Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena
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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!
O sumário da biografia completa do rei Davi
I. A biografia de Davi.
II. Os talentos de Davi.
III. Davi, um homem segundo o coração de Deus?
IV. O tempo de Deus na vida do rei Davi.
V. As três unções do rei Davi.
VI. As conquistas do rei Davi.
VII. A restauração espiritual de Davi.
VIII . Davi e o preço da negligência na família
IX. Os cinco Gigantes que Davi não Venceu.
X. Não retires de mim o teu Espírito Santo (Sl 51.11).
XI. A Diferença entre Saul e Davi.
XII. A perpetuidade do reinado de Davi.
XIII. Davi, um tipo de Cristo.
Estamos de volta para falar sobre As conquistas do rei Davi.
Vamos acompanhar!
1 Samuel 17.43-49.
Vem a mim, e darei a tua carne às aves do céu e às bestas do campo.
45
- Davi, porém, disse
ao filisteu: Tu vens a mim com espada, e com lança, e com escudo; porém eu vou
a ti em nome do SENHOR dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem
tens afrontado.
46
- Hoje mesmo o
SENHOR te entregará na minha mão; e ferir-te-ei, e te tirarei a cabeça, e os
corpos do arraial dos filisteus darei hoje mesmo às aves do céu e às bestas da
terra; e toda a terra saberá que há Deus em Israel.
47
- E saberá toda esta
congregação que o SENHOR salva, não com espada, nem com lança; porque do SENHOR
é a guerra, e ele vos entregará na nossa mão.
48
- E sucedeu que,
levantando-se o filisteu e indo encontrar-se com Davi, apressou-se Davi e
correu ao combate, a encontrar-se com o filisteu.
49
- E Davi meteu a mão
no alforje, e tomou dali uma pedra, e com a funda lha atirou, e feriu o
filisteu na testa; e a pedra se lhe cravou na testa, e caiu sobre o seu rosto
em terra.
Quem lê o capítulo 17 de 1 Samuel,
principalmente os versículos 31 a 50, observa que Davi, ao enfrentar o gigante
filisteu, estava cônscio de que aquele combate não era somente físico, mas
também espiritual. Todo crente fiel enfrenta essa luta contra os poderes do inferno
(Mt 16.18; Ef 6.10-18). A vitória de Davi sobre Golias aponta para a nossa
vitória diária na vida cristã através do Filho de Davi, Jesus Cristo, que
venceu por nós (2 Co 2.14; Rm 8.37).
1 . O inimigos do povo de Deus
A . Inimigos numerosos.
Os filisteus eram um povo
aguerrido, que habitava a planície da costa do Mar Mediterrâneo, desde Jope até
o sul de Gaza. Na Bíblia, o país é chamado de Filístia (Sl 87.4), que originou
os termos Palestina e palestino. Em Gênesis 10, a Bíblia registra a origem desse
povo gentílico (vv.13,14). Em Josué 13.3, está a menção das suas cinco grandes
cidades: Gaza, Asdode, Asquelom, Gate e Ecrom. Golias, o guerreiro gigante que
desafiou os israelitas, era de Gate (1 Sm 17.4).
O livro de Samuel nos dá a
dimensão da grandeza numérica desse povo: "E os filisteus se
ajuntaram para pelejar contra Israel: trinta mil carros, e seis mil cavaleiros,
e povo em multidão como a areia que está à borda do mar; e subiram e se
acamparam em Micmás, ao oriente de Bete-Áven" (1 Sm 13.5). Os inimigos de
Israel eram de fato numerosos. Na história se observará que os fiéis a Deus, às
vezes, parecem estar em desvantagem pessoal, material, posicional,
comunicativa, etc., mas a Palavra do Senhor acerca deles permanece de pé:
"Não temas, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-vos o
Reino" (Lc 12.32).
