Por: Jânio Santos de Oliveira
Uma introdução à Teologia
ÍNDICE
1. “TEOLOGIA ” - A DOUTRINA DE DEUS
A Existência de DEUS......................................................................
A Revelação de DEUS .....................................................................
A Natureza de Deus e seus Atributos..............................................
A Natureza de Deus e seus Atributos (C o n t.)..........................
A Santidade de Deus ...................................................................
A Trindade Divina...........................................................................
As Obras de Deus ............................................................................
2. “CRISTOLOGIA ” - A DOUTRINA DE CRISTO
Cristo no Antigo Testamento .........................................................
A Divindade de Cristo .....................................................................
A Humanidade de Cristo ................................................................
A Morte de Cristo............................................................................
A Ressurreição de Cristo.................................................................
O Sacerdócio de Cristo....................................................................
3. “PNEUMATOLOGIA” - A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO
A Natureza do Espírito Santo .........................................................
O Espírito Santo no Antigo Testamento..........................................
O Espírito Santo no Novo Testamento............................................
O Espírito Santo no Crente..............................................................
O Batismo no Espírito Santo ..........................................................
Os Dons do Espírito Santo .............................................................
4. “ANGELOLOGIA” - A DOUTRINA DOS ANJOS
A Natureza dos Anjos ....................................................................
Os Anjos Como Agentes de Deus ...................................................
Origem, Rebeldia e Queda de Lúcifer ............................................
Satanás, o Agente da Tentação .....................................................
Satanás na Consumação dos séculos .............................................
5. “ANTROPOLOGIA ” - A DOUTRINA DO HOMEM
A Origem e a Criação do Homem ...................................................
A Natureza do Homem ..................................................................
O Homem - Imagem e Semelhança de Deus ..................................
O Destino do Homem .....................................................................
Provação e Queda do Homem .......................................................
6. “H AMARTIOLOGIA ” - A DOUTRINA DO PECADO
A Origem do Pecado.......................................................................
A Natureza do Primeiro Pecado do Homem...................................
A Descrição Bíblica do Pecado........................................................
O Pecado Original e o Pecado Praticado........................................
O Pecado e o Crente ...........................................................
7. “SOTERIOLOGIA ” - A DOUTRINA DA SALVAÇÃO
A Providência Salvadora..................................................................
Quatro Aspectos da Provisão de Cristo Quanto à Salvação
O Lado Divino da Conversão do Pecador.......................................
A Participação do Homem na Conversão......................................
A Justificação
A Regeneração.................................................................................
A Adoção..................................
A Santificação ..............................................................................
Advertências e Promessas...............................................................
A Glorificação..................................................................................
8. “BIBLIOLOGIA
9. “ECLESIOLOGIA ” - A DOUTRINA DA IGREJA
A Origem da Igreja...........................................................................
O Que É a Igreja...............................................................................
O Fundamento da Igreja..................................................................
Formação e Administração da Igreja..............................................
A Missão da Igreja...........................................................................
10. “ESCATOLOGIA BÍBLICA ” - A D. BÍB . DAS ÚLT. COISAS
O Arrebatamento da Igreja.............................................................
Após o Arrebatamento da Igreja.....................................................
A Grande Tribulação.......................................................................
A Volta de Jesus...............................................................................
O Milênio..............................................................................
Eventos Finais..................................................................................
DOUTRINA DOS ANJOS
O que são os Anjos? O
que fazem? Onde habitam? Como são organizados? De que modo agem? Estas
perguntas têm sido feitas por diferentes pessoas em diferentes lugares e em
diferentes épocas. Essas perguntas, em parte, serão tratadas a seguir, segundo
o relato bíblico.
Os anjos foram criados
por Deus (Ne 9.6; Cl 1.16). Deus os criou mais elevados do que os homens, em
tudo (SI 8.4,5). Criados em inumerável quantidade (Jó 25.3; Dt 33.2; Ap 5.11;
Dn 7.10), eles não devem ser adorados (Ap 22.9; 19.10; Cl 2.18) e estão
sujeitos ao Senhorio de Cristo (Ef 1.20,21; Fp 2.9-11; Cl 2.10; I Pe 3.22).
