domingo, 17 de julho de 2022

Série: As 10 doutrinas da Teologia Sistemática. Nº 9 Hamartiologia

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Por: Jânio Santos de Oliveira

  Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

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  Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com 






Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!  

As 10 doutrinas da Teologia Sistemática.

 Sumário geral

Capítulo 1

Bibliologia — a doutrina das Escrituras

Capítulo 2

Teologia — a doutrina de Deus

 Capítulo 3

 Cristologia — a doutrina de Cristo

 Capítulo 4

Pneumatologia — a doutrina do Espírito Santo

  Capítulo 5

Antropologia — a doutrina do homem

Capítulo 6

 Soteriologia — a doutrina da Salvação

 Capítulo 7

Eclesiologia — a doutrina da Igreja

 Capítulo 8

Angelologia — a doutrina dos Anjos

Capítulo 9

Hamartiologia - a doutrina do pecado

Capítulo 10

 Escatologia — a doutrina das últimas coisas

 

Capítulo 9 Hamartiologia — a doutrina do pecado



São os mais diversos os conceitos emitidos pelos estudiosos, ao longo da História, acerca da origem do pecado. Irineu, bispo de Lião, na Gália (130-208 d.C), foi talvez, o primeiro dos pais da Igreja antiga, a assegurar que o pecado no mundo se originou da transgressão voluntária de Adão no Éden.

Muitas outras opiniões quanto ao assunto surgiram também. Por exemplo, os gnósticos ensinavam que o contato da alma com a matéria tornava aquela imediatamente pecadora. Esta falsa teoria isentou o pecado do seu caráter voluntário e aético, como apresentado nas Escrituras.

Evidentemente, Deus, na Sua onisciência, já vira a entrada do pecado no mundo, bem antes da criação do homem; porém, evitemos compreender erroneamente este fato. Estudemos os atributos de Deus, bem como o que a Bíblia discorre sobre este particular para não lançarmos sobre Deus a responsabilidade como de do pecado.

Deus é santo (Is 6.3) e não há nEle nenhuma injustiça (Dt 32.4; SI 92.15). O pecado não teve sua origem na terra, mas no mundo angelical; daí passou a Adão, até que tornou-se um flagelo universal.


I.                   A origem do pecado


Na Bíblia, o mal moral que assola o mundo, normalmente chamado pelos homens de fraqueza, falha, erro, fracasso, equívoco ou deslize, define-se claramente como pecado, iniquidade, delito, dívida, transgressão, contravenção e injustiça. A luz do ensino geral das Escrituras, o homem é apresentado como pecador e transgressor por natureza. Mas, como adquiriu o homem essa natureza pecaminosa? O que a Bíblia diz acerca disso? Para responder a estas perguntas devemos considerar o seguinte os seguintes aspectos:

1. Deus não é o autor do pecado. Evidentemente, Deus, na Sua onisciência, já vira a entrada do pecado no mundo, bem antes da criação do homem. Porém, deve-se ter cuidado para, ao considerar este assunto, não lançar sobre Deus a causa ou a autoria do pecado. Esta ideia está excluída da Bíblia. Jó 34-10 diz: "... longe de Deus o praticar ele a perversidade, e do 7odo-Poderoso o cometer injustiça..”. Também em 1 João

1.5 a Bíblia declara: “... Deus é luz, e não há nele treva nenhuma.”.

Deus é santo (Is 6.3) e não há nEle nenhuma injustiça (Dt 32.4; SI 92.15).

Tiago diz: “Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta.” (Tg 1.13). Deus odeia o pecado e a prova disto é que Ele enviou Jesus Cristo como provisão para destruir o pecado e salvar os homens.

O como, o quando e o onde da origem do pecado estão encobertos por um véu de mistério nas Escrituras. Deus sabe que a compreensão disso em nosso estado atual está além de nossa capacidade e também sabe que a ampla revelação disso, além daquilo que está na Bíblia, traria mal, confusão e desordem à nossa mente. Devemos aspirar “as profundezas de Deus” (I Co 2.10) e não “as profundezas de Satanás” (Ap 2.24; Dt 29.29.

2. O pecado teve origem no mundo angelical. Se quisermos conhecer a origem do pecado, devemos ir além da queda do homem, descrita no capítulo 3 de Gênesis, e atentar para algo terrível e tenebroso que aconteceu no mundo dos anjos.

Deus criou os anjos como seres dotados de relativa perfeição; porém, Lúcifer e legiões de anjos se rebelaram contra Deus, pelo o que caíram em terrível condenação.

O tempo exato dessa rebelião e queda não é dado a conhecer na Bíblia, porém, em João 8.44, Jesus fala do Diabo como aquele que é homicida desde o princípio; e 1 João 3.8 diz que o Diabo peca desde o princípio.

A Bíblia não revela a época desse “princípio”. Bem pouco se diz a respeito do pecado que ocasionou a queda dos anjos. Porém, quando adverte Timóteo para que nenhum neófito seja designado como bispo, “... para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do Diabo.” (l Tm 3.6), concluímos que o pecado do Diabo foi a soberba e o desejo de se tornar igual a Deus.

3. A origem do pecado na raça humana. A Bíblia ensina que a origem do pecado na história da raça humana foi a transgressão voluntária de Adão no Éden. Foi por Adão que “entrou” o pecado no mundo. O homem deu ouvido à insinuação do tentador de que, se ele se colocasse em oposição a Deus, tornar-se-ia igual a Deus.

Tomando do fruto que Deus proibira, Adão caiu, abrindo a porta de acesso ao pecado no mundo. Ele não apenas pecou, como também tornou-se servo do pecado. E assim o pecado foi transmitido a todos os descendentes de Adão.

Vejamos como a Bíblia descreve este triste incidente da história humana:

“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. Pois, assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. Porque, como, peia desobediência de um só homem, muitos se tomaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tomarão justos. (Rm 5.12,18,19).

 

 

II.                A natureza do primeiro pecado do homem


De acordo com o relato sagrado, o primeiro pecado do homem consistiu em haver Adão comido da árvore do conhecimento do bem e do mal, em desacato à ordem do Senhor: da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gn 2.17).

Não sabemos que tipo de árvore era essa, a do conhecimento do bem e do mal.

Pode ter sido uma macieira, uma pereira ou outra árvore frutífera. Certamente não haveria nada de pecaminoso em se comer do fruto dessa árvore se Deus a respeito dela não houvesse dito: "... da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás...”. Os termos bem e mal aqui têm alcance muito mais amplo e profundo do que podemos imaginar. O texto bíblico cita estes termos, mas não os detalha. Hoje, bem e mal são muito “relativos”, dependendo da consciência do leitor estar alinhada ou não à Palavra de Deus.

1. Sua natureza formal

Porque razão a árvore do Éden é chamada “árvore do conhecimento do bem e do mal” não nos é declarado na Bíblia.

Qualquer que seja o significado que se dê à árvore do conhecimento do bem e do mal, deve-se ter sempre em mente que a finalidade da sua designação por Deus foi simplesmente a de provar o homem, criado à Sua imagem e semelhança. Adão deveria ser resoluto em submeter-se à vontade de Deus, de modo incondicional.

2. Sua natureza material

A essência do pecado de Adão consistiu no fato de se opor a Deus, recusando submeter-se à Sua vontade e impedindo que Deus determinasse o curso da sua jornada.

Adão tomou as rédeas da sua vida das mãos de Deus, determinando o seu futuro por si mesmo. O homem, deste modo, separou-se de Deus como se nada lhe devesse. Com sua atitude, Adão estava como que levantando os punhos para Deus e dizendo: “Eu não preciso mais de ti. ”.

 

3. Sua natureza universal

Ainda que muitos tenham opiniões diferentes quanto à natureza do pecado e, de igual modo, quanto à sua origem, bem poucos negam o fato de que o pecado é um tormento no coração do homem, em todos os quadrantes da terra. Seja em grandes cidades, como São Paulo, Nova Iorque e Tóquio, ou nas mais esquecidas aldeias do interior da África, o pecado é um flagelo incessante.

A própria história das religiões testificam da universalidade do pecado. A pergunta de Jó 25.4: “Como, pois, seria justo o homem perante Deus, e como seria puro aquele que nasce de mulher?” é feita tanto por aqueles que conhecem a revelação de Deus, quanto por aqueles que a ignoram.

Quase todas as religiões dão testemunho do conhecimento universal do pecado, e da necessidade de reconciliação com um Ser superior. A voz da consciência acusa o homem diante do seu fracasso em alcançar o ideal da vida perfeita.

Os mais antigos filósofos gregos, em sua luta contra o problema do mal, foram levados a admitir a universalidade do pecado, ainda que incapazes de explicar esse fenômeno.

A universalidade do pecado está registrada em muitas passagens da Bíblia.

Destacamos as seguintes: Gênesis 6.5; 1 Reis 8.46; Salmos 53.3; 143.2; Provérbios 20.9; Eclesiastes 7.20; Isaías 53.6; 64.6; Romanos 3.1-12,19,20,23; 5.12; Gálatas 3.22; Tiago 3.2,8,10.

