quinta-feira, 19 de maio de 2022

Série: As 10 Doutrinas bíblicas 4

 Por: Jânio Santos de Oliveira

  Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

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  Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com





 Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!      



Uma introdução à Teologia


ÍNDICE

 

1. “TEOLOGIA ” - A DOUTRINA DE DEUS

 

A Existência de DEUS......................................................................

A Revelação de DEUS .....................................................................

A Natureza de Deus e seus Atributos..............................................

A Natureza de Deus e seus Atributos (C o n t.)..........................

A Santidade de Deus ...................................................................

A Trindade Divina...........................................................................

As Obras de Deus ............................................................................

 

2. “CRISTOLOGIA ” - A DOUTRINA DE CRISTO

Cristo no Antigo Testamento .........................................................

A Divindade de Cristo .....................................................................

A Humanidade de Cristo ................................................................

A Morte de Cristo............................................................................

A Ressurreição de Cristo.................................................................

O Sacerdócio de Cristo....................................................................

 

3. “PNEUMATOLOGIA” - A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO

 

A Natureza do Espírito Santo .........................................................

O Espírito Santo no Antigo Testamento..........................................

O Espírito Santo no Novo Testamento............................................

O Espírito Santo no Crente..............................................................

O Batismo no Espírito Santo ..........................................................

Os Dons do Espírito Santo .............................................................

 

4. “ANGELOLOGIA” - A DOUTRINA DOS ANJOS

 

A Natureza dos Anjos ....................................................................

Os Anjos Como Agentes de Deus ...................................................

Origem, Rebeldia e Queda de Lúcifer ............................................

Satanás, o Agente da Tentação .....................................................

Satanás na Consumação dos séculos .............................................

 

5. “ANTROPOLOGIA ” - A DOUTRINA DO HOMEM

 

A Origem e a Criação do Homem ...................................................

A Natureza do Homem ..................................................................

O Homem - Imagem e Semelhança de Deus ..................................

O Destino do Homem .....................................................................

Provação e Queda do Homem .......................................................

 

6. “H AMARTIOLOGIA ” - A DOUTRINA DO PECADO

 

A Origem do Pecado.......................................................................

A Natureza do Primeiro Pecado do Homem...................................

A Descrição Bíblica do Pecado........................................................

O Pecado Original e o Pecado Praticado........................................

O Pecado e o Crente ...........................................................

 

7. “SOTERIOLOGIA ” - A DOUTRINA DA SALVAÇÃO

 

A Providência Salvadora..................................................................

Quatro Aspectos da Provisão de Cristo Quanto à Salvação

O Lado Divino da Conversão do Pecador.......................................

A Participação do Homem na Conversão......................................

A Justificação

 


A Regeneração.................................................................................

A Adoção..................................

A Santificação ..............................................................................

Advertências e Promessas...............................................................

A Glorificação..................................................................................


8. “BIBLIOLOGIA

 

9. “ECLESIOLOGIA ” - A DOUTRINA DA IGREJA

 

A Origem da Igreja...........................................................................

O Que É a Igreja...............................................................................

O Fundamento da Igreja..................................................................

Formação e Administração da Igreja..............................................

A Missão da Igreja...........................................................................

 

10. “ESCATOLOGIA BÍBLICA ” - A D. BÍB . DAS ÚLT. COISAS

 

O Arrebatamento da Igreja.............................................................

Após o Arrebatamento da Igreja.....................................................

A Grande Tribulação.......................................................................

A Volta de Jesus...............................................................................

O Milênio..............................................................................

Eventos Finais..................................................................................


DOUTRINA DOS ANJOS

O que são os Anjos? O que fazem? Onde habitam? Como são organizados? De que modo agem? Estas perguntas têm sido feitas por diferentes pessoas em diferentes lugares e em diferentes épocas. Essas perguntas, em parte, serão tratadas a seguir, segundo o relato bíblico.

Os anjos foram criados por Deus (Ne 9.6; Cl 1.16). Deus os criou mais elevados do que os homens, em tudo (SI 8.4,5). Criados em inumerável quantidade (Jó 25.3; Dt 33.2; Ap 5.11; Dn 7.10), eles não devem ser adorados (Ap 22.9; 19.10; Cl 2.18) e estão sujeitos ao Senhorio de Cristo (Ef 1.20,21; Fp 2.9-11; Cl 2.10; I Pe 3.22).

