Por: Jânio Santos de Oliveira
Uma introdução à Teologia
1. “TEOLOGIA ” - A DOUTRINA DE DEUS
A Existência de DEUS......................................................................
A Revelação de DEUS .....................................................................
A Natureza de Deus e seus Atributos..............................................
A Natureza de Deus e seus Atributos (C o n t.)..........................
A Santidade de Deus ...................................................................
A Trindade Divina...........................................................................
As Obras de Deus ............................................................................
2. “CRISTOLOGIA ” - A DOUTRINA DE CRISTO
Cristo no Antigo Testamento .........................................................
A Divindade de Cristo .....................................................................
A Humanidade de Cristo ................................................................
A Morte de Cristo............................................................................
A Ressurreição de Cristo.................................................................
O Sacerdócio de Cristo....................................................................
3. “PNEUMATOLOGIA” - A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO
A Natureza do Espírito Santo .........................................................
O Espírito Santo no Antigo Testamento..........................................
O Espírito Santo no Novo Testamento............................................
O Espírito Santo no Crente..............................................................
O Batismo no Espírito Santo ..........................................................
Os Dons do Espírito Santo .............................................................
4. “ANGELOLOGIA” - A DOUTRINA DOS ANJOS
A Natureza dos Anjos ....................................................................
Os Anjos Como Agentes de Deus ...................................................
Origem, Rebeldia e Queda de Lúcifer ............................................
Satanás, o Agente da Tentação .....................................................
Satanás na Consumação dos séculos .............................................
5. “ANTROPOLOGIA ” - A DOUTRINA DO HOMEM
A Origem e a Criação do Homem ...................................................
A Natureza do Homem ..................................................................
O Homem - Imagem e Semelhança de Deus ..................................
O Destino do Homem .....................................................................
Provação e Queda do Homem .......................................................
6. “H AMARTIOLOGIA ” - A DOUTRINA DO PECADO
A Origem do Pecado.......................................................................
A Natureza do Primeiro Pecado do Homem...................................
A Descrição Bíblica do Pecado........................................................
O Pecado Original e o Pecado Praticado........................................
O Pecado e o Crente ...........................................................
7. “SOTERIOLOGIA ” - A DOUTRINA DA SALVAÇÃO
A Providência Salvadora..................................................................
Quatro Aspectos da Provisão de Cristo Quanto à Salvação
O Lado Divino da Conversão do Pecador.......................................
A Participação do Homem na Conversão......................................
A Justificação
A Regeneração.................................................................................
A Adoção..................................
A Santificação ..............................................................................
Advertências e Promessas...............................................................
A Glorificação..................................................................................
8. “BIBLIOLOGIA
9. “ECLESIOLOGIA ” - A DOUTRINA DA IGREJA
A Origem da Igreja...........................................................................
O Que É a Igreja...............................................................................
O Fundamento da Igreja..................................................................
Formação e Administração da Igreja..............................................
A Missão da Igreja...........................................................................
10. “ESCATOLOGIA BÍBLICA ” - A D. BÍB . DAS ÚLT. COISAS
O Arrebatamento da Igreja.............................................................
Após o Arrebatamento da Igreja.....................................................
A Grande Tribulação.......................................................................
A Volta de Jesus...............................................................................
O Milênio..............................................................................
Eventos Finais..................................................................................
"ESCATOLOGIA
BÍBLICA"
A DOUTRINA BÍBLICA DAS
ÚLTIMAS COISAS
O termo escatologia,
isoladamente, diz respeito aos fins últimos do homem, portanto, um assunto
extra bíblico. Porém, nosso objetivo é o estudo da Escatologia Bíblica - a
teologia sistematizada que trata da doutrina das últimas coisas segundo as
Escrituras, isto é, os eventos por acontecer, como a morte, ressurreição e segunda
vinda de Cristo; o final dos tempos, o juízo final e o estado futuro.
Os eventos que estão
acontecendo e ainda vão acontecer são parte do eterno plano divino através dos
séculos. Esse plano é revelado nas Escrituras através de muitas passagens, como
por exemplo: 2 Reis 19.25; Isaías 46.10; Efésios3.11.
Para conhecer o
posicionamento da Escatologia no campo da doutrina bíblica é preciso que se dê
pelo menos a classificação sumária das doutrinas bíblicas em três classes
gerais:
a) doutrina da
salvação;
b) doutrina da fé
cristã;
c) doutrina das coisas
futuras; a Escatologia Bíblica situa-se aqui.
Sendo o Movimento
Pentecostal um movimento do Espírito, é de se esperar que o conhecimento
escatológico seja aprofundado para que haja uma maior compreensão, uma maior
visão introspectiva da escatologia.
Lembremo-nos que a
Daniel foi dito que selasse as revelações escatológicas, porque o tempo do seu
cumprimento estava ainda distante (Dn 12.2,9; 8.26), mas para nós, da época da
Igreja, a mensagem quanto a essas revelações é a de Apocalipse 22.10: Não seles
as palavras da profecia deste livro, porque o tempo está próximo”.
ESBOÇO
1. O Arrebatamento da
Igreja
2. Após o Arrebatamento
da Igreja
3. A Grande Tribulação
4. A Volta de Jesus
5. O Milênio
6. Eventos Finais
I.
O ARREBATAMENTO DA
IGREJA
A segunda vinda de
Jesus se dará em duas fases distintas. A primeira diz respeito ao arrebatamento
da Igreja. Isto concerne somente à Igreja fiel que O espera velando.
A segunda fase diz
respeito à manifestação física e pessoal de Jesus, acompanhado dos Seus santos
e anjos. E um mistério que só será compreendido quando acontecer.
Somente os fiéis,
mortos e vivos, ouvirão os toques divinos da chamada, vindos do Céu, e serão
arrebatados pelo poder de Deus ao encontro do Senhor nos ares.
Sinais da segunda vinda
de Jesus
Embora não tenha
revelado o dia exato do arrebatamento da Igreja, Jesus deixou algumas
coordenadas através das quais podemos concluir estar longe ou perto esse tão
maravilhoso dia.
Os fenômenos previstos
por Jesus como sinais da consumação do século não parecem tão fenomenais assim.
Afinal de contas, sempre tivemos nações se insurgindo contra nações, guerras e
rumores de guerras, terremotos, fome e pestes. Assim sendo, como considerar
qualquer desses sinais como se o evento final e tremendo dos tempos estivesse
para começar?
Na Bíblia da versão de
Almeida, parece apenas sugerir que esses eventos são o princípio dos
sofrimentos, enquanto que o original grego é dito que todas essas coisas são o
princípio das dores de parto. Notemos que Jesus disse: “dores de parto”. Quando
esses eventos se tornarem mais frequentes e intensos, saberemos que os últimos
dias do sofrimento da Igreja e o nascimento de um novo tempo se aproxima.
Podemos perceber os sinais desses eventos com que se materializam os seguintes
sinais preditos por Jesus: proliferação de religiões falsas; aparecimento de
falsos messias; o renascimento e o avanço generalizado do ocultismo e sinais
naturais e físicos.
