quinta-feira, 28 de julho de 2022

Série o Filho pródigo. 9. As seis Lições da Parábola do Filho Pródigo

 Por: Jânio Santos de Oliveira

  Pastor e professor da Igreja evangélica Assembleia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

 Contatos 0+operadora (Zap)21  ( 985738236 ou 987704458 (oi)

  Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com




Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!  

 

Série de mensagens sobre o Filho pródigo

1. Introdução

2. O filho pródigo do Antigo e do Novo Testamento

3. As sete virtudes do pai do filho pródigo

4. Os 7 Erros e os 3 acertos do Filho Pródigo

5. As 3 Dádivas que o Filho Pródigo Recebeu. 

6. A parábola do filho pródigo que ficou em casa

7. A atitude do filho pródigo: Levantar-me-ei

8. Os Sete passos do filho pródigo para a vitória

9. As seis Lições Extraídas da Parábola do Filho Pródigo

 

 Os líderes religiosos judaicos não entendem o amor de Cristo pelos pecadores. Precisamos ler essa parábola partindo do seu contexto histórico. A intenção de Cristo não é apenas a de dizer que Deus ama os homens, mas que Deus ama os homens pecadores.

 

Pecado, perdição e amor. Esses são os três temas principais da parábola mais famosa da Bíblia. Em primeiro lugar, sua intenção é revelar o porquê de o ser humano ser considerado pecador. Em seguida, Cristo revela a natureza da consequência maior do pecado que é a perdição. Em terceiro lugar, Cristo revela a extensão do amor que Deus tem pelos pecadores perdidos.

Só entenderemos o cristianismo e a própria missão de Cristo se compreendermos essa parábola. Vejamos, portanto, a primeira verdade que ela tenciona ensinar: a natureza do pecado humano.

 

O filho mais novo via o pai como alguém rude, incapaz de compartilhar de todos os bens, por isso, exige sua parte da herança. A rebeldia, entretanto, estava no filho, que descumprindo a lei judaica, se torna herdeiro antes da morte do pai.

Desperdiça toda herança, fica na miséria. Pobre e infeliz resolve pedir ajuda a um fazendeiro. Pensou encontrar ali abrigo, comida e misericórdia, mas, não foi o que aconteceu. Sentiu fome, frio e solidão, dia após dia. "E ninguém lhe dava nada" (v.16)

"E tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!"(v.17)Ele percebeu que o pai era bondoso, generoso até mesmo com os trabalhadores (com quem não tinha parentesco), não seria com ele, filho? Percebeu que os bens materiais não foram capazes de fazê-lo feliz. Entendeu que ninguém o compreenderia tão bem quanto seu Pai.

Para a maior parte dos cristãos, que por diversas vezes ouviram referências a essa parábola em sermões dominicais, a estória significa pouco mais do que a infinita generosidade do Pai, que recebe de braços abertos o filho pródigo que saiu de sua Casa para entregar-se à devassidão, dissipando sua herança. É mais uma lembrança de que o erro não compensa, mas que, em última análise, se tivermos a desgraça de cair no pecado (e quem não caiu incontáveis vezes?) podemos, por meio da verdadeira contrição, ser perdoados e recebidos de novo pelo Pai.

Essa interpretação singela tem seus méritos e satisfaz a grande massa dos fiéis. Mas existe muito mais riqueza por trás dessa parábola, que é um verdadeiro exemplo de quantos ensinamentos podem estar velados na linguagem do simbolismo.

Quantas pessoas estão passando por problema semelhante? O pai da parábola representa Deus. Muitos, por não conhecê-lo, julgam-no distante, impiedoso e egoísta. Incapaz de compreender sentimentos, de amar os injustos pecadores. Optam por viver afastado, recebendo apenas "a parte que lhe cabe na herança" (a vida com suas mazelas).

Procuram ajuda nos "fazendeiros" do mundo, que só têm olhos para seus "porcos",ou seja, suas vidas sujas, imundas como um chiqueiro. "fazendeiros" que nada têm a oferecer, porque desconhecem o Pai.

 

Arrependido, o filho volta para casa. Imagino-o derramando lágrimas durante a viagem. Quantas lembranças do pai...

"Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e veste-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés" (versos 21 e 22)

As vestes representam um novo espírito, o anel, uma nova aliança, desta feita, eterna. As sandálias representam um novo caminho. O filho agora estava bem abrigado nos braços do Pai.


Talvez essa seja uma das parábolas capazes de nos dar o maior número de lições entre todas, pois é muito rica. Destaco algumas para nossa edificação:

Deus muitas vezes irá permitir que caiamos em nosso orgulho. Observe que o pai da parábola, mesmo estando vivo, deu a parte da herança ao filho mais novo. Ela não era obrigado a fazer isso, poderia inclusive proteger seu filho, negando-lhe e proibindo que ele fizesse aquela loucura, porém, ele permitiu, e sabia que seu filho iria sofrer por causa do seu orgulho e imprudência. Mas o pai tinha seus planos.

 

 

Existe um paralelo entre o pai da história e Deus. Todos nós somos filhos de Deus e, assim como o filho pródigo, quando nos desviamos do nosso caminho para saciarmos nossos desejos imediatos, estamos abandonando nosso pai.

 

Porém não importa o tamanho ou a intensidade dos nossos pecados. Os erros de um filho jamais serão imperdoáveis para Deus. No momento em que o filho mais novo volta para casa, ele está representando todos aqueles que se arrependeram de suas falhas e vão buscar o perdão de Deus.

 

Deus é um pai generoso, que sempre ficará feliz em acolher aqueles filhos que se arrependem de maneira sincera. Assim como um pai que não guarda rancor e ama incondicionalmente, Ele estará sempre disposto a dar uma nova chance para cada um de seus filhos.

 

Deus na figura do pai tem paciência com seus filhos pecadores.

 

O pai descrito na parábola é muito paciente com o absurdo que o filho mais novo fez. Ele não estava preocupado com os bens materiais que se perderam, mas com o crescimento do filho. Esse pai soube esperar o filho crescer e se arrepender de seus pecados. A paciência de Deus visa dar tempo para cairmos em si e nos arrependermos dos nossos erros.

 

Deus nos recebe de braços abertos quando somos humildes e nos arrependemos.

 

 Quando o pai vê a volta de seu filho arrependido, manda preparar uma festa e declara ao irmão mais velho: “Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado.” (Lc 15.32)

 

Como o filho mais velho, muitas vezes focamos no menos importante ao invés do mais importante.

 

Observe que o filho mais velho fica extremamente preocupado com sua própria justiça e zelo e com os bens materiais que seu irmão desperdiçou, achando-se superior. Estava tão cego que não conseguia enxergar a conversão de seu irmão, pelo contrário, dá a entender que preferia que seu irmão permanecesse no mundo. “Mas ele respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado.” (Lc 15.29-30)

Deus ama tanto os seus filhos que já O servem, quando aqueles que ainda agem contrários à Sua vontade.

 

A parábola do filho pródigo mostra a grandeza do amor de Deus. Ao filho mais velho, que sempre estava servindo o pai e buscando fazer a sua vontade, ele diz: “Então, lhe respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu.” (Lc 15.31). Ao filho mais novo, diante de uma atitude de arrependimento, o pai age amorosamente: “E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou.” (Lc 15.20)

 

talvez essa seja uma das parábolas capazes de nos dar o maior número de lições entre todas, pois é muito rica. Destaco algumas para nossa edificação:

Deus muitas vezes irá permitir que caiamos em nosso orgulho. Observe que o pai da parábola, mesmo estando vivo, deu a parte da herança ao filho mais novo. Ela não era obrigado a fazer isso, poderia inclusive proteger seu filho, negando-lhe e proibindo que ele fizesse aquela loucura, porém, ele permitiu, e sabia que seu filho iria sofrer por causa do seu orgulho e imprudência. Mas o pai tinha seus planos.

 

Deus na figura do pai tem paciência com seus filhos pecadores. O pai descrito na parábola é muito paciente com o absurdo que o filho mais novo fez. Ele não estava preocupado com os bens materiais que se perderam, mas com o crescimento do filho. Esse pai soube esperar o filho crescer e se arrepender de seus pecados. A paciência de Deus visa dar tempo para cairmos em si e nos arrependermos dos nossos erros.