Por Seu extraordinário
poder, Deus tem à Sua disposição todos os meios para fazer com que as coisas
aconteçam, entre os quais se destacam os Seus anjos, comparados pelo salmista a
“ventos” e “labaredas de fogo” (SI 104-4). E Deus os tem usado através da
história do Seu povo, tanto nos dias bíblicos como nos dias de hoje, com
finalidades as mais diversas, para o bem do Seu povo. Os anjos são Seus
agentes, não apenas com o propósito de abençoar os Seus amados, mas também de
castigar os inimigos do Seu povo.
Na consumação dos
séculos, os anjos terão papel decisivo nos eventos finais. Os anjos bons se
manifestarão na glória com Cristo (Mt 16.27), cooperarão na ressurreição dos
mortos (l Ts 4.16), no ajuntamento dos escolhidos, na ceifa final, no
julgamento das nações e na extinção total da iniquidade (Mt 13). Os anjos maus,
sob o comando de Satanás, afligirão os homens com sofrimentos terríveis e, por
fim, serão condenados ao inferno de chamas eternas.
Sobre este palpitante
assunto trata esta Lição.
ESBOÇO
1. A Natureza dos Anjos
2. Os Anjos Como
Agentes de Deus
3. Origem, Rebeldia e
Queda de Lúcifer
4. Satanás, o Agente da
Tentação
5. Satanás na Consumação
dos Séculos
I.
A NATUREZA DOS ANJOS
O plano criador levado
a efeito por Deus jamais poderá ser totalmente compreendido pelo homem,
principalmente quando analisado à luz da criação universal.
Entre as muitas coisas
criadas por Deus, a título de estudo, vamos destacar aqui os anjos.
Os anjos não são
eternos como Deus, nem autoexistentes, mas criados, como criadas foram as
demais coisas no Universo (Ne 9.6; Cl 1.16). Expressões tais como “exército dos
céus”, “soberanias”, “principados”, “potestades” e outros termos similares são
geralmente aplicadas na Bíblia aos anjos.
Quando os anjos foram
criados
A Bíblia não informa
com exatidão quando os anjos foram criados. Sabemos, porém, que foram criados
num passado remotíssimo (Jó 38.4,7) e em inumerável quantidade. Não devem ser
adorados (Ap 22.8,9) e estão sujeitos à autoridade de Jesus Cristo (Ef 1.20,21;
Cl 2.10).
Os anjos são seres
espirituais Hebreus 1.13,14 destaca os anjos como “espíritos” ministradores. O
fato dos anjos serem essencialmente espíritos não os impede de assumirem forma
humana, dependendo da missão. Nesta condição eles aparecem a Abraão (Gn
18.1,2); Jacó (Gn 32.24-30); Daniel (Dn 8.15,16); Elias (l Rs 19.5-7); Maria, a
mãe do Senhor (Lc 1.26-38); Zacarias (Lc 1.11); e aos pastores de Belém (Lc
2.8,9). Como seres espirituais, é evidente que os anjos não se casam (Mt
22.30). Pela mesma razão, são assexuados, certamente.
Os anjos são seres
altamente inteligentes
Pela sublime tarefa que
os anjos desempenham no tempo e no espaço, desde o princípio, e por aquilo que
a respeito deles a Bíblia registra, os anjos em tudo excedem em conhecimento os
homens mais brilhantes que a história humana já registrou. A Bíblia os
apresenta como mais sábios que Davi (2Sm 14-17,20) e que Daniel (Ez 28.1-5).
Apesar de serem muito
inteligentes e sábios, os anjos não são oniscientes (Mc 13.32).
Os anjos são seres
gloriosos
Em função do que são,
do que fazem e do lugar em que habitam, os anjos são seres dotados de dignidade
e glória sobre-humanas. Como seres gloriosos, os anjos fazem parte da
manifestação da glória de Deus ao longo de toda a narrativa bíblica. Os anjos
são como raios a refletir a glória e o esplendor do próprio Deus.