 

III.             A descrição bíblica do pecado


Dada a importância do assunto de que trata este Texto, tendo em vista os falsos conceitos do pecado, chamamos a atenção para as particularidades do ensino bíblico apresentadas a respeito, a seguir.

1. O pecado é uma classe específica de mal

Comparativamente, o que ouvimos e lemos hoje sobre o mal, em geral, ultrapassa em muito o que ouvimos e lemos a respeito do pecado; isto, talvez* devido à opinião comum de que mal e pecado são a mesma coisa. Porém, é bom lembrar que nem todo mal é pecado. O pecado não deve ser confundido, por exemplo, com o mal físico sob a forma de prejuízos e calamidades. O pecado é a causa do mal, enquanto que o mal é o efeito do pecado.

Os termos bíblicos para designar o pecado são diversos, mas, em geral, ele é apresentado como fracasso, erro, iniquidade, transgressão, contravenção, delito, ofensa, dívida, ausência da lei e injustiça. A característica principal do pecado, em todos os seus aspectos, é que ele é cometido, primeiramente, contra Deus, conforme mostram as seguintes referências: Salmos 51.4, Romanos 8.7 e Lucas 15.18.

2. O pecado tem sempre relação com Deus

E impossível ter-se um conceito correto do pecado sem vê-lo à luz da pessoa de Deus e Sua vontade, pois é compreendendo-o assim que ele é interpretado como “falta de conformidade com a lei de Deus”. Esta é a definição formal mais correta do pecado.

As passagens seguintes mostram claramente que as Escrituras consideram o pecado em relação a Deus e à Sua lei, contrariando-os.

“Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem. ” (Rm 1.32).

“se, todavia, fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo arguidos pela lei como transgressores.” (Tg 2.9).

 

3. O pecado inclui tanto a culpa como a corrupção da pessoa

A culpa é um estado em que a pessoa sente o merecimento do castigo pela violação de uma lei moral. Ela expressa também a relação que o pecado tem com a justiça e com o castigo da lei. Possui significado duplo, pois a culpa tanto denota a qualidade própria do pecado, como denota a culpabilidade que nos faz dignos do juízo e do castigo divinos.

A culpa potencial. A culpa pode ser removida por meio de um substituto, mediante a satisfação das exigências da lei divina (Mt 6.12; Rm 3.19; 5.18; Ef 2.3).

Corrupção é a contaminação inerente a cada pecador; é uma realidade na vida de todo indivíduo. Todo aquele que é nascido de Adão tem em si a natureza manchada pelo pecado (Jó 14.4; Jr 17.9; Mt 7.15-20; Rm 8.5-8; Ef 4.17-19).

4. O pecado tem lugar, primeiramente, no coração

O pecado não reside em nenhum outro lugar, senão no coração, o âmago da alma, de onde flui a vida. O coração de que fala a Bíblia é o centro das influências que põem em operação o intelecto, a vontade e os afetos. Em seu estado pecaminoso, o coração torna o homem objeto do desagrado de Deus.

Sobre o coração como invólucro do pecado escreveu o profeta Jeremias: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?”

(Jr 17.9); Pv 4.23; Mt 15.19,20 ; Lc 6.45 ; Hb 3.12).

 

 

IV.             O pecado original e os pecados prsticados


O “pecado original”

O estado pecaminoso em que nasce o ser humano é definido teologicamente como “pecado original”. Segundo Berkhof, ele é chamado assim porque

"1. Se deriva de Adão o tronco original da raça humana:

2. está presente na vida de cada indivíduo desde o momento do seu nascimento, pelo que não pode ser considerado como resultado de simples imitação:

3. é a raiz interna de todos os pecados atuais que maculam a vida do homem.”

Devemos, porém, evitar o erro de pensar que o termo “pecado original” implique que este pecado integrasse a constituição original da natureza humana. Isto equivaleria a dizer que Deus criou o homem como pecador, o que é absolutamente herético.

Dentre os vários elementos constitutivos do “pecado original”, distinguimos, para efeito de estudo, estes dois aspectos:

1. A Culpa Original. A palavra culpa, com relação ao pecado original, expressa a relação que a justiça tem com o pecado, e, como diziam os teólogos mais antigos, a relação que o pecado tem com a pena da Lei. Adão respondeu por sua própria culpa, mas a natureza adâmica pecaminosa, propensa ao pecado, afetou sua descendência.

2. A Corrupção Original. A corrupção original do homem inclui a ausência da justiça original e a presença da propensão ao mal em todo ser humano. É a tendência da natureza decaída, herdada de Adão, que condiciona o homem para pecar.

 

O “pecado praticado”

O pecado se originou num ato de livre vontade de Adão como representante da raça humana; uma transgressão da lei de Deus e uma corrupção da natureza humana, que deixou o homem exposto ao juízo e ao castigo divinos. E esta natureza humana corrompida, herdada de Adão, a fonte de onde flui todos os pecados praticados.

“Pecados praticados” são os atos externos pecaminosos, executados por meio do corpo. São também todos os maus pensamentos conscientes e igualmente palavras e atitudes pecaminosas. São os pecados individuais, de fato.

O pecado original é um só, enquanto que o pecado praticado desdobra-se em diferentes classes, incluindo pensamentos, atos e atitudes.

O que o apóstolo João escreveu em sua primeira epístola universal pode nos ajudar a compreender a diferença entre “pecado original” e “pecados praticados”.

“Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo, para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda injustiça.” (l jo 1.8,9- ).

A palavra “pecado”, no singular, citada no versículo 8, é uma referência precisa e direta ao pecado original, ou seja, à natureza decaída do homem, enquanto que a palavra “pecados”, no plural, citada no versículo 9, refere-se ao pecado praticado, no nosso dia-a-dia.

A classificação dos pecados praticados

É impossível classificar todos os pecados praticados, pois, variam de classe e de grau, e podem diferenciar-se em mais de um aspecto. Os católicos romanos fazem uma bem conhecida distinção entre pecados veniais e pecados mortais, porém eles mesmos não identificam com clareza a distinção entre pecado venial e mortal.

A mais extensa lista de diferentes classes de pecados mencionados na Bíblia é a apresentada pelo apóstolo Paulo na Epístola aos Gálatas:

 “Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, os que tais coisas praticam  não herdarão o reino de Deus.” (G1 5.19-21).

Cada uma dessas classes abarca uma infinidade de pecados. O Novo Testamento determina a gravidade do pecado de acordo com o grau de conhecimento que se tenha a respeito dele. Os gentios, vivendo no pecado porque não conhecem a Deus, são culpados, sim, aos olhos dEle; porém, aqueles que já abraçaram o Evangelho e têm a revelação de Deus, são muito mais culpados quando pecam. Com isto concordam passagens bíblicas, como: Mt 10.15; Lc 12.47,48; Jo 19.11; At 17.30; Rm 1.32; 2.12; l Tm 1.13,15,16.

O pecado pode ser tanto por comissão como por omissão. Isto quer dizer que, aquele que não faz o bem que deveria fazer é tão pecador diante de Deus quanto aquele que derrama o sangue do seu próximo.

 

V.               O pecado e o crente


A luz divina, que agora está no crente, fá-lo ver e entender a malignidade, a gravidade e as consequências do pecado, o que não acontece com o incrédulo, que vive nas trevas espirituais.

O significado e a gravidade do pecado são compreendidos pelo crente mais do que por qualquer outra pessoa. Ao longo de toda a narrativa bíblica, o crente é advertido contra o “... pecado que tão de perto nos rodeia...” (Hb 12.1) e a caminhar para o alvo, que é a semelhança da estatura e perfeição do Senhor que o comprou com o Seu precioso sangue. Por isso, ao ouvido de cada crente, hoje, deve continuar a soar a advertência solene do Mestre:“... vai e não peques mais.” (Jo 8.11).

1. Está o crente sujeito a pecar?

A descoberta de que após aceitarmos a Jesus como Salvador e sermos novas criaturas e ainda assim estarmos sujeitos a pecar é uma grande lição preventiva para o crente evitar o pecado.

Infelizmente, é possível o crente pecar. A Bíblia expõe este inditoso fato, bem como o dia-a-dia do crente. Só no Novo Testamento há capítulos inteiros, como, por exemplo Romanos capítulos 7 e 8, que mostram o conflito interior do crente entre a natureza divina que nele habita e a sua natureza humana pecaminosa, mostrando a possibilidade do crente vir a pecar, se deixa de vigiar e de depender do poder vencedor de Cristo. Vem ao caso citarmos outra vez 1 João 1.8,9.

“Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo, para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça”.

Mostramos no Texto anterior que “pecado”, no singular, citado no versículo 8, é uma referência direta à natureza decaída do homem, donde provêm todos os “pecados”, no plural, citado no versículo 9. E evidente, portanto, que o crente possui duas naturezas: a pecaminosa, propensa ao pecado, e a divina. Esta última é implantada no crente através da sua união e comunhão com Cristo, a Videira Verdadeira, sobre a qual fala João 15. Enquanto a primeira natureza estiver vencida, dominada e subjugada pelo crente, este prosseguirá de vitória em vitória. E pelo Pai, pelo Filho, e pelo Espírito que o crente sempre triunfa (G1 5.24; Rm 8.2,13; Jo 14.23)

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2. Qual a causa do pecado do crente?


