Por Jânio Santos de Oliveira
Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena
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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!
Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no Livro do Profeta Isaías 9.6 que nos diz:
Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.
Nós estamos de volta, agora para darmos início a mais uma série de conferências. Desta feita falaremos sobre 5 dos tantos títulos conferidos ao Senhor Jesus, de acordo com a Palavra de Deus. Vamos à matéria.
I. Análise preliminar do texto.
I. Análise preliminar do texto.
A Bíblia diz que um dos títulos do Messias é “Maravilhoso Conselheiro” (Is 9:6). Esse nome significa a grandeza de Cristo em toda Sua sabedoria inigualável para redimir o Seu povo e reinar sobre todas as coisas.
Alguns intérpretes consideram as palavras “maravilhoso” e “conselheiro” de forma separada uma da outra. Mas a melhor tradução certamente é aquela que combinam esses dois adjetivos na formação de um único título. Na verdade a expressão “Maravilhoso Conselheiro” pode ser literalmente traduzida como “maravilha de um Conselheiro”. Então Cristo não é apenas Maravilhoso, e nem somente Conselheiro; mas Ele é Maravilhoso Conselheiro.
Tendo falado da gloriosa luz, e alegria e vitória do povo de Deus, ele agora prossegue para mostrar o chão dela. Nós - Para nós judeus, de quem Cristo nasceu, e para quem ele foi enviado principalmente. Uma criança - O Messias pelo consentimento de intérpretes, não apenas cristãos, mas judaicos: pois assim os antigos médicos hebreus entendiam o lugar, e particularmente os parafrastos dos caldeus; embora os últimos judeus, em oposição a Cristo, o entreguem a Ezequias. Que presunção extravagante, como não tem fundamento neste ou em qualquer outro texto das escrituras, também é totalmente refutada pelos seguintes títulos, que são tais que não podem ser atribuídos a Ezequias sem blasfêmia e sem sentido a qualquer homem mortal, como veremos. Nasce - Ou, deve nascer, como os profetas geralmente falam. O governo - do povo de Deus, a quem ele é dado. Ombros - Sobre ele, ou nas mãos dele. Ele menciona ombros, porque grandes cargas são comumente colocadas nos ombros dos homens. Seu nome - Isso não deve ser tomado como uma descrição de seu nome, mas de sua natureza e qualidades gloriosas. Maravilhoso conselheiro - E assim Cristo é, porque ele tem sido o conselheiro de sua igreja em todas as eras, e o autor e doador de todos aqueles excelentes conselhos entregues não somente pelos apóstolos, mas também pelos profetas, e reunidos e ampliados, e preservou sua igreja, por admiráveis conselhos e métodos de sua providência, e, em uma palavra, tem nele todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento, Colossenses 2: 3 . Poderoso Deus - Este título não pode concordar com nenhum outro homem além de Cristo, que era Deus tanto quanto o homem, a quem é dado o título de Deus ou Jeová, tanto no Antigo como no Novo Testamento. E é uma observação verdadeira, que esta palavra hebraica El nunca é usada no número singular, de qualquer criatura, mas somente do Deus Todo-Poderoso. O pai - o pai da eternidade. Quem, embora como homem ele era então não nascido, ainda era e é de eterno a eterno.
II. Visão panorâmica
Primeira coisa que a pessoa tem que notar quando ler um texto desse é que “Maravilhoso conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade” não é nome, mas significados. Isto é, o nome do Messias teria esses significados.
Nos dias do rei Acaz, após o rei se recusar em fazer um pedido com sinal para Deus, o próprio Deus lhe deu um sinal. Disse que uma virgem conceberia e daria luz a um filho chamado de “Deus conosco” ou “Deus está conosco ” Emanuel. Disse que antes que o menino soubesse desprezar o mal e escolher o bem, a terra seria desamparada pelos dois reis que Acaz temia de medo. Isaías 7:10-16 . Isso quer dizer que nos dias do rei Acaz, do profeta Isaías, também nasceu alguém que foi chamado de “Deus conosco”. Claro que esse acontecimento seria uma figura que se cumpriria no nascimento de Cristo, assim como a morte do cordeiro pascoal na noite em que povo de Israel saiu do Egito, com a proibição da quebra do osso do animal, era uma figura que se cumpriria na morte de Jesus. Alguns acontecimentos e fatos do antigo testamento são figuras que se cumprem no novo testamento.
O sentido de virgem concebendo em Isaías vem da tentativa de mostrar que o menino nasceria de uma mulher que ainda não tinha tido relação e nem filho e não que a mulher ficaria grávida virgem. Ou seja, Deus poderia dizer, por exemplo “ A jovem Isabel, que é virgem, vai conceber um filho que será chamado Emanuel”. É bom mencionar também que esse nascimento não se deu pelo Espírito Santo como no caso de Maria.
Vale lembrar que “Deus conosco” é o significado de Emanuel. Há outros nomes com significados, chamar alguém de Jaziel é a mesma coisa de chamá-lo de “Deus que vê” que é o significado, chamar alguém de Josué e a mesma coisa de chamá-lo de “Deus é minha salvação” que é o significado. É o contexto que indicará a quem o significado se refere a Deus ou a pessoa que assim é chamado. O nome Davi tem o significado de "aquele que é amado ou querido" o nome Gabriel tem o significa de "homem forte de Deus." Fica evidente aí que esses significados só podem ser para a pessoa que assim é chamada.
