segunda-feira, 18 de julho de 2022

Série: A vida terrena de Jesus. 3ª parte

 Por: Jânio Santos de Oliveira

  Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

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  Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com




Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!         


 


I.       Capítulo 1- Resumo da vida terrena de Cristo.

A.      Introdução à vida terrena de Cristo.

B.      A manifestação da vida terrena de Cristo.

C.      A conclusão da vida terrena de Cristo.

II.      Capítulo 2 -A preparação para a manifestação de Jesus.

A.      A necessidade de um Salvador.

B.      Conhecendo o a sociedade judaica nos tempos de Jesus.

C.      Jesus e os grupos político-religiosos de sua época.

III.     Capítulo 3- Jesus dos 12 aos 30 anos.

A.      Os anos “ocultos” de Jesus.

B.      Os anos perdidos de Jesus.

C.      Algumas especulações infundadas.

D.      As evidências bíblicas.

IV.     Capítulo 4- O caráter do Ministério de Jesus.

A.      Jesus, o Templo e a Sinagoga.

B.      Jesus, o Mestre da Justiça.

C.      Jesus e a cobiça dos homens.

D.      Jesus e a implantação do Reino de Deus.

V.       Capítulo5 - O Ministério de Jesus.

A.      O começo do ministério de Jesus na terra.

B.      A humanidade de Jesus Cristo e a sua deidade.

C.      O Ministério de Jesus.

D.      Eu sou Jesus.

VI.      Capítulo 6 - Um resumo das parábolas de Jesus.

 A.      Por Que Jesus Ensinou Por Parábolas?

B.      O público alvo das parábolas.

C.      3. Interpretando uma parábola.

VII.     Capítulo 7- O Senhorio de Jesus Cristo sobre os demônios.

A.      A atuação dos demônios no novo testamento.

B.      O endemoniado gadareno.

C.      Jesus expulsa um demônio de um homem mudo.

VIII.    Capítulo 8 - A Cura Divina no ministério de Jesus Cristo.

A.      A origem e a natureza das enfermidades.

B.      A cura divina como parte da salvação.

C.      Jesus cura os enfermos.

IX.   Capítulo 9 - Os 35 milagres de Jesus.

A.      Os perigos que rondam os milagres

B.      O contraste entre cura e a religiosidade.

C.      O Propósito dos Milagres de Jesus Cristo.

X.     Capítulo 10 - O resumo do Ministério de Jesus.

A.      1º ano do anonimato ou Obscuridade.

B.      2º ano da popularidade.

C.      3º ano da perseguição ou Rejeição.

 


Capítulo 3- Jesus dos 12 aos 30 anos.

 


Lucas 2.39-43 e 3.23

 

39 Após cumprirem todas as exigências da lei do Senhor, os pais de Jesus voltaram para casa em Nazaré, na Galileia. 40 Ali o menino foi crescendo, saudável e forte. Era cheio de sabedoria, e o favor de Deus estava sobre ele. 41 Todos os anos, os pais de Jesus iam a Jerusalém para a festa da Páscoa. 42 Quando Jesus completou doze anos, foram à festa, como de costume. 43 Terminada a celebração, partiram de volta para Nazaré,  3.23 Jesus estava com cerca de trinta anos quando começou seu ministério. Jesus era conhecido como filho de José. 

 

A.    Os anos “ocultos” de Jesus

Todo ano, geralmente no período da Páscoa, surgem teorias baseadas em textos “recém-descobertos” ou não-oficiais do cristianismo. A análise desses documentos, por parte de céticos ou de curiosos, tem levantado perguntas que, segundo eles, são “revolucionárias sobre a fé cristã”. Por exemplo:

 

Jesus se casou com Maria Madalena? Ele teve filhos? A ressurreição realmente aconteceu? Onde Jesus viveu e o que ele fez dos 12 aos 30 anos? Jesus é realmente um salvador ou foi simplesmente um mestre sábio? Judas traiu Jesus movido por um desejo maligno ou a pedido do próprio Jesus?

 

E por aí à fora… Hoje, o meu propósito é estudar com vocês sobre os anos “ocultos” de Jesus para vermos a glória de Deus estampada nesses anos tão especiais do Senhor.

A Bíblia, realmente, faz uma única referência à adolescência ou juventude de Jesus. O Evangelho de Lucas, que lemos no início, nos conta que, aos 12 anos, ele viajou com os pais de Nazaré a Jerusalém para celebrar a Páscoa judaica. Quando José e Maria retornavam para casa, perceberam que Jesus tinha ficado para trás. Procuraram o garoto durante três dias e, não o encontrando, decidiram voltar ao Templo, onde o encontraram discutindo teologia com os sacerdotes em Jerusalém. Lucas conta que “Todos que o ouviam se admiravam de seu entendimento e de suas respostas” (Lucas 2.42-49). Isso é tudo.