São muitas as causas que podem levar o crente a pecar, porém, vamos citar apenas as três principais, e também mais conhecidas, que são:

  •  A nossa natureza pecaminosa (Rm 7.21-25).
  • O mundo que está sob o domínio de Satanás (ljo 2.15-17; 5.19).
  • Falta de oração e de cuidadoso estudo das Escrituras (Ef 6.10-18).

O crente que relaxa no hábito da oração e da leitura e estudo da Bíblia incorre em sérios riscos espirituais, podendo se tornar presa fácil do adversário.

 

Quais as consequências do pecado conhecido e tolerado na vida do crente?

Dentre as muitas consequências do pecado na vida do crente, vale destacar as seguintes:

  • a) A perda da comunhão com Deus (l jo 1.5,6; SI 51.11);
  • b) Motivos para os incrédulos blasfemarem de Deus (2Sm 12.14);
  • c) Perda do galardão (I Co 3.13-15);
  • d) Possível morte prematura (At 5.1-11; I Co 11.30);
  • e) Dar mau exemplo a todos (I Co 8.9,10);
  • f) Endurecimento do coração (Hb 3.13).

Como o crente deve lidar com o pecado?

Quanto ao crente enfrentar o pecado, a Bíblia ensina que ele deve:

  • reconhecê-lo (SI 51.3);
  • evitá-lo (l Tm 5.22);
  • detestá-lo (Jd v. 23);
  • resisti-lo com confiança em Deus (Tg 4.7,8);
  • confessá-lo e, ao mesmo tempo, buscar o perdão de Deus (l jo 1.9);
  • abandoná-lo (Pv 28.13).

O apóstolo João escreveu: “Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo.” (l jo 2 .1).



VI. Uma visão geral sobre o pecado 

 

Hamartiologia (do grego transliterado hamartia = erro ou pecado + logia= estudo), como sugere o próprio nome, é a ciência que estuda o pecado e as suas origens e consequências, ou se preferível o estudo sistematizado daquele tema (pecado).

          

Nenhuma doutrina há mais importante para o crente do que a do pecado. É verdade que as doutrinas fundamentais do cristianismo se relacionam intimamente; porém a do pecado é uma daquelas cujo conhecimento se impõe como grande necessidade. A boa compreensão desta doutrina derrama muita luz sobre as demais. Ela influi sobre todas as outras, tais como a doutrina de Deus, a doutrina do homem, a doutrina da salvação, e assim por diante.

A ideia que temos de pecado determina, mais ou menos, a nossa ideia de salvação. Errar, portanto, na doutrina do pecado, é errar também na salvação. Um exemplo: Pessoas há que julgam que o pecado é devido ao meio em que o homem vive; logo, melhorando o meio, o pecado desaparecerá. Se assim fosse, os homens necessitariam não de um salvador, mas de um benfeitor. Dinheiro e boa vontade poderiam salvar a humanidade, neste caso. Sabemos, porém, que não é assim, porque infelizmente os ricos não são, em geral, os santos da terra.

Outras há que julguem que o pecado é oriundo da ignorância. Os homens pecam, dizem, porque não conhecem coisa melhor. Ora, se assim fora, a educação seria a salvação da raça; o combate ao analfabetismo seria a melhor pregação do evangelho; e naturalmente os homens mais instruídos e mais cultos seriam os mais santos. Sabemos que essa ideia também não é verdadeira. Os que assim pensam estão longe da verdade. Todos pecaram.

 É mister que estudemos bem o que as Escrituras nos ensinam sobre este assunto, porque a doutrina que se encontra na Bíblia não só faz justiça a Deus como também deixa ao pecador uma firme esperança de salvação.

 

Algumas dificuldades encontradas para se discutir o pecado

O pecado, como a morte, não é um assunto agradável. Ele nos deprime. Não gostamos de pensar em nós mesmos como pessoas ruins ou más. Quase sempre reagimos contra esta forma negativa de nos olharmos.

O pecado é visto como um conceito simplista e estranho para muitos, onde se coloca sobre um homem a culpa de todo o mal que nos aflige. Para a grande maioria dos sociólogos o mal que nos aflige são atribuídos ao ambiente pernicioso que nos rodeia e não a homens pecadores.

A ideia do pecado como uma força interior, uma condição inerente, um poder controlador, é em grande parte desconhecida e até ignorada. As pessoas pensam mais em pecados, ou seja, atos errados isolados, que não estão necessariamente ligados a uma natureza pecaminosa. O pecado dessa forma é visto como algo externo ao homem e concreto. Neste ponto de vista pessoas que não roubaram, adulteraram, em fim que não cometeram erros “externos” são consideradas boas. 

 

O que é o pecado?

 

 Assim responde o Catecismo Maior de Westminster, pergunta 24 (1): “Pecado é qualquer carência de conformidade com, ou transgressão de qualquer lei de Deus, dada como regra para a criatura racional”. Em meio à efervescência da Reforma Protestante, que veio combater as imoralidades existentes dentro da Igreja Católica, este catecismo procurou dar uma resposta simples a uma antiga preocupação do homem. Ainda assim, esta “qualquer carência”, bem sabemos, ficou sujeita às mais variadas interpretações do homem. Por isso, para um protestante no século XVI era pecado gravíssimo fazer qualquer tipo de acordo com um católico, e vice-versa.

O pentecostalismo veio dar uma visão ainda mais fechada de pecado.

 

Banalizou-se o pecado, ao caracterizar coisas sem importância como pecado. De uma hora para outra, estava sendo repetido o mesmo erro dos fariseus: valorizava-se mais o exterior do que o interior, colocando um jugo pesadíssimo sobre o homem. Estimulava-se a formação de autênticos “sepulcros caiados”: vistosos, bonitos por fora, mas por dentro cheios de podridão de ossos (Mt 23.27).

É necessário retomar o conceito bíblico de pecado. Além disso, torna-se necessário esclarecer quem é o autor do pecado. A Confissão de Fé de Westminster 3:1 (2) enfatiza que Deus não é o autor do pecado. O que diz o Antigo Testamento acerca desse assunto? O que nos ensina o Novo Testamento acerca do pecado?

Vamos analisar gramaticalmente a palavra a`marti,a (hamartia), a palavra grega que no Novo Testamento é traduzida como pecado; vamos também analisar o pecado no ambiente judaico.

 

1.     Espistemologia

 

Epistemologia ou teoria do conhecimento (do grego ἐπιστήμη [episteme], ciência, conhecimento; λόγος [logos], discurso) é um ramo da filosofia que trata dos problemas filosóficos relacionados com a crença e o conhecimento. É o estudo científico da ciência (conhecimento), sua natureza e suas limitações.

A epistemologia estuda a origem, a estrutura, os métodos e a validade do conhecimento, motivo pelo qual também é conhecida como teoria do conhecimento. Por isso na epistemologia estudamos o sentido primário das palavras em relação às escrituras. Aqui veremos a sua aplicação buscando a definição divina para a palavra pecado.

 

1.1 Terminologia

Chatá (hhattá’th) hamartia é, literalmente, “perda da marca” “errar o alvo” Desviar-se do caminho. Refere-se a todos pecados cometidos contra a luz ou o conhecimento que já temos.

Erros, Transgressões, Falhas.

 

 As Escrituras frequentemente vinculam estas palavras ao termo “pecado”. Todos esses termos relacionados apresentam aspectos específicos do pecado; com as formas que ele assume.

Na perspectiva judaico-cristã e em simples palavras pecado é a atitude (ato ou omissão, íntimo ou não) de contrariar a lei (ou a vontade) de Deus. Significa, assim, um "erro de alvo", entendido este como a vontade de Deus.

As palavras hebraica e grega traduzidas por "pecado" aplicam-se tanto a disposições e estados como a atos.

O pecado tanto pode consistir da omissão em fazer a coisa justa como da vontade deliberada em fazer a coisa errada. "Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, nisso está pecando" (Tiago 4:17).

Analisemos as diversas terminologias usadas para descrever pecado:

 

Impiedade: Impiedade (no grego “asebeia” - 2 Pe 2.6), consiste na oposição a Deus e a seus princípios, em autêntica rebelião de alma. Ser ímpio significa se contrário a Deus e a seus mandamentos; é viver como se Deus não existisse.

Transgressão: Transgressão (no grego “parabasis”), literalmente significa “ir além de um limite estabelecido”. Consiste na violação de princípios piedosos reconhecidos, que conduzem o indivíduo à quebra da lei (paranomia) afastando-o da lei moral (Mt 6.14; Tg 2.11; At 23.3; 2 Pe 2.16). O termo “parabasis” (transgressão) relaciona-se diretamente com o termo grego paraptōma, isto é, passos em falso, ou desviamos pela tangente, apesar de estarmos instruídos o bastante para não o fazer.

 Assim, transgredir é ultrapassar os "limites" estabelecidos na lei de Deus.