Dentre os muitos casos
mencionados na Bíblia quanto à manifestação da glória dos anjos, associados à
glória do próprio Deus, destacamos os seguintes:
a) No chamamento de
Isaías (Is 6.1-4);
b) Na visão de Ezequiel
(Ez 1);
c) Na visão
apocalíptica do apóstolo João (Ap 5.11,12).
Os anjos são seres
poderosos
Não obstante detenham
de grande poder, os anjos não são onipotentes ou todo poderosos. Quanto à
maneira de agir, são como “dinamite de Deus”; e o que podem fazer, têm feito e
farão, está registrado no decorrer da narrativa das Escrituras (SI 103.20; Mt
28.2).
O poder dos anjos no
passado e no futuro, de acordo com a narrativa bíblica, destaca-se nos
seguintes casos:
1. O castigo de Davi
(2Sm 24.15,16).
2. A destruição do
exército assírio (2Rs 19.35).
3. O consolo a Daniel
(Dn 10.12,13).
4. O túmulo de Cristo e
a mensagem de Sua ressurreição (Mt 28.2-7).
5. A libertação de
Pedro e João (At 5.19,20; 12.7).
6. A prisão de Satanás
antes do Milênio (Ap 20.1-3).
II.
OS ANJOS COMO AGENTES
DE DEUS
Entre as múltiplas
funções exercidas pelos anjos, destacam-se, de forma particular, as que são
estudadas nos tópicos a seguir.
Ministradores a favor
dos santos
Acerca deste particular
ministério dos anjos, discorre o escritor da Epístola aos Hebreus: “Não são
todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão
de herdar a salvação?” (Hb 1.14).
Nem sempre podemos ter
a consciência da presença dos anjos, ainda que estejam ao nosso redor. Nem
sempre podemos predizer como aparecerão, mas eles estão bem próximos de nós.
Com frequência, para nos assistir, são nossos companheiros em circunstâncias as
mais diversas, sem, contudo, apercebermo-nos de sua presença. Pouco é o que
sabemos sobre a sua constante assistência. A Bíblia nos garante, entretanto,
que, um dia, as escamas serão tiradas de nossos olhos, para que possamos ver e
reconhecer em toda a plenitude e atenção que os anjos nos dedicam (I Co 13.12;
2Rs 6.15-17).
Muitas experiências do
povo de Deus, tanto nos dias do Antigo como do Novo
Testamento, bem como
nos dias apostólicos, indicam que os anjos o tem auxiliado.
Muitos de nós sequer
cogitamos que estamos sendo socorridos pelos anjos, embora sempre demos graças
a Deus por eles. A Bíblia nos diz que Deus ordenou Seus anjos que assistissem
ao Seu povo - a todos os que foram comprados e redimidos pelo sangue de Jesus
Cristo, Seu Filho.
Guardas do povo do
Senhor
Outro aspecto de grande
relevância e digno de consideração quanto ao ministério dos anjos é aquele que
diz respeito à função que exercem como guardas e protetores do povo de Deus,
tanto nos dias do Antigo quanto do Novo Testamentos. O testemunho das
Escrituras quanto à guarda e proteção angélica é vastíssima (SI 34.7;
91.11,12).
Os recursos de Deus na
defesa do Seu povo são muito mais do que a nossa reduzida imaginação pode
aquilatar. E, como vimos mostrando, entre esses inumeráveis recursos
destacam-se os anjos, os quais Deus tem usado em nosso favor no decorrer dos
milênios.
No Antigo Testamento,
os anjos aparecem protegendo Ló da fúria dos habitantes de Sodoma (Gn
19.10,11); guardando Eliseu da destruição dos exércitos inimigos (2Rs 6.17);
poupando Daniel na cova dos leões (Dn 6.21,22). No Novo Testamento, eles
aparecem protegendo o menino Jesus da fúria de Herodes (Mt 2.13); libertando
Pedro da prisão (At 12.6-8); protegendo Paulo em meio a um naufrágio (At
27.23,24).