No entanto, o menino que foi chamado de Deus conosco no contexto do rei Acaz e do profeta Isaías, apresentava um significado que louvava a Deus. O significado não era para ele. Não podemos acreditar que o menino era Deus porque ele foi chamado de Deus conosco. De outro modo, quem é chamado de "Deus que vê" (Jaziel) também seria Deus, o que não teria sentido. Ou pior, teríamos que chamar a cidade de Jerusalém de "Jeová", pois o profeta Jeremias disse que essa cidade seria chamada de "Jeová Justiça nossa" Jeremias 33:16. Já pensou nesse raciocínio, a Cidade foi chamada de Jeová Jutiça nossa porque ela é Jeová, ou seja, vamos a prestar culto a cidade? Claro que não. Nesse caso o significado do chamado não aponta para a Cidade que leva o nome, mas para Deus. A glória de Deus estaria na Cidade.
Assim, os significados do que nos chamam podem ser para nós ou para Deus na forma de louvor. O significado de "Príncipe da paz" ou de "Maravilhoso Conselheiro" pode até se referir ao Messias, porém o significado de "Deus forte" ou o significado de "Pai da Eternidade", dentro do contexto do que a escritura fala sobre o Pai e sobre o Filho, só pode se referir ao Pai mesmo. A falta de conhecimento da cultura judaica leva muitos a errar no texto de Isaías ao dizer, por exemplo, que se ele foi chamado de “Deus forte” é porque ele é Deus forte, se assim fora, o homem que é chamado de “Deus que vê” (Jaziel) é o Deus que vê, o menino, que nasceu na época de Isaias, que foi chamado de "Deus conosco" era o Deus conosco, a Cidade de Jerusalém que foi chamada de Jeová, seria Jeová, o que não é verdade.
III. A Bíblia descreve diversos títulos de Jesus senão vejamos:
- Advogado – 1 Jo 2.1
- Autor da Salvação – Hb 2.10 e 5.9
- Autor e consumador da fé – Hb 12.2
- Bom Pastor – Jo 10.11
- Braço do Senhor – Is 51.9; 53.1
- Cabeça da Igreja – Ef 1.22
- Conselheiro – Is 9.6
- Consolador de Israel – Lc 2.25
- Cordeiro – Jo 1.29; Ap 13.8
- Criador – Jo 1.3
- Cristo de Deus – Lc 9.20
- Deus – Jo 20.28; Rm 9.5
- Deus Poderoso – Is 9.6
- Eleito de Deus – Is 42.1
- Emanuel – Is 7.14
- Estrela da Manhã – Ap 22.16
- Eu Sou – Jo 8.58
- Filho Amado – Mc 1.11
- Filho da Justiça – Ml 4.2
- Filho de Davi – Mt 1.1
- Filho de Deus – Mt 2.15
- Filho de Deus Bendito – Mc 14.61
- Filho do Altíssimo – Lc 1.32
- Filho do Homem – Mt 8.20
- Filho Unigênito – Jo 1.18
- Glória do Senhor – Is 40.5
- Guia – Mt 2.6
- Herdeiro – Hb 1.2
- Homem de Dores – Is 53.3
- Imagem de Deus – 2Co 4.4
- Jesus – Mt 1.21
- Jesus de Nazaré – Mt 21.11
- Juiz de Israel – Mq 5.1
- Justo – At 7.52
- Leão de Judá – Ap 5.5
- Legislador – Is 33.22
- Libertador – Rm 11.26
- Luz do Mundo – Jo 8.12
- Mediador – 1Tm 2.5
- Mensageiro da Aliança – Ml 3.1
- Messias – Jo 1.41
- Nazareno – Mt 2.23
- Pai Eterno – Is 9.6
- Palavra de Deus – Ap 19.13
- Palavra, Verbo – Jo 1.1
- Pão da Vida – Jo 6.35
- Pastor e Bispo – 1Pe 2.25
- Pedra de Esquina – Sl 118.22
- Poderoso – Is 60.16
- Porta – Jo 10.7
- Precursor – Hb 6.20
- Primeiro e Último – Ap 1.5
- Primogênito – Ap 1.5
- Príncipe – Is 55.4
- Príncipe da Paz – Is 9.6
- Príncipe da Vida – At 3.15
- Profeta – Lc 24.19; At 3.22
- Raiz de Davi – Ap 22.16
- Rei – Zc 9.9
- Rei das Nações – Ap 15.3
- Rei dos Judeus – Mt 2.2
- Rei dos Reis – 1Tm 6.15
- Rei dos Séculos – 1Tm 1.17
- Renovo – Is 4.2
- Ressurreição e Vida – Jo 11.25
- Rocha – 1Co 10.4
- Salvação – Lc 1.69
- Salvador – Lc 2.11
- Santo – At 3.14
- Santo de Deus – Mc 1.24
- Santo de Israel – Is 41.14
- Santo Servo – At 4.27
- Semente da Mulher – Gn 3.15
- Senhor da Glória – 1Co 2.8
- Senhor dos Senhores – 1Tm 6.15
- Sol Nascente – Lc 1.78
- Sumo Sacerdote – Hb 4.14
- Supremo Pastor – 1Pe 5.14
- Todo-Poderoso – Ap 1.8
- Verdade – Jo 1.14
- Verdadeira Luz – Jo 1.9
- Vida – Jo 14.6
- Videira Verdadeira – Jo 15.1
- O Cristo – do Grego ‘Christós’ que significa ‘ungido’ – (Mateus 1:16; Mateus 16:16)
- O Cristo do Senhor (Lucas 2:26)
- O Cristo de Deus (Lucas 9:20)