Se o pecado é definido como transgressão às leis divinas, então é necessário que a igreja defina coerentemente o que é doutrina, norma ou lei divina para os dias hodiernos. Muitas pessoas cometem faltas contra a tradição religiosa, mas não contra a lei de Deus. E, infelizmente, assim como ocorreu no passado da religião judaica do Novo Testamento, para alguns zelosos, é mais grave transgredir a tradição do que o mandamento divino. Qual a vontade de Deus para o homem moderno? Quais costumes sociais enquadram-se na definição bíblica de Pecado? Quais os limites da ludicidade, se para alguns o lazer é pecado? O que Deus permite ou proíbe com base nas Santas Escrituras?

 

Conotações no Hebraico

Chata’: “errar o alvo, pecado, oferta pelo pecado”: É a palavra mais singular para definir o pecado na terminologia hebraica (Jz 20.16; Pv 19.2). O verbo é usado mais de duzentas vezes, e as formas do substantivo, cento e noventa e oito vezes no Antigo Testamento. A concepção de “alvo” sugere um “padrão objetivo”. Entre os guerreiros de Benjamin havia homens que podiam “dar tiros de funda num cabelo sem errar” (Jz 20.16). Assim, usa-se a palavra no sentido de perder uma coisa de valor, ou falhar na responsabilidade de alcançar um alvo importante. O termo é usado para demonstrar tanto a disposição de pecar, como o ato resultante (Gn 4.7; Sl 1.1; 51.4; 103.10). Aplica-se:

- À perda de alguma coisa de valor - quem perder (pecar contra) a sabedoria, faz violência a si mesmo (Pv 8.36);

- Designa, frequentemente, o mal praticado contra o próximo (2 Sm 19.20; 1 Rs 8.31);

- O pecado contra o concerto (Êx 32.30-33);

- Em Jó 1.5 a palavra refere-se ao pecado íntimo, nos pensamentos do coração;

- Referência aos pecados voluntários ou deliberados (Êx 10.17; Dt 9.18; Sl 25.7).

Chata' é o termo geral para designar as várias formas de pecado no Antigo Testamento. Pressupõe que o homem "erra o alvo" contra o próximo, Deus e a si mesmo.

Pasha': “rebelar-se” ou “revoltar-se”: O pecado, no sentido mais profundo da palavra, é representado pelo verbo “pasha'” e o substantivo “pesha'”. O verbo significa “rebelar-se ou revoltar-se”. É usado em 1 Reis para referir-se à rebeldia contra a casa de Davi (Is 1.2; Os 8.1). As palavras transgredir e transgressão não traduzem adequadamente as palavras hebraicas (Am 3.14; Mq 1.5; Êx 34.7; Ez 21.29; Sl 32.5; Dn 9.24). “Pasha'” mostra que o pecado, na sua essência, é mais do que violação de mandamentos e proibições. Em última análise, o pecado é uma revolta da vontade do homem contra a vontade de Deus.

Rasha': “ímpio”: O verbo “rasha'” significa ser provado, ímpio, culpado, pecaminoso e descreve o caráter formado pela prática do pecado (Sl 1.1; Is 3.11). A palavra é mencionada cerca de duzentos e sessenta e uma vezes e a famosa tradução dos setenta (LXX) a traduz por irreligioso, perverso, transgressor e, geralmente, indica a mudança no estado moral ou religioso do homem. O termo é usado frequentemente como sinônimo de palavras que significam enganar, defraudar, trair (Jr 12.1).

‘Awon: “iniquidade”: O termo hebraico “'awōn” deriva-se da raiz “‘awah”, que provém da ideia de torcido ou pervertido (Gn 19.15; Sl 31.10; Zc 3.9). O termo é usado cerca de duzentos e trinta e uma vezes sempre no sentido de torcer, perverter, desviar, ficar culpado de perversidade, designando um pecado de má intenção. Muitas vezes a palavra significa culpa, ou da iniquidade cometida, ou da natureza perversa que pratica a iniquidade. A palavra é usada em alguns paralelismos como sinônimo de “chata'” (Is 5.18).

Nabhel: “pingar ou secar”: Significa pingar ou secar; origina ser o pecador seco, insensível (Sl 14.1; 53.1; Is 32.6; Sl 74.18; Dt 32.6,21).

Tame’: “ser impuro”: O termo hebraico “tame’” significa mergulhar, estar imerso com o sentido de ser manchado ou poluído, como resultado da imersão: “... sou homem de lábios impuros, habito no meio dum povo de impuros lábios...” (Is 6.5; Nm 5.13-29; Jr 2.23; Sl 106.39; Os 5.3; 6.10; Ez 22.3-5).

Ma'al: “transgredir”: O termo "ma'al" envolve infidelidade e traição, ou o ato de ser culpado, de quebrar uma promessa ou não cumprir a palavra. Deus dotou o homem com um alto privilégio e uma solene responsabilidade, mas ele foi infiel e desleal ao propósito divino. Às vezes, significa que o homem planeja a traição ou a quebra de sua palavra contra Deus e sua elevada vocação. Geralmente é traduzido como transgredir ou prevaricar (Lv 16.16,21; 26.40; Nm 5.6; 31.16; Dt 32.51; 2 Cr 26.18; 29.6).

To'ebhah: “coisa abominável”: O termo hebraico “to'ebhah” designa especialmente os pecados repugnantes para Deus, ou chamados de abominação, aquilo que é detestável, ofensivo. Aplica-se geralmente:

Aos ímpios (Pv 29.7): Na literatura sapiencial, o termo ímpio (rasha’), e seus cognatos (prepotente, perverso, zombador e estulto), designam o mesmo tipo de homem. Pessoas ímpias ou perversas eram culpadas da violação dos direitos sociais de outros, pois foram violentas, opressoras, avarentas, envolvidas em tramar contra os pobres e apanhá-los em armadilhas, e com disposição de até mesmo assassinar a fim de atingir seus objetivos. Eram desonestas em seus negócios e nos tribunais; enriqueciam por meio de opressão e toda espécie de práticas fraudulentas. Geralmente, o ímpio é perfilado como alguém que odeia o Senhor (Êx 2.13; Nm 35.31; 2 Sm 4.11; 2 Cr 19.2).

 

Malaquias 3.18 ressalta que uma das principais características do ímpio é recusar-se a servir ao Senhor. O ímpio se esquece de Deus (Jó 8.13); despreza-O (Sl 10.3); provoca-O (Is 5.12), age como se Deus não existisse (Sl 10.4;14.1; 53.2), como se Deus não fosse vivo (Sf 1.12 cf. Jó 22.17) e não visse nada (Sl 94.7 ;Jó 22.13s); ele acha que não vale a pena servir a Deus (Ml 3.14s). O ímpio peca por fraude, injustiça, mentira, opressão, soberba, avareza, embriaguez e luxúria, pecados estes censurados, sobretudo, pela literatura sapiencial (Sl 10.2-11; 36.2-5; 73.6-9;94.3-7; Jó 24.2-4). A impiedade praticada pelo ímpio não ficará sem castigo.

 

Várias vezes são afirmadas o pensamento de que a impiedade traz a sua punição em si mesma: “Ai do ímpio, porque nada lhe correrá bem; ele receberá segundo as obras de sua mão” (Is 3.11). “Comerá do fruto da sua maldade fartar-se-á da própria impiedade” (Pv 1.31,32; 5.22s; 11.27; 14.32; Sl 37.14). Em o Novo Testamento a mesma gama de ideias do Antigo Testamento é repetida (Rm 11.26 cf Is 59.20; 2 Tm 2.16 ; Tt 1.12; Rm 4.5; 2 Pe 2.5). Todos os pecadores, segundo a epístola de Judas, podem ser chamados de ímpios.

 

À idolatria (Dt 7.25,26; Jr 16.18; Ez 5.11; 7.20; 2 Cr 15.8):Idólatra é o adorador de ídolos, e o culto que lhes é prestado é chamado idolatria. No período pré-mosaico, a idolatria já era um costume dos povos. O Decálogo proíbe explicitamente a idolatria no primeiro e segundo mandamentos (Êx 20.3-5). Em Deuteronômio 4.15-28, no caso de transgressão nacional, está determinado o castigo para os idólatras. A idolatria é pecado porque priva a Deus de um direito que lhe é próprio - o culto e a adoração - daí ser considerada “coisa abominável”. Ezequiel denuncia a idolatria como infidelidade e prostituição (16.36; 37.23) e, segundo o mesmo profeta, Jerusalém foi destruída devido a sua idolatria (33.25; 36.18,25), provavelmente para cumprir-se Êxodo 22.20 e Deuteronômio 13.12-16.

 

 

2.      Definições de pecado

 

Muitos afirmam que o pecado é uma ilusão. Esta idéia (errônea) assume várias formas de expressão. Por exemplo:

·         Nossa falta de conhecimento é a razão pela qual temos a ilusão do pecado.

·         Consideramos algo como pecado por não ter conhecimento pleno dessa realidade.

Este tipo de pensamento conclui que quando a evolução tiver tido tempo suficiente para progredir, a ilusão do pecado desaparecerá.

Isto significa dizer que aquilo que hoje consideramos pecado, um dia não o será mais devido a uma maior luz que recebemos sobre este assunto.

