terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Série o rei Davi: 5 - As três unções do rei Davi.

 Por: Jânio Santos de Oliveira

  Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor! 




O sumário da biografia completa do rei Davi

  I.          A biografia de Davi.

  II.        Os talentos de Davi.

  III.      Davi, um homem segundo o coração de Deus?

  IV.      O tempo de Deus na vida do rei Davi.

  V.       As três unções do rei Davi.

  VI.     As conquistas do rei Davi.

  VII.   A restauração espiritual de Davi.

  VIII . Davi e o preço da negligência na família

  IX.    Os cinco Gigantes que Davi não Venceu.

  X.     Não retires de mim o teu Espírito Santo (Sl 51.11).

  XI.      A Diferença entre Saul e Davi.

  XII.   A perpetuidade do reinado de Davi.

  XIII. Davi, um tipo de Cristo.




Estamos de volta para falar As três unções do rei Davi. Vamos acompanhar!

 

 

Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no Livro de  1 Samuel 16.1-13 que nos diz:

 

1 – Então, disse o SENHOR a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel? Enche o teu vaso de azeite e vem; enviar-te-ei a Jessé, o belemita; porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei.

2 – Porém disse Samuel: Como irei eu? Pois, ouvindo-o Saul, me matará. Então, disse o SENHOR: Toma uma bezerra das vacas em tuas mãos e dize: Vim para sacrificar ao SENHOR.

3 – E convidarás Jessé ao sacrifício; e eu te farei saber o que hás de fazer, e ungir-me-ás a quem eu te disser.

4 – Fez, pois, Samuel o que dissera o SENHOR e veio a Belém. Então, os anciãos da cidade saíram ao encontro, tremendo, e disseram: De paz é a tua vinda?

5- E disse ele: É de paz; vim sacrificar ao SENHOR. Santificai-vos e vinde comigo ao sacrifício. E santificou ele a Jessé e os seus filhos e os convidou ao sacrifício.

6- E sucedeu que, entrando eles, viu a Eliabe e disse: Certamente, está perante o SENHOR o seu ungido.

7 – Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a altura da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o SENHOR não vê como vê o homem. Pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração.

8 – Então, chamou Jessé a Abinadabe e o fez passar diante de Samuel, o qual disse: Nem a este tem escolhido o SENHOR.

9 – Então, Jessé fez passar a Samá, porém disse: Tampouco a este tem escolhido o SENHOR.

10 – Assim, fez passar Jessé os seus sete filhos diante de Samuel; porém Samuel disse a Jessé: O SENHOR não tem escolhido estes.

11- Disse mais Samuel a Jessé: Acabaram-se os jovens? E disse: Ainda falta o menor, e eis que apascenta as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Envia e manda-o chamar, porquanto não nos assentaremos em roda da mesa até que ele venha aqui.

12- Então, mandou em busca dele e o trouxe (e era ruivo, e formoso de semblante, e de boa presença). E disse o SENHOR: Levanta-te e unge-o, porque este mesmo é.

13 – Então, Samuel tomou o vaso do azeite e ungiu-o no meio dos seus irmãos; e, desde aquele dia em diante, o Espírito do SENHOR se apoderou de Davi. Então, Samuel se levantou e se tornou a Ramá.

O conceito de unção é do Antigo Testamento; destinava-se a sacerdotes e reis, para que estes exercessem com êxito suas funções e ministérios (Êx 40.13-15;1 Sm 9.16); profetas também eram ocasionalmente ungidos, segundo a determinação divina (1 Rs 19.16).

 A unção de Davi é um clássico bíblico, pois ela trata da capacitação de servos de Deus para desempenhar em funções na obra divina.

A unção do rei Davi, por intermédio de Samuel, é uma declaração da escolha divina para cumprir seus propósitos.

 

 

I. Os três tipos de unção na Bíblia.


A unção na Bíblia pode ser vista de modo abrangente, tanto no sentido espiritual como no sentido prático da unção com óleo. Esta é prática bíblica de muita importância pelo seu sentido simbólico e espiritual. Tanto no AT como no NT encontramos respaldo para sua utilização, ainda que de modo diferenciado. Hoje, quando tantas inovações estão ocorrendo no meio evangélico, precisamos saber um pouco mais sobre esse procedimento recomendado pela Palavra de Deus.

 

A Bíblia menciona pelo menos três tipos de Unção:

 

 

 

1. A Unção Profética (Lc 9.2).

 A unção profética todo cristão tem. O dom profético somente pessoas dotadas para esse fim, o tem. Um é diferente do outro. Quem tem o dom profético é profeta. Agabo, por exemplo, (At21.10,11).