2. Inimigos poderosos. De acordo com 1 Samuel
13.20, "todo o Israel tinha que descer aos filisteus para amolar cada um a
sua relha, e a sua enxada, e o seu machado, e o seu sacho”. Os filisteus
dominavam a técnica que permitia instrumentalizar o ferro. Já Israel era mais
um povo agrícola, pastoril. O livro de Juízes, do qual 1 Samuel é uma
sequência, relata o desvio espiritual de Israel como povo de Deus (Jz 17.6;
21.25). Israel colheu a má semeadura disso ao ser atormentado pelos filisteus
(1 Sm 4.2,10; 7.3). Parecia impossível Israel vencer o seu potente inimigo, mas
nas palavras de fé de Davi, temos a devida resposta: “E saberá toda esta
congregação que o senhor salva, não com espada, nem com lança; porque do senhor
é a guerra, e ele vos entregará na nossa mão” (1 Sm 17.47). Somente a provisão
divina pode explicar isso!
A vitória de Israel sobre seu
potente inimigo só foi possível mediante a confiança de Davi em Deus.
2. O inimigo de Davi
A . Amedrontava por seu tamanho.
A Bíblia descreve a estatura de
Golias com os seguintes detalhes: "Então, saiu do arraial dos filisteus um
homem guerreiro, cujo nome era Golias, de Gate, que tinha de altura seis
côvados e um palmo" (1 Sm 17.4). Golias impressionava por sua grande
estatura. Pelo nosso sistema atual de pesos e medidas, isso corresponde a quase
3 metros de altura. Tal informação não é de causar espanto, pois a arqueologia
tem descoberto, no Antigo Oriente, esqueletos de gigantes que confirmam o
relato bíblico. Aliás, o registro bíblico apresenta outras menções de homens
gigantes (Gn 6.4 ; Dt 2.10,20,21; 3.11).
Golias, confiante em sua grande
estatura, desafiou e amedrontou o exército de Israel por quarenta dias (1 Sm
17.11,16). Como o gigante, muitos hoje confiam tão somente em sua
"estatura" (em vários sentidos), sem cogitarem que sua derrubada está
próxima.
O contraste era grande: de um lado
um homem guerreiro e campeão, que amedrontava por sua experiência e seu
tamanho; do outro, um jovem do campo, pastor de ovelhas (1 Sm 16.11), mas que
demonstrou coragem e responsabilidade no cuidado com o rebanho de seu pai (1 Sm
17.34-37). A diferença física entre os dois era muito grande, tanto que aos
olhos do gigante Davi era desprezível: "E, olhando o filisteu e vendo a
Davi, o desprezou" (1 Sm 17.42). O homem de Deus pode ser depreciado,
ignorado e humilhado, mas, se ele é temente ao Senhor, santo, fiel,
perseverante e humilde de espírito, sabe que o Todo-Poderoso lhe dará a vitoria
final. Apesar de sua zombaria, Golias não sabia que, a despeito de
ser novo, aquele moço possuía as qualidades mencionadas em 1 Samuel
16.18: talento musical, coragem, prudência no falar, boa aparência e, o mais
importante, tinha comunhão com Deus.
B . Amedrontava por suas armas e discurso
persistente.
Golias e seu armamento
causavam medo a qualquer um. O texto sagrado, ao falar das armas de Golias,
registra: "Trazia na cabeça um capacete de bronze e vestia uma couraça de
escamas; e era o peso da couraça de cinco mil siclos de bronze. E trazia grevas
de bronze por cima de seus pés e um escudo de bronze entre os seus ombros. E a
haste da sua lança era como eixo de tecelão, e o ferro da sua lança, de
seiscentos siclos de ferro; e diante dele ia o escudeiro" (1 Sm 17.5-7).
Imagine Davi desafiando essa fortaleza móvel, com tantas armas, tendo apenas um
cajado, uma funda, cinco pedras do ribeiro e uma pequena sacola!