Deus nos recebe de braços abertos quando somos humildes e nos arrependemos. Quando o pai vê a volta de seu filho arrependido, manda preparar uma festa e declara ao irmão mais velho: “Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado.” (Lc 15.32)

Como o filho mais velho, muitas vezes focamos no menos importante ao invés do mais importante. Observe que o filho mais velho fica extremamente preocupado com sua própria justiça e zelo e com os bens materiais que seu irmão desperdiçou, achando-se superior. Estava tão cego que não conseguia enxergar a conversão de seu irmão, pelo contrário, dá a entender que preferia que seu irmão permanecesse no mundo. “Mas ele respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado.” (Lc 15.29-30)

Deus ama tanto os seus filhos que já O servem, quando aqueles que ainda agem contrários à Sua vontade. A parábola do filho pródigo mostra a grandeza do amor de Deus. Ao filho mais velho, que sempre estava servindo o pai e buscando fazer a sua vontade, ele diz: “Então, lhe respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu.” (Lc 15.31).Ao filho mais novo, diante de uma atitude de arrependimento, o pai age amorosamente: “E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou.” (Lc 15.20)

 

 

• O Filho mais velho

 

Recebeu do pai, conforme a lei, uma maior parte da herança (dois terços), enquanto o mais novo(um terço). Nunca deixara a casa do pai, era moderado e cumpria com seus deveres, porém, nunca investira em um relacionamento com o pai. Por isso, não o conhecia. Sua falta de amor era tamanha que sequer consegue chamar "meu irmão" e se refere ao irmão como: "este teu filho" (v.30).

Mesmo tenho muitos bens, faz questão do cabrito matado para festa do irmão: "Nunca me deste um cabrito (V.29). Era egoísta. Esse filho representa os fariseus. A casa do pai representa o templo, a igreja. Está no templo, não significa necessariamente, conhecer a Deus.

Esse filho também precisa de arrependimento, salvação, encontro íntimo e real com seu pai (Deus). Esse filho ainda não conhece o verdadeiro amor, pois, nunca buscou-o.



• A mãe do filho pródigo

 

Entendo que não por acaso, Jesus contou três parábolas seguidas, presentes em Lucas 15: A parábola da Ovelha Desgarrada, Dracma Perdida e Filho Pródigo. Há semelhança entre as três que se relacionam entre si. Todas falam do resgate do pecador arrependido e da necessidade de arrependimento dos fariseus.

Vejo que na Parábola da Ovelha, o Pastor é Jesus. Na Dracma Perdida, a mãe é a Igreja, a Candeia, O Espírito Santo. No Filho Pródigo- o Pai É Deus. Então: Aqui está o papel da Trindade na salvação do homem.

Jesus É o bom Pastor que deu sua vida pelas ovelhas, seu sacrifício na cruz, redime o homem de todo pecado, conduzindo-o a salvação. A Igreja é representante de Deus, necessita ter o fogo do Espírito Santo, a candeia acesa para ir em busca dos perdidos. Deus está sempre esperando os filhos retornarem para casa, Ele sempre os recebe com alegria e amor. Houve festa no céu na parábola da Ovelha, festa na casa da mulher, na parábola da dracma, festa na casa do filho pródigo.

Então: Sendo a igreja a mãe, a mesma que buscou a dracma, ela está presente na parábola do filho pródigo. Ela é a casa do filho pródigo.

Uma casa que manteve a candeia acesa por todo o tempo em que o filho esteve distante. àquele pai, deve ter orado pela volta do filho, derramado lágrimas em suas petições a Deus. É assim que agem os cristãos cheios do Espírito Santo.


O filho mais velho estava sempre em casa (Igreja) só que sua candeia estava apagada. Ele não se alegrou com a volta do irmão, não orava por isso, sequer procurava saber como estava. Ele é o retrato da Igreja inoperante, morta, sem amor pelos perdidos, ou mesmo pelos que já se encontram salvos.



• Veja agora as 6 lições extraídas da parábola do filho pródigo:

 

1. Pare para considerar hoje a sua origem.

Pense no fato de que você poderia ter sido um aborto literal ou metafísico. Você poderia ter morrido no ventre da sua mãe, ou ter sido apenas uma possibilidade na mente de Deus.

 

2. Pare para considerar hoje o que você recebeu.

Você não apenas foi criado, mas tem sido mantido pelo poder de Deus. Um Deus que tem enriquecido sua vida das mais diferentes formas. Não menospreze o que lhe foi dado por amor. Doado não para a sua destruição, mas para o enriquecimento da sua vida.

 

3. Pare para considerar hoje o caráter do autor de tudo o que você tem e é.

Pense na origem de tudo o que foi criado. Cristo não fala de uma coisa, mas de alguém. E ao escolher um ser humano com quem pudesse comparar a Deus, Cristo escolhe a figura do Pai. Pois, é isso o que Deus é.



4. Pare para considerar hoje o que você tem feito da sua liberdade.

Como você tem administrado a liberdade recebida?

 

5. Pare para considerar hoje se você vive para a glória daquele que o criou.

Você tem vivido para fazer Deus sorrir? Sua maior obsessão é levá-lo a se ver em você?

 

6. Pare para considerar hoje o quanto você tem desperdiçado da herança que recebeu.

Compete a cada um de nós, tomarmos a decisão de gastar nossa vida naquilo que é belo, santo e glorifica a Deus. E tudo isso na presença daquele que é a causa de tudo o que temos e somos; esse ser absolutamente amável.

 

 


Que Deus fale profundamente ao seu coração. Amém.

 

 

 

 


Série o Filho pródigo. 8. Os Sete passos do filho pródigo para a vitória

 Por: Jânio Santos de Oliveira

  Pastor e professor da Igreja evangélica Assembleia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

 Contatos 0+operadora (Zap)21  ( 985738236 ou 987704458 (oi)

  Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com




Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!  

 

Série de mensagens sobre o Filho pródigo

1. Introdução

2. O filho pródigo do Antigo e do Novo Testamento

3. As sete virtudes do pai do filho pródigo

4. Os 7 Erros e os 3 acertos do Filho Pródigo

5. As 3 Dádivas que o Filho Pródigo Recebeu. 

6. A parábola do filho pródigo que ficou em casa

7. A atitude do filho pródigo: Levantar-me-ei

8. Os Sete passos do filho pródigo para a vitória

9. As seis Lições Extraídas da Parábola do Filho Pródigo

 

Após o filho pródigo abandonar a casa do Pai resolvendo cujo final redundou em uma trajetória de fracassos e dissabores, chegou a conclusão que a sua rebeldia tinha lhe custado um alto preço. Esta situação serviu de instrumento para quebra da casca do orgulho e soberba fazendo com que surgisse em seu interior o desejo de retornar à casa do pai, de onde nunca deveria ter saído. A quebra da casca faz surgir o lado sensível que ainda não havia sido atingido levando o filho pródigo cair em si.

 

Esta obra somente é feita através do Espírito Santo que convence o mundo do pecado da justiça e do juízo – Jo 16.8.

O CAMINHO PARA A VITÓRIA:

1 – Seu despertar – caiu em si – v.17

2 – Sua reflexão – eu aqui morro de fome – v.17

3 – Sua decisão – levantar-me-ei – v.18

4 – Sua confissão – eu pequei – v.18

5 – Sua declaração – eu não sou digno – v.19

6 – Sua prontidão – abrir mão de tudo – v.19

7 – Seu regresso – levantou-se e foi – v.20 a

A parábola certamente é uma das mais conhecidas entre os cristãos e também entre os não crentes. Por ser uma das mais conhecidas, corre também o risco de ser uma das mais mal interpretadas. Para ilustrar seu ponto de vista, ele cita 2 exemplos:

1. A parábola não fala da ira ou da justiça do pai ao receber o filho, mas descreve seu amor. Logo, poderíamos concluir que o Pai não tem ira nem justiça, mas tão somente amor e aceitação.

2. A parábola não fala de um intermediador entre o pródigo e o pai, apenas fala do filho indo ao pai. Logo, poderíamos deduzir que Jesus não é necessário para nos conciliar com o Pai.
Por estas e outras razões é que se faz necessário olharmos para as parábolas (e também para a Bíblia) a partir de uma visão geral e ampla, sempre considerando o todo de sua verdade infalível. Quando começamos a relativizar o ensino bíblico, caímos nos laços liberais, partimos para a heresia e anulamos a sã doutrina.

Nesta parábola, Jesus responde a declaração que os fariseus e seus mestres fizeram a ele quando disseram: "Este homem recebe pecadores e come com eles". (15.2) Lucas já havia registrado no capítulo 5, versículo 31 quando Jesus dissera: "Não são os que tem saúde que precisam de médico, mas os doentes. Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento". É mister notarmos que Jesus não estava dizendo a eles que existem pessoas que são naturalmente justas e outras que são pecadoras, mas sim, fazia uma distinção entre os fariseus (que se achavam justos) e os "pecadores" (o restante do povo que à vista dos fariseus não cumpria todas as ordenanças impostas por eles).