 

Na unção profética, as palavras são pronunciadas, por meio de uma fé viva na palavra de Deus, unção que todos os escolhidos têm, mas nem todos sabem disso.

 

No dom profético, as palavras são pronunciadas por meio de revelações vindas do Espírito de Deus, revelações, que nunca contrastam a Palavra de Deus.

 

2. A Unção Sacerdotal (1Pe 2.5-9).

 A unção sacerdotal nos permite livre acesso ao Santo dos santos. Podemos oferecer sacrifícios vivos a Deus a qualquer momento. Ingressamos-nos no Santo dos santos, pedimos perdão pelos nossos pecados e pelos pecados dos outros, coisa que era permitido somente ao sacerdote. Como recebemos essa unção, não corremos mais o risco de sermos fulminados.

 

3. A Unção Real (Lc 10.19).

 

 A unção real dá ao crente em Jesus, autoridade e ousadia contra todo tipo de mal Tanto para repreender de si mesmo os incômodos do dia a dia, como para ajudar as pessoas, libertando-as e curando-as em nome de Jesus.

Essa unção torna o crente ousado e consequentemente usado para o serviço cristão A maioria dos cristãos deixaram essas três unções de lado, para exercerem uma unção não permitida por Deus, que é de julgar as pessoas, ou seja, de Juiz.

 Usar esta unção é usurpar algo de alguém Isso compete a Deus e não a nós Fazer uso desta unção é usurpação, pois ela é exclusiva de Deus, e não foi distribuída aos seus servos.

 

a) Deus nos dá a unção do Profeta, para vermos o impossível acontecer

 

b) Ele nos dá a unção do Rei, para termos autoridade e poder para realizar a sua obra.

 

c) Ele nos dá a unção sacerdotal, para sermos puros, interceder pelas nações e ter comunhão direta com Ele.

 

No Antigo Testamento, a unção era feita com óleo, no Novo Testamento a unção é traduzida como “O Espírito Santo vindo sobre uma pessoa”. Você pode receber hoje as três unções em sua vida, pois assim diz a palavra de Deus. Basta você crer.

 

 

II. As 3 Unções de Davi

 

1. Davi espera o tempo certo para reinar.

Enquanto Saul ainda está no trono, Samuel unge Davi como o próximo rei de Israel, mas isso foi feito em segredo; ele não foi ungido publicamente até muito tempo depois (2 Sm 2.4; 5.3). Saul ainda era, legalmente, rei, mas Deus estava preparando Davi para suas futuras responsabilidades.

 

O jovem Davi, então, corajosamente derrota Golias, o campeão e guerreiro filisteu, e estabelece com Jônatas, o filho de Saul, uma amizade que duraria a vida inteira. Quando Saul percebe que, um dia, Davi se tornaria rei, sente muita inveja e tenta matar Davi em várias ocasiões. Davi escapa, ficando em território filisteu até que Saul é morto em batalha.

 

2. Como era a unção de um rei?

Um rei sempre era ungido por um sacerdote ou profeta. O azeite especial da unção era uma mistura de azeite de oliva, mirra e outras especiarias caras.

 

a) O azeite na cabeça de Davi (1 Sm 16.13).

O líquido era derramado sobre a cabeça do rei, para simbolizar a presença e o poder do Espírito Santo de Deus em sua vida. Esta cerimônia de unção pretendia lembrar o rei de sua grande responsabilidade em liderar seu povo de acordo com a sabedoria de Deus, e não sua própria.

 

O óleo de unção era usado para separar pessoas ou objetos para o serviço a Deus. Cada rei e sumo sacerdote de Israel foi ungido com óleo. Isto comissionava essa pessoa como representante de Deus, perante a nação. Embora Deus rejeitasse a majestade de Saul, não permitindo que nenhum de seus descendentes subisse ao trono de Israel, o próprio Saul ocupou essa posição até sua morte.

 

 

 

3. As três vezes que Davi foi ungido.

2 Samuel 5.3, registra a terceira unção de Davi. Da primeira vez, foi ungido pelo profeta Samuel (1 Sm 16.13). Da segunda, foi ungido rei sobre Judá em Hebrom (2 Sm 2.4). Agora, é ungido soberano legítimo sobre toda a nação. A primeira significou uma antecipação de seu governo; a segunda foi o reconhecimento de seu comando sobre Judá; a terceira unção foi um atestado do seu domínio sobre a nação inteira.