- O Cristo que vos foi destinado (aos Judeus) (Atos 3:20)
- O Messias – do Hebraico ‘Mashiach’ que significa ‘ungido’ – (Salmo 2:2; João 1:41; 4:25-26)
- O Filho (Salmo 2:12)
- O Filho de Deus (Romanos 1:4)
- O Filho do Deus vivo (Mateus 16:16)
- O Filho de Deus que havia de vir ao mundo (João 11:27)
- O Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo e cujos pés são como latão reluzente (Apocalipse 2:18)
- O Filho do Pai (2 João 3)
- O Filho do Bendito (Marcos 14:61)
- O Filho do Altíssimo (Lucas 1:32)
- O amado Filho de Deus, em quem Deus se compraz (Mateus 3:17)
- O Unigênito vindo de junto do Pai (João 1:14), que está no seio do Pai (João 1:18)
- O Senhor (Lucas 24:34 – Grego ‘Kurios’)
- O Senhor Deus, que é, que era e que vem, o Onipotente (Apocalipse 1:8)
- O Senhor da glória (1 Coríntios 2:8; Tiago 2:1)
- O Senhor da paz (2 Tessalonicenses 3:16)
- O Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas (Apocalipse 22:6)
- O Senhor dos senhores (Apocalipse 17:14 e Apocalipse 19:16)
- O Senhor dos mortos e dos vivos (Romanos 14:9)
- O Eterno dos exércitos (Salmo 24:10).
- O Eterno nossa justiça (Jeremias 23:6)
- O Eterno forte e poderoso, o Eterno poderoso na batalha (Salmo 24:8)
- O Eterno, o meu Deus (Zacarias 14:5)
- Deus (Hebreus 1:9 – Grego ‘Theos’ traduzido ‘Deus’)
- Deus bendito eternamente (Romanos 9:5)
- O verdadeiro Deus (1 João 5:20)
- Eu sou (João 8:58)
- Meu Deus (João 20:28)
- O nosso Deus (2 Pedro 1:1)
- O nosso grande Deus (Tito 2:13)
- A imagem de Deus (2 Coríntios 4:4)
- A imagem do Deus invisível (Colossenses 1:15)
- A expressa imagem do ser de Deus (Hebreus 1:3)
- O resplendor da glória de Deus (Hebreus 1:3)
- O Primogênito (de Deus) (Hebreus 1:6)
- O Santo de Deus (João 6:69)
- A Palavra de Deus (Apocalipse 19:13).
- O Servo de Deus (Mateus 12:18; Atos 3:13; Isaías 41:8)
- O santo servo de Deus (Atos 4:30)
- O poder de Deus (1 Coríntios 1:24)
- A sabedoria de Deus (1 Coríntios 1:24)
- A justiça de Deus (Isaías 46:13)
- A salvação de Deus (Lucas 2:30; 3:6; Isaías 46:13)
- O instrumento da salvação de Deus (Isaías 49:6)
- O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29)
- O Eleito de Deus (Lucas 9:35)
- O Anjo do Eterno (Gênesis 16:7)
- O Renovo do Eterno (Isaías 4:2)
- O braço do Eterno (Isaías 53:1)
- O Filho do homem (Mateus 26:24; 24:30)
- O Filho do homem que está no céu (João 3:13)
- O Filho de Davi (Mateus 1:1)
- A raiz e a descendência de Davi (Apocalipse 22:16)
- O Rebento de Davi (Apocalipse 5:5)
- A raiz de Jessé (Isaías 11:10)
- O Filho de Abraão (Mateus 1:1),
- A descendência de Abraão (Gálatas 3:16)
- O Poderoso de Jacó (Isaías 49:26)
- O Santo de Israel (Isaías 54:5)
- O Anjo do pacto (Malaquias 3:1)
- O Anjo da sua face (Isaías 63:9)
- O Amado (Efésios 1:6)
- O caminho, a verdade e a vida (João 14:6)
- A Palavra (João 1:1)
- A Palavra da vida (1 João 1:1)
- O Príncipe da vida (Actos 3:15)
- O pão da vida (João 6:35)
- O pão vivo que desceu do céu (João 6:51)
- O pão de Deus que desce do céu e dá vida ao mundo (João 6:33)
- A luz do mundo (João 8:12)
- A luz dos homens (João 1:4)
- A verdadeira luz que alumia a todo homem (João 1:9)
- A Aurora do alto (Lucas 1:78)
- O autor de uma salvação eterna para todos os que lhe obedecem (Hebreus 5:9-10)
- O mediador do novo pacto (Hebreus 12:24)
- O Salvador do mundo (João 4:42)
- O Cordeiro que foi imolado (Apocalipse 5:12)
- A descendência da mulher (Gênesis 3:15)
- A rocha espiritual que seguia os Israelitas (1 Coríntios 10:4)
- O príncipe dos reis da terra (Apocalipse 1:5)
- O Leão da tribo de Judá (Apocalipse 5:5)
- O Nazareno (Marcos 16:6)
- O profeta de Nazaré da Galileia (Mateus 21:11)
- O profeta que havia de vir ao mundo (João 6:14)
- A glória do teu povo Israel (Lucas 2:32)
- A consolação de Israel (Lucas 2:25)
- A redenção de Jerusalém (Lucas 2:38)
- O Primeiro e o Último, que foi morto e reviveu (Apocalipse 2:8)
- O Libertador (Romanos 11:26)
- O bom pastor (João 10:11)
