Por: Jânio Santos de Oliveira
Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena
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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!
O sumário da biografia completa do rei Davi
I. A biografia de Davi.
II. Os talentos de Davi.
III. Davi, um homem segundo o coração de Deus?
IV. O tempo de Deus na vida do rei Davi.
V. As três unções do rei Davi.
VI. As conquistas do rei Davi.
VII. A restauração espiritual de Davi.
VIII . Davi e o preço da negligência na família
IX. Os cinco Gigantes que Davi não Venceu.
X. Não retires de mim o teu Espírito Santo (Sl 51.11).
XI. A Diferença entre Saul e Davi.
XII. A perpetuidade do reinado de Davi.
XIII. Davi, um tipo de Cristo.
Estamos de volta para falar sobre O tempo de Deus na vida do rei Davi. Vamos acompanhar!
Vamos meditar na Palavra de Deus em 2 Samuel 2.1-5 que nos diz:
1 E sucedeu depois disto que Davi
consultou ao SENHOR, dizendo: Subirei a alguma das cidades de Judá? E disse-lhe
o SENHOR: Sobe. E falou Davi: Para onde subirei? E disse: Para Hebrom.
2 E subiu Davi para lá, e também as
suas duas mulheres, Ainoã, a jizreelita, e Abigail, a mulher de Nabal, o
carmelita.
3 Fez também Davi subir os homens que
estavam com ele, cada um com a sua família; e habitaram nas cidades de Hebrom.
4 Então vieram os homens de Judá, e
ungiram ali a Davi rei sobre a casa de Judá. E deram avisos a Davi, dizendo: Os
homens de Jabes-Gileade foram os que sepultaram a Saul.
5 Então enviou Davi mensageiros aos
homens de Jabes-Gileade, para dizer-lhes: Benditos sejais vós do SENHOR, que
fizestes tal beneficência a vosso senhor, a Saul, e o sepultastes!
Uma das grandes lições na história de Davi é a sua paciência para esperar o momento certo de ascender ao trono de Israel. Apesar de ter sido ungido para ser rei sobre Israel quando ainda era bem jovem, Davi esperou aproximadamente entre 15 a 18 anos, para começar a reinar aos 30 anos de idade (2Sm 5.4). Esperar não é uma tarefa fácil, principalmente na atualidade, onde as pessoas vivem sob a pressão do imediatismo. Hoje, tudo tem que ser instantâneo, imediato, até mesmo as bênçãos de Deus. Ninguém quer esperar. Contudo, a lição que extraímos da história do rei Davi nos faz descobrir a importância de ser paciente, e a cooperar com o Espírito Santo enquanto Ele produz este fruto em nós.
Vejamos Eclesiastes 3 (Escrito por Salomão, filho de Davi)1 Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu:
2 há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou;
3 tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar;
4 tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar;
5 tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar;
6 tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora;
7 tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar;
8 tempo de amar de tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz.
Ao estudar a vida de Davi, descubro que ele passou grande parte dela esperando. Ele teve que esperar mais ou menos quinze anos desde que foi ungido por Samuel até se tornar o rei de Judá (conforme está em nosso texto). E teve que esperar mais outros sete anos para ser ungido rei sobre todo Israel. Isso significa que ele esperou mais de vinte anos para ser rei. Como Davi lidou com mais de duas décadas de espera é o tema desta mensagem. Estudar a sua vida durante esse período pode nos ensinar muitas coisas sobre “esperar no Senhor”.
As duas primeiras mensagens em nosso texto enfocaram dois importantes líderes: 1) Abner, primo de Saul e comandante dos exércitos de Saul, de Isbosete, e portanto, de Israel; e 2) Joabe, sobrinho de Davi, irmão de Abisai e Asael e comandante do exército de Davi, o exército de Judá
Deus prepara lentamente Seus planos e Seu povo, extraindo deles o que é melhor. Quase sempre você pode esperar que Deus o fará aguardar, porque Ele tem o que é melhor para você. Ele nunca Se atrasa e, dificilmente, Se apressa. Contudo, posso lhe garantir: quando o plano de Deus é que você espere, Ele vai fazer a espera valer a pena.
Ao estudar a vida de Davi, descobrimos que ele passou grande parte dela esperando. Ele teve que esperar, mais ou menos, quinze anos desde que foi ungido por Samuel até se tornar o rei de Judá. E teve que esperar mais outros sete anos para ser ungido rei sobre todo Israel. Isso significa que ele esperou mais de vinte anos para ser rei.
Devemos começar observando que a promessa feita por Deus a Israel e a Davi levou muito tempo para ser cumprida. Davi se torna rei de Israel depois de uma considerável demora e de muita adversidade. Esse é o tema de 1 Sm 16:1 a 2 Sm 5:5. Esse período da vida de Davi pode ser resumido em duas palavras: “tempo” e “problema”.
A demora para Davi se tornar rei de Israel não é incomum, mas é o jeito típico de Deus cumprir Suas promessas e Seus propósitos. Deus não está com pressa. Ele tem todo o tempo do mundo. Na verdade, Deus é muito maior que o tempo e com certeza não é limitado por ele.
1. Em toda a Bíblia vemos Deus prometendo coisas que os homens precisam esperar para receber:
A. Deus prometeu um filho a Abrão e Sarai, mas eles tiveram de esperar 25 anos para tê-lo.
B. Deus prometeu a Noé que haveria um dilúvio, mas isso demorou muito para acontecer.
C. Deus fez Jacó esperar durante 7 anos para ter a esposa que ele queria.
D. José teve de esperar um tempo considerável para ver seus irmãos e sua família, e não conseguiu voltar para sua terra senão depois de sua morte (seus ossos foram carregados para a terra prometida).
E. Os israelitas tiveram de esperar 430 anos no Egito, antes de voltarem para a terra prometida.
F. O escritor de Hebreus nos conta que todos os santos do Antigo Testamento tiveram de esperar por nós (os gentios) antes de poderem ver o reino prometido (Hb 11:39-40).
G. Durante 2.000 anos os santos têm esperado a volta de nosso Senhor e a vinda do Seu reino.
Esperar é parte do desígnio divino. A espera não é um acidente, é um propósito.
2. Exemplos bíblicos de pessoas que tiveram que esperar em Deus
Também muitas pessoas fracassam na fé e obediência a Deus enquanto esperam: esperar é uma forma de adversidade, uma provação para nossa fé e perseverança.
