mas será difícil a salvação nos angustiosos e inquietantes dias da Grande Tribulação. Derramar-se-ão juízos de Deus sobre os adoradores da Besta (Ap 6 9), que, mesmo assim, não se arrependerão (Ap 9.20,21; 16.9).

 A misericórdia do Senhor será patente nesse período, pois todos os acontecimentos catastróficos visarão, sobretudo, ao despertamento das pessoas para o arrependimento antes do último grande juízo (At 17.30,31). A falsa trindade satânica.

Na Grande Tribulação, o Diabo terá permissão para dominar todas as ações na Terra. Quando a Igreja sair do mundo, ele será precipitado de onde está nas regiões celestiais (Ef 2.2; 6.12) , juntamente com as suas hostes, e terá permissão para agir com mais liberdade entre os homens.

A Palavra de Deus diz que ele estará cheio de fúria, sabendo que pouco tempo lhe resta (Ap 12.9,12). Satanás jamais conseguirá ser igual a Deus (Is 14.12-14). E essa frustração faz dele um “imitador” das obras divinas, porém com intentos maus. Ele formará a sua falsa trindade na verdade, uma tríade, haja vista não ser ela uma união de três pessoas formando um único deus, e sim três pessoas distintas agindo separadamente, tendo como líder Satanás. Como lemos em Apocalipse 16.13, duas Bestas uma que sobe do mar (Ap 13.1-10), e outra, que emerge da terra (Ap I 3 .I I - I 8 ) se aliarão ao Adversário: “E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta vi saírem três espíritos imundos, semelhantes a rãs”. Deus também revelou ao apóstolo Paulo essas duas Bestas, em 2 Tessalonicenses 2: os versículos 3 a 6 se referem à primeira (o Anticristo); e os 7 a 12, à segunda (o Falso Profeta).

O Diabo, o Anticristo e o Falso Profeta tomarão posse, temporariamente, da Terra. Se a Santíssima Trindade é composta de Deus Pai, Cristo e Espírito Santo (M t 28.19; 2 Co 13.13), a falsa trindade satânica terá como protagonistas o Antideus, o Anticristo e o Anti espírito. Assim como Cristo veio ao mundo para revelar a glória do Pai (Jo I .I 4), a Besta revelará a natureza funesta do Diabo, agindo segundo o seu poder (Ap 13.1,2). E, da mesma forma que o Espírito convence os pecadores e glorifica a Jesus (Jo 16.8-14), o Falso Profeta induzirá todos a adorarem o Anticristo (Ap I3.I I-I5 ). Quem receberá o sinal da Besta.

Na Grande Tribulação, quem desejar comprar alguma coisa só poderá fazê-lo mediante o sinal, o nome ou o número do nome da Besta. Somente o número é revelado na Bíblia. Quanto ao nome e ao sinal, que poderá ser colocado na mão direita ou na testa dos adoradores do Anticristo (Ap 13.16-18), não há maiores informações nas Escrituras. A Igreja não receberá o tal sinal, que será uma marca para aqueles que, tendo ficado na Terra, após o Arrebatamento, forem convencidos pela segunda Besta, o Falso Profeta, de que o Anticristo é o “salvador do mundo”. O sinal os separará como adoradores conscientes do homem do pecado. Contrastes entre Cristo e 0 Anticristo.

 As diferenças entre Cristo (o Cordeiro de Deus), e o Anticristo (a Besta do Diabo), são muitas:

1) Cristo é a imagem de Deus (Cl I . I 5); o Anticristo, a de Satanás.

2) Cristo é a segunda Pessoa da Trindade; o outro também será a segunda pessoa, mas da falsa trindade satânica.

3) Cristo desceu do Céu (Jo 6.51); o outro subirá do abismo (Ap 11.7).

4) Cristo é o Cordeiro; o outro, a Besta.

5) Cristo é o Santo; o outro, amante da iniquidade, terá um aliado chamado de “o iníquo” (2 Ts 2.8).

6) Cristo veio em nome do Pai; o outro virá em seu próprio nome.

7) Cristo subiu ao Céu (At I.9-I I); o outro descerá para o Inferno.

8) Cristo é o Filho de Deus; o outro, o filho da perdição.

9) Cristo é o mistério de Deus; o outro, o da iniquidade.

10) Cristo recebe louvor dos santos; o outro o receberá dos ímpios.

11) A Noiva de Cristo é a Igreja; a do outro será “uma prostituta” (Ap 17.16,17).

12) Cristo é a verdade; o outro, a mentira.

13) Cristo é a luz (Jo 8.12); o outro, trevas.

14) Os seguidores de Cristo andam na luz; os do outro andarão em trevas (Ap 16.10).

15) O Reino de Cristo é eterno; o Império do Anticristo durará apenas sete anos.

05 144 mil judeus eleitos. Serão santos homens de Deus, responsáveis pela pregação do evangelho durante a Grande Tribulação. Esses servos do Senhor, provenientes das tribos de Israel (Ap 7 .1 -8), cumprirão cabalmente a sua missão, não tendo por preciosas as suas vidas.

As suas testas serão assinaladas a fim de indicar a sua consagração a Deus (Ap 14.1). Isso não os protegerá das perseguições e do martírio. Haja vista o que está escrito em Apocalipse 7.13,14.

Tal marcação denota a proteção que eles terão quanto aos juízos divinos sobre o mundo (Ap 9.4). O Cordeiro os honrará por sua fidelidade, como lemos em Apocalipse 14.3-5: E cantavam um cântico novo diante do trono e diante dos quatro animais e dos anciãos; c ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra. Estes são os que não estão contaminados com mulheres, porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados como príncipes para Deus e para o Cordeiro. E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus. As duas testemunhas. Haverá, no tenebroso período tribulacionista, duas duplas: uma do mal e outra do bem.

A primeira, bestial, formada pelo Anticristo e pelo Falso Profeta, blasfemará e guerreará contra os santos; também fará grandes sinais, para enganar os que habitam na Terra. A segunda, celestial, será composta de duas testemunhas enviadas por Deus, que profetizarão, com grande poder, e também farão sinais. As duas testemunhas serão dois profetas do Altíssimo que à semelhança de Moisés, Elias, Micaías, Jeremias, João Batista, Estevão, Paulo e o próprio Senhor Jesus entregarão mensagens de juízo com toda a ousadia, a ponto de deixar os adoradores da Besta atormentados (Ap I I.IO).

 

As características delas à luz de Apocalipse I I .I - I 3 serão as seguintes:

1) Elas exercerão o seu ministério na primeira metade da Grande Tribulação: “e [os gentios] pisarão a Cidade Santa por quarenta e dois meses. E darei poder às minhas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias” (vv.2,3). Como vimos acima, 42 meses ou 1.260 dias equivalem a três anos e meio, tempo de duração de cada metade do período em análise.

2) As duas testemunhas terão um especial poder e grande autoridade da parte de Deus para cumprirem a sua missão (vv.3,5,6). Isso será necessário em razão da terrível oposição que enfrentarão por parte dos adoradores da Besta.

 3) Trajar-se-ão de pano de saco (v.3). Vestir-se de pano de saco, especificamente, denota pesar, coração quebrantado. Elas serão, por assim dizer, antítipos dos profetas do passado, como João Batista, que não andava ricamente vestido (Mc II.8 ); antes, usava uma veste de pelos de camelo e um cinto de couro em torno de seus lombos (Mt 3.4).

 4) Elas são identificadas apenas como “as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus da terra” (v.4). O fato de a Bíblia não mencionar as suas identidades tem motivado muitos a explorarem o campo das especulações inúteis. Alguns teólogos afirmam que elas já estão no Céu. Desta dedução decorre a especulação de que são Enoque e Elias, em razão de não terem passado pela morte (Gn 5.24; 2 Rs 2 .1 1;  Ap 11.7). Lembremo-nos uma vez mais de que as coisas encobertas pertencem ao Senhor (Dt 29.29).

 5) Enquanto elas não cumprirem a sua missão, ninguém poderá vencê-las: “se alguém lhes quiser fazer mal, fogo sairá da sua boca e devorará os seus inimigos; e se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja morto” (v.5). Isso é uma prova de que Deus protege os seus mensageiros (At 12.II).

6) Farão sinais e prodígios: “têm poder para fechar o céu, para que não chova nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue e para ferir a terra com toda sorte de pragas, quantas vezes quiserem” (v.6). Tudo isso será permitido por Deus, para que todos os seres humanos, na Terra, ouçam a sua Palavra, não tendo nenhuma desculpa no dia do juízo.

 7) Quando acabarem a sua missão, serão mortas pelo Anticristo (v.7). Isso acontece com todos os profetas verdadeiramente enviados por Deus. O Senhor Jesus não foi preso ou morto antes de consumar a obra que o Pai lhe dera, apesar das muitas tentativas do Inimigo (Lc 4.29,30; Jo 18.4-11).

8) Os corpos delas permanecerão expostos em praça pública, em Jerusalém, chamada espiritualmente de “Sodoma e Egito” devido à sua imoralidade e ao seu mundanismo, durante três dias e meio, e os adoradores da Besta se regozijarão com isso, mandando presentes uns aos outros (vv.8-I0).

 9) As testemunhas ressuscitarão depois de três dias e meio: “o espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles; e puseram-se sobre os pés, e caiu grande temor sobre os que os viram” (v.I I).

 10) Ao ressuscitarem, elas ouvirão uma grande voz do Céu: “Subi cá. E subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram” (v. 12), Esse fato apresenta uma semelhança com ascensão de Cristo, que, observado por seus discípulos, subiu aos céus (At 1.9-II). A diferença é que as testemunhas subirão diante dos olhares de seus inimigos.

Há similaridade também com a ressurreição dos justos, por ocasião do Arrebatamento (I Ts 4.16,17).

1)    Após a ascensão das duas testemunhas, haverá um grande terremoto, e sete mil homens morrerão.

Os que restarem ficarão muito atemorizados e darão glória ao Deus do Céu (v. 13). Isso comprova que o trabalho desses dois servos do Senhor não será em vão. Quando a Palavra do Senhor é pregada com verdade, sempre há “alguns” que lhe dão ouvidos (Mt 13.23; At 17.34).

2)    O julgamento de Israel.

O julgamento dos israelitas durante o período tribulacionista está previsto no Antigo Testamento (Ez 20.33-38; Zc 13.8,9; Am 9.8,10).

Um dos objetivos dos juízos apresentados em Apocalipse, sob selos, trombetas e taças, é levar Israel ao arrependimento. Como resultado, o remanescente desse povo se voltará para Deus arrependido, aceitando Jesus como o Messias (Rm 9.27; 11.25,36; Mt 23.39; Zc 12.10-14; I3.I).

Esse juízo divino ocorrerá durante a Grande Tribulação, como está escrito em Daniel 12.1: E, naquele tempo, se levantará Miguel0 grande príncipe; que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele; mas, naquele tempo, livrar-se-á 0 teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro.

 

Apocalipse 12 e a Grande Tribulação

 

Um a passagem profético-simbólica que nos faz compreender melhor a Grande Tribulação e os eventos escatológicos que se seguirão é Apocalipse 12.

 Mas a revelação que o Senhor deu a João não se refere apenas ao futuro. O texto abrange passado e presente, mencionando detalhes elucidativos acerca da atuação do Inimigo, desde o surgimento de Israel até ao fim do período tribulacionista.

Além disso, enfatiza a vitória de Cristo e sua Igreja sobre as hostes da maldade. Uma passagem parentética. Segundo a divisão do Apocalipse contida no próprio livro “as coisas que tens visto”, “as que são” e “as que depois destas hão de acontecer” ( I . I 9), temos o seguinte esboço:

1) O capítulo I refere-se ao passado.

2) Os capítulos 2 e 3, às coisas que João estava presenciando (a situação das igrejas da Asia).

3) Os capítulos 4 a 22 aludem ao futuro. Entretanto, há algumas exceções, conhecidas como passagens parentéticas. E o caso do capítulo 12 e de alguns grupos de versículos ao longo desse livro.

Alguns críticos, por exemplo, sem levar em conta essa particularidade, se precipitam ao afirmar que as Bodas do Cordeiro deveriam ser retratadas no começo do livro, e não no capítulo 19. Quem é a mulher vestida do sol? O capítulo em análise menciona três personagens: a mulher vestida do sol, o Menino e o Dragão. O catolicismo romano, desconsiderando o simbolismo dessa passagem, afirma que a mulher é Maria, mãe de Jesus. Já alguns teólogos ignorando o fato de a Igreja ter saído de Jesus (Mt 16.18), e não o inverso têm afirmado que a mãe do Menino é a Igreja. Ambas as afirmações não passam de especulações desprovidas de embasamento contextual. Não há dúvidas de que essa mulher é Israel. O versículo 17 da passagem em apreço mostra que o Dragão (Satanás) fará guerra “ao resto da sua semente”, uma referência clara ao remanescente israelita: “Também Isaías clamava acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo” (Rm 9.27).

 Analisemos as características da mulher:

 1) Vestida do sol. Isso representa a glória do Senhor, que tem envolvido o povo israelita ao longo dos séculos (Sl 84. I I ; 104.1,2; M l 4.2).

2) Tem a lua debaixo dos pés. E uma alusão à supremacia de Israel como nação escolhida: “Porque povo santo és ao Senhor , teu Deus; o Senhor , teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que sobre a terra há” (D t 7.6).

3) Tem uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. Trata-se de uma referência aos patriarcas, que deram origem às doze tribos formadoras do povo de Israel (Gn 37.9). 4) Grávida} já com dores de parto, gritando com ânsias de dar à luz. Isso mostra que o privilégio de ser escolhido como a nação de onde surgiu o Messias trouxe e trará a Israel experiências dolorosas: “Como a mulher grávida, quando está próxima a sua hora, tem dores de parto e dá gritos nas suas dores, assim fomos nós por causa da tua face, ó Senhor” (Is 26.17).