Golias procurava amedrontar o
acampamento israelita com seus persistentes discursos que afrontavam o Deus de
Israel. A Escritura registra que o gigante desafiava Israel pela manhã e pela
tarde, e isso durou um longo período (1 Sm 17.16,23). É evidente que essa era
uma forma de impor medo e manter o exército de Israel sob constante pressão.
Essa mesma tática o Diabo repetiu ao tentar Cristo por quarenta dias, e, sendo
derrotado, afastou-se até o momento oportuno (Lc 4.13). Assim como Davi, nós
devemos resisti-lo e vencê-lo por Cristo (Tg 4.7).
O inimigo de Davi era assustador
por causa de seu tamanho, armas e discurso, entretanto, foi derrotado por
confiar em sua própria força.
3.
A vitória de Davi
A . Davi venceu porque estava sob a direção e
autoridade de Deus.
Nos dias do patriarca Abraão, Deus
firmou uma aliança com ele (Gn 12.1-3; 17.1-11). Essa aliança, o Senhor a
confirmou com os descendentes de Abraão: Isaque (Gn 26.3,4) e Jacó (Gn
28.13,14). Herdeiro dessas alianças de Deus com seu povo, Davi sabia que estava
sob a proteção do Senhor (2 Sm 7.15,16). Assim, a indignação de Davi não
consistia meramente no fato de que Golias estava desafiando os soldados do
exército do Povo Escolhido, mas o próprio Deus dos Exércitos de Israel (1 Sm
17.45). O homem segundo o coração de Deus estava convicto de que, assim como
havia um exército humano comandado por Saul, existia um exército celestial
comandado pelo Senhor!
Na realidade, a vitória de Davi
está diretamente relacionada à autoridade espiritual da qual ele estava
investido. Ele não lutava em seu próprio nome, mas no nome do Deus de Israel
que estava sendo afrontado (1 Sm 17.45). A Bíblia declara que "as armas da
nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição
das fortalezas" (2 Co 10.4). Tal como Davi, o crente é um
soldado cristão e jamais deve esquecer que não está lutando contra o sangue e a
carne, mas contra os principados e potestades (Ef 6.12), e que, por isso, deve
estar sempre revestido de toda a armadura de Deus (Ef 6.11).
B . Davi venceu porque teve fé e confiança em
Deus.
Quando Saul quis saber como o
jovem Davi poderia enfrentar o gigante, ele relatou que já havia matado um leão
e um urso, que tinham atacado o seu rebanho (1 Sm 17.34-37). Se ele pôde
destruir aqueles animais ferozes, da mesma forma poderia derrotar o gigante
filisteu. Quem tem fé e confiança no Senhor costuma ver as coisas por outro
ângulo, e foi o que Davi demonstrou ali. Sua confiança em Deus era tão grande e
evidente, que logo convenceu tanto Saul como o comandante do seu exército. Só
Deus faz estas coisas. Não é sem razão que Davi é um dos componentes da galeria
dos heróis da fé (Hb 11.32).
Sempre que a fé está presente, as
leis da lógica formal são anuladas. A fé em Deus faz o menor vencer o maior;
uma guerra ser vencida sem luta (2 Cr 20.17); a fraqueza virar força (Hb
11.34); e a alegria prevalecer no sofrimento, pois a fé pode crer mesmo contra
a esperança (Rm 4.18); ela contempla como existentes coisas que ainda não
existem (Hb 11.1). Davi estava tomado por essa fé em Deus, por isso, derrotou o
gigante filisteu.
Davi venceu o gigante filisteu
porque estava sob a direção e autoridade divinas e teve fé e confiança em Deus.
A vitória de Davi sobre Golias é
sem dúvida alguma um grande divisor de águas na história da nação hebraica. De
um simples e pequeno pastor desconhecido, Davi passa a ser uma figura-chave na
construção da monarquia de Israel. Tudo isso graças à sua coragem e fé ousada
na ocasião em que não temeu o enfrentamento com um inimigo aparentemente
invencível. Fica para nós a lição de que nenhum gigante é imbatível, quando o
combatemos confiando plenamente no Senhor.