Por Seu extraordinário poder, Deus tem à Sua disposição todos os meios para fazer com que as coisas aconteçam, entre os quais se destacam os Seus anjos, comparados pelo salmista a “ventos” e “labaredas de fogo” (SI 104-4). E Deus os tem usado através da história do Seu povo, tanto nos dias bíblicos como nos dias de hoje, com finalidades as mais diversas, para o bem do Seu povo. Os anjos são Seus agentes, não apenas com o propósito de abençoar os Seus amados, mas também de castigar os inimigos do Seu povo.

Na consumação dos séculos, os anjos terão papel decisivo nos eventos finais. Os anjos bons se manifestarão na glória com Cristo (Mt 16.27), cooperarão na ressurreição dos mortos (l Ts 4.16), no ajuntamento dos escolhidos, na ceifa final, no julgamento das nações e na extinção total da iniquidade (Mt 13). Os anjos maus, sob o comando de Satanás, afligirão os homens com sofrimentos terríveis e, por fim, serão condenados ao inferno de chamas eternas.

Sobre este palpitante assunto trata esta Lição.

 

ESBOÇO

1. A Natureza dos Anjos

2. Os Anjos Como Agentes de Deus

3. Origem, Rebeldia e Queda de Lúcifer

4. Satanás, o Agente da Tentação

5. Satanás na Consumação dos Séculos

 

 

I.                   A NATUREZA DOS ANJOS

O plano criador levado a efeito por Deus jamais poderá ser totalmente compreendido pelo homem, principalmente quando analisado à luz da criação universal.

Entre as muitas coisas criadas por Deus, a título de estudo, vamos destacar aqui os anjos.

Os anjos não são eternos como Deus, nem autoexistentes, mas criados, como criadas foram as demais coisas no Universo (Ne 9.6; Cl 1.16). Expressões tais como “exército dos céus”, “soberanias”, “principados”, “potestades” e outros termos similares são geralmente aplicadas na Bíblia aos anjos.

Quando os anjos foram criados

A Bíblia não informa com exatidão quando os anjos foram criados. Sabemos, porém, que foram criados num passado remotíssimo (Jó 38.4,7) e em inumerável quantidade. Não devem ser adorados (Ap 22.8,9) e estão sujeitos à autoridade de Jesus Cristo (Ef 1.20,21; Cl 2.10).

Os anjos são seres espirituais Hebreus 1.13,14 destaca os anjos como “espíritos” ministradores. O fato dos anjos serem essencialmente espíritos não os impede de assumirem forma humana, dependendo da missão. Nesta condição eles aparecem a Abraão (Gn 18.1,2); Jacó (Gn 32.24-30); Daniel (Dn 8.15,16); Elias (l Rs 19.5-7); Maria, a mãe do Senhor (Lc 1.26-38); Zacarias (Lc 1.11); e aos pastores de Belém (Lc 2.8,9). Como seres espirituais, é evidente que os anjos não se casam (Mt 22.30). Pela mesma razão, são assexuados, certamente.

Os anjos são seres altamente inteligentes

Pela sublime tarefa que os anjos desempenham no tempo e no espaço, desde o princípio, e por aquilo que a respeito deles a Bíblia registra, os anjos em tudo excedem em conhecimento os homens mais brilhantes que a história humana já registrou. A Bíblia os apresenta como mais sábios que Davi (2Sm 14-17,20) e que Daniel (Ez 28.1-5).

 

Apesar de serem muito inteligentes e sábios, os anjos não são oniscientes (Mc 13.32).

Os anjos são seres gloriosos

Em função do que são, do que fazem e do lugar em que habitam, os anjos são seres dotados de dignidade e glória sobre-humanas. Como seres gloriosos, os anjos fazem parte da manifestação da glória de Deus ao longo de toda a narrativa bíblica. Os anjos são como raios a refletir a glória e o esplendor do próprio Deus.

Dentre os muitos casos mencionados na Bíblia quanto à manifestação da glória dos anjos, associados à glória do próprio Deus, destacamos os seguintes:

a) No chamamento de Isaías (Is 6.1-4);

b) Na visão de Ezequiel (Ez 1);

c) Na visão apocalíptica do apóstolo João (Ap 5.11,12).

Os anjos são seres poderosos

Não obstante detenham de grande poder, os anjos não são onipotentes ou todo poderosos. Quanto à maneira de agir, são como “dinamite de Deus”; e o que podem fazer, têm feito e farão, está registrado no decorrer da narrativa das Escrituras (SI 103.20; Mt 28.2).