 

 

4. A Primeira Unção de Davi

 

A primeira unção aconteceu na casa de seu pai Jessé (1 Sm 16:13).

 

 

 

    A. Significado e propósito da unção.

No hebraico, há duas palavras para unção − suk e mashah. A palavra suk aponta para a unção com o óleo sobre o corpo ou a cabeça de um convidado (Dt 28.40; Rt 3.3). A palavra grega que corresponde ao hebraico suk é aleipho (Lc 7.38,46), que pode referir-se ao ato de ungir os enfermos (Mc 6.13; Tg 5.14). Quanto à palavra mashah, a ideia é a de cobrir ou untar. Dela deriva o substantivo mashiah (Messias). A palavra grega chrio se relaciona com mashah, daí o nome “Cristo”. No Antigo Testamento, a palavra preferível para a prática da unção religiosa é mashah: unção de pedra (Gn 31.13); dos sacerdotes (Êx 28.41; 29.7,36), dos reis (1 Sm 9.16), dos profetas (1 Rs 19.16) e de objetos diversos (Êx 30.26-28). Nesse sentido, o ato da unção busca mostrar que a pessoa ou o objeto ungido fora especialmente separado para o serviço de Deus, tornando-se assim, intocável (1 Sm 24.6).

 

    B. O simbolismo da unção.

 Como um ato ordenado por Deus, a unção passou a simbolizar o derramamento do Espírito do Senhor (1 Sm 10.9; Is 61.1). O termo mashah do Antigo Testamento, que no Novo é chrio, refere-se à unção do Messias que viria (Sl 45.7; Dn 9.24). Assim, o Novo Testamento mostra que essa unção estava sobre Jesus (Lc 4.18). Pedro fez menção dessa unção sobre o Filho de Deus (At 10.38); e Paulo descreveu essa mesma unção sobre os cristãos (2 Co 1.21,22). A unção no Antigo Testamento destinava-se à separação de alguém está relacionada a Cristo, como Filho de Deus e Salvador do Mundo, e aos cristãos, no sentido de dotar-nos de poder para testemunhar as verdades do Evangelho (At 1.8; 1 Jo 2.20,27). A verdadeira unção é ordeira, decente e tem como alvo a glória divina e a expansão do Reino de Deus.

 

      C. A unção sobre Davi.

Alguns detalhes importantes cercam 1 Samuel 16.1-13 por ocasião da unção de Davi por Samuel. O autor sagrado destaca o sentimento humano de Samuel, o qual gostava muito de Saul, mas o profeta estava no querer de Deus. Devido a seus pecados, Saul não poderia continuar como rei. Então Deus busca na casa de Jessé, o belemita, neto de Boaz e Rute, um de seus filhos para reinar (Rt 4.17). Conhecendo bem Saul, Samuel tinha consciência de que a missão de ungir um novo rei seria difícil. Por isso, ele foi orientado por Deus a fazer um banquete e um sacrifício naquela região. Como representante de Deus, muitos o temeram, mas Samuel relatou que sua ida era de paz. Os filhos de Jessé passaram diante do profeta, mas nenhum deles foi escolhido, embora Samuel se impressionasse com a postura e aparência dos jovens. Entretanto, um estava ausente, cuidando dos haveres da família. Davi foi ungido em meio aos seus irmãos e, a partir daí, o Espírito do Senhor se apoderou de Davi, concedendo-lhe sabedoria, poder, orientação, para que pudesse cumprir os propósitos divinos.

 

 

5. A Segunda Unção de Davi

Aconteceu em Hebrom pelos homens de Judá (2 Sm 2:4).

A unção de autoridade real

 

Após a segunda unção, Davi assume o reinado apenas sobre Judá a partir da cidade de Hebrom e governou por “sete anos e meio” (2 Sm 2.11), onde “seis filhos lhe nasceram em Hebrom” (I Cr 3.4) estabelecendo também a sua família (2 Sm 3.2-6). Enfrentou muitas adversidades dos inimigos externos e do próprio povo de Israel sendo vitorioso em tudo (2 Sm 3.1-4.1).

A segunda unção serviu para renovar a autoridade sobre Davi como rei. Foi um tempo de experiência enquanto reinava sobre Judá para depois então, estar preparado para reinar sobre todo Israel.

Às vezes queremos receber tudo de Deus de uma só vez e não é assim. É preciso uma caminhada de lutas e conquistas. Deus vai abençoando a cada dia e enquanto isso nos prepara para recebermos o melhor que Ele tem para nós. Se formos fiéis no pouco recebemos o muito (Lc 16.10).