Alguns versículos antes, Jesus havia dito: "Se alguém vem a mim e ama... até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo". 14.26 Temos neste versículo o retrato perfeito do que aconteceu ao filho pródigo. Ele havia pedido sua herança ao seu pai, saiu de casa para desperdiçar seus bens e acabou por desperdiçar boa parte de sua vida.

A Bíblia de Estudos de Genebra comenta que não era comum o pai entregar o patrimônio aos filhos. Informa-nos também que o filho mais velho tinha direito a 2/3 da herança, logo, o filho mais moço (o pródigo) recebera 1/3 dela. Quando o pai entregava o patrimônio aos filhos, ele retinha o usufruto da renda, ou seja, o pai não podia se desfazer do patrimônio (pois já era de seus filhos), mas os filhos podiam vendê-lo. Contudo, caso os filhos vendessem a parte que lhes era devida, o comprador não podia tomar posse antes da morte do pai. Tal feito era muito incomum durante aqueles dias.

Nosso quadro então está pintado com um filho que acabara de receber sua herança, que acabara de ter recebido a parte que lhe era devida. A Bíblia nos diz que esse jovem "foi para uma região distante; e lá desperdiçou os seus bens vivendo irresponsavelmente".(v.13) Este filho que tinha a herança em suas mãos, que tinha a oportunidade de fazer bons negócios e de ampliar sua riqueza, agora resolve sair e desperdiçar sua preciosa herança. Não bastasse tê-la desperdiçado e tê-la empregado em situações que não lhe convinham, este filho sequer matutou na possibilidade de poupar um pouco de seus bens, para o caso de lhe sobrevir alguma necessidade. Eis então que depois "de ter gasto tudo, houve uma grande fome em toda aquela região, e ele começou a passar necessidade". (v. 14)

Amados, aqui temos o exemplo de um péssimo de filho. O exemplo de alguém descuidado, o exemplo de alguém que achava que suas riquezas durariam para sempre, o exemplo de um filho que pensou que nunca iria ter falta de coisa alguma! Este filho tinha tudo para se dar bem na vida, mas se deixou levar pelas suas paixões e não reconheceu o devido valor da casa de seu pai. Atentemos para que o texto nos diz claramente que este pródigo "foi para uma região distante".

Provavelmente ele se dirigiu a alguma cidade maior, a algum lugar onde pudesse extravasar e saciar os seus desejos mais íntimos, um lugar longe da casa de seu pai, um lugar onde ele achava que poderia ser dono de si mesmo!

Em seu desprezo vivencial, em sua necessidade pelas coisas mais básicas da vida, pela simples comida que sustenta diariamente o homem, ele agora resolve ser empregado como todos os outros daquela região. Este jovem que é filho de um homem que tem propriedades, que de nada sentia falta, que morava na casa de seu pai e era sustentado por ele e seus criados, agora se encontra à beira da amargura. Sua situação não melhora, como talvez ele imaginasse, mas piora drasticamente quando seu empregador lhe designa para cuidar de porcos (v.15).

Lembremos novamente que Jesus está contando esta parábola para os fariseus. Para o judeu, comer carne de porco era comer um animal imundo. A lei de Deus em Levítico 11.7 havia classificado o porco como criatura imunda, imprópria para o consumo; quanto mais sua criação! A Bíblia de Estudos de Genebra comenta que os rabinos (líderes da congregação judaica) consideravam as pessoas que criavam porcos como amaldiçoados.

A narrativa bíblica não nos diz para qual "região distante" este pródigo havia ido, mas podemos deduzir duas possibilidades: A primeira é de que essa região distante fosse uma região judaica, mas que havia se apartado das leis do Senhor (pois criavam porcos, algo contrário à lei). A segunda diz respeito a uma região gentia (não-judaica), cujo modo de vida não era regido pelas leis do Senhor.

Seja como for, os fariseus estão diante do pai terrível relato que poderiam ouvir. Sabemos que tais fariseus eram judeus, zelosos pela lei do Senhor, acreditavam que seriam para sempre o único povo escolhido, tratavam com desprezo as pessoas de outras nações e esperavam um messias de cunho político. Não bastasse estarem diante do suposto messias, agora lhe ouvem falar coisas totalmente contrárias àquilo que sempre pensaram! Estes homens não podiam se dobrar diante de tal parábola "absurda"! Ora, o jovem pródigo havia se rebelado contra seu pai, havia feito mal uso de sua herança, estava falido e procurava por migalhas.

Era visto também como um amaldiçoado! De igual modo os fariseus viam que Jesus arrebanhava pessoas de "outros apriscos" e ainda por fim ouvem-no dizer que o pai recebeu o pródigo de volta em sua casa! Era demais para estes homens suportarem.

A narrativa nos conta que o pródigo estava padecendo das necessidades mais básicas da vida. "Ele desejava encher o estômago com as vagens de alfarrobeira que os porcos comiam". (v.16) O filho do dono de propriedades agora suplica para que fosse sustentado tal qual um porco, mas nem isso ele consegue.

Amado, você tem visto semelhança entre este jovem e a sua própria conduta? Ao olhar para ele, você tem se encaixado em tal descrição? Tal qual esse filho mais moço, você já experimentou a fartura de bênçãos espirituais e hoje se encontra afastado da casa do Pai? A narrativa nos trouxe até aqui e nos tem mostrado que falta muito pouco para que este pródigo venha a falecer e nunca mais possa ter comunhão com seu pai.

Pv 16.18 diz: "O orgulho precede a ruína". O jovem pródigo se orgulhou, achou que poderia viver longe da casa de seu pai e longe de seus cuidados. Mas ele caiu, "e foi grande a sua queda".

O relato de hoje nos leva a refletir acerca do que temos feito com nossas vidas. Alguns de nós nasceram em meio à igrejas, famílias cristãs e foram rodeados de amigos cristãos. Outros talvez não tiveram tal regalia, mas já experimentaram a "boa, perfeita e agradável vontade de Deus" (Rm 12.2).

Veremos mais adiante que foi pela graça de Deus que este pródigo foi levado de volta à sua casa. Mas é mister notarmos que até o momento ele se encontra em total estado de perdição. Sua vida logo se irá e nos braços do Pai, não irá mais ficar. Oremos e não deixemos para amanhã a volta para a casa do Pai.

Nosso texto de hoje continua dizendo: "Caindo em si, ele disse:". (v.17) Encontramos grande perigo em tão afirmação. Ao lermos tal declaração podemos cogitar que o "cair em si mesmo" foi uma atitude do homem, podemos deduzir que foi devido ao livre-arbítrio do jovem pródigo que ele chegou ao arrependimento; mas a bíblia não nos permite tal feito. Em Efésios 2.1 lemos que: "Vocês estavam mortos em seus delitos e pecados". No mesmo capítulo, mas nos versículos 4 e 5 lemos: "Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões - pela graça vocês são salvos".

Ao discorrer sobre o livre-arbítrio do homem, Lutero escreveu: "Se algum homem, de alguma maneira, atribuir a salvação ao livre-arbítrio do homem, mesmo que a ínfima parte, nada sabe sobre a graça e não conheceu Jesus Cristo corretamente". Certamente essas palavras nos soam quase que como agressivas, mas sabemos que não podemos suavizar a mensagem do evangelho.

Temos visto em nossos dias as mais variadas correntes teológicas crescendo e ganhando forma. A teologia aos poucos tem se tornado antropocêntrica em vez de ser cristocêntrica. É importante notar que quando a igreja faz distinção entre arminianismo e calvinismo, não é para criar brigas (ou não deveria ser) tolas, mas para mostrar que enquanto o primeiro sistema se baseia na autonomia humana, o segundo reconhece a soberania de Deus em absolutamente todas as coisas.

A passagem de Efésios que lemos anteriormente nos mostra a situação em que o filho pródigo se encontrava: morto. Aquele jovem estava desejoso da comida de porcos, mas nem isso conseguia obter (v.16). Aquele jovem que outrora havia desfrutado de banquetes e regalias na casa de seu pai, agora está na rua da amargura e em completo desespero - está completamente morto.

Então, Deus em um toque de graça, o traz à vida, abre os seus olhos e o seu entendimento, e ele passa a perceber sua situação miserável. Ele diz: "Quantos empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo de fome! Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados’".