O poder dos anjos no passado e no futuro, de acordo com a narrativa bíblica, destaca-se nos seguintes casos:

1. O castigo de Davi (2Sm 24.15,16).

2. A destruição do exército assírio (2Rs 19.35).

3. O consolo a Daniel (Dn 10.12,13).

4. O túmulo de Cristo e a mensagem de Sua ressurreição (Mt 28.2-7).

5. A libertação de Pedro e João (At 5.19,20; 12.7).

6. A prisão de Satanás antes do Milênio (Ap 20.1-3).

 

II.                OS ANJOS COMO AGENTES DE DEUS

Entre as múltiplas funções exercidas pelos anjos, destacam-se, de forma particular, as que são estudadas nos tópicos a seguir.

Ministradores a favor dos santos

Acerca deste particular ministério dos anjos, discorre o escritor da Epístola aos Hebreus: “Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?” (Hb 1.14).

Nem sempre podemos ter a consciência da presença dos anjos, ainda que estejam ao nosso redor. Nem sempre podemos predizer como aparecerão, mas eles estão bem próximos de nós. Com frequência, para nos assistir, são nossos companheiros em circunstâncias as mais diversas, sem, contudo, apercebermo-nos de sua presença. Pouco é o que sabemos sobre a sua constante assistência. A Bíblia nos garante, entretanto, que, um dia, as escamas serão tiradas de nossos olhos, para que possamos ver e reconhecer em toda a plenitude e atenção que os anjos nos dedicam (I Co 13.12; 2Rs 6.15-17).

Muitas experiências do povo de Deus, tanto nos dias do Antigo como do Novo

Testamento, bem como nos dias apostólicos, indicam que os anjos o tem auxiliado.

Muitos de nós sequer cogitamos que estamos sendo socorridos pelos anjos, embora sempre demos graças a Deus por eles. A Bíblia nos diz que Deus ordenou Seus anjos que assistissem ao Seu povo - a todos os que foram comprados e redimidos pelo sangue de Jesus Cristo, Seu Filho.

Guardas do povo do Senhor

Outro aspecto de grande relevância e digno de consideração quanto ao ministério dos anjos é aquele que diz respeito à função que exercem como guardas e protetores do povo de Deus, tanto nos dias do Antigo quanto do Novo Testamentos. O testemunho das Escrituras quanto à guarda e proteção angélica é vastíssima (SI 34.7; 91.11,12).

Os recursos de Deus na defesa do Seu povo são muito mais do que a nossa reduzida imaginação pode aquilatar. E, como vimos mostrando, entre esses inumeráveis recursos destacam-se os anjos, os quais Deus tem usado em nosso favor no decorrer dos milênios.

 

No Antigo Testamento, os anjos aparecem protegendo Ló da fúria dos habitantes de Sodoma (Gn 19.10,11); guardando Eliseu da destruição dos exércitos inimigos (2Rs 6.17); poupando Daniel na cova dos leões (Dn 6.21,22). No Novo Testamento, eles aparecem protegendo o menino Jesus da fúria de Herodes (Mt 2.13); libertando Pedro da prisão (At 12.6-8); protegendo Paulo em meio a um naufrágio (At 27.23,24).

Executores dos juízos divinos Deus tem ilimitado poder, não só para edificação, como também para destruição.

Nos domínios da natureza em particular, Ele tem usado o vento, a água e o fogo como instrumentos de manifestação de Seu juízo para castigar o mal. Porém, no campo espiritual, Ele usa Seus anjos, principalmente quando a ação visa à defesa do Seu povo e o abatimento por terra dos poderosos que resistem ao Seu propósito.

Nenhum outro texto das Escrituras fala de forma tão conclusiva sobre a ação heróica dos anjos na execução das guerras e dos juízos de Deus como em Salmos 104-4, que diz: “Fazes a teus anjos ventos e a teus ministros, labaredas de fogo.".

Na qualidade de executores dos juízos de Deus, no Antigo Testamento, os anjos aparecem em ação destruindo os primogênitos do Egito (Ex 12.29), destruindo Sodoma e Gomorra (Gn 19.12,13,24,25); destruindo o exército assírio (2Rs 19.35). No Novo Testamento, aparecem punindo Herodes Agripa (At 12.21-23) e contendendo com o Diabo acerca do corpo de Moisés (Jd v. 9).

Comunicadores de boas-novas

Deus usa os anjos não só como agentes de destruição e juízo, mas também como agentes comunicadores das boas-novas e da Sua misericórdia. Segundo uma lenda judaica, Miguel, o agente do juízo de Deus, possui só uma asa, enquanto que Gabriel, o agente comunicador das boas-novas e da misericórdia divina, possui duas asas.

