Por Jânio Santos de Oliveira
Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena
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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!
Gênesis 26.12-25.
12 — E semeou Isaque naquela mesma terra e colheu, naquele mesmo ano, cem medidas, porque o SENHOR o abençoava.
13 — E engrandeceu-se o varão e ia-se engrandecendo, até que se tornou mui grande;
14 — e tinha possessão de ovelhas, e possessão de vacas, e muita gente de serviço, de maneira que os filisteus o invejavam.
15 — E todos os poços que os servos de seu pai tinham cavado nos dias de Abraão, seu pai, os filisteus entulharam e encheram de terra.
16 — Disse também Abimeleque a Isaque: Aparta-te de nós, porque muito mais poderoso te tens feito do que nós.
17 — Então, Isaque foi-se dali, e fez o seu assento no vale de Gerar, e habitou lá.
18 — E tornou Isaque, e cavou os poços de água que cavaram nos dias de Abraão, seu pai, e que os filisteus taparam depois da morte de Abraão, e chamou-os pelos nomes que os chamara seu pai.
19 — Cavaram, pois, os servos de Isaque naquele vale e acharam ali um poço de águas vivas.
20 — E os pastores de Gerar porfiaram com os pastores de Isaque, dizendo: Esta água é nossa. Por isso, chamou o nome daquele poço Eseque, porque contenderam com ele.
21 — Então, cavaram outro poço e também porfiaram sobre ele. Por isso, chamou o seu nome Sitna.
22 — E partiu dali e cavou outro poço; e não porfiaram sobre ele. Por isso, chamou o seu nome Reobote e disse: Porque agora nos alargou o SENHOR, e crescemos nesta terra.
23 — Depois, subiu dali a Berseba,
24 — e apareceu-lhe o SENHOR naquela mesma noite e disse: Eu sou o Deus de Abraão, teu pai. Não temas, porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua semente por amor de Abraão, meu servo.
25 — Então, edificou ali um altar, e invocou o nome do SENHOR, e armou ali a sua tenda; e os servos de Isaque cavaram ali um poço.
Nós estamos de volta para dar continuidade a série "Os Patriarcas" nesta nova sequência estaremos falando sobre o segundo deles que é Isaque. Inicialmente apresentaremos a sua biografia. Vamos ao estudo!
O caráter de uma pessoa é demonstrado por suas atitudes, testemunho e práticas. Isaque é um personagem da Bíblia que tem grande significado para a história do povo de Israel. Seu nome foi dado por Deus mesmo antes do seu nascimento conforme Gênesis 17.19. O significado de seu nome é interessante: quer dizer “aquele que ri” ou “ele ri”, em alusão à reação de seu pai e de sua mãe, quando o anjo anunciou seu nascimento, sendo seus pais de idade avançadíssima.
O caráter de uma pessoa é demonstrado por suas atitudes, testemunho e práticas. Isaque é um personagem da Bíblia que tem grande significado para a história do povo de Israel. Seu nome foi dado por Deus mesmo antes do seu nascimento conforme Gênesis 17.19. O significado de seu nome é interessante: quer dizer “aquele que ri” ou “ele ri”, em alusão à reação de seu pai e de sua mãe, quando o anjo anunciou seu nascimento, sendo seus pais de idade avançadíssima.
I. Isaque foi o filho da promessa.
1. Promessa de Deus a Abrão. Para entender o caráter de Isaque, é importante conhecer a história que moldou sua personalidade e forjou o seu caráter. A história de Isaque ocupa nada menos que nove capítulos do livro de Gênesis. Filho de Abraão e Sara, pela lógica humana seu nascimento seria absolutamente impossível. O “filho da promessa” teria nascido “fora de tempo”, na concepção dos homens. Quando Deus chamou Abrão para sair de sua terra e ir para uma terra estranha, fez-lhe promessas gloriosas. Uma delas era que ele seria “uma grande nação”, quando ele tinha 75 anos (Gn 12.2). Abraão já era idoso, e sua esposa estéril. Parecia impossível o casal ter um filho. Quanto mais serem pais de uma grande nação.
2. Seu nascimento, um verdadeiro milagre. Ao ouvir que Sara seria “mãe de nações”, Abraão riu considerando coisa impossível para um homem de 100 anos e uma mulher de 90 (Gn 17.17). Percebendo Deus o pensamento de Abraão lhe fez saber que Ele é Fiel (Gn 17.19). Por ter rido, o nome do menino seria Isaque, que significa “riso” ou “aquele que ri”. Sua mãe, ao saber que teria um filho aos 90 anos (Gn 18.9,10), também não se conteve e, a exemplo do marido, também se riu no seu interior (Gn 18.12). Abraão aos 100 anos, e Sara com 90, foram pais de um lindo bebê, que causou espanto a todos que souberam daquele milagre.