Executores dos juízos
divinos Deus tem ilimitado poder, não só para edificação, como também para
destruição.
Nos domínios da
natureza em particular, Ele tem usado o vento, a água e o fogo como
instrumentos de manifestação de Seu juízo para castigar o mal. Porém, no campo
espiritual, Ele usa Seus anjos, principalmente quando a ação visa à defesa do
Seu povo e o abatimento por terra dos poderosos que resistem ao Seu propósito.
Nenhum outro texto das
Escrituras fala de forma tão conclusiva sobre a ação heróica dos anjos na execução
das guerras e dos juízos de Deus como em Salmos 104-4, que diz: “Fazes a teus
anjos ventos e a teus ministros, labaredas de fogo.".
Na qualidade de
executores dos juízos de Deus, no Antigo Testamento, os anjos aparecem em ação
destruindo os primogênitos do Egito (Ex 12.29), destruindo Sodoma e Gomorra (Gn
19.12,13,24,25); destruindo o exército assírio (2Rs 19.35). No Novo Testamento,
aparecem punindo Herodes Agripa (At 12.21-23) e contendendo com o Diabo acerca
do corpo de Moisés (Jd v. 9).
Comunicadores de
boas-novas
Deus usa os anjos não
só como agentes de destruição e juízo, mas também como agentes comunicadores
das boas-novas e da Sua misericórdia. Segundo uma lenda judaica, Miguel, o
agente do juízo de Deus, possui só uma asa, enquanto que Gabriel, o agente
comunicador das boas-novas e da misericórdia divina, possui duas asas.
Querem os rabinos
mostrar com isto que Deus tem mais pressa em abençoar os homens do que em os
abater por Seu juízo.
A Bíblia apresenta os
anjos anunciando o nascimento de Isaque (Gn 18.10); Sansão (Jz 13.2,3); João
Batista (Lc 1.11,13); Jesus (Lc 1.30,31); a ressurreição e volta de Jesus
Cristo (Lc 24.5,6; At1.11).
Os anjos na consumação
dos séculos
Os anjos têm a ver com
os eventos proféticos do porvir relacionados com a Igreja e com o povo de
Israel. A Bíblia diz que grandes e terríveis juízos de Deus serão derramados
sobre os que habitam na terra nos dias posteriores ao arrebatamento da Igreja
de Cristo. Nesse tempo, os anjos terão papel decisivo como agentes de
libertação dos escolhidos e de condenação daqueles que rejeitaram a salvação em
Cristo.
Dos Evangelhos ao
Apocalipse, vemos as mais diferentes ações dos anjos, que terão lugar na terra
durante os dias em torno do arrebatamento da Igreja, da Grande Tribulação e os
dias imediatos ao fim do governo milenial de Cristo na terra. Os anjos terão
papel de destaque:
a) na ressurreição dos
mortos (l Ts 4.16);
b) no ajuntamento dos
escolhidos (Mt 24.31);
c) na revelação pessoal
de Cristo (Mt 16.27);
d) na ceifa final (Mt
13.39);
e) no julgamento das
nações (Mt 25.31-33);
f) na extinção total da
iniquidade (Mt 13.40-42).
III.
ORIGEM, REBELDIA E
QUEDA DE LÚCIFER
Nos dois Textos
anteriores, estudamos sobre a natureza dos anjos e a posição que exercem como
agentes que Deus usa para fazer como que determinadas coisas aconteçam. Neste
Texto, trataremos de um anjo denominado Lúcifer, um dos seres mais elevados
dentre os demais anjos criados por Deus no princípio.
O querubim ungido de
Deus
Ao tratarmos dos anjos,
estamos lidando com o mundo invisível dos espíritos; mundo que se constitui em
verdadeiro desafio à mente e à força humana. A Bíblia parece sugerir que a mais
exaltada posição do reino dos espíritos era ocupada no princípio por Lúcifer,
uma criatura perfeita em todos os seus caminhos, desde a sua criação (Ez
28.12-15).