Querem os rabinos mostrar com isto que Deus tem mais pressa em abençoar os homens do que em os abater por Seu juízo.

A Bíblia apresenta os anjos anunciando o nascimento de Isaque (Gn 18.10); Sansão (Jz 13.2,3); João Batista (Lc 1.11,13); Jesus (Lc 1.30,31); a ressurreição e volta de Jesus Cristo (Lc 24.5,6; At1.11).

Os anjos na consumação dos séculos

Os anjos têm a ver com os eventos proféticos do porvir relacionados com a Igreja e com o povo de Israel. A Bíblia diz que grandes e terríveis juízos de Deus serão derramados sobre os que habitam na terra nos dias posteriores ao arrebatamento da Igreja de Cristo. Nesse tempo, os anjos terão papel decisivo como agentes de libertação dos escolhidos e de condenação daqueles que rejeitaram a salvação em Cristo.

Dos Evangelhos ao Apocalipse, vemos as mais diferentes ações dos anjos, que terão lugar na terra durante os dias em torno do arrebatamento da Igreja, da Grande Tribulação e os dias imediatos ao fim do governo milenial de Cristo na terra. Os anjos terão papel de destaque:

a) na ressurreição dos mortos (l Ts 4.16);

b) no ajuntamento dos escolhidos (Mt 24.31);

c) na revelação pessoal de Cristo (Mt 16.27);

d) na ceifa final (Mt 13.39);

e) no julgamento das nações (Mt 25.31-33);

f) na extinção total da iniquidade (Mt 13.40-42).

 

III.             ORIGEM, REBELDIA E QUEDA DE LÚCIFER

Nos dois Textos anteriores, estudamos sobre a natureza dos anjos e a posição que exercem como agentes que Deus usa para fazer como que determinadas coisas aconteçam. Neste Texto, trataremos de um anjo denominado Lúcifer, um dos seres mais elevados dentre os demais anjos criados por Deus no princípio.

O querubim ungido de Deus

Ao tratarmos dos anjos, estamos lidando com o mundo invisível dos espíritos; mundo que se constitui em verdadeiro desafio à mente e à força humana. A Bíblia parece sugerir que a mais exaltada posição do reino dos espíritos era ocupada no princípio por Lúcifer, uma criatura perfeita em todos os seus caminhos, desde a sua criação (Ez 28.12-15).

Lúcifer é descrito como “o sinete da perfeição", o que, no original hebraico significa um padrão de perfeição. Também ele é descrito como “cheio de sabedoria e formosura", o ser mais belo e sábio de toda a criação de Deus. Ele esteve no “Éden, jardim de Deus”, e “no monte santo de Deus”.

Rebelião e queda de Lúcifer

A maior catástrofe da história da criação universal foi, sem dúvida, a rebelião e complô contra Deus por parte de Lúcifer, e a consequente queda de possivelmente um terço dos anjos que se juntaram a ele em sua perfídia.

Lúcifer, “O Filho da Alva", foi criado, como todos os demais anjos, para glorificar a Deus. Entretanto, ao invés de ser fiel a Deus e honrá-lO para sempre, Lúcifer intentou reinar sobre o céu e a criação, em lugar de Deus. Ele queria para si a supremacia e a autoridade devida exclusivamente ao Altíssimo (Is 14.12-17).

Os cinco “eis” de Lúcifer

A queda e a deposição de Lúcifer foram procedidas de cinco “eis” que demonstravam o seu espírito insubmisso e exaltado (Is 14.13,14). Foram eles:

1. “... Eu subirei ao céu...

2. ... acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono...

3. ... no monte da congregação me assentará...

4. ... subirei acima das mais altas nuvens...

5. ... serei semelhante ao Altíssimo."

O orgulho tomara conta da mente e do coração de Lúcifer. Sua decisão de usurpar a posição de Deus mostra a arrogância que dominava o mais profundo do seu ser. E impossível que um reino tenha dois soberanos supremos. Ora, a Deus, sendo realmente o Deus único, só restava uma coisa - depor Lúcifer e expulsá-lo. Foi isto o que aconteceu inevitavelmente.

Deposto da presença do Altíssimo, Lúcifer, transformado em Satanás, tornou-se chefe das potestades doar (Ef2.2) e o príncipe deste mundo (Jo 12.31; 14-30). Desde então, tornou-se o arquiinimigo de Deus e dos que amam a Jesus Cristo.