“Pois que glória há, se, pecando e sendo esbofeteados por isso, o suportais com paciência? Se, entretanto, quando praticais o bem, sois igualmente afligidos e o suportais com paciência, isto é grato a Deus.” (1 Pe 2:20)
Muitas das falhas que vemos na Bíblia estão relacionadas com a espera. Podemos percebê-la desde o princípio, com Adão e Eva. Se atentarmos à história da queda, veremos a tentação de tomar um atalho para alcançar algo que o Senhor estava preparando para eles. O conhecimento do bem e do mal, em si mesmo, não era o problema. Se Adão e Eva iriam se tornar “como Deus” conhecedores do bem e do mal, como, então, isso poderia ser ruim? É ruim ser como Deus? Não é isso o que Deus está fazendo conosco, conformando-nos a imagem de Cristo (Rm 8:29)? Não seremos “como Ele” quando “O virmos como Ele é” (1 Jo 3:2)? Davi não foi elogiado por “conhecer o bem e o mal” (2 Sm 14:17)? Salomão orou pedindo sabedoria para discernir entre “o bem e o mal” (1 Rs 3:9). Os cristãos, pela obediência à Palavra de Deus, “têm a faculdade exercitada para discernir o bem e o mal” (Hb 5:14). Vemos que Deus queria que Adão e Eva tivessem esse conhecimento, mas não pelo meio fácil e rápido de pegar às escondidas o fruto proibido. Não era errado conhecer o bem e o mal, mas sim conhecê-lo de uma forma que Deus havia vetado. Creio que Deus tinha um jeito melhor e mais lento para isso, mas eles preferiram o atalho. Eles não quiseram esperar no Senhor por esse conhecimento.
A. Abraão.
Abraão e Sara tinham de esperar pelo filho prometido e, pelo menos uma de suas falhas foi no campo da paciência, de esperar em Deus pelo cumprimento de Sua promessa. Não foi por isso que Abraão disse ser o damasceno Eliézer, seu herdeiro (Gn 15:2)? Não foi por isso também que Abrão aprovou o conselho de Sara para ter o descendente prometido por meio de sua serva Agar (Gn 16:1-2)?
B. Israel.
Conforme descrito em Êxodo 32, os israelitas pecaram ao fazer o bezerro de ouro. Isso não ocorreu porque eles rejeitaram esperar 40 dias pelo retorno de Moisés do Monte Sinai?
C. Saul.
Em 1 Samuel 13, o pecado de Saul não foi porque ele não quis esperar por Samuel?
D. Os discípulos.
Não estavam os discípulos de nosso Senhor sempre perguntando pela vinda do Seu reino e tentando apressá-la?
E. A igreja de Corinto.
A igreja de Corinto tinha muitos problemas. Um deles era no campo da espera. Eles não podiam esperar que Deus fizesse justiça, por isso, levavam uns aos outros ao tribunal (1 Co 6).
F. Devemos esperar a vinda de Jesus.
Não é de admirar que nosso Senhor tenha dedicado tanto tempo e atenção ensinando a Seus discípulos como se comportar enquanto esperassem Sua volta:
“Ficai também vós apercebidos, porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá. Então, Pedro perguntou: Senhor, proferes esta parábola para nós ou também para todos? Disse o Senhor: Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor confiará os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim. Verdadeiramente, vos digo que lhe confiará todos os seus bens. Mas, se aquele servo disser consigo mesmo: Meu senhor tarda em vir, e passar a espancar os criados e as criadas, a comer, a beber e a embriagar-se, virá o senhor daquele servo, em dia em que não o espera e em hora que não sabe, e castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os infiéis. Aquele servo, porém, que conheceu a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez segundo a sua vontade será punido com muitos açoites. Aquele, porém, que não soube a vontade do seu senhor e fez coisas dignas de reprovação levará poucos açoites. Mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão.” (Lc 12:40-48)
Satanás muitas vezes ataca tentando tirar proveito da demora divina. Satanás tenta tranquilizar a mente do incrédulo mostrando que a demora divina é uma prova de que Deus não sabe, ou não se importa, quando pecamos:
“Amados, esta é, agora, a segunda epístola que vos escrevo; em ambas, procuro despertar com lembranças a vossa mente esclarecida, para que vos recordeis das palavras que, anteriormente, foram ditas pelos santos profetas, bem como do mandamento do Senhor e Salvador, ensinado pelos vossos apóstolos, tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.” (2 Pe 3:1-4)
Satanás procura minar a fé e a obediência dos filhos de Deus enganando-os a respeito do amor divino sempre que Deus demora em atendê-los. Creio que foi isso o que Satanás fez com Adão e Eva no jardim do Éden. Creio também que este seja o cerne da tentação de nosso Senhor no início de Seu ministério terreno. Satanás disse ao Senhor: “Ok, sei que você é o Rei de Deus. Contudo, em vez de negar a si mesmo (obedecendo a Deus e ficando 40 dias e 40 noites sem comer), por que não se serve? Por que não come agora? Por que entrar no seu reino com tanto sofrimento? Por que não me adora e eu lhe dou o reino agora mesmo?” Não é assim que Satanás pensa e age?
Enquanto esperamos, Satanás quer nos fazer acreditar que as promessas de Deus jamais serão cumpridas. Ele procura nos levar a agir independentemente de Deus, conseguindo as coisas por nós mesmos, em vez de esperar que Deus as dê para nós. Satanás procura levantar dúvidas quanto ao amor de Deus, como se Deus estivesse retendo algo bom de nós por pura mesquinharia. Satanás age promovendo a desconfiança em Deus, especialmente, em Sua Palavra. Ele nos leva a desobedecer a Deus e a seguir nosso próprio julgamento. Ele nos incita a aproveitar as ocasiões, usar meios questionáveis e usar os outros como meios de obter aquilo que desejamos.
O tempo de espera no Senhor é o tempo de ter a fé elevada ao limite e a intimidade com Deus reforçada. Já perceberam como muitos Salmos foram escritos em tempos de espera? A pergunta “Até quando?” é encontrada diversas vezes nos salmos – “espera no Senhor”. Davi, muitas vezes, é o autor desses salmos de “espera”. Esperar no Senhor é bom para nós. Esperar nos ajuda a desenvolver a paciência e a tolerância. Faz com que exercitemos nossa fé nas promessas de Deus e ajamos com base na Sua Palavra, não no que vemos ou pensamos. Esperar aumenta nosso apetite pelas coisas maravilhosas que Deus tem reservado para nós. Esperar requer negar os desejos carnais e deixar de lado o desejo de gratificação imediata pelo meio mais fácil. Esperar no Senhor é uma das maneiras de “tomarmos nossa cruz e O seguirmos”.
Esperar no Senhor também pode ser aplicado na pureza sexual. Hoje em dia há muita conversa sobre “sexo seguro” e bem pouca sobre abstinência. Isso acontece, porque esperar pelos prazeres do sexo conjugal é um tabu. A virgindade é desdenhada como se fosse uma maldição, não um presente que um cônjuge oferece ao outro. Esperar no Senhor pelas alegrias e pelos prazeres do sexo conjugal, aumenta a alegria e o prazer desta dádiva, se e quando Deus a der. O que desejo frisar é que a pureza sexual requer espera e a espera é uma boa parte daquilo que a vida cristã requer. Não devemos considerar este assunto como algo que Deus cruelmente retém de nós, mas como um presente muito bom, o qual estamos dispostos a esperar no Senhor para podermos desfrutar plenamente e sem culpa.
Ainda podemos falar que alguns tipos de espera não são cristãs. Muitas vezes temos tendência a esperar quando deveríamos trabalhar e trabalhar quando deveríamos esperar. Não devemos esperar para fazer aquilo que Deus nos ordena a fazer. A espera que agrada a Deus consiste em esperar por suas promessas, que nós mesmos não podemos cumprir sem agir com incredulidade e desobediência à Sua Palavra.
