terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Série o rei Davi - Introdução

 

Por: Jânio Santos de Oliveira

  Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

 Contatos 0+operadora (Zap)21  (985738236 ou 987704458 (oi)

  Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com 


Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor! 





  • O sumário da biografia completa do rei Davi
  •   I.          A biografia de Davi.
  •   II.        Os talentos de Davi.
  •   III.      Davi, um homem segundo o coração de Deus?
  •   IV.      O tempo de Deus na vida do rei Davi.
  •   V.       As três unções do rei Davi.
  •   VI.     As conquistas do rei Davi.
  •   VII.   A restauração espiritual de Davi.
  •   VIII . Davi e o preço da negligência na família
  •   IX.    Os cinco Gigantes que Davi não Venceu.
  •   X.     Não retires de mim o teu Espírito Santo (Sl 51.11).
  •   XI.      A Diferença entre Saul e Davi.
  •   XII.   A perpetuidade do reinado de Davi.
  •   XIII. Davi, um tipo de Cristo.





Davi foi o segundo rei de Israel e o mais importante de todos.  Sua história abrange os seguintes livros da Bíblia:  Parte de I Sm (a contar de I Sm 16, 2 Sm inteiro, sua velhice e morte em I Rs 1.1-4, 2 .1-11 , e todo o livro de I Crônicas.

 Acrescenta-se ainda como fonte de dados parte do livro de Salmos (73 deles  escrito por Davi) e as referências a sua pessoa em toda a Bíblia.
Bisneto de Rute e Boaz; filho de Jessé; Davi foi escolhido por Deus (I Sm 13.14; At 13.22) e ungido por  Samuel em Belém após o Senhor ter rejeitado a  Saul I Sm 16.1-13.
Davi foi selecionado para ministrar na presença de Saul quando este estivesse endemoninhado; foi  então que se conheceram (I Sm 16. 17-21). No início estava tudo bem, mas logo depois da vitória de Davi sobre o gigante Golias (I Sm 17.25-27; 33-40; 45- 51), quando Israel voltava da batalha contra os filisteus, as mulheres saudaram a Davi com um cântico: “Saul feriu os seus milhares, porém Davi, os seus dez milhares” (I Sm 18. 7-9) e daquele dia em diante o atormentado Saul tentou matar a Davi.
Cada vez mais Saul odiava a Davi, perseguindo-o por muito tempo. A vida de Davi passou por um longo período de fuga, sofrimento e peregrinação.
Após a morte de Saul, Davi foi orientado por Deus a voltar para a sua terra natal;  ali seus compatriotas da tribo de Judá o ungiram rei, estabelecendo Davi o seu governo sobre a tribo de Judá em Hebrom durante sete anos e meio (2 Sm 2 .1-4,11; I Cr 3.4). No início houve guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi (II Sm 3.1); Isbosete, descendente de Saul, havia sido proclamado rei (foi ungido por Abner, chefe do exército de Saul) sobre o restante de Israel na cidade de Maanaim, entretanto, com a morte de Abner e de Isbosete, Davi é ungido rei sobre todo Israel em Hebrom (2 Sm 5.1-5), posteriormente transferindo a sede do governo para Jerusalém após conquistar a cidade ( Sm 5.6-10).



I. A biografia de Davi

 

Muitos personagens bíblicos são referenciais para nossas vidas, por nos deixarem exemplos de fé, coragem, obediência e paciência. 

 

Mas, só um foi considerado pelo próprio Deus “O homem segundo o meu coração” (I Sm 13.14): Davi, o maior rei de Israel.


Quem foi Davi? Um homem perfeito, sobrenatural, isento de pecados? Não! Davi era semelhante a qualquer um de nós, porém, aprendeu que a melhor maneira de alcançar o coração de Deus é o caminho da adoração, da humildade, da sinceridade e do arrependimento. 

 

O nome Davi, do hebraico dāwid (דּוד), literalmente, “amado”, está associado à adoração, ao louvor, ao culto, a poesia, à liturgia e à oração. No livro de Neemias (12.36) há duas peculiaridades a respeito de nosso personagem que desejo usar como eixo norteador de nossa análise.

 


 Davi, nome que significa “amado”, foi segundo rei de Israel e autor de muitos salmos da Bíblia. Após matar o gigante Golias, conquistou o povo por sua coragem e liderança. Preocupado que Davi estivesse tentando tomar seu trono, o rei Saul passou a persegui-lo. Mas depois que Saul morre em batalha, Davi é ungido como rei de todo o Israel. Tempos depois, Davi planeja a morte de Urias, seu soldado para encobrir seu adultério com Bate-Seba, mas depois mostra grande arrependimento demonstrando o motivo de ser chamado o homem segundo o coração de Deus. Antes de morrer, ele escolhe seu filho Salomão como seu sucessor. Sua história está registrada nos livros de 1 e 2 Samuel.

 

 

 

História do rei Davi

 

Davi foi o oitavo filho e caçula de Jessé, um morador de Belém. Seu pai parece ter sido um homem de vida simples. O nome da sua mãe não está registrado na Bíblia. Alguns sugerem que ela era a Naás de 2Samuel 17:25. Quanto à sua aparência, só sabemos que ele era ruivo, com olhos bonitos e um rosto gentil (1Samuel 16:12; 17:42).