- O sumo Pastor (1 Pedro 5:4)
- O grande Pastor das ovelhas (Hebreus 13:20)
- A porta das ovelhas (João 10:7) 180. A pedra angular (Mateus 21:42)
- A pedra que os edificadores rejeitaram (Mateus 21:42)
- O fundamento que já está posto (1 Coríntios 3:11)
- A estaca (Zacarias 10:4)
- O arco de guerra (Zacarias 10:4)
- O esposo (Mateus 9:15; João 3:29)
- A cabeça da igreja (Efésios 5:23)
- A cabeça do corpo (Colossenses 1:18)
- A cabeça de todo homem (1 Coríntios 11:3)
- A cabeça de todo principado e potestade (Colossenses 2:10)
- O Salvador do corpo (Efésios 5:23)
- A videira verdadeira (João 15:1)
- A videira (João 15:5)
- O Príncipe da Paz (Isaías 9:6)
- Aquele que nos trará a paz (Miquéias 5:4)
- A rosa de Saron (Cântico dos Cânticos 2:1)
- O Lírio dos vales (Cântico dos Cânticos 2:1)
- A propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo (1 João 2:2)
- A aliança do povo (Isaías 42:6)
- O fim da lei (Romanos 10:4),
- O Sol da justiça (Malaquias 4:2)
- A resplandecente estrela da manhã (Apocalipse 22:16)
- O justo juiz (2 Timóteo 4:8)
- O juiz dos vivos e dos mortos (Atos 10:42)
- O homem que Ele (isto é, Deus) destinou (Atos 17:31)
- A vida eterna (1 João 1:2; 5:20)
- A ressurreição (João 11:25)
- A esperança da glória (Colossenses 1:27)
- A bem-aventurada esperança (Tito 2:13)
- O primogênito entre muitos irmãos (Romanos 8:29)
- O primogênito de toda a criação (Colossenses 1:15)
- O primogênito dentre os mortos (Colossenses 1:18) ou o primogênito dos mortos (Apocalipse 1:5)
- As primícias dos que dormem (1 Coríntios 15:20)
- O Princípio e o Fim (Apocalipse 1:8; 22:13)
- O princípio da criação de Deus (Apocalipse 3:14)
- O primeiro e o último (Apocalipse 22:13)
- O Alfa e o Ômega (Apocalipse 1:8; 22:13)
- A testemunha fiel e verdadeira (Apocalipse 3:14)
- O Amém (Apocalipse 3:14)
- O Vivente (Apocalipse 1:18)
- O Santo (Apocalipse 3:7)
- O justo (Isaías 53:11)
- O Verdadeiro (Apocalipse 3:7)
- O Fiel e Verdadeiro (Apocalipse 19:11)
- O Rei (Mateus 25:34,40
- O Rei que vem em nome do Senhor (Lucas 19:38)
- O Rei dos Judeus (Mateus 27:11)
- O Rei de Israel (João 1:49)
- O Rei da Filha de Sião (João 12:15)
- O Rei da glória (Salmo 24:9)
- O Rei dos reis (Apocalipse 17:14)
- O Apóstolo e o Sumo Sacerdote da nossa profissão de fé (Hebreus 3:1)
- O autor da nossa salvação (Hebreus 2:10)
- O Pastor e Bispo das nossas almas (1 Pedro 2:25)
- Um homem de dores, que sabe o que é padecer (Isaías 53:3)
- Um cordeiro sem defeito e sem mancha, preordenado antes da fundação do mundo, mas manifestado nos últimos tempos por amor de nós (1 Pedro 1:19-20)
- Um chifre de salvação (ou um poderoso salvador) (Lucas 1:69)
- Uma grande luz (Mateus 4:16)
- Um grande profeta (Lucas 7:16)
- Um profeta poderoso em obras e em palavras diante de Deus e de todo o povo (Lucas 24:19)
- Um homem que Deus aprovou entre os Judeus com milagres, prodígios e sinais que Deus por ele fez no meio dos Judeus (Atos 2:22)
- Um firme fundamento (Isaías 28:16)
- Uma pedra angular preciosa (Isaías 28:16)
- Uma pedra provada (Isaías 28:16)
- Uma pedra de tropeço e uma rocha de escândalo (1 Pedro 2:8)
- Um Mestre vindo de Deus (João 3:2)
- Um misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas pertencentes a Deus (Hebreus 2:17)
- Um grande Sumo Sacerdote que penetrou nos céus (Hebreus 4:14)
- Um advogado junto do Pai (1 João 2:1)
- Uma coroa esplêndida (Isaías 28:5)
- Um diadema de honra (Isaías 28:5)
- Um renovo justo (Jeremias 23:5)
- Um renovo de justiça (Jeremias 33:15)
- Um homem que nos disse a verdade que de Deus ouviu (João 8:40)
- Alguém maior do que o templo (Mateus 12:6)
- Um maior do que Salomão (Mateus 12:42)
- Um maior do que Jonas (Mateus 12:41)
- A nossa justiça, santificação e redenção (1 Coríntios 1:30)
- O nosso Senhor (Romanos 5:1)
- O nosso Salvador (Tito 1:4)
- A nossa Páscoa (1 Coríntios 5:7)
- A nossa vida (Colossenses 3:4)
- A nossa esperança (1 Timóteo 1:1)
