Por: Jânio Santos de Oliveira
Uma introdução à Teologia
1. “TEOLOGIA ” - A DOUTRINA DE DEUS
A Existência de DEUS......................................................................
A Revelação de DEUS .....................................................................
A Natureza de Deus e seus Atributos..............................................
A Natureza de Deus e seus Atributos (C o n t.)..........................
A Santidade de Deus ...................................................................
A Trindade Divina...........................................................................
As Obras de Deus ............................................................................
2. “CRISTOLOGIA ” - A DOUTRINA DE CRISTO
Cristo no Antigo Testamento .........................................................
A Divindade de Cristo .....................................................................
A Humanidade de Cristo ................................................................
A Morte de Cristo............................................................................
A Ressurreição de Cristo.................................................................
O Sacerdócio de Cristo....................................................................
3. “PNEUMATOLOGIA” - A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO
A Natureza do Espírito Santo .........................................................
O Espírito Santo no Antigo Testamento..........................................
O Espírito Santo no Novo Testamento............................................
O Espírito Santo no Crente..............................................................
O Batismo no Espírito Santo ..........................................................
Os Dons do Espírito Santo .............................................................
4. “ANGELOLOGIA” - A DOUTRINA DOS ANJOS
A Natureza dos Anjos ....................................................................
Os Anjos Como Agentes de Deus ...................................................
Origem, Rebeldia e Queda de Lúcifer ............................................
Satanás, o Agente da Tentação .....................................................
Satanás na Consumação dos séculos .............................................
5. “ANTROPOLOGIA ” - A DOUTRINA DO HOMEM
A Origem e a Criação do Homem ...................................................
A Natureza do Homem ..................................................................
O Homem - Imagem e Semelhança de Deus ..................................
O Destino do Homem .....................................................................
Provação e Queda do Homem .......................................................
6. “H AMARTIOLOGIA ” - A DOUTRINA DO PECADO
A Origem do Pecado.......................................................................
A Natureza do Primeiro Pecado do Homem...................................
A Descrição Bíblica do Pecado........................................................
O Pecado Original e o Pecado Praticado........................................
O Pecado e o Crente ...........................................................
7. “SOTERIOLOGIA ” - A DOUTRINA DA SALVAÇÃO
A Providência Salvadora..................................................................
Quatro Aspectos da Provisão de Cristo Quanto à Salvação
O Lado Divino da Conversão do Pecador.......................................
A Participação do Homem na Conversão......................................
A Justificação
A Adoção..................................
A Santificação ..............................................................................
Advertências e Promessas...............................................................
A Glorificação..................................................................................
8. “BIBLIOLOGIA
9. “ECLESIOLOGIA ” - A DOUTRINA DA IGREJA
A Origem da Igreja...........................................................................
O Que É a Igreja...............................................................................
O Fundamento da Igreja..................................................................
Formação e Administração da Igreja..............................................
A Missão da Igreja...........................................................................
10. “ESCATOLOGIA BÍBLICA ” - A D. BÍB . DAS ÚLT. COISAS
O Arrebatamento da Igreja.............................................................
Após o Arrebatamento da Igreja.....................................................
A Grande Tribulação.......................................................................
A Volta de Jesus...............................................................................
O Milênio..............................................................................
Eventos Finais..................................................................................
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"ECLESIOLOGIA"
A DOUTRINA DA IGREJA
O ensino das Escrituras
sobre a Igreja é apresentado em linguagem clara como todas as demais doutrinas;
contudo, a concepção de cristãos, até professos, sobre o assunto, é às vezes
muito indefinido e vago. Isso, sem dúvida, deve-se ao fato de que, segundo o
emprego humano, o termo igreja detém numerosos e variados significados e
concepção.
O termo igreja é
empregado para se fazer distinção entre as pessoas religiosas e não-religiosas.
E usado no sentido denominacional, para se fazer distinção entre grupos
cristãos organizados, como: Igreja Presbiteriana, Igreja Metodista ou Igreja
Católica Romana.
E usado em relação a
edifícios, designando um local de reunião em que os cristãos se reúnem para
adorar. Entretanto, esse emprego do termo com sentido variado tende a
obscurecer o verdadeiro significado do vocábulo bíblico. Somente quando
chegamos ao uso bíblico do termo, é que verificamos que essa dificuldade
desaparece.