Esperar não é, necessariamente, uma época de passividade. Já reparou no que as pessoas fazem enquanto estão esperando? Algumas não fazem absolutamente nada. Há coisas construtivas que se pode fazer enquanto se espera. Davi esperou mais de 20 anos para reinar sobre todo Israel, mas essa foi uma época bastante ocupada de sua vida. Ele fez muito mais do que simplesmente fugir para se salvar. Ele libertou o povo de Queila (1 Sm 23:1-5) e fez boas coisas para o povo de Judá (1 Sm 30:26-31). Uma das coisas que podemos fazer enquanto esperamos é louvar a Deus e orar, como Davi e outras pessoas fizeram nos salmos. Embora não possamos fazer aquilo que mais desejamos, podemos fazer aquilo que Deus nos dá oportunidade de fazer, enquanto esperamos nEle pelo cumprimento de Suas promessas e de Seus propósitos.
3.A longa espera de Davi depois de ser ungido por Deus Rei de Israel
A Reação De Davi Aos Acontecimentos de 2 Sm2.1- 5:5
Assim é, que Davi é designado substituto de Saul — como futuro rei de Israel — aproximadamente 15 anos antes dos acontecimentos de nosso texto. De humilde pastorzinho, guardador das ovelhas de seu pai, Davi passa a membro estimado da família e da casa de Saul, um homem de grande coragem e feitos militares. Isso não ocasiona a imediata morte de Saul ou a nomeação de Davi como seu substituto. Davi cai no desfavor do rei simplesmente devido à sua confiança em Deus, a sua lealdade ao rei e ao seu sucesso. Ele deixa de ser a “estrela em ascensão” de Israel, com quem todos desejam se associar, e se torna um fugitivo, com quem a maioria dos israelitas tem medo de andar para não incorrer na ira do rei. Davi passa por muitas experiências diferentes, as quais farão dele um rei melhor por tê-las enfrentado. Agora, ele está bem mais preparado para reinar em Israel. No entanto, Deus ainda não está disposto a torná-lo rei. Nesse sentido, Davi é muito parecido com Jacó, que ficou feliz quando conseguiu sua esposa depois de trabalhar para Labão, mas ficou sabendo que ainda tinha outros sete anos de serviço antes de poder ter tudo pelo que tanto esperara. Mesmo depois de ser ungido rei de Judá, Davi ainda tem de esperar mais sete anos inteiros para ser ungido rei de todo Israel. Vamos meditar nos acontecimentos que levaram ao cumprimento da unção profética feita por Samuel muitos anos antes e ver como Davi aprendeu a “esperar no Senhor”.
Após quase 15 anos de espera, a maior parte deles fugindo de Saul, Davi fica sabendo da morte do rei e de seus três filhos. Depois de lamentar suas mortes, Davi consulta o Senhor, procurando saber o que deve fazer em relação à morte de Saul. Deus indica que ele e seus homens devem retornar à cidade de Hebrom, no território de Judá. É lá que os homens daquela tribo ungem Davi como rei de Judá (2 Samuel 2:1-4a).
O primeiro ato de Davi como rei de Judá é descrito em 2:4b-7. Talvez ele esteja procurando mais informações sobre a batalha contra os filisteus e sobre a morte de Saul. De uma forma ou de outra, dizem a ele que os homens de Jabes-Gileade agiram corajosamente resgatando o corpo de Saul, dando-lhe um sepultamento adequado. Davi reage como um rei deve reagir. Ele executa o amalequita que, por sua própria admissão, levantou a mão contra o ungido do Senhor. Agora, ele elogia os homens de Jabes-Gileade por arriscarem a vida para honrar Saul. Os feitos valorosos desses valentes são recompensados com o equivalente à concessão de uma medalha presidencial de honra ao mérito.
Preciso ressaltar também que Davi inclui na mensagem aos homens de Jabes-Gileade que ele foi ungido como rei pelo povo de Judá (2:7). Pode ser que isso seja uma forma indireta de mostrar sua disponibilidade para ser ungido em Israel também. Duvido que esse pensamento seja ofensivo ao povo de Jabes, ou a qualquer pessoa em Israel (exceto Abner - ver 3:17-19). Contudo, Davi não tenta forçar a situação, e realmente nada acontece.
A razão de Davi não ser ungido rei sobre todo Israel é Abner, primo de Saul e comandante das forças armadas de Israel (2:8-11). As ações de Abner sequer têm uma justificativa. Ele sabe que Deus designou Davi como o próximo rei de Israel, e o povo também (3:8-10, 17-19). Por isso, ou ele está tentando evitar ou está tentando retardar o reinado de Davi em lugar de Saul (e dos descendentes deste). Abner instala Isbosete como rei. Poucas pessoas tentariam discutir a questão com ele, um homem pessoalmente intimidador, sem mencionar as forças armadas sob seu comando. Quem ousaria se opor a ele ou a Isbosete?
Davi também não se opõe, não porque esteja com medo, ou porque não seja capaz. Ele não se opõe porque não quer, por princípio. Isbosete é descendente de Saul. Parece que ele adota o princípio estabelecido séculos depois pelo apóstolo Paulo:
“Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação.” (Romanos 13:1-2)
É difícil dizer que Isbosete tenha sido instalado como rei por exigência popular ou por razões e intenções piedosas de Abner. Parece que Abner está buscando seus próprios interesses com a nomeação de Isbosete. Davi, no entanto, admite que o filho de Saul seja de fato o rei e, por isso, que foi Deus, no final das contas, quem o colocou nessa posição de poder e autoridade. Davi não se oporá ao rei, nem mesmo para reinar em seu lugar. Além do mais, Davi fez uma promessa a Saul: a de não eliminar seus descendentes e não apagar seu nome da casa de seu pai. Ele não afastará Isbosete porque não poderá fazê-lo e continuar mantendo a palavra dada a Saul. Eis um homem de princípios, um homem que esperará mais sete anos só para manter sua palavra, só para esperar no Senhor.
Davi não aparece nenhuma vez dos versículos 2:12 a 3:11. Seu nome pode ser mencionado, mas ele não é um dos personagens principais. Os destaques são para Abner, comandante do exército de Israel, e Joabe, um dos homens de Davi e um dos comandantes das forças militares de Judá. Os dois concordam com um “embate” que leva não só 24 combatentes à morte, mas que também acarreta uma guerra declarada entre o povo de Judá e o povo de Israel. Ao que tudo indica, esse embate é totalmente despropositado, uma projeção egocêntrica da competitividade de Abner e Joabe. A guerra se arrasta, minando a unidade de Israel, causando morte e sofrimento desnecessários e culminando com o assassinato de Abner por Joabe.