Quem é o Menino? Alguns teólogos afirmam que o Filho da mulher representa a Igreja, ou os mártires, ou os 144.000 judeus selados durante a Grande Tribulação.

Todavia, o contexto geral das Escrituras (Sl 2.9; Ap 2.27) e o versículo 5 do texto em análise deixam claro que se trata de Jesus Cristo: “E deu à luz um filho, um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono”. Quem é o Dragão? O Dragão não pode ser outro, a não ser o Diabo, que é apresentado ao longo das páginas sagradas como: leão (I Pe 5.8;  Sl 91.13), serpente (v.9; Gn 3.15) e dragão (Ap 20.2).

Vejamos as características desse asqueroso personagem:

1)    Grande.

 Isso prova que o Inimigo, como “deus deste século”

(2 Co 4.4), possui grande força (Lc 10.19).

 2) Vermelho. Numa tradução literal, “avermelhado como fogo”, o que representa a sua atuação sanguinária no mundo (Ap 6.4; Jo 10.10). Essa cor também está associada ao pecado (Is I . I 8); e o Diabo é aquele que peca desde o princípio, além de induzir pessoas a isso (Jo 8.44).

3) Possui dez chifres. Isso representa, à luz da profecia bíblica, os dez reinos que formarão a base do Império Anticristão: “E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão o poder como reis por uma hora, juntamente com a besta” (Ap 17.12;  Dn 7.24).

 4) Tem sete cabeças com sete diademas. Isso diz respeito à plena autoridade que o Diabo exercerá sobre os reinos da Terra. A semelhança do Dragão com a Besta enfatiza que esta terá o poder daquele, como se lê em Apocalipse 13.2: “... e o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio”.

 5) Possuí uma grande cauda. Trata-se de uma referência à sua astúcia e ao seu baixo caráter ( Is 9.15), ao levar (arrastar) consigo a terça parte dos anjos que não guardaram o seu principado (2 Pe 2.4; Jd v.6). A fúria do Dragão contra a mulher. Em Apocalipse 12.4, está escrito que o Dragão “parou diante da mulher, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho”, mas ele não conseguiu fazer mal ao Menino.

Desde o princípio, o Inimigo lutou contra Israel, pois sabia que por meio dessa nação o Senhor realizaria a redenção da humanidade. Satanás não conseguiu frustrar o plano divino! O Menino Jesus Filho de Davi, Filho de Abraão e Filho Unigênito de Deus nasceu em Belém da Judéia (Mt I.I; 2.1; Jo 3.16; Gl 4.4,5). Como já vimos, a narrativa em foco abrange passado, presente e futuro, enfatizando, ainda que de modo subjetivo, a vitória de Cristo na cruz e seu alcance universal. O versículo 5 menciona a ascensão de Cristo às alturas, após a sua ressurreição para a nossa justificação: “... foi arrebatado para Deus e para o seu trono”.

Ao longo da História, foram muitas as tentativas do Dragão de destruir a mulher vestida do sol e o Menino:

1) Caim matou Abel; mas Sete deu continuidade à linhagem santa e piedosa, da qual sugiram os primeiros israelitas (Gn 45; 10.1.-12.3).

2) Nos dias de Moisés, Faraó mandou matar os meninos israelitas, porém Deus preservou a muitos deles com vida, inclusive o próprio Moisés, que se tornou o libertador do povo de Israel (Ex I).

 3) Saul, endemoniado, tentou matar a Davi, pois o Diabo sabia que o Messias descenderia do trono davídico. Deus mais uma vez frustrou o plano maligno, guardando a vida de seu servo (I Sm 18.10,11).

4) O Inimigo usou a rainha Atalia para matar a todos os herdeiros do trono de Davi. Mas o futuro rei Joás foi escondido por sua tia, e, aos sete anos, assumiu o reinado em Judá (2 Rs I I ).

5) Nos dias da rainha Ester, o Inimigo usou o mau Hamâ, o qual urdiu um plano com data e hora, para exterminar todos os judeus (Et caps. 3; 8; 9).

6) Nos tempos neotestamentários, Herodes intentou matar o menino Jesus; no entanto, Deus avisou os magos e, posteriormente, José, que levou o menino para o Egito (Mt 2).

7) O Inimigo tentou ao Senhor, mas ouviu dEle, por três vezes, a poderosa declaração: “Está escrito”, e foi vencido pela Palavra de Deus (Mt 4 .I -I I) .

8) N um a tentativa de impedir que Jesus chegasse à cruz, o Diabo procurou matá-lo antes, em Nazaré. Milagrosamente, o Senhor escapou, “passando pelo meio deles...” (Lc 4.17-30).

9) Satanás conseguiu exercer influência psicológica sobre Pedro, que tentou fazer Jesus desistir de sua obra redentora; no entanto, ouviu a seguinte resposta do Senhor: “Para trás de mim, Satanás” (M t 16.22,23).

10) No Gólgota como o Diabo não conseguiu matar Jesus antes da cruz, tentou convencê-lo a abandonar o madeiro (Mt 27 .40 -4 2 ; Lc 2 3 .3 9 ), pois tem ia o poder do sangue (I Pe 1.18,19; Cl 2 .14,15; Hb 2 .1 4 ,1 5 ).

Porém, o Senhor ali deu o brado da vitória: “Está consumado” (Jo 19.30). Glória a Deus! Todas as tentativas diabólicas foram frustradas! Satanás será precipitado na Terra.

Após o Arrebatamento da Igreja, haverá uma batalha no céu.

Sob o comando do arcanjo Miguel encarregado de proteger o povo de Deus (Jd v.9; Dn 12.1), os anjos de Cristo prevalecerão contra os do Diabo: “E houve batalha no céu: Miguel e seus anjos batalhavam contra o dragão; e batalhavam o dragão e os seus anjos, mas não prevaleceram; nem mais o seu lugar se achou nos céus” (Ap 12.7,8). Nesse tempo, o Dragão será expulso das regiões celestiais: “... foi precipitado o grande dragão” (Ap 12.9).

O Diabo já foi julgado (Jo 16 .8 -1 1); a sua carreira está em descensão:

 1) Quando quis igualar-se a Deus, foi precipitado dos Céus, juntamente com os seus anjos (Is 14.12; Ef 2.2).

2) N a Grande Tribulação, será lançado na Terra (Ap 12.7-9).

3) N o Milênio, ficará preso no Abismo (Ap 20.1-7).

4) Finalmente, será lançado no Lago de Fogo (Rm 16.20; Ap 20.10). Hoje, os anjos caídos agem no mundo (Ap 12.4), mas com limitações. Eles habitam as regiões celestiais, no espaço sideral (Ef 6.12; Gl 1.8), onde está a sede do governo do “príncipe das potestades do ar” (Ef 2.2). Por ocasião da Grande Tribulação, as hostes espirituais da maldade terão uma atuação mais direta e concentrada sobre os moradores da Terra (Ap 12.12).

 A precipitação do Inimigo à Terra trará grande prejuízo ao mundo, principalmente a Israel. A tríade satânica (Ap 13; 20.10) se estabelecerá com muita força: “Ai dos que habitam na terra e no mar! Porque o diabo desceu a vós e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo” (Ap I2.I2b). Enquanto isso, haverá grande alegria nos Céus (Ap I2.I2a).

Hoje, o Diabo tem um relativo acesso à presença de Deus para acusar os seus servos (Jó I.6 -II; Zc 3.1,2), mas isso, então, não mais acontecerá (Ap 12.10). Todos os santos arrebatados e os que morrerem durante a Grande Tribulação estarão diante do Cordeiro, pois “... eles venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra de seu testemunho; e não amaram a sua vida até à morte” (Ap 12.11). A fuga de Israel para 0 deserto. N a segunda metade da Grande Tribulação, o Diabo perseguirá a mulher, isto é, Israel: “Quando o dragão viu que fora lançado na terra, perseguiu a mulher. E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para fazer que ela fosse arrebatada pela corrente” (Ap 12.13,15). Deus protegerá o remanescente israelita durante a Grande Tribulação, especialmente na fase final desse período: “E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias” (Ap 12.6).

Como Deus protegerá Israel. “E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente” (Ap 12.14). Essas asas de águia representam o livramento de Deus (Ex 19.4), através do qual Israel será levado para um lugar seguro, onde estará protegido do Dragão (Sl 27.5; 91.1,4).

O Inimigo lançará, então, uma corrente de água contra a mulher (Ap 12.15).

Na simbologia profética, águas representam reinos (Is 8.7; Ap 17.5). Isso mostra que os exércitos do Anticristo marcharão contra Israel (Ap 16.12,16), porém o Espírito do Senhor arvorará contra eles a sua bandeira ( Is 59.19). A mulher também terá ajuda da “terra” (Ap 12.16), isto é, dos povos e nações favoráveis a Israel (Mt 25.34-40).

 

VI. Os juízos divinos durante a Grande Tribulação

 

 Antes de Cristo voltar em poder e grande glória, com a sua Esposa, muitos juízos divinos serão derramados sobre a terra, descritos em Apocalipse sob selos, trombetas e taças. Como disse Jesus, em Mateus 24.22: “E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos escolhidos [israelitas remanescentes], serão abreviados aqueles dias”.

 Os quatro cavaleiros.

Quando os primeiros quatro selos são desatados, na revelação dada ao apóstolo João, quatro cavaleiros, representado o Anticristo, a guerra, a fome e a morte, entram em ação (Ap 6.1-8).

Bilhões de pessoas morrerão ainda nessa que será a primeira etapa do período tribulacionista. Os últimos selos. A abertura do quinto selo revela que, entre os mortos, estarão vários servos de Deus, os mártires do período (Ap 6.9-11).

Ao ser desatado o sexto selo, ainda na primeira parte da Tribulação, mencionam-se um grande terremoto, alterações cósmicas e densas trevas (Ap 6.12-17).

As sete trombetas.

 Na abertura do sétimo selo, sete trombetas serão tocadas por sete anjos, desencadeando juízos divinos ainda mais intensos contra os moradores da Terra (Ap 8- I I) .

Haverá incêndios em vários lugares, pragas por toda parte e grande mortandade de peixes, no mar; rios e fontes serão contaminados, gerando mais mortes.

Demônios descritos sob a figura de gafanhotos infernais gigantes atormentarão os homens durante cinco meses.

As sete taças da ira de Deus.

Os últimos e mais terríveis juízos serão deflagrados pelo derramamento do conteúdo de sete taças da ira de Deus (Ap 15-16).

A primeira será derramada sobre os homens, fazendo-os enfermar.

A segunda e a terceira, sobre mares, rios e fontes, transformando as águas em sangue.

E a quarta, sobre o Sol, que se superaquecerá.

A quinta taça será derramada sobre o trono da Besta; seus seguidores morderão a língua de dor.

E a sexta, sobre o rio Eufrates, a fim de fazê-lo secar, facilitando o acesso dos inimigos de Israel ao vale de Armagedom (Ap 16.12-16). A última taça. Quando a sétima taça for derramada sobre o ar, será ouvida uma grande voz do trono de Deus: “Está feito”; e ouvir-se-ão vozes, trovões, relâmpagos, e o maior terremoto de todos os tempos acontecerá, levando à morte inúmeras pessoas (Ap 16.17-21). Em I960, no Chile, ocorreu o maior tremor de terra já medido (9,5 graus na escala Richter); vitimou “apenas” 5.700 pessoas.

Na China, em 1556, morreram cerca de um milhão de pessoas; e, em 1976, quase setecentas mil. Imaginemos como será o último e maior terremoto da História! Será que, depois disso, famosas cidades do mundo, como Paris, Londres, Washington e Nova Iorque, continuarão existindo? (v. 19.)

 

VII. A Manifestação de Cristo em poder e grande glória

 

A Manifestação de Cristo em poder e grande glória não deve ser confundida com o Arrebatamento. Primeiro, porque, na primeira etapa de sua Segunda Vinda, Jesus virá somente até às nuvens a fim de receber a sua Noiva, e não à Terra, para julgar os vivos. Além disso, um dos propósitos da segunda etapa será pôr um fim à Grande Tribulação; e isso se dará sete anos após o rapto da Igreja. Em Mateus 24.30,31, Zacarias 12.10 e 14.4 vemos, de maneira resumida, praticamente todas as características desse evento escatológico mencionadas nas Escrituras: Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.

E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.

 E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei 0 Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e o prantearão como quem pranteia por um unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito. E, naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para 0 oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para 0 norte, e a outra metade dele, para o sul.

 Jesus será visto por todos. Diferentemente do Arrebatamento, na Manifestação de Cristo o mundo todo o verá: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos os que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!”(Ap 1.7).

Ele virá publicamente: “há de vir assim como para o céu o vistes ir” (At I . I I).

Ele será visto pelos judeus (os que o traspassaram) e por todas as nações. Todos os adoradores da Besta o contemplarão e lamentarão, pois na segunda etapa Jesus virá como Rei dos reis, Senhor dos senhores e Juiz de toda a Terra. Jesus virá com poder e grande glória.

 Em Apocalipse 19.11-16 há uma descrição de como será a Manifestação de Cristo, de qual passagem destacamos os versículos 11,14 e 16: E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. E seguiam-no os exércitos que há no céu em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro. E na veste e na sua coxa tem escrito este nome: Rei DOS REIS E Senhor dos SENHORES Pessoas que não temem a Deus nem conhecem a sua gloriosa Palavra dizem: “Quando Jesus voltar, vão matá-lo de novo. Dessa vez será por meio de cadeira elétrica, injeção letal, fuzilamento”.