A segunda vinda de
Cristo
A segunda vinda de
Cristo é mencionada 318 vezes no Novo Testamento, mas um exame descuidado de
muitos trechos pode levar a conceitos conflitantes. Por exemplo, um trecho nos
diz que Cristo virá “nos ares” (l Ts 4-17), enquanto que outro diz que Ele virá
à Terra. Um trecho diz que virá em secreto, como ladrão ...”; outro diz que
todo olho o verá.”. Um trecho ensina que sua vinda será um tempo de regozijo,
enquanto outro diz que os povos da Terra se lamentarão.
A primeira fase da
segunda vinda de Cristo diz respeito ao arrebatamento da Igreja juntamente com
a ressurreição dos santos e concerne somente à Igreja fiel que O espera
velando. A segunda fase diz respeito à manifestação física e pessoal de Jesus,
acompanhado dos seus santos e anjos e isto concerne a Israel e às demais nações
do mundo, sobreviventes na ocasião. A população do mundo estará muito reduzida
no momento da aparição de Jesus para julgar as nações (Zc 12.9; 14.16).
A Igreja fiel será
arrebatada e irá ao encontro do Senhor, antes da Grande Tribulação, que é
também denominada na Bíblia, de “ira vindoura” (Mt 3.7; l Ts 1.10; 5.9; Ap
6.16,17).
O tribunal de Cristo
O crente foi julgado
como pecador em Cristo. Isto teve lugar no passado, no drama do Calvário. O
crente foi julgado como filho, durante a sua vida. Agora o crente será julgado
como servo, isto é, quanto ao serviço prestado a Deus. Este julgamento
acontecerá nos Céus, no lugar chamado “tribunal de Cristo” (2Co 5.10; ljo 4.17;
Rm 14.12; Ap 22.12).
O julgamento da Igreja
no “tribunal de Cristo” terá lugar entre o seu arrebatamento e a revelação de
Jesus em glória, com os Seus santos. E o cumprimento da Parábola dos Talentos
(Mt 25.14-19) e está baseado em três aspectos da vida do cristão, uma vez que
será um julgamento:
1. do trabalho do
cristão feito para Deus (I Co 3.8,14,15).
2. da conduta do
cristão, por meio do corpo.
3. do tratamento
dispensado aos irmãos na fé (Rm 14.10; Tg 5.4).
Do tribunal de Cristo
às Bodas do Cordeiro
Logo após o
arrebatamento da Igreja virá o tempo descrito na Bíblia como a “Grande Tribulação”.
Será um tempo de horror para o mundo gentílico e de apertos para a nação de
Israel. Nesse tempo, os crentes arrebatados comparecerão diante do Tribunal de
Cristo para serem julgados e receberem galardão. Esse julgamento não terá a
finalidade de revelar quem é salvo ou quem não é. Por ele só passarão os
salvos.
Notemos que ele terá
lugar no Céu, onde só entrarão os salvos lavados pelo sangue do Cordeiro. A
função desse tribunal está descrita em Mateus 20.8.
Diante do Tribunal de
Cristo manifestar-se-ão não só as obras dos crentes, mas também a fonte de suas
motivações. Se esses motivos foram injustos, egoístas, ilícitos, inarmônicos
quanto ao plano de Deus, os trabalhos realizados decorrentes deles serão nulos
para efeito de galardão. Leia o que o apóstolo Paulo escreve em 1 Coríntios
3.11-15. Se Cristo é o fundamento e o motivo das boas obras do cristão, então
este receberá galardão naquele dia; do contrário, apenas se salvará como alguém
que escapou de um incêndio, somente com a roupa do corpo.
As Bodas do Cordeiro
Findo o julgamento pelo
Tribunal de Cristo, a Igreja fiel será chamada a ter acesso à festa das Bodas
do Cordeiro (Lc 22.30), ocasião em que Cristo e a Igreja se tornarão o centro
de atenções de todos os seres celestiais. Cumprir-se-á, finalmente, parte da
oração sacerdotal de Jesus, proferida no capítulo 17 de João. A Igreja será
vista no seu aspecto universal. Ali estarão juntos todos os santos do Antigo e
do Novo Testamento.
Todos os crentes do
Oriente e do Ocidente tomarão assento à Sua mesa (Mt 8.11).
Os salvos chegados de
todas as partes da Terra e de todos os tempos se saudarão festiva e
alegremente. Estará finda a batalha na Terra! Será o dia triunfal em que os
salvos serão elevados e os ímpios* castigados. Os salvos estarão livres de todas
as lutas, angústias, pecado e mal. Ao olharmos para a divina face de Jesus
compensará todas as tristezas desta vida.
II.
APÓS O ARREBATAMENTO DA
IGREJA
Procuraremos fornecer
uma visão global de alguns eventos que terão lugar no mundo imediatamente após
o arrebatamento da Igreja. Abordaremos assuntos, como:
Apostasia Total e
Indiferentismo Espiritual; Predominância de uma Confederação de Nações;
Destruição da Nação do “Norte” e seus Satélites; Conversão em Massa de Judeus
ao Cristianismo.
Nessa época, em cumprimento
às profecias de Daniel e Apocalipse, será formada uma coalizão de nações na
área geográfica antes ocupada pelo Império Romano. Não se trata de uma
restauração literal e total desse antigo Império, tal como ele existiu, mas uma
forma de expressão final dele.
Os fatos anunciados
para essa ocasião dizem respeito a:
1. Apostasia total e
indiferentismo espiritual, bem como o espírito de desobediência, anarquia e a
escalada galopante da feitiçaria fazem parte do preparo final do mundo, pelo
Diabo, para o reino do seu preposto - o Anticristo (2Ts 2.3; ljo 2.18; 4 .3 ;2
Jo v .7 ).
2. Aumento do retorno
dos judeus a Israel. Desde o início do Movimento Sionista em 1897, sob a
liderança de Teodoro Herzl, o regresso dos judeus à sua terra vem se
processando, porém em pequena escala. Após a II Guerra Mundial, maior retomo
teve início, como efeito dos horrendos massacres de judeus pelo nazismo alemão.
Em 1948, com a criação
do novo Estado Judeu (Israel), houve um incontido incentivo e aumento acentuado
no fluxo de imigração.
3. A reconstrução do
templo de Jerusalém já é debatida pelas autoridades de Israel. Donativos têm
chegado para isso. O parlamento de Israel já se ocupa do assunto. Essa
construção pode ser muito rápida devido às moderníssimas técnicas empregadas em
construção civil. O templo em consideração aqui é o da Tribulação (2Ts 2.4),
que será destruído naqueles mesmos dias.
Predominância de uma
Confederação de Nações
No dia 23 de maio de
1957, foi assinado o Tratado de Roma, o primeiro passo do cumprimento de uma
profecia de Daniel sobre a existência de uma confederação de nações, como única
forma de expressão do poder gentílico mundial. A profecia está no capítulo 2 e
se repete no capítulo 7 de Daniel.