Por exemplo:

·         A bateria (instrumento musical) era considerada como instrumento diabólico. Hoje já não é mais.

·         Dizer que a terra era redonda, já foi razão de se condenar homens. Hoje já não é mais.

·         Segundo casamento era tido como impraticável pela igreja. Hoje já não é mais.

Afinal o que é pecado?

 

2.1 – Definições de Pecado

 

2.1.1   – O Pecado É Egoísmo

 

Esta é uma das definições mais ouvidas. É bíblica, embora correta ela é incompleta e insuficiente. O ato de viver uma vida centralizada no “ego” ou “eu” é pecado, pois vai contra o principio de Deus de amar o próximo como a si mesmo. Contudo isso não define a totalidade do que é pecado.

 

2.1.2 – O Pecado É Violação da Lei

Esta definição também é bíblica, mas insuficiente, a não ser que o conceito de lei seja estendido de modo a compreender todo o caráter de Deus, e não simplesmente os 10 mandamentos.

1 Jo 3.4 – “Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei: porque o pecado é a transgressão da lei”.

 

2.1.3 – Pecado é rebelião e desobediência

A Bíblia entende que todas as pessoas estão em contato com a verdade de Deus. Paulo nota que isso inclui até mesmo os gentios, que, embora não tenham a revelação especial, têm a lei de Deus escrita no coração (Rm 2.14,15). A incapacidade de crer na mensagem, particularmente quando ela é apresentada de forma expressa e exclusiva, é desobediência ou rebelião contra Deus.

O pecado como princípio, é rebelião contra Deus. É recusar fazer a vontade dEle que tem todo o direito de exigir obediência de nós.

 

2.1.4 – Pecado é uma inclinação interior

Pecado não são simplesmente atos errados, estes são frutos de uma natureza pecaminosa. Portanto pecado é uma disposição interior inerente que nos inclina para atos errados. Pecamos porque somos pecadores. É o estado mau da alma ou da personalidade.

 

2.1.5 – O Pecado É Qualquer Coisa Contrária Ao Caráter de Deus

Esta é a melhor definição, contudo poderíamos dizer Pecado é qualquer falta de conformidade, ativa ou passiva, com a lei moral de Deus. Isso pode ser uma questão de ato, de pensamento ou de disposição ou estado interior.

 

Pecado é a incapacidade de viver de acordo com o que Deus espera de nós no que diz respeito ao que fazemos, pensamos e somos.

Inclui-se aqui o fato de que pecado é o cumprimento incompleto dos padrões de Deus. Quando cumpro de maneira incompleta os padrões de Deus estou agindo de maneira contrário ao seu caráter; pois Deus não é meio bom, nem meio santo, justo, misericordioso, etc. Muitas vezes podemos fazer o que é certo, mas pelo motivo errado, de modo que cumprimos a lei, mas não seu espírito (Mt 6.2,5,16).

 

3 . A origem do pecado.

 

            Mencionamos várias perspectivas bíblicas do pecado. Agora precisamos perguntar a respeito da origem do pecado.

            Sem dúvida que discutir a origem do pecado nos faz pensar a respeito da existência do mal.

 

3.1 – Em Relação a Deus

            Deus não pode pecar. Em Deus não há pecado, portanto Deus não é o causador do pecado. “Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentando por Deus; porque Deus não pode ser tentando pelo mal e Ele mesmo a ninguém tenta” (Tg 1.13).

          

            “Eu formo a luz, e crio as trevas; faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas” (Is 45.7).

Deus não criou o mal no sentido moral. "Pois tu não és Deus que se agrade com a iniquidade, e contigo não subsiste o mal" (Salmo 5:4-5). Deus não tenta ninguém, pois ele é a fonte de "toda boa dádiva e todo dom perfeito" (Tiago 1:13-17).

A palavra "mal" em Isaías 45:7 vem de uma palavra original que pode ter vários sentidos. Neste contexto e em outros onde Deus faz ou traz o mal, a palavra significa "calamidade" ou "punição". É o oposto de paz. Deus usaria Ciro para "abater as nações" (45:1). Em 45:8, Deus promete salvação (paz) e justiça (punição ou mal). Outros trechos usam a mesma linguagem. Os males que Deus ameaçou trazer em 2 Reis 22:16 foram punições e calamidades (veja Josué 23:15, onde aparece a mesma palavra no original).

O mal não foi criado por Deus, o mal foi a ausência da luz e do bem primeiramente em Lúcifer (Satanás) e depois no homem. O mal não é uma “coisa”, como uma pedra ou a eletricidade. Você não pode ter um pote de mal! Mas o mal é algo que acontece, como o ato de correr. O mal não tem uma existência própria, mas na verdade, é a ausência do bem. Por exemplo, os buracos são reais, mas somente existem em outra coisa. À ausência de terra, damos o nome de buraco, mas o buraco não pode ser separado da terra. Quando Deus criou todas as coisas, é verdade que tudo o que existia era bom. Uma das boas coisas criadas por Deus foram criaturas que tinham a liberdade em escolher o bem, ao não escolher o bem trouxeram a existência o mal.

 

3.2 – Em Relação a Satanás

O pecado foi achado em Satanás (Is 14.12-20; Ez 28.14,15). Esta afirmação é o mais próximo que a Bíblia chega de uma indicação da origem do pecado. Antes, do homem pecar, Lúcifer já tinha pecado.

Satanás era integro e moralmente sadio, até que seu desejo egoísta de se tornar maior que Deus dominou o seu ser.

Por ter sido a primeira criatura a ser dominada por seus desejos egoístas é chamado pai da mentira. Satanás se voltou contra a verdade de que somente Deus é Deus, e, muitos outros anjos acreditaram em sua mentira. Ele deseja ser adorado e reconhecido como um deus.

“... Ele (o diabo) foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44).

 

3.3 – Em Relação a Anjos

Alguns deles seguiram a Satanás em seu pecado, o que demonstra que os mesmos são livres para escolher a quem deseja servir.

 

3.4 – Em Relação ao Homem

Segundo a Bíblia o homem foi feito à imagem de Deus (Gn 1.27). Esta semelhança do homem com Deus tem duas significações, a saber, natural e moral.

·         Entende-se por semelhança natural que o homem foi criado com os mesmos poderes pessoais que constituem a personalidade de Deus. Isto é, o homem é pessoa como Deus é pessoa. A diferença esta no fato de que Deus é pessoa divina (infinita e Criador), enquanto o homem pessoa humana (finita e criatura). A semelhança natural do homem com Deus se faz em ser pessoa, isto é, um ser capaz de pensar, de querer, de amar e de dirigir-se a si mesmo. Esta semelhança o homem não a perdeu na queda, contudo ela ficou distorcida.

·         O homem foi também criado moralmente semelhante a Deus. Por semelhança moral entende-se que o caráter do homem era semelhante ao caráter de Deus. A disposição da alma do homem, quando criado, era boa.

 

Por isso é que estamos diante deste problema da origem do pecado no homem. Como é que o pecado se originou num ser criado natural e moralmente semelhante a Deus?

A Bíblia ensina que o homem deixou entrar o pecado neste mundo. Ele abusou tanto de sua liberdade como de seus poderes pessoais: escolheu o mal e rejeitou o bem. Desta forma o pecado tem sua origem na história da humanidade no Éden (Rm 5.12).

A responsabilidade do pecado é do próprio homem: “Cada um é tentando pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz ao pecado; e o pecado, uma vez, consumado, gera a morte” (Tg 1.14,15).

A partir desta leitura podemos afirmar que o pecado se origina dos desejos. Todos temos desejos (desejo de desfrutar coisas, de obter coisas e fazer coisas). Esses desejos, a princípio, são legítimos. Por exemplo: Desejo pelo alimento é natural e indispensável para nossa sobrevivência. Do mesmo modo o impulso sexual, sem o qual não haveria reprodução humana.

O problema surge quando nossos desejos ditam nossas escolhas. Há maneiras apropriadas de satisfazer cada um desses desejos e também há os limites impostos por Deus.

 

A incapacidade de aceitar esses desejos conforme foram constituídos por Deus, e, portanto, de submetê-los ao controle divino, é pecado.

Quando nossos desejos são dominados pelo egoísmo, quando só pensamos nos benefícios que a realização desse desejo nos trará sem levarmos em conta as demais pessoas e principalmente a Deus, estamos próximos de pecarmos.

 

Desejo + egoísmo = pecado

 

O desejo de fazer o que se faz pode estar presente de forma natural (exemplo: Eva tinha fome – comer o fruto era um desejo natural) e também pode haver indução externa (exemplo: a serpente a induz a avança o sinal usando seu desejo natural).

 Deus nos deu leis e princípios morais com o fim de nos proteger e não de nos punir. As leis de Deus visam preservar o homem do sofrimento. Quando pecamos sempre causamos a nós ou a outros dor e sofrimento.

 

4 . Consequências do pecado

Podemos dizer que a morte é sem dúvida o preço pago pelo homem como consequência de seu pecado. Normalmente os estudiosos definem que com a queda do homem veio a morte e esta se manifestou de duas formas: física e espiritual.