O assunto analisado ao
longo desta Lição, portanto, diz respeito à doutrina da igreja, segundo a
concepção das Sagradas Escrituras.
ESBOÇO
1. A Origem da Igreja
2. O Que É a Igreja
3. O Fundamento da
Igreja
4. Formação e Administração
da Igreja
5. A Missão da Igreja
I.
A ORIGEM DA IGREJA
A igreja considerada
profeticamente Israel é descrito como uma igreja no sentido de ser uma nação
chamada dentre as outras nações para ser um povo formado de servos de Deus. Com
esse sentido o termo aparece no original em Atos 7.38.
Quando o Antigo
Testamento foi traduzido do hebraico para o grego, a palavra congregação (de
Israel), foi traduzida por ekklesia ou igreja. Israel, pois, era a congregação
ou a igreja de Jeová no Antigo Testamento. Depois dessa “igreja” judaica tê-10
rejeitado,
Cristo predisse a
fundação de uma nova congregação ou igreja, uma instituição divina que
continuaria a Sua obra na terra (Mt 16.18). E a Igreja de Cristo, que começou a
existir concretamente a partir do dia de Pentecostes, conforme Atos 2.
Ninguém melhor que o
apóstolo Paulo, por Deus escolhido e capacitado para doutrinar a respeito da
Igreja, no tempo e no espaço. Isso ele o fez pelo Espírito Santo, de modo
especial na carta à igreja de Éfeso: (1:1 í.8-10 ).
Ao apóstolo Paulo foi
revelado um duplo mistério, referente ao Evangelho e à Igreja, por ocasião da
sua conversão na estrada de Damasco.
Até aquela data, o
então Saulo de Tarso, estivera perseguindo os “fanáticos” seguidores de um
estranho “Caminho” (At 19.9; 22.4). Esses enfatizavam uma nova dispensação,
isto é, Cristo, Sua morte e ressurreição, o que lhe fora inaceitável até o
momento em que o Senhor o fez cair por terra. Levantou-se então um Paulo, a
quem foi revelado o grande segredo que haveria de revolucionar sua vida, daí
para a frente: os cristãos estão unidos a Cristo e Cristo está unido a eles.
Este fato estava tão vivo na mente do apóstolo que, anos mais tarde, com
profunda convicção, Ele afirmou: Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais
eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do
Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim. ” (Gl 2.20 —).
Nos ensinos do Senhor
Jesus Cristo cumpriu-se grande parte de Mateus 13.35: publicarei coisas ocultas
desde a criação (do mundo).” E o apóstolo Paulo fala com frequência dos
mistérios que lhe foram revelados e relembra aos que leram sua carta aos
Efésios, que, antes disso, ele já havia mencionado este mistério em poucas
palavras.
Em seguida, o apóstolo
fala do “mistério de Cristo”. Que vem a ser este mistério?
Não se refere
unicamente à Igreja, na qualidade de corpo de Cristo. O mistério do Cristo
eternamente vivo, tendo um corpo composto de crentes judeus e gentios, é o
mistério que, em épocas passadas, não fora revelado aos filhos dos homens.
A Igreja, no plano de
Deus, conforme vemos em Efésios 3.8-10, já existia bem antes que outras coisas
viessem à existência; isso com base no sangue do Cordeiro que foi morto desde a
fundação do mundo (Ap 13.8). Deus, segundo o Seu plano, permitiu que as eras se
fossem escoando até que achou por bem tornar a Igreja conhecida.
A igreja considerada
historicamente
A Igreja de Cristo veio
à existência, como tal, no dia de Pentecostes, quando foi consagrada pela unção
do Espírito. Assim como o Tabernáculo fora construído e depois consagrado pela
descida da glória divina (Ex 40.34), os primeiros membros da Igreja foram
também congregados no Cenáculo e consagrados como Igreja pela descida do
Espírito Santo sobre e dentro deles. E muito provável que os cristãos
primitivos vissem nesse evento o retorno da glória divina manifesta no
Tabernáculo e no Templo, glória essa que há muito tempo havia se afastado, e
cuja ausência era lamentada pelos rabinos ortodoxos.