Davi unifica o Reino de Israel
1
Samuel 16
1
- Então, disse o
SENHOR a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que
não reine sobre Israel? Enche o teu vaso de azeite e vem; enviar-te-ei a Jessé,
o belemita; porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei.
12
- Então, mandou
em busca dele e o trouxe (e era ruivo, e formoso de semblante, e de boa
presença). E disse o SENHOR: Levanta-te e unge-o, porque este mesmo é.
13
- Então, Samuel
tomou o vaso do azeite e ungiu-o no meio dos seus irmãos; e, desde aquele dia
em diante, o Espírito do SENHOR se apoderou de Davi. Então, Samuel se levantou
e se tornou a Ramá.
2
Samuel 5
2
- E também
dantes, sendo Saul ainda rei sobre nós, eras tu o que saías e entravas com
Israel; e também o SENHOR te disse: Tu apascentarás o meu povo de Israel e tu
serás chefe sobre Israel.
A chegada de Davi ao trono deu-se
em duas etapas: primeiro, ele reinou em Hebrom sete anos e meio sobre a tribo
de Judá; a seguir, reinou sobre as doze tribos por 33 anos; totalizando
quarenta anos de reinado (2 Sm 5.4,5). A Escritura deixa claro que a profecia
que prenunciava a Davi um reinado sobre toda a nação hebraica, era de
conhecimento não só do filho de Jessé, mas também dos nobres e até mesmo do
povo mais comum (2 Sm 5.2). Esse fato é visto na declaração de Abner em 2
Samuel 3.9,10 e também nas palavras de Jônatas, filho de Saul (1 Sm 23.17), e
nas de Abigail em 1 Samuel 25.30. O próprio Saul tinha uma visão disso (1 Sm 24.20).
Foi muito atribulada a jornada de Davi até chegar ao palácio real, todavia, ele
estava dentro do plano de Deus para esse fim.
1 . A monarquia ameaçada.
A . O nascimento e a morte de um sonho.
O primeiro rei de Israel,
dado por Deus segundo a vontade popular e conforme o modelo prescrito pelo
povo, que queria algo semelhante ao governo das nações incrédulas e idólatras a
sua volta (1 Sm 8 a 10), certamente não terminou o seu reinado conforme eles
idealizaram. Infelizmente, havia no imaginário popular a ideia de que somente
um rei, que se assemelhasse aos monarcas das outras nações daquela época, seria
capaz de levá-los à segurança. Isso fica explícito não somente por parte da
nação israelita, mas é claramente expresso pelos seus líderes auxiliares (1 Sm
8.4,5), que não buscaram continuamente ao Senhor neste assunto tão vital: a
administração da nação eleita por Deus.
Com a decadência espiritual e
posterior morte de Saul, acabou também o sonho daqueles que idealizaram seu
reinado. Fora da vontade de Deus, não há garantias de que sonho algum se
realize. Aliás, realização de promessas e sonhos está condicionada à obediência
ao Senhor. Aquela não pode acontecer sem esta (1 Cr 22.12,13).
B . O trágico fim de Saul.
Como já vimos em outra ocasião, a
princípio Saul tinha tudo para dar certo, pois ascendeu ao trono com um alto
índice de popularidade (1 Sm 9.2; 10.22-24). O texto sagrado relata que naquela
ocasião crítica e sem saída em que o povo se encontrava, o "Espírito de
Deus se apossou de Saul", e o Senhor concedeu a vitória à Nação Escolhida
(1 Sm 11.6,11). Portanto, o primeiro rei de Israel poderia ter tido êxito em
seu reinado caso se mantivesse na direção de Deus. Infelizmente, com as suas
constantes desobediências, vemos no final do primeiro livro de Samuel o
registro trágico do seu fim pelas mãos dos inimigos do povo de Deus (1 Sm 31).