Jesus só volta a aparecer no relato bíblico já adulto, por volta dos 30 anos, ao ser batizado por João Batista no rio Jordão. É quando o conhecemos realmente. Da infância, as Escrituras falam sobre o nascimento em Belém, a fuga com os pais para o Egito — para escapar de uma sentença de morte impetrada por Herodes, rei dos judeus — e a volta para Nazaré. Da vida adulta, a seleção dos apóstolos e a pregação na Galileia, além do julgamento e da morte em Jerusalém. Mas o que aconteceu com Jesus entre os 12 e os 30 anos? Qual foi sua formação, o que moldou seu pensamento nesses 18 “anos ocultos”? Afinal, o que ele fez antes de iniciar seu ministério na Galileia?

Os que desejam reconstruir o Jesus histórico deverão analisar o estilo de vida e o ensino de Cristo, conforme os temos em abundância nos Evangelhos, levando também em conta os estudos diversos sobre a vida cotidiana nos tempos bíblicos. Dessa forma poderemos  conhecer o homem de Nazaré e entender o seu desenvolvimento.

A juventude “ocultada” ou prioridade teológica?

Por que a juventude de Jesus estaria “oculta” nos relatos bíblicos? Simples! Por uma questão de prioridade teológica. Saiba que os autores dos Evangelhos não se propuseram a escrever biografias completas de Jesus.

Em linhas gerais, há dois propósitos principais na mente de cada evangelista, quando eles se propuseram a escrever suas obras. Primeiro, contar que Deus “se tornou ser humano, carne e osso, e habitou entre nós” (Jo 1.14) por isso a ênfase no nascimento virginal e na infância de Jesus. Segundo, descrever seu ministério, falar da obra que ele, enviado por Deus Pai, veio realizar no poder de Deus Espírito Santo; tudo isso culminando com a sua morte e ressurreição por isso a ênfase na vida adulta de Jesus.

Na verdade, os anos de adolescência e juventude de Jesus não foram ocultados pelos autores dos Evangelhos. Não é que eles não soubessem ou não quiseram relatar o que sabiam com medo de comprometer a mensagem do cristianismo. Eles não narraram a história de Jesus dos 12 aos 30 anos porque não era uma prioridade teológica.

B.    Os anos perdidos de Jesus

O que aconteceu com Jesus nesse período que vai dos 12 aos 30 anos?

A resposta a esta pergunta dependerá da fonte que se irá consultar. Por exemplo: a partir de 1893 foi popularizada a ideia de que Cristo tivesse ido à Índia, e até mesmo à América do Norte, em busca de, pasmem!, iluminação espiritual. Mais recentemente, os propagadores da doutrina da Nova Era assumiram as mesmas ideias.

Em 2009, a editora Sextante publicou um livro intitulado: Os anos perdidos de Jesus. O autor é indiano e está descrito, pela própria editora, como pseudocientista, médico endocrinologista e autor de livros sobre espiritualidade, medicina corpo-mente e auto-ajuda. Permitam-me ler para vocês parte da sinopse desta obra para que tenhamos a dimensão do que estamos estudando.

 

Deepak Chopra recorre mais uma vez à ficção para desvendar os transformadores “anos perdidos” de Jesus — período dos 12 aos 30 anos da sua vida — que ficaram de fora do Novo Testamento. Com poucos fatos históricos em que se basear, Chopra optou por imaginar o caminho de iluminação que o jovem de Nazaré teria trilhado até se tornar o Messias. É uma jornada que o leva da obscuridade à revolução, das dúvidas aos milagres, culminando na transformação do filho do homem em Filho de Deus. Na adolescência, Jesus tem premonições do seu futuro, mas vive atormentado por não saber quem é e qual o seu papel nos planos de Deus. Ao longo do caminho, ele se sente incapaz de mudar os outros e vive dividido entre o amor pelas pessoas e o amor divino. Ao buscar solucionar os mistérios mais profundos da vida, Jesus se defronta com as mesmas questões e contradições que enfrentamos no nosso dia a dia. Ele não sabe se Deus o está ouvindo e se pergunta por que o Pai Celeste permite tantas vezes que o mal triunfe. Jesus enfrenta seus demônios e, ao ser batizado no rio Jordão, aceita seu destino que combina com os extremos da luz e da escuridão. Nesta obra, Deepak Chopra faz um retrato sem precedentes de Cristo, aproximando os leitores do entendimento da natureza de Deus.

 

Será mesmo? Meu Deus! Gente, o que de fato aconteceu com Jesus durante esse período que vai dos 12 aos 30? Pensemos um pouco à partir das fontes que nós temos.

Sabe-se que não há qualquer texto ou livro, digno de confiança, gnóstico ou não-gnóstico, que diga que Jesus tenha saído da Palestina durante os seus anos de vida. Muito menos os Evangelhos. Todos são unânimes em dizer que Jesus de Nazaré nasceu e viveu na Palestina, sem nunca ter saído de suas divisas.

Portanto, recorrer à imaginação popular para “descobrir” por onde Jesus andou dos 12 aos 30 anos de sua existência na terra não é a atitude mais sábia para se adotar. Essa não é a melhor fonte a ser consultada, para esse ou para qualquer outro assunto relacionado à fé.