(v. 17-19) Aqui temos o retrato do mais miserável dos homens. Além de tudo que já havia perdido da casa de seu pai e de sua herança, agora passara a reconhecer seu estado lastimável. Amados, como nos é triste e doloroso o momento em que reconhecemos nosso estado de podridão e falta para com Deus.

Na narrativa anterior ao versículo 17, nada fala sobre o reconhecimento do pródigo acerca de seu estado de miséria. Mesmo enquanto ele desperdiçava seus bens, quando já havia gasto tudo o que possuía, houvera se empregado no mais terrível trabalho aos olhos de um judeus; ainda não sabia onde estava.

Tal qual esse pródigo, talvez você já tenha experimentado a abundância de vida na casa de Deus e já tenha tido tempo de dedicação para com a palavra do Senhor. Quem sabe já houve tempos em que você se dedicou a oração e a perseverança nas coisas do reino, mas hoje se acha em falta - encontra-se na mais terrível anorexia espiritual.

Tiago 4.14 nos diz: "Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa". Muitos tem deixado para amanhã o dedicar-se as coisas de Deus. Muitos jovens têm desperdiçado suas vidas achando que são apenas os idosos ou os imprudentes do trânsito que vem a falecer. Lembremo-nos que a maioria das pessoas não morre feliz e deitada em suas camas com o sentimento de missão cumprida. A maioria que morre achou que poderia deixar para amanhã o que poderia fazer hoje, achou que viveria tempo suficiente para empenhar-se em seus projetos, mas não houve tempo. Quando menos esperavam, a morte os tragou e sua vida se esvaiu.

"A seguir, levantou-se e foi para seu pai". (v.20) O arrependimento que conduz à vida é uma graça salvadora, operada no coração do pecador pelo Espírito e pela Palavra de Deus, pela qual, reconhecendo e sentindo, não somente o perigo, mas também a torpeza e odiosidade dos seus pecados, e apreendendo a misericórdia de Deus em Cristo para com os arrependidos, o pecador tanto se entristece pelos seus pecados e os aborrece, que se volta de todos eles para Deus, tencionando e esforçando-se a andar constantemente com Deus em todos os caminhos da nova obediência.

 

(Lc 24:47; 2 Tm 2:25; Jo 16:8-9; At. 11:18, 20:21; Ez 18:30, 32; Lc.15:17-18; Ez 36-31; 16:61, 63; Sl 130:34; Jl 2:12-13; Jr. 31:18-19; 2 Co 7:11; At 26:18; 1 Rs 8:47-48; Ez 14:6; Sl119: 59, 128; Rm 6:17-18;Lc 19:8).

 

Em contraste com o falso arrependimento que não produz mudanças, aqui temos o exemplo de um arrependimento sincero. Não que esse jovem estivesse totalmente comprometido para com a causa de seu pai (lembremos que ele resolveu ir para a cada de seu pai porque estava com fome e não porque o amava), mas houve uma guinada em sua vida.

Quando Deus verdadeiramente toca a vida de um pecador, ele sempre muda sua conduta. Não foi assim com Paulo, Pedro e tantos outros? Ora, acaso Paulo continuou perseguindo os cristãos e ao mesmo tempo pregando as suas boas novas? Porventura, Pedro continuou negando a Cristo durante toda sua caminhada cristã? Tal qual esses homens, o pródigo não continuou desejando a comida de porcos e ao mesmo tempo ansioso pela casa de seu pai - houve uma verdadeira mudança. Todos esses e muitos outros homens poderiam repetir as palavras de Paulo quando disse: "Prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus". Fp 3.14

Observemos atentamente a mudança de vida que aconteceu neste pródigo. "Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti". (v.18) Ele não disse que voltaria para a casa do seu pai e pronto. Não falou também que seu pai sempre aceitou os rebeldes de volta e por isso ele poderia voltar, mas ele disse: "Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti". (v.18).

Que diferença deste tipo de confissão de pecados daquele feito por faraó! O pródigo não silencia sua fala, mas vai adiante dizendo: "Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados". (v.19) O jovem não titubeou dizendo que achava que não era digno, não vacilou pensando que antes ele não era digno de ser filho, mas agora que verdadeiramente se arrependeu, deveria ser recebido como tal.

Também vemos que em momento algum o jovem cogitou a possibilidade de voltar e ser reconhecido como filho de seu pai, não tomou a resolução de voltar motivado por uma grande festa, por roupas novas ou coisa semelhante, pois sabia da situação deplorável em que se encontrava.

"A seguir, levantou-se e foi para seu pai". (v.20) De modo semelhante a quando éramos crianças e ficávamos temerosos de irmos ao encontro de nossos pais - pois sabíamos que havíamos desobedecido as suas ordens ou que não tínhamos cumprido para com nosso dever - provavelmente esse pródigo se sentia de maneira semelhante. Embora ele não houvesse furtado cousa alguma de seu pai, não houvera dito que não amava mais sua família e por isso iria fugir, tampouco lhes disse que não eram mais importantes para ele, ele sabia que estava perdido e só havia um lugar para onde pudesse ir: a casa de seu pai.

Quando Deus toca na vida de um homem, ele o faz por completo, mudando tudo o que é necessário para o crescimento e amadurecimento do crente, a fim de que "o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra" (2Tm 3.17).

Esta parábola contrasta com a confissão de pecados que faraó fez. Enquanto a confissão de faraó não havia sido acompanhada de mudança, a confissão deste pródigo preencheu tal requisito. "O arrependimento é aquilo que descreve a resposta de converter-se do pecado para Deus. Este é o caráter específico do arrependimento, assim como o caráter específico da fé é receber a Cristo e confiar somente nEle para a salvação.

O arrependimento nos recorda que, se a fé que professamos é uma fé que nos permite andar nos caminhos deste mundo mau, na concupiscência da carne, na concupiscência dos olhos, na soberba da vida e na comunhão das obras das trevas, a nossa fé é apenas zombaria e engano.

A verdadeira fé é permeada de arrependimento. Assim como a fé é um ato momentâneo e uma atitude permanente de confiança e descanso direcionada ao Salvador, assim também o arrependimento resulta em contrição constante. O espírito contrito e o coração quebrantado são marcas permanentes da alma que crê… O sangue de Cristo é o instrumento da purificação inicial, mas é também a fonte à qual o crente pode recorrer continuamente. É na cruz de Cristo que o arrependimento começa; é ali que ele tem de continuar derramando seu coração, em lágrimas de confissão e contrição."

Interessante notarmos que o pródigo não estava confiante e animado pelo fato de fazer uma viagem de volta. A viagem por si mesmo não representava algo fácil ou agradável para o pródigo (pensemos por um breve instante em todas as dificuldades que poderiam assolar e impedirem que esse filho prosseguisse viagem: frio, fome, falta de dinheiro, assalto, doenças, desprezo, angústia, dúvidas constantes...), mas era algo necessário.

A motivação do pródigo não estava em passar por lugares bonitos, apreciar novas paisagens, encontrar velhos amigos ou coisa qualquer - sua motivação estava em voltar para a casa de seu pai.

Devemos então atentar para o fato de que a vida do cristão não deve ser motivada por aquilo que ele vê ou sente, mas por sua firme esperança de uma vida eterna junto à casa de seu pai. Hebreus 11.1nos diz que: "Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos."

"Estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou." (v.20b) Notamos aqui que o pai não ficou esperando o filho, sentado em sua cadeira e fazendo pouco caso da volta de seu querido, mas "correu para seu filho, e o abraçou e beijou." Tal qual nessa cena simbólica, na salvação dos homens, o agente ativo é Deus. É Ele quem nos toca, é Ele quem nos perdoa, é Ele quem nos salva, é Ele quem nos leva para sua família! De nada adiantaria o filho ter voltado para a casa de seu pai se não fosse recebido. Diante de tal momento sublime, não podemos nos deixar de lembrar de João 6.37 que diz: "Todo aquele que o pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei."

Adiante vemos a atitude correta de um filho que percebeu que não digno de continuar sendo chamado desse jeito. "O filho lhe disse: ‘Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho’" (v.21). Este filho pródigo teve a atitude correta diante de seu pai. Ele sabia que não havia nada de bom em sua vida que pudesse ser usado como mérito para ser recebido de volta.

Isso nos leva a pensar sobre a importância da humildade diante da eleição e da predestinação de Deus. Longe de nos levar a algum tipo de elitismo, a eleição e a predestinação nos levam a ser humildes pela graça recebida, pois "isto não vem de vós, é dom de Deus". Ef 2.8 Também lemos que: "Quem se gloriar, glorie-se em Cristo" (1Co 1.31) De igual modo, Paulo escreve aos gálatas dizendo: "Longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo" (Gl 6.14).