Em muitos sentidos, esta é uma história bem sórdida. Os dois lados se encontram para um embate e muito sangue é derramado, levando à guerra declarada. Durante a batalha, Asael, irmão de Abisai e Joabe, está nos calcanhares de Abner. Abner não quer matá-lo, mas sabe que o jovem não vai desistir de sua perseguição. Finalmente, depois de não conseguir convencer Asael a deixar seu intento, Abner o mata. Isso não é considerado assassinato, pois é algo que ocorre durante a guerra. É quase um ato em defesa própria, mas Joabe jamais aceitará esse fato. Ele pretende se vingar.
O problema é que Davi e Abner põem fim à guerra. Abner está ficando cada vez mais ousado. Ele sempre foi o verdadeiro poder por trás dos bastidores, mas deixa todos os pretextos de lado quando toma para si a concubina de Saul. Este é um ato simbólico, virtualmente anunciando que ele está assumindo o lugar de Saul (ver I Reis 2:13-25; compare com Gênesis 35:22; 49:3-4). Isbosete considera essa atitude insuportável; por isso, reúne coragem para enfrentar Abner. Quando censurado por Isbosete, Abner explode. Ele acusa Isbosete de ingratidão e lhe diz que é ele, Abner, quem realmente está no comando. E aproveita a oportunidade para mudar de lado. A casa de Davi prevalece cada vez mais sobre a casa de Saul (3:1); na cabeça de Abner, já é tempo de mudar para o lado vencedor. Ele diz a Isbosete que agora vai dar seu apoio a Davi, para torná-lo rei. Abner, o articulador, fez Isbosete rei; agora, fará rei a Davi. Isbosete fica devidamente impressionado e amedrontado. Este é último protesto que fará contra Abner (3:6-11).
Abner, então, vai até Davi e se oferece para torná-lo rei. Ele afirma que está “no comando” e que, na verdade, o país é seu. Se Davi fizer aliança com ele, Abner fará o resto. Ele promete trazer todo Israel a Davi. Parece que, se tivesse vivido, Abner teria cumprido sua promessa. Antes de sua morte, ele se encontra com os líderes de ambos os lados. Em princípio, há um acordo. Tudo o que é preciso fazer é concluí-lo.
A morte “prematura” de Abner dá uma parada brusca nas coisas. Ele iria cumprir o que prometeu a Davi, e o que ele parece ter quase conseguido é subitamente interrompido por sua própria morte. Ele vai a Davi acompanhado de uma delegação. O acordo é feito. O cessar-fogo é declarado e a guerra entre Israel e Judá está formalmente encerrada. Por duas vezes em nosso texto é dito que Abner parte “em paz” (3:22, 23). Para mim, isso quer dizer que a guerra está terminada. Isso significa que Joabe não pode matar Abner de forma legítima; matá-lo agora será assassinato, pois não é mais tempo de guerra (ver I Reis 2:5).
Enquanto Davi está “fazendo a paz” com Abner, Joabe está fora “fazendo a guerra”. Ele conduz uma investida bem sucedida. Não está escrito contra quem é a ofensiva, mas é muito provável que seja contra os israelitas. Ao voltar, ele é informado de que Abner esteve lá, numa reunião com Davi, e que o deixaram ir embora em paz. Joabe fica furioso. Como Davi pode ser tão tolo a ponto de ser enganado por Abner? Será que ele não sabe que isso é um truque? Davi não dá ouvidos a Joabe e, depois de deixar Davi, Joabe manda seus soldados trazerem secretamente Abner à sua presença. Traiçoeiramente, ele dá um jeito de levar Abner a um lugar afastado e o mata.
Quando Davi fica sabendo do assassinato de Abner por Joabe, age com rapidez e determinação. Ele repudia publicamente a atitude de Joabe como algo execrável. Não há desculpas para o que ele fez. Davi condena o assassinato e invoca o juízo divino sobre Joabe e sua família (3:28-29). A seguir, ele lamenta a morte de Abner e cuida para que seu sepultamento seja honroso, mesmo que sua morte não tenha sido (sua morte foi como a de um perverso). Davi não só acompanha o féretro, chorando e entoando um cântico de lamento por Abner, mas também se recusa a comer durante o dia todo. Fica muito claro a todos que Davi não tem participação na morte de Abner. Todos sabem disso e aprovam sua atitude (3:31-39). O relacionamento entre Davi e o povo continua crescendo.
Creio que Deus providencialmente retira Abner de cena para que Davi não se torne rei graças a ele, um articulador, mas sim graças ao Rei Criador. As razões de Abner para trocar sua lealdade de Isbosete para Davi são questionáveis. Em alguns aspectos, parece que ele aborda Davi da mesma maneira que Satanás aborda nosso Senhor em Sua tentação (Mateus 4:1-11, Lucas 4:1-12). Como Satanás, Abner afirma que o reino que está oferecendo é realmente dele (compare 2Samuel 3:12 com Lucas 4:5-7). Abner quer que Davi faça aliança com ele (2 Samuel 3:12), mas quando Davi realmente se torna o rei de todo Israel, ele faz aliança com eles (o povo) “perante o Senhor” (2 Samuel 5:3). De certo modo, vejo a oferta de Abner como um atalho, um caminho mais fácil para aquilo que Deus quer dar a Davi de outro jeito. Se é assim, a morte de Abner, e a consequente demora para Davi se tornar rei, faz sentido.
Quando Davi inicialmente aceita oferta de Abner, ele impõe uma condição: que Mical, sua esposa, lhe seja devolvida (2 Samuel 3:13-15). A primeira esposa oferecida por Saul a Davi foi Merabe, mas Davi não aceitou a oferta. No entanto, a Mical ele aceitou. Ela lhe foi dada e, com certeza, o casamento foi consumado. Entretanto, depois que Davi cai em desgraça com o rei e foge para se salvar, Saul toma Mical e a dá por esposa a um homem chamado Palti ( I Samuel 25:44).
Por que será que Davi quer tanto o retorno de sua esposa? Antes de mais nada, creio que seja por ela ser sua esposa. Davi não a leva junto com ele quando foge de Saul, mas ele se casou e viveu com ela como esposa. O fato de Saul a ter dado a outro homem não significa que ela deixa de ser esposa de Davi. Davi acredita na indissolução do casamento. Ela ainda é sua esposa e ele a quer de volta. Segundo, ele insiste para que Isbosete a devolva para ele. O pai de Isbosete, o rei Saul, tirou Mical de Davi; e já que Isbosete é quem governa em lugar de Saul, que concerte esse erro. Terceiro, se o embate entre os 12 homens de Abner e os 12 de Joabe dá início à guerra, a reunião de Davi e Mical unirá simbolicamente a casa de Davi e a casa de Saul. Davi quer Mical de volta porque ela ainda é sua esposa e ele a ama, e também porque isso é o melhor para seu próprio povo.
Com a morte de Abner, Isbosete perde totalmente a coragem. Se ele mal conseguia enfrentar Abner, enfrentar Davi, então, nem pensar. Agora, ele está por sua própria conta, sabedor de que Abner já instituiu Davi para reinar em seu lugar. Como informa nosso autor, Isbosete fica “tremendo na base” (como a gente costuma dizer) e Israel fica atônito. O que acontecerá agora?