O que se pode afirmar é que durante esse período, dos 12 aos 30 anos, Jesus estava vivendo como qualquer jovem judeu piedoso de seus dias; ele estava se preparando para a causa que Deus o havia designado. Sobre isto nós encontramos pistas sutis muito importantes dentro dos próprios Evangelhos. É o que veremos a seguir.

 

Por que a bíblia não relata esse período?

 

A narrativa dos evangelhos não relata especificamente o que ocorreu na vida de Jesus durante seus 12 aos 30 anos de idade, entretanto o que foi escrito acerca de sua vida é suficiente para crermos nele, “Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o filho do Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome. ” ( Jo 20.30,31). O objetivo dos evangelhos não é elaborar uma biografia exaustiva da vida de Cristo, todavia o seu conteúdo é totalmente voltado para o propósito salvífico, por essa razão as atividades de Cristo durante esse período não foram comentadas por não se tratar de assuntos significativos comparado aos eventos relacionados ao seu ministério os quais nem todos foram mencionados, pois foram inúmeros feitos por Ele realizados, “Este é o discípulo que dá testemunho a respeito destas coisas e que as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez, se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que no mundo inteiro não caberiam os livros que seriam escritos.” ( Jo 21.24,25). Os Evangelistas narram a história como testemunhas oculares dos fatos, ressaltando que são fidedignos que eles viram e ouviram, é o que escreveram com os próprios punhos e testificaram durante suas vidas e mesmo sendo ameaçados de morte, não se calaram. Sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.

 

C.    Algumas especulações infundadas:

 

Infelizmente a ausência dos relatos bíblicos acerca desse período na vida de Cristo tem sido motivo de diversas especulações pervertidas, elaborada por mentes pérfidas que ousam fazer severas afirmações infundadas. A bíblia afirma que tais serão punidos rigorosamente. “Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus acrescentará os flagelos escritos neste livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro.” (Ap 22.18,19.). As especulações existentes são as seguintes: Jesus após os 12 anos se afastou da palestina para viver em algum lugar do extremo oriente; Jesus esteve na Índia convivendo com budistas e bramanistas na babilônia aprendendo a arte das magias ocultas, no Egito na biblioteca de Alexandria; na Pérsia (atual Irã), Assíria, Grécia e na Macedônia aprendendo a filosofia, ou mesmo na Judéia entre os Essênios. Outros propõem que nessa época Ele tenha se ausentado da terra para visitar outros planetas, outros grupos alegam que ele permaneceu na palestina, vivendo uma vida moral relativamente promíscua e depravada, algumas dessas conjecturas se baseiam nos apócrifos, livros reprovados por não cumprir as exigências canônicas. Evidentemente essas teorias não passam de meras especulações humanas, destituídas de base bíblica e de comprovação histórica.

 

D.   As evidências bíblicas:

A despeito do silêncio bíblico sobre esses 18 anos da vida de Jesus, existem fortes evidências bíblicas de que Ele continuou residindo em Nazaré até o início do Seu ministério público e que era submisso aos seus pais e a Deus, contrapondo todas as especulações existentes. Vejamos:

 

• Onde Jesus esteve? Somos informados de que, após a Sua visita a Jerusalém, aos 12 anos de idade, Jesus regressou com José e Maria “para Nazaré; e era-lhes submisso” (Lc 2:51); que Ele foi criado naquela mesma cidade (Lc 4:16); que Ele veio “de Nazaré da Galileia” para ser batizado por João Batista no rio Jordão (Mc 1:9); e que, após o aprisionamento deste, Jesus “deixando Nazaré, foi morar em Cafarnaum” (Mt 4:12 e 13). Por haver residido em Nazaré todos esses anos, Jesus era conhecido pelos Seus contemporâneos como “Nazareno” (ver Mt 2:23; 26:71; Mc 1:24; 10:47; 16:6; Lc 4:34; 18:37; 24:19; Jo 1:45; 18:5, 7; 19:19; At 2:22; 3:6; 4:10; 6:14; 22:8; 26:9), e os Seus seguidores, como a “seita dos nazarenos” (At24:5). Próximo ao final do Seu ministério público na Galileia, Jesus retornou a Nazaré, qualificada nos Evangelhos como “a sua terra” (Mt 13:54; Mc 6:1), sendo reconhecido pelos próprios nazarenos como “o carpinteiro” (Mc 6:3) e o “filho do carpinteiro” (Mt 13:55). Eles jamais O teriam reconhecido como tal se Ele não houvesse exercido tal profissão naquela cidade antes do início do Seu ministério público.