Lúcifer é descrito como
“o sinete da perfeição", o que, no original hebraico significa um padrão
de perfeição. Também ele é descrito como “cheio de sabedoria e formosura",
o ser mais belo e sábio de toda a criação de Deus. Ele esteve no “Éden, jardim
de Deus”, e “no monte santo de Deus”.
Rebelião e queda de
Lúcifer
A maior catástrofe da
história da criação universal foi, sem dúvida, a rebelião e complô contra Deus
por parte de Lúcifer, e a consequente queda de possivelmente um terço dos anjos
que se juntaram a ele em sua perfídia.
Lúcifer, “O Filho da
Alva", foi criado, como todos os demais anjos, para glorificar a Deus.
Entretanto, ao invés de ser fiel a Deus e honrá-lO para sempre, Lúcifer
intentou reinar sobre o céu e a criação, em lugar de Deus. Ele queria para si a
supremacia e a autoridade devida exclusivamente ao Altíssimo (Is 14.12-17).
Os cinco “eis” de
Lúcifer
A queda e a deposição
de Lúcifer foram procedidas de cinco “eis” que demonstravam o seu espírito
insubmisso e exaltado (Is 14.13,14). Foram eles:
1. “... Eu subirei ao
céu...
2. ... acima das
estrelas de Deus exaltarei o meu trono...
3. ... no monte da
congregação me assentará...
4. ... subirei acima
das mais altas nuvens...
5. ... serei semelhante
ao Altíssimo."
O orgulho tomara conta
da mente e do coração de Lúcifer. Sua decisão de usurpar a posição de Deus
mostra a arrogância que dominava o mais profundo do seu ser. E impossível que
um reino tenha dois soberanos supremos. Ora, a Deus, sendo realmente o Deus único,
só restava uma coisa - depor Lúcifer e expulsá-lo. Foi isto o que aconteceu
inevitavelmente.
Deposto da presença do
Altíssimo, Lúcifer, transformado em Satanás, tornou-se chefe das potestades
doar (Ef2.2) e o príncipe deste mundo (Jo 12.31; 14-30). Desde então, tornou-se
o arquiinimigo de Deus e dos que amam a Jesus Cristo.
A personalidade de
Satanás
Na década de 1960,
apregoou-se com euforia a morte de Deus e a inexistência do Diabo. Tais ensinos
divulgavam o fim da crença no invisível mundo dos espíritos.
Porém, ao começar a
década de 1970, os homens, a mesma mídia e as mesmas religiões voltaram a
afirmar que Deus nunca morrera e nem pode morrer, e que o Diabo jamais deixou
de existir. Começou , desde então, uma grande corrida em busca do invisível e
das revelações do além, principalmente no que diz respeito aos anjos. Hoje
estamos presenciando a Babel em que muitos estão envolvidos, inclusive,
enganados pelos anjos maus.
Que se entende por
personalidade? Personalidade é a forma de vida pessoal, caracterizada por fim a
existência autoconsciente, dotada de intelecto, afetividade e vontade. Deus não
criou Satanás como tal, com uma personalidade maligna e deturpada. Ele
tornou-se assim porque pecou (Ez 28.19) e encheu-se de exaltação e rebeldia.
Satanás é uma pessoa, com todos os atributos de uma pessoa (Jo 8.44). Deus quer
que os homens conheçam os fatos relativos a Satanás, pelo que muito tem
revelado sobre ele nas Escrituras. Em 2 Coríntios 2.11, escreveu o apóstolo
Paulo: “para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois, não lhe
ignoramos os desígnios".
IV.
SATANÁS, O AGENTE DA
TENTAÇÃO
A vida do ser humano é
uma batalha constante, do berço à sepultura. O crente tem paz com Deus mediante
a fé em Jesus Cristo (Rm 5.1); pode desfrutar dessa paz rendendo-se ao Espírito
de Deus que nele habita (Fp 4.7). O crente possui paz interiormente, mas
exteriormente experimenta conflitos constantes com o mundo e com o Diabo (Mt
10.34; Jo 14.27).