No entanto, quando Ele se manifestar visivelmente, fará isso com grande poder e glória! Aos seus inimigos só restará uma alternativa: lamentar (Ap 1.7).

 Jesus virá com os seus santos.

Em Mateus 24.31 está escrito que o Senhor enviará anjos, com rijo clamor de trombeta, para reunir os seus escolhidos desde uma à outra extremidade dos Céus.

A trombeta aqui nada tem que ver com a mencionada I Coríntios 15.52, cuja finalidade é convocar os salvos ressuscitados e vivos no momento do Arrebatamento ( I Ts 4.16,17).

Na Manifestação de Cristo em poder e glória haverá uma reunião de todos os santos, de todas as épocas: os que já estarão nos Céus, em corpos glorificados, e os vivos remanescentes judeus e gentios (Mt 25.32), que sobreviveram à Grande Tribulação. Todos juntos ingressarão no Milênio.

O texto de Marcos 13.27 é ainda mais claro que Mateus 24.31 quanto a isso, pois informa que os anjos reunirão os escolhidos da extremidade da Terra até ao Céu.

 Algumas passagens que mencionam a reunião de Cristo com os seus santos, por ocasião da Segunda Vinda, necessitam de atenção redobrada, a fim de que não haja confusão entre o Arrebatamento e a Manifestação do Senhor. Em ambas as etapas menciona-se que o Senhor Jesus virá com os seus santos. E isso faz com que alguns se precipitem em confundi-las.

1) Em I Tessalonicenses 3.13 está escrito: “para confortar o vosso coração, para que sejais irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, com todos os seus santos”. Neste texto, o termo “santos” refere-se às almas (espíritos+almas) dos salvos que serão transportadas do Paraíso à Terra, a fim de se unirem aos corpos na ressurreição, por ocasião do Arrebatamento (I Ts 4.14,16).

2) Colossenses 3.4 diz respeito à Revelação de Cristo em glória, quando os salvos, em corpos glorificados, vierem com Ele: “Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, também vos manifestareis com ele em glória”. Judas vv.14,15 também alude à segunda etapa da Segunda Vinda, haja vista enfatizar que o Senhor virá “com milhares de seus santos, para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios”.

3) Os capítulos 24 e 25 de Mateus são textos-chave para se compreender as duas etapas da Segunda Vinda de Cristo e outros eventos escatológicos.

Em Mateus 24.3-14  temos a primeira fase da Tribulação. Isto é os primeiros três anos e meio.

Em Mateus 24.15-29 temos a segunda fase da Tributação, denominada A Grande Tribulação”.

O versículo 2 I fala da parte final da Tribulação Em Mateus 24.30,31 está a volta de Jesus em glória, sua revelação visível às nações da terra, equivalente a Zacarias 14.2-5 e Apocalipse 19.11-19.

Em Mateus 25.31-46 se vê o julgamento das nações e o prelúdio do Milênio de Cristo na terra.

 Há passagens em que as duas etapas são mencionadas juntas, exigindo do exegeta ainda mais atenção. Tito 2.13 é um bom exemplo disso: “aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo”. A expressão “a bem-aventurada esperança” alude ao Arrebatamento, enquanto que a outra, “o aparecimento da glória do grande Deus”, se refere à Manifestação de Cristo em poder e grande glória.

4)Em Apocalipse 19.8,14 também vemos as duas etapas.

N o versículo 8, a Igreja, galardoada, está nas Bodas do Cordeiro, vestida de linho puro, fino e resplandecente.

2)    No 14, ela acompanha o Senhor Jesus, em sua Revelação em poder e grande glória:

“E seguiam-nos os exércitos que há no céu em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro”. Haverá um grande Pentecostes. O Arrebatamento será antecedido por um grande derramamento do Espírito sobre a Igreja ( Jl 2.28,29; At 2.17). Mas, na Revelação de Cristo em poder e glória, Deus derramará o seu Espírito sobre Israel. Os seus remanescentes reconhecerão que Jesus é o Messias e, olhando para Ele, chorarão amargamente, arrependidos; eles hão de reconhecer a culpa pelo traspassamento de seu Juiz, Legislador e Rei (SI 22.16; Is 53.5; Jo 19.34). Jesus virá à Terra. Cristo e os seus santos pousarão na Terra: “E, naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras” (Zc 14.4). E Ele porá fim à Grande Tribulação, vencendo a falsa trindade satânica (2 Ts 2.6-8), na batalha contra os seus exércitos: “E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo e ao seu exército” (Ap 19.19).

 

 VIII. O Armagedom e a prisão de Satanás

 

No texto bíblico acima vemos que o próximo evento escatológico, logo após à chegada de Cristo e seus exércitos à Terra, é a batalha do Armagedom.

 A população do mundo estará reduzida no momento em que ocorrer essa batalha (Zc 12.9; 14.16; Jr 50.20). Haja vista os vários juízos divinos derramados sobre a Terra.

O que é 0 Armagedom? Após os sete anos de tribulações jamais vistas e sentidas na Terra (Mt 24.21), haverá a batalha do Armagedom (lit. “monte de Megido”), em Israel (Ap 16.16; 19.19).

Os exércitos da Besta se unirão na planície de Armagedom contra o povo israelita (Zc 12.3,9; 14.2).

 Hoje, Israel continua sofrendo as consequências de sua rebelião contra Deus (I Ts 2.15,16; Rm 10.21). No período tribulacionista, o seu sofrimento será ainda maior e terá de lutar bravamente contra os seus inimigos (J1 3.9,10); porém haverá socorro do Alto aos poucos que invocarem o Messias (J1 2.32; Rm 11.25,26).

 A vitória do Rei dos reis. Quando o remanescente de Israel estiver cercado, e a Serpente, pronta para “dar o bote”, o Inimigo terá de parar sobre a “areia do mar” (Ap 12.17,18); Deus porá limite à sua atuação.

 O próprio Senhor Jesus, em poder e grande glória, vencerá os inimigos do seu povo com o assopro da sua boca, lançando as Bestas ainda vivas no Inferno e prendendo Satanás no Abismo por mil anos (2Ts 2.8; Ap 19.19-21; 20.1-3).

 Para onde irão os mortos da batalha do Armagedom? O texto de Apocalipse 14.20 dá uma ideia da grande mortandade que haverá então: “E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios”. Mas, para onde irão as almas desses mortos? Com exceção das Bestas e do Dragão, todos irão para o Hades, onde aguardarão a “segunda ressurreição”, que só se dará depois do Milênio. Não irão direto para o Lago de Fogo porque não terão sido ainda julgados e condenados.

 O Inferno é um lugar para os ímpios condenados em um dos julgamentos estabelecidos pelo Justo Juiz (Mt 25.41; Ap 20.15). A prisão do Inimigo. Os derrotados da batalha do Armagedom irão para três lugares diferentes. O Anticristo e o Falso profeta serão lançados no Inferno, o Lago de Fogo. Os seus seguidores irão para o Hades, onde aguardarão o Juízo Final. E Satanás será preso no Abismo por mil anos (Ap 20.1-3). Respondendo à pergunta “Por que Deus não destrói logo o Diabo, em vez de prendê-lo, antes do Milênio?”,

Primeiro, Deus não o destrói porque seria acusado de prepotente. Segundo, não o destrói porque o homem precisa primeiramente é de uma mudança de coração, isto é, de regeneração espiritual. Ao invés de culpar Satanás de toda a sua má situação e seus problemas pessoais.

 

conquanto inimigo de Deus, o Diabo tem sido útil para o cumprimento dos planos divinos em relação à humanidade. O Senhor a ninguém tenta; isso é uma atividade maligna.

No entanto, por meio da tentação, permitida por Ele, manifestam-se os fiéis (Tg 1.12-15; Sl I0 I.6 ).

A prisão do Diabo.

Isso implica cessação total de sua influência durante mil anos. Depois dos mil anos, ele será solto por pouco tempo para enganar aqueles que se rebelarem contra o domínio de Deus.

 

IX. O Julgamento das Nações

 

As nações que sobreviverem ao Armagedom serão julgadas imediatamente por Jesus Cristo. Esse julgamento não deve ser confundido com o Juízo Final (Trono Branco), que se dará somente após o Milênio. Em Joel 3.2,12,14, está escrito: Congregarei todas as napes e as farei descer ao vale de Josafá; e ali com elas entrarei em juízo, por causa do meu povo e da minha herança, Israel, a quem eles espalharam entre as nações, repartindo a minha terra.

Movam-se as nações e subam ao vale de Josafá; porque ali me assentarei, para julgar todas as nações em redor.

Multidões, multidões no vale da Decisão! Porque o dia do Senhor esta perto, no vale da Decisão.

Quando se dará esse julgamento?

 O texto acima responde a esta e a outras perguntas, apresentando um resumo do Julgamento das Nações:

1 ) 0 Juiz será o Senhor; é Ele quem diz: “Congregarei todas as nações”.

2)    Os participantes serão os representantes de todas as nações (vivas, é claro), isto é, “os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém” (Zc 14.16).

3 ) 0 local será o vale de Josafá.

4) O motivo do julgamento: o tratamento dado pelas nações a Israel: “por causa do meu povo e da minha herança, Israel”.

5) O momento: durante a Manifestação do Senhor, logo após o Armagedom; pois as nações ainda estarão reunidas no vale da Decisão. Em Mateus 25.31, Jesus disse: “E, quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono de sua glória”. Esta passagem enfatiza que o Senhor julgará as nações em sua Revelação em poder e glória, e não no Arrebatamento. Onde fica o vale de Josafá?

Esse vale é até hoje desconhecido; nunca existiu. Talvez seja formado pelo fenômeno sobrenatural de Zacarias 14.4, no momento em que Jesus descer à Terra.

Certamente nessa mesma ocasião será formado o vale de Sitim, também desconhecido, mas mencionado em Joel 3.18”.

 Sobre o local do julgamento em análise: O Vale de Josafá, que em hebraico significa ‘onde o Senhor julga’, é também chamado de ‘o vale da decisão’ (v.14). E muito provável que seja o mesmo vale de Megido, que fica na região central da Palestina.

Mais importante que sua localização é a mensagem de que, nele, Deus há de destruir, um dia, todo o mal, vindicar e resgatar o seu povo fiel”.

 Comparando as opiniões acima com o que está escrito em Joel 3, chegamos à conclusão de que Armagedom, Megido e Josafá aludem à mesma região onde se darão dois acontecimentos:

1) O Armagedom, a batalha entre os exércitos de Israel e do Anticristo, a qual será vencida pelo Senhor Jesus, que se manifestará em poder e grande glória.

2) O Julgamento das Nações, que ocorrerá imediatamente após a tal batalha no Megido. Quem participará desse julgamento? O texto de Mateus 25.31-46 menciona o juízo das nações vivas de maneira pormenorizada. Nos versículos 32 e 33, Jesus afirmou: “e todas as nações serão reunidas diante dele [do Filho do Homem], e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas. E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda”.

Considerando o que diz a profecia de Joel, citada acima, os “bodes” representam as nações inimigas de Israel, e as “ovelhas”, as que lhe dispensaram um bom tratamento ( Sl 122.6).

 1) Os pertencentes às nações identificadas como “ovelhas” são chamados pelo Senhor Jesus de “justos” por duas vezes (Mt 25.37,46).

2) Quanto aos “bodes”, além deste nenhum outro adjetivo lhes é atribuído. Mas, ao estabelecer uma divisão entre “ovelhas” e “bodes”, o Senhor Jesus, ainda que de maneira implícita, faz alusão ao histórico contraste entre os justos e os ímpios, entre os que servem a Deus e os que não o servem ( Sl I; Pv 4.18,19; Ml 3.18; Mt 13.40-50).

Os critérios desse julgamento. Por que as nações-ovelhas serão absolvidas? Jesus lhes dirá, naquele Dia: “tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me” (Mt 25.35,36).

 Ele explicará aos justos que, ao fazerem bem ao povo de Israel — os seus “pequeninos irmãos”, estavam tratando, na verdade, diretamente com Ele (vv.37-40).

 A sentença para os representantes das nações-bodes não lhes será favorável. Eles, que estarão à esquerda do Rei, ouvirão: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41). A justiça do Rei fica clara aqui, pois o critério para a condenação dos “bodes” será o mesmo usado na absolvição das “ovelhas”: “tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber...” (vv.42-45). Tudo o que é feito em relação ao povo de Deus seja este a Igreja, seja como no caso em apreço, Israel constitui-se em ações boas ou más para com o Senhor, diretamente (Mt 10.40-42). Saulo perseguia a igreja primitiva, mas ouviu de Jesus a dura pergunta: “Saulo, Saulo, por me persegues?” (At 9.4). Portanto, quem diz que ama a Deus deve demonstrar isso no tratamento aos “pequeninos irmãos” (I Jo 2 .1 1; 4.20,21).

O destino dos sentenciados. Quanto aos ímpios, o seu destino será o Inferno (gr. geenna), se bem que, em Mateus 25.41,46, Jesus não empregou este termo, e sim duas expressões equivalentes: “fogo eterno” (gr. pur to aionion) e “tormento eterno (gr. kolasin aionion). Estes correspondem ao Geena e ao Lago de Fogo (gr. limnem í c h puros), designações de um mesmo lugar: o Inferno (Mt 10.28; Ap 20.15). Alguém pode pensar que Deus será demasiado rigoroso ao lançar os opositores de Israel diretamente no Lago de Fogo.