 

• O que fez Jesus? A bíblia afirma categoricamente, para não deixar margens de dúvidas, que Jesus se preparava para exercer seu ministério, era obediente a seus pais e tinha a graça diante de Deus e dos homens, ou seja, Jesus não foi um pervertido mas um exemplo para todos, aprovado por Deus e pelos homens. “Crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre Ele”. (Lc 2.40) e “e desceu com seus pais para Nazaré e em tudo era – lhes submisso… E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens. (Lc 2. 51,52) A bíblia está repleta de passagens que corrobora a natureza santa de Cristo. Vejamos o que foi dito a respeito de sua vida: “Nele não existe pecado” ( I Jo 3.5); “Ele não conheceu pecado” (II Co 5.21); “o qual não cometeu pecado”(I Pe 2.22); “sem pecado” (Hb 4.15); Ele mesmo testemunhou a Seu respeito “Quem dentre vós me convence de pecado? (Jo 8.26).

1. Jesus aprendeu a ler e a escrever

Jesus falava e escrevia em aramaico e também lia em hebraico (talvez grego e latim que eram corrente entre alguns). Observe:

 

Lc 2.52 | Jesus crescia em sabedoria, em estatura e no favor de Deus e das pessoas.

 

(Lc 4.16-17)

 16 -Quando Jesus chegou a Nazaré, cidade de sua infância, foi à sinagoga no sábado, como de costume, e se levantou para ler as Escrituras.

17- Entregaram-lhe o livro do profeta Isaías,…

 

Jo 8.6 e 8 | 6 Procuravam apanhá-lo numa armadilha, ao fazê-lo dizer algo que pudessem usar contra ele. Jesus, porém, apenas se inclinou e começou a escrever com o dedo na terra.  8 Então inclinou-se novamente e voltou a escrever na terra.

 

Há um manuscrito armênio, datando de 989 d.C., que faz um acréscimo interessante, onde se lê que na areia Jesus escreveu os pecados de todos que estavam acusando a mulher pega em adultério, e que por isso eles foram, um por um, saindo de mansinho.

De toda forma, sabe-se que os judeus proporcionavam educação esmerada para os filhos.

Além de instrução religiosa (alfabetização bíblica), todos recebiam treinamento em habilidades práticas de que necessitariam no mundo das atividades diárias.

Pai e mãe, num processo informal, educavam seus filhos (confira o livro de Provérbios, por exemplo). Não havia salas de aula ou currículo estruturado. Nos tempos do Novo Testamento foi que os judeus começaram a adotar um método mais formal de educação. Criaram salas de aula e havia professores qualificados para instruir as crianças da aldeia.

No livro Vida cotidiana nos tempos bíblicos, nós lemos o seguinte:

 

Quando o menino tinha idade bastante para trabalhar com o pai, este se tornava seu principal professor, muito embora a mãe continuasse a partilhar na responsabilidade de ensino ( Pv 1.8-9 ; 6.20). A mãe arcava com a principal responsabilidade pelas filhas, ensinando-lhes habilidades que lhes seriam necessárias para tornar-se, com o tempo, boas esposas e mães.  A educação do filho tomava a vida toda para completar-se.

 

Jesus, portanto, dos 12 aos 30, ficou em casa, na Palestina, estudando e aprendendo.

2. Jesus trabalhou como carpinteiro




Dos 12 aos 30, Jesus trabalhou como carpinteiro. Tanto é assim que todos o chamavam pelo que conheciam da vida dele no cotidiano de seu lar.

 

(Mc 6.1-3)

 1 -“Jesus deixou essa região e voltou com seus discípulos para Nazaré, cidade onde tinha morado.

2 -No sábado seguinte, começou a ensinar na sinagoga, e muitos dos que o ouviam se admiraram e perguntavam: “De onde vem tanta sabedoria e poder para realizar esses milagres?

3 -Não é esse o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, José, Judas e Simão? Suas irmãs moram aqui, entre nós”. E sentiam-se muito ofendidos.”

 

Jesus teve residência física durante a sua adolescência e juventude (v. 1). Lá onde morou e trabalhou, ele era tão dedicado ao que fazia, ele era tão carpinteiro, tão carpinteiro, que quando começou a ensinar e a realizar milagres, ninguém acreditou nele (vv. 2-3).

Sabe-se que na cultura em que Jesus viveu, os homens incentivavam os filhos a trabalhar duro, admoestando-os com a Escritura ( Pv 6.6-11). A vida indisciplinada, ociosa e preguiçosa era desprezada pelos judeus piedosos daquele tempo. Afinal, para sobreviver, a família tinha de trabalhar com muito esforço.

Ao descrever Jesus como “carpinteiro”, Marcos usou a palavra grega “tekton” — significa  mais do que carpinteiro, artífice, artesão ou fabricante de móveis; refere-se, também, a um trabalhado do tipo “pedreiro”, ou seja: construtor de estruturas ou casas de madeira.

A família de Jesus era composta por pelo menos 9 pessoas (Mc 6.1-3). Logo, trabalhavam duro para se sustentar. Especialmente Jesus, filho mais velho, arrimo de família, que assumiu o lugar do pai tão logo José faleceu.