 

 

 

A primeira ocupação de Davi, foi a de cuidar das ovelhas de seu pai no território de Judá. Suas primeiras façanhas registradas foram seus encontros com os animais selvagens do campo. Ele menciona que, sozinho, ele matou um leão e também um urso, quando eles saíram contra seu rebanho (1Samuel 17:34-35).

 

A unção de Davi

 

Enquanto Davi era jovem e estava assim envolvido com seus rebanhos, o profeta Samuel fez uma visita inesperada a Belém, tendo sido guiado para lá pela direção divina (1Samuel 16:1-13). Lá, ele ofereceu sacrifício, e chamou todos os filhos de Jessé para a refeição sacrificial. Entre todos os que apareceram antes dele, ele não conseguiu descobrir o que ele procurava. Davi foi enviado até ele e o profeta imediatamente o reconheceu como escolhido por Deus, escolhido para suceder a Saul, que agora se afastava dos caminhos de Deus, em seu reinado. Como um ato profético, ele um derramou o óleo sobre a cabeça de Davi o ungindo. Após isso, Davi voltou a sua vida de pastor, mas o Espírito do Senhor veio sobre ele desde aquele dia e também se afastou do rei Saul (1Samuel 16:13-14).

 

 

 

Pouco tempo depois, Davi foi enviado para acalmar com sua harpa o rei Saul que estava sendo atormentado por um espirito. Ele ministrou perante o rei com tanta habilidade que Saul foi muito animado e começou a ter grande carinho pelo jovem pastor. Depois disso, ele voltou para casa em Belém.

 

 

 

Davi e Golias

 

Os exércitos dos filisteus e de Israel estavam em batalha no vale de Elá, a cerca de 10km ao sudoeste de Belém e Davi foi enviado por seu pai com provisões para seus três irmãos, que estavam lutando ao lado do rei Saul. Ao chegar no acampamento dos israelitas, Davi (agora cerca de vinte anos de idade) foi informar-se sobre a situação da batalha quando o campeão dos filisteus, Golias, um gigante, veio desafiar Israel.

 

 

 

Ouvindo Golias, Davi aceitou o desafio. Ele pegou sua funda colocou uma pedra que havia tirado do ribeiro e lançou em Golias. A pedra cravou na testa do gigante, de modo que ele caiu sem sentido no chão. Davi então correu e matou-o, cortando sua cabeça com sua própria espada (1Samuel 17). O resultado foi uma grande vitória para os israelitas, que perseguiram os filisteus até os portões de Gate e Ecrom.

 

 

 

A popularidade de Davi que resultou desse heroísmo despertou o ciúme de Saul (1Samuel 18:6-16). Ele passou a ter um ódio amargo em relação a ele, e pensar em maneiras de o matá-lo (1Samuel 18-30). Os planos do rei enfurecido, que não podia deixar de observar o quanto Davi prosperava, se tornaram inúteis e apenas aproximou o jovem herói ao povo, e especialmente a Jônatas, o filho do rei Saul, com quem Davi formou uma grande amizade ao longo da vida.

 

 

 

Davi na caverna de Adulão

 

Para escapar da ira do rei Saul, Davi fugiu para junto do profeta Samuel em Ramá, que o recebeu (1Samuel 19:12-18) e habitou entre os filhos dos profetas, que estavam lá sob o treinamento de Samuel. Algum supõe os Salmos 6, 7 e 11 foram compostas por ele neste momento.

 

 

 

Ramá ficava apenas cinco quilômetros da residência de Saul, que logo descobriu para onde Davi tinha fugido e tentou ineficazmente trazê-lo de volta. Jônatas tentou convencer seu pai a ver Davi com melhores olhos (1Samuel 20), mas, descobriu não era seguro que Davi voltasse, mas que ficasse longe do rei.

 

 

 

De acordo a Bíblia, Davi foi primeiro para Nobe (1Samuel 21:1-9) e depois para Gate, a principal cidade dos filisteus. O rei dos filisteus não admitiu que Davi ficasse em Gate e então ele foi para a caverna de Adulão (1Samuel 22:1-4, 1Crônicas 12:8-18). Aqui em pouco tempo, 400 homens se reuniram ao seu redor e reconheceram-no como seu líder.

 

 

 

Foi nesse tempo que Davi, em meio ao assédio e aos perigos de sua posição, disse: “Oh, aquele me daria beber da água do poço de Belém”. Quando três de seus soldados correndo perigo, atravessaram o campo dos filisteus e trouxeram-lhe a água para a qual ele desejava (1Samuel 23:13-17), mas que não beberia.

 

 

 

Davi poupa a vida de Saul

 

Com a raiva do fracasso de todos os seus esforços para apoderar-se de Davi, Saul deu ordens para o massacre de toda a família sacerdotal em Nobe, cerca de de oitenta e cinco pessoas foram mortas. As tristes notícias do massacre foram trazidas a Davi por Abiatar, filho de Aimeleque, o único que escapou.

 

 

 

Ouvindo Davi que Queila, uma cidade na fronteira ocidental, foi assediada pelos filisteus, ele e seus homens foram e a livraram (1Samuel 23:1-14). E então, por medo de Saul, ele fugiu para uma região montanhosa no território de Judá. Enquanto acampava ali, na floresta do distrito de Zife, ele foi visitado e encorajado por Jônatas (1Samuel 23:16-18). Os dois agora se separaram para nunca mais se encontrarem.