Os atos de Deus são absolutamente perfeitos, e por serem dEle estão aquém da avaliação do homem, que é tão somente criatura, enquanto Deus é o supremo e perfeito Criador e igualmente Juiz. ( SI 145.17). Outrossim, é preciso considerar que esse julgamento, na verdade, será apenas uma consumação. Como vemos em Apocalipse, os condenados terão muitas oportunidades de arrependimento durante a Grande Tribulação. “E não se arrependeram de seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem das suas ladroíces” (9.21 . Ler também João 3.18. Mas o Senhor Jesus, identificado em Mateus 25 como o Rei, dirá também aos que estiverem à sua direita, isto é, as nações-ovelhas: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (v.34). O termo “Remo”, aqui, alude ao Milênio, conquanto esteja escrito, no versículo 46, que os justos irão “para a vida eterna”, em contraste com os ímpios, cujo destino será “o tormento eterno”. As nações absolvidas irão para a vida eterna no sentido de ingressarem no esplendoroso Milênio como povos naturais. O v.46 do capítulo em apreço refere-se ao estado dos ímpios no Inferno (v.4I), e também ao estado dos justos no Milênio. “Vida eterna” é Zoe aionios, o estado ou condição de vida bem-aventurada da era milenial, em que esses povos terão todas as oportunidades de seguirem ao Senhor Jesus Cristo e permanecerem nEle. Como pessoas comuns, cujos corpos ainda não terão sido transformados, deverão permanecer fiéis até ao fim, assim como ocorre hoje com os servos do Senhor. Estes têm a certeza da vida eterna (Jo 5.24; Rm 8.1), mas não podem descuidar de sua comunhão com o Senhor (Ap 2.10; 3.11; Mt 24.13).

 

A milenarismo, pós-milenarismo e pré-milenarismo

 

Antes de discorrermos sobre o Milênio, faremos uma breve análise dos três principais sistemas teológicos (e seus subsistemas) de interpretação relacionados ao Milênio, a fim de que nos firmemos cada vez mais no que a Palavra de Deus assevera sobre as últimas coisas.

O que é 0 amilenarismo?

 É uma escola de interpretação que espiritualiza boa parte das passagens bíblicas futuríveis. O amilenarismo (ou amilenismo) interpreta, a qualquer custo, as profecias sobre o Reino de Deus na Terra à luz da obra redentora de Cristo. Na cruz, ao dar o último brado, o Senhor teria prendido Satanás, simbolicamente. Esse aprisionamento significa que o Senhor limitou o poder do Inimigo de enganar as nações (Ap 20.1-3).

 De acordo com esse sistema, a Segunda Vinda não terá duas etapas. Tudo acontecerá de uma vez só, “naquele dia”. Quanto aos “mil anos”, mencionados claramente em Apocalipse 20.1-7 por seis vezes, trata-se apenas de um número simbólico, que indica um período de tempo iniciado na primeira vinda de Cristo, o qual nunca terminará! Não haverá, pois, um Reino milenar e físico; afinal, o Reino Eterno e espiritual já está em plena atividade. Mas os próprios amilenaristas reconhecem, em suas obras, que é impossível ser dogmático quanto ao que significa a expressão “mil anos” em Apocalipse 20. Em outras palavras, eles têm preferido negar o que está clara e literalmente escrito, a fim defender uma teoria fundamentada em uma interpretação hipotética! Afinal, até que ponto o sistema amilenarista é verossímil e biblicamente fundamentado?

O que é 0 pós-milenarismo? Este sistema de interpretação tem semelhanças com a anterior, haja vista afirmar que não haverá um período de mil anos em que Cristo reinará na Terra, e que o Diabo já foi aprisionado quando o Senhor morreu, no Gólgota.

No primeiro advento do Senhor teria acontecido o esmagamento pactuai do Inimigo.

Nesse caso, o anjo que o prendeu (Ap 20.1) é o próprio Cristo.

E os resultados disso estariam ocorrendo progressivamente ao longo da História.

Entretanto, não há como interpretar, à luz das Escrituras, o texto de Apocalipse 20.1-3 como uma alusão ao suposto aprisionamento de Satanás ocorrido na cruz.

Afinal, a própria Palavra de Deus assevera que ele é “o príncipe potestades do ar” (Ef 2.2); e pode, inclusive, opor-se hoje aos servos do Senhor (I Ts 2.18; I Pe 5.8,9; Ef 6.11,12). Se o Inimigo tivesse mesmo sido aprisionado quando Jesus foi crucificado, de que maneira teria conseguido encher o coração de Ananias, para que este mentisse ao Espírito Santo (At 5.3)? Por que Paulo afirmou que “o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos” (2 Co 4.4)? E por que o doutor dos gentios, ainda, afirmou que não ignorava os ardis de Satanás (2 Co 2 .1 1)? O pós-milenarismo (e também o amilenarismo) afirma que Cristo está reinando, mas em espírito. Ele foi entronizado como Rei logo após a sua ressurreição e ascensão.

 E o fato de Ele estar hoje assentado à mão direita de Deus, nas regiões celestiais, denota que o Reino “milenar” está em plena atividade. Pouco a pouco, o Rei conquistará o mundo pela vitória do evangelho. Para essa escola de interpretação, o Milênio é uma extensão do período da Igreja que ocasionará uma grande disseminação do evangelho. Os “mil anos”, pois, são simbólicos e correspondem ao período entre a morte de Cristo e a evangelização total do mundo. O que isso significa? Que os “mil anos” de Apocalipse 20.1-7 já são, hoje, mais de dois mil anos! A interpretação preterista.

Tanto o amilenarismo como o pós-milenarismo fazem uma leitura preterista das Escrituras.

Nesse caso, a Grande Tribulação já teria acontecido, na geração contemporânea de Cristo, e o Anticristo, se manifestado, no século I. Como apoio à sua interpretação, empregam passagens do livro de Apocalipse que tratam da iminência das últimas coisas (Ap 1.1,3; 22.7,10,12).

Entretanto, se acreditarmos que já estamos no Milênio sendo este supostamente um período indefinido entre a morte de Cristo e a evangelização mundial, ou um Reino Eterno inaugurado na primeira vinda do Senhor, o Arrebatamento não será o primeiro evento escatológico, e sim o fim de todas as coisas.

 E isso implica adaptar toda a mensagem da Bíblia ao raciocínio humano evidenciado nesse sistema preterista, além de ignorar a clara sequência cronológica de Apocalipse 19 a 22:

1) A Igreja glorificada no Céu: I9 .I-I0 .

2) A Manifestação de Cristo em poder e grande glória: I 9 .II -I 6 .

3) O Armagedom: 19.17-19.

4) A vitória de Cristo sobre o império do Anticristo: Ap 19.20,21.

5) A prisão de Satanás: 20.1-3.

6) A ressurreição dos mártires da Tribulação: 20.4,5.

7) O Milênio: 20.4-6.

8) A liberação de Satanás após o Milênio: 20.7-9.

9) A destinação eterna do Diabo: 20.10.

10) O Juízo Final: 20.11-15.

11) Novo Céu e Nova Terra: 21-22.

Como explicar o fato de que haverá duas ressurreições e vários julgamentos? Todos os eventos mencionados após o Arrebatamento se darão num só instante?

Tentemos imaginar como seria isso.

 O Arrebatamento, as ressurreições de justos e injustos, o Tribunal de Cristo, o Julgamento das Nações, o Juízo Final. Enfim, tudo ocorreria num só momento?

 A pregação do evangelho em todo o mundo.

Os pós-milenaristas apegam-se ao texto de Mateus 24.14 para afirmar que Jesus só voltará depois de toda a Terra ter sido evangelizada.

Mas isso, além de refletir má exegese, retardaria a Segunda Vinda por mais alguns milhares de anos. Em Mateus 24.3, os discípulos de Jesus lhe fizeram uma pergunta tríplice: “Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” E quem lê atentamente todo o capítulo percebe que a resposta do Senhor também foi tríplice, mas não necessariamente em ordem cronológica. Jesus falou de eventos que ocorreriam num futuro próximo (a destruição de Jerusalém, no ano 70) e de outros dois tipos de acontecimentos que se dariam num futuro mais remoto.

No versículo 24, Ele disse: “E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim”. O termo “fim”, aqui, tendo em vista a tríplice pergunta dos discípulos, não dizem respeito à Segunda Vinda, e sim ao “fim do mundo”.

Quando, pois, o evangelho será pregado em todo o mundo? Somente no Milênio; a Terra então se encherá do conhecimento do Senhor (Is 2.3), e o próprio Cristo estará reinando. Daí a ênfase “evangelho do Reino”, se bem que esta expressão também é empregada em referência ao evangelho pregado hoje ( Mc I.I4). O texto de I Coríntios 15.24,25 corrobora a explicação acima: “Depois, virá o fim, quando tiver entregado o Remo a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo império e toda potestade e força. Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés”.

 Observe que o fim só virá depois que Cristo reinar ( Dn 2.36-44)! Aqui temos uma clara alusão ao Milênio. Explicação pós-mílenarista para os “mil anos”. Pós-milenaristas e amilenaristas apresentam inúmeros argumentos contra o Milênio como fato literal, baseados em passagens extraídas do contexto. Apesar disso, reconhecem que é difícil negar a literalidade da expressão “mil anos”, mencionada seis vezes em Apocalipse 20.1-7.

Num a tentativa de justificarem o seu sistema, os pós-milenaristas têm afirmado que a palavra “mil”, em Apocalipse 20, é simbólica. Que autoridade eles têm para afirmar isso? Como mil é o cubo de dez (IOx 10x10), e este é um número de perfeição quantitativa, os “mil anos” (dizem eles) é uma descrição simbólica da glória permanente do Reino que Cristo estabeleceu quando veio ao mundo. O pós-milenarismo, aliás, afirma que o livro de Apocalipse deve ser interpretado, em geral, de maneira simbólica, e isso lhe oferece base para defender a infundada argumentação acima, que espiritualiza várias passagens bíblicas literais.

 Curiosamente, os defensores dessa escola se valem das parábolas de Jesus e das profecias do Antigo Testamento, e as interpretam simbolicamente para fundamentarem as suas teorias! Na verdade, por mais que o pós-milenarismo tente negar a literalidade do Milênio, só conseguiria isso se, de fato, a Palavra de Deus não dissesse, com todas as letras, que ele não é literal. Contudo, não há como negar um evento escatológico apresentado nas Escrituras com tantas riquezas de detalhes. O que é o pré-minarismo? É uma escola de interpretação que, em geral, honra as Escrituras, afirmando que Cristo voltará antes do Milênio.

Por outro lado, dependendo de seu subsistema de interpretar o período tribulacionista, pode se mostrar contraditória. Haja vista o pós-tribulacionismo e o mesotribulacionismo, correntes pré-milenaristas que defendem a ideia (já refutada neste capítulo) de que a Igreja enfrentará a Grande Tribulação ou a primeira parte dela. O sistema de interpretação que se harmoniza com as Escrituras é o prémilenarismo pré-tribulacionista. De antemão saibamos que a Palavra de Deus é eterna, soberana e final ante escolas de pensamento, sistemas e argumentos humanos. Que direito tem o barro de questionar o oleiro? (Rm 9.20,21). Ela simplesmente é a verdade; cabe a nós aceitá-la, despojando-nos de todo preconceito.

O que está escrito nas Escrituras é a verdade, concordem ou não os teólogos, com as suas escolas. Nesse caso, não é a Bíblia que é pré-milenarista pré-tribulacionista; é esta escola que é bíblica.

 

X. O Milênio, segundo as Escrituras

 

Com o Anticristo, o Falso Profeta e as nações opressoras de Israel para sempre no Inferno, além de Satanás aprisionado por mil anos no Abismo, o mundo terá um novo começo. Haverá aqui mil anos de paz, justiça e prosperidade, sob o comando do Rei dos reis e Senhor dos senhores. Cumprir-se-á na Terra a tríplice profecia de Isaías 33.22: “o Senhor é o nosso Juiz; o Senhor é o nosso Legislador; o Senhor é nosso Rei; ele nos salvará”.

 O que é o Milênio?

Como o próprio termo sugere, o Milênio é um período de mil anos em que a Igreja reinará com Cristo na Terra (Ap 20.4).

Trata-se de uma época áurea, aguardada com muita ansiedade pelos israelitas e pela Igreja. Fala-se muito em paz mundial, porém esta só ocorrerá mesmo nesse glorioso reinado do Senhor Jesus, o Príncipe da paz (Is 9.6). Se alguém pensa que os judeus estão equivocados quanto a esperarem um Reino messiânico na Terra (Lc 2.38; At 1.6), é bom atentar para o fato de que o próprio Senhor Jesus não tirou deles essa esperança. Ao ser perguntado sobre o tempo da restauração do tal Reino, Ele apenas respondeu: “Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (At 1.7). Mas não é somente Israel que espera a restauração do Reino. A Igreja também tem essa esperança, e a oração diária de quem ama a Segunda Vinda de Cristo é: “Venha o teu Reino”. Hoje, nós já fazemos parte do Reino de Deus, que implica domínio divino nos corações do seu povo e no meio dele (Mt 12.28; Jo 14.23; Mc 9.1; Cl I.I 3).

No entanto, o Milênio será estabelecido na Terra, literalmente (I Co 15.24-28).

O Reino Milenial é também a última dispensação: a da “plenitude dos tempos “se bem que alguns ainda insistem em dizer que não há na Bíblia a doutrina das dispensações, e que elas foram “fabricadas” pelos dispensacionalistas.

Ora, um exame sem preconceito de algumas passagens bíblicas é suficiente para nos convencer de que o Senhor através dos tempos tem empregado diferentes maneiras de tratar com a humanidade, estando embutidas nisso as dispensações e alinaças ( Gn 2.15-17; 3.9-24; 9.8-17; I2 .I-3 ; Êx 20— 23; Dt 28; Jo I.I7 ).

 De acordo com Efésios 1.9,10, para o Milênio convergem todas as alianças e períodos mencionados na Bíblia: “descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo, de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra”.