Dois homens acham que são a solução para o problema. Ambos são da tribo de Benjamim e capitães de tropa de Israel (4:2). Seus nomes são Baaná e Recabe, filhos de Rimom. Para deixar as coisas bem claras: Isbosete é apenas um governante interino. Na verdade, ele não consegue governar sozinho, pois Abner era o cérebro e os músculos (soldados) de sua administração fantoche. No entanto, ei-lo aqui, um rei simbólico e fraco, governando uma nação cada vez mais enfraquecida. Davi já foi designado para reinar em todo Israel, e todos sabem disso, mas ninguém sabe como fazer para isso acontecer. E assim, os dois líderes chegam confiadamente à casa do rei em pleno meio-dia, fingindo estar à procura de trigo. O rei está tirando uma soneca quando eles entram no quarto e o matam. A seguir, eles cortam sua cabeça e viajam a noite toda até Hebrom para falar com Davi. Orgulhosamente, eles lhe mostram a cabeça do rei, filho de Saul, “inimigo de Davi”.
Eles não entendem nada. Não entendem a submissão de Davi a Deus e sua recusa em levantar a mão contra o ungido do Senhor (ou mesmo contra alguém feito rei de maneira não tão honrosa). Eles não entendem o amor de Davi por Saul ou seu compromisso de preservar a vida de seus descendentes e honrar seu nome (I Samuel 24:16-22). Eles não ouviram falar, pelas atitudes anteriores de Davi, que ele não está tão ansioso para se sentar trono a ponto tolerar a maldade daqueles que procuram matar o ungido de Deus.
“Porém Davi, respondendo a Recabe e a Baaná, seu irmão, filhos de Rimom, o beerotita, disse-lhes: Tão certo como vive o SENHOR, que remiu a minha alma de toda a angústia, se eu logo lancei mão daquele que me trouxe notícia, dizendo: Eis que Saul é morto, parecendo-lhe porém aos seus olhos que era como quem trazia boas-novas, e como recompensa o matei em Ziclague, muito mais a perversos, que mataram a um homem justo em sua casa, no seu leito; agora, pois, não requereria eu o seu sangue de vossas mãos e não vos exterminaria da terra? Deu Davi ordem aos seus moços; eles, pois, os mataram e, tendo-lhes cortado as mãos e os pés, os penduraram junto ao açude em Hebrom; tomaram, porém, a cabeça de Isbosete, e a enterraram na sepultura de Abner, em Hebrom.” (2 Samuel 4:9-12)
Novamente, Davi não é nenhum oportunista que irá usar de quaisquer meios para assentar-se no trono prometido por Deus. Nem fará vistas grossas quando outros intentarem o mal para facilitar sua ascendência ao trono. Davi é um homem que entende o que significa ser o rei de Deus:
“Nos lábios do rei se acham decisões autorizadas; no julgar não transgrida, pois, a sua boca.” (Provérbios 16:10)
“Assentando-se o rei no trono do juízo, com os seus olhos dissipa todo mal.” (Provérbios 20:8)
“O rei sábio joeira os perversos e faz passar sobre eles a roda.” (Provérbios 20:26)
“tira o perverso da presença do rei, e o seu trono se firmará na justiça” (Provérbios 25:5)
Nos primeiros cinco versículos de 2Samuel 5, Davi é ungido rei de todo Israel. Finalmente! Finalmente mesmo! Tudo começou muitos anos antes, quando Davi ainda devia ser um adolescente. Para seu espanto, e para o de sua família, ele é ungido como o futuro rei de Israel. Quase 15 anos antes de ser ungido rei de Judá, e outros sete de todo Israel. No entanto, agora, finalmente, ele é rei. Na parte final desta mensagem, gostaria de deixar os detalhes de lado e dar uma olhada no cenário mais abrangente dado pelo autor desde I Samuel 16 até 2 Samuel 5.
4. Lições A Serem Aprendidas Com A Demora Do Reinado De Davi
A. Devemos começar observando que a promessa feita por Deus a Israel e a Davi (implícita naépoca em que Davi foi ungido por Samuel) levou muito tempo para ser cumprida. Davi se torna rei de Israel depois de uma considerável demora, e de muita adversidade. Esse é o tema de I Samuel 16:1 a 2 Samuel 5:5. Esse período da vida de Davi pode ser resumido em duas palavras: “tempo” e “problema”.
B.A demora para Davi se tornar rei de Israel não é incomum, mas é o
jeito típico de Deus cumprir Suas promessas e Seus propósitos. Para ser mais sucinto: Deus não está com pressa. Deus tem todo o tempo do mundo. Na verdade, Deus é muito maior que o tempo e com certeza não é limitado por ele. Em toda a Bíblia vejo Deus prometendo coisas que os homens precisam esperar para receber:
• Deus prometeu um filho a Abrão e Sarai, mas eles tiverem de esperar 25 anos para tê-lo.
• Deus prometeu a Noé que haveria um dilúvio, mas isso demorou muito para acontecer.
• Deus fez Jacó esperar durante 14 anos para ter a mulher que ele queria.
• José teve de esperar um tempo considerável para ver seus irmãos e sua família, e não conseguiu voltar para sua terra senão depois de sua morte (seus ossos foram carregados para a terra prometida).
• Os israelitas tiveram de esperar 430 anos no Egito, antes de voltarem para a terra prometida.
• O escritor de Hebreus nos conta que todos os santos do Antigo Testamento tiveram de esperar por nós (os gentios?) antes de poderem ver o reino prometido (Hebreus 11:39-40).
• Durante 2.000 anos os santos têm esperado a volta de nosso Senhor e a vinda do Seu reino.
Esperar é parte do desígnio divino. A espera não é um acidente, é um propósito.
B. Muitas pessoas fracassam na fé e obediência a Deus enquanto esperam: Esperar é uma forma de adversidade, um teste para nossa fé e perseverança.
“Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria. E, se, na verdade, se lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar. Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade.” (Hebreus 11:13-16)
“Pois que glória há, se, pecando e sendo esbofeteados por isso, o suportais com paciência? Se, entretanto, quando praticais o bem, sois igualmente afligidos e o suportais com paciência, isto é grato a Deus.” (I Pedro 2:20)
Muitas das falhas que vemos na Bíblia estão relacionadas a espera. Tenho a impressão de que tudo começou bem no princípio, com Adão e Eva. Quanto mais penso na história da queda, mais concordo com a interpretação que vê a tentação e o pecado como tomar um atalho para alcançar uma coisa boa. O conhecimento do bem e do mal, em si mesmo, não é uma coisa ruim. Se Adão e Eva iriam se tornar “como Deus” conhecendo o bem e do mal, como, então, isso poderia ser ruim? É ruim ser como Deus? Não é isso o que Deus está fazendo conosco, conformando-nos a imagem de Cristo (Romanos 8:29)? Não seremos “como Ele” quando “O virmos como Ele é” (I João 3:2)? Davi não foi elogiado por “conhecer o bem e o mal” (2 Samuel 14:17)? Salomão orou pedindo sabedoria para discernir entre “o bem e o mal” (I Reis 3:9). Os cristãos, pela obediência à Palavra de Deus, “têm a faculdade exercitada para discernir o bem eo mal” (Hebreus 5:14). Creio, no entanto, que Deus queria que Adão e Eva tivessem esse conhecimento, mas não pelo meio fácil e rápido de pegar às escondidas o fruto proibido. Não era errado conhecer o bem e o mal, mas sim conhecê-lo de uma forma que Deus havia proibido. Creio que Deus tinha um jeito melhor e mais lento para isso, mas eles preferiram o atalho. Eles não quiseram esperar no Senhor por esse conhecimento.