“Idade de Noventa e Nove Anos
Abrão agora estava com noventa e nove anos e Sarai já há muito ultrapassara a idade de ter filhos. Mas treze anos após o nascimento de Ismael e vinte e quatro anos depois da promessa original de Deus, o Senhor apareceu a Abrão com uma mensagem e exigência. (1) Deus se revelou como o ‘Deus Todo-Poderoso’, significando que Ele era onipotente e que nada lhe era impossível. Como Deus Todo-Poderoso, Ele podia cumprir suas promessas, quando na esfera natural tudo dizia ser impossível o seu cumprimento. Então, seria por um milagre que Deus traria ao mundo o filho prometido a Abrão. (2) Deus ordenou que Abrão andasse diante dEle e que fosse ‘perfeito’. Assim como a fé de Abrão foi necessária na efetuação do concerto com Deus, assim também um esforço sincero para agradá-lo era agora necessário, para continuação das bênçãos de Deus, segundo o concerto feito. A fé de Abrão tinha que estar unida à sua obediência (Rm 1.5); senão ele estaria inabilitado para participar dos propósitos eternos de Deus. Noutras palavras, as promessas e os milagres de Deus serão realizados o seu povo busca viver de maneira irrepreensível, tendo o seu coração voltado para Ele”
II. Isaque foi abençoado por Deus.
1. A prosperidade espiritual. Depois da morte de seu pai, já casado com Rebeca, e pai de Esaú e Jacó (Gn 25.19-23), Isaque foi buscar abrigo em Gerar, na terra dos filisteus, para escapar da fome que ocorreu onde morava. Ali, Deus lhe falou que não descesse ao Egito. “... em tua semente serão benditas todas as nações da terra, porquanto Abraão obedeceu à minha voz e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis. Assim, habitou Isaque em Gerar” (Gn 26.4-6).
2. A bênção divina é passada de pai para filho. A bênção de Abraão foi transferida para Isaque, não pela hereditariedade em si, mas pela sua fidelidade a Deus. Seu caráter, demonstrado em sua conduta, agradou a Deus. E ele prosperou espiritualmente.
3. A prosperidade material. “E semeou Isaque naquela mesma terra e colheu, naquele mesmo ano, cem medidas, porque o SENHOR o abençoava” (Gn 26.12). Este é o segredo da vida de Isaque. Ele era abençoado por Deus. Deus dá bênçãos espirituais e também materiais, quando o homem obedece à sua voz. A produção dos seus campos lhe deu cem por cento de colheita (Gn 26.12). É preciso entender que a prosperidade material não é o objetivo da vida cristã, como propalam os adeptos da falsa “teologia da prosperidade”. Mas Deus promete abrir “as janelas do céu” e derramar grande abundância; repreender “o devorador” e fazer as nações perceberem que seu povo é bem-aventurado, para quem é fiel nos dízimos e nas ofertas (Ml 3.10-12).
“Em uma família de poderosos empreendedores, Isaque era do tipo quieto, que cuida apenas de sua vida, até que foi especificamente chamado para agir. Ele foi o filho único e protegido, desde o momento em que Sara se livrou de Ismael, e até que Abraão arranjou seu casamento com Rebeca. Em sua própria família, Isaque tinha a posição patriarcal, mas Rebeca tinha o poder. E em vez de defender suas convicções, Isaque achou mais fácil fazer concessões ou mentir, para evitar confrontos. Apesar desses defeitos, Isaque fazia parte do plano de Deus”
III. O significado de Isaque.
“Isaque
O nome dado por Deus antes do nascimento da criança (Gn 17.19) significa ‘ele ri’, ‘aquele que ri’, ou simplesmente ‘riso’.
Nada é conhecido sobre os dias da infância de Isaque. Em seguida, vemo-lo grande e forte o suficiente para carregar a madeira para o fogo do altar subindo a montanha, não sabendo que ele mesmo seria colocado no altar. A experiência de ter sido amarrado como uma vítima de sacrifício e então liberto pela intervenção divina deve ter afetado profundamente toda a sua vida”.
A Bíblia nos mostra quão importante foi Isaque para história do povo de Deus. O seu nome se inclui entre os três patriarcas mais citados no Antigo Testamento e também no Novo. O Deus de Israel é o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. Que Deus nos abençoe para que nos espelhemos no caráter de Isaque para o fortalecimento da nossa fé no Deus Todo-Poderoso.
IV. Isaque teve um caráter pacífico.
A história de Isaque é a história de Israel. É o marco embrionário de uma nação que se desenvolveu por intermédio de Jacó, filho de Isaque, e de seus doze filhos, posteriormente, doze tribos. A história de Isaque remonta a história de Abraão. As promessas feitas ao pai da fé são as mesmas repetidas a Isaque (26.2-5) e, mais tarde, a Jacó (28.13-15). Os três patriarcas de Israel foram forjados debaixo da mesma promessa: “E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção” (12.2).
O caráter pacífico de Isaque
Um dos traços do caráter de Isaque a chamar atenção quando se estuda o texto bíblico de Gênesis é o pacífico. Isaque foi uma pessoa apaziguadora, buscando evitar os conflitos a fim de ter uma estadia tranquila na terra de Canaã. E importante ressaltar a época que o filho de Abraão viveu. Um período violento, onde as questões eram resolvidas nos termos do “olho por olho” e “dente por dente”.
O texto bíblico de Gênesis narra que Isaque habitou em Gerar e semeou na cidade (Gn 26.6,12). Motivo de o filho de Abraão prosperar abundantemente (26.13,14). Isaque passou a ter muitas ovelhas, vacas, pessoas ao seu serviço, despertando assim inveja nos filisteus. Estes iniciaram um processo de inviabilização aos planos do pai de Jacó. Primeira medida: entulharam os poços abertos nos tempos de Abraão. Segunda: Contenderam com os pastores de Isaque, afirmando que as fontes de águas não pertenciam a eles. Contudo, a reação de Isaque foi pacífica e bem diplomática. Quando os filisteus entulhavam os poços, ele os desentulhava. Quando os filisteus escolhiam uma região para cavar poços, Isaque partia para cavá-los em outro lugar.