            

A morte surgiu como consequência de uma lei espiritual quebrada, conforme descreve o apóstolo Paulo aos irmãos da igreja de Roma – “porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23),

            Sem dúvida esta é uma verdade absoluta.

 

 A morte atingiu o homem fisicamente e espiritualmente.

            

Gostaria de analisar com você o que isso significa e também de considerarmos que a morte fere também a relação do homem com todo seu universo.

 

4.1 – No Mundo Espiritual

 

4.1.1 – Morte Espiritual

 

O homem e o Criador foram separados, a essa separação chamamos de morte espiritual. A morte espiritual é a separação entre a alma/espírito e Deus

A Queda implica diretamente na separação espiritual com Deus. Em função da entrada do pecado no mundo, o homem está privado de desfrutar dessa bem-aventurança, pois Deus não pode conviver, nem manter comunhão com o pecador. Por essa razão afirma-se não existir mais comunhão direta entre Deus e os homens. No relato de Gênesis, vemos que após cometerem uma infração direta à Lei de Deus, tanto o homem como a mulher “esconderam-se”. Isso implica que a comunhão com Deus havia sido quebrada.

A morte espiritual além da separação de Deus trouxe outro resultado na vida do homem, ela fez com que o homem perdesse sua semelhança moral que tinha com Deus. Tudo no homem ficou corrompido. O homem sofre a morte psicossomática (psico [alma] – somática [corpo]), como veremos no próximo item.

A consequência final da morte espiritual sobre o homem é a separação eterna de Deus. Somente a regeneração oferecida por Cristo pode mudar o final desta história.

 

4.2 – No Homem

 

4.2.1 – Morte Física

 

O pecado trouxe ao homem a morte física, isto é, o fim da existência do seu corpo como matéria. O homem ficou condenado a se separar do seu corpo. O espírito voltará a Deus e o corpo voltará a terra (Ec 12.7). A esta separação chamamos de morte física.

A morte física implica em uma deterioração do físico, dia após dia, até que o mesmo não suporte mais o peso da existência. O corpo se tornou frágil e limitado.

Após a morte física seremos julgados por Deus e este julgamento determinará nosso futuro eterno.

Se você não nascer de novo, jamais terá vida e isto te levará à morte eterna ou segunda morte; esta é a morte da qual não há oportunidade de escapar. A Bíblia diz “mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte” (Apocalipse 21:8).


4.2.2 – Morte Psicossomática

 

Estou chamando de morte psicossomática a separação psicossomática: o homem em si mesmo.

O homem, em função do pecado, sofre da falta de unidade no que tange aos aspectos imateriais do homem. Ou seja, o pecado desestabilizou a harmonia inicial do homem, e devido a isso, não pode portar-se de maneira irrepreensível diante da Lei de Deus, e do próprio Deus (Gn 3.8 – o homem se esconde de Deus – é dominado pelo medo e vergonha). E as conseqüências ainda podem ser claramente observadas: A mulher passa a sofrer as dores do parto (Gn 3.16 – O que lhe é razão de grande alegria, vem por meio de muita dor), o homem a (Gn 3.17 – o homem passa a sentir cansaço por causa do trabalho e condenado a se esforçar pelo alimento).

O homem passa a travar uma batalha para se manter no bom caminho uma vez que suas inclinações, agora, pendem ao pecado, ao erro, a pratica do mal orientado contra Deus.

 

4.2.3 – Morte Sociológica: Na Relação do Homem-Homem

A esta morte chamaremos de separação sociológica: o homem do homem.

O homem não perde apenas comunhão com Deus, e harmonia consigo mesmo, mas em função do pecado o homem está separado do homem. Em Gênesis 3 podemos ler a seguinte declaração:

Então disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi (v.12)

O primeiro conflito do homem encontra-se no contexto matrimonial. Ou seja, entre homem e mulher.

Entretanto, o relacionamento homem mulher não é o único prejudicado, mas qualquer espécie de relacionamento, pois em Gn 4.1-8 podemos notar o ciúme e o homicídio de Caim para com Abel.

 

4.2.4 – Morte Na Relação Homem-Natureza

A queda do homem afetou sua relação com a natureza, ocorreu uma separação entre o homem e a natureza.

A terra se tornou maldita por causa do homem (Gn 3.17,18). Passou a ser necessário que o homem viva em constante trabalho para sua sobrevivência (3.18-19). Entretanto, esse trabalho é enfadonho agora, pois a terra precisa ser cuidada para que de fruto. Sem contar que o homem agora teria sua tarefa dificultada pelos espinhos e abrolhos.

Este texto nos indica que o homem trabalhava, mas não se sentia exausto; e seu trabalho não era fadonho e sim algo que lhe fazia se sentir realizado

 

4.3 – Na Natureza

Separação Ecológica: a natureza da natureza

Por consequência do pecado , a natureza passou a sofrer. Note que agora a “terra é maldita”, “produzirá cardos e abrolhos” e esta sujeita à vaidade (Rm.8.20-22).

É interessante lermos Isaías 11.6,7 e 65.25, pois o mesmo descreve como será a relação entre as espécies na nova terra.  Essa relação é caracterizada pela harmonia e paz entre todas as espécies.

“O lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito; o bezerro, o leão novo e o animal cevado andarão juntos, e um pequenino os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, e as suas crias juntas se deitarão; o leão comerá palha como o boi” (Is 11.6,7).

Ao fazermos essa leitura podemos imaginar ou ter um pequeno vislumbre de como era nos dias de Adão e Eva, antes da queda. 

 

4.4 – No Universo

            Embora nosso conhecimento do universo seja limitado, podemos afirmar com certeza que todo o universo também foi afetado pela queda do homem.

Sol, luz e estrelas de alguma forma afetam também nosso dia a dia. Exemplo: O sol produz um calor maior do que podemos suportar e nos leva a sofrermos doenças e muitas vezes a morte. A ausência do mesmo também pode nos levar a experimentar um frio intenso que nos levará a morte.

O livro do Apocalipse descreve o castigo que estes elementos do universo trarão sobre nós. Portanto até o universo conspira contra nós por causa do pecado.

 

5. Pecado pessoal

 

5.1 – Significado

São pecados cometidos por indivíduos. Podem ser pecados deliberados ou pecados por ignorância. Errar o alvo também implica atingir o alvo errado.

Este pecado pode ser cometido tanto por cristãos como pelos que vivem sem Cristo.

 

5.2 – Penalidade

Perda da comunhão com Deus. Todo pecado gera uma quebra na comunhão com Deus. Contudo isto não implica na perda da salvação do cristão.

 

5.3 – Salvação

·         

Perdão à retira a culpa produzida pelo pecado.

·         

Justificação à declaração da atribuição da justiça de Cristo ao pecador que crê e é perdoado.

 

Os que vivem sem Cristo precisam reconhecer à Jesus Cristo como único Salvador de suas vidas. É necessário que elas confessem à Jesus como o Cristo, para que recebam o perdão e a justificação conquistado para elas, e, por Ele na cruz.

Quanto aos cristãos, estes precisam confessar seu pecado, segundo esta escrito em 1 Jo 1.9.

 

5.4 – Pecado Social

Pecados sociais são todos comportamentos coletivos de grupos sociais que ferem os valores do Reino de Deus. Atos cometidos pela sociedade que promove a morte física, psicológica e espiritual dos indivíduos.

É pecado social toda ação cometida contra os direitos da pessoa humana, a começar pelo direito a vida, a integridade física (moradia, alimentação, saúde), psicológica (educação) e espiritual (religiosa).

Ex.: Corrupção, o consumismo exagerado, o egoísmo individualista, a irresponsabilidade no transito e estradas, exclusão social gerada pela pobreza ou falta de informações, etc.

 

Pecado Pessoal x Pecado Social

Devemos considerar que o pecado pessoal interfere no pecado social. O pecado social é fruto do pecado pessoal. É também verdade que o pecado pessoal tem sempre um valor social.

“Enquanto ofende a Deus e prejudica a si mesmo, o pecador torna-se também responsável pelo mau testemunho e pelas influências negativas ligadas ao seu comportamento. Mesmo quando o pecado é interior, produz em todo caso um agravamento da condição humana e constitui uma diminuição daquele contributo que todo o homem é chamado a dar ao progresso espiritual da comunidade humana”. (João Paulo II -

 

Não podemos ignorar que as estruturas vigentes em nossa sociedade perpetuam o pecado social. Contudo isto não nos isenta de nossa responsabilidade no pecado social. Se as estruturas perpetuam o mal é porque aceitamos passivamente o domínio do mal.

 

6 .  A natureza pecaminosa no homem

 

6.1 – Significado

A natureza pecaminosa é a capacidade e inclinação humana para fazer tudo aquilo que nos torna reprováveis aos olhos de Deus.

 

6.2 – Passagens Bíblicas relacionadas (2 Co 4.4; Ef 4.18; Rm 1.18)

 

6.3 – Resultado da Natureza Pecaminosa

·         Morte Espiritual – todo homem nasce espiritualmente morto.