Muitas vezes vemos pessoas tendo a atitude inversa a desse pródigo. Acham que as leis de Deus são ultrapassadas para esse mundo. Olham para as "necessidades" deste mundo moderno e dizem que a bíblia deve se moldar à cultura e aos gostos da geração a ser alcançada.

Algo que nos causa constante espanto é a velocidade com que os padrões deste mundo tem mudado. Não muitos anos atrás, o divórcio era algo proibido no Brasil (o casamento tinha fim apenas com a morte dos cônjuges) e constituía crime, pois o Estado entendia que o casamento era algo primordial para o sustento da sociedade. O que temos hoje é a (quase) mais pura banalização do santo matrimônio.

As mesmas terras tupiniquins que outrora defenderam com vigor a instituição estabelecida por Deus, hoje permite que qualquer casal (mesmo que tenham se casado no dia anterior) - preenchendo certos requisitos legais - se divorcie imediatamente, sem grandes trâmites burocráticos. A nova lei contra a homofobia Té também um bom exemplo de como a sociedade tem se deteriorado.

Precisamos entender que a bíblia e suas ordenanças são perpétuas; elas nunca mudarão mesmo em face da mais terrível apostasia. Nós precisamos estar bem fundamentados e firmemente arraigados à rocha que é Cristo Jesus. "Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que não seja como insensatos, mas como sábios, aproveitando ao máximo cada oportunidade, porque os dias são maus. Portanto, não sejam insensatos, mas procure compreender qual é a vontade do Senhor" (Ef 5.15-17).

O nosso texto passa agora a nos dizer como que o pai recebeu aquele filho. "Mas o pai disse aos seus servos: ‘Depressa! Tragam a melhor roupa e vistam nele. Coloquem um anel em seu dedo e calçados em seus pés. Tragam o novilho gordo e matem-no. Vamos fazer uma festa e comemorar" (v.22,23).

Vemos que o pai se alegrou com a volta do filho! Ele não ficou indiferente quanto a essa situação! Alguns poucos versículos anteriores (falando acerca das duas outras parábolas) enfatizam isso quando nos dizem que "haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não precisam arrepender-se... Eu lhes digo que, da mesma forma, há alegria na presença dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende" (vs. 7 e 10). Não sabemos de que forma se dá essa alegria nos céus, mas entendemos que a volta para à casa do pai é um evento de grande importância para Deus.

A Bíblia de Estudo de Genebra comenta acerca dos adornos dados ao filho: "A melhor roupa: um sinal de honra; o anel: autoridade; calçados em seus pés (sandálias): os escravos andavam descalços, as sandálias significam que o filho tinha a posição de um homem livre; o novilho gordo: reservado para ocasiões especiais."

Então o pai passa a expor o motivo de todos esses adornos e festejos: "Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado’. E começaram a festejar" (v.24).

Lembremos que Jesus está respondendo à declaração dos fariseus que disseram: "Este homem recebe pecadores e come com eles" (v.2). Nos tempos antigos, sentar-se à mesa com alguém era sinônimo de amizade, companheirismo e afinidade. Significava haver um vínculo entre aquelas pessoas.

Lembremos das palavras de Jesus: "Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu lhes ordeno. Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz.

Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido" (João 15.14,15).

O texto de hoje nos mostrou que quando vamos à casa do pai podemos ter a certeza de que ele nos receberá. Assim como as duas parábolas anteriores (a ovelha perdida, vs. 4-6 e a moeda perdida,vs. 8,9), a parábola do filho pródigo também nos mostra que o pai se importa com os seus. Davi expressou muito bem seu sentimento de poder estar diante do seu Senhor quando disse: "Alegrei-me com os que disseram: Vamos à casa de Senhor!" (Sl 122.1)

Que possamos juntos ecoar as palavras do salmista que dizem: "Senhor, tu és a minha porção e o meu cálice; és tu que garantes o meu futuro. As divisas caíram para mim em lugares agradáveis: Tenho uma bela herança! Bendirei o Senhor, que me aconselha; na escura noite o meu coração me ensina! Sempre tenho o Senhor diante de mim. Com ele à minha direita, não serei abalado" (Sl 16.5-8).

Devemos entender o processo de humildade verdadeira que envolve o verdadeiro arrependimento e os benefícios que são colhidos. E que somente em Jesus temos o melhor desta terra (Is 1.19).

Se você amado leitor estiver distanciado da presença do Senhor volte-se para o nosso Deus, pois Ele te espera de braços abertos para te resgatar, em nome de Jesus. Amém!

 

Em breve estaremos de volta dando sequência a esta série de mensagens.

sobre o tema:As seis Lições Extraídas da Parábola do Filho Pródigo


Série o Filho pródigo. 7. A atitude do filho pródigo: Levantar-me-ei

 Por: Jânio Santos de Oliveira

  Pastor e professor da Igreja evangélica Assembleia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

 Contatos 0+operadora (Zap)21  ( 985738236 ou 987704458 (oi)

  Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com




Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!  

 

Série de mensagens sobre o Filho pródigo

1. Introdução

2. O filho pródigo do Antigo e do Novo Testamento

3. As sete virtudes do pai do filho pródigo

4. Os 7 Erros e os 3 acertos do Filho Pródigo

5. As 3 Dádivas que o Filho Pródigo Recebeu. 

6. A parábola do filho pródigo que ficou em casa

7. A atitude do filho pródigo: Levantar-me-ei

8. Os Sete passos do filho pródigo para a vitória

9. As seis Lições Extraídas da Parábola do Filho Pródigo

 


Nesta mensagem nós mostraremos como o pecador tem a sua participação no plano divino da salvação. Baseado na parábola do filho pródigo; vamos acompanhar. Os passos para a salvação.


“Daí por diante passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei - vos, porque é chegado o reino dos céus” ( Mt 4.17 ).

 

 “E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças de modo algum entrareis no reino dos céus” ( Mt 18.3) . Cristo chegara ao mundo, vindo do seio do Pai. Podia descrever as glórias do céu para comover os homens. Mas a sua mensagem era a mesma: Arrependimento e Conversão.

 

I) Arrependimento - O verdadeiro arrependimento envolve a pessoa toda, todo o seu ser, toda a sua personalidade. Arrependimento não é apenas mudança de pensamento, é novo nascimento e mudança de vida. João diz: “Em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. (Jo 3.3) “Nascer do novo” significa "um novo ser, uma nova pessoa, ou seja, uma nova personalidade".

O arrependimento na personalidade: Intelecto, Sensibilidade, Volição.

> Intelecto

Intelectualmente falando, o arrependimento é uma mudança na maneira de pensarmos: Em Deus, em nosso pecado, em nossa relação com o próximo. Antes do arrependimento, o seu pensamento estava voltado para as coisas materiais, agora consiste em coisas espirituais e eternas.

> Sensibilidade

O prazer e a alegria deixam de fixar-se nas coisas terrenas deste mundo para fixar-se nas coisas espirituais. No arrependimento o homem pensa e sente mais em relação a Deus do que em relação ao pecado. No Salmo 51 Davi, chora por seus pecados, mas lamenta muito mais a sua infidelidade diante de Deus. "Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões segundo a multidão das tuas misericórdias. Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que mau à tua vista, para que sejas justificado quando falares e puro quando julgares".

> Volição

Antes do arrependimento o homem quer fazer a sua própria vontade, quer dirigir-se a si mesmo, quer andar no seu próprio caminho. Através do arrependimento o homem passa a querer fazer a vontade de Agora o jovem tem dinheiro e com isso faz muitos amigos, e consegue muitas mulheres, e prazer não é o problema para ele, Deus e quer ser dirigido por Ele, porque está convencido de que a direção de Deus lhe é o melhor. Esta mudança na vontade do homem é, de fato, o elemento mais importante no arrependimento.

II) Conversão - Conversão é uma palavra usada para exprimir o ato do pecador, abandonando o pecado, para seguir a Jesus. A conversão pode e deve repetir-se todas as vezes que o homem pecar e afastar-se de Deus, porque ela consiste no ato de abandonar o pecado e aproximar-se de Deus. Emprega-se, geralmente, a palavra conversão para significar aquela primeira experiência do homem, abandonando o pecado paras seguir a Cristo.

O filho pródigo estava longe da casa do pai pois seu dinheiro compra suas companhias, ele nunca esta só. Mas se satanás tem o laço do passarinheiro numa mão, o meu Deus tem o laço da misericórdia na outra mão, e na hora certa Jeová irá apertá-lo.