 

 

 

O rei Saul continuou a perseguir Davi, que novamente escapou e fugiu para os penhascos e barrancos de En-Gedi, na margem ocidental do Mar Morto (1Samuel 23:29). Aqui Saul, que ainda o perseguiu com seu exército, escapou por pouco, através da abundante tolerância de Davi que teve a oportunidade de matá-lo mas poupou sua vida. Ser poupado por Davi fez com que Saul deixasse de persegui-lo. Davi se dirigiu a Maom, onde, com seus 600 homens, ele se manteve com as contribuições recolhidas do distrito. Aqui ocorreu o incidente relacionado com Nabal e sua esposa Abigail (1Samuel 25), com quem Davi se casou após a morte de Nabal.

 

 

 

Davi poupa a vida de Saul novamente

 

Saul voltou a sair em busca de Davi, que se escondeu no monte Haquila, que está a entrada de Jesimom, no deserto de Zife, e foi uma segunda vez poupado por sua tolerância. O rei Saul voltou para casa, professando vergonha e arrependimento pela maneira como ele havia tratado Davi e predizendo sua elevação ao trono (1Samuel 26).

 

 

 

Luta contra Israel

 

Assediado pela necessidade de se deslocar de um lugar para outro através do medo de Saul, Davi mais uma vez buscou refúgio entre os filisteus (1Samuel 27). Ele foi recebido pelo rei, que lhe designou Ziclague como sua residência. Aqui, Davi viveu entre seus seguidores por algum tempo como um chefe independente envolvido em frequentes guerras com os amalequitas e outras tribos no sul de Judá.

 

 

 

Aquis convocou Davi com seus homens para se juntarem ao seu exército contra Saul, mas os filisteus desconfiaram da lealdade de Davi, e, portanto, ele foi enviado de volta a Ziclague. Quando ele chegou a cidade havia sido saqueada e queimada. Davi perseguiu os invasores amalequitas, e os venceu. Ao retornar a Ziclague, chegou a ele a notícia da morte de Saul (2Samuel 1). Um amalequita trouxe a coroa e bracelete de Saul e colocou-os a seus pés. Davi e seus homens arrumaram suas roupas e lamentaram por Saul, que havia sido derrotado em batalha perto do monte Gilboa.

 

 

 

Davi rei sobre Judá

 

Davi e seus homens agora partiram para Hebrom sob a direção divina (2Samuel 2:1-4). Lá eles foram cordialmente bem-vindos, e ele foi imediatamente ungido como rei. Ele tinha agora cerca de trinta anos de idade.

 

 

 

Mas seu título para o trono não foi incontestável. Abner tomou Isbosete, o único filho restante de Saul, e o coroou como rei. Então começou uma guerra civil em Israel. O primeiro encontro entre os dois exércitos opostos, conduzido por um lado por Abner, e por outro por Joabe, ocorreu em Gibeão. O exército de Davi derrotou Abner. Outros encontros, no entanto, entre Israel e Judá seguiram (2Samuel 3:1,5), mas ainda o sucesso foi do lado de Davi. Pelo espaço de sete anos e meio, Davi reinou em Hebrom. Abner tentou se aproximar de Davi mas foi traiçoeiramente morto por Joabe em vingança por ter matado seu irmão Asael em Gibeão (1Samuel 3:22-39). Davi lamentou pela morte de Abner. Pouco depois, Isbosete também foi morto por dois cananeus de Beerote. Agora sem oponentes Davi foi ungido rei sobre todo o Israel (2Samuel 4:1-12).

 

 

 

Davi rei sobre todo o Israel

 

Os anciãos de Israel foram a Hebrom e ofereceram fidelidade a Davi em nome de todos os israelitas (2Samuel 5:1-5).

 

 

 

Depois de ungido rei sobre todo Israel, Davi buscava uma nova sede de governo, mais apropriada do que Hebrom, como a capital do seu reino. Naquele tempo, havia uma fortaleza dos jebuseus na colina de Sião, chamada também Jebus. O rei Davi expulsou jebuseus transformando esse lugar na capital de Israel. Ele estabeleceu aqui a sua residência e depois construiu para si um palácio com auxílio de comerciantes de Tiro (2Samuel 5:6-12).

 

 

 

Os filisteus, que há algum tempo observaram uma espécie de trégua, fizeram guerra contra o rei Davi, mas foram derrotados em batalha em um lugar depois chamado de Baal-Perazim. Mais uma vez invadiram a terra e passaram pela segunda vez por ele. Assim ele libertou Israel de seus inimigos (2Samuel 5:13-25).

 

 

 

O rei Davi traz a arca para Jerusalém

 

Davi resolveu trazer a arca da aliança para sua nova capital (2Samuel 6). Foi na casa de Abinadabe em Quiriate-Jearim, a cerca de onze quilômetros de Jerusalém, onde ficou durante muitos anos, desde o momento em que os filisteus a mandaram para casa (1Samuel 6-7).

 

 

 

Em consequência da morte de Uzá (porque era uma ordenança divina que somente os levitas deveriam manusear a arca, Números 4), que havia segurado a arca quando o carro em que estava sendo transportada sacudiu por causa da estrada, o rei Davi manteve a comitiva e levou a arca para a casa de Obede-Edom, um filisteu de Gate.