O sonho profético de Nahucodonosor.

Nos dias do profeta Daniel, o Senhor deu um sonho a Nabucodonosor, pelo qual se resume a história dos impérios mundiais, a partir do babilônico, até chegar ao tempo do Milênio. Este, todavia, não será propriamente um império, e sim o Reino de Cristo. Um império prevalece pela imposição; mas, mesmo no período em apreço, Jesus não obrigará ninguém a aceitá-lo como Senhor e Salvador. O sonho do rei da Babilônia teria sido um devaneio, sem nenhuma importância no plano escatológico, caso o Deus do Céu não tivesse revelado a sua significação a seu servo Daniel (2.27-30).

Consideremos agora o texto de Daniel 2.31-45, que contém o tal sonho e a sua interpretação:

I) O rei viu uma grande estátua cuja cabeça era de ouro fino; o peito e os braços, de prata; o ventre e as coxas, de cobre; as pernas, de ferro; e os pés, de ferro e barro, a qual foi atingida nos pés por uma pedra cortada sem auxílio de mãos (vv.3I-34).

2) Daniel disse ao imperador da Babilônia que ele era a cabeça de ouro; e que, depois dele, se levantaria outros dois reinos inferiores, representados pela prata e pelo cobre (vv.36-39). Segundo a História, os dois impérios que vieram após o babilônico foram o medo-persa, fundado por Ciro, em 539 a.C., e o grego, estabelecido por Alexandre o Grande, em 330 a.C. Este, aliás, teria domínio sobre toda a Terra (v.39).

3) O profeta explicou que as pernas de ferro da estátua também representavam um reino, que “será forte como o ferro; pois, como o ferro esmiúça e quebra tudo, como o ferro quebra todas as coisas, ele esmiuçará e quebrantará” (v.40). Sabemos, pela História, que esse quarto império mundial foi o romano; este, com a sua truculência, dominou o mundo a partir de 67 a.C., numa amplitude sem precedentes.

 4) Quanto aos pés da estátua e seus artelhos em ferro e barro, Daniel explicou que se tratava de um reino dividido: firme como o ferro; e, ao mesmo tempo, frágil como o barro. O fato de esses dois elementos não se misturarem denotava que o tal império (uma confederação de reinos), não se entenderia; seria um grande governo, porém dividido (vv.4I-43). Sabemos, também pela História, que, depois do Império Romano, surgiram alguns estados nacionalistas fortes, e outros, fracos, os quais, ao longo dos séculos vêm tentando uma grande e forte coalizão, mas sem sucesso. Haja vista a União Europeia, formada por países fortes, como Alemanha e França, e fracos, como Letônia e Lituânia, e mesmo entre os considerados fortes não há consenso geral e ainda, nesses tidos como fortes, há vulnerabilidade internamente.

O ferro é o governo ditatorial, totalitário que hoje cada vez mais aumenta em todos os continentes... O barro é o governo do povo, democrático, republicano... é formado de partículas soltas, o que indica governo do povo... Já o ferro é formado de blocos compactos, indicando poder centralizado. Temos hoje no mundo estas duas formas de governo.

 Após ter sido atingida nos pés pela pedra cortada sem mãos, a estátua foi esmiuçada por completo. Ferro, barro, cobre, prata e ouro tornaram-se pó, e este foi levado pelo vento (vv.34,35).

A pedra, então, cresceu e se transformou em um grande monte e encheu toda a Terra (v.35). Daniel disse a Nabucodonosor que, nos dias desses reis, Deus levantará um Reino que jamais será destruído, o qual esmiuçará e consumirá todos os outros reinos (vv.44,45).

A luz da Palavra profética, os pés da estátua, com os seus dez dedos, representam os reinos que formarão a base para a ascensão da Besta ( Ap 13.1; Dn 7.24,25).

E exatamente os pés foram atingidos pela Pedra! Vemos, pois, nessa revelação dada a Daniel, que o Milênio será o último Reino mundial, que sobrepujará a todos os impérios que antes dele existiram, principalmente o do Anticristo.

Quando se dará o Milênio? Em Lucas 21.24, Jesus disse que Jerusalém seria pisada pelos gentios até que os tempos deles se completassem. A expressão “tempos dos gentios” alude ao tempo em que Israel permaneceria sob o domínio estrangeiro. Esse período começou quando uma parte dos israelitas foi levada cativa pelos babilônios, em 586 a.C., e terminará efetivamente quando Cristo inaugurar o Milênio. A luz do sonho que o Senhor deu a Nabucodonosor, descrito acima, o domínio dos gentios começou com a cabeça de ouro: Babilônia. Esse controle continuou com a coligação do Império Medo-Persa, representada pelo peito e pelos braços de prata; e com a Grécia (ventre e coxas de cobre).

Os tempos dos gentios avançaram com as pernas de ferro do Império Romano isso alude: à extensão desse império (as pernas são a parte mais longa do corpo); à sua divisão em Ocidental e Oriental (duas pernas); e à sua rudeza ditatorial e totalitária (ferro). Esse período de domínio gentílico permanecerá até que os pés da estátua (o Império do Anticristo) sejam atingidos pela Pedra cortada sem mãos: Cristo.

Nos tempos dos gentios, o mundo não melhorará em nenhum aspecto.

Os elementos da estátua foram ficando inferiores, além de terem sido descritos por Daniel de cima para baixo, da cabeça aos pés: ouro, prata, cobre, ferro, ferro com barro, até que tudo se transformou em pó.

A Pedra virá do Alto, o que é uma alusão clara à Manifestação do Senhor em poder e glória para destruir os inimigos de seu povo, no Armagedom, e estabelecer o seu Remo na Terra.

Além do sonho profético de Nabucodonosor, a comparação entre Apocalipse I 9 .I I - I 6 e 20.2-6 é convincente quanto ao fato de que o Milênio ocorrerá depois da Manifestação de Cristo, logo após a Grande Tribulação.

 Na primeira passagem, Jesus vem à Terra com todos os seus santos. N a segunda, numa sequência de acontecimentos, Satanás é preso por mil anos, e inicia-se o Reino Milenial.

Onde ocorrerá o Milênio?

 Alguns consideram o fato de Cristo reinar na Terra durante mil anos uma utopia. Dizem que Deus não desceria de sua alta posição para reinar no mundo. Tais teólogos, cuja fonte de autoridade é o próprio raciocínio, se esquecem de que o Senhor Jesus já fez algo muito mais inconcebível! Sendo em forma de Deus, aniquilou-se a si mesmo e viveu entre os homens como Servo! E mais: morreu como Homem pelos nossos pecados (Fp 2.6-8)! Por que não viria ao mundo para reinar com vara de ferro? Em I Coríntios 6.2 está escrito: “Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois, porventura, indignos de julgar as coisas mínimas?”

Onde e quando será isso?

No Juízo Final?

Não! Esse julgamento será durante o reinado de Cristo (Ap I I . 15; 2.26,27).

A capital do Reino será no Céu ou na Terra?

 As profecias são claras quanto ao fato de que a capital do Reino Milenial será Jerusalém (Is 2.2,3; 62.4; 60.1-3; 66.20; Mq 4.8-13). Mas não devemos fazer confusão entre a Jerusalém terrestre e a celestial.

A sede do governo de Cristo estará num lugar onde existe mar (Ez 47.15). E, acerca da Nova Jerusalém, está escrito: “E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe” (Ap 2 I.I).

Cristo reinará, então, na Terra, na Jerusalém terrena, pois em Apocalipse 21.2 está escrito: “E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido”.

Não há dúvidas de que o “marido”, nessa passagem, seja Cristo; e a Nova Jerusalém descerá para Ele.

Na verdade, os salvos transformados não estarão restritos à Jerusalém terrestre, em razão de já estarem em corpos glorificados (Rm 8.17,18,30; Cl 3.4; I Pe 5.1); eles terão livre acesso à terra.

 Como isso será possível?

Lembremo-nos de que os salvos terão um corpo semelhante ao do Cristo ressurreto (Fp 3.21).

E o Senhor, após a sua ressurreição, além de não estar sujeito às leis da natureza, podia interagir com os seus discípulos ( Lc 24.15,31; Jo 20.19,26).

Quem participará do Milênio?

No Reino Milenial, haverá dois grupos distintos na terra: a Igreja glorificada e os povos naturais.

1) Os salvos transformados, que já estarão com os corpos glorificados (Fp 3.20,21), terão incumbências nesse governo. Eles poderão interagir com os povos naturais, similarmente ao que aconteceu com Jesus, depois de sua ressurreição (Lc 24.39; Jo 20.19,27).

2) Os judeus salvos, os gentios absolvidos no Julgamento das Nações, todos sobreviventes da Grande Tribulação, além do povo nascido durante os mil anos, também ingressarão no Milênio.

As pessoas cujos corpos não foram transformados terão o seu desenvolvimento normal; haverá, então, nascimentos e mortes. E, apesar de o Tentador estar aprisionado, o pecado ainda prevalecerá no coração dos não-glorificados (Is 65.20).

Vamos meditar agora no evangelho de Lucas 9.27-31 que nos ajuda a compreender esse assunto.

O Milênio é mencionado em miniatura, conforme as palavras do Senhor no versículo 27. Cristo aparece em glória (vv.28-3I). Moisés representa os santos que dormiram no Senhor (v.30). Lembremo-nos que Moisés morreu. Elias é o representante dos santos trasladados (v.30). Elias foi trasladado. Pedro é uma figura dos santos vivos por ocasião do Reino (vv.32,33); havia três apóstolos com Jesus, mas somente Pedro teve destaque.

A multidão ao pé do monte representa as nações, que terão um lugar no Milênio (v.37).


XI. Israel no Milênio.


Haverá um grande derramamento do Espírito, primeiramente sobre Israel, no período da Grande Tribulação, e se estenderá por todo o Milênio (Zc 12.10; Ez 36.27).

Deus disse, por meio de Ezequiel: “Nem esconderei mais a minha face deles, quando eu houver derramado o meu Espírito sobre a casa de Israel, diz o Senhor Jeová” (39.29).

Em Zacarias 6.12,13,15 está escrito: Assim fala e diz o Senhor dos Exércitos: Eis aqui o homem cujo nome é Renovo; ele brotará do seu lugar e edificará o templo do SENHOR. Ele mesmo edificará o templo do SENHOR, e levará a glória, e assentar-se-á, e dominará no seu trono e será sacerdote no seu trono, e conselho de paz haverá entre ambos.

 E aqueles que estão longe virão e edificarão no templo do Senhor, e vós sabereis que o SENHOR dos Exércitos me tem enviado a vós; e isso acontecerá, se ouvirdes mui atentos a voz do Senhor, vosso Deus.

A passagem acima não deixa dúvidas quanto à reconstrução do Templo, em Jerusalém, a qual se dará em algum momento, antes ou durante o Milênio.

O certo é que, nesse período, a Casa de Deus estará em plena atividade; em Ezequiel 40-44 temos uma descrição profética detalhada sobre isso.

Não haverá no Templo milenial a presença da arca, haja vista esta representar a presença daquEle que estará entre os seus servos, em pessoa, literalmente, reinando.

 Israel possuirá toda a terra prometida. Os servos de Deus galardoados participarão do Reino de Cristo em toda a Terra (Lc 19.17). Contudo, uma organização por estados será feita pelo Senhor, tendo Israel como ocupante do território que o Senhor tencionou entregar-lhe no passado, isto é, desde o Mediterrâneo até ao rio Eufrates (Gn 15.18; 17.8; Êx 23.31; Ez 48). Haverá amplo conhecimento do Senhor. O evangelho será pregado em todo o mundo pelos discípulos do Senhor (Is 54.13; M t 24.14). Além disso, “virão muitos povos e dirão: Vinde, subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine o que concerne aos seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém, a palavra do Senhor ” ( I s 2.3).

 De Jerusalém sairão diretrizes religiosas, leis civis e principalmente a Lei do Senhor.

Para ela afluirão todas as nações (Is 2.2). “E irão muitas nações e dirão... subamos ao monte do Senhor e à Casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e nós andemos pelas suas veredas” (Mq 4.2).

Mas, de acordo com as profecias registradas em Habacuque 2.4, Jeremias 31.33,34 e Ezequiel 11.19,20, esse conhecimento será principalmente intuitivo: Porque a terra se encherá do conhecimento ia glória do SENHOR, como as águas cobrem 0 mar. Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz 0 S e n h o r: porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração; e eu serei 0 seu Deus, e eles serão 0 meu povo. E não ensinará alguém mais a seu próximo, nem alguém, a seu irmão, dizendo: Conhecei ao SENHOR; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior, diz 0 SENHOR; porque perdoarei a sua maldade e nunca mais me lembrarei dos seus pecados. E lhe darei um mesmo coração, e um espírito novo porei dentro deles; e tirarei ia sua carne o coração de pedra e lhes darei um coração de carne; para que andem nos meus estatutos, e guardem os meus juízos, e os executem; e eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. Os benefícios do Milênio para a humanidade.

No Milênio, o mundo finalmente saberá o que significa a expressão “Paraíso na Terra”.

1) A paz será abundante (Is 54.13). Toda e qualquer oposição a Cristo será coibida. Não haverá a supremacia de uma nação, como vemos hoje. Embora a sede do governo seja Jerusalém, é Jesus quem reinará sobre a Terra, e não Israel: “naquele dia um só será o Senhor, e um só será o seu nome” (Zc 14.9).

2) Não haverá nenhuma guerra (Ez 39.9,10; Is 2.4; Mq 4.3,4). O Egito e a Assíria dos tempos bíblicos (que hoje compreendem parte dos territórios da Síria e do Iraque) temerão ao Senhor, ao lado de Israel (Is 19.21-25).