V. Isaque foi um homem de oração.
Assim com sua mãe, Sara, a esposa de Isaque era estéril. (25.21) Isso fez com que Isaque orasse especialmente por esta causa. O pacto abraâmico dependia da fertilidade. Isaque orou insistentemente vinte anos por sua esposa. Paulo enfatiza a importância de não abandonar a oração: Perseverai em oração, velando nela com ação de graças; Colossenses 4:2. Ele orou, e quando estava com sessenta anos, sua esposa engravidou de gêmeos. Deus interviu na causa impossível aos homens. Deus interviu em Sara, em Rebeca, em Raquel, na mãe de Sansão, Ana e Isabel, prima de Maria. Ás vezes, Deus fica por detrás das cortinas contemplando nossa determinação e fé, para no momento certo honrar com aqueles que acreditaram no seu poder.
1. O conflito eterno
Havia um conflito no ventre de Rebeca. E Deus lhe respondeu. Talvez foi a primeira mulher que soube antes de nascer, que estava grávida de gêmeos sem ajuda de aparelho de ultra-som.
“E o SENHOR lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas, e um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor.”
Gênesis 25:23
Tanto as linhagens de Abraão-Ismael-Esaú, como Abraão-Isaque-Jacó estavam debaixo da benção divina. Entretanto, os descendentes de Esaú, o filho mais velho (o que contrapõe os costumes da época) serviria à descendência do mais novo, do qual viria o messias. “Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú.” Romanos 9:13 Deus é soberano para escolher a quem Ele quiser.
Esaú era peludo, (hebraico ‘adohmoni, derivada de edom, que tem o mesmo sentido). Jacó, cujo nome significa “suplantador”, e que também pode significar, “que ele(Deus) proteja”.
2. O favoritismo dentro do lar
Amar mais a um do que outro filho pode trazer tragédias ou consequências devastadoras para as descendências. Ser mais ou menos amado do que outro na família impregna traumas de inferioridade ou superioridade na mentalidade das crianças. O casamento planejado nos céus não foi um êxito absoluto na terra por que os esposos falharam.
3. O direito da primogenitura
A) Os filhos primogênitos do sexo masculino (até dos animais) eram consagrados a Deus, enfocando privilégio espiritual. (Ex 22.29).
B) O filho primogênito recebia porção dupla da herança paterna. (Dt 21.17). O que poderia ser vendido ou transferido.
C) Antes do sacerdócio ser oficializado, o primogênito era responsável pelo culto doméstico como sacerdote da família. (Nm 3.12-18;8.18;Gn 27.29)
D) Presumivelmente, era dotado de superioridade política, moral e social na família, a autoridade na família após a morte do pai. (Gn 49.3).
E) O direito de receber a benção superior impetrada pelo pai. E nesse caso, as bênçãos do pacto abraâmico.
Entretanto, Esaú era um homem profano (Hb 12.16), por que não dava valor às coisas espirituais, mas somente às materiais. Quanto perde o homem que troca a sua herança espiritual por um prato de lentilhas! O prazer momentâneo do sexo ilícito, das drogas e do pecado tem saciado a fome de muitos Esaús pelo mundo. Mal se lembram que estão negando uma eternidade de prazer e paz segura nos céus. Este é o proceder do homem natural.
4 . A benção que desperta inveja
O capítulo 26 registra três tentações que Isaque teve que enfrentar: Abandonar a terra prometida em um período de fome, simular que Rebeca não era sua esposa em um momento perigoso, e reagir violentamente à provocação dos filisteus. Da mesma forma que Deus fez com seu pai, Ele permite que ocorra com Isaque a fim de dar-lhe uma oportunidade de demonstrar que cria ele mesmo em Deus. A provação é uma oportunidade para o cristão obter experiência própria com Deus.
Devido a uma fome, Isaque mudou-se com a família para Gerar, território filisteu, e não para o Egito, por que Deus apareceu advertindo para ele não descer para lá. Ele obedeceu, mostrando fé no poder providencial de Deus para não deixá-lo perder toda a riqueza que seu pai havia lhe entregue: “Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas” (Hebreus 11:9). Foi então que Yahweh confirmou seu propósito de cumprir a promessa abraâmica mediante Isaque, repetindo seus termos: “Vou multiplicar a tua descendência como as estrelas dos céus e vou dar à tua descendência todas estas terras; e todas as nações da terra certamente abençoarão a si mesmas por meio de tua descendência.” — Gn 26:1-6; Sal 105:8, 9. Depois da prova Deus o abençoou (26.12,13) o enriquecendo com uma colheita extraordinária. A bênção do SENHOR é que enriquece; e não traz consigo dores. Provérbios 10:22 Isaque ficou rico por que obedeceu a Deus! Ele se tornou grande, e continuou crescendo e ficou grande e depois excessivamente grande. Tão rico que não poderia continuar ali.
Os filisteus eram um povo haviam invadido o Egito no Séc. XII a. C. e que fracassaram com muitas mortes, mas se estabeleceram em Canaã, região que posteriormente passou a se chamar pelos romanos, Palestina por causa deles. Neste território filisteu não muito amigável, Isaque, como Abraão, seu pai, usou de estratégia afirmando que sua esposa era sua irmã. O que veio a ser revelado depois, quando Abimeleque viu Isaque acariciando sua esposa. Isaque falhou, e Deus providenciou uma forma de salvar Rebeca. A graça de Deus se revela nos momentos de nossa fraqueza. Mas, não é motivo para pecarmos.