No Apocalipse, essa
profecia é vista à partir do capítulo 13. O Tratado de Roma entrou em vigor em
12 de Abril de 1958, com o objetivo fundamental de unificação da Europa
mediante a formação dos Estados Unidos da Europa. Os seis países membros
fundadores foram: Itália, França, Alemanha Ocidental, Holanda, Bélgica e
Luxemburgo. Novos membros foram sendo admitidos mais tarde.
Esta coalizão de nações
a ser formada, segundo a profecia, na área geográfica do antigo Império Romano,
está predita em Daniel 2.33,41-44. Não se trata de uma restauração literal e
total do antigo Império Romano, tal como já existiu, mas uma forma de expressão
final dele, pois, conforme a palavra profética em Daniel 2.34, a pedra feriu a
estátua, nos gés e não nas pernas. As duas pernas representam o Império Romano
dividido em dois, fato que teve lugar em 395 d.C.: o império ocidental, com
sede em Roma e o oriental, com sede em Constantinopla. Foi nessa condição que
deixou de existir como tendo duas pernas. O império ocidental caiu em 476, e o
oriental, em 1453 d.C. (Dn2.33).
Destruição da nação do
“Norte” e seus satélites
É necessário lermos por
inteiro os capítulos 38 e 39 de Ezequiel e o capítulo 2 de Joel a esta altura
do estudo. Temos, nessas profecias, a descrição da invasão de Israel por uma
nação do “Norte”, nos dias finais da era atual. Observemos as expressões “no
fim dos anos” e “nos últimos dias”, em Ezequiel 38.8,16.
O invasor e seus
aliados serão totalmente derrotados e arruinados no próprio território de
Israel, por intervenção divina direta (Ez 39.4,5). Deus intervirá porque Israel
é o Seu povo e Sua possessão. Em Ezequiel 38.16, Deus chama Israel de “o meu
povo” e “a minha terra”. Isto é altamente significativo e deveria servir de
aviso a todos aqueles que se levantam contra Israel. Esta nação de que trata as
profecias já mencionadas deverá, na época da invasão em apreço, ser muito
poderosa belicamente.
Ensinos sobre as
profecias mostram que Gogue, a nação ou bloco de nações do norte da Terra em
relação à Israel, invadirá esse país nos últimos dias. A Bíblia localiza Gogue
ao norte de Israel (Ez 38.6,15). Essa poderosa nação do norte será ajudada
nessa invasão por nações europeias, asiáticas e africanas. Vejamos a lista
completa desses atacantes: Magogue, Meseque, Tubal (Ez 38.2,3); persas,
etíopes, Pute, Gômer, Togarma e muitos povos (Ez 38.5,6); líbios (Dn 11.43).
Os motivos da invasão
de Israel por Gogue serão principalmente dois: as riquezas de Israel, inclusive
do Mar Morto (Ez 38.11,12), e sua posição estratégica.
Conversão em massa de
judeus
Como resultado da
intervenção divina salvando miraculosamente Israel, os judeus e as nações da
Terra reconhecerão que há um Deus que governa todas as coisas (Ez 39.21,22).
Isso resultará na conversão de muitos judeus e no derramamento do Espírito
Santo.
O cumprimento parcial
da promessa do Espírito Santo
Em Joel 2.20, vemos o
Senhor destroçando o exército invasor proveniente do norte e, no versículo 28,
temos a promessa do derramamento do Espírito Santo. Essa promessa cumpriu-se
parcialmente no dia de Pentecostes (At 2.16,17). Parcialmente por duas razões:
primeiro, em Joel 2.28 fala-se de derramar o Espírito, o que significa um
derramamento pleno. Já em Atos 2.17, a palavra fala de derramar do Espírito, o
que significa um derramamento parcial. Segundo, no dia de Pentecostes, e desde então,
não se cumpriram os sinais preditos em Joel 2.30,31, os quais ocorrerão somente
na Grande Tribulação (Mt 24.29). Haverá, portanto, um grande despertamento
espiritual entre os judeus, resultando em muitas conversões. Leia Joel 2.31,32,
atentando para a conjunção “e”, ligando o versículo 31 ao 32.
Os 144.000 judeus
salvos durante a Grande Tribulação
Esta obra começará
neste tempo. Serão selados por anjos de Deus. Selo que se refere ao que está
escrito em Apocalipse 14.1, isto é, os 144.000 representantes das tribos.
Certamente dentre eles irão sair os missionários que irão levar a Palavra de
Deus, conforme está em Isaías 66.19. Substituirão a Igreja no testemunhar de
Deus. A mensagem que será pregada por eles não é o Evangelho que conhecemos,
mas o chamado “evangelho do reino”. (Mt 24.14), o qual anuncia a volta do
Salvador à terra e o julgamento das nações impenitentes.
III.
A GRANDE TRIBULAÇÃO
Há quem diga que a
expressão “Grande Tribulação” não se encontre na Bíblia.
Certamente é porque
tais pessoas leem pouco as Escrituras Sagradas e, sendo assim, é difícil
encontrar tal expressão escatológica. A Tribulação, como elemento escatológico,
consiste de dois períodos, tendo cada um três anos e meio de duração: o
primeiro é chamado simplesmente de “Tribulação”; o segundo, que é pior em
termos de impiedade, é chamado de “Grande Tribulação”.
O período da Tribulação
é conhecido por diversos outros nomes. No Antigo Testamento temos: “o dia do
Senhor ”, “o tempo da angústia de Jacó”, “o dia de trevas”, “o dia da vingança
de nosso Deus”, “aquele dia”, “o grande dia”. No Novo Testamento, temos “dia da
ira”, “tua ira”, simplesmente “ira” (Rm 5.9; lTs 5.9), “ira vindoura” ou
“futura” (Lc 3.7; lTs 1.10). Geralmente, o período todo é chamado “Grande
Tribulação”, sabendo que as duas testemunhas na segunda, o sofrimento será mais
acentuado.
Vejamos alguns dos
elementos e acontecimentos a surgirem no período da “Grande Tribulação”,
segundo interpretação do texto bíblico:
1. O Surgimento do Anticristo.
Em 1968 foi fundado em Roma o chamado “Clube de Roma”, sendo seus membros,
desde então, personalidades de gabarito mundialmente reconhecido na política,
na economia, nas ciências e na educação. O objetivo fundamental deste Clube é o
de estudar o futuro da raça humana, considerando o seu passado e o presente,
para planejar o seu futuro. Uma das conclusões a que chegou o Clube há poucos
anos é a de que a humanidade necessita urgentemente de um governo único e
centralizado para resolver seus problemas e suprir suas necessidades. Esta
conclusão está intimamente relacionada com o surgimento iminente do super-homem
de Satanás - a Besta, ou Anticristo, que presidirá a confederação de nações que
já comentamos (Ap 13.1-8). Talvez este homem já esteja por aí, camuflado,
aguardando apenas o momento de manifestar-se, impedido de apresentar-se porque
a presença da Igreja no mundo o restringe.