 

 

 

Depois de três meses, o rei Davi trouxe a arca da casa de Obede-Edom até Jerusalém. Aqui foi colocada em uma nova tenda Davi erigiu para o propósito. Cerca de setenta anos se passaram desde que ela estava no tabernáculo em Silo. O antigo tabernáculo estava agora em Gibeá, no qual Zadoque ministrava.

 

 

 

O rei Davi então cuidadosamente organizou todos os rituais do culto ao Senhor em Jerusalém, juntamente com Abiatar, o sumo sacerdote. Foi o início de uma nova era da fé israelita. O serviço de louvor foi pela primeira vez introduzido no culto público. Sião tornou-se o santo monte de Deus (1Crônicas 16).

 

 

 

As guerras de Davi

 

Posteriormente o rei Davi entrou em uma série de conquistas que ampliaram e fortaleceram seu reino (2Samuel 8). Em alguns anos, todo o território desde o Eufrates até o rio do Egito, e de Gaza ao oeste até Tapsacus ao leste, estavam sob sua influência (2Samuel 8:3-13; 10).

 

 

 

O pecado de Davi

 

Ele atingira o auge de sua glória. Davi governou um vasto império, e sua capital foi enriquecida com os despojos de muitas terras. Mas, no meio de todo esse sucesso, ele pecou gravemente contra o Senhor, e seu caráter ficou manchado com o adultério (2Samuel 11:2-27).

 

 

 

Observa-se como característica da Bíblia que, enquanto seus triunfos militares são registrados em alguns versos, a triste história de sua queda é dada em detalhes.

 

 

 

Na tentativa de ocultar seu adultério, Davi cometeu outro grave erro. Ele foi culpado de assassinato. Ordenou que Urias marido da mulher com quem ele adulterou e valente soldado do reino fosse colocado na frente da batalha para morrer. O profeta Natã (2Samuel 7:1-17; 12:1-23) foi enviado por Deus para trazer seus crimes à consciência do monarca culpado. Ele se arrependeu verdadeiramente. Davi desprezou amargamente seus pecados diante de Deus. Oséias salmos 32 e 51 revelam as profundas lutas de sua alma e sua recuperação espiritual.

 

 

 

 

 

O profeta Natã repreende o Rei Davi por Eugène Siberdt (1851–1931)

 

Bate-Seba tornou-se esposa do rei Davi após a morte de Urias. Seu filho primogênito morreu, segundo a palavra do profeta. Ela deu à luz um segundo filho, a quem Davi chamou Salomão, e que finalmente o sucedeu no trono (2Samuel 12:24-25).

 

 

 

Davi deseja edificar um templo ao Senhor

 

Após ser bem sucedido em todas as suas guerras, Davi teve a ideia de construir um templo para a arca de Deus. Isso não Lhe permitiu executar, porque ele era um homem de guerra. Deus, no entanto, enviou Natã a ele com uma mensagem graciosa (2Samuel 7:1-16). Ao recebê-la, ele entrou no santuário, a tenda onde estava a arca, e sentou-se diante do Senhor, e derramou seu coração com palavras de ação de graças devotas (2Samuel 18-29). A construção do templo foi reservada para seu filho Salomão, que seria um homem de paz (1Crônicas 22:9; 28:3).

 

 

 

Os dias difíceis do rei Davi

 

Até agora, o reinado de Davi tinha sido uma grande prosperidade e sucesso. Então vieram dias nublados e obscuros. Seu filho mais velho, Amnon, cuja mãe era Ainoã de Jezreel, foi culpado de um grande e vergonhoso crime (2Samuel 13). Este foi o início dos desastres de seus últimos anos.

 

 

 

Depois de dois anos, Absalão filho do rei Davi vingou o crime contra Tamar e matou Amnon. Isso trouxe problemas para o coração de Davi. Absalão, com medo das consequências de sua culpa, fugiu para Gesur, além do Jordão, onde permaneceu por três anos, quando foi trazido de volta e morto por Joabe (2Samuel 14).

 

 

 

Depois disso, caiu sobre a terra a calamidade de três anos de fome (2Samuel 21:1-14). Pouco depois, seguiu-se uma pestilência, trazida sobre a terra como um castigo pelo orgulho pecaminoso de Davi de numerar o povo (2Samuel 24), no qual não menos de setenta mil pereceram no período de três dias.

 

 

 

Uma das grandes lições na história de Davi é a sua paciência para esperar o momento certo de ascender ao trono de Israel. Paciência adquirida do trato com as ovelhas, paciência advinda da fé – inteira dependência; segurança das coisas esperadas – em Deus; paciência que era também fruto do imenso respeito que demonstrava por aquele que, embora desvinculado da vontade divina, havia sido ungido (consagrado; separado) para ser o primeiro rei de Israel.

Davi tinha tamanho respeito por um homem - que havia sido ungido à mando do Senhor - que isso quase lhe custou a vida por mais de uma vez, e quando teve a oportunidade de livrar-se do rei rejeitado, recusou-se fazê-lo. Isso demonstra a reverencia de Davi para com Deus e sua soberania sobre os assuntos da humanidade, assim, Davi sentiu que não tinha o direito de estender a mão contra o ungido do Senhor – ainda que Saul não gozasse mais dessa unção.