Depois de certo tempo, a bênção de Deus sobre Isaque tornou-se uma fonte de inveja para os filisteus. Invejavam o sucesso de Isaque, mas não seu trabalho nem sua fé. Horácio dizia: “O invejoso emagrece com a gordura dos outros.” Inveja ou invídia é um sentimento de tristeza perante o que o outro tem e a própria pessoa não tem. Este sentimento gera o desejo de ter exatamente o que a outra pessoa tem (pode ser tanto coisas materiais como qualidades inerentes ao ser).
Foi preciso que ele se mudasse, primeiro para o vale da torrente de Gerar, e daí para Berseba, à beira da árida região do Neguebe.
Dois fatores influenciaram para que Isaque encontrasse águas calmas:
1. Porque ele foi perseguido (12-21).
a. Por ter prosperado: O texto diz que Isaque lançou a semente naquela terra e sua colheita foi de 100 por 1. Deus o abençoou e ele se tornou um riquíssimo fazendeiro dono de ovelhas, bois e grande número de servos.
b. Em terras áridas e homens maus: O lugar em que Isaque estava era terra árida que pertencia a povo sanguinário e invejoso. Poços naquela época era a principal fonte de água para a saciar a sede do povo e dos animais. Achar água era como achar “ouro”. Por isso, sua prosperidade causou inveja àquele povo. Então os homens daquela terra entulharam os poços que seu pai havia cavado no passado e o expulsaram dali.
• Isaque não desanimou. Ele foi para o vale de Gerar, lugar que seu pai também esteve, e além de abrir os poços do pai que tinham sido entulhados, abriu novos poços. O texto diz que “ACHARAM POÇO DE AGUA NASCENTE”. Como é bom achar poço de água nascente.
• O termo Água nascente no original tem a ver com água que da vida. Vida tanto à vegetação do lugar quanto àquele que bebe dela. Ele cavou e achou ali água viva (Gn 26:19). Só que ali no vale de Gerar, após ter provado da água viva Isaque teve o seu primeiro poço tomado pelos inimigos. “ESSA AGUÁ É NOSSA”, disseram eles. Com certeza houve muita discussão por causa do poço. Por isso Isaque chamou o poço de Eseque (contenda).
• Quantas e quantas vezes achamos poços, mas o inimigo vem e toma. Não desanime. Faça como Isaque. Fure outro poço. Em Hb 11.9 diz que tanto Abraão quanto Isaque e Jacó peregrinaram habitando em tendas na terra da promessa como se fosse terra alheia, que não é a sua. Quando se é peregrino e estrangeiro, muitas vezes, não é respeitado. Com Isaque não foi diferente.
• Isaque cavou outro poço: O versículo 21 diz que Isaque mandou seus servos cavar outro poço e como da outra vez os pastores da terra reivindicaram os poços. Por isso a esse poço Isaque deu o nome de Sitna, "inimizade, luta, briga", porque a situação já chegou ás vias de fato, com atos de violência entre os seus pastores e os pastores da região.
• Muitas vezes não somos prudentes e achamos que muitos que nos cercam são “amigos”. Devemos ser prudentes como as serpentes e símplices como a pomba (Mt 10.16). As bênçãos de Deus podem causar - INVEJA - A inveja, por si mesma, nada pode fazer. Porém, quando a inveja é transformada em ação contra o próximo não é o mal acontece. Aí vem a PERSEGUIÇÃO.
O segundo fator que influenciou Isaque encontrar águas calmas foi:
2. Porque ele foi abençoado (22-33).
a. Porque habitou em lugares amplos: Depois de tanta perseguição Isaque deixou aquele lugar, mas não deixou de furar poços. Isaque continuou cavando. O texto diz que: partindo dali, cavou ainda outro poço e por este não houve briga. Enfim Isaque encontro a paz procurada. Então chamou o poço de Reobote (LUGARES AMPLOS), porque ali o Senhor ali iria “alargar suas tendas” e prosperar. Meu amado talvez você ainda não encontrou o seu REOBOTE os seus lugares amplos, aprenda com Isaque não desanime.
b. E o Senhor era com ele: Isaque partiu para Berseba. Ali o Senhor apareceu a ele e confirmou a promessa e que tinha sido feita a seu Pai Abraão. Ali ele levantou um altar a Deus invocou o nome do Senhor e armou a sua tenda.Ali foi procurado por Abimaleque Rei da daquela terra para fazer uma aliança. Pois Abimaleque viu que Deus era com Ele. Ali ele furou o “quarto poço” que se chamou SEBA que significa JURAMENTO.
Cerca de 97 anos atrás Abraão chamou o lugar de "poço do sete", porque ele e ABIMELEQUE PAI fizeram um acordo de amizade e como sinal desse trato, Abraão deu a Abimeleque sete cordeiras; daí o nome do lugar (Gn 21.22-34). Mas agora Isaque acrescentou a que este poço também seria o "poço do juramento", idéia expressa pelo mesmo nome, "Berseba". Berseba = "poço dos sete juramentos"
Jesus disse: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma.” (Mt 11.29).
Isaque demonstrou com sua vida o Sermão da Montanha quase 2.000 anos antes dele ser pronunciado. O crente deve agir com paciência e às vezes perder momentaneamente a fim obter paz com os inimigos para receber as recompensas de Deus posteriormente. De forma, que Isaque saiu de um vale apertado por causa da perseguição para um vale extenso onde poderia crescer ainda mais. É assim que age a mão de Deus! “porém o nosso Deus converteu a maldição em bênção. “ Neemias 13:2
Enquanto ali, os filisteus, anteriormente hostis, vieram tentar obter “um juramento de obrigação”, ou um tratado de paz com Isaque, pois, como reconheceram: “Tu és agora o abençoado de Deus.” Neste local, os homens de Isaque acharam água, e Isaque o chamou de Siba. “É por isso que o nome da cidade é Berseba [que significa “Poço do Juramento; ou: Poço de Sete”], até o dia de hoje.” — Gn 26:7-33.