2. O Falso Profeta é o
principal associado do Anticristo durante o período da Grande Tribulação (Ap
13.11); neste versículo, os dois chifres referem-se ao seu poder político
(representativo), aliado ao seu poder religioso; mas também falam de
“testemunho”, por ser o número dois representativo disso. Parecerá cordeiro:
manso, inofensivo, brando e santo, mas, no seu interior, será um dragão
destruidor. Será o Ministro de Cultos do Anticristo; um insuperável ministro
religioso, porém enganador. Ele promoverá um incomparável movimento religioso
mundial, unindo todos os credos, seitas, filosofias, igrejas modernistas e
ecumênicas, formando uma superigreja mundial. Ele fará muitos milagres, falsos,
evidentemente (2Ts 2.9).
3. O surgimento de uma
superigreja. O grande carisma religioso do Falso Profeta durante o governo do
Anticristo se materializará na necessidade de organizar uma superigreja, cujo
perfil se encontra no capítulo 17 do Livro de Apocalipse. Essa superígreja, com
sua atraente religião, irá se consolidar pelo intenso trabalho “evangélico” do
Falso Profeta, com a promoção de grandes cruzadas. Será uma religião avessa à de
Deus. Seu ponto alto será a adoração a um homem, o super-homem de Satanás (Ap
13.8,12; 2Ts 2.4).
4. A Babilônia mística
de Apocalipse 17. Essa anti-igreja, ou Babilônia mística, é retratada em
Apocalipse 17. Ela muito se assemelha em identificação, constituição e
procedimento à Igreja Católica Romana, se bem que a superigreja de Apocalipse
17 encerra pormenores que vão extrapolam a Igreja Católica Romana do passado e
do presente. Esta Igreja é dirigida pelo papa, ao passo que a igreja mundial de
que estamos tratando será chefiada pelo Falso
Profeta, um superlíder
religioso aliado do Anticristo. Talvez a Igreja Católica Romana de então
integre-se a esse sistema religioso mundial falso.
Para uma melhor
compreensão quanto ao caráter da super igreja mundial que existirá no mundo
durante o governo do Anticristo, é indispensável que leiamos Apocalipse 17 e
18, capítulos que falam de duas Babilônias. Uma é simbólica (a do capítulo 17),
enquanto que a outra é literal (a do capítulo 18). A do capítulo 17 é a falsa
igreja mundial, aparecendo sob a figura de uma mulher. O cálice que a mulher
segura na mão é a falsa religião que prevalecerá naqueles dias do reinado da
Besta (v. 4). Essa igreja falsa com o seu sistema religioso aparece primeiro no
“deserto” (v. 3) e também sentada sobre muitas águas (v. 1), o que é
interpretado como sendo “povos, multidões, nações e línguas” (v. 15). O nome
“Babilônia”, associado a essa super igreja organizada nos dias da Grande
Tribulação, indica duas coisas: rebelião organizada contra Deus e uma grande
atividade do Espiritismo, em suas inúmeras manifestações.
5. A Babilônia de
Apocalipse 18 diz respeito, sem dúvida, à cidade de Babilônia reconstruída,
como a primeira capital do reino do Anticristo. Será um gigantesco centro
político, religioso e financeiro. A Besta necessita disso tudo para galgar o
poder. Para compreender isso, é indispensável ler o capítulo 18 de Apocalipse.
6. Paz e prosperidades
falsas. 1 Tessalonicenses 5.3 e Apocalipse 6.2 falam da paz e da prosperidade
que a Terra experimentará no princípio do governo centralizado da Besta. Daniel
11.36 diz que o seu governo será próspero. Ela convencerá o mundo de que está
raiando a era da paz e do progresso com que a humanidade tanto sonhava.
A política, a religião,
a economia e a ciência serão suas metas principais. A ciência atingirá um ponto
nunca alcançado. Todo esse progresso será falso, porque será superficial e
durará pouco. Logo depois, a Besta revelará seu verdadeiro caráter maligno, ao
mesmo tempo em que os juízos desencadeados do Céu, sob os selos, as trombetas e
as taças registrados nos capítulos 6 a 18 de Apocalipse, porão tudo a
descoberto, mostrando que as multidões foram completamente iludidas, em âmbito
mundial.
7. O cavaleiro e seu
cavalo. O cavalo e sua cor branca (Ap 6.2) falam de conquista, vitória e paz. O
cavalo nas guerras antigas era elemento de primeira necessidade. O arco do
cavaleiro fala do longo alcance e da amplitude de seus empreendimentos. A sua
arrancada será, a princípio, vitoriosa, inclusive porque não enfrentará
qualquer protesto e oposição da verdadeira Igreja, que, nesse tempo, já estará
na Glória com o Senhor. A coroa, o cavalo branco e a arrancada vitoriosa do
Anticristo falam dele como o falso messias e solucionador das crises mundiais.
Seu governo será a falsificação do milênio de Cristo. Sim, ele imita o Cristo
verdadeiro, que monta outro cavalo branco (Ap 19.11)
8. O número da Besta: 6
66. A Besta terá um nome, no momento
desconhecido. O número
resultante desse nome será 666 (Ap 13.17,18). A Bíblia diz três coisas sobre a
Besta: seu nome, número e marca. No momento, só o seu número nos é revelado:
666. A pessoa e o nome serão revelados após o arrebatamento da Igreja (2Ts
2.7,8).
Como será a Grande
Tribulação
A Grande Tribulação
abrangerá um período de sete anos, dos quais os piores em termos de sofrimento
serão os últimos três anos e meio. O sofrimento nesse tempo será de tal monta
que, se durasse mais tempo, ninguém escaparia com vida (Mt 24.21,22).
A primeira menção
bíblica da tribulação encontra-se em Deuteronômio 4.30. A pior fase da Grande
Tribulação será quando o Anticristo romper a aliança feita com os judeus e
começar a persegui-los, fato que ocorrerá quando ele exigir adoração e os
judeus se recusarem a oferecê-la. Os “santos" perseguidos pela Besta (Dn
7.21,25 e Ap 13.7) são, em primeiro plano, os judeus, mas também, os gentios
crentes, os quais serão martirizados.
Ao romper sua aliança
com os judeus, o Anticristo romperá também com a igreja apóstata (Ap 17.16) e
implantará a nova forma de adoração a ele mesmo. Apesar da Grande Tribulação
visar em primeiro lugar aos judeus, o mundo todo sofrerá os seus efeitos (Jr
25.29-32). Deus entrará em juízo com o Seu antigo povo, para expurgá-lo e
levá-lo ao arrependimento e à conversão (Ez 20.33-39).
Haverá salvação durante
a Grande Tribulação?