Em outras palavras, Saul inaugurou seu reinado vencendo e triunfando e terminou
perdendo, envergonhando e finalmente tirando a própria vida, deixando Israel em
uma situação difícil.
O momento agora era de união
nacional e não de retaliação. Como poderia Davi se alegrar com a derrota do
povo da Aliança Divina se por trás de tal perda estavam os
"incircuncisos" (2 Sm 1.20)? Embora Davi tivesse uma personalidade
forte, era também um homem que se quebrantava com facilidade (Sl 34.18; 51.17).
Em seu lamento pela morte de Saul e de seu filho, ou seja, de "como caíram
os valentes" (2 Sm 1.25,27), Davi deixa aflorar, do mais profundo íntimo
de suas emoções, um hino belo e expressivo. As palavras do lamento de Davi
revelam muito mais do que um coração despedaçado; mostram os fragmentos nos
quais transformara-se a nação. Somente o Senhor podia agora reconstruir,
alentar, encorajar, unificar e sarar o seu povo. Aqui há mais uma lição de
liderança empática e de como é importante colocar as questões
pessoais de lado em benefício do Reino.
O fracasso do reinado de Saul
ameaçou a monarquia de Israel, no entanto, a liderança empática de Davi
possibilitou um recomeço.
2 . O reino abalado
A . Do exílio ao trono.
Após a morte de Saul, Davi
retornou do exílio, onde esteve peregrinando na obscuridade durante vários
anos. Instalou-se em Hebrom, na tribo de Judá (1 Cr 11.1-4), que fora uma das
cidades dos patriarcas, e também cidade de refúgio (Js 20.7). Sem demora,
"Davi consultou ao SENHOR" sobre o que fazer naquele momento (2 Sm
2.1). Deus o dirigiu para a cidade de Hebrom com seus familiares e seus homens,
isto é, sua guarda que o apoiou e protegeu no deserto. No meio de sua tribo, de
sua parentela e do seu povo, Davi logo foi aclamado como rei sobre a casa de
Judá (2 Sm 2.4).
Apesar de ser o homem segundo o
coração de Deus, Davi, assim como Saul (1 Sm 10.27), enfrentou a retaliação de
uma parte do seu povo, pois Abner, precipitada e arbitrariamente, constituiu a
Isbosete como rei sobre uma área que compreendia a maior parte do território de
Israel. Esse acontecimento antecipa o que oitenta anos depois realmente
ocorreria: a divisão do Reino (1 Rs 12.1-33).
B . Um reino sem aprovação divina.
Deus já havia estabelecido
que Davi seria o rei escolhido para governar Israel (1 Sm 16.1), nenhuma
promessa divina havia sobre Isbosete. Mesmo assim o povo o constituiu rei sobre
Israel (2 Sm 2.8-10). De nada valem os cargos e ofícios que porventura venhamos
a ocupar na Casa do Senhor se não formos estabelecidos neles pela vontade
divina. Mais importante do que um cargo é a unção que Deus põe sobre quem o
exerce. Saul, quando ainda rei, caiu no erro de se preocupar mais com a posição
do que com a unção do alto. Observamos isso quando ele disse "[...]
honra-me, porém, agora diante dos anciãos" (1 Sm 15.30). De que vale a
honra daqui sem a unção de Deus na vida da pessoa? De que vale o cargo sem a
aprovação divina e sua comprovação perante o povo? São casos que continuam a
acontecer como o de Isbosete (2 Sm 2.8-10).
Contudo, fica para nós a lição de
que aquilo que humanamente queremos nem sempre é o que o Senhor quer; e o que
escolhemos sem consultar a Deus, julgando estarmos certos, nem sempre é o que
Ele escolhe.