O testemunho bíblico
“porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne e sim contra os
principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra
as forças espirituais do mal." (1:1 6.12).
“Sede sóbrios e
vigilantes. O Diabo, vosso adversário, anda em derredor, " como leão que
ruge procurando alguém para devorar" (I Pe 5.8).
Ao ser destronado dos
céus, como vingança contra Deus, Satanás tentou Adão e Eva no Éden e os
conduziu à queda. Tendo sido vencido por Cristo no monte da tentação e no
Calvário, desde então tem procurado vingar-se na pessoa daqueles que constituem
a Sua Igreja na terra.
A vida aqui é uma
batalha
Todo crente espiritual
sabe que esta vida não é nenhum lazer espiritual, mas uma batalha. Sabe que
Satanás é um adversário e por isso vive em constante vigilância
e escudado na proteção
e provisão do Deus Todo-Poderoso. Para que o crente triunfe nesta batalha, é
necessário que ele não só esteja guardado sob as asas do Senhor, mas que
conheça as diferentes maneiras de agir do adversário de sua alma. Paulo
escreveu: “... que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois, não lhe
ignoramos os desígnios.”
(2Co 2.11). (Ler Ef
6.10-18.)
Assim age Satanás devemos
sempre ter em mente o seguinte :
“1. Satanás tem acesso
à presença de Deus, apresentando-se como acusador dos filhos de Deus.
2. Algumas vezes Deus
permite que Satanás aflija os seus filhos.
3. Satanás se deleita
em fazer os homens amaldiçoarem a Deus, a duvidarem do Seu amor e de Suas
benevolências.
4. Satanás é
restringido por Deus em suas atividades.
5. Satanás algumas
vezes pode controlar os elementos da natureza para causar destruição entre o
povo e Deus.
6. Algumas vezes
Satanás pode promover o banditismo, o furto e até mesmo o homicídio, com seus
esforços para levar os homens a duvidarem da benevolência o do amor de Deus.
7. Satanás é capaz de
mentir até perante Deus.
8. Satanás aflige os
corpos dos homens para conseguir suas covardes finalida9. Satanás destrói a
harmonia doméstica e arruína a reputação de um homem para conseguir os seus
propósitos.
10. Satanás não para
diante de nada. em seus esforços para fazer os homens se desviarem de Deus.”
Em Cristo somos mais do
que vencedores
Escrevendo aos
Coríntios, Paulo diz que Deus... nos dá a vitória por intermédio de nosso
Senhor Jesus Cristo.” (I Co 15.57). E evidente que esta vitória, no que tange à
provisão de Deus, é-nos oferecida instantaneamente; mas, por outro lado, a
Bíblia mostra que esta batalha, no que diz respeito ao crente, é ganha por
etapas. Porém, é necessário que o crente esteja devidamente preparado e armado
para alcançar triunfos pela fé em Cristo, nesta luta. Vejamos o que a Bíblia
nos apresenta como armas e condições para vencer nesta luta:
a) Submetei-vos a Deus
(Tg 4-7; IPe 5.6);
b) Sede sóbrios e
vigilantes (I Pe 5.8);
c) Resisti ao Diabo (Tg
4.7; I Pe 5.9);
d) Fortalecei no poder
de Deus (Ef 6.10);
e) Revesti-vos de toda
a armadura de Deus (Ef 6.11,13);
f) Cingi-vos com a
verdade (Ef 6.14);
g) Vesti-vos da couraça
da justiça (Ef 6.14);
h) Calçai os pés com a
preparação do evangelho da paz (Ef 6.15);
i) Embraçai o escudo da
fé (Ef 6.16; ljo 5.4);
j) Tomai o capacete da
salvação (Ef 6.17);
k) Empunhai a espada do
Espírito (Ef 6.17);
1) Orai em todo tempo
no Espírito (Ef 6.18).