·         Depravação total (visão Calvinista) – total impossibilidade do homem de se salvar ou responder a Deus por sua salvação. Ouvir o Espírito Santo é ação do próprio Espírito Santo no homem.

·         Depravação do homem, mas não em sua totalidade (visão Arminista) – total impossibilidade do homem de se salvar, mas capaz de ouvir o apelo do Espírito Santo e responder ao mesmo.

 

6.4 – transmissão da Natureza Pecaminosa

“Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23).

 

O pecado como falamos é um estado mau da alma, e este estado é universal, isto é, todos nascem neste estado mau. Todo ser humano nasce com a natureza pecaminosa, todos nascem tendenciosos ao egoísmo, mentira, e os demais frutos desta natureza. A esta natureza pecaminosa que herdamos chamamos de pecado original; este nos foi imputado.

Jesus Cristo foi a única pessoa que nasceu fora deste estado e livre deste princípio fundamental.

Uma vez que todo ser humano nasce debaixo deste principio, todos sem exceção já nascem condenados a morte eterna, se não forem salvos pela graça de Deus. Todos nascem mortos espiritualmente e precisam ser ressuscitados com Cristo (Ef 2.4-6).

 

Quando Adão caiu, com ele caiu a raça humana, pois ele era a raça de então. Sua queda começou a fazer parte da sua natureza moral, que passou aos seus descendentes. Outros pecados confirmam o estado do homem decaído.

"O pecado da raça é nosso, mas os pecados pessoais de Adão não nos pertencem e não participamos de sua culpa. É por isso que Deus nos imputa o pecado da raça e não os pecados pessoais de Adão. " Portanto, 'cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus'. Romanos 14:10-12.

"Como semente gera semente da mesma espécie", nós, sementes de Adão, herdamos a natureza pecaminosa.

 

6.5 – Salvação

Assim, "por um só homem entrou o pecado no mundo / pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus". (Gênesis 2.16-17; 3.1-6; Romanos 3.23; 5.12). A esperança é que se "pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um, muitos serão feitos justos". (Romanos 5.19).

            Jesus Cristo que não nasceu da natureza adâmica (pecaminosa), morreu a nossa morte (Rm 6.23), pagando o preço do pecado, e juntamente com Ele nos ressuscitou para uma nova vida. Jesus Cristo foi o sacrifício, o cordeiro que nos trouxe a paz.

 

Exemplificando o que é Pecado Imputado

a) Significado: O resultado da participação de cada homem no pecado original de Adão.

b) Texto-chave: Romanos 5:12 - Toda a humanidade estava em Adão, participando de seu pecado e assumindo a culpa resultante dele.

c) Transmissão do pecado imputado: Transmitido diretamente de Adão a cada membro da raça.

d) Penalidade: Morte física e espiritual.

e) Remédio: A Justiça imputada de Cristo (2 Co 5:21).

 

7 . O pecado na vida do crente

 

7.1 – O Crente Pode Pecar?

Muitos que não conhecem profundamente a Palavra de Deus são tentados a pensar que uma vez que uma pessoa se torna crente, ela nunca mais peca. Contudo a Bíblia afirma exatamente o contrário, todo cristão está sujeito a pecar.

O apóstolo João ao escrever sua primeira epístola aos seus irmãos da fé diz o seguinte:

 

“Se dissermos que não temos pecado, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós”

“Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso e a sua palavra não está em nós” (1 Jo 1.8, 10).

 

O próprio apóstolo João se inclui em sua sentença.

Paulo, o apóstolo dos gentios, afirmava travar uma luta constante com sua carne. Segundo o próprio Paulo, muitas vezes, ele acabava “errando o alvo”, cometendo pecado, mesmo não querendo fazê-lo.

 

“Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e, sim, o pecado que habita em mim” (Rm 7.19-20).

 

O pecado que o crente tem é ligado a ele por ele viver no mundo (I João 2:16) e ter o pecado ainda nos seus membros (Rom 7:23). Enquanto o crente está na carne, preso a natureza adâmica e pecaminosa, terá de conviver com problema do pecado (Mt. 26:41; "... o espírito está pronto, mas a carne é fraca.").

7.2 – O Padrão de Vida Para o crente

“Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 Jo 1.7).

 

“Aquele que diz que permanece Nele, esse deve também andar assim como Ele andou” (1 Jo 2.6).

 

Mesmo que haja a capacidade de pecar, o crente é responsável por não pecar.

 

"Sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver" (1 Ped 1:15).

 

"Estas coisas vos escrevo para que não pequeis"(1 João 2:1).

 

A possibilidade de pecar nunca é razão de culpa da ação do pecado, mas uma forte e boa razão para se vigiar (Mt. 26:41) para que não entreis em tentação.

Não podemos nos esquecer que pecamos por causa de nossa própria cobiça.

 

7.3 – A Prevenção Do Pecado Na Vida Do Crente

A prevenção contra o pecado é realizada na vida do crente das seguintes formas:

 

7.3.1 – Através da Palavra de Deus

“Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti” (Sl 119.11).

 

7.3.2 – A Intercessão de Cristo

“Não peço que os tire do mundo; e, sim que os guarde do mal. [...] Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra” (Jo 17.15,20).

 

“Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu, ou antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós” (Rm 8.34).

 

7.3.3 – O Espírito Santo

“Mas, o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (Jo 7.26).

 

7.3.4 – Oração

A oração nos mantém em pleno contato com Deus, nos ajudando a permanecermos mais sensíveis a voz de Deus.

 

7.4 – Penalidade Do Pecado Na Vida Do Crente

7.4.1 – Perda de Comunhão com Deus

“Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não no viu, nem o conheceu. Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus, para destruir as obras do diabo. Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus” (1 Jo 3.6-9).

 

O texto acima afirma que o crente não pode viver pecando, isto é, o pecado não pode fazer parte da vida cotidiana dele. O pecado faz parte da vida do diabo, mas não dos filhos de Deus.

 

“Se dissermos que mantemos comunhão com ele, e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade” (1 Jo 1.6).

 

Quem vive no pecado, vive nas trevas e não tem comunhão com a luz.

 

7.4.2 – Exclusão da Igreja Local

“Eu, na verdade, ainda que ausente em pessoa, mas presente em espírito, já sentenciei, como se estivesse presente, que o autor de tal infâmia seja, em nome do Senhor Jesus, reunidos vós e o meu espírito, com o poder de Jesus, nosso Senhor, entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no dia do Senhor” (1 Co 5.3-5).

 

Mais tarde Paulo manda trazer este irmão a comunhão novamente, entendendo que o mesmo já havia sofrido o suficiente e se arrependido de seu pecado (2 Co 2.5-11).

Jesus nos ensina sobre a exclusão também:

 

“Se teu irmãos pecar [contra ti], vai argui-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. E, se ele não o atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano” (Mt 18.15-17).

 

Considerar alguém como gentio e publicano é considerá-lo como não convertido, isto significa, dizer que aquela pessoa não pertence a igreja, precisa se converter.

 

7.4.3 – Disciplina de Deus

´”Porque o Senhor corrige a quem ama, e açoita a todo filho a quem recebe” (Hb 12.6).

 

7.4.4 – Ás Vezes Morte Física

“Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes, e não poucos que dormem. Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo” (1 Co 11.30-32).

 

7.5 – A Salvação Para O Pecado Na Vida Do Crente

Confissão de seus pecados

“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1.9).


 8 – Teorias sobre a natureza do pecado

  

Teoria

Fonte

Ensino

Dualismo

Filosofia grega e Gnosticismo

O gnosticismo ensinava que o contato da alma humana com a matéria era que a tornava imediatamente pecadora. Esta teoria naturalmente despojou o pecado do seu caráter voluntário como é apresentado na Bíblia. Orígenes (185-254 d.C.) sustentou este mesmo ponto de vista por meio de sua teoria chamada “preexistencismo”. Segundo ele, as almas dos homens pecaram voluntariamente em existência prévia, e, portanto, todas entraram no mundo numa condição pecaminosa. Este conceito de Orígenes sofreu forte oposição mesmo nos seus dias.

O ser humano tem um espírito derivado do reino da luz e um corpo com sua vida animal derivado do reino das trevas. Assim, o pecado é um mal físico, a contaminação do espírito por meio da sua união com um corpo material. O pecado é vencido ao se destruir a influência do corpo sobre a alma.

Egoísmo

Tomás de Aquino

Pecado é egoísmo. É preferir as próprias idéias ao invés da verdade de Deus. É preferir a satisfação da própria vontade ao invés de fazer a vontade de Deus. É amar-se a si mesmo mais do que a Deus. Pode manifestar-se na forma de sensualidade, incredulidade ou inimizade contra Deus.

Pelagiana

Pelágio

O “Pelagianismo’’ (do latim: “pelagianismus”), é a Doutrina fomentada por Pelágio, clérigo britânico do século IV. Entre outras coisas, ele afirmava o livre-arbítrio. Para ele o homem tem a possibilidade e a liberdade de decidir em favor do bem. A graça é um benefício que ajuda o homem a escolher o que é bom.