O reino de Israel foi abalado
tanto pela morte de Saul, quanto pela constituição de Isbosete como rei de uma
parte do território da nação.
3
. A Monarquia restaurada
A . A unção real.
Passados sete anos e meio na
condição de rei parcial, chegou o momento em que os próprios anciãos de Israel
procuraram Davi e lembraram-lhe da promessa que o Senhor lhe fizera:
"Então, todas as tribos de Israel vieram a Davi, a Hebrom, e falaram,
dizendo: Eis-nos aqui, teus ossos e tua carne somos. E também dantes, sendo
Saul ainda rei sobre nós, eras tu o que saías e entravas com Israel; e também o
SENHOR te disse: Tu apascentarás o meu povo de Israel e tu serás chefe sobre
Israel" (2 Sm 5.1,2). Por meio desse gesto, os anciãos de Israel
demonstraram ter consciência de que a unção real estava de fato sobre Davi e,
portanto, não havia razão para adiamento da sua ascensão ao trono sobre a nação
inteira (2 Sm 5.3). Com a coroação de Davi sobre todo o Israel, o reino
finalmente estava unificado.
B . Restaurando o culto.
Uma das diferenças básicas entre
Davi e Saul é que este não demonstrava muita preocupação com o culto ao Senhor
e com os ministros do culto, enquanto aquele comprova um zelo especial pela
adoração a Deus (Leia os capítulos 6 e 7 de 2 Samuel). Não se pode governar,
reinar ou fazer qualquer outra coisa com êxito se há negligência no culto a
Deus. Quando Saul lembrou-se de levantar um altar a Deus, já estava todo
complicado por causa de suas transgressões às ordens do Senhor. Não esqueçamos
esse fato, pois o Eterno considera primeiramente, e antes de qualquer coisa, a
obediência (1 Sm 15.22).
Davi foi coroado rei de todo o
Israel pelos próprios anciãos do povo que reconheceram a unção real sobre sua
vida, que zelava pela adoração a Deus acima de tudo.
A unificação do reino por parte de
Davi foi um dos mais importantes acontecimentos da história do povo escolhido.
Como o Israel de Deus que hoje somos, devemos saber que sem unidade nenhum
edifício se mantém de pé. É por isso que não devemos medir esforços na busca da
unidade do corpo de Cristo, que é a Igreja (Ef 4.3). O Novo Testamento revela
claramente a eterna unificação do reino de Deus através do perfeito e autêntico
"Filho de Davi" - o Senhor Jesus Cristo (Mt 21.9; Lc 1.32,33).
A expansão do Reino Davídico
2 Samuel 5.6-10.
6
- E partiu o rei
com os seus homens para Jerusalém, contra os jebuseus que habitavam naquela
terra e que falaram a Davi, dizendo: Não entrarás aqui, a menos que lances fora
os cegos e os coxos; querendo dizer: Não entrará Davi aqui.
7
- Porém Davi
tomou a fortaleza de Sião; esta é a Cidade de Davi.
8
- Porque Davi
disse naquele dia: Qualquer que ferir os jebuseus e chegar ao canal, e aos
coxos, e aos cegos, que a alma de Davi aborrece, será cabeça e capitão. Por isso,
se diz: Nem cego nem coxo entrará nesta casa.
9
- Assim, habitou
Davi na fortaleza e lhe chamou a Cidade de Davi; e Davi foi edificando em
redor, desde Milo até dentro.
10
- E Davi se ia
cada vez mais aumentando e crescendo, porque o SENHOR, Deus dos Exércitos, era
com ele.
Mesmo enfrentando inimigos externos - as nações
vizinhas -, e também conflitos internos, familiares e governamentais, Davi foi
próspero e vitorioso em seu reinado, pelo fato de obedecer à direção de Deus
para sua vida. Era também um crente que buscava ao Senhor, amava a sua Palavra,
sempre adorava e louvava a Deus. O aprofundamento da sua vida espiritual no
deserto e sua dependência do Senhor ali, lhe foi muito proveitoso em seu
desempenho como chefe nacional do povo de Deus.