O que hoje é inconcebível, haja vista essas nações, em suas atuais configurações, representarem uma ameaça constante ao povo israelita, se tomará realidade.

 3) Ninguém reclamará de injustiça por parte do Rei. Segundo a Palavra de Deus, Ele “julgará com justiça os pobres, e repreenderá com equidade os mansos da terra, e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará o ímpio” (Is 1 1.2).

4) Haverá muita fertilidade no gênero humano: “E as ruas da cidade se encherão de meninos e meninas, que nelas brincarão” (Zc 8.5;  Jr 30.19; 33.22; Os 1.10; Is 60.22; 65.22).

5) Todos terão um lugar onde morar “E edificarão casas e as habitarão; plantarão vinhas e comerão o seu fruto.

 Não edificarão para que outros habitem, não plantarão para que outros comam, porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos até à velhice” (Is 65.21,22).

3)    Haverá longevidade e saúde para todos (Zc 8.4,5; Is 65.19,20,22).

 Hoje há muitas enfermidades, todas decorrentes dos efeitos deletérios do pecado. O germe deste ainda estará no coração dos povos naturais; contudo, ele não mais terá poder sobre o corpo das pessoas: “E morador nenhum dirá: Enfermo estou; porque o povo que habitar nela será absolvido da sua iniquidade” (Is 33.24). A morte, pois, será uma exceção, e não uma regra (Is 65.20).

4)    Não haverá instinto de ferocidade dos animais (Is 11.6-9; 35.9; 65.25; Ez 35.25).

Eles não mais se atacarão nem serão agressivos quando os seres humanos deles se aproximarem; voltarão a comer ervas (Gn 1.30).

 O pecado desaparecerá da Terra? Satanás, o Tentador, estará preso, mas a natureza humana caída e propensa ao pecado continuará a mesma nos povos naturais. Em razão das bênçãos do reinado e da presença pessoal de Cristo, a atividade pecaminosa será restringida: uns casos aqui e ali. Além disso, haverá grande temor, pois o Senhor agirá com rigor em relação àqueles que pecarem (Ap 19.15). Em Isaías 65.20 está escrito: “Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não cumpra os seus dias; porque o jovem morrerá de cem anos, mas o pecador de cem anos será amaldiçoado”. Esta profecia enfatiza que haverá morte no Milênio, não obstante a implícita menção do prolongamento da duração da vida humana (uma pessoa de cem anos será considerada jovem). Além disso, ela revela que existirão pecadores no período em apreço, porém a ação da justiça divina será imediata, e não como na presente dispensação. De acordo com Zacarias 14.17, o pecado não será removido da Terra no Reino Milenial: “E acontecerá que, se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, não virá sobre ela a chuva”.

 Nesta profecia vemos que haverá total ausência de chuva para as nações que não subirem a Jerusalém para adorar o Senhor. E isso é uma prova de que existirão desobedientes no Milênio. E eles serão punidos.

 O Senhor não obrigará ninguém a adorá-lo; Ele continuará respeitando o princípio do livre-arbítrio (Zc 14.16-18;  Dt 30.19; 2 Cr 7.14,15).

No entanto, como Ele é o único Rei e Senhor e essa verdade será ainda mais patente no Reino Milenial, quem não quiser adorá-lo sofrerá as consequências de sua má escolha (Zc 14.19;  Is 1.19,20). Haverá salvação nesse período? O Reino Milenial tem como propósito preparar aTerra para o estabelecimento do Reino Eterno (2 Sm 7.12,13; Lc 1.32,33; Sl 89).

Nesse caso, os povos naturais terão a oportunidade de crer em Jesus Cristo, que sempre respeitou as decisões humanas (Lc 9.23; Ap 3.20). Mesmo em seu remado, como vimos, ninguém será obrigado a crer que Ele é o Salvador do Mundo (Jo 4.42). Vemos nisso um contraste com o Império do Anticristo, que será implantado pela força (Ap 13.16).

Haverá salvação em massa (Is 33.6; 62.1; Zc 8.13). Com a difusão do conhecimento do Senhor, muitas pessoas se converterão. A evangelização será de fato uma das atividades primordiais dos seguidores de Cristo, como vaticinou o profeta Isaías: “Quão suaves são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina! ” (52.7).

 

XII. Perguntas difíceis sobre o Milênio

 

Quando serão julgados os que se rebelarem contra 0 Senhor? Todos esses rebeldes serão julgados no Trono Branco, posto que morrerão, quer ainda no Milênio (Is 11.4), quer logo após esse período (Ap 20.7-9).

Como se sabe, o Juízo Final será o julgamento de todos os mortos ímpios, os quais não fizeram parte da “primeira ressurreição” ( Ap 2 0.11-I5). A expressão “os outros mortos”, em Apocalipse 20.5, inclui todos aqueles que morreram em seus pecados. Quando ressuscitarão os salvos que morrerem durante 0 Milênio? Como vimos, após o Armagedom, haverá pessoas que não morrerão nessa batalha (Ap 19.21), as quais participarão do Julgamento das Nações. Os condenados dentre essas nações vivas irão imediatamente para o Inferno (Mt 25.41). Já os absolvidos ingressarão no Milênio com todas as possibilidades de estar com Cristo por toda a eternidade (Mt 25.34,46b), a menos que sejam enganados e se desviem da verdade (Ap 20.7,8). Quem hoje crê no Senhor Jesus Cristo já tem a vida eterna (Jo 3.16,36a; At 16.31).

Da mesma forma, dentre os povos naturais que ingressarem no Milênio, terão essa certeza os indivíduos que crerem no Salvador do mundo e nEle permanecerem: “irão para a vida eterna” (Mt 25.46). Mas, quanto aos que morrerem nesse período (Is 65.20), em que momento ressuscitarão e terão seus corpos transformados? Sabemos que, antes do Juízo Final, todos os mortos hão de ressuscitar. Porém, a ressurreição dos salvos que morreram durante o Milênio não deve ser entendida como uma “terceira ressurreição”.

Afinal, a Palavra de Deus só apresenta a “primeira” (que abrange, grosso modo, os mortos em Cristo, por ocasião do Arrebatamento, e os mártires da Grande Tribulação), e a “segunda”, mencionada claramente como uma ressurreição para a condenação (Jo 5.29b; Ap 20.5,6).

Considerando que o texto de Apocalipse 20 não menciona uma “terceira ressurreição”, é possível que os santos mortos durante o Milênio ressuscitem às vésperas do juízo do Trono Branco (w. 12,13), mas não para comparecerem diante do Justo Juiz na qualidade de réus. Afinal, nenhuma condenação há para quem recebe ao Senhor Jesus Cristo e nEle permanece (Jo 5.24; Rm 8.1,38,39). Não nos esqueçamos de que, no Juízo Final, o livro da vida, no qual estão os nomes de todos os salvos, também será aberto (Ap 20.12). Quando serão transformados os salvos que permanecerem vivos até ao fim do Milênio? Em Apocalipse 21, vemos a descrição de um novo Céu e uma nova Terra, onde não haverá mais espaço para carne e sangue (I Co 15.50). A partir deste fato, podemos afirmar que, logo após o Juízo Final, todos os que estiverem com Cristo já terão sido transformados, mas não está revelado o momento deste pormenor.

No Arrebatamento da Igreja, logo após a ressurreição dos mortos em Cristo, haverá a transformação dos santos que estiverem vivos (I Ts 4.16,17; I Co 15.51,52).

Seguindo-se essa mesma lógica, e considerando que os salvos mortos durante o Milênio ressuscitarão antes do Juízo Final (Ap 20.12), é provável que, nesse mesmo instante, ocorra a transformação dos fiéis que permanecerem vivos durante o Milênio.

Há muitos outros fatos escatológicos difíceis para os quais não temos respostas precisas à luz da Bíblia. Isso ocorre porque Deus somente revelou o que lhe aprouve (Rm 8.10; I Pe 5.1).

Deixemos, pois, “as coisas encobertas” para o Senhor e fiquemos com “as reveladas” (Dt 29.29).

 

XIII. A última revolta do Diabo e sua condenação

 

Como prova de que haverá pecadores no Milênio e de que muitos, apesar do reinado justo e pacífico do Senhor Jesus, não o aceitarão, o Diabo será solto e, sublevando-se, enganará as nações. Mas seu sucesso será momentâneo, como lemos em Apocalipse 20.7-10: E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a enganar as nações... E subiram sobre a largura da terra e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; mas desceu fogo do céu e os devorou. E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.

No Armagedom, Satanás impelirá o Anticristo e o Falso Profeta para a primeira fileira de combate, ficando apenas como o mandante. Mas, nesse último conflito, ele terá de encarar aquEle a quem ele se opôs desde à sua primeira revolta. Por que 0 Inimigo será solto? A passagem acima explica que a liberdade provisória concedida ao Inimigo tem um propósito: enganar as nações. Deus provará os que nasceram durante o Milênio, permitindo a tentação do Inimigo. Lembremo-nos de que Ele a ninguém tenta (Tg I . I 3), mas nunca impediu o Diabo de tentar os crentes, haja vista serem por ela manifestos os verdadeiros servos do Senhor (Jó 1.6-22). Até Jesus foi tentado (Mt 4.1- II ). Quem participará dessa rebelião? A Palavra de Deus diz que o Inimigo enganará as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, mas cita Gogue e Magogue (Ap 20.8), que em Ezequiel 38-39 representa um bloco de nações do Norte que agirá antes do Milênio, provavelmente no início da Grande Tribulação.

Alguns se precipitam em afirmar que há aqui uma contradição; outros, de maneira precipitada, afirmam que isso é uma prova de que os eventos futuríveis ocorrerão todos em um só momento. Entretanto, na passagem em análise, a expressão “Gogue e Magogue” é simbólica; representa todos os últimos inimigos do povo de Deus.

 E isso não é uma novidade no livro de Apocalipse: no capítulo I I , a cidade de Jerusalém é chamada de “Sodoma e Egito” (v.8). Portanto, na última batalha mundial em apreço, os rebeldes dos “quatro cantos da terra”, “cujo número é como a areia do mar” serão chamados de “Gogue e Magogue”, numa alusão ao primeiro conluio de nações, dentro do período escatológico, contra o povo de Deus.

Ao todo serão três grandes batalhas:

1) A de Gogue e Magogue, que se dará provavelmente no início do período tribulacionista (Ez 38-39).

2) A do Armagedom, que ocorrerá no fim da Grande Tribulação (Ap 16.16).

3) A última, logo após o Milênio (Ap 20.8).

O que acontecerá com os rebelados? As nações enganadas por Satanás cercarão o arraial dos santos, em Jerusalém, assim como ocorreu na batalha do Armagedom. Mas, assim como aconteceu nos dias do profeta Elias, diante dos falsos profetas de Baal ( I Rs 18.38), fogo descerá do céu e devorará os rebeldes (Ap 20.9). Todos estes mortos serão julgados no Trono Branco.

 O que acontecerá com o Diabo e suas hostes

 O Diabo já está julgado (Jo 16.11); mas, após a sua última revolta, será definitivamente condenado ao Inferno, para ali ser atormentado de dia e de noite por toda a eternidade. Esse julgamento de Satanás e suas hostes em última instância está previsto em Judas v.6 e 2 Pedro 2.4. Ainda antes do Juízo Final, o Inimigo e todas as suas hostes terão sido julgados e condenados (Ap 20.10; Mt 25.41). Aqui se cumprirá, de modo definitivo, o que está escrito em Romanos 16.20: “E o Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo de vossos pés”.

Afinal, os santos hão de julgar também os anjos

caídos (I Co 6.3a). Isso nos anima, pois sabemos que hoje estamos em uma batalha (Ef 6.12) que haveremos de vencer!

 

XIV. O Juízo Final.

 

 Depois da condenação definitiva do Diabo e suas hostes, ocorrerá o último de todos os julgamentos, o do Trono Branco. Um grande trono branco, A palavra “grande”, aqui, denota poder e glória; e o termo “branco” indica santidade e justiça. Quem poderia se assentar num trono com esses adjetivos?

O Senhor Jesus Cristo, o Justo Juiz que disse: “E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo” (Jo 5.22) conduzirá esse último julgamento. Ele foi designado pelo Pai (At 17.31); “Ele mesmo julgará o mundo com justiça; julgará os povos com retidão” (Sl 9.8).

De acordo com a Palavra de Deus, o Senhor Jesus será o Juiz em todos os julgamentos escatológicos:

 1) No Tribunal de Cristo, logo após o Arrebatamento, Ele galardoará a Igreja (2T m 4.8; Ap 22.12).

2) No Julgamento de Israel, no fim da Grande Tribulação, Ele, que também é o Advogado (I Jo 2.1), será misericordioso ao ouvir o clamor do remanescente arrependido (Dn 12.1; J1 2.32).

3) No Julgamento das Nações, Ele julgará com imparcialidade os que sobreviverem ao Armagedom (Mt 25.31,32; 13.40-46).

4) N o Julgamento do Diabo e suas hostes, após o Milênio, o Senhor porá termo ao poder das trevas (Ap 20.10; Rm 16.20).

5) No Trono Branco, depois da última revolta de Satanás e sua derrocada, Jesus condenará, segundo as obras de cada um, os pecadores impenitentes (Ap 20.13; 21.8; 22.15).

O poder e a glória do Justo Juiz serão tão intensos, que a Terra e o Céu, ofuscados (assim como o Sol ofusca a Lua), fugirão da sua presença. Essa descrição se encaixa com Apocalipse 2 I.I: “E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe”.

A glória do trono branco é intensa.

O universo físico não pode suster-se diante do fogo do julgamento.

A terra atual, contaminada pela transgressão de Adão, foge da presença daquele que se encontra no trono.