A unção de Deus te dá autoridade par vencer!

 

Então vieram os homens de Judá, e ungiram ali a Davi rei sobre a casa de Judá. E deram avisos a Davi, dizendo: Os homens de Jabes-Gileade foram os que sepultaram a Saul.”

 

6. A terceira Unção de Davi

 

 

Esta terceira unção aparece na bíblia em 2 Samuel 5.1-12.

 

 

 1 — Então, todas as tribos de Israel vieram a Davi, a Hebrom, e falaram, dizendo: Eis-nos aqui, teus ossos e tua carne somos.

 

2 — E também dantes, sendo Saul ainda rei sobre nós, eras tu o que saías e entravas com Israel; e também o SENHOR te disse: Tu apascentarás o meu povo de Israel e tu serás chefe sobre Israel.

 

3 — Assim, pois, todos os anciãos de Israel vieram ao rei, a Hebrom; e o rei Davi fez com eles aliança em Hebrom, perante o SENHOR; e ungiram Davi rei sobre Israel.

 

4 — Da idade de trinta anos era Davi quando começou a reinar; quarenta anos reinou.

 

5 — Em Hebrom reinou sobre Judá sete anos e seis meses; e em Jerusalém reinou trinta e três anos sobre todo o Israel e Judá.

 

6 — E partiu o rei com os seus homens para Jerusalém, contra os jebuseus que habitavam naquela terra e que falaram a Davi, dizendo: Não entrarás aqui, a menos que lances fora os cegos e os coxos; querendo dizer: Não entrará Davi aqui.

 

7 — Porém Davi tomou a fortaleza de Sião; esta é a Cidade de Davi.

 

8 — Porque Davi disse naquele dia: Qualquer que ferir os jebuseus e chegar ao canal, e aos coxos, e aos cegos, que a alma de Davi aborrece, será cabeça e capitão. Por isso, se diz: Nem cego nem coxo entrará nesta casa.

 

9 — Assim, habitou Davi na fortaleza e lhe chamou a Cidade de Davi; e Davi foi edificando em redor, desde Milo até dentro.

 

10 — E Davi se ia cada vez mais aumentando e crescendo, porque o SENHOR, Deus dos Exércitos, era com ele.

 

11 — E Hirão, rei de Tiro, enviou mensageiros a Davi, e madeira de cedro, e carpinteiros, e pedreiros, que edificaram a Davi uma casa.

 

12 — E entendeu Davi que o SENHOR o confirmava rei sobre Israel e que exaltara o seu reino por amor do seu povo.

 

 

O pujante reinado Davi não foi circunstancial, aleatório ou por causa de habilidades natas para guerra. No próprio texto bíblico, é dito que suas vitórias e fortalecimento se originavam em Deus (2 Sm 8.6). Os 33 anos que ele reinou em Jerusalém e os sete anos e seis meses que reinou em Hebrom revelam um rei protótipo do Messias que viria. Por isso, Davi é considerado um tipo do Messias. Isso está confirmado pela profecia de Miqueias (5.2), mencionada pelos escribas nos dias de Herodes, pelo texto de 2 Samuel 5.2 e pela profecia de Gênesis 49.10 em relação a Jesus Cristo.

 

 

Assim, pois, todos os anciãos de Israel vieram ao rei, em Hebrom; e o rei Davi fez com eles acordo em Hebrom, perante o SENHOR; e ungiram a Davi rei sobre Israel.”

 

 

 

Depois da segunda unção se passaram sete anos e meio (2 Sm 2.11) e Davi foi ungido pela terceira vez. Desta vez ele estava assumindo o trono de todo o Israel e definitivamente seria rei de seu povo “em Jerusalém, reinou trinta e três anos sobre todo o Israel e Judá” ( Sm 5.4). Somando “o tempo que reinou sobre Israel foi de quarenta anos: em Hebrom, sete; em Jerusalém trinta e três” (I Cr 29.27). Nesta segunda unção, quem foi ungir Davi foram os anciãos do povo que eram líderes espirituais das famílias, por isso esta é uma unção sacerdotal.

 

A terceira unção de Davi é uma prova da sua fidelidade para com Deus e o Senhor o honrou. Conquistou Jerusalém e foi morar em Sião (2 Sm 5.7-9). Ali também teve mais filhos em Jerusalém (2 Sm 5.13-16). Em tudo prosperava “ia Davi crescendo em poder cada vez mais, porque o Senhor, Deus dos Exércitos, era com ele” (2 Sm 5.10). Continua vencendo os inimigos e é reconhecido até por outros povos como o rei de Israel (2 Sm 8 e 10).