Muitos perguntam:
“Haverá salvação durante a Grande Tribulação;”’. Respondemos: Sim, haverá. E
fácil provar biblicamente. Uma única passagem como a de
Apocalipse 7.14,
bastaria para isso. Muitos objetam aqui, dizendo: Como pode haver salvação
nessa época quando a dispensação da Graça terá findado e o Espírito Santo terá
arrebatado a Igreja?”. A esta pergunta respondemos com outra pergunta: Como o
povo se salvava antes da dispensação da Graça, e, como operava o Espírito Santo
nessa época? O povo salvava-se pela fé no Redentor prometido que haveria de
vir. Isso era também salvação pela graça (At 15.11; Ef 1.4).
As duas testemunhas
Durante os terríveis
dias da Grande Tribulação, haverá duas testemunhas especiais da verdade divina,
profetizando aqui na Terra (Ap 11.3-12). Serão dois homens intocáveis até que
cumpram a sua missão (Ap 11.7). Ambos serão mortos pela Besta.
Comparando-se Zacarias
4.11-14 com Apocalipse 11.4, vê-se que essas duas testemunhas estão agora no
Céu. Podem ser Enoque e Elias, do Antigo Testamento.
Ambos não passaram pela
morte (Gn 5.24 e 2Rs 2.11). Moisés não pode ser um deles, pois morreu (Dt
34.5,6), como aos homens está ordenado morrer apenas uma vez (Hb 9.27); ao
passo que essas testemunhas ainda morrerão aqui.
Israel e sua fuga na
Grande Tribulação
Em sua perseguição para
destruir os judeus, a Besta conduzirá seus exércitos contra Jerusalém. Nessa
ocasião crítica, parte de Israel se refugiará nos montes e nos abrigos naturais
de Edom, Moabe e Amom (Mt 24.20; Is 16.1-5; Ez 20.35-38). Por estarem
destinadas como abrigo para os judeus durante a Grande Tribulação, Edom, Moabe
e Amom serão poupados por Deus durante a investida arrasadora do Anticristo
contra Israel (Dn 11.41). Já uma vez Israel refugiou-se aí, quando Babilônia o
hostilizou (Jr 40.11,12).
IV.
A VOLTA DE JESUS
Quando Jerusalém
estiver cercada de exércitos das nações confederadas sobre a Besta e os judeus
estiverem sem qualquer esperança de salvação, a ponto de serem tragados pelo
inimigo, então clamarão angustiados a Deus (Is 64.8'12). Será nessa situação
crítica de Israel que o Senhor Jesus descerá em seu socorro, sobre o Monte das
Oliveiras, em Jerusalém (Is 52.8).
Derrocada dos governos
da Terra
Em Daniel
2.34,35,44,45, quatro vezes está dito que os reinos do mundo foram esmiuçados
pelo impacto da pedra que desceu da montanha. Sabemos que a pedra figura Cristo
na Sua segunda vinda (Mt 21.44), portanto, o mundo não findará convertido pela
pregação do Evangelho. Também não findará de maneira tranquila e pacífica, como
muitos pensam, mas, sim, destruído por catástrofes mundiais e sobrenaturais,
por ocasião da vinda de Jesus, de quem o mundo zombou e a quem rejeitou. Isto
ocorrerá em Armagedom, no tempo do domínio das dez nações confederadas sob a
liderança do Anticristo.
A batalha do Armagedom
O termo Armagedom
significa Monte de Megido. Esse local tem sido famoso como campo de batalha da
História, dada a posição estratégica que ocupa. Aí se concentrarão as forças
das nações em guerra contra Deus e Israel (Ap 16.13-16). O Anticristo lançará o
seu ataque contra os judeus e avançará sobre Jerusalém. A batalha não é em
primeiro lugar um combate pessoal entre os exércitos do mundo, sob a Besta, e o
celestial, sob Cristo, mas um ataque dos exércitos da Besta visando à
exterminação do povo judeu, pois o Diabo sabe que os planos de Deus estão
relacionados com Israel, quanto ao futuro do mundo (Jr 31.35,36; 46.28). O
ataque será devastador, porém, os judeus lutarão heroicamente (Zc 14-14).
A ação divina
destruidora e sobrenatural à repentina aparição de Jesus em Jerusalém causará
completo destroço nesses exércitos, tanto os atacantes sobre Jerusalém, como o
grosso das tropas e seu material de guerra concentrados em Armagedom. O
morticínio será incalculável.
A volta de Jesus e as
nações rebeladas
No momento da volta de
Jesus haverá convulsões em toda a natureza. Terá chegada a hora do colapso das
nações amotinadas contra Deus e o Seu povo. Nesse momento, a pedra cortada sem
auxílio de mãos (Dn 2.45) destruirá os reinos do mundo, o poder gentílico
mundial sob o comando do Anticristo.
A Destruição do
Anticristo e do Falso Profeta
O Anticristo será um
homem como os demais, isto é, nascido de mulher. João o viu sair “do m ar”,
isto é, dentre o povo. Comparemos Apocalipse 13.1 com 17.15. Por ocasião da
manifestação visível de Jesus, o Anticristo e o Falso Profeta serão lançados
vivos no “lago de fogo e enxofre”, que é o Inferno final e definitivo (Ap
14.9,10; 19.20).
Aceitação nacional de
Jesus como o Messias, pelos judeus
Desde os dias de Jesus,
tem havido judeus cristãos, mas, apenas individualmente.
Como nação, eles
rejeitaram Cristo (Mt 23.37), mas, agora, o remanescente judaico, expurgado e
arrependido, reconhecerá Jesus como o seu Messias Redentor prometido.
Em escala nacional O
aceitarão, chorando (Is 4-3; 59.20,21; 60.21). A profecia de Oséias 6.2 por
certo refere-se à duração do pranto e à subsequente conversão de Israel.
Os festivais sagrados
do Dia da Expiação e da Festa dos Tabernáculos têm um aspecto profético de
arrependimento e regozijo, que aponta para esse retorno de Israel a Deus (Lv
23.27-32). O versículo 27, “afligireis as vossas almas”, combina com Zacarias
12.10. Já mostramos que durante a Grande Tribulação haverá derramamento do
Espírito Santo, redundando em multidões de salvos. Individualmente, muitos
judeus aceitam Cristo hoje, mas então, o restante de Israel será salvo
nacionalmente, num só dia.
Comparemos Isaías 66.8
com Romanos 11.26; também Isaías 10.22.
O julgamento das nações
Quando Jesus julgar as
nações ao retornar à Terra, a sua população estará muito reduzida em
consequência dos cataclismos sobrenaturais, inevitáveis e incontroláveis que
desabarão sobre este mundo ímpio. Destarte, o julgamento das nações descrito em
Mateus 25.31-34, 41,46 será apenas a consumação daquilo que já começou muito
antes, sob os selos, trombetas e taças de juízos divinos.
O propósito deste
juízo, a ser realizado no Vale de Josafá (J13.2,12), é o de determinar quais
nações terão parte no Milênio. Nações serão poupadas e ingressarão no citado
Reino do Filho de Deus, outras serão desarraigadas e desaparecerão como nações.
O mapa do mundo sofrerá
muitas alterações. Após o julgamento, “os que restarem de todas as nações” (Zc
14.16) ingressarão no reino milenial sobre a Terra.