VI. Cronologia da vida de Isaque.
-1 Promessa de Deus a Abraão: Na verdade Sara, sua mulher, lhe dará um filho, e você lhe chamará Isaque (17.15-19)
Deus escolheu o nome específico: Isaque (= ele riu), em alusão aos risos de incredulidade de Abraão (17.17) e de Sara (18.12,15) e de alegria pelo nascimento de Isaque (21.6-7)
Deus determinou a época exata: “na primavera” (18.10-15; 21.1-3)
0 Nascimento e circuncisão ao 8º dia (21.1-7)
2-3? Festa do desmame e maltrato do irmão mais velho Ismael (13 anos), que é expulso de casa com sua mãe Hagar (21.8-10 cf. Gálatas 4.29)
Rapaz Deus exige de Abraão o sacrifício de Isaque (22) [rapaz, 22.5]
37 Morte de sua mãe Sara (23.1)
40 Casamento com Rebeca, filha do tio Naor (24.67)
60 Nascimento dos filhos gêmeos Esaú e Jacó (25.21-26)
75 Morte do pai Abraão e sepultamento na companhia do irmão Ismael (25.1-11); Isaque é o único herdeiro (25.5)
100? Cego, é enganado por Jacó e lhe dá a bênção do primogênito (27.1-40)
180 Morte em Manre e sepultamento em Macpela pelos filhos Esaú e Jacó (35.27-29; 49.31)
Isaque, o patriarca das promessas cumpridas
Isaque ocupa posição central na aliança entre Deus e os patriarcas.
Gênesis 12.1-3; 17.21; 22.15-18
A aliança inclui tanto a promessa de Deus quanto a obediência do homem.
Isaque demonstra o princípio do sacrifício voluntário.
Religiões da época praticavam o sacrifício humano, mas Deus impediu o sacrifício de Isaque para marcar a diferença da adoração aceitável ao único Deus verdadeiro (cf. Romanos 12.1).
Isaque é um tipo de Cristo em sua morte.
Ele carregou nos ombros a lenha para o holocausto; Cristo carregou sua cruz até o Calvário. Levar a lenha era dever do sacerdote, portanto Isaque foi ao mesmo tempo vítima e sacerdote, prefigurando o trabalho de Cristo na cruz.
Isaque mostra que Deus cumpre as suas promessas. Os quatro elementos da promessa a Abraão (12.1-3) começam a cumprir-se nele: 1) terra - permanece em Canaã após a morte do pai fincando ali as raízes familiares em obediência a Deus; 2) descendentes – continua a linhagem através de Jacó; 3) relacionamento especial com Deus foi temente a Deus e muito abençoado por ele; d) bênção às nações – quando ele morou em Gerar, já aparecem pequenos sinais de bênção para as nações.
Embora não proeminente quanto seu pai ou seu filho, Isaque foi um elo fundamental no desenvolvimento da nação de Israel e no cumprimento da aliança de Deus com Abraão e seus descendentes. Sua história tem muito a nos ensinar.
Isaque, o patriarca “feijão-com-arroz”: ele ensina com a vida
Piedade e paciência: “Certa tarde, saiu ao campo para meditar” (24.63).
Estava meditando no campo quando Rebeca chegou. Foi paciente ao esperar 40 anos até o tempo de Deus para o seu casamento.
Vida de oração: uma característica que se repete na história dos patriarcas é dificuldade das esposas engravidarem. Isaque orou a Deus por Rebeca e Deus respondeu: Esaú e Jacó nasceram depois de uma espera de 20 anos (Gênesis 25).
Obediência e fé: houve fome na terra (Gênesis 26) e Isaque deve ter tido a tentação de ir para o Egito em busca de alimento como seu pai Abraão (12.10). Mas Isaque obedeceu a Deus ficando na terra (26.3) e foi tão abençoado que os filisteus tiveram inveja dele! Depois de um tempo em Gerar, mudou-se para Berseba e novamente Deus lhe confirmou as promessas (26.24): “Eu sou o Deus de seu pai Abraão. Não tema, porque estou com você; eu o abençoarei e multiplicarei os seus descendentes por amor ao meu servo Abraão”.
Fraco e egoísta: fingiu que Rebeca era irmã ao morar em Gerar para defender a pele (26.7), e deixou-a desprotegida, semelhante ao que fez seu pai (no Egito, 12.10-20 e em Gerar, 20.1-18). Deus usou o rei Abimeleque para repreender Isaque (10.8-11). Será que essa atitude causou a espera de 20 anos para o casal ter filhos?
Afinal, quem é o Deus de Isaque?
Experiência dramática com o pai no Monte Moriá (22.7-10)
Oração antes do reencontro com Esaú: “Deus de meu pai Abraão e de meu pai Isaque” (32.9)
O “Temor de Isaque” invocado Jacó no acerto final com o tio Labão (31.42,53).
O Deus de Isaque é...
...o Deus dos que aprendem a confiar nele e em suas promessas, porque Ele é bom, é Senhor da história e não mente;
...o Deus daqueles que aprendem a esperar pacientemente pelo Senhor, e se recusam a trilhar o caminho enganoso e vão das soluções manipuladas e dos resultados instantâneos;
...o Deus dos que em Cristo Jesus começam a usufruir o cumprimento das promessas de Deus nesta terra e receberão infinitamente mais na pátria celestial prometida.