Nesse episódio, conteve o ânimo dos seus homens e jurou solenemente que jamais faria mal algum a seu senhor, tamanho o seu respeito por aquele que havia assumido o trono por desígnio divino, recusou-se a fazer justiça com as próprias mãos e confiou em YAWEH TSIDIKENU (O Senhor, Justiça Nossa), deixando a Ele o julgamento e a vingança.

Esse respeito ao rei ungido e o temor ao que o mandou ungir ficou patente quando somente o fato de cortar a roupa de Saul, causou-lhe remorso (v. 5), pois com efeito, as vestes são um substituto da pessoa; tocar na roupa é tocar na pessoa.

Mediante estes fatos, resta-nos uma pergunta: por que o Senhor proporcionou esta oportunidade a Davi para livrar-se do seu perseguidor, entregando Saul em suas mãos?

Deus vocacionou e ungiu Davi para governar seu povo. Mas, da unção até a ascensão ao trono, seu caráter precisava ser moldado mediante o exercício da paciência. Ele teve que aprender a esperar, e esperar o tempo de Deus. Davi estava sendo moldado, seu caráter tinha que ser forjado no cadinho da paciência; o futuro monarca deveria passar por essa ‘prova de fogo’ e dar testemunho do motivo pelo qual foi ungido por Samuel: temor ao Senhor. Davi se enquadrou perfeitamente no texto de Hc 2.4, ele tinha plena confiança n’Aquele que o vocacionou, demonstrou aquelas virtudes recomendadas por Paulo em Rm 12.9-21.

Ter fé é ter certeza, plena convicção, e como resultado viver em inteira dependência. Davi deu testemunho que confiava em Deus, esta esperança trouxe-lhe paciência para esperar o desenrolar dos fatos, ele sabia que o Senhor estava no controle e cumpriria seus desígnios. - "Quando estamos esperando, o plano de Deus e o seu tempo perfeito são dignos da nossa confiança".

 

 

 

Definições:

 

Os gregos antigos tinham duas palavras para o tempo: chronos e kairos. Enquanto o primeiro refere-se ao tempo cronológico, ou sequencial, esse último é um momento indeterminado no tempo em que algo especial acontece. Teologicamente descreve a forma qualitativa do tempo, o "tempo de Deus", enquanto chronos é de natureza quantitativa humana, o "tempo dos homens".

Em síntese podemos dizer que chronos, o tempo humano (medido), é descrito em anos, dias, horas e suas divisões. Enquanto o termo kairos, que descreve "o tempo de Deus", não pode ser medido, pois "para o Senhor um dia é como mil anos e mil anos como um dia." (2 Pe 3.8).

Cronos na mitologia grega é o arquétipo do tempo, o que devora os próprios filhos escondidos no interior de Gaia (a Terra). É em essência o viver do futuro, mas pelo medo de ser vencido pelo desconhecido presente. Kairos é uma antiga palavra grega que significa "o momento certo" ou "oportuno".

As Escrituras veem o tempo como um presente e uma oportunidade a ser usada sob a direção do Espírito Santo. Remimos o tempo para realizar aquelas coisas que estão de acordo com os propósitos de Deus. Nos dias corridos em que vivemos, a visão de tempo é como um produto que pode ser eficaz ou ineficazmente usado, disputado, administrado, economizado, perdido ou até convertido em dinheiro. A sociedade é regida pelo tempo chronos na busca desenfreada, frenética e compulsiva pelo prazer e pelo ter.

 

Davi esperou pacientemente no Senhor, e Ele ouviu a sua voz. Esperar o tempo de Deus é a garantia de não agirmos precipitadamente. É o segredo de quem quer fazer a vontade do Senhor. A Escritura diz que os nossos pensamentos não são os pensamentos de Deus, nem tampouco os nossos caminhos são os caminhos dEle (Is 55.8). O tempo do Eterno, evidentemente, não é o nosso tempo (Sl 90.4). Conhecedores desse fato, devemos confiar no Senhor e esperar nEle em todas as situações.

 

 

O tempo não é um inimigo, mas um amigo. Foi-nos encucado que devemos lutar contra o tempo, mas isso é loucura – e perda de tempo. Na busca pelo prazer, vivemos freneticamente buscando aproveitar cada segundo, mas o resultado é dor e sofrimento, consequência do pecado adâmico, mal interpretado pois, muitas vezes nos perguntamos: “porque Deus permite isso?”. Em sua soberania Ele pode sim intervir mas, respeita o livre-arbítrio e a escolha dos homens em auto-governar-se. Ele o permite, mesmo quando não consigo evitá-lo. Resta-nos então, encarar as dificuldades e percalços como aliadas na formação e aprimoramento do caráter e no preparo do futuro cidadão do céu.

Chronos serve para nos preparar. Quando compreendo e admito isso, consigo ver o tempo como algo que não é ruim, que serve para amadurecer-me e não pode tirar minha felicidade, porque esta está firmada em Deus – assim como encarava Davi.

No dizer de Paulo, o sofrimento tem uma finalidade bem definida. A demora no cumprimento das promessas também. Logo, o propósito de Deus na minha vida é usar o tempo para me ajustar ao ponto ideal, como afirma Davi, em Salmos 31.15: 'Os meus tempos estão nas tuas mãos...'