- A nossa paz (Efésios 2:14)
- Aquele que havia de vir (Romanos 5:14)
- Aquele que veio com água e com sangue (1 João 5:6)
- Aquele que serve (Lucas 22:27)
- Aquele que não conheceu pecado (2 Coríntios 5:21)
- Aquele que o Pai santificou e enviou ao mundo (João 10:36)
- Aquele que Deus enviou (João 3:34)
- Aquele que vem em nome do Senhor (Mateus 23:39)
- Aquele que vem do alto (João 3:31)
- Aquele que vem do céu (João 3:31)
- O que busca a glória daquele que o enviou (João 7:18)
- Aquele que é desprezado pelos homens (Isaías 49:7)
- Aquele que é detestado pela nação (Isaías 49:7)
- Aquele que suportou tal oposição dos pecadores contra si (Hebreus 12:3)
- Aquele que foi apreçado, apreçado pelos filhos de Israel (Mateus 27:9)
- Aquele que será dominador em Israel (Miqueias 5:2)
- Aquele que traspassaram (João 19:37)
- Aquele que Deus ressuscitou (Atos 13:37)
- Aquele que morreu e ressuscitou por nós (2 Coríntios 5:15)
- Aquele que desceu às partes mais baixas da terra (Efésios 4:9)
- Aquele que subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas (Efésios 4:10)
- Aquele que nos ama, e nos libertou (ou lavou) dos nossos pecados com o seu sangue (Apocalipse 1:5)
- Aquele que está em nós (1 João 4:4)
- Aquele que batiza com o Espírito Santo (João 1:33)
- Aquele que nos chamou por sua glória e virtude (2 Pedro 1:3)
- Aquele que semeia a boa semente (Mateus 13:37)
- Aquele que é desde o princípio (1 João 2:13)
- Aquele que cumpre tudo em todos (Efésios 1:23)
- Aquele que tem a chave de Davi, aquele que abre e ninguém fecha, aquele que fecha e ninguém abre (Apocalipse 3:7)
- Aquele que tem na sua destra as sete estrelas, e que anda no meio dos sete castiçais de ouro (Apocalipse 2:1)
- Aquele que tem a espada aguda de dois gumes (Apocalipse 2:12)
- Aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas (Apocalipse 3:1)
- Aquele de quem escreveram Moisés na lei, e os profetas (João 1:45)
- Filho de José (Lucas 3:23)
- O carpinteiro (Marcos 6:3)
- O Filho de Maria (Marcos 6:3)
- O irmão de Tiago e de José, de Judas e de Simão (Marcos 6)
- Jesus de Nazaré (Atos 10:38)
- Nazareno (Mateus 2:23)
- Jesus o Galileu (Mateus 26:69)
- Davi (Ezequiel 37:24)
- Bom Mestre (Marcos 10:17)
- Mestre (Mateus 22:36; 23:10)
- Tudo em todos (Colossenses 3:11)
- Herdeiro de todas as coisas (Hebreus 1:2)
- Pedra viva (1 Pedro 2:4)
- Sumo Sacerdote dos bens futuros (Hebreus 9:11)
- Autor e consumador da fé (ou Capitão e perfeito exemplo de fé) (Hebreus 12:2)
- Senhor do sábado (Lucas 6:5)
- Príncipe e Governador dos povos (Isaías 55:4)
- Testemunha aos povos (Isaías 55:4)
- Ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo, que o Senhor, e não um homem, erigiu (Hebreus 8:2)
- Ministro dos circuncisos (Romanos 15:8)
- Conselheiro (Isaías 9:6)
- Maravilhoso (Isaías 9:6)
- Emanuel (Mateus 1:23-24), que traduzido, quer dizer ‘Deus conosco’
- Pai eterno (Isaías 9:6)
- Deus poderoso (Isaías 9:6)
IV. O governo de Cristo
Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. (Isaías 9.6)
Esta doutrina se refere ao governo de Cristo e serve como ligação entre o aspecto humano e o aspecto divino de Jesus. Em primeiro lugar, este governo possui um aspecto geral e um aspecto particular. O aspecto particular se refere ao governo de Cristo em seu reino, constituído pelos santos, eleitos de Deus, salvos por sua vida, ministério, morte e ressurreição. Digo vida porque o trabalho de Jesus em adquirir redenção para nós não se iniciou quando foi capturado, preso e levado ao Sumo Sacerdote onde foi escarnecido. Pelo contrário, começou desde seu nascimento e sua vida perfeita, sem pecado (Hb 4.15), possibilitou tão grande salvação. O aspecto geral se refere ao governo abrangente de Cristo que indica que ele tem poder para governar e sustentar todas as coisas. Ele é o Deus criador (Jo 1.1-3) e sustenta todas as coisas com seu poder (Hb 1.3). Ele tem poder para criar e para sustentar e nada foge ao seu controle.