ISAQUE E SEUS ERROS COMO PATRIARCA
Isaque e Família
Gn 25.27-28; Gn 27.1-13
Se formos procurar exemplos bíblicos sobre relacionamento familiar, praticamente só encontraremos no Velho Testamento.
Detalhe interessante: os exemplos são quase todos negativos. Estão lá para que aprendamos como não fazer - o que é tão importante quanto bons exemplos.
Vejamos o caso de Isaque, Rebeca e os dois filhos, Esaú e Jacó (gêmeos).
Gênesis 25.27-28 – Cresceram os meninos. Esaú saiu perito caçador, homem do campo; Jacó, porém, homem pacato, habitava em tendas. Isaque amava a Esaú, porque se saboreava de sua caça; Rebeca, porém, amava a Jacó.
Grande diferença de personalidade e gostos pessoais entre os dois irmãos. Esaú: caçador, homem do campo. Jacó: pacato, fazedor de tendas.
Isaque amava mais a Esaú pois gostava de comer o que ele caçava.
E Rebeca amava mais a Jacó - não diz o motivo (talvez por ser mais pacato, tinha mais contato).
O fato desse detalhe ter sido registrado, mostra que deveria ser muito forte a diferença no relacionamento entre Isaque e os dois filhos, assim como de Rebeca também.
Um era o "queridinho" do pai, outro da mãe. E aqui está o erro básico, de onde tudo se originou.
Não deve haver diferença no tratamento entre os filhos, no sentido de ser mais favorável, dar mais, dedicar-se mais. Precisa haver justiça, igualdade no amor, na dedicação.
Duas observações:
1) Simpatia pessoal é outra questão. E normal, mas deve ser mantida com discrição e não deve afetar o tratamento;
2) O método de disciplinar e corrigir pode variar conforme a personalidade (exemplo: um precisa de surra; outro só de olhar).
Mas nada disso implica em tratamento diferente, no sentido em que já comentei.
No caso de Isaque, o v. 28 sugere que Isaque abertamente dava preferência a Esaú e Rebeca a Jacó. No capítulo 27, a sugestão bíblica se transforma em certeza.
Gênesis 27.1-13 – Tendo-se envelhecido Isaque e já não podendo ver, porque os olhos se lhe enfraqueciam, chamou a Esaú, seu filho mais velho, e lhe disse: Meu filho! Respondeu ele: Aqui estou! Disse-lhe o pai: Estou velho e não sei o dia da minha morte. Agora, pois, toma as tuas armas, a tua aljava e o teu arco, sai ao campo, e apanha para mim alguma caça, e faze-me uma comida saborosa, como eu aprecio, e traze-ma, para que eu coma e te abençoe antes que eu morra. Rebeca esteve escutando enquanto Isaque falava com Esaú, seu filho. E foi-se Esaú ao campo para apanhar a caça e trazê-la. Então, disse Rebeca a Jacó, seu filho: Ouvi teu pai falar com Esaú, teu irmão, assim: Traze caça e faze-me uma comida saborosa, para que eu coma e te abençoe diante do SENHOR, antes que eu morra. Agora, pois, meu filho, atende às minhas palavras com que te ordeno. Vai ao rebanho e traze-me dois bons cabritos; deles farei uma saborosa comida para teu pai, como ele aprecia; levá-la-ás a teu pai, para que a coma e te abençoe, antes que morra. Disse Jacó a Rebeca, sua mãe: Esaú, meu irmão, é homem cabeludo, e eu, homem liso. Dar-se-á o caso de meu pai me apalpar, e passarei a seus olhos por zombador; assim, trarei sobre mim maldição e não bênção. Respondeu-lhe a mãe: Caia sobre mim essa maldição, meu filho; atende somente o que eu te digo, vai e traze-mos.
O restante todos conhecem: Jacó, com a ajuda da mãe, enganou Isaque e roubou a bênção de Esaú.
Esaú chegou depois, tentou ser abençoado e não conseguiu. O que ouviu foi uma dura previsão contra ele. Chorou muito e ficou com ódio do irmão, jurando matá-lo quando Isaque morresse.
VII. As lições sobre a integridade de Isaque.
1. Um homem esforçado e trabalhador. A prosperidade que Deus concedeu a Isaque chamou a atenção dos filisteus. A bênção de Deus era tão grande que incomodava os filisteus (Gn 26.15,16). Há pessoas a quem Deus abençoa e os adversários ficam com inveja, desejando o mal aos servos de Deus. Mas a maldição não alcança os que são fiéis a Deus. Balaão foi convocado para amaldiçoar os filhos de Israel. Mas não conseguiu. “Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa?” (Nm 23.8). Deus converteu a maldição em bênção (Ne 13.2 b; Pv 10.22).
2. O caráter pacífico de Isaque. Ao sofrer terrível oposição dos invejosos e ser aconselhado a sair do lugar onde prosperara, Isaque não fez questão alguma. Foi habitar “no vale de Gerar” (Gn 26.17). Honrando o nome e a memória do seu pai, Isaque reabriu os poços que seu pai abrira e foram tapados pelos filisteus, e chamou os poços com os mesmos nomes dados por Abraão (Gn 26.18). Os pastores de Gerar questionaram os outros poços que Isaque abrira, mas ele não os confrontou (Gn 26.19,21).