Quando o crente vive em inteira dependência de Deus, como define fé em Hb 11.1, entrega não apenas a condução do seu andar neste mundo, mas também deixa a sua mercê o tempo.

O que o crente deve fazer então, já que para tudo está determinado um tempo?

Entregar-se! Deixar que o Espírito Santo leve a efeito o plano de Deus em sua vida e ter cuidado para não se afastar da vontade de Deus perdendo a oportunidade quanto ao propósito divino para a sua vida: ‘tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu’ (Ec 3.1). Ao entregar-nos totalmente ao Senhor e ficarmos em sua dependência, nos enquadramos na Escritura de Ec 8.5 e 6 que diz: ‘Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; e o coração do sábio discernirá o tempo e o modo. Porque para todo o propósito há tempo e modo. Porquanto o mal do homem é grande sobre ele.’

 

A vida de Davi, do seu chamado até a queda definitiva de Saul é um exemplo e alerta urgentemente atual e pessoal. Ambos, Davi e Saul, não foram, e não são, figuras  de incrédulos, de ateus objetivamente inimigos de Deus. São, para usar uma comparação atual, crentes na melhor acepção da palavra. Davi e Saul somos eu e você o tempo todo, sejamos nós desde membros de igrejas a pastores, passando por cantores, diáconos, conselheiros, evangelistas, professores de escolas bíblicas ou de seminários bíblicos, teólogos, velhos ou novos convertidos. Os desafios de Davi e de Saul dentro de uma determinada cultura, a de seu tempo e época, são os desafios impostos pela vida, pela sociedade com oportunidades, limites e desafios a serem suplantados, incluídos aí os desafios e limitações religiosas.

 

A diferença se dá como cada um, tendo as oportunidades e diante das dificuldades naturais, se manifesta, se revela  diante de Deus. Calvinistas olham para a Bíblia e dizem que tudo está determinado. Essa é uma das cosmovisões cristãs, até mesmo fora do calvinismo como teologia, ela é a explicação mais cômoda para muitas situações. Outros como eu, entendem que Deus determinara um objetivo principal que não será anulado, mas que Ele como doador da vida deu e tem prazer em ver cada ser vivo criativamente reagindo a cada situação. Isso vai além, bem além da lenga-lenga filosófica-teólogica do tal do livre-arbítrio.

 

Israel pediu um rei, como as demais nações. Israel queria ser como os outros, ter exatamente o que os outros aparentemente tinham de bom aos olhos humanos. Israel tomara para si o modelo do mundo e não o de Deus. Deus lhes dissera que não deveriam ter um rei...logo o absolutismo nunca esteve no coração de Deus como sistema de governo. Só há um rei: Deus! Entretanto diante da insistente petição dos israelitas, Deus mesmo escolheu Saul certamente a melhor, a mais correta escolha possível  (  já que foi feita por Deus ) naquela geração e Saul se tornou rei de Israel para uma missão específica por parte de Deus.

 

Saul, entretanto foi acertando e errando, como todo ser humano, mas diferentemente como rei, como o tempo, foi errando mais que acertando, e errando gravemente em assuntos muito importantes, primordiais, preponderantes. Deus então escolhe outro rei para o seu povo Israel, povo de dura cervis, teimoso por excelência, que subiria ao trono em tempo oportuno: Davi. Davi não era perfeito, mas tinha características e elementos que Saul não tinha definitivamente. Outro dado é que Saul, segundo o que vemos em sua biografia, foi piorando ao longo do tempo. Saul não deixou de ser "crente", apenas se tornou um outro tipo de "crente" com características forjadas, nascidas, naquilo que ele ( Saul )e seus contemporâneos poderiam ainda admirar e respeitar. Saul era "crente" e um bom "crente"  sob a ótica humana, da sua cultura, da sua época.

 

Trata-se de uma enorme e urgente lição para hoje. Há uma rica e complexa cultura que forma, dá forma ao crente, ao cristão evangélico hoje. Não basta e nem carece de ser convertido, basta gostar de determinadas música cristã e de artistas cristãos, falar como eles, pensar como eles e gostar de determinados tipos de reuniões, acampamentos e ter comportamentos de determinado grupo de crentes ou de cristãos. Vestir como eles, divertir-se como eles, encontrar-se e se relacionar com eles em lugares, horários, namorar, casar, e até trabalhar em igrejas, empresas e mídias cristãs. Ninguém é crente no Brasil por confessar a Jesus Cristo frente a morte e raramente por defenderem a vontade específica de Deus em algum assunto. Ninguém é cristão por defender a mais pura justiça, por exercer misericórdia, por abominar o pecado ( não os nominais, facilmente listados ), por ser fiel, justo, por amar biblicamente a Deus.

 

Somos muitas vezes como Saul e não como Davi, que se ofendia ao ouvir o Deus de Israel ( que não era só de Israel e nem é hoje só de Israel ou de cristãos ) ser blasfemado ou zombado e que em nome de e por esse Deus foi para o tudo ou nada no enfrentamento com o gigante Golias. Saul era "pé no chão", teologicamente correto mas sem fé sobrenatural. Para  Saul nada do que está fora do script pode ser feito ou acontecer. Doença tem solução com o melhor plano de saúde...( não sou contra ) mas se não tenho nenhuma condição econômica e material, devo clamar ao meu Deus e esperar uma cura tão estupendamente "non sence" como a do general Naamã...e se ainda tiver condições materiais, pedirei ao Senhor que vá a frente e tome  a mão do médico, que esteja com anjos na sala de cirurgia que ele mesmo me sare como o Deus que sara, o Deus doador da vida. Não quero ser crente Saul mas um crente Davi e muitas e decisivas ocasiões.