Nazaré, onde moravam, ficava a apenas 8 km de Séforis — um grande centro comercial onde o rei Herodes, o Grande, governava a serviço de Roma. Com a morte dele, em 4 a.C., militantes judeus se revoltaram contra a ordem política. Deu errado: o general romano Varus chegou da Síria para reprimir os rebeldes. E seu amigo Gaio completou o serviço, queimando a cidade. “Homens foram mortos, mulheres estupradas e crianças escravizadas”, dizem os historiadores.

Mas a destruição de Séforis teve um lado positivo: Herodes Antipas, filho de Herodes “o Grande”, transformou o lugar num canteiro de obras. Isso trouxe uma certa abundância de empregos para a região. Um pequeno “boom econômico”. Logo, o ambiente ao redor da família de Jesus era propício ao trabalho. A reconstrução de Séforis deve ter gerado muito trabalho para José e os rapazes, inclusive a Jesus.

Trabalhando duro como carpinteiro foi que ele adquiriu força e estrutura para viver como viveu e sofrer como sofreu, conseguindo, inclusive, carregar a sua pesada cruz. Lembra do que ele disse? “As raposas têm tocas onde morar e as aves têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem sequer um lugar para recostar a cabeça” (Lc 9.58).

Jesus, dos 12 aos 30, ficou em casa, na Palestina, trabalhando duro como carpinteiro.

3. Jesus desfrutou da benção da vida familiar

O nome que Jesus mais usou para referir-se a Deus foi “Pai”. O uso tão recorrente deste substantivo é, em si mesmo, um belo complemento a José.

Por exemplo: alguns historiadores nos dão conta de que Martinho Lutero, antes de sua conversão, já vivendo como sacerdote católico, hesitou várias vezes em recitar a oração do Pai Nosso por que não queria dizer “Pai Nosso”. Por quê? Devido às péssimas experiências que ele teve com seu pai. Diz-se que seu pai era tão duro, rígido e antipático que a palavra “pai” não era uma palavra que saia com tanta naturalidade dos lábios do reformador.

Algumas palavras que Jesus ouviu com frequência no convívio de sua família em Nazaré (da infância aos 30 anos) ele usou no seu ministério público, tamanho deve ter sido o impacto positivo que elas causaram em sua vida. Por exemplo:

 

(Mc 5.40-42)

40 - A multidão riu de Jesus. Ele, porém, fez todos saírem e levou o pai e a mãe da menina e os três discípulos para o quarto onde ela estava deitada.

41- Segurando-a pela mão, disse-lhe: “Talita cumi!”, que quer dizer “Menina [ovelhinha], levante-se!”.

42 -A menina, que tinha doze anos, levantou-se de imediato e começou a andar.

 

Podemos imaginar essa cena no cotidiano de Jesus — o tratamento de José dispensado às filhas diante dos olhos de Jesus em sua adolescência e juventude. Jesus foi grandemente, positivamente, abençoado e influenciado pelo seu pai, José.

Jesus não viveu como um monge ermitão, ele foi agraciado e viveu na benção da família. Escolher viver longe dos laços familiares seria impensável para um judeu piedoso.

 

Sl 68.6 | Deus dá uma família aos que vivem sós; liberta os presos e os faz prosperar. Os rebeldes, porém, ele faz morar em terra árida.

 

Rabindranath Tagore, místico indiano, escreveu um poema que fala do valor da vida familiar. Segundo ele, encontra-se e serve-se a Deus no dia a dia do lar. Diante disso, como pode ser que Jesus teria abandonado sua família para buscar a contemplação?

4. Jesus observou a graça de Deus nas pequenas coisas

Durante os 18 anos de silêncio dos Evangelhos, dos 12 aos 30 anos, Jesus aprendeu a amar a criação de Deus e a ver a ação de Deus na criação e nas pequenas coisas.

Ele cresceu na parte mais graciosa da Palestina. Ao redor do Mar da Galileia havia a Planície de Genesaré. Os judeus costumavam dizer que a palavra Genesaré significava Príncipe dos Jardins.

Séforis, cidade onde Jesus deve ter trabalhado, conforme já vimos, era lugar onde os contemporâneos do Senhor diziam que “manava leite e mel”. Havia um ditado popular que dizia que era mais fácil cultivar uma legião de oliveiras na Galileia do que criar uma criança em outra parte qualquer da Palestina.

Merril C. Tenney, estudioso da história e da geografia de Israel, lista algumas das árvores que cresciam na região onde Jesus cresceu: videira, oliveira, figueira, carvalho, noz, amendoeira, palmeira, cedro, cipreste, bálsamo, pinho, terebinto, sicômoro, murta, cidreira, romã, loureiro, loureiro rosa, etc.

Flávio Josefo, historiador judeu que viveu nos primeiros anos após Jesus, dizia que “na Galileia cresciam no mesmo lugar árvores que noutra região seria impensável, como se a natureza estivesse fazendo violência a ela mesma”.