A personalidade de Satanás

Na década de 1960, apregoou-se com euforia a morte de Deus e a inexistência do Diabo. Tais ensinos divulgavam o fim da crença no invisível mundo dos espíritos.

Porém, ao começar a década de 1970, os homens, a mesma mídia e as mesmas religiões voltaram a afirmar que Deus nunca morrera e nem pode morrer, e que o Diabo jamais deixou de existir. Começou , desde então, uma grande corrida em busca do invisível e das revelações do além, principalmente no que diz respeito aos anjos. Hoje estamos presenciando a Babel em que muitos estão envolvidos, inclusive, enganados pelos anjos maus.

Que se entende por personalidade? Personalidade é a forma de vida pessoal, caracterizada por fim a existência autoconsciente, dotada de intelecto, afetividade e vontade. Deus não criou Satanás como tal, com uma personalidade maligna e deturpada. Ele tornou-se assim porque pecou (Ez 28.19) e encheu-se de exaltação e rebeldia. Satanás é uma pessoa, com todos os atributos de uma pessoa (Jo 8.44). Deus quer que os homens conheçam os fatos relativos a Satanás, pelo que muito tem revelado sobre ele nas Escrituras. Em 2 Coríntios 2.11, escreveu o apóstolo Paulo: “para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois, não lhe ignoramos os desígnios".

 

 

IV.             SATANÁS, O AGENTE DA TENTAÇÃO

A vida do ser humano é uma batalha constante, do berço à sepultura. O crente tem paz com Deus mediante a fé em Jesus Cristo (Rm 5.1); pode desfrutar dessa paz rendendo-se ao Espírito de Deus que nele habita (Fp 4.7). O crente possui paz interiormente, mas exteriormente experimenta conflitos constantes com o mundo e com o Diabo (Mt 10.34; Jo 14.27).

O testemunho bíblico “porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal." (1:1 6.12).

“Sede sóbrios e vigilantes. O Diabo, vosso adversário, anda em derredor, " como leão que ruge procurando alguém para devorar" (I Pe 5.8).

 

Ao ser destronado dos céus, como vingança contra Deus, Satanás tentou Adão e Eva no Éden e os conduziu à queda. Tendo sido vencido por Cristo no monte da tentação e no Calvário, desde então tem procurado vingar-se na pessoa daqueles que constituem a Sua Igreja na terra.

A vida aqui é uma batalha

Todo crente espiritual sabe que esta vida não é nenhum lazer espiritual, mas uma batalha. Sabe que Satanás é um adversário e por isso vive em constante vigilância

e escudado na proteção e provisão do Deus Todo-Poderoso. Para que o crente triunfe nesta batalha, é necessário que ele não só esteja guardado sob as asas do Senhor, mas que conheça as diferentes maneiras de agir do adversário de sua alma. Paulo escreveu: “... que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois, não lhe ignoramos os desígnios.”

(2Co 2.11). (Ler Ef 6.10-18.)

Assim age Satanás devemos sempre ter em mente o seguinte :

“1. Satanás tem acesso à presença de Deus, apresentando-se como acusador dos filhos de Deus.

2. Algumas vezes Deus permite que Satanás aflija os seus filhos.

3. Satanás se deleita em fazer os homens amaldiçoarem a Deus, a duvidarem do Seu amor e de Suas benevolências.

4. Satanás é restringido por Deus em suas atividades.

5. Satanás algumas vezes pode controlar os elementos da natureza para causar destruição entre o povo e Deus.

6. Algumas vezes Satanás pode promover o banditismo, o furto e até mesmo o homicídio, com seus esforços para levar os homens a duvidarem da benevolência o do amor de Deus.

7. Satanás é capaz de mentir até perante Deus.

8. Satanás aflige os corpos dos homens para conseguir suas covardes finalida9. Satanás destrói a harmonia doméstica e arruína a reputação de um homem para conseguir os seus propósitos.