Abraão e Sara tinham de esperar pelo filho prometido e, pelo menos uma de suas falhas foi no campo da paciência, de esperar em Deus pelo cumprimento de Sua promessa. Não foi por isso que Abrão disse ser o damasceno Eliézer seu herdeiro (Gênesis 15:2)? Não foi por isso também que Abrão anuiu ao conselho de Sarai para ter o descendente prometido por meio de sua serva Agar (Gênesis 16:1-2)? Conforme descrito em Êxodo 32, os israelitas pecaram ao fazer o bezerro de ouro. Isto não ocorreu porque eles não quiseram esperar 40 dias pelo retorno de Moisés do Monte Sinai? Em I Samuel 13, o pecado de Saul não foi porque ele não quis esperar por Samuel? Não estavam os discípulos de nosso Senhor sempre perguntando pela vinda do Seu reino e tentando apressá-la? Não foi por não quererem esperar, que os onze apóstolos e outras pessoas se adiantaram e elegeram Matias em lugar de Judas, quando Jesus os tinha instruído a esperar “pela promessa do Pai” (Atos 1:4)?
A igreja de Corinto tinha muitos problemas. Um deles era no campo da espera. Eles não podiam esperar que Deus fizesse justiça, por isso, levavam uns aos outros ao tribunal (I Coríntios 6). Eles não podiam esperar pela chegada dos irmãos, por isso se adiantavam e se excediam na comida e na bebida durante as refeições, transformando a Ceia do Senhor numa farsa (I Coríntios 11). Eles não podiam esperar pelo cumprimento das promessas de Deus sobre uma espiritualidade plena, por isso admitiam professores e ensinamentos triunfalistas: você pode ter tudo hoje, não depois.
Não é de admirar que nosso Senhor tenha dedicado tanto tempo e atenção ensinando a Seus discípulos como se comportar enquanto esperassem Sua volta:
“Ficai também vós apercebidos, porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá. Então, Pedro perguntou: Senhor, proferes esta parábola para nós ou também para todos? Disse o Senhor: Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor confiará os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim. Verdadeiramente, vos digo que lhe confiará todos os seus bens. Mas, se aquele servo disser consigo mesmo: Meu senhor tarda em vir, e passar a espancar os criados e as criadas, a comer, a beber e a embriagar-se, virá o senhor daquele servo, em dia em que não o espera e em hora que não sabe, e castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os infiéis. Aquele servo, porém, que conheceu a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez segundo a sua vontade será punido com muitos açoites. Aquele, porém, que não soube a vontade do seu senhor e fez coisas dignas de reprovação levará poucos açoites. Mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão.” (Lucas 12:40-48)
C. Satanás muitas vezes ataca tentando tirar proveito da demora
divina
Satanás tenta tranquilizar a mente do incrédulo mostrando que a demora divina é uma prova de que Deus não sabe, ou não se importa, quando pecamos:
“Amados, esta é, agora, a segunda epístola que vos escrevo; em ambas, procuro despertar com lembranças a vossa mente esclarecida, para que vos recordeis das palavras que, anteriormente, foram ditas pelos santos profetas, bem como do mandamento do Senhor e Salvador, ensinado pelos vossos apóstolos, tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.” (2 Pedro 3:1-4)
Satanás procura minar a fé e a obediência dos filhos de Deus enganando-os a respeito da bondade divina quando Deus demora em atendê-los. Creio que foi isso o que Satanás fez com Adão e Eva no jardim do Éden. Creio também que este seja o cerne da tentação de nosso Senhor no início de Seu ministério terreno. Satanás disse ao Senhor: “Ok, sei que você é o Rei de Deus. Contudo, em vez de negar a si mesmo (obedecendo a Deus e ficando 40 dias e 40 noites sem comer), por que não se serve? Por que não come agora? Por que entrar no seu reino com tanto sofrimento? Por que não me adora e eu lhe dou o reino agora mesmo? Não é assim que Satanás pensa e age?
Enquanto esperamos, Satanás quer nos fazer acreditar que as promessas de Deus jamais serão cumpridas. Ele procura nos levar a agir independentemente de Deus, conseguindo as coisas por nós mesmos, em vez de esperar que Deus as dê para nós. Satanás procura levantar dúvidas quanto a bondade de Deus, como se Deus estivesse retendo algo bom de nós por pura mesquinharia. Satanás age promovendo a desconfiança em Deus, especialmente em Sua Palavra. Ele nos leva a desobedecer a Deus e a seguir nosso próprio julgamento. Ele nos incita a aproveitar as ocasiões, usar meios questionáveis e usar os outros como meios de obter aquilo que desejamos.
D. Tempo de espera no Senhor é tempo de ter a fé é levada ao limite e a intimidade com Deus reforçada.
Já perceberam como muitos Salmos foram escritos em tempos de espera? A pergunta “Até quando...”? é encontrada diversas vezes nos salmos, ou seja, “espera no Senhor”. Davi, muitas vezes, é o autor desses salmos de “espera”. Esperar no Senhor é bom para nós. Esperar nos ajuda a desenvolver a paciência e a tolerância. Faz com que exercitemos nossa fé nas promessas de Deus e ajamos com base na Sua Palavra, não em nossa vista. Esperar aumenta nosso apetite pelas coisas boas que Deus tem reservado para nós. Esperar requer negar os desejos carnais e deixar de lado o desejo de gratificação imediata pelo meio mais fácil. Esperar no Senhor é uma das maneiras de “tomarmos nossa cruz e segui-lO”.
E. Esperar no Senhor também consiste em pureza sexual.
Hoje em dia há muita conversa sobre “sexo seguro” e bem pouca sobre abstinência. Isso acontece porque esperar pelos prazeres do sexo conjugal é um tabu. A virgindade é desdenhada como se fosse uma maldição, não um presente que um cônjuge oferece ao outro. Esperar no Senhor pelas alegrias e pelos prazeres do sexo conjugal aumenta a alegria e o prazer desta dádiva, se e quando Deus a der. O que desejo frisar é que a pureza sexual requer espera e a espera é uma boa parte daquilo que a vida cristã requer. Não devemos considerar este assunto como algo que Deus cruelmente retém de nós, mas como um presente muito bom, o qual estamos dispostos a esperar no Senhor para podermos desfrutar plenamente e sem culpa.