3. Um caráter resiliente. Após perder a posse de dois poços, Isaque não desistiu. Mais do que resistente, ele foi resiliente. Soube enfrentar as oposições sem se exasperar. Soube praticar a longanimidade (Gl 5.22). Continuou mandando abrir poços: “E partiu dali e cavou outro poço; e não porfiaram sobre ele. Por isso, chamou o seu nome Reobote e disse: Porque agora nos alargou o Senhor, e crescemos nesta terra” (Gn 26.22, 23). Era o “poço do alargamento” concedido por Deus. Livre da contenda, Isaque “subiu dali a Berseba” (Gn 26.28,29). Ali, Isaque e Abimeleque, rei de Gerar, fizeram um juramento de que seriam amistosos. Daí, Berseba significar “juramento”, ou “poço do juramento”. Em meio a essas experiências, “... apareceu-lhe o SENHOR naquela mesma noite e disse: Eu sou o Deus de Abraão, teu pai. Não temas, porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua semente por amor de Abraão, meu servo” (Gn 26.24).
4. Obediência e submissão. Certamente, esses são os aspectos mais marcantes do caráter de Isaque. Ele soube honrar seu pai e sua mãe, como manda o Senhor (Êx 20.12). A prova mais eloquente desse caráter foi demonstrada, quando Deus falou com Abraão e ordenou que ele oferecesse o seu filho em holocausto (Gn 22.2). Isaque foi amarrado sobre o altar para o sacrifício, e não se rebelou. Mas obedeceu. Submeteu-se à vontade do pai. Deus não permitiu que Abraão o imolasse. E proveu um cordeiro para ser oferecido em seu lugar (Gn 22.11-13). Uma figura de Cristo oferecido em nosso lugar como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Deus aceitou o gesto de Abraão como realizado pela fé (Hb 11.17-19).
Uma lição para hoje
Num tempo onde muitos não têm paciência para ouvir o outro, muito menos absorver o desaforo do outro, embora a sociedade ocidental do século XXI tenha muito bem desenvolvida as ideias de direitos humanos, alteridade, dignidade da pessoa humana e integração dos povos, o pacifismo de Isaque se torna uma chamada à Igreja de Deus. Viver de maneira pacífica não significa tolice, mas ter conscientemente um estilo de vida que priorize um coração leve e suave no espírito do Evangelho.
O caráter de uma pessoa é demonstrado por suas atitudes, testemunho e práticas. Isaque é um personagem da Bíblia que tem grande significado para a história do povo de Israel. Seu nome foi dado por Deus mesmo antes do seu nascimento conforme Gênesis 17.19. O significado de seu nome é interessante: quer dizer “aquele que ri” ou “ele ri”, em alusão à reação de seu pai e de sua mãe, quando o anjo anunciou seu nascimento, sendo seus pais de idade avançadíssima.
VIII. Examinemos os erros para aprender com eles.
1. O motivo de Isaque escolher Esaú para abençoar parece que não foi por ser o mais velho (o que seria correto), mas porque gostava mais dele. E um gostar ligado com a comida! A comida da caça de Esaú era tão importante para Isaque que ele chegou ao cúmulo de condicionar a bênção a um bom prato!
Mesmo que fosse por ser mais velho, é bom lembrar que Esaú já havia vendido para Jacó o direito de primogenitura. A bênção já seria de Jacó, de qualquer maneira.
Tudo indica que foi por preferência pessoal mesmo, pura e simples.
2. Rebeca dá um mal exemplo de esposa e de mãe, que proporciona ao próprio filho ser roubado. E mal exemplo como pessoa, com a sua desonestidade.
Errou com relação a todos os envolvidos: o marido e os dois filhos. Veja bem:
* Com relação ao marido: propõe um plano para enganá-lo.
Aplicação: nunca minta, engane ou enrole o seu cônjuge. Use de transparência total.
* Com relação a Esaú: prejudicou o filho, roubando dele. E pior: para favorecer o outro!
Aplicação: os pais têm tanto poder com relação aos filhos e é tão complexo educar, que é fácil prejudicá-los, mesmo sem desejar. Temos de nos vigiar constantemente.
Pior é prejudicar sabendo, planejando.
E pior ainda: prejudicar um para favorecer o outro. Se você já fez isso, talvez tenha marcado o seu filho pelo resto da vida.
* Com relação a Jacó: mostrou protecionismo errado, prejudicial, induzindo-o ao erro.
Aplicação: cuidado com o protecionismo exagerado. Isso gera mais problemas do que soluções. Atrapalha bem mais do que ajuda ao filho.
* Com relação aos dois irmãos entre si: a mãe jogou um contra o outro. Semeou ódio na família.
Aplicação: nunca jogue um filho contra o outro. Semeie a harmonia entre eles, o amor, a paz.
O dever dos pais é jogar água no incêndio, não lenha na fogueira.
3. Jacó: mau exemplo em várias áreas.
* Deveria ter resistido firmemente à ideia maliciosa da mãe.
Mas isso não teria sido desrespeito? Dependendo da forma, não. É ato de amor mostrar o erro e não compartilhar com ele.
Aplicação: não se irrite quando o filho lhe apontar um erro. Mesmo que faça de maneira errada, corrija a forma como ele lhe agiu, mas deixando claro que fez bem a você.
* Enganou o próprio pai.
Ora, se o filho deve honrar o pai, imagine a gravidade do erro de enganar!
Aplicação: nunca deixem de lembrar aos filhos que precisam honrar pai e mãe, respeitar e, enquanto estiverem em casa, obedecer incondicionalmente.
* Roubou a bênção do irmão.