 

Mas voltemos para o feliz garoto, que tem dinheiro e amigos, e por falar em dinheiro, ele começa se acabar, pois a bíblia relata que ele viveu dissolutamente, ou seja, devassamente, corruptamente, e agora os amigos começam a ir embora, as mulheres já não vêm graça no jovem, e ele começa a se perguntar por que isso está acontecendo. Saiba de uma coisa meu amado, não existe felicidade longe do Senhor, se a bíblia diz que o mundo jaz no maligno (I Jo 5.19), então o maligno veio para roubar, matar e destruir, este é o ministério do diabo (Jo10. 10).

 


Quando o dinheiro acaba também acontece que uma grande fome começa a assolar aquela terra, mas eu acredito que a fome talvez já existisse, mas como ele ainda tinha dinheiro não percebeu. É assim quando chegamos ao mundo, tudo parece maravilhoso, um cigarro entre os dedos parece ser lindo, ou um copo de bebida em um bar é o máximo, mas tudo ilusão. Mas o mais interessante que mesmo longe sua família intercedia por ele, os choro era o mesmo de quando da sua partida.



Mas o laço da justiça vai se apertando, e o inimigo tentado matá-lo, então ele agora tem que se sujeitar ao ridículo. Talvez você não saiba, mas o porco para os judeus era um animal imundo, e aquele jovem vai cuidar de porcos, olha quando souberam que ele era judeu só lhe deram o serviço que com certeza ele odiaria, e sabemos que o mundo nos odeia, pois somos luz quando estamos em Jesus. O diabo não só nos quer matar, ele que antes nos humilhar, mas maior é aquele que esta conosco do que aquele que está no mundo (I Jo 4:4).

Ele passa fome desejando comer a comida dos porcos, começa a emagrecer, toda sua beleza juvenil se vai suas vestes apodrece no corpo, seu cabelo cresce sua barba também, até suas unhas ficam demasiadamente grande, quase irreconhecível, um bicho, um boneco nas mãos do diabo. Não se engane, estando no mundo você será FEIO, beleza só em Jesus.

Diante daquela terrível e degradante situação ele começa a se lembrar da casa de seu pai, onde tinha boa comida feita pela mamãe, roupas novas e limpas, tinha companheiros e uma cama macia e quente, pois até então ele dormia com os porcos em um chiqueiro cheio de estrumes. Então as lembranças vão he dando forças, e ele então busca o resto de uma força que parece não mais existir, mas existe, e propõe em seu coração “voltarei para a casa de meu pai”.

Mas a volta é sempre mais longa e extremamente cansativa isso é o preço do erro, mas ele propôs dizer ao pai que não se importaria ser servo na fazenda, era melhor, com certeza era melhor! E posto no coração as palavras que diria ao pai, ele volta, arrebentado, destruído, envergonhado, humilhado, mas reconhecendo que o amor do pai não morre.

Dias de caminhada, e seu peso fica ainda menor, parece um esqueleto coberto por peles, feridas pelo corpo, bichos entre os dedos dos pés.

Então ele vai chegando e quando parecia que não iria mais aguentar ele começa a ver de longe uma fumaça que saia de uma chaminé, e mais perto pode notar que o cheiro era de um bolo de milho verde, era a mamãe cozinhando. Seus olhos estão fracos e embaçados, mas o caminho estava certo ele estava bem próximo de casa.

De volta pra casa
O cansaço parece que iria vencer, mas a ânsia da chegada era maior, então aquele maltrapilho vê um velhinho debruçado sobre a varanda olhando para o céu, parecia estar orando, talvez fosse isso mesmo que ele fizesse toda tarde.

Mas o pai logo percebe a aproximação daquele resto de gente, mas mesmo com um olhar cansado ele conhece o jeito de andar, então uma lágrima começa a brotar em seus olhos, um nó na garganta. Seu coração começa a acelerar, e ele tem que admitir é seu filho que há muito tempo foi embora deixando vários corações partidos, ele estava retornando.

Embora suas pernas não obedecessem, ele tenta um caminhar e então mesmo vagarosamente ele começa a correr em direção do jovem andarilho, mas o rapaz fica estático vendo aquele velhinho correndo, chorando, sorrindo, tudo ao mesmo tempo, e alguém dentro da casa escutou um grito de choro e começa a sair chamando a tensão de todos na grande casa da fazenda, e antes que chegasse à porta seu coração de mãe já sabia de que ou de quem se tratava o fato, e ela já vêm chorando, e quando sai na porta a velhinha vê seu marido dependurado no pescoço do rapaz que ela bem conhecia, pois o havia levado dentro de si por longos nove meses, dando o melhor de si para ele todo tempo.

Mas o jovem havia proposto em seu coração em dizer ao seu pai:

18. Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e dir-lhe-ei: Pai; pequei contra o céu e diante de ti; 19. Já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados. Ele realmente começa a proferir suas palavras, aquelas descritas nos versículos 18 e 19, mas é interrompido pelo pai, antes que possa dizer qualquer besteira, pois os beijos do pai parecem desconhecer o mau cheiro que vinha do rapaz.

Verdadeiramente o verdadeiro amor é cego para isso, e logo mais alguém se aproxima com seu andar calmo e macio, é a velha mamãe trazendo os braços abertos e regados por lágrimas.

Será que alguém que trouxe tanta dor, deixando e desprezando tudo o que o pai com amor conquistou deve merecer tão grande tratamento ao retornar para o lugar de onde nunca deveria ter saído?

Talvez o jovem da parábola de Jesus não esperasse tamanho tratamento, mas ele começa, a saber, que amor verdadeiro não morre. Agora ele tem um novo visual, roupas novas, anel no dedo, e sandálias nos pés, coisas que só teremos quando voltarmos para casa do Pai. E como para pai e mãe filho não cresce, teve bolos, suco, doces e salgados naquele dia, pois o que se havia perdido foi achado, o que estava morto reviveu, e uma festança se fez naquela fazendo durante toda noite.

Volte para casa do Pai, onde você esta não é lugar de filho ficar, pois aquele jovem poderia ter morrido em terra distante e verdadeiramente estaria perdido para sempre, lembrando de casa você terá a força, pois os que esperam no Senhor renovarão suas forças; subirão com asas de águias; correrão e não se cansarão; andarão e não se fadigarão (Is 40:31).

O pai lhe deu um tríplice presente
Esta atitude do pai do rapaz nos deixa uma grande revelação, e isto é para aqueles que voltam para casa do Papai, pois só o Papai pode dar estas coisas.

A. As roupas 

 


“Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade” 1 Co 15.53.

Jesus se importa com as roupas que usamos?

Aparentemente, sim. De fato, a Bíblia nos diz exatamente que é o guarda-roupa que Deus deseja.

“Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências” Rm 13.14. “Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo” Gl 3.26.27.

Estas roupas nada têm a ver com vestidos, jeans e ternos. A preocupação de Deus é com o nosso vestuário espiritual. Ele oferece um manto que apenas o céu pode ver, e apenas o céu pode dar.

O capítulo 61 de Isaías mostra Jesus como o Ungido de Deus proclamando libertação aos cativos de satanás.

Quando na sinagoga, lendo esse texto, Jesus exclamou: “Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir”. Lc 4:21.

A vida perfeita de Jesus é colocada como sendo nossa. A Sua vitória sobre o pecado, como sendo a nossa vitória. Deus seja louvado!

Usar as vestes da salvação significa ser um instrumento de Deus como Jesus o foi quando por aqui andou.

Nossa missão no uso das vestes da salvação é transmitir ao mundo a misericórdia, a graça e a salvação de Deus.

Elas representam a restituição da integridade, tirando a vergonha daquele que errou, pecou, mas voltou reconhecendo seu erro.

B. O anel
Ele representa a restituição da autoridade, que foi perdida, mas só aquele que tem autoridade pode dar autoridade.

Podemos encontrar na Bíblia sagrada várias passagens em que vamos perceber claramente que anel é símbolo de autoridade. Faraó deu o seu Anel a José. O Rei Assuero deu o seu anel para Mordoqueu. Todos os documentos selados com o anel do Rei eram aceitos em todas as províncias e respeitados.

Quando o pai coloca o anel no dedo do seu filho, ele está dizendo: filho, a tua palavra é a minha palavra. Você não é servo, você é filho. Eu te dou a sua autoridade de volta, vá e assuma a posição que sempre foi sua.

C. As sandálias


Estas representam a restituição da estabilidade e prosperidade que o mundo rouba, mas o dono de todo ouro e toda prata devolve para o filho.