V.
O MILÊNIO
O Milênio será o
maravilhoso reinado de Cristo na Terra por mil anos (Ap 20.1-
6). Essa época áurea é
ansiosamente aguardada pelo povo israelita (Lc 2.38). A criação toda também
aguarda esse tempo para sua libertação das consequências do pecado a que ficou
sujeita, desde a queda do homem. O Milênio será a resposta às orações de
milhões do povo de Deus através dos tempos: “Venha o Teu reino. ”.
Há quem diga que o
Milênio ocorrerá antes da vinda de Jesus, quando a Bíblia ensina que será
depois. Comparemos Apocalipse 19.11-16 (a volta de Jesus) com Apocalipse 20.1-6
(o Milênio, após a volta de Jesus). Não encontramos na Bíblia nenhum aviso de
Jesus para esperarmos pelo Milênio, e, sim, para esperarmos por Ele, na Sua
vinda.
Propósitos do Milênio
No início do Seu
ministério terreno, Jesus revelou a plataforma do Seu governo, tendo uma
legislação toda superior. E o chamado Sermão do Monte, registrado em Mateus, o
Evangelho do Rei, nos capítulos 5 a 7. Alguns propósitos do Milênio são:
a) Fazer convergir em
Cristo todas as coisas, isto é, toda a criação (Ef 1.10);
b) Estabelecer a
justiça e a paz na Terra, eliminando toda rebelião contra Deus (I Co 15.24-28);
c) Fazer convergir no
Milênio todas as alianças da Bíblia;
d) Fazer Israel ocupar
toda a terra que lhe pertence e fazê-lo cabeça das nações (Is 11.10);
e) Cumprir as profecias
a respeito do reino do Messias.
Fatos e aspectos do
Milênio
1. O Milênio ocorrerá
na Terra. Em 1 Coríntios 6.2 está dito que os santos hão de julgar o mundo.
Onde e quando será? Só pode ser durante o Milênio. Será no Céu? Não! Será no
mundo. A palavra original aí, para “mundo" é kosmos, que, além de
significar mundo físico, material, também significa os ocupantes dele, isto é,
a raça humana (SI 2.8,9; Zc 9.10; 14.9).
2. O Milênio é a última
dispensação concernente à humanidade. É a “dispensação da plenitude dos
tempos" (Ef 1.10). Significa que para esta dispensação convergem todas as
alianças e tempos mencionados na Bíblia. E riquíssima de sentido a expressão
“plenitude dos tempos”. Ela mostra que o Milênio é um reinado sublime e que,
findo o mesmo, terá início a eternidade futura.
3. jesus reinará sobre
todas as nações. Jesus vem para reger as nações como Rei dos reis e Senhor dos
senhores. Aproxima-se velozmente o dia em que toda a nação sobrevivente de
Israel O aclamará como seu Rei e Libertador. Toda e qualquer oposição a Deus
será neutralizada por Cristo (I Co 15.24-26), que preparará a Terra para o
estabelecimento do Seu reino eterno sob o governo de Deus (2Sm 7.12,13; Lc
1.32,33).
4. Forma de governo do
Milênio. O Milênio será uma teocracia. Todos os reinos do mundo estarão sob o
senhorio de Cristo (Fp 2.10,11). Nesse período conheceremos a letra e a música
da “Canção dos Reis da Terra”, cujo relato e tema estão em Salmos 138.4,5.
Todos os reis e chefes de estado, sem exceção, cantarão essa canção.
Salmos 72.8-11 descreve
também as glórias desse reino universal e teocrático de Cristo.
5. Classes de povos
participantes do Milênio. Haverá dois grupos de povos distintos no Milênio:
a) Os crentes
glorificados, consistindo dos salvos do Antigo Testamento, os do Novo
Testamento (a Igreja) e os oriundos da Tribulação:
b) Os povos naturais,
em estado físico normal, vivendo na Terra, a saber:
judeus salvos saídos da
Grande Tribulação, gentios poupados no julgamento das nações e o povo nascido
durante o próprio Milênio.
6. O templo milenial
será construído. A descrição completa deste templo que será construído durante
o Milênio acha-se em Ezequiel 40 a 44. Nesse tempo, a cidade de Jerusalém
estará muito ampliada Jr 31.38-40; SI 102.16). Na descrição do templo milenial,
não consta a presença da arca, porque a presença dAquele a quem a arca
representava torna desnecessária a presença dela.
O Milênio em relação a
Israel
Durante o Milênio,
alguns sacrifícios e ofertas serão restaurados e observados por Israel, com a
participação dos gentios. Evidentemente, não terão a mesma finalidade que no
Antigo Testamento - a de prefigurar Jesus e Sua obra, mas serão memoriais do
que Jesus efetuou. Servirão de instrução às gerações futuras, ensinando-lhes a
respeito da maravilhosa obra de Cristo no Calvário, assim como hoje a Ceia do
Senhor é um memorial para a Igreja, revelando a obra de Cristo. A Festa dos
Tabernáculos que apontava para o Milênio será outra vez observada com a
participação dos gentios. De igual modo, a Festa da Páscoa e a Festa da Lua
Nova (Is 66.21-23).
1. Os judeus possuirão
toda a terra prometida. Esse território se estende do Mar Mediterrâneo ao Rio
Eufrates (Gn 15.18). O vasto território será dividido em treze faixas iguais e
paralelas, uma para cada tribo de Israel sendo que a faixa central será do
príncipe (Ez 48). O Egito e a Assíria serão nações tementes a Deus e unidas a
Israel. Juntas adorarão a Deus (Is 19.21-25).
O Egito (ao que parece)
procurará afastar-se de Deus, mas será castigado por isto (Zc 14 -18,19). A
Assíria antiga compreende hoje os territórios da Síria e Iraque (em parte).
Edom, Moabe e Amom pertencerão a Israel (Is 11.14), onde haverá um vasto
programa de reconstrução (Ez 36.33-36). Israel e os israelitas serão exaltados,
respeitados e procurados (Zc 8.23; Jr 3.17), especialmente sua capital,
Jerusalém.
2. Israel será uma
bênção para o mundo. Jerusalém será a sede do governo milenial e mundial de
Cristo (Is 2.3; 60.3). De Jerusalém sairão tanto as diretrizes religiosas como
as leis civis para o mundo. Tanto a “lei” como “a palavra do Senhor”, sairão de
Jerusalém (Is 2.2; Mq 4-2). Esta Jerusalém da qual estamos falando não é Jerusalém
celestial, de Apocalipse 21 e 22.
A Jerusalém celestial
descerá e pairará nas alturas sobre a Jerusalém terrestre (Is 2.2 e Mq 4.1). A
glória e o esplendor da Jerusalém celeste iluminarão a Jerusalém terrestre e
seu templo (Is 4.5; 24.23; Ez 43.2-5). Ezequiel vira essa glória (shekinah)
saindo do templo, mas depois a viu voltando sobre o templo de Jerusalém (Ez
10.18).