O governo não somente está sobre os ombros de Cristo como ele também sustenta este governo. Cristo tem direitos incontestáveis de governo e não há dúvida de que ele governa com sabedoria e que os frutos de seu governo são evidentes. Seu governo será de paz (v.7) e esta não terá fim. Ele tem poder para suportar e sustentar o governo e não é vulnerável às dificuldades como foi Moisés. Para o povo judeu, ninguém foi superior a Moisés, mas diversas vezes vemos Moisés reclamar do fardo que lhe é dado diante de Deus. Cristo, pelo contrário, “quando ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca” (Is 53.7). Cristo suportou a cruz diante da alegria que lhe estava proposta (Hb 12.2). Moisés, diante da alegria que lhe estava proposta de levar o povo a uma terra abençoada que mana leite e mel, se queixa a Deus pelo fardo que lhe foi dado (Nm 11.11,14). Cristo, ao contrário, se compadece de nossas fraquezas (Hb 4.15).
V. As características divinas de Cristo
Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. (Is 9.6)
Existe um caráter progressivo na profecia descrita nesta texto, com uma conclusão perfeita exaltando a magnitude do Messias. Ela começa falando do nascimento de um menino. Em seguida, segue dizendo que não é só um menino, mas sim um filho nos será dado. Não somente um filho, como se fosse qualquer filho, mas O Filho, qualificando o menino como alguém realmente especial, o único Filho de Deus. Não seria um menino como todos os filhos dos homens. Em seguida, sobre este filho, o texto nos diz que ele será rei e governará e será poderoso para sustentar seu governo e isso pode-se entender através da expressão “sobre seus ombros” dando a entender que o Messias tem poder para sustentar tal governo. Além disso, Ele não usará do medo, crueldade, desonestidade, injustiça, aflição e perseguição para governar pois seu governo será de paz e será firmado em justiça para sempre (v.7).
Para aqueles que questionam que este “um filho” é realmente “o filho”, é nítido que o texto não poderia estar se referindo a qualquer filho, haja vista o caráter eterno do reinado. No verso 7, como continuidade da profecia do verso 6, lemos que “do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre.” Será um governo eterno e sem fim e isso não pode ser contemplado por nenhum homem, pois todos os homens morrem, sem exceção alguma. Essa característica do reino de Cristo é conclusiva e eliminatória. Ela é conclusiva no sentido que define o reinado como divino devido à sua eternidade e eliminatório pois todos os homens morrem, o reinando finda e é transferido para outro herdeiro.
Para entender melhor esta doutrina sobre as características divinas de Jesus, é importante analisar em que aspectos esses nomes aqui atribuídos também se relacionam a Deus de forma especial e única, colocando Deus Pai e Deus Filho, Jesus Cristo, no mesmo patamar de igualdade em termos de divindade:
Isaías diz algo mais sobre este menino, Filho e Rei. Ele nos diz como ele será chamado de uma forma especial e diferenciada dos outros meninos, filhos e reis. Entramos aqui na esfera da divindade deste menino, deste Filho e deste Rei. O seu nome também será chamado, Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz. O seu “nome”, não como um nome qualquer, mas como um nome de alguém que possui uma posição de honra. Por isso também é apropriada a tradução de “se chamará” como “será proclamado” dando força à posição de honra do seu nome.
As formas como ele será chamado ou proclamado:
a. Maravilhoso, Conselheiro (ou Maravilhoso Conselheiro). Alguns comentários fazem referência a Maravilhoso e Conselheiro como uma atribuição única, ou seja, Maravilhoso Conselheiro. O Targum, por exemplo, comenta no sentido de “maravilhoso em conselho” o que está em perfeito acordo com Isaías 28.29. Neste caso, comparando Isaías 9.6 com Isaías 28.29, vemos que o profeta classifica o Messias no capítulo 9 verso 6 da mesma maneira que classifica o Deus Jeová no capítulo 28 verso 29, nivelando Jesus, o Messias, e Deus Jeová, o Deus Pai, no mesmo patamar. Deus Jeová é maravilhoso em conselho, ou maravilhoso conselheiro, e assim também é Jesus, o Messias, sem qualquer distinção neste aspecto. E este é um aspecto interessante pois ninguém jamais deu conselhos a Deus como também não encontramos, no Novo Testamento, ninguém aconselhando a Jesus.
Cristo, Deus Filho, e Jeová, Deus Pai, estavam juntos no princípio e por eles foram criadas todas as coisas (Jo 1.1-3). Eles, em conselho, decidiram criar o homem (Gn 1.26) como também estavam juntos em questões da providência (Gn 11.7). Além disso, este título de Maravilhoso Conselheiro também se aplica no relacionamento entre Cristo e seu povo, os crentes em todas as nações. A função de Maravilhoso Conselheiro está em harmonia com sua função sacerdotal e sendo nosso Sumo Sacerdote, Cristo olha para nossas fraquezas, se compadece delas e nos orienta sempre que precisamos. Por isso, diz o autor de Hebreus, que devemos chegar com confiança ao trono da graça (onde Jesus, o Rei está) para que possamos ser orientados por Jesus, o Sumo Sacerdote, e achar graça e misericórdia em momento oportuno (Hb 4.15,16) através de seu maravilhoso conselho. Observe os dois ofícios de Jesus operando em harmonia como profetizado em Zacarias 6.13.
b. Deus Forte. Esta atribuição é chave na confirmação da divindade do Messias, divindade tal como a do Deus Jeová, qualitativamente. A palavra hebraica usada aqui é אל (lê-se ‘el) que é atribuída a Deus Jeová no Antigo Testamento dezenas de vezes.