Você pode observar que quando ele retorna ao lar, o seu pai manda os seus criados calçar os pés do seu filho com sandálias. Hora, se ele manda calçar os pés, é porque ele estava descalço. Naquela época somente os escravos andavam descalços. Você pode observa ainda que no Antigo Testamento, quando uma pessoa possuía um direito e quisesse abrir mão dele para outro, era costume a pessoa tirar as sandálias dos pés na presença de algumas testemunhas, dizendo com esse gesto que naquela situação ele passava o seu direito ao outro. ( Boaz quando deseja casar com Rute).

Quando o Pai lhe dá a sandália para os pés, ele está dizendo: filho, você não é escravo, você é filho. Você pode observar a disposição mental do filho, ele diz: voltarei ao meu pai para ver se ele me recebe como um dos seus criados. Mas o Pai o recebeu como filho e não como escravo. Sandálias para os pés é liberdade, é aceitação, é restituição.

Em Pv 24:16, o Senhor diz que “sete vezes cairá o justo e se levantará.”

Se você cair, o Pai celestial te levantará, e você voltará a caminhar porque o cair é do homem, mas o levantar é de Deus!

Você pode até cair, mas só não pode ficar prostrado. Você precisa se levantar e voltar à prática das primeiras obras, arrepender-se. Na história do filho pródigo, o moço caiu vergonhosamente. Saiu de casa para viver, com todo o dinheiro da herança, uma vida imoral, perversa. Perdeu o nome, a dignidade, a pureza, perdeu tudo.

 

 

 Passou a viver entre porcos. Mas pela bondade de Deus, os olhos daquele jovem foram abertos, e ele se arrependeu, a ponto de dizer a si mesmo: “Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e lhe direi: Pai pequei contra o céu e perante ti, já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um de seus trabalhadores.” (Lucas 15.18). Ele se arrependeu e manifestou o arrependimento quando ele disse: “Levantar-me-ei e irei ter com meu pai”.



O arrependimento começa quando você se levanta. Para caminhar sobre as águas primeiramente é preciso sair do barco. No caso do arrependimento, não é diferente. A pessoa precisa se levantar e não ficar prostrada. A Palavra revela que “o pecado não terá domínio sobre vós”. Interessante o que Davi afirmara em um de seus salmos: “Se eu atender a iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá.” (Salmo 66.18). Muitas vezes, guardamos o nosso coração por causa do orgulho e pensamos: “O que os outros irão pensar ao meu respeito?” Muitas vezes o orgulho humano, diabólico, nos leva à destruição. Mas o arrependimento precisa passar pela cabeça e chegar ao coração, pois o arrependimento não é uma doutrina. 

 

A única pessoa que conhece o coração do homem é Deus. O Espírito Santo é o único que sonda os corações. “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno”, escreveu Davi (Sl 139.23-24).

 

Deus não nos chamou para sermos religiosos, mas para sermos filhos. Entretanto, para vivermos e desfrutarmos da vida que Deus tem para cada um de nós, é preciso haver arrependimento dos pecados. “Arrependei-vos por que está próximo o reino dos céus”, pregava João Batista (Mt 3.3). Arrependimento é a mensagem. Arrependimento é o caminho, é a porta. “Arrependei-vos, arrependei-vos”, pregava enfaticamente João. 

 

Arrepende-se, quem sabe, da indiferença em sua vida. Talvez você não tenha pecados obscenos, “filosóficos”, religiosos, mas você percebe a indiferença no seu coração. Ore e arrependa-se. Esta é a hora do marido voltar-se para a esposa e dizer: “Perdoe-me”. De o pai dizer para o filho: “Perdoe-me”. De o filho voltar-se para o pai e dizer: “Me perdoe”.

Eu não me dirijo somente ao não convertido, porque sou daqueles que crêem que a igreja precisa se arrepender muito antes que muita coisa de valor possa ser feita no mundo. Acredito firmemente que o baixo padrão de vida cristã está mantendo muita gente no mundo e nos seus pecados. Se o incrédulo vê que o povo cristão não se arrepende, não se pode esperar que ele se arrependa e se converta de seu pecado. Eu tenho me arrependido dez mil vezes mais depois que conheci a Cristo, do que em qualquer época anterior, e penso que a maioria dos cristãos precisa se arrepender de alguma coisa.

 

 

Assim, quero pregar tanto para os cristãos como para os não-convertidos, tanto para mim mesmo quanto para aquele que nunca conheceu a Cristo como seu Salvador.

Há cinco coisas que fluem do verdadeiro arrependimento:

 


1. Convicção

 

Quando um homem não está profundamente convicto de seus pecados, é um sinal bem certo de que ainda não se arrependeu de verdade. A experiência tem me ensinado que as pessoas que têm uma convicção muito superficial de seus pecados, cedo ou tarde recaem em suas velhas vidas. Nos últimos anos tenho estado bem mais ansioso por uma profunda e verdadeira obra de Deus entre os já convertidos do que em alcançar grandes números. 

 

 

Se um homem confessa ser convertido sem reconhecer a atrocidade de seus pecados, provavelmente se transformará num ouvinte endurecido que não irá muito longe. No primeiro sopro de oposição, na primeira onda de perseguição ou ridículo, eles serão carregados de volta para o mundo.

 


Creio que é um erro lamentável conduzirmos tantas pessoas à igreja que nunca experimentaram a verdadeira convicção de pecados. O pecado no coração do homem é tão negro hoje quanto o foi em qualquer outra época. Às vezes penso que está mais negro. Porque quanto maior a luz que uma pessoa tiver, maior sua responsabilidade, e, por conseguinte maior a sua necessidade de profunda convicção.

 

Até que a convicção de pecados nos faça cair de joelhos, até que estejamos completamente humilhados, até que tenhamos perdido toda esperança em nós mesmos, não podemos encontrar o Salvador.

Há três coisas que nos levam à convicção: (1) A Consciência; (2) A Palavra de Deus; (3) O Espírito Santo. Todos os três são usados por Deus.

Muito antes de existir a Palavra escrita, Deus tratava com o homem através da consciência. Foi por isto que Adão e Eva se esconderam da presença do Senhor Deus entre as árvores do Jardim do Éden. Foi isto que convenceu os irmãos de José quando disseram: "Na verdade, somos culpados, no tocante o nosso irmão, pois lhe vimos a angústia da alma, quando nos rogava, e não lhe acudimos. Por isso", disseram eles (e lembre-se, mais de vinte anos haviam se passado depois que eles o venderam como cativo), " por isso nos vem essa ansiedade".

É a consciência que devemos usar com nossos filhos antes de atingiram uma idade onde podem entender a Palavra e o Espírito de Deus. E é a consciência que acusa ou inocenta o ímpio. A consciência é "uma faculdade divinamente implantada no homem, que o pede a fazer o que é certo". Alguém disse que ela nasceu quando Adão e Eva comeram do fruto proibido, quando seus olhos foram abertos e "conheceram o bem e o mal". 

 

Ela julga, mesmo contra nossa vontade, os nossos pensamentos, palavras, e ações, aprovando ou condenando-os de acordo com a sua avaliação de certo ou errado. Uma pessoa não pode violar sua consciência sem sentir a sua condenação.

 

Mas a consciência não é um guia seguro, porque frequentemente ela só dirá que uma coisa é errada depois de você a praticar. Ela precisa ser iluminada por Deus porque faz parte de nossa natureza caída. Muitas pessoas fazem o que é errado sem serem condenadas pela consciência. Paulo disse: "Na verdade, a mim me parecia que muitas cousas devia eu praticar contra o nome de Jesus, o Nazareno" (At 26:9).

 

A própria consciência precisa ser educada. Outra vez, a consciência frequentemente é como um relógio despertador, que a princípio desperta e acorda, mas com o tempo a pessoa se acostuma com ele, e então perde o seu efeito. A consciência pode ser asfixiada. Creio que cometemos um erro em não dirigirmos as pregações mais para a consciência.

 


Portanto, no devido tempo a consciência foi suplantada pela Lei de Deus, que no seu tempo foi cumprida em Cristo. Neste país cristão, onde as pessoas têm Bíblias, a Palavra de Deus é o meio que Deus usa para produzir convicção. A Bíblia nos diz o que é certo e o que é errado antes de você cometer o pecado, e assim o que você precisa é aprender e apropriar-se de seus ensinos, sob a direção do Espírito Santo. A consciência comparada à Bíblia é como uma vela comparada ao sol lá no céu.

Veja como a verdade convenceu aqueles judeus no dia de Pentecostes. Pedro, cheio do Espírito Santo, pregou que "este Jesus que vós crucificastes Deus o fez Senhor e Cristo". "Ouvindo eles estas cousas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos irmãos?" (At 2. 36, 37).