1. A nova sede de um novo Reino
A . Jerusalém e sua posição estratégica.
Tão logo Davi foi empossado rei
sobre todo o Israel, tomou a decisão de conquistar a cidade de Jerusalém, na
época conhecida como Jebus (Js 18.28). Centralizada em Canaã, Jerusalém era uma
cidade fortificada, situada nas montanhas, o que a tornava militarmente
estratégica. Davi iniciara a transformação de Jerusalém num centro nacional
religioso. Essa tradição permaneceu forte entre os judeus, e Jerusalém
tornou-se o local predileto para se adorar a Deus (Jo 4.20). Esse fato é visto
claramente nos Salmos de Davi (Sl 122; 137), nos quais é mostrada a importância
espiritual que essa cidade ocupava no coração da nação.
Reedificada várias vezes no mesmo
local, Jerusalém (não Roma) permanece a Cidade Eterna do mundo, símbolo da Nova
Jerusalém, que se há de estabelecer na consumação dos séculos, quando ela será
a metrópole mundial. Isso, durante o Milênio, período em que terá muito
esplendor (Is 2.3; Zc 8.22), pois Israel estará à frente das nações que
subsistirem ao seu julgamento.
B . Jerusalém e sua importância histórica.
Jerusalém já conta com mais
de três mil anos de história e somente esse fato já é suficiente para torná-la
relevante. Mencionada no Antigo Testamento como "A Cidade de Davi" e
também no Novo como "Cidade do grande rei", Jerusalém se tornou
importante tanto para judeus como para os cristãos. Para o judaísmo, Jerusalém
é importante porque se tornou a cidade de Davi (2 Sm 5.7), e para os cristãos,
por ser a cidade do Grande Rei, Jesus Cristo (Mt 5.35).
Ao longo da história hebraica,
Jerusalém aparece em diferentes contextos. Depois do reinado de
Davi, seu filho Salomão construiu neste local o Templo e o palácio real. A
perspectiva espiritual de Jerusalém é bem documentada nas páginas do Novo
Testamento. Por exemplo, em sua carta aos Gálatas, o apóstolo Paulo faz um
interessante contraste entre a Jerusalém histórica, a qual ele chama de
terrena, e a Jerusalém espiritual, a qual ele chama de lá de cima (Gl 4.25,26).
No perfeito estado eterno de "um novo céu e uma nova terra" (Ap 21),
Deus fará a nova e resplandecente Jerusalém descer do céu e pairar nas alturas
acima da nova terra (vv.1,2). Que cena maravilhosa não será?! Leia Apocalipse
21.10,11.
2 . O reino de Davi despertou inimigos
A . Um período de conquista. Uma vez unificado o reino,
Davi dá início a suas conquistas militares. Sua primeira investida, após
consultar o Senhor e fazer o que este lhe ordenara, é contra os jebuseus,
habitantes de Jerusalém (2 Sm 5.6). Após derrotar os jebuseus, a Bíblia diz que
"ouvindo, pois, os filisteus que Davi fora ungido rei sobre Israel,
subiram todos para prender a Davi" (2 Sm 5.17). Entretanto, a Escritura
informa-nos que ele "feriu os filisteus desde Geba até chegar a
Gezer" (2 Sm 5.25).
Sobre a conquista de Jerusalém,
também conhecida como a fortaleza de Sião (2 Sm 5.7), o Salmo 2 vai nos mostrar
esse fato e apresentá-lo como sendo um tipo da conquista do Messias que viria
(Sl 2.6). Isso se explica pelo fato de que não somente Davi se torna um tipo do
Messias vencedor, mas a própria Jerusalém terrestre, um tipo da celestial (Gl
4.26).
B . Reconhecimento lá fora.