V.
SATANÁS NA CONSUMAÇÃO
DOS SÉCULOS
Enquanto Satanás
prosseguir em seu presente papel neste mundo, o pecado será praticado
livremente, a impiedade prevalecerá, as religiões falsas se multiplicarão e os
homens sem Deus serão seus súditos e escravos. Satanás precisa, pois, ser
dominado e posto fora de combate antes da inauguração do reino milenial de Cristo.
Satanás durante a
Grande Tribulação
A Grande Tribulação
ocorrerá no espaço de tempo entre o arrebatamento da Igreja e a manifestação de
Cristo em glória com os Seus santos e anjos. Durante esse tempo, quando
ocorrerá o Tribunal de Cristo e as Bodas do Cordeiro no céu, o Anticristo, como
preposto de Satanás, tornar-se-á senhor e soberano sobre a Terra.
Por intermédio do
Anticristo (a Besta) e do Falso Profeta, Satanás assumirá o monopólio
espiritual e político do mundo. Nessa época, coisas horríveis, jamais
imaginadas pela mente humana, terão lugar na Terra. Acerca dos que aqui
habitarem naqueles dias, diz o mensageiro do Senhor, no Livro de Apocalipse:
“... Ai da terra e do mar, pois, o Diabo desceu até vós, cheio de grande
cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta.” (Ap 12.12).
Satanás e o Armagedom
O tempo da Grande
Tribulação culminará com a guerra do Armagedom, quando os exércitos das nações,
por Satanás incitadas e rebeladas contra Deus entrarão no território de Israel
para destruí-lo. Será um tempo de grande aflição para Israel, que, indefeso,
sentir-se-á acuado frente aos bem armados exércitos adversários. Sobre o que
acontecerá naqueles dias, disse o Senhor a Daniel, o profeta:
E naquele tempo se
levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu
povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação
até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for
achado escrito no livro (Dn 12:1).
Nesse momento de
amargura para Israel, aparecerá no céu o sinal da vinda do Filho do Homem, para
quem os exércitos opressores se voltarão e contra quem tentarão pelejar.
Vejamos o que escreve o
apóstolo João:
19 E vi a besta, e os
reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que
estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército.
20 E a besta foi presa,
e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os
que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados
vivos no lago de fogo que arde com enxofre.
21 E os demais foram
mortos com a espada que saía da boca do que estava assentado sobre o cavalo, e
todas as aves se fartaram das suas carnes.
Apocalipse 19:19-21
Sem disparar um só
projétil, assim Israel será salvo!
A prisão de Satanás por
mil anos
Com a aparição de
Cristo com poder e glória nas nuvens dos céus, acompanhado dos Seus santos e
anjos, terá fim a Grande Tribulação e iniciar-se-á o período áureo da terra - o
Milênio. Porém, para que o reino milenial de Cristo seja estabelecido, é
necessário que Satanás seja preso. É exatamente isso que acontecerá.
“Então, vi descer do
céu um anjo; tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente. Ele segurou
o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos;
lançou-o no abismo, : fechou-o e pôs selo sobre ele, para que não mais
enganasse as nações até se completarem os mil anos. Depois disto, é necessário
que ele seja solto pouco tempo.” (Ap 20.1-3).
Soltura e prisão eterna
de Satanás
Completado o período do
reinado de Cristo, com justiça, paz e restauração de tudo na terra, Satanás
será solto por um pouco de tempo (Ap 20.3).
“Quando, porém, se
completarem os mil anus, Satanás será solto d a sua prisão e sairá a seduzir as
Nações nos cantos d a terra,
(Ap 20.7-10).
Como vimos, Satanás,
como opositor de Deus, será posto então no seu devido lugar, o inferno, quando
então serão estabelecidos “... novo céu e nova terra...” (Ap
21.1), onde os salvos
habitarão por toda a eternidade.
Em breve estaremos de volta com a 5ª parte
Nenhum comentário:
Postar um comentário