Foi nessa terra de belezas incomparáveis que Jesus cresceu e viveu dos 12 aos 30 anos. Por que essas informações são tão importantes? Nesse ambiente, Jesus aprendeu muito:

 

A apreciar os semeadores semeando suas sementes ( Mt 13.1-8)

A admirar os campos que amadureciam sob o sol da palestina (Mc 4.26-29); a apreciar os pássaros apinhando-se nos arbustos do pé de mostarda ( Mc 4.30-32); a admirar as papoulas e as anêmonas florescerem de forma maravilhosa ( Mt 6.28-29);

A observar tocas de raposas e ninhos de pássaros (Lc 9.58).

Jesus também aprendeu a usar as ações e as coisas comuns do dia a dia como janelas através das quais ele mostrava às pessoas vislumbres da verdade e da glória de Deus:

 

Ele assistiu sua mãe usar o fermento quando ela preparava o pão (Mt 13.33) ele viu sua mãe ou alguma parente correr de um lado para o outro, procurando uma dracma perdida no chão de seu casebre ( Lc 15.8ss) ele aprendeu o que acontece quando alguém coloca vinho novo em odres velhos — cujo couro havia perdido a elasticidade; e também como um remendo novo em vestes velhas poderia fazer um buraco ainda maior na roupa ( Mt 9.16ss).; ele vivenciou a alegria de um vilarejo no dia de festa de casamento (Mt. 9.15); ele presenciou muitas vezes o pescador usando as suas redes — Mt 13.47; ele se impressionou com o cuidado do pastor pelas suas ovelhas (Lc 15.4-6); ele assistiu as crianças brincando nas ruas dos vilarejos em dias de casamentos e funerais ( Mt 11.16).

Poucos mestres tiveram seus pés tão firmados no chão da realidade e da vida comum como teve o Senhor Jesus Cristo.

Dos 12 aos 30 ele esteve todos os dias aprendendo sobre como pegar a pessoa no “aqui e agora” e transportá-la para o “lá e então”, através das janelas da vida. Dos 12 aos 30 ele estava aprendendo sobre quão perto a eternidade é do tempo presente, e sobre como ver a ação, o cuidado e o carinho de Deus nas coisas comuns da vida e do dia a dia.

Jesus não viveu noutro lugar, mas na Galileia!

5. Jesus desenvolveu a sua vida de oração

Foi durante esses anos anônimos que Jesus aprendeu a orar. Tanto é que nós sempre veremos Jesus afastando-se das pessoas a fim de ir para um lugar a parte e solitário para orar a Deus. Coisa que ele aprendeu desde cedo a fazer.

Por exemplo, quando ele estava vivendo a sua última agonia na cruz, ele exclamou: “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito! ” (Lc 23.46). Essa oração é uma citação direta do Salmo 31.5. Tal era a primeira oração que uma mãe judia ensinava o filho a fazer, quando ele se deitava à noite para dormir.

Portanto, foi com uma oração nos lábios, a que ele havia aprendido em Nazaré, ainda na infância, e que desenvolveu na adolescência e juventude, que Jesus terminou a sua agonia e consumou a sua obra.

6. Jesus cuidou de sua mãe e irmãos

Além de todas essas lições fundamentais que Jesus aprendeu nesses dezoito anos ocultos pelo Evangelhos, parece que ainda há uma última razão para tanto tempo de “silêncio”.

Após a história do nascimento de Jesus, José desapareceu de cena. Nós o vemos pela última vez em Lucas 2, quando Jesus vai ao templo (aos 12 anos). Depois disso, ele desaparece de vez. Tanto que, no primeiro milagre de Jesus, em Caná da Galileia (Jo 2.1-11), Maria é citada, mas de José não se faz menção. A explicação mais plausível é a de que José havia morrido muito cedo.

Com a morte do pai, Jesus, sendo o filho mais velho, precisou cuidar (ou ajudar a cuidar) de sua família:

 

Mc 6.3 - Não é esse o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, José, Judas e Simão? Suas irmãs moram aqui, entre nós”. E sentiam-se muito ofendidos. ”

 

Jesus só entra para o ministério público após ter um de seus irmãos aptos para cuidar de sua mãe e demais irmãos. E no final, ele delega tudo a João, seu primo (Jo 19.26-27).

Jesus dos 12 aos 30 anos

O Filho de Deus, quando se fez homem e habitou entre nós, preparou-se, no contexto da vida do lar para salvar a humanidade. Ele viveu e serviu em casa, na Galileia, em Nazaré.

Dos 12 aos 30 anos, Jesus não foi para a Índia buscar iluminação (ele é a luz do mundo!); nem foi resolver seus conflitos pessoais. Ele viveu, aprendeu e preparou-se em Nazaré e seus arredores.

Aplicações:

 

É no dia a dia que nós aprendemos as grandes lições e, principalmente, formamos o caráter.

É diante das coisas que julgamos pequenas e insignificantes que somos formados e transformados.

É assumindo responsabilidades domésticas e familiares que Deus nos prepara.