Em terceiro lugar, enfim, o Espírito Santo convence. Algumas das mais poderosas reuniões de que já participei foram aquelas em que houve uma espécie de quietude sobre o povo e parecia que um poder invisível se apoderava das consciências. Lembro-me de um homem que veio à reunião e no momento em que entrou, sentiu que Deus estava lá. Um senso de reverência veio sobre ele, e naquela mesma hora sentiu convicção e se converteu.

2. Contrição


A próxima coisa é a contrição, o profundo sentimento de tristeza segundo Deus e humilhação de coração por causa do pecado. Se não houver verdadeira contrição, o homem voltará direto para o seu velho pecado. Esse é o problema com muitos cristãos.

Um homem pode sentir raiva e se não houver muita contrição, no dia seguinte sentirá raiva outra vez. A filha pode dizer coisas indignas, ofensivas à sua mãe, e porque sua consciência lhe perturba ela diz: "Mãe, sinto muito. Perdoe-me".

Mas logo há outro impulso genioso, porque a contrição não foi profunda nem verdadeira. Um marido diz palavras agressivas à sua esposa, e então para aliviar sua consciência, compra um buquê de flores para ela. Ele não quer enfrentar a situação como um homem e dizer que errou. O que Deus quer é contrição, e se não houver contrição, não há arrependimento completo. "Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salvo os de espírito oprimido." "Coração compungido e contrito não o desprezarás, ó Deus." Muitos pecadores lamentam por seus pecados, lamentam por não poderem continuar pecando; mas se arrependem apenas com corações que não estão quebrantados. Não creio que saibamos como nos arrepender atualmente. Precisamos de um João Batista, que ande pelo país, gritando: "Arrependam-se! Arrependam-se!"

3. Confissão de pecado

 

Se tivermos verdadeira contrição, ela nos levará a confessarmos nossos pecados. Creio que nove décimos dos problemas em nossa vida cristã são resultado de não fazermos isso. Tentamos esconder e cobrir nossos pecados. Há muito pouca confissão deles. Alguém disse: "Pecados não confessados na alma são como uma bala no corpo".

 

Se você não tiver poder, talvez seja porque há algum pecado que precisa ser confessado, alguma coisa em sua vida que necessita ser removida. Não importa quantos salmos você cante, ou a quantas reuniões você compareça, ou o quanto você ore e leia a sua Bíblia, nada disso encobrirá esse tipo de problema. 

O pecado deve ser confessado, e se o meu orgulho me impede de confessar, não devo esperar misericórdia de Deus nem respostas às minhas orações. A Bíblia diz: "O que encobre as suas transgressões, jamais prosperará" (Pv 28:13). Pode ser um homem no púlpito, um sacerdote por trás do altar, um rei no trono  não me importo quem ele seja. 

 

O homem está tentando fazer isso há seis mil anos. Adão o tentou e falhou. Moisés o tentou quando enterrou o egípcio que matou, mas falhou. "Sabei que o vosso pecado vos há de achar." Por mais que você tente enterrar o seu pecado, este tornará a aparecer mais cedo ou mais tarde, se não for apagado pelo Filho de Deus. Se o homem nunca conseguiu fazer isso em seis mil anos, é melhor você e eu desistirmos de tentar.

Há três maneiras de se confessar pecados. Todo pecado é contra Deus, e a Ele deve ser confessado. Há pecados que eu não preciso confessar a pessoa alguma no mundo. Se o pecado foi entre mim e Deus, devo confessá-lo sozinho no meu quarto. Não preciso cochichá-lo no ouvido de nenhum mortal. "Pai, pequei contra o céu e diante de Ti." "Pequei contra Ti, contra Ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos."

Mas se fiz algo errado a alguma pessoa, e ela sabe que a prejudiquei, devo confessar o pecado não somente a Deus, mas também a esta pessoa. Se o meu orgulho me impede de confessar meu pecado, não preciso ir a Deus. 

 

Posso orar, posso chorar, mas isso não adiantará. Primeiro confesse àquela pessoa, e depois a Deus, e veja com que rapidez Ele lhe ouvirá e lhe enviará a paz. "Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma cousa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta." (Mt 5: 23, 24). Esse é o caminho bíblico. Há outra classe de pecados que devem ser confessados publicamente. Suponha que fui conhecido como um blasfemador, um alcoólatra ou um depravado.

 

 Se me arrependo de meus pecados, devo ao público uma confissão. A confissão deve ser tão pública quanto foi a transgressão. Muitas vezes uma pessoa dirá algo maldoso a respeito de outra na presença de terceiros, e então tentará apaziguar isso indo somente à pessoa prejudicada. A confissão deve ser feita de forma que todos os que ouviram a transgressão possam ouvir a confissão.

 

Somos bons em confessar o pecado de outras pessoas, mas se experimentarmos um verdadeiro arrependimento ficaremos mais que ocupados cuidando dos nossos próprios pecados. Quando alguém dá uma boa olhada no espelho de Deus, não encontrará ali faltas dos outros; tem coisas demais a ver em si mesmo.

 


"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" ( 1 Jo 1:9 ). Obrigado Senhor pelo Evangelho! Crente, se há algum pecado em sua vida, resolva confessá-lo, e seja perdoado. Não deixe nenhuma nuvem entre você e Deus. Garanta o seu título para a mansão que Cristo foi preparar para você.

4. Conversão

 

A confissão leva à verdadeira conversão, e não pode haver uma verdadeira conversão, até que se tenha dado esses três passos.

Agora a palavra conversão significa duas coisas. Dizemos que uma pessoa é "convertida" quando nasce de novo. Mas conversão também tem um significado diferente na Bíblia. Pedro disse: "Arrependei-vos... e convertei-vos" (At 3.19). Existe uma versão que traduz assim: "Arrependei-vos e voltai-vos". Paulo disse que não foi desobediente à visão celestial, mas começou a pregar a judeus e gentios para que se arrependessem e se voltassem para Deus. Certo teólogo de outra época disse: "Todos nós nascemos de costas para Deus. O arrependimento é uma mudança de trajetória. É uma volta de cento e oitenta graus."

 

Pecado é afastar-se de Deus. Como alguém disse, é aversão a Deus e conversão para o mundo; enquanto que o verdadeiro arrependimento significa conversão a Deus e aversão ao mundo. Quando há verdadeira contrição, o coração está entristecido por causa do pecado; quando há verdadeira conversão, o coração fica liberto do pecado. Deixamos a velha vida, somos transportados do reino das trevas para o reino da luz. Maravilhoso, não é ?

A não ser que nosso arrependimento inclua essa conversão, não vale muito. Se alguém continua em pecado, é a prova de uma profissão inútil. E como bombear água para fora do navio, sem tampar os vazamentos. Salomão disse: "Se o povo orar... e confessar teu nome, e se converter dos seus pecados..." (2 Cr 6.26).

Oração e confissão não seriam de proveito nenhum enquanto o povo continuasse em pecado. Vamos prestar atenção à chamada de Deus. Vamos abandonar o velho caminho perverso. Voltemos ao Senhor, e Ele terá misericórdia de nós, e ao nosso Deus, porque Ele perdoará abundantemente.

 

5. Confissão de Cristo

 

Se você é convertido, o próximo passo é confessar isso abertamente. Ouça: "Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação" ( Rm 10:9, 10 ).

A confissão de Cristo é o clímax da obra de verdadeiro arrependimento. Devemos isso ao mundo, aos nossos semelhantes cristãos e a nós mesmos. Ele morreu para nos redimir, e podemos estar envergonhados ou com medo de confessá-Lo? A religião como uma abstração, como uma doutrina, tem pouco interesse para o mundo, mas aquilo que as pessoas podem testemunhar da experiência pessoal sempre tem peso.

Ah, amigos, estou tão cansado de cristianismo medíocre. Vamos nos entregar cem por cento por Cristo. Não vamos dar um som inseguro. Se o mundo quer nos chamar de tolos, que o faça. É apenas por um pouco. O dia da coroação está chegando. Graças a Deus pelo privilégio que temos de confessar a Cristo!

Se você saiu da casa do pai e está sofrendo e parece não ver, já está desejando comer as bolotas dos porcos, vivendo uma vida abaixo da média, eu quero te deixar uma palavra, VOLTE PARA CASA.

Hoje é o Dia de Voltar Arrependido para os Braços do Pai. O Mundo: Escraviza, e Mata. JESUS: Restaura, Liberta e Salva.

 

Em breve estaremos de volta dando sequência a esta série de mensagens.

sobre o tema: Os Sete passos do filho pródigo para a vitória