O Milênio em relação à
Igreja
No Milênio* a Igreja
estará glorificada com Cristo. Ela é o Seu povo especial, como povo espiritual
(Tt 2.14 - ARC). Já Israel é um povo especial de Deus para uma missão terrena.
(Dt 7.6). Os fatos a seguir serão uma constatação no período do Milênio:
1. A Igreja estará
glorificada com Cristo na Jerusalém celeste (Cl 3.4: I Pe 5.1: Rm 8.17,18).
Vemos assim, mais uma vez, que o Milênio será uma época de manifestação da
glória de Deus: glória da Jerusalém celeste, glória no templo milenial e glória
na Igreja. Essa glória divina, o homem perdeu ao cair (Rm 3.23), mas com o
advento de Jesus em Belém, ela começou a ser-lhe restaurada (Lc 2.9,14).
2. O conhecimento de
Deus será universal. O conhecimento divino, abundante durante o Milênio, não
virá primordialmente pelo estudo. Será antes intuitivo (Is 11.9; Jr 31.34). Os
judeus, por sua vez, continuarão levando a efeito um grande movimento
missionário (Is 66.19). Conforme Isaías 52.7, a evangelização estará em
primeiro plano. Trata-se aí da pregação das boas-novas. Multidões serão salvas.
A população da Terra crescerá rapidamente sob as benignas condições do Milênio.
Se não houvesse salvação durante o Milênio, este seria uma decepção.
3. A piedade
prevalecerá. Caravanas de todas as nações irão a Jerusalém buscar a Lei do
Senhor (Is 2.3; Zc 8.20-23). Isso não significa que o pecado será removido da
Terra. A natureza humana será a mesma, mas, devido às bênçãos do reinado e da
presença pessoal de Cristo, e, estando Satanás preso (Ap 20.1-3), ninguém terá
obstáculos espirituais para seguí-lO, como agora.
4- A paz e a justiça
prevalecerão entre as nações (Mq 4.3; Zc 9.10). Não haverá mais guerras! Haverá
desarmamento total (Is 2.4). Ninguém se queixará de opressão ou injustiça. Ler
Isaías 11.4. Não haverá clima nem motivo para descontentamento ou rebeliões,
porque “O efeito da justiça será paz, e o fruto da justiça, repouso e
segurança, para sempre” (Is 32,17). Sim, a preciosa paz, hoje tão desejada mas
não alcançada, prevalecerá, afinal, pois estará reinando o Príncipe da Paz (Is
9.6)!
5. Haverá pleno
derramamento do Espírito Santo (Ez 39.29). Sendo o Milênio o reino do Messias,
e, sendo o Espírito Santo aquele que glorifica a Cristo (Jo 16.14), é de se
esperar um sublime e incomparável derramamento do Espírito Santo.
6. Haverá restauração e
renovação em toda a face da Terra. Isto está contido na palavra traduzida
"regeneração”, em Mateus 19.28, e “restauração”, em Atos 3.21.
“Restauração”, do grego
“dpokatastaseos”, nada tem com religião, nem movimento religioso, mas com a
obra que terá lugar durante o governo milenial de Cristo (Cl 1.20).
O Milênio em relação à
Terra
O Milênio está
relacionado não apenas à nação de Israel, às nações gentílicas, e à Igreja
glorificada de nosso Senhor Jesus Cristo, mas tem relação profunda com a Terra
como planeta e lugar de nossa habitação.
1. Um rio fluirá do
templo milenial. Para entendermos este tópico, leiamos Joel 3.18. O leito desse
rio será aberto por terremoto no momento da revelação de Cristo (Zc 14-4).
Dividir-se-á em dois, correndo um canal para o Mar Morto e outro para o Mar
Mediterrâneo (Zc 14.8). O Mar Morto, onde atualmente nenhuma forma de vida
existe, terá muitos peixes (Ez 47.8 4 2 ).
2. A vida humana será
prolongada. Haverá abundância de saúde para todos.
Isso em muito
contribuirá para prolongar a vida (Is 33.24). Outros fatores contribuintes são
as bênçãos especiais de Deus, as mudanças climáticas, redução do efeito do
pecado, redução da ação dos demônios, condições mais favoráveis de vida e
melhor nutrição.
3. Será grande a
fertilidade do solo. Os desertos desaparecerão (Is 35.1,6; 41.19). Haverá
grande abundância de água (Is 30,25), de víveres e fartura para todos
(Jr 31.12). A maldição
que paira sobre a Terra será praticamente removida. A remoção total dar-se-á na
nova Terra. Dela está escrito que não haverá mais maldição (Ap 22.3).
4. Haverá prosperidade
geral para todos. Durante o Milênio, todos possuirão casas (Is 65.21,22).
Hipotecas, aluguéis e dívidas de casas serão coisas do passado (Mq 4.4; Zc
3.10). O hebraísmo constante dessas últimas referências denota prosperidade
geral.
5. Haverá alterações no
relevo do solo. Ler Zacarias 14.2,10. No versículo 10, a tradução mais fiel é a
da Versão Corrigida: “ela (a terra) será exalçada”, ao passo que a Versão
Atualizada registra “esta (a terra) será exaltada”. Não se trata aí da Terra
ser “exaltada”, mas “exalçada”, isto é, elevada. Isto é, a Terra elevar-se-á;
tornar-se-á alta. Isaías 2.2 e 11.15,16 são passagens que corroboram com este
ponto de vista.
6. Haverá mudança no
reino animal. A ferocidade será removida (Is 11.6- 8). A criação sofre
atualmente devido à queda do homem, mas, então, participará das bênçãos
mileniais (Rm 8.19-22). A única exceção será a serpente, que comerá o pó da
terra, certamente por ter sido o instrumento da queda do homem, que trouxe o
mal a todo o mundo (Is 65.25). No Milênio, a paz será total no reino animal,
inclusive.
7. Os anjos e o
Milênio. Dos anjos, está escrito a respeito de Jesus: "... E todos os
anjos de Deus o adorem” (Hb 1.6). Reinando aqui na Terra o Príncipe da Paz,
certamente os anjos terão um ministério de muita atividade, aumentando as
glórias do Milênio. Graças a Deus pelo poderoso, eficaz e fiel ministério dos
anjos em todos os tempos, e em escala tão vasta, a nosso favor.
8. O Milênio e o
cumprimento da Festa dos Tabernáculos. “Porém, aos quinze dias do mês sétimo...
haverá descanso solene.” (Lv 23.39). Passaram-se as provas do deserto que a
Igreja enfrentou! O plano redentor de Deus para com o homem findará com o
Milênio.
VI.
EVENTOS FINAIS
Quem são Gogue e
Magogue?
Gogue e Magogue, em
Apocalipse 20.8, são as nações rebeladas contra Deus, instigadas por Satanás,
conduzindo um furioso ataque contra os santos. Não se trata absolutamente de
Gogue e Magogue relatados em Ezequiel, capítulos 38 e 39.