É em meio à correria do dia a dia que aprendemos a ajustar nossa agenda de oração

São nesses anos “insignificantes” que aprendemos o que há de mais valioso — ler, refletir e escrever para meditar na Palavra de Deus.

Não desperdice os seus “pequenos” momentos. É dentro de casa que Deus nos prepara para a causa!

 

Lc 2.39-43 ;3.23

 39- Após cumprirem todas as exigências da lei do Senhor, os pais de Jesus voltaram para casa em Nazaré, na Galileia.

40 -Ali o menino foi crescendo, saudável e forte. Era cheio de sabedoria, e o favor de Deus estava sobre ele.

41 -Todos os anos, os pais de Jesus iam a Jerusalém para a festa da Páscoa.

42 -Quando Jesus completou doze anos, foram à festa, como de costume.

43 -Terminada a celebração, partiram de volta para Nazaré, 3.23 Jesus estava com cerca de trinta anos quando começou seu ministério. Jesus era conhecido como filho de José.

 

O ministério de Jesus é a nossa reconciliação: com Deus e com o outro (em família) — Rm 5.11; 2Co 5.11 e 18-19. Reconcilie-se.

A mesa de Jesus, a ceia do Senhor, é o sinal de que fomos reconciliados com Deus e com o próximo. Agora nós vivemos na família da fé. Venha para a mesa com fé, esperança e amor. Saia da mesa para repartir fé, esperança e amor.

Sl 68.6 | Deus dá uma família aos que vivem sós; liberta os presos e os faz prosperar. Os rebeldes, porém, ele faz morar em terra árida.

Como é a vida com o Senhor e a família da fé?

1Coríntios 15.17-34

 

17 -Nas instruções a seguir, porém, não posso elogiá-los, pois, quando vocês se reúnem, fazem mais mal que bem.

 18 -Primeiro, ouço que há divisões quando vocês se reúnem como igreja e, até certo ponto, eu o creio.

 19 -Suponho que seja necessário haver divisões entre vocês para que se reconheçam os que são aprovados!

20 -Quando vocês se reúnem, não estão interessados de fato na ceia do Senhor.

21- Alguns de vocês se apressam em comer a própria refeição; como resultado, alguns passam fome, enquanto outros ficam embriagados.

22 -Será que vocês não têm casa onde comer e beber? Ou querem mesmo envergonhar a igreja de Deus e humilhar os pobres? Que devo dizer? Querem que eu os elogie? Certamente não os elogiarei por isso!

23 -Pois eu lhes transmiti aquilo que recebi do Senhor. Na noite em que o Senhor Jesus foi traído, ele tomou o pão,

 24- agradeceu a Deus, ­partiu-o e disse: “Este é meu corpo, que é entregue por vocês. Façam isto em memória de mim”.

25- Da mesma forma, depois da ceia, tomou o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança, confirmada com meu sangue. Façam isto em memória de mim, sempre que o beberem”.

26- Porque cada vez que vocês comem desse pão e bebem desse cálice, anunciam a morte do Senhor até que ele venha.

27 -Assim, quem come do pão ou bebe do cálice do Senhor indignadamente é culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor.

28 -Portanto, examinem-se antes de comer do pão e beber do cálice,

29 -pois, se comem do pão ou bebem do cálice sem honrar o corpo de Cristo, comem e bebem julgamento contra si mesmos.

30 Por isso muitos de vocês estão fracos e doentes e alguns até adormeceram.

31 -Se examinássemos a nós mesmos, não seríamos julgados dessa maneira.

32 -Mas, quando somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo.

33 -Portanto, meus irmãos, quando se reunirem para comer, esperem uns pelos outros.

34- Se estiverem com fome, comam em casa, a fim de não trazer julgamento sobre si mesmos ao se reunirem. Eu lhes darei instruções a respeito de outros assuntos depois que chegar aí.


Veja a seguir um resumo da vida de Jesus antes do seu Ministério:


A infância de Jesus.

 

Sua alimentação. Alguns têm opinado que Jesus, como Deus, tenha sido uma super-criança, e que também a sua alimentação tenha sido exclusiva, diferente da das crianças de seus dias. Mas isso não é verdade. Ele teve um desenvolvimento natural, moldado de acordo com as regras do procedimento.

 

Quando menino, Jesus gostava de comer o que quase toda criança gosta: “Manteiga e mel” (Is 7.15). Como recém-nascido, Ele foi amamentado nos seios de Maria, sua mãe. Depois, quando já bem crescido, comia de tudo que um judeu de seus dias podia comer. Foi até mesmo tachado de “comilão e beberrão” (M t 11.19), de modo maldoso por aquela geração que não via nEle o brilho celestial da glória de Deus.

 

Sua obediência.