Por exemplo, quando Abrãao sai para libertar Ló e retorna, Melquisedeque, rei de Salém, vai ao encontro dele e o abençoa dizendo: “E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo(אל), o Possuidor dos céus e da terra; E bendito seja o Deus Altíssimo(אל), que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo” (Gn 14.19,20). A palavra usada por Melquisedeque aqui se referindo ao Deus Altíssimo é a mesma palavra usada por Isaías para dizer que o Messias, Jesus, é Deus Forte. E isso tem grande significado pois classifica o Messias da mesma forma que Jeová é classificado: Deus Altíssimo. Na perspectiva do profeta na há distinção e na perspectiva do Espírito de Deus, que guiou o profeta, também não há distinção. E isso é teologicamente conclusivo porque nenhum profeta das Escrituras produziu sua própria profecia através de sua própria observação e racionalização, como disse o apóstolo em 2 Pedro 1.20,21, “(…) nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”. Como embaixadores de Deus os profetas transmitiram fielmente o que Deus havia lhes ordenado para transmitir. E, como disse o apóstolo, foram “inspirados pelo Espírito Santo” e isso se aplica ao texto em questão. Para o Espírito de Deus, o Deus Filho e tão Deus quando Jeová, Deus Pai; o Espírito chama o Filho de Deus Forte, Deus Altíssimo.
Em outra ocasião, no Salmo 22, um salmo tipicamente messiânico, no verso 1 lemos: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Estas foram uma das frases de Jesus na cruz. O que está acontecendo aqui? Jesus se volta para Deus, o Pai, carregando o fardo dos pecados daqueles que Deus Pai o deu, e diz: “Deus meu, porque me desamparaste”? E quando Isaías usa o mesmo termo para se referir ao Messias, ele está dizendo que o Messias, o Filho, é tão Deus Altíssimo quanto Jeová, o Pai. O Espírito de Deus, por meio de Isaías, atribuiu ao Messias em Isaías 9.6 o mesmo nome que Jesus chamaria o Deus Pai (e chamou) enquanto agonizava na cruz antes de morrer.
Além desses dois exemplos, vários textos podem ser relatados usando a mesma palavra se referindo ao Deus Jeová, mostrando que a forma que Isaías usa para qualificar o Messias como Deus é a mesma forma que vários outros autores usaram para qualificar o Deus Jeová, e o livro de Salmos é rico no uso desta palavra:
“Porque tu não és um Deus(אל) que tenha prazer na iniqüidade, nem contigo habitará o mal.” Salmos 5.4
“Diz em seu coração: Deus(אל) esqueceu-se, cobriu o seu rosto, e nunca isto verá. Levanta-te, SENHOR. O Deus(אל), levanta a tua mão; não te esqueças dos humildes.” Salmos 10.11,12
“Guarda-me, ó Deus(אל), porque em ti confio.” Salmos 16.1
“A voz do SENHOR ouve-se sobre as suas águas; o Deus(אל)da glória troveja; o SENHOR está sobre as muitas águas.” Salmos 29.3
“Nas tuas mãos encomendo o meu espírito; tu me redimiste, SENHOR Deus(אל) da verdade.” Salmos 31.5
Deste modo, por mais que na mente de alguns pensadores, tal equivalência não exista, para uma mente judaica do Antigo Testamento, para o Espírito de Deus e para as Escrituras como um todo, tal equivalência é tão clara quanto o sol do meio-dia.
c. Pai da Eternidade. O texto em Hebraico não traz consigo a palavra “Pai”. Literalmente, a tradução deveria ser “Eterno”. Este atributo reforça o anterior; lhe da mais vigor, apesar do anterior ser suficiente. Assim como Deus Jeová, Jesus também é eterno. Não houve um ponto na história em que foi criado. Novamente, Cristo não passou a existir depois de sua manifestação em carne. Somente algo que já existe pode ser manifestado e Cristo é tão eterno como Deus Jeová. Tanto Deus Jeová (o Pai), quanto Jesus (o Filho) e o Espírito são eternos e não há início para nenhum deles. Sempre existiram. Esta não é uma questão fácil para aqueles que ainda estão mortos em seus delitos e pecados porque na verdade é uma questão de fé e este tipo de fé, que leva o homem a olhar para Deus e crer que ele existe, crer em seu Filho, não é inerente ao próprio homem. Antes, ela possui um autor e um consumador, como diz o autor de Hebreus: “Jesus, o autor e consumador da nossa fé.” A fé salvadora possui um autor e um consumador. Ela não nasce com o homem e portanto não é inerente ao próprio homem nem pode ser desenvolvida pelo homem natural.