A última revolta de
Satanás
No final da execução do
plano de Deus para este mundo, ocorrerão três grandes conflitos ou guerras. O
primeiro é o que está registrado em Ezequiel 38 e 39. O segundo conflito armado
é o de Zacarias 14.1-4; Joel 3.9,12 e Apocalipse 16.13-16; 19.11-21.
O terceiro conflito
está descrito em Apocalipse 20.7-10.
Terminado o Milênio,
Satanás, que fôra preso, será novamente solto por um breve espaço de tempo (Ap
20.7). Essa soltura momentânea de Satanás, servirá para:
a) provar os que
nasceram durante o Milênio;
b) revelar que o
coração humano não-convertido permanece inalterado, mesmo sob o reino pessoal
do Filho de Deus;
c) demonstrar, pela
última vez, quão pecaminosa é a natureza humana e que o homem por si mesmo
jamais se salvará, mesmo sob as condições as mais favoráveis;
d) demonstrar que
Satanás é totalmente incorrigível.
O julgamento dos anjos
caídos
É conveniente crermos
que os anjos decaídos, tanto os livres que trabalham agora para Satanás, como
os aprisionados “...para o juízo do grande Dia..." (Jd v. 6), e ainda os
demônios serão julgados juntamente com o Diabo, a quem eles acompanharam,
obedeceram e serviram (Ap 20.10; 2Pe 2.4).
A Igreja certamente
estará associada neste juízo, pois travou renhido combate contra o Diabo e suas
hostes. É, pois, justo que a Igreja os julgue também. “Não sabeis que havemos
de julgar os próprios anjos?...’’ (I Co 6.3). Este evento marcará o ponto final
da liberdade de ação do Diabo, dos anjos decaídos e dos demônios. É o final da
sua carreira maligna (Mt 25.41).
O Juízo Final
Nessa ocasião, os
ímpios falecidos, de todas as épocas, ressuscitarão com seus corpos literais e
imortais, porém carregados de pecado (Ap 20.11-15).
Esse julgamento será
para aplicação de sentenças, pois
o pecador já está
condenado desde que não crê no
Filho de Deus como seu
Salvador (Jo 3.18).
Haverá o Grande Trono
Branco (Ap 20.11,12),
o Julgamento e os
Livros no Céu (Ap 20.12). Alguns desses livros devem ser:
a) O livro da
consciência (Rm 2.15; 9.1);
b) O livro da natureza
(Jó 12.7-9; Rm 1.20; SI 19.1-4);
c) O livro da Lei (Rm
2.12); ora, a Lei revela o pecado (Rm 3.20);
d) O livro do Evangelho
(Rm 2.16; Jo 12.48);
e) O livro da nossa
memória (Lc 16.25; Mc 9.44) aí deve ser uma alusão ao remorso constante no
Inferno. Veja o contexto: versículos 44-48 (Ler Jr 17.1);
f) O livro dos atos dos
homens (Ap 20.12; Mt 12.36; Lc 12.8,9; Ml 3.16);
g) O livro da vida (Ap
20.12; SI 69.28; Dn 12.1; Lc 10.20; Fp 4-3).
Os que morreram sem
conhecer o Evangelho
Quanto aos que morreram
sem conhecer o Evangelho, deixemos com Deus.
Sendo perfeito em
justiça como é, Deus terá uma lei para julgar os que pecaram sem lei, isto é,
sem conhecerem a Lei (Rm 2.12). De uma coisa estejamos certos: diante de Deus
ninguém é inocente, inclusive os pagãos (Rm 2.15; 10.18; Is 5.3b). O “Juiz de
toda a terra” saberá fazer justiça (Gn 18.25). Só Ele é o juiz dos que morreram
(At 10.42). A Bíblia assegura que o juízo de Deus é “segundo a verdade” (Rm
2.2) e que os juízos de Deus são verdadeiros e justos (Ap 16.7).
Os mortos salvos
durante o Milênio
Os mortos salvos
durante o Milênio certamente ressurgirão e serão recompensados nessa ocasião, o
que também explica a presença do Livro da Vida nesse momento. O julgamento dos
mortos ímpios, como já vimos, será de acordo com as obras de cada um; portanto,
haverá diferentes graus de castigo (Mt 11.21-24; Lc 12.47,48; Ap 20.12).
Novos Céus e Nova Terra
“Ora, os céus que agora
existem e a terra... ” (2Pe 3.7,10-13) é indício de que somente obras humanas
serão consumidas (Hb 12.27). O mesmo Deus que preservou a sarça de se consumir
(Ex 3.2) e tornou imune ao fogo os três jovens hebreus (Dn 3.25) pode também
preservar o povo salvo, saído do Milênio, e tudo mais que Ele quiser, durante
esta expurgação final dos Céus e da Terra (Is 51.16).
Os Céus também serão
expurgados, porque o espaço
sideral está
contaminado pela ocupação de Satanás e seus agentes (Jó 15.15). Assim, vemos
que esse ato divino extinguirá o pecado do Universo. Aqui se cumprirá,
integralmente, o que está registrado em João 1.29: "... Eis o
Cordeiro de Deus, que
tira o pecado do mundo!”. Mundo aí é
kosmos, no original,
que na Bíblia implica não somente na
humanidade, mas no
próprio mundo físico em que ela habita.
Cumprir-se-á então
também, plenamente, Mateus 5.5:
“Bem-aventurados os
mansos, porque herdarão a terra.”Nesse tempo, haverá perfeita harmonia entre o
Céu e a Terra (Cl
1.20), pois “céu e
terra hão de ser a mesma grei”, como bem diz o poeta sacro. Sim, porque o muro
de separação (o pecado) já foi desfeito totalmente.
O eterno e perfeito
Estado
Durante Seu ministério
terreno, Jesus fez menção de uma nova era que há de vir na consumação do atual
sistema mundial; mas é nos capítulos 21 e 22 de Apocalipse que se encontram
literalmente descritas as glórias desta maravilhosa era, quando Deus será tudo
em todas as coisas. Aqui finda o tempo na história humana e começa o “dia
eterno”, conforme 2 Pedro 3.18 (ou “dia da eternidade”, como registra a Versão
Revista e Corrigida). A santa cidade de Jerusalém celestial baixará de vez
sobre a Terra — a nova Terra, tendo seu relevo totalmente diferente (Ap
21.2,10).
Todas as coisas terão
sido restauradas (At 3.21), enquanto que a Igreja, em estado de glória e
felicidade eternas, governará a Terra sob o senhorio de Cristo (Dn 7.18,27).
A Bíblia menciona ainda
uma sucessão de eras futuras, sobre as quais nada nos é dito no presente (Ef
2.7). Certamente, à medida que essas eras bíblicas forem passando, conheceremos
mais e mais as insondáveis riquezas da graça de Deus! E como são insondáveis as
riquezas de Cristo! (Ef 3.8). Deus será então tudo em todos, conforme está
escrito em 1 Coríntios 15.28, e, para sempre continuará o eterno e perfeito
estado.
Amém!
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