 

Após esta unção ele conseguiu trazer a Arca da Aliança ao monte Sião e restabelecer o culto ao Senhor (2 Sm 6.15). Com este ato, Davi alcança mais que autoridade política, consegue ter influência espiritual sobre seu povo. Esta unção foi de autoridade espiritual. Por isso Davi toma este papel de adorador e sacerdote no meio de seu povo. Fez uma aliança com Deus e preparou a construção do templo (2 Sm 7.1-29).

 

Mesmo ungido por Deus Davi ainda enfrenta problemas que são consequências de erros do passado. Foi desprezado por sua mulher Mical, por ter cultuado a Deus em público e com isso teve o livramento de ter em seu sangue um descendente de Saul (II Sm 6.20-23). Passou por uma queda espiritual quando adulterou com Bete-seba (II Samuel 11). Enfrentou um incesto entre seus filhos (2 Sm 13.1-22) e consequentemente Absalão mata Amom seu irmão (2 Sm 13.23-36). Depois seu filho Absalão se levantou para derrubar Davi do trono (2 Sm 15.10-14), mas este morre lutando contra seu pai que chora muito por isso (2 Sm 18.19-33).

 

Embora Davi tenha conseguido ser rei sobre todo o Israel, ainda não tinha assumido o sacerdócio de sua própria casa, deixando a desejar em sua família. Ganha o trono, mas deixa desmoronar o seu lar. Davi quase perde sua unção por causa do pecado e chega a sair de Jerusalém, mas volta como rei reconhecido por seu povo (2 Sm 19.11-43).

 

Deus quer nos ungir com autoridade espiritual para ministrar às vidas. Precisamos aprender a exercer o poder espiritual que temos através da unção de Deus. Não podemos achar que estamos prosperando e esquecer-se de ser vigilantes quanto ao pecado.

 

 

IV. A unção Divina nos dá autoridade espiritual!

 

Deus te ungiu para vencer!

 

 

1. Três motivos para sua escolha. Ninguém é colocado em uma posição apenas por acaso; tem de haver algum mérito para isso. Davi foi aclamado por toda a tribo de Israel (norte) e ungido rei por três razões. Primeiramente, ele preenchia todas as condições da realeza, o que prontamente excluía a possibilidade de uma liderança estrangeira (Dt 17.15), pois era irmão da nação (1Cr 11.1). O segundo motivo para escolher Davi foi devido à sua liderança militar (1Sm 18.16). O terceiro motivo estava pautado em uma promessa da parte de Deus, de que o trono entregue a Davi seria levantado tanto sobre Israel quanto sobre Judá (2Sm 3.10).

 

2. Davi como pastor e chefe. Na Bíblia, a figura do pastor de ovelhas serve para descrever os governantes de Israel. Está escrito que Davi deveria agir como chefe e pastor do rebanho. Na qualidade de chefe (heb. nagid), ele seria um capitão, príncipe, líder; como pastor (heb. ro‘eh), ele cuidaria, apascentaria; ele se revelaria um amigo especial (do heb piel). Assim, Deus zelava pelo seu povo (Sl 23; 77.20).

 

Estava claro que para Davi ter um reinado consolidado bastava apenas ser um líder, um pastor amoroso, não um déspota ou um tirano. O apóstolo Pedro diz que o pastor deve pastorear o rebanho sem qualquer exibição de domínio, mas sendo o exemplo do rebanho (1Pe 5.3). Paulo disse que não queria dominar a fé de ninguém, antes, desejava ser cooperador da alegria de cada cristão (2Co 1.24).

 

3. Entrando em aliança com o povo. Ninguém consegue fazer alguma coisa sozinho. Tendo qualidades de bom guerreiro e de bom líder, Davi não poderia governar sem o povo, portanto precisava fazer aliança com todos para ter um reino bem fortalecido. Observe que a aliança que ele firma tem características pastorais, não monárquicas; por isso, foi ungido rei sobre Israel e todos prometeram lealdade ao novo rei (2Sm 8.10-18; 2Rs 11.17; 1Cr 11.3).

 

Que Deus nos ajude não só  ser ungido, mas, a preservar a Unção que recai sobre a nossa cabeça que visa beneficiar a outras pessoas. para  Glória de Deus.



Em breve estaremos de volta com o seguinte tema: As conquistas do rei Davi.


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