O texto também nos diz que Jesus é Pai. Jesus é Pai da Eternidade, mas não é Deus, o Pai, em pessoa. Este ponto demanda esclarecimento. O filho é como o Pai, em termos de divindade, mas não é o Pai como pessoa. Seu o Filho fosse o Pai, isso geraria um sério problema teológico com as palavras de Jesus na crucificação pois Ele clama pelo Deus Pai como se estivesse sozinho ali no Gólgota, e estava. Dizer que Cristo é o Deus Pai seria o mesmo que dizer que Deus Pai foi crucificado com Cristo, o que é um absurdo e as Escrituras nos dizem que foi Cristo quem foi crucificado e não Deus, o Pai (Fp 2.8). Cristo clama pelo Pai (Mt 26.46, Mc 15.34), logo o Pai não pode estar com Cristo ali. Só existe um pai na divindade. Cristo e o Pai são um (Jo 10.30), mas mesmo assim são distintos. São um em termos de divindade, mas são pessoas diferentes com atribuições diferentes dentro da mesma divindade. Cristo, durante sua vida terrena, várias vezes chamou pelo Pai, orou com ele, é nosso advogado, nosso Sumo Sacerdote e intercede a Deus Pai por nós.
O auto de Hebreus nos diz que Cristo é a expressão exata do ser de Deus (Hb 1.3) “o Filho é a perfeita representação do ser de Deus, isto é, Deus imprimiu em seu Filho a forma divina de seu ser. A palavra traduzida como “expressão exata” refere-se a moedas cunhadas que levam a imagem de um soberano ou presidente. Refere-se a uma reprodução precisa do original. O Filho, então, é completamente o mesmo em seu ser como o Pai. No entanto, ainda que uma impressão seja o mesmo que o tipo que faz a impressão, ambos existem separadamente. O Filho, que tem “a mesma marca” da natureza de Deus, não é o Pai, mas procede do Pai e tem uma existência separada. Mas, aquele que vê o Filho, vê o Pai, como Jesus explicou a Felipe (Jo 14.9).”
d. Príncipe da paz. Um governo de paz, este é um dos aspectos do governo de Cristo. Como diz Isaías no verso 7, “do aumento deste principado e da paz não haverá fim”. Um governo eterno e de paz eterna. Ele é chamado de Príncipe em outras partes das Escrituras como em Atos 3.15, “e matastes o Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dentre os mortos, do que nós somos testemunhas”, se referindo a Jesus. Príncipe da vida porque é autor da vida. Algumas traduções trazem Atos 3.15 como “Autor da vida”. Ser príncipe se refere não somente a uma posição de governo e poder, como também à posição de autor. Príncipe da paz, autor da Paz. Príncipe da vida, autor da vida. À parte de Jesus, não há vida, pois ele é a vida (Jo 14.6). À parte de Cristo, homens, mulheres e crianças estão mortos, como disse alguém certa vez, “os homens nascem mortos”.
Cristo é Príncipe da paz em dois sentidos. O primeiro e mais importante é que ele sela paz entre o homem pecador e Deus. As Escrituras nos dizem que do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens (Rm 1.18) como também nos diz que a inclinação da carne é inimizade contra Deus (Rm 8.5). Nós, que um dia andávamos segundo o curso deste mundo, fazendo a vontade da carne e andando em desobediência plena e contínua diante de Deus (Ef 2.1-3), hoje temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 5.1)! Cristo é nossa paz (Ef 2.14)!
Em segundo lugar, Cristo é o Príncipe da paz pois ele remove a barreira de inimizade entre judeus e gentios. Paulo diz aos Efésios que eles, gentios, andavam longe, mas em Cristo Jesus, chegaram perto; e isso também se aplica a nós. Não há mais barreira de separação e em Cristo não há judeu nem grego (Ef 2.14, Gl 3.28). Ambos encerrados na mesma graça salvadora, no mesmo Evangelho, pertencentes ao mesmo Senhor, possuindo um só Espírito, participantes de uma só fé e um só batismo (Ef 4.4,5). Ele é a nossa paz (Ef 2.14)! Não há mais lei cerimonial para perdão e purificação de pecados restringida a um único povo e nação. Na plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho e por meio dele a salvação e purificação de pecados alcança judeus e gentios, não porque Cristo anula a lei cerimonial (como diz o apóstolo em Rm 3.31, “anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei”), pelo contrário, Cristo cumpre a lei cerimonial de forma perfeita e final, de uma vez por todas, alcançando para judeus e gentios, para todos aqueles que creem, eterna redenção, fazendo de todos os crentes, independente de raça, cultura ou nação, um só povo. Ele é capaz de fazer um descendente de Ismael e um descendente de Isaque amigos e irmãos. Ele faz com que Pedro se achegue a Cornélio, um gentio. E é Pedro quem, nesta ocasião, reconhece “que Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo. A palavra que ele enviou aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo (este é o Senhor de todos)” (At 10.34-36). Deus selou a paz conosco por meio de Cristo, que é capaz de trazer para dentro do mesmo aprisco, judeus e gentios. Cristo é o verdadeiro Príncipe da paz e isto é diariamente provado por todos aqueles que participam do seu reino, a saber, todos aqueles que creem no seu nome.
Em breve estaremos de volta dando sequência a esta matéria
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