 

3. Os aspectos do caráter de Davi

Davi é um dos principais personagens da Bíblia. Sua história é registrada em mais de sessenta capítulos da Bíblia; cerca de 60 referências são feitas a ele no Novo Testamento, além de figurar na genealogia do Senhor Jesus; até hoje é lembrado como o maior 
rei de Israel e, por duas vezes na Bíblia é chamado de “homem segundo o coração de Deus” (I Sm 13.14; At 13.22). Por que tanta honra a um homem que, apesar de notável, teve sua vida pontuada por graves pecados? 


A .  Davi era um homem cujo coração era inclinado ao 

 

Senhor: Davi era um homem espiritual, cuja vida estava em harmonia com os anseios de Deus (I Sm 17.36). 

 

B. Davi era um homem humilde: Além de conhecer suas limitações (Sl 131; 40.12,17), Davi aprendeu a atribuir as suas vitórias a Deus (I Sm 17.37; Sl 34.4-7; 40.5-10; 124). 

3. Davi era um homem sincero: Apesar de ser chamado pelo próprio Deus “O homem segundo o meu coração” (I Sm 13.14), 

 

Davi não era um homem infalível. Cometeu dois graves pecados: adultério e cumplicidade na morte de Urias (2 Sm 11.1-22). Mas, quando repreendido pelo Senhor, através do profeta Natã, Davi confessa e arrepende-se de seus pecados (2 Sm 12.13; Sl 51). 

Os aspectos do caráter de Davi podem ser visto em sua vida, mesmo depois que foi ungido rei de Israel: 


 .Não deixou de lado sua vida de adoração, manteve sua devoção 
diária ao Senhor, seu “culto doméstico” nos campos de Belém, sendo assim citado por um servo de Saul como o músico que poderia acalmar o espírito perturbado do rei (I Sm 16.14-18).
. Continuou com suas tarefas de pastor, mesmo sendo o ungido do Senhor (I Sm 16.19). Que belo exemplo a ser seguido por nós, o exemplo de um pastor que se portava como um rei, porque um 
dia seria rei com virtudes de um pastor.
. Mesmo sendo promovido a músico do rei, continuava submisso ao seu pai, e de seu rebanho cuidava com fidelidade (I Sm 17.15).
. Ele respeitava Saul, a quem substituiria, porque tinha 
consciência da vontade soberana de Deus em sua vida, e do controle que Ele exerce sobre todas as coisas (I Sm 17.58; 18.5;


C. Davi um exemplo de adorador

Ao estudarmos a biografia deste servo de Deus, observamos que Davi não foi apenas um pastor que se tornou em um guerreiro, e, posteriormente, no rei de Israel. Ele foi também um grande músico: compôs mais de 70 salmos, tocava muito bem a sua harpa e demonstrou habilidade na organização do cântico ao assumir o reino de Israel. Vejamos porque ele é um exemplo de adorador:

a. Davi foi conhecido como músico: Quando Saul estava sendo atormentado por um espírito mau, ele disse: “Buscai-me, pois, um homem que toque bem, e trazei-mo”. Um dos seus servos lhe respondeu: “… tenho visto um filho de Jessé, que sabe tocar …” 

 

(I Sm 16.17,18). Esta expressão revela que o servo do rei conhecia a Davi, não apenas como um pastor de ovelhas, mas também como músico.


b. Davi foi obediente quando convidado para tocar a sua harpa diante do rei: Como ele já havia sido ungido rei de Israel, poderia 
negar-se a ser músico do rei. No entanto, ele não era apenas um músico, ele era um músico obediente: veio, trouxe presentes a Saul (I Sm 16.20) e tocou a sua harpa diante dele (V.23).


c. Quando Davi dedilhava a sua harpa, o espírito mau se retirava de Saul: Qual será a razão pela qual aquele espírito mau se retirava? Com certeza, as músicas que Davi tocava, e com certeza, 
cantava, não eram músicas mundanas e superficiais, atendendo aos caprichos e gostos humanos. Eram músicas sacras e inspiradas por Deus. Muitas estão a nosso dispor, no livro dos Salmos.

 

D. Davi , um homem que aprendeu a lidar com os sentimentos humanos.


Como qualquer homem, Davi enfrentou momentos de crises, tais como: ódio, desejo de vingança . Os capítulos 24, 25 e 26 de I Samuel nos revelam fatos dignos de serem mencionados, quando estudamos sobre a vida de Davi. Eles nos oferecem lições importantes para aqueles que desejam melhorar em seu relacionamento com Deus e, consequentemente, com seu próximo.