F. Alguns tipos de espera não são cristãs.
Muitas vezes temos tendência a esperar quando deveríamos trabalhar e trabalhar quando deveríamos esperar. Esperar para fazer aquilo que sabemos que é certo, aquilo que Deus nos ordena a fazer, não é uma atitude cristã, é pecado (Tiago 4:17). Esperar para aceitar a salvação e o perdão dos pecados em Jesus é a pior coisa que existe (Hebreus 3:12-15). A espera que agrada a Deus consiste naquela em que Ele fez uma promessa que nós mesmos não podemos cumprir sem agir com incredulidade e desobediência à Sua Palavra.
G. Esperar não é, necessariamente, uma época de passividade.
Já reparou no que as pessoas fazem enquanto estão esperando? Algumas não fazem absolutamente nada. Entretanto, noto que outras (não exatamente homens) fazem crochê ou bordam. Há coisas construtivas que se pode fazer enquanto se espera. Davi esperou mais de 20 anos para reinar sobre todo Israel, mas essa foi uma época bastante ocupada de sua vida. Ele fez muito mais do que simplesmente fugir para se salvar. Ele libertou o povo de Queila (I Samuel 23:1-5) e fez boas coisas para o povo de Judá (I Samuel 30:26-31). Uma das coisas que podemos fazer enquanto esperamos é louvar a Deus e orar, como Davi e outras pessoas fizeram nos salmos. Embora não possamos fazer aquiloque mais desejamos, podemos fazer aquilo que Deus nos dá oportunidade de fazer, enquanto esperamos nEle pelo cumprimento de Suas promessas e de Seus propósitos.
H. Esperar é uma parte significativa da vida de cada um de nós. Quando eu era jovem, mal podia esperar pelo meu 16º aniversário para poder dirigir legalmente. Mal podia esperar para crescer e ter todos os privilégios e liberdades de um adulto. Quando estava namorando, mal podia esperar pelo dia do casamento. Cada um de nós espera uma porção de coisas neste exato momento. Permitam-me citar apenas algumas:
• Nossos jovens esperam para crescer e desfrutar dos direitos, privilégios e responsabilidades da vida adulta. Rebeliões na adolescência e sexo antes do casamento são tentativas de tomar um caminho mais curto que muitas vezes acaba causando um curto-circuito;
• Alguns casais esperam ter filhos. A maioria dos pais tem de esperar pelo menos nove meses para ter um filho, e muitos deles têm de esperar muito mais;
• Muitas pessoas esperam reconhecimento e recompensa por seu trabalho, enquanto outras tomam atalhos para serem promovidas;
• Quase todos os cristãos passam por algum tipo de dor ou sofrimento em que têm de esperar por libertação;
• Todos os cristãos esperam pela salvação de entes queridos, amigos ou parentes;
• Todos nós nos encontramos esperando que Deus mude alguém a quem amamos ou que é próximo a nós;
• Todos esperamos a vinda de nosso Senhor e de Seu reino;
• Por mais estranho que pareça, uma porção de cristãos esperam pela morte. Há aqueles que não conseguirão esperar pelo tempo de Deus e escolherão o suicídio como meio de aliviar sua dor. Outros não conseguem suportar o sofrimento de seus entes queridos e escolhem a eutanásia. Todos conhecemos situações em que desejamos que o Senhor “os leve” ou “nos leve”, mas Deus nos diz para esperar.
I. Finalmente, tenha a certeza de que vale a pena esperar no Senhor. Os planos e as promessas de Deus não são comida de micro-ondas. Deus prepara lentamente Seus planos e Seu povo extraindo deles o que é melhor. Quase sempre você pode esperar que Deus o fará aguardar porque Ele tem o que é melhor para você. Ele nunca se atrasa, mas dificilmente se apressa. Contudo, posso lhe garantir: Quando o plano de Deus é que você espere, Ele vai fazer a espera valer a pena.
5. Compreendendo o tempo de Deus
Chronos (o nosso tempo) – significa o tempo medido em semanas, horas e minutos; o tempo que corre; nós o usamos para alcançar um fim. Queremos o máximo de chronos para fazer o máximo de coisas. Por isso que andamos fisicamente fatigados e emocionalmente estressados.
Kairós (o tempo de Deus) – o momento apropriado para que uma coisa se realize; é o momento indeterminado no tempo em que algo especial acontece; não pode ser medido e sim vivido. O salmista sabia disso, por isso se expressou: “Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite” (Sl 90.4). Muitas vezes queremos que as coisas aconteçam na nossa hora, mas Deus sabe o momento certo para agir na nossa vida.
A. Davi espera o tempo de Deus em meio a ameaça
Davi acaba fugindo de Jerusalém para não ser morto. Começa então uma longa caçada. Saul e seus homens no encalço de Davi, e ele de caverna em caverna por entre os penhascos e vales do sul do país. A hora chega em que Davi cansa do jogo de esconde-esconde e para. Infelizmente, não é para falar com Deus, mas para raciocinar. E a frase maldita se repete: “Disse, porém, Davi consigo mesmo: Pode ser que algum dia venha eu a perecer nas mãos de Saul; nada há, pois, melhor para mim do que fugir para a terra dos filisteus; para que Saul perca de todo as esperanças e deixe de perseguir-me por todos os limites de Israel; assim, me livrarei da sua mão” (I Samuel 27.1). Nada há melhor do que fugir!
B. VIDA E TEMPO – UM MISTÉRIO
A vida é um projeto misterioso criado por Deus, um veículo à disposição do homem que viaja no tempo ao encontro do seu verdadeiro dono, a Eternidade. A teoria da relatividade incluiu o tempo como mais uma medida do universo além das três medidas, altura, largura e profundidade, já conhecidas e propostas pela física. Certas medidas como espaço e velocidade, empurradas para o infinito, estão entre outras no contexto profético da Bíblia, quando fala da multiplicação da ciência e da velocidade nos últimos dias, despertando o homem para valores imensuráveis, até imponderáveis, que inclui talvez o maior mistério e realidade imaterial que é o tempo, que abriga uma pequena referência para o homem e sua temporalidade. Descobrir e viver o tempo é algo muito especial e até particular para muitos que sequer conseguem entender a dinâmica e finalidade de tal medida, vista e analisada no campo da ciência e por vezes no campo espiritual.
C. Uma reflexão sobre o tempo
Nós humanos marcamos horas e anos e queremos que Deus se encaixe em nossas medidas de tempo. Mas “para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia” (2Pedro 3.8). Não podemos nos esquecer de que o nosso “tempo” não está inserido num contexto de eternidade. Deus não mede como nós medimos, e nós não pensamos como Deus pensa. Nossa oração deve ser a de Moisés no Salmo 90.12: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio”, e a de Davi no Salmo 86.11: “Ensina-me, Senhor, o teu caminho”. O tempo é uma das ferramentas mais usadas por Deus na formação de seus filhos. Na espera ele molda o caráter e trabalha as questões como a impaciência, as dúvidas e o desânimo. Cabe a nós acreditar nas habilidades do divino Oleiro, nos entregar a Ele como barro, e esperar o resultado. O vaso não tem o direito de opinar sobre a forma que vai tomar, nem sobre o tempo que vai levar a sua formação.