O pecado de Adão prejudicou somente a ele próprio. Todas as pessoas nascem no mundo no mesmo estado em que Adãofoi criado. Elas têm o conhecimento do que é mau e a capacidade de fazer tudo o que Deus requer. O pecado, portanto, consiste apenas na escolha deliberada do mal. O pecado é defeito da vontade, não da natureza.

  

 

Teoria

Fonte

Ensino

Agostiniana

Agostinho

Em geral os pais da Igreja Grega dos séculos III e IV se mostraram inclinados a negar a relação direta entre o pecado de Adão e seus descendentes. Em contraposição, os pais da Igreja Latina ensinaram com bastante clareza que a presente condição pecaminosa do homem encontra sua explicação na primeira transgressão de Adão no Éden.

 

O ensino da Igreja do Ocidente quanto à origem do pecado teve seu ponto mais elevado na pessoa de Agostinho. Ele insistiu no ensino de que em Adão toda a humanidade se acha culpada e maculada. Já os teólogos semipelagianos admitiam que a mancha do pecado, e não o pecado mesmo, é que era causada pelo relacionamento humanidade – Adão. Durante a Idade Média, o que se cria a respeito do assunto era uma mistura de agostinianismo e pelagianismo. Os Reformadores, particularmente, comungaram do ensino de Agostinho.

Todas as pessoas possuem uma depravação inerente e hereditária que inclui tanto culpa quanto corrupção. Nós ofendemos a santidade de Deus por causa de atos deliberados de transgressão e da ausência de sentimentos corretos.

Católica Romana

Ensino da igreja e tradição

O pecado original é transmitido a todas as pessoas. Nós nascemos em pecado e somos oprimidos pela corrupção da nossa natureza. Essa privação da justiça permite que as capacidades inferiores da natureza humana ganhem ascendência sobre as superiores, e a pessoa cresce no/em pecado. A natureza do pecado é definida com a morte da alma. Portanto, o pecado consiste na perda da justiça original e na desordem de toda a natureza.

Pecado Capital - expressão com que a Igreja Católica romana designa diversos pecados: orgulho, ódio, inveja, impureza, gula, preguiça e a avareza.

 

 

 

Teoria

Fonte

Ensino

Racionalismo 

Sob a influência do racionalismo e da teoria evolucionista, a doutrina da queda do homem e de seus efeitos fatais sobre a raça humana, foi descartando-se gradualmente. Começou a se difundir a idéia de que, se realmente houve o que a Bíblia chama “queda” do homem, essa queda foi para o alto. A idéia do pecado odioso, aos olhos santos de Deus, foi substituída pelo mal, e este mal se aplicou de diferentes maneiras. Por exemplo, Emanuel Kant o considerou como parte inseparável do que há de mais profundo no ser humano, e que não se pode explicar. O evolucionismo chama esse “mal” de oposição das baixas inclinações ao desenvolvimento gradual da consciência moral. Karl Barth, teólogo suíço (1886-1968), fala da origem do pecado como um mistério da predestinação.

Em suma: O que muitas correntes da teologia racionalista erradamente ensinam é que Adão foi na verdade o primeiro pecador, porém sua desobediência não pode ser considerada como causa do pecado no mundo. O pecado do homem estaria relacionado alguma forma com a sua condição de criatura. A história do Paraíso nada mais proporciona ao homem do que a simples informação de que ele necessariamente não precisa ser pecador.

Hedonismo

O Hedonismo (do grego: “hedoné” e do latim: “hedonismus”; prazer), é a teoria que sustenta que o melhor ou mais proveitoso que existe na vida é a conquista do prazer e a fuga a dor. Eles desculpam o pecado com expressões como estas: “Errar é humano”; “o que é natural é belo, e, o que é belo é direito”.


A consciência testifica inequivocadamente da realidade do pecado. Todos sabem que são pecadores. Ninguém, que tenha idade de responsabilidade, tem vivido livre do senso de culpa pessoal e contaminação moral. O remorso da consciência, por causa do mal praticado, persegue a todos os filhos e filhas de Adão, ao passo que as conseqüências entristecedoras e terríveis do pecado são vistas através da deterioração e degeneração física, mental e moral da raça.

 

 

 

Teoria

Fonte

Ensino

Determinismo

Essa teoria filosófica afirma ser o livre-arbítrio uma ilusão, e não uma realidade. Uma conseqüência prática do Determinismo é tratar o pecado como se fosse uma enfermidade por cuja causa o pecador merece pena, compaixão ou misericórdia (dó), ao invés de ser castigado.

Ateísmo

Nega a Deus, nega também o pecado, porque estritamente falando, todo pecado é contra Deus, e se não há Deus, não há pecado.

Evolucionista

Baseada e fundamentada na Teoria de Darwin, o Evolucionismo considera o pecado como herança do animalismo primitivo do homem, ou seja, na fase evolutiva do homem, erros e falhas são comuns, até que um dia o homem chegará a ponto de perfeição.

 

 

As pequenas raposas ; os pecados dos crentes

 

 

Os filhos de Deus geralmente não caem nos grandes e bem-conhecidos pecados, mas, segundo a Palavra de Deus, há pecados que elas cometem frequentemente. Estes pecados são como pequenas raposas que estragam a uva (nossas vidas), tornando-nos infrutíferos.

Mas quais são estes pecados?

Aqui estão alguns deles.

Saber fazer o bem, mas não fazê-lo (Tiago 4:17). Deus nos manda repetidamente, que devemos fazer bem a todos, principalmente aos domésticos da fé (Gálatas 6:9,10; Tito 2:14; Mateus 25:34,35). O Senhor Jesus foi um exemplo para nós, neste aspecto. Nós lemos em Atos 10:38 que "Ele andou fazendo bem." Quão devagar nós estamos no obedecer deste mandamento!

Não orar pelos próximos (falta de oração). I Samuel 12:23. Nós frequentemente oramos por nós mesmos, pelos membros de nossa família, pela nossa igreja, mas nos esquecemos de orar pelos servos do Senhor, missionários, doentes, reis e por todos que estão em autoridade, e também por muitos outros (Efésios 6:17,18; I Timóteo 2: 1,2). Este é uma das "pequenas raposas". Nós devemos orar por todos.

O pecado de fazer decisões e seguir o nosso caminho sem fé (Rm 14:23). Sim, qualquer coisa que não esteja de acordo com a Palavra de Deus, não é de fé (Isaías 8:20). Muitos Cristãos decidem e fazem coisas, sem olhar às Escrituras para conhecer o desejo de Deus. Outros estragam suas vidas, com jugos desiguais ou amizades inconvenientes (2 Co 6:14). É uma pena!

O pecado de fazer acepção de pessoas, ou o de agradar aos homens mais de Deus(Tg 2:1-9; Gálatas 1:10). Este pecado é comum em muitas igrejas. Mais cargos ou posições são dadas aos ricos e educados, do que às pessoas espirituais que não são ricas ou educadas. Tenha cuidado de não fazer acepção de pessoas.

O pecado de não ser generoso com Deus (Ml 3:8,10; Lucas 6:38). Este é um fato em que, o povo de Deus não oferta o suficiente a Deus. No tempo do Velho Testamento os Israelitas davam dízimos e ofertas a Deus. Agora, nós não damos metade disto. Muitos roubam a Deus dizendo, "Nós não estamos no tempo da Lei." Se no Velho Testamento os santos davam dízimos, poderíamos dar menos? (Gn 14:20; 28:22; Mt 23:23). Oremos para que o Senhor livra-nos deste pecado e nos ensine a dar assim como Ele nos mandou a dar (2 Co 9:6).

Não buscar primeiro o Reino de Deus (M 6:33). Somente temos tempo para as nossas próprias necessidades. Trabalhamos duro para ganharmos mais, algumas vezes deixando de lado as reuniões por isso, mas não temos tempo para o estudo da Palavra de Deus; para orar, para visitar e praticar o evangelho diante os não salvos. Este é um outro pecado que tem arruinado muitas vidas.

O pecado de mentir (Cl 3:9). Muitas vezes mentimos sem saber o que fizemos. Nós cantamos com vozes altas, "Mais de Cristo" mas não temos a consagração real. Nós cantamos, "Tudo Entregarei" mas a oportunidade vem para ofertar e damos muito pouco. Nós pregamos mas não vivemos a mesma mensagem. Que aprendemos a sermos fazedores da Palavra (Tg 1:22).

O pecado de não amarmos os nossos irmãos como o Senhor nos mandou a amar (Jo 15:12; Tg 2:8, I Jo 3:16,18). O Senhor frequentemente nos disse, "Que vos ameis uns aos outros; como Eu vos amei a vós." (Jo 13:34; 15:12). Muitas vezes amamos apenas de boca, mas não pelas ações. Alguns amam apenas aqueles que os amam ou que estão próximos a eles, mas não têm nenhum amor por aqueles que são diferentes a eles. Que aprendemos a amar nossos irmãos como nos amamos a nós mesmos.

Meu caro irmão, mate estas pequenas raposas, para que elas não façam você infrutífero. Oremos para que o Senhor nos guarde destes pecados, para que possamos viver a glorificar o Salvador Quem nos amou e nos deu a Si mesmo por nós.

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