10. Satanás não para diante de nada. em seus esforços para fazer os homens se desviarem de Deus.”

 

Em Cristo somos mais do que vencedores

Escrevendo aos Coríntios, Paulo diz que Deus... nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo.” (I Co 15.57). E evidente que esta vitória, no que tange à provisão de Deus, é-nos oferecida instantaneamente; mas, por outro lado, a Bíblia mostra que esta batalha, no que diz respeito ao crente, é ganha por etapas. Porém, é necessário que o crente esteja devidamente preparado e armado para alcançar triunfos pela fé em Cristo, nesta luta. Vejamos o que a Bíblia nos apresenta como armas e condições para vencer nesta luta:

a) Submetei-vos a Deus (Tg 4-7; IPe 5.6);

b) Sede sóbrios e vigilantes (I Pe 5.8);

c) Resisti ao Diabo (Tg 4.7; I Pe 5.9);

d) Fortalecei no poder de Deus (Ef 6.10);

e) Revesti-vos de toda a armadura de Deus (Ef 6.11,13);

f) Cingi-vos com a verdade (Ef 6.14);

g) Vesti-vos da couraça da justiça (Ef 6.14);

h) Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz (Ef 6.15);

i) Embraçai o escudo da fé (Ef 6.16; ljo 5.4);

j) Tomai o capacete da salvação (Ef 6.17);

k) Empunhai a espada do Espírito (Ef 6.17);

1) Orai em todo tempo no Espírito (Ef 6.18).

 

 

 

V.               SATANÁS NA CONSUMAÇÃO DOS SÉCULOS

Enquanto Satanás prosseguir em seu presente papel neste mundo, o pecado será praticado livremente, a impiedade prevalecerá, as religiões falsas se multiplicarão e os homens sem Deus serão seus súditos e escravos. Satanás precisa, pois, ser dominado e posto fora de combate antes da inauguração do reino milenial de Cristo.

Satanás durante a Grande Tribulação

A Grande Tribulação ocorrerá no espaço de tempo entre o arrebatamento da Igreja e a manifestação de Cristo em glória com os Seus santos e anjos. Durante esse tempo, quando ocorrerá o Tribunal de Cristo e as Bodas do Cordeiro no céu, o Anticristo, como preposto de Satanás, tornar-se-á senhor e soberano sobre a Terra.

Por intermédio do Anticristo (a Besta) e do Falso Profeta, Satanás assumirá o monopólio espiritual e político do mundo. Nessa época, coisas horríveis, jamais imaginadas pela mente humana, terão lugar na Terra. Acerca dos que aqui habitarem naqueles dias, diz o mensageiro do Senhor, no Livro de Apocalipse: “... Ai da terra e do mar, pois, o Diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta.” (Ap 12.12).

Satanás e o Armagedom

O tempo da Grande Tribulação culminará com a guerra do Armagedom, quando os exércitos das nações, por Satanás incitadas e rebeladas contra Deus entrarão no território de Israel para destruí-lo. Será um tempo de grande aflição para Israel, que, indefeso, sentir-se-á acuado frente aos bem armados exércitos adversários. Sobre o que acontecerá naqueles dias, disse o Senhor a Daniel, o profeta:

E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro (Dn 12:1).

 

Nesse momento de amargura para Israel, aparecerá no céu o sinal da vinda do Filho do Homem, para quem os exércitos opressores se voltarão e contra quem tentarão pelejar.

Vejamos o que escreve o apóstolo João:

 

19 E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército.

 

20 E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre.

 

21 E os demais foram mortos com a espada que saía da boca do que estava assentado sobre o cavalo, e todas as aves se fartaram das suas carnes.

 

Apocalipse 19:19-21

 

Sem disparar um só projétil, assim Israel será salvo!

A prisão de Satanás por mil anos

Com a aparição de Cristo com poder e glória nas nuvens dos céus, acompanhado dos Seus santos e anjos, terá fim a Grande Tribulação e iniciar-se-á o período áureo da terra - o Milênio. Porém, para que o reino milenial de Cristo seja estabelecido, é necessário que Satanás seja preso. É exatamente isso que acontecerá.

“Então, vi descer do céu um anjo; tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente. Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos; lançou-o no abismo, : fechou-o e pôs selo sobre ele, para que não mais enganasse as nações até se completarem os mil anos. Depois disto, é necessário que ele seja solto pouco tempo.” (Ap 20.1-3).

Soltura e prisão eterna de Satanás

Completado o período do reinado de Cristo, com justiça, paz e restauração de tudo na terra, Satanás será solto por um pouco de tempo (Ap 20.3).

“Quando, porém, se completarem os mil anus, Satanás será solto d a sua prisão e sairá a seduzir as Nações nos cantos d a terra,

 (Ap 20.7-10).

Como vimos, Satanás, como opositor de Deus, será posto então no seu devido lugar, o inferno, quando então serão estabelecidos “... novo céu e nova terra...” (Ap

21.1), onde os salvos habitarão por toda a eternidade.


Em breve estaremos de volta com a 5ª parte


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