D. Paciência para vencer o tempo.
A palavra paciência, no original, associa as ideias de longanimidade e serenidade em dimensões divinas. Trata-se de aprender a esperar no Senhor sem perder a esperança, mesmo que ocorram falhas e insucessos. Esta virtude capacita o crente para exercer o domínio próprio diante das provações, ou seja, ele não se precipita em “acertar as contas” ou punir. Ao mesmo tempo, também resiste ao prolongamento de circunstâncias difíceis. É a perseverança ou a habilidade para suportar.
E. A infinidade de Deus
Infinidade, quando aplicada a Deus, significa que Ele é livre, ilimitado, insondável, imensurável, incomparável e incompreensível. Estas são grandes palavras, tanto no tamanho quanto no significado, e palavras grandes são necessárias para a descrição dum tão grande e glorioso Deus. Deus é tão grande que todos os habitantes da terra são comparados ao nada quando colocados ao Seu lado. Daniel 4.35. Deus é infinito em todos os Seus atributos. A infinidade contrasta Deus com Suas criaturas. Deus é infinito; o homem é finito. A infinidade de Deus apresenta-se principalmente em Sua onipresença e Sua eternidade. Deus não é limitado pelo espaço, portanto Ele está em toda parte; nem pelo tempo, portanto Ele é eterno.
“Espera pelo SENHOR, tem bom ânimo, e fortifique-se o teu coração; espera, pois, pelo SENHOR.” – Salmo 27:14
“Mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.” – 1Co 2:9
6. Aprendamos com Davi as seguintes lições:
A. Esperar é uma parte normal da vida cristã.
Seremos tentados a encurtar esta espera, mas ceder seria pecado. Muitas vezes, outras pessoas querem nos ajudar a tomar um atalho. Contudo, precisamos decidir de coração a ser como Davi e esperar no Senhor pelo cumprimento de Seus propósitos e de Suas promessas, no Seu tempo. Tenhamos certeza de que, enquanto esperamos, Deus está operando em nós, preparando-nos para as coisas boas que estão à nossa frente. Não duvidemos de que as veremos. E dediquemo-nos a fazer o bem que conhecemos e que somos capazes de fazer enquanto esperamos.
B. Saber esperar o tempo certo.
O livro de Eclesiastes 3.1 a 10 nos ensina. saber aguardar o momento certo, sem "tramóias" ou manobras políticas é uma virtude que todo homem de Deus precisa aprender. Em determinadas situações, não podemos fazer absolutamente nada, a não ser esperar e confiar que os planos do Eterno jamais poderão ser frustrados. Essa certeza faz com que os servos de Deus esperem com paciência e sem amargura ou dor, naquEle que pode todas as coisas. E Davi não fugiu do teste da paciência para chegar ao trono de Israel. Permaneceu fiel em suas convicções de que Deus trataria com aqueles que o perseguiam e que, no tempo certo, cumpriria sua Palavra.
Esperar é uma parte significativa da vida de cada um de nós. Cada um de nós espera uma porção de coisas neste exato momento.
C. Quando jovens, esperamos para crescer e desfrutar dos direitos, privilégios e responsabilidades da vida adulta.
Rebeliões na adolescência e sexo antes do casamento são tentativas de tomar um caminho mais curto que muitas vezes acabam causando um curto-circuito;
D. Alguns casais esperam ter filhos.
A maioria dos pais tem de esperar, pelo menos, nove meses para ter um filho, e muitos deles têm de esperar muito mais;
E. Muitas pessoas esperam reconhecimento e recompensa por seu trabalho, enquanto outras tomam atalhos para serem promovidas;
F. Quase todos os cristãos passam por algum tipo de dor ou sofrimento em que têm de esperar por libertação;
G. Todos os cristãos esperam pela salvação de entes queridos, amigos ou parentes;
H. Todos nós nos encontramos esperando que Deus mude alguém a quem amamos ou que é próximo a nós;
I. Todos nós esperamos a vinda de nosso Senhor e de Seu reino;
J. Por mais estranho que pareça, uma porção de cristãos esperam pela morte. Há aqueles que não conseguirão esperar pelo tempo de Deus e escolherão o suicídio como meio de aliviar sua dor.
Todos nós conhecemos situações em que desejamos que o Senhor “os leve” ou “nos leve”, mas Deus nos diz para esperar.
7. Aplicando a História à própria vida.
Reflita sobre estes itens:...• Depois da morte de Saul, que obstáculos Davi ainda enfrentou até chegar ao trono?
• Quanto tempo se passou entre a morte de Saul e a coroação de Davi como rei, tanto de Israel como de Judá? Faça uma linha do tempo dos eventos que aconteceram durante esses anos.
• Como você acha que Davi se sentiu durante os anos em que ele lutou uma guerra civil para conquistar o poder sobre todo o país de Israel?
• Como você acha que Davi se sentiu no dia em que ele finalmente foi coroado rei de uma nação unida? O que você acha que ele pode ter dito a Deus em oração naquele dia?
• Que tipo de obstáculos os jovens cristãos enfrentam hoje para chegar aonde Deus deseja?
O que pode estar entre você e o “trono” que Deus planejou para você?
Como você pode lidar com esses tipos de obstáculos?
Apresentando o Contexto e o Cenário A ideia de realeza ainda era nova para a nação de Israel. Na verdade, a ideia de ser uma “nação” também era bastante nova! Davi foi apenas o segundo rei de Israel. Antes da época de Saul, Israel era um ajuntamento de tribos sem um governo central. As únicas figuras reais de poder centralizado e autoridade foram os juízes, profetas e sacerdotes que Deus usou para comunicar Sua palavra ao povo.
Mas os israelitas quiseram um rei. Eles queriam ser uma nação poderosa como os outros países ao redor deles. Embora esse não fosse o plano original de Deus, Ele permitiu que o profeta Samuel ungisse Saul como primeiro rei de Israel. Quando Saul demonstrou ser infiel a Deus, Samuel ungiu Davi — o filho mais novo de uma família pouco conhecida, sem ligação ou direito ao trono — para suceder Saul.
Mas essa promessa levou anos para se cumprir. Inicialmente, Davi era o filho mais novo que ficava em casa enquanto seus irmãos iam para a guerra. Depois, ele foi o jovem herói que matou um gigante; o músico cujas melodias acalmavam os nervos do rei; o melhor amigo do filho do rei; casado com (e depois divorciado da) filha do rei, e finalmente um foragido em fuga, chefe de um grupo de homens sem esperança que viviam em montanhas e cavernas. A juventude de Davi foi repleta de fugas tensas, medidas desesperadas, e ameaça de morte.
A maioria de nós não vive nesse nível de agitação, mas podemos nos identificar com o garoto que foi ungido por Samuel, e que teve que esperar para tornar-se rei. Todos nós temos nossas esperanças e sonhos para o futuro. Deus nos garante que tem um plano para nossa vida; contudo, com frequência não conseguimos enxergar como ele vai se cumprir. Com a história de Davi podemos aprender sobre fé paciente e confiança em Deus.
Em breve estaremos de volta com o seguinte tema: As três unções do rei Davi.
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