 

O que mais marcou a infância de Jesus foi a sua obediência a Deus e aos seus pais (Fp 2.6-8). O exemplo de obediência deixado por nosso Senhor deve ser seguido por seus servos na presente dispensação. Ele era Senhor, mas sempre se apresentou como Servo. Sua obediência com respeito ao Pai caracterizava a sua maneira de viver: foi “obediente até a morte”. A obediência deve fazer parte integral da vida cristã. A promessa feita pelo Senhor com respeito à coroa da vida é para aquele que for obediente e fiel a Ele até ao fim: “Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2.10). Foi esse o sentimento que houve em Cristo Jesus (Fp 2.5), o de ser fiel a Deus até à morte, e morte de cruz (Fp 2.8). A obediência, nesse caso, abrange todos os ângulos da vida do Cristo. Ela diz respeito a Deus e aos pais de Jesus (Lc 2.51).

 

A vida adulta de jesus

A vida adulta de Jesus dos doze aos trinta anos, chamados de os “anos de obscuridade” tem gerado alguns questionamentos no meio teológico. Daí ser necessário considerarmos alguns pontos: Seu crescimento natural. “E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens” (Lc 2.52). Um dos aspectos mais visíveis da vida de Cristo foi seu desenvolvimento natural. Isto é, sofrendo e participando das mesmas circunstâncias de uma pessoa humana. As Escrituras mostram que o nosso Senhor, mesmo sendo Deus, teve um desenvolvimento humano natural: “... o menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele” (Lc 2.40). O desenvolvimento físico e mental de Jesus não deve ser explicado como sendo causado por sua divindade tão-somente, mas sim pelo resultado das leis comuns do crescimento humano. Mas o fato de Ele não ter possuído uma natureza pecaminosa, sem dúvida alguma contribuiu para o seu crescimento em graça e sabedoria para com Deus e os homens. Outrossim, o seu desenvolvimento mental não pode ser atribuído ao seu aprendizado tão-somente nas escolas de seus dias (Jo 7.15); deve ser atribuído também à sua educação em um lar piedoso e temente a Deus. Ele frequentava com regularidade a sinagoga (Lc 4 .16), como também o Templo (Lc 2.14,46,47), e sua familiaridade com as Escrituras Sagradas é percebido em Lucas 4.17b: “... achou o lugar em que estava escrito”.

 

 Partindo da manjedoura, temos a seguinte ordem cronológica de seu crescimento:

 

1) Com “um dia” de nascido, envolto em panos (Lc 2.7).

 

2) Oito dias depois, conduzido ao ato da circuncisão (Lc 2. 21).

 

 3) Quarenta e um dias depois, seus pais o levaram ao Templo para a apresentação, segundo a lei cerimonial (Lc 2.22).

 

4) Talvez dois anos (ou menos) mais tarde, é visitado pelos magos, que o encontraram numa casa, e não numa manjedoura.

 

 5) Não sabemos que espaço de tempo Ele passou no Egito. Mas antes dos doze anos, aconteceu o regresso (Os I I . I; Lc 2.43).

 

6.    Após os seus doze anos, as Escrituras fazem mais algumas referências à sua vida física (Lc 2.43-46). Alguns teólogos ociosos fazem objeções quanto aos dezoito anos de silencio na vida de Jesus e resmungam que não temos nenhuma outra fonte de

informação quanto a isso, a não ser o que diz a tradição. Isto é, que durante esse período Jesus esteve em meditação na cidade de Om, também chamada de Heliopolis, no Egito. Devemos silenciar onde a Bíblia silencia. Entretanto, as Escrituras quebram esse “silêncio”. Depois dos doze anos, temos algumas informações, como: Έ crescia Jesus... em estatura...” (Lc 2.52); e: Έ , chegando a Nazaré, onde fora criado...” (Lc 4.16a). Essas duas passagens mostram claramente que, no espaço de tempo antes de sua aparição pública, Ele viveu em Nazaré. Os meninos judeus, aos treze anos, deixavam a infância, mesmo que não fossem capazes de discutir, como o menino Jesus, com os doutores reunidos nos átrios do Templo (Lc 2.46,47). A partir dessa época exigia-se deles, como dos adultos em geral, que recitassem três vezes por dia a famosa oração Shema Israel, em que todo o crente deve proclamar sua fé no Deus único e verdadeiro. “Visto como os filhos participam da carne e do sangue, também Ele participou das mesmas coisas...” (H b 2.14a). Como Homem, Jesus cresceu também socialmente; participou da vida social dentro dos limites da aprovação divina. Ele foi a um casamento em Cana da Galileia (Jo 2.1ss) e participou de diversos jantares (Mt 9.11; Lc 19.1-10). Seu crescimento espiritual Έ crescia Jesus... em graça para com Deus” (Lc 2.52c). O desenvolvimento de Jesus em graça para com Deus está ligado à observação das leis da natureza e da educação que recebeu em seu lar piedoso, bem como às instruções recebidas no Templo por sacerdotes piedosos ( Sl 27.4; Lc 1.5,6), ao seu próprio estudo das Escrituras e, sobretudo, à sua íntima comunhão com o Pai. Paulo menciona o aperfeiçoamento no ministério cristão. E toma como base o modelo que existia no ministério de Cristo. Então ele diz: “Até que todos cheguemos a unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4.13). 

 

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