A vitória de Davi sobre os
jebuseus e posteriormente sobre os filisteus foi apenas o início de um extenso
período de vitórias nessa nova fase do reino unido de Israel. O texto sagrado
destaca que Davi "ia cada vez mais aumentando e crescendo, porque o
SENHOR, Deus dos Exércitos, era com ele" (2 Sm 5.10). Essa presença divina
na vida e no reinado de Davi foi notória até fora de Israel, o que é
demonstrado pelos presentes trazidos pelos mensageiros enviados por Hirão, rei
de Tiro (2 Sm 5.11). Davi reconhecia que no seu reinado todas as bênçãos
materiais e espirituais sobre o povo, a terra e o culto divino procediam de Deus.
Nessa época do reinado de Davi, a
Arca da Aliança ficou em Jerusalém numa tenda provisória preparada por ele,
pois o Tabernáculo do Senhor estava levantado em Gibeão próximo a Jerusalém (1
Cr 16.39; 21.29). Porém, a Arca estava, como já vimos, em Jerusalém no monte
Sião (2 Cr 5.2; Sl 116.19). Havia, portanto, culto diante da Arca em Jerusalém
(1 Cr 15.29), e diante do Tabernáculo em Gibeão (1 Cr 16.39,40). Da tenda
provisória que o rei Davi erigiu-lhe no monte Sião em Jerusalém, a Arca foi
transportada para o Templo de Salomão também em Jerusalém (1 Rs 8.1-9). A Arca
aparece em visão no livro de Apocalipse 11.19, apenas para lembrar a Israel que
o tempo da bênção divina nacional, conforme as promessas do Eterno a Israel, é
chegado.
A expansão do reino de Davi
despertava admiração e inimizade ao mesmo tempo.
3 . Davi expandiu o Reino de Israel
A . Adoração ao Senhor. É edificante observar como
Davi priorizava as coisas espirituais e primava por isso. Ao chegar ao trono,
sua grande preocupação foi cuidar da Arca e do culto ao Senhor. Em seus Salmos,
Davi ressalta isso muitas vezes. Será que um dia teremos, em nosso país,
governantes e líderes assim?
A Arca representava a presença de
Deus entre o seu povo: "E ali virei a ti e falarei contigo de cima do propiciatório,
do meio dos dois querubins (que estão sobre a arca do Testemunho), tudo o que
eu te ordenar para os filhos de Israel" (Êx 25.22). Quando a Arca foi
levada inicialmente para Jerusalém, tanto Davi como os filhos de Israel
"alegravam-se perante o SENHOR, com toda sorte de instrumentos de madeira
de faia, com harpas, e com saltérios, e com tamboris, e com pandeiros, e com
címbalos" (2 Sm 6.5). No transporte da Arca para Jerusalém, os levitas
encarregados disso descumpriram preceitos da Lei de Deus sobre o assunto e
houve castigo divino com a morte de um levita. Por isso, a Arca permaneceu três
meses em casa de Obede-Edom (2 Sm 6.2-11).
B . Um projeto de construção.
Davi viveu na Velha Aliança, onde
o culto a Deus era prestado no Tabernáculo e, posteriormente, no Templo. Em o
Novo Testamento a adoração no templo é substituída pelo "templo
adoração", ou seja, o salvo em Cristo é o templo do Espírito Santo (Tg
4.5). A nossa adoração a Deus origina-se pelo Espírito Santo no íntimo do nosso
ser "em espírito e em verdade" (Jo 4.23,24). Adoração não é
exatamente o mesmo que louvor. Muitos afirmam louvar a Deus sem, contudo,
adorá-Lo; isso por ignorância, hipocrisia, engano. Nesta era da Igreja,
cada crente é santuário de Deus e, por isso, pode adorá-lo pelo Espírito Santo,
que no crente habita, em qualquer lugar (1 Co 3.16).
Em breve estaremos de volta com o seguinte tema: A restauração espiritual de Davi.
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