 A declaração: “Não se achou lugar para eles” indica que os componentes do universo material deixarão de existir.

 Será a preparação para o novo céu e a nova terra de Apocalipse 21.38

Quem participará desse julgamento?

Em 2 Timóteo 4.1 está escrito que o Senhor Jesus Cristo há de julgar os vivos e mortos, na sua vinda e no seu Reino.

Os vivos, no tempo desse julgamento final, já terão sido julgados.

O Juízo Final é o julgamento dos “mortos”, termo que aparece em Apocalipse 20.11-15 quatro vezes.

Todos os mortos em pecado que ainda não tiverem sido julgados estarão em pé diante do Trono Branco.

Quem serão eles?

1) Os que permanecerem mortos no Arrebatamento da Igreja.

2) Os mortos na batalha do Armagedom.

3) Os que não ressuscitarem antes do Milênio.

4) Os pecadores contumazes que morrerem durante o Milênio.

Não serão proferidas, nesse último grande juízo, duas sentenças, como ocorreu no Julgamento das Nações (Mt 25.46).

 Haverá uma única condenação para os ímpios (Ap 20.15). Alguns dizem que os salvos também hão de ser julgados, mas isso contraria o que Jesus afirmou, em João 5.24: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entrará em juízo [gr. krisiri], mas passou da morte para a vida”. O termo “juízo”, na passagem acima, segundo W.E. Vine, “denota primariamente 'separação', portanto, ‘decisão, julgamento, juízo’, muito frequentemente no sentido forense, e, especificamente, acerca do ‘julgamento’ divino”.

 O salvo em Cristo, por conseguinte, tem a vida eterna hoje e não será julgado mais quanto ao pecado (Rm 8.1,33,34), a menos que se desvie do caminho da justiça (2 Pe 2.20-22; Mt 24.13; Ap 3.5). A morte e o Hades darão os mortos.

Em Apocalipse 20.13 está escrito que o mar dará os mortos que nele há. Jesus também afirmou que “vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz” (Jo 5.28). Onde quer que estiverem, os pecadores ressuscitarão para comparecer diante do Trono Branco. Segundo a Palavra de Deus, a morte (gr. thanatos) e o inferno (gr. hades) darão os seus mortos, os quais, após o Juízo Final, serão lançados no Lago de Fogo (Ap 20.13,14). O vocábulo “morte”, na passagem em análise, tem sentido figurado; trata-se de uma metonímia (figura de linguagem expressa pelo emprego da causa pelo efeito ou do símbolo pela realidade), numa alusão a todos os corpos de ímpios, oriundos de todas as partes da Terra, seja qual for a condição deles.40 H á pessoas cujos corpos são cremados; outras morrem em decorrência de grandes explosões.

Todas terão os seus corpos reconstituídos para que, em seu estado tríplice ( I Ts 5.23), compareçam perante o Juiz.

 No entanto, para que alguém compareça ao julgamento em seu estado pleno espírito, alma e corpo, estes elementos terão de ser reunidos.

Daí a ênfase de que “a morte” e também “o inferno” darão os seus mortos. O termo “inferno” aqui é hades, também empregado de forma metonímica.

Em outras palavras, assim como a “morte” dará o corpo, o Hades dará a parte que não está neste mundo físico, isto é, a alma (na verdade, alma+espírito).

Todos os sentenciados ao Lago de Fogo, no Trono Branco, serão pecadores já condenados (Jo 3.18,36), haja vista o Hades ser um lugar de tormentos onde os injustos aguardam a sentença definitiva (Lc 16.23).

Nenhuma alma salva em Cristo se encontra no Hades, mas no Paraíso (Lc 23.43; 2 Co 12.2-4).

Nesse caso, os mortos salvos durante o Milênio, como já vimos, ressuscitarão antes do Juízo Final, mas não para comparecerem diante do Justo Juiz como réus (Jo 5.22-29). Com base no que foi dito acima, podemos entender melhor a frase “a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo” (Ap 20.14). Isso denota que os corpos e as almas dos perdidos que saíram do lugar onde estavam e foram reunidos na “segunda ressurreição”, a da condenação (Jo 5.29b), depois de ouvirem a sentença do Justo Juiz, serão lançados no Inferno propriamente dito, o Lago de Fogo.

A frase “a morte e o inferno foram lançados no lago de logo” (Ap 20.14) tem uma correlação com o que Jesus disse em Mateus 10.28: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo”. Ou seja, as almas (“o Hades”) e os corpos (“a morte”) serão lançados no Geena. Depois disso, nunca mais haverá morte, o último inimigo a ser vencido (I Co 15.26). Todo joelho se dobrará diante de Cristo.

No Juízo Final, todos estarão em pé ante o trono (Ap 20.12), mas haverão de se prostrar diante do Justo Juiz para receber a sentença (Jo 5.22,23). Todos aqueles que não quiseram se prostrar diante do Rei dos reis, antes da Segunda Vinda, durante a Grande Tribulação e por ocasião do Milênio, estarão ali, onde terá pleno cumprimento o que diz Filipenses 2.10,11: “para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai”.

 No Trono Branco, todos os ímpios, sem exceção, quer queiram, quer não, terão de reconhecer que Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai! Muitos obreiros infiéis dirão naquele Dia: “Senhor, Senhor” (Mt 7.21,22), mas será tarde demais (v.23). “Porque está escrito: Pela minha vida, diz o Senhor, todo joelho se dobrará diante de mim, e toda língua confessará a Deus. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Rm I4 .1 1,12). Grandes e pequenos serão julgados. Participarão do Juízo Final os mortos considerados grandes e pequenos pelos homens (Ap 20.12), pois perante o Senhor não valerão títulos e posições ostentados nesta vida. Os adjetivos “grande” e “pequeno” estão relacionados a importância, prestígio e influência na terra. Em Mateus 7.22, Jesus se referiu a uma parte desses “grandes”: “Muitos me dirão naquele Dia:

Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome?

 E, em teu nome, não expulsamos demônios?

 E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas?”

Os falsos mestres mencionados por Pedro com certeza estarão entre os que argumentarão ante o Justo Juiz (2 Pe 2.1-3).

Esses “doutores” que terão apostatado da fé (I Tm 4.1), negando o Senhor que os resgatou, e empregado palavras fingidas, por avareza entenderão o porquê de o apóstolo Pedro ter empregado estas palavras: “melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado” (2 Pe 2 .2 !).

Títulos, sermões, profecias, exorcismos e milagres não poderão livrá-los da condenação.

Deus não considerará posição social, cor de pele ou títulos recebidos na Terra.

Hoje, Ele divide a humanidade em duas categorias: os que estão do lado de dentro, e os que estão de fora (Mc 4 .1 1; I Tm 3.7).

Naquele Dia, isso se confirmará, pois os que já estão do lado de fora ficarão de fora do Céu, de acordo com Apocalipse 22.15 e 21.8: Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira. Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicários, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; 0 que é a segunda morte.

 As passagens acima especificam quem serão esses “grandes e pequenos” que não entrarão no Reino dos Céus:

I)                  Os cães.

 E claro que este termo (gr. kynes) é metafórico e diz respeito à impureza moral e espiritual (2 Co 7.1). Segundo W.E. Vine, “Os judeus usavam o termo para se referir aos gentios, sob a ideia de impureza cerimonial. Entre os gregos, era um epíteto de impudência”.

 O apóstolo Paulo empregou o vocábulo “cães” em relação aos maus obreiros, que pervertiam a sã doutrina (Fp 3.2). Naquele Dia, muitos falsos obreiros, a despeito de terem optado por fazer a própria vontade, a do povo ou a do Diabo, em detrimento da vontade do Pai que está nos Céus (Mt 7.21; I Jo 2.17), vão querer se justificar perante o Senhor (Mt 7.22). Para sua tristeza, esses “cães” ouvirão uma dura sentença: “Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7.23).

2) Os tímidos. Alguém poderá pensar que o Juiz será rigoroso ao extremo, ao sentenciar tímidos ao Inferno. No entanto, a timidez em apreço não é aquele acanhamento natural, como em pessoas introvertidas. O termo empregado (gr. deilos) implica, pelo menos, duas atitudes negativas: vergonha de ser reconhecido como cristão e medo de testemunhar (Mt 10.32,33; I Co 9.16).

3) Os incrédulos. O adjetivo apístois (gr.) significa “incrédulo”, “infiel”, “descrente”, “cético” (I Co 6.6; 7 .I2 -I5 ; 2 Co 4.4; 6.15; I T m 5.8). Quando não reconhecida, combatida, nem abandonada por seu portador, a incredulidade se torna um pecado capital (Mt 17.17; Mc 9.24; Lc 17.5). A permanência nela foi a causa de a maioria do povo israelita, oriundo do Egito, não ter entrado em Canaã (Hb 3.15-19). Da mesma forma, os incrédulos contumazes serão lançados no Lago de Fogo (Mc 16.16b; Jo 3.36).

 4) Os abomináveis. O termo “abominável” (gr. ebdelygmenois) é sinônimo de repugnante, detestável, odioso (lit. “que faz alguém se afastar como que de um mau cheiro”); está associado a idolatria, impureza e mentira (Ap 21.27). A Palavra de Deus descreve assim os abomináveis: “Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis [gr. bdelyktos], e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra” (Tt I . I 6; Ap 3.14-16).

 5) Os homicidas. Nas passagens em apreço, o termo phoneus (gr.) significa “homicida”, “assassino”. De acordo com o código penal vigente em cada país, quem comete um homicídio com a intenção de matar, se julgado e condenado, pode ser submetido à prisão perpétua ou até à pena de morte.

Mas, qual é a pena para quem mata espiritualmente alguém (I Jo 3.15)? O crente que permanece nessa prática está sujeito à pena capital do sofrimento eterno constante do Código Divino (Mt 5.22).

6) Os fornicários. O termo “fornicário” (gr. pornois), literalmente “homem que se vicia em fornicação ou prostituição”, possui significação vasta e aplicação abrangente; implica permanência numa vida de imoralidade e maus pensamentos, além de prática continuada e sem arrependimento do sexo ilícito e de outros pecados contra o corpo (Ap 22.15). A relação íntima, dentro do casamento, é algo puro diante de Deus (Hb 13.4). Fora dele, constitui-se pecado digno de pena capital (IC o 6.19,20; 7.9; Mt 5.28).

7) Os feiticeiros. Este termo (gr. pharmakois) também é vasto em sua aplicação (Ap 22.15). Pode envolver o manuseio de drogas e poções, embora o seu sentido usual e comum esteja associado a práticas como feitiços, encantos, necromancia, espiritismo, uso de rituais mágicos, bruxaria, evocação de espíritos, emprego de diversas formas de adivinhação, uso de amuletos e talismãs, etc.

8) Os idolatras. O vocábulo “idólatra” (gr. eidololatrais) traduz um amor excessivo, uma paixão exagerada, a um ídolo (gr. eidolon, “aquilo que é visto”).

 Pode um crente tornar-se idólatra?

 Ora, para quem Paulo escreveu: “Não vos façais, pois, idólatras”?

 Aos crentes de Corinto (I Co 10.7). Para quem João disse: “Fílhinhos, guardai-vos dos ídolos” (I Jo 5.21)? O amor mal-direcionado constitui-se idolatria (Mt 10.37; I Jo 2 .I5 -I7 ; I T m 6.10; E f 5.5). E a permanência nesse pecado conduz à perdição (Ap 22.15).

5)    Os mentirosos.

A palavrapseudes (gr.) significa “mentiroso”, “falso”. O servo de Deus deve deixar a mentira (Cl 3.9), pois a Palavra do Senhor diz: “Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo... deixai a mentira, e falai a verdade...” (Ef 4.15,25). Os que permanecerem amando e cometendo a mentira serão lançados no Inferno (Ap 2 2 .15). Cada um será julgado segundo as suas obras.

6)    Nesse julgamento, cada um será responsabilizado pelos seus atos.

Se a máxima predestinalista “Uma vez salvo, salvo para sempre” fosse verdadeira, o Juízo Final seria uma grande contradição. Afinal, admitiríamos que o Justo Juiz, que de antemão ordenara uns para vida e outros para a perdição, agora os condena “segundo as suas obras”! Os teólogos predestinalistas insistem em argumentar que a salvação e a condenação ocorrem por decreto divino, independentemente de as pessoas decidirem por esta ou aquela. Eles supervalorizam o poder da graça de Deus, em detrimento do livre-arbítrio (essas doutrinas são analisadas com muita clareza no capítulo 7 desta obra). Que culpa terão os pecadores diante do Juiz, posto que já vieram ao mundo destinados ao Inferno? A luz da Palavra de Deus, o Senhor anuncia a todos os homens, em todos os lugares, que se arrependam, pois tem determinado um dia em que, com justiça, há de julgar o mundo por meio do Senhor Jesus Cristo (At 17.31). Sim, o Juiz de toda a Terra, que ofereceu oportunidade de salvação a todos (I Tm 2.4; H b 2.9), há de julgá-los mediante à livre aceitação ou não de seu plano redentor (Jo 3.16,36).

Como será o julgamento dos que tiverem morrido sem ouvir o evangelho?

Estes, certamente, serão julgados, mas não sabemos ao certo quais serão os critérios, exceto quanto à infalível justiça divina. Principalmente por se tratar de uma exceção, o Justo Juiz não deixará de tratar desse caso com imparcialidade. Como disse Abraão ao Senhor, em sua intercessão por Ló, “Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti seja. Não faria justiça o Juiz de toda a terra?” (Gn 18.25).