Aplicação: obrigue cada filho a respeitar tudo o que é dos irmãos.
4. Esaú
Nesse caso particular, foi inocente, a vítima.
Mesmo assim, não deveria ter jurado vingança. Vingança pertence a Deus.
Duas coisas bonitas de Esaú:
1) Respeitou a presença do pai, deixando para matar Jacó só quando o pai morresse.
2) Perdoou o irmão, vinte anos depois.
É importante ressaltar que o plano de Deus era que Jacó fosse abençoado. Esaú era um homem profano e desprezou as bênçãos do primogênito. Deus escolheu a Jacó antes de ele nascer.
Mas isso não anula a responsabilidade da família de Isaque de fazer o que era correto.
O fato de Deus se utilizar de erros das pessoas para alcançar Seus objetivos, não significa que essas pessoas estão isentas da culpa e livres dos seus erros.
As observações finais:
a) Estejamos sempre atentos à qualidade dos nossos relacionamentos familiares. O alvo é a perfeição!
b) Lancemos mão da misericórdia de Deus e pedir que Ele ajude nossos maridos/esposas e filhos, não permitindo que nossos erros os prejudiquem. Que Deus diminua os estragos que as nossas falhas provocam nos nossos amados, em casa.
c)Em Berseba, no meio das perseguições, Deus falou com Isaque, e três fatos importantes nós poderemos destacar:
1º Eu sou o Deus de Abraão, teu pai (26.24a). Assim como estive com Abraão, eu estarei contigo!
2º Não temas, porque eu sou contigo(26.24b) Mesmo com tantas oposições, perseguições e dificuldades, não havia motivos para temer. A presença de Deus gera segurança!
3º Abençoar-te-ei e multiplicarei (26.24b). Deus conhece nossas fraquezas e nos lembra de todas as promessas que nos faz, afim de nos fazer reconhecer que nenhuma delas falhará, se levante o que se levantar!
- Sobre a integridade de Isaque.
1. Um homem esforçado e trabalhador. A prosperidade que Deus concedeu a Isaque chamou a atenção dos filisteus. A bênção de Deus era tão grande que incomodava os filisteus (Gn 26.15,16). Há pessoas a quem Deus abençoa e os adversários ficam com inveja, desejando o mal aos servos de Deus. Mas a maldição não alcança os que são fiéis a Deus. Balaão foi convocado para amaldiçoar os filhos de Israel. Mas não conseguiu. “Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa?” (Nm 23.8). Deus converteu a maldição em bênção (Ne 13.2 b; Pv 10.22).
2. O caráter pacífico de Isaque. Ao sofrer terrível oposição dos invejosos e ser aconselhado a sair do lugar onde prosperara, Isaque não fez questão alguma. Foi habitar “no vale de Gerar” (Gn 26.17). Honrando o nome e a memória do seu pai, Isaque reabriu os poços que seu pai abrira e foram tapados pelos filisteus, e chamou os poços com os mesmos nomes dados por Abraão (Gn 26.18). Os pastores de Gerar questionaram os outros poços que Isaque abrira, mas ele não os confrontou (Gn 26.19,21).
3. Um caráter resiliente. Após perder a posse de dois poços, Isaque não desistiu. Mais do que resistente, ele foi resiliente. Soube enfrentar as oposições sem se exasperar. Soube praticar a longanimidade (Gl 5.22). Continuou mandando abrir poços: “E partiu dali e cavou outro poço; e não porfiaram sobre ele. Por isso, chamou o seu nome Reobote e disse: Porque agora nos alargou o Senhor, e crescemos nesta terra” (Gn 26.22, 23). Era o “poço do alargamento” concedido por Deus. Livre da contenda, Isaque “subiu dali a Berseba” (Gn 26.28,29). Ali, Isaque e Abimeleque, rei de Gerar, fizeram um juramento de que seriam amistosos. Daí, Berseba significar “juramento”, ou “poço do juramento”. Em meio a essas experiências, “... apareceu-lhe o SENHOR naquela mesma noite e disse: Eu sou o Deus de Abraão, teu pai. Não temas, porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua semente por amor de Abraão, meu servo” (Gn 26.24).
4. Obediência e submissão. Certamente, esses são os aspectos mais marcantes do caráter de Isaque. Ele soube honrar seu pai e sua mãe, como manda o Senhor (Êx 20.12). A prova mais eloquente desse caráter foi demonstrada, quando Deus falou com Abraão e ordenou que ele oferecesse o seu filho em holocausto (Gn 22.2). Isaque foi amarrado sobre o altar para o sacrifício, e não se rebelou. Mas obedeceu. Submeteu-se à vontade do pai. Deus não permitiu que Abraão o imolasse. E proveu um cordeiro para ser oferecido em seu lugar (Gn 22.11-13). Uma figura de Cristo oferecido em nosso lugar como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Deus aceitou o gesto de Abraão como realizado pela fé (Hb 11.17-19).
Uma lição para hoje
Num tempo onde muitos não têm paciência para ouvir o outro, muito menos absorver o desaforo do outro, embora a sociedade ocidental do século XXI tenha muito bem desenvolvida as ideias de direitos humanos, alteridade, dignidade da pessoa humana e integração dos povos, o pacifismo de Isaque se torna uma chamada à Igreja de Deus. Viver de maneira pacífica não significa tolice, mas ter conscientemente um estilo de vida que priorize um coração leve e suave no espírito do Evangelho.
Em breve estaremos de volta, dando continuidade a esta série sobre os patriarcas, desta vez falando sobre Isaque.
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