1. Lidando com a vingança (I Sm 24.1-22): Davi teve a chance de matar Saul. Ele estava com seus homens nas cavernas de En-Gedi (fonte dos cabritos), quando Saul, vindo cansado de uma batalha, entrou na caverna onde Davi estava escondido com seus homens. Seria a oportunidade de por fim àquela perseguição? Foi o que seus guerreiros lhe disseram (v.4), mas não foi o que fez Davi. Ele deu a Saul provas de sua fidelidade, cortando apenas a orla de seu manto, mas preservando sua vida (vv.4-11). Davi tinha confiança em Deus, e não se deixou vencer pela tentação da vingança (Rm 12.18-21), além de ensinar essa lição para seus liderados (v.7). 

2. Lidando com a ira (I Sm 25.2-13): A indiferença e a grosseria de Nabal fez com que Davi perdesse, por um período de tempo, a paciência que tanto lhe era peculiar. Isto nos ensina a termos cuidado com os sentimentos negativos que surgem em nossos corações, para não os alimentarmos. O mesmo Davi que se porta pacientemente com Saul, que sabe esperar no Senhor, que se recusa a ferir o ungido do Senhor, agora explode em raiva, perde o controle. Devemos ter cuidado (Pv 29.11). 

3. Lidando com a misericórdia (I Sm 25.18-35): Davi foi abordado por Abigail, que com sabedoria o convenceu a não levar adiante seu plano de vingança. Davi por sua vez, foi humilde ao aceitar conselhos de uma mulher que jamais havia visto, uma desconhecida até então. Mas, o coração de um homem segundo o coração de Deus é inclinado ao perdão, à tolerância, e não sente dificuldade em voltar atrás em decisões que não agradam a Deus. 

4. Lidando com a longanimidade (I Sm 26.1-25): Era a segunda vez que Davi tinha a oportunidade de matar Saul, mas, outra vez, poupou a sua vida. Davi nos ensina que não é difícil ser vingativo maldoso e carnal. O grande desafio é ser longânimo, é perdoar, é produzir o Fruto do Espírito, pois as obras da carne surgem sem que precisemos plantá-las (Mc 7.21). 

 

A biografia de Davi é um retrato de como pessoas podem ser integradas ao plano de Deus e rejeitadas a todo o momento. Essa aceitação por parte de Deus e a rejeição a nossas vidas, depois de crentes e como crentes, é algo que deveríamos pensar muito seriamente a cada dia. Muitos são chamados (oportunizados, têm oportunidade ) e poucos os escolhidos dissera o Senhor Jesus. Essa simples frase é entendida segundo vários aspectos e interesses. Calvinistas a veem de um modo, arminianos de outro, e no embate teológico sobra pouco ou ate se perde a lição a ser nos ensinada. Afinal de que lado cada um de nós  se coloca nessa questão: dos chamados e não escolhidos ou dos chamados e escolhidos. Há ainda a questão dos chamados, escolhidos e que não perseveram, que não se firmam e não continuam a jornada, pelo menos do jeito positivo e nobre que a iniciaram.

 

 

Temos todos  o privilégio, a graça, a sorte, não sei que palavra é melhor para nos fazer entender essa grande realidade, de conhecermos ao Senhor, algo que milhões jamais tiveram, não têm hoje em muitas partes do mundo, em muitas culturas, em muitas situações, e isso faz simplesmente a diferença entre um CÉU e um INFERNO, portanto não é pouca coisa. Quantos de meus  ancestrais não foram salvos por não terem simplesmente a informação que eu tive e tenho? sou um sortudo, você que tem essa mesma experiência é um sortudo, se achando predestinado ou não. Tivemos muita sorte. Você calvinista acha que não pode nem decair da sua situação privilegiada. Isso é originalmente ruim. Como Saul ( não estou falando de todos os calvinistas ) pode estar se achando e não avalia de fato a sua real espiritualidade. Mas não é só calvinistas que podem ter uma visão maior de si mesmos, quantos pastores medíocres, preguiçosos, medrosos, incrédulos teológicos, se veem como homens de Deus, mais corretos teologicamente, escondem-se atrás de seus diplomas teológicos ou acadêmicos seculares, como se fosse o trono de Saul? Deus fez de Saul rei de Israel, mas Saul deixara de ser o rei de Israel do pondo de vista de Deus e Saul não se apercebeu e não se arrependeu, por não tê-lo reconhecido.

 

Somos as mesmas pessoas arrependidas e humilhadas sem nenhuma nobreza a nos orgulhar do dia da nossa conversão ( falo para calvinistas e arminianos, pentecostais e tradicionais, neopentecostais e outros )?  Após alguns anos de "vida espiritual" que não se confunde com "vida cristã religiosa ", não nos achamos todos "o máximo" e "os reis da cocada preta"?

 

Quem somos diante de Deus para que Ele de fato  nos abençoe e nos ponha de pé, e nos honre e nos coloque em destaque? Não deveríamos andar em temor e tremor justamente pela possibilidade de liberdade e erro que estamos constantemente expostos e sabendo disso nos socorrer na presença e na verdade do Senhor que conhece o nosso assentar e nosso levantar a cada dia?

 

 

Tiremos da história de Davi, o rei Davi, as importantes e eternas lições da Palavra de Deus, e  Deus mesmo tenha misericórdia de cada um de nós.


Esta foi apenas a introdução de uma série de conferências que haveremos  de percorrer, falando sobre a vida do maior de todos os reis de Israel, Davi. Até breve quando estaremos falando sobre o tema: Os talentos de Davi.




Nenhum comentário:

Postar um comentário