Não cabe a nós tirar conclusões precipitadas, porém o texto de Romanos 2.12-16  lança luz sobre o assunto, apresentando algumas certezas quanto ao Juízo Final no que concerne às pessoas mortas sem nunca terem ouvido a mensagem salvadora do evangelho de Cristo

1) Tendo conhecido ou não o evangelho, todos serão julgados segundo as suas obras; e os pecadores impenitentes serão condenados: “Assim, pois, todos os que pecaram sem lei também sem lei perecerão; e todos os que com lei pecaram mediante lei serão julgados” (v. 12). Em Ezequiel 18.20-24 fica claro que Deus pune a alma pecadora (v.20), além de considerar tanto o arrependimento do ímpio (w.2I-23), quanto o desvio do justo (v.24).

 2) O julgamento não se dará com base no que uma pessoa dizia ser, e sim no que de fato ela praticou na Terra: “Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados” (v. 13).

3) A lei aqui não é propriamente o evangelho, mas aquilo que a pessoa assimilou durante a sua vida em relação a Deus: “Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos” (v. 14).

Como aqueles que não têm lei poderiam proceder de acordo com ela? O Senhor não se revela ao ser humano apenas pela sua Palavra. A própria criação manifesta a sua glória e a sua divindade ("Sl 19.1-3; Rm 1.20).

4) Essa lei fica gravada no coração dos homens, e as suas consciências e os seus pensamentos os acusam ou os defendem, a fim de que não tenham reclamações, naquele Dia: “Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se” (v. 15).

 5) Tudo o que está gravado no coração dos seres humanos, na parte mais profunda de seu ser, virá à tona. Os livros se abrirão no dia do juízo, e Deus, por meio de Cristo Jesus, julgará os segredos de cada um: “... no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o meu evangelho” (v. 16).

 Os livros.

Quanto aos livros abertos no último grande julgamento.

Alguns desses livros devem ser:

O livro da consciência (Rm 2.15; 9.I).

 O livro da natureza (Jó 12. 7-9; Sl 19.1-4; Rm 1.20).

 O livro da Lei (Rm 2.12; Is 34.16). Ora, a Lei revela o pecado (Rm 3.20).

O livro do Evangelho (Jo 12.48; Rm 2.16).

O livro da nossa memória (Lc 16.25: “Filho, lembra-te...”; Mc 9.44 ai deve ser uma alusão ao remorso constante no Inferno). (Ver 0 contexto: vv.44-48 e Jeremias 17.1.)

O livro dos atos dos homens (Ml 3.16; Mc 12.36; Lc 12.7; Ap 20.12).

O livro da vida (Sl 69.28; Dn 12.1; Lc 10.20; Fp 4.3; Ap 20.12).

A presença do livro da vida nessa ocasião é certamente para provar aos céticos que estão sendo julgados que seus nomes não se encontram nele. (Mateus 1.22,23) Os mortos serão julgados de acordo com as coisas escritas nos livros, isto é, segundo as suas obras (Ap 20.12).

 E aquele cujo nome não constar do livro da vida será lançado no Lago de Fogo (Ap 20.15). Isso significa que o Senhor tem o registro de tudo o que fazemos (SI 139.16; Ml 3.16; SI 56.8; Mc 4.22).

O que é o livro da vida?

É o registro de todos os salvos, de todas as épocas (Dn 12.1; Ap 13.8; 21.27).

Os teólogos predestinalistas têm afirmado que Deus inseriu nesse livro apenas os nomes dos salvos antes da fundação do mundo. Mas, em Apocalipse 17.8, está escrito que os nomes estão relacionados no livro da vida “desde a”, e não “antes da” fundação do mundo. Há uma enorme diferença entre “antes da” e “desde a”. No grego, o termo “desde” (apoj significa “a partir de”. A expressão “desde a fundação do mundo”, portanto, denota que os nomes dos salvos vêm sendo inseridos no livro da vida desde que o homem foi colocado na Terra criada por Deus (Gn I), e não que haja uma lista previamente pronta antes que o mundo viesse a existir.

A expressão em apreço foi empregada também em Apocalipse 13.8 para denotar que todos os cordeiros mortos desde o principio apontavam para o sacrifício expiatório do Cordeiro de Deus (Is 53; Jo 1.29).

 Uma pessoa só pode ter o registro do nome em cartório depois de seu nascimento; ninguém é registrado antes disso. Da mesma forma, o nome de uma pessoa salva só passa a constar do livro da vida após o seu novo nascimento. Afinal, “aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.3).

Não existe listagem prévia dos eleitos, como pensam os predestinalistas.

 Na medida em que os indivíduos creem em Cristo e o confessam como Senhor (Rm 10.9,10), eles são inscritos no rol de membros da Igreja dos primogênitos, a Universal Assembleia (At 2.47; Hb 12.23).

De acordo com a Palavra de Deus, existe a possibilidade de pessoas salvas, que não perseverarem até ao fim, terem os seus nomes riscados do livro da vida do Cordeiro (Ap 3.5). Em Exodo 32.32,33 vemos essa verdade na intercessão de Moisés pelo povo: “Agora, pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito. Então, disse o Senhor a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este riscarei eu do meu livro”. Serão riscados os que permanecerem desviados do Senhor e em pecado (Ap 3.3-5; 21.27). Em Lucas 10.20, Jesus disse aos discípulos da missão dos setenta, provavelmente distintos dos doze ( “outros setenta”, v.I): “alegrai-vos, antes, por estar o vosso nome escrito nos céus”. Judas, porém, um dos do Senhor, desviou-se do Caminho. Por isso, o apóstolo Pedro afirmou: “[judas] foi contado conosco e alcançou sorte neste ministério... se desviou, para ir para o seu próprio lugar” (At 1.17,25).

 Alguns, ainda, afirmam que Deus relacionou toda a humanidade no livro da vida e só risca quem não recebe a Cristo como Salvador.

 Não obstante, a promessa “de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida” (Ap 3.5) é dirigida aos salvos que vencerem, e não aos pecadores que se converterem. Estes, conquanto tenham os seus nomes arrolados no Céu ao receberem a Cristo, precisam perseverar até ao fim (Mt 24.13). Em Filipenses 4.3, o apóstolo Paulo mencionou cooperadores “cujos nomes estão no livro da vida”, porém antes ele asseverara: “estai sempre firmes no Senhor, amados” (v.I). Não foi por acaso que os pastores das sete igrejas da Ásia ouviram do Senhor a mensagem: “Quem vencer” (Ap 2-3).

A manutenção no nome de alguém no livro da vida está condicionada à sua vitória até ao fim (Ap 3.5).

Somos filhos de Deus hoje (Jo I.I 1,12), mas em devemos atentar para o que diz Apocalipse 21.7: “Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu filho”. Como será0 sofrimento no Inferno. Alguns autores têm escrito livros com “divinas revelações” do Inferno, mas tudo o que precisamos conhecer sobre o assunto está nas Escrituras. E sabemos que não se trata de um lugar de sofrimentos físicos, como os que conhecemos aqui, haja vista ter sido preparado para o Diabo e seus anjos (Mt 25.41), seres espirituais.

Os nomes do Inferno, como vimos, revelam dão uma ideia de que será um lugar de terríveis e eternos sofrimentos: “fogo eterno” (gr. pur to aionion); “tormento eterno” (gr. kolasin aionion) e “lago de fogo” (gr. limnem tou puros). Stanley Horton afirmou: A Bíblia é muito cuidadosa em informar-nos que o destino final dos perdidos é horrível; vai além da imaginação. Envolverá tribulação, angústia, choro e ranger de dentes (Mt 22.13; 25.30; Rm 2.9)

 É uma fornalha de fogo (Mt 13.42,50), que resulta em prejuízo e destruição eternas (2 Ts 1.9).

O seu fogo é por natureza inextinguível (Mc 9.43), e a fumaça do seu tormento subirá para todo o sempre; não terão descanso (Ap 14. II; 20.10). E neste sentido que a Bíblia diz: “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31).4)

 

 XV. Novo Céu e Nova Terra

 

Os discípulos perguntaram a Jesus: “que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo? ” (Mt 24.3). Como já vimos, há muitos sinais indicadores da Segun­da Vinda, os quais evidenciam que o “começo do fim” está próximo. Contudo, depois de todos os acontecimentos já mencionados, chegará de fato o fim do mundo (2 Pe 3.7,10-12), que ensejará um novo início, o começo do “dia da eternidade” (Lc 20.35; 2 Pe 3.18; Ap 21-22).

 Após o Juízo Final, o Universo dará lugar a um novo Céu e uma nova Terra (2 Pe 3.13; Mt 5.5), na qual haverá uma Santa Cidade (Ap 21.1,2). João viu que a Nova Jerusalém “descia do céu, adereçada como uma esposa para o seu marido”. Ouvir-se-á, então, uma grande voz, dizendo: “Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” (v.3). Não haverá mais tristeza, pranto, dor e clamor. O Senhor limpará dos olhos toda lágrima (Ap 21.4). Alguns têm perguntado: “Quer dizer então que no Céu ainda haverá lágrimas?”

Na verdade, a referência ao enxugamento das lágrimas denota que, no estado glorioso em que os salvos se encontrarem, não experimentarão nenhuma tristeza ou dor. Afinal, tudo isso decorre do pecado, que já estará definitivamente superado (Rm 5.12; Is 35.10; 65.19). Por que gememos tanto hoje, como está escrito em Romanos 8.23 e 2 Coríntios 5.2? Porque ainda estamos numa vida de sofrimento, dor, injustiças... Mas, na eternidade, só teremos motivo para louvar a Deus e ao Cordeiro, pois as primeiras coisas já terão passado, e o Senhor dirá: “Eis que faço novas todas as coisas” (v.5). Não haverá mais morte. Esta já terá sido definitivamente aniquilada (Ap 20.14; 21.4). Apesar de a morte ser descrita como o último inimigo (I Co 15.26), e, figuradamente, como um agente (I Co 15.55; Ap 20.14), não devemos acreditar que ela seja uma pessoa ou um espírito superior ao próprio Satanás.

O termo “morte” tem vários sentidos, de acordo com o contexto em que é empregado, mas relaciona-se a um estado de separação:

1) A morte como cessação da vida, isto é, morte física (Hb 2.14), que implica a separação entre o corpo (parte física) do “homem espiritual” (espírito+alma).

2) A morte como ausência de comunhão com o Senhor; separação temporária de Deus, por causa do pecado (Rm 6.23). 3) A morte como separação eterna, definitiva, do Criador em razão da permanência no pecado (Ap 21.8). Não haverá mais pecado, pecadores e maldição (Ap 21.17; 22.3). Nada que contamine e ninguém que cometa pecados, como os mencionados em Apocalipse 21.8 e 22.15, entrarão na Santa Cidade. Somente os purificados pelo sangue do Cordeiro, inscritos no livro da vida, entrarão nela pelas portas (Ap 22.14).

O pecado, e a maldição decorrente dele (Gn 3.17; Gl 3.13), serão, então, extinguidos, cumprindo-se plenamente o que está escrito em João 1.29. Não haverá mais templo·, Sol\ Lua e noite (Ap 21.22,23; 22.5).

O Templo da Cidade será o Deus Todo-poderoso e o Cordeiro. Hoje, nós somos o templo de Deus (I Co 3,16; 6.19).

Na eternidade, Ele será o nosso templo! A existência de algum astro não fará sentido. O Universo de hoje não mais existirá. A glória de Deus, pois, iluminará a Santa Cidade, e o Cordeiro será a sua lâmpada. Apesar de não haver mais os luminares conhecidos hoje, não haverá noite; o Senhor Deus nos alumiará, e reinaremos com Ele para todo o sempre. Haverá grande alegria, pureza e santidade (Ap 21.2,11).

Não haverá morte, pranto, dor, lágrimas, mas uma grande alegria, infinitamente superior a tudo o que já sentimos nesta vida, se fará presente. Imaginemos qual será o sentimento de todos nós, ao vermos o rosto de Deus e do Cordeiro (Ap 22.4). A Santa Cidade, toda de ouro, semelhante a vidro puro (v. 18), é descrita como uma esposa ataviada para o seu marido, a “santa Jerusalém” (v. 10). A Cidade será toda iluminada com uma luz “semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente”. Haverá um grande e alto muro com doze portas (Ap 21.12). Um anjo estará em cada porta, e os nomes das doze tribos de Israel, escritos sobre elas. As portas serão pérolas (vv. 13,21); sob elas haverá doze fundamentos de pedras preciosas para o muro, nos quais estarão os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro (vv. 14,19,20). Elas não se fecharão, para que os reis das nações da Terra tragam à Cidade glória e honra (vv.24-26). O rio e a árvore da vida (Ap 22.1,2,14,19).

 Na Cidade, haverá uma praça de ouro puro, como vidro resplandecente (Ap 21.21), e um no puro da água da vida (Ap 22.1). Será claro como cristal e procederá do trono de Deus e do Cordeiro. Quem recebe a Cristo hoje bebe aqui, espiritualmente, da água da vida (Ap 22.17; Jo 4.10-15), mas haverá de beber também ali: “A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida” (Ap 21.6).

No meio da praça estará a árvore da vida, que produzirá doze frutos em cada mês. As suas folhas serão para a saúde das nações. Para sempre serviremos ao Senhor (Ap 22.3). Toda a descrição que fizemos acima só será plenamente compreendida quando estivermos no estado em apreço (Rm 8.18; I Pe 5.1). Alguns pensam que no Céu, na eternidade com Cristo, na Santa Cidade, não haverá trabalho.

 Esquecem-se de que Deus, sendo perfeito em tudo, trabalha (Jo 5.17; Is 64.4). Aqueles que tiverem sido servos do Senhor aqui hão de continuar a servi-lo ali: “os seus servos o servirão”. Deus será tudo em todos (I Co 15.28). Glória à Trindade para sempre! Estejamos preparados para o glorioso Dia do Arre­batamento da Igreja, pois “assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (I Ts 4.17,18).


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