Davi juntou os materiais
para a construção do Templo, mas a construção propriamente foi executada por
seu sucessor, Salomão. Da mesma maneira, Jesus, durante o
Seu ministério terreno,
juntou os materiais com os quais haveria de dar forma à Sua Igreja, por assim
dizer, mas o edifício foi erigido por seu Sucessor, o Espírito Santo, operando
através dos apóstolos. Estes lançaram os fundamentos e edificaram a Igreja com
sua pregação, ensino e organização. Portanto, a Igreja é descrita como sendo
formada por santos“edificados sobre o fundamento dos apóstolos...” (Ef 2.20).
II.
O QUE É A IGREJA
Já vimos que o sentido
da palavra igreja tem variações. Este nome se dá a um edifício, a uma
congregação, a uma denominação e ao Cristianismo em geral. O termo igreja
deriva-se de duas palavras gregas (preposição e verbo) que significam chamados
para fora, isto é, aqueles que são chamados por Deus para fora do mundo para
constituírem um corpo espiritual unido, pertencente ao Senhor. Daí uma igreja
mundana ser uma anomalia diante de Deus, pois, ela do mundo já foi chamada para
pertencer a Deus (Ap 3.16,17). Como, pois, pode a verdadeira Igreja de Deus ser
mundana?
A Igreja é formada
exclusivamente de pessoas nascidas de novo pela instrumentalidade do Espírito
Santo e da Palavra de Deus, conforme João 3.5, para que, por meio dela, o
Senhor Jesus realize a Sua obra neste mundo e cumpra o Seu propósito no futuro,
conforme vemos na Epístola aos Efésios.
Para melhor
compreensão, vejamos o assunto pormenorizadamente, através dos seguintes itens:
1. A palavra Igreja
empregada em sentido universal designa o corpo de Cristo.
A Igreja universal
invisível, da qual Cristo é a cabeça, não é organização, mas um organismo vivo,
pois, em cada um dos seus membros flui a vida do Senhor Jesus Cristo.
Ele é quem rege todo
esse corpo místico e comunica a cada membro Sua sabedoria, justiça, santidade,
vida e poder. Disse Jesus: "... Eu sou o pão da vida; o que vem a mim
jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede.” (Jo 6.35). Uma pessoa
que pelo novo nascimento se uniu ao Senhor integra, com os demais remidos, um
organismo no qual estão o amor e a graça de Jesus Cristo. Cada membro deste
corpo, por menor que seja, compõe este grande organismo. O membro que ocupa um
lugar de maior projeção no corpo não deve desprezar o que ocupa um lugar mais
humilde, porque todos os membros desse corpo, sem distinção, são necessários
para o bom desempenho do corpo.
‘Assim nós, que somos
muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos
outros. ” (Rm 12.5 -). Ler também I Co 12.27.
2. A assembleia
universal é descrita sob a forma de um templo. Os apóstolos e profetas lançaram
o fundamento deste edifício, sendo Cristo a pedra fundamental (Ef 2.20-22). O
Senhor é o apoio de todo o edifício. A Palavra de Deus considera este assunto
nos seguintes termos: “No qual também vós juntamente sois edificados para
morada de Deus em Espírito.” (Ef 2.22 - ARC). “Vós também, como pedras vivas,
sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios
espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” (I Pe 2.5 —).
3. A assembleia
universal dos salvos é a esposa de Cristo. Jesus mesmo é o esposo, “Aquele que
tem a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que lhe assiste e o ouve,
alegrasse muito com a vo?; do esposo. Assim pois, já esse meu gozo está
cumprido.” Qo 3.29). A Igreja se prepara agora para brevemente unir-se ao
Cordeiro, para jamais dEle separar-se. “E eu, João, vi a santa cidade, a nova
Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o
seu marido.” (Ap 21.2 -).
4. A assembleia local
deve compor-se somente de membros regenerados.
Isto é, pessoas
nascidas de novo, pela instrumentalidade do Espírito Santo, cheias dEle, que
façam a vontade de Cristo, e se unam a uma congregação local, para comunhão,
cooperação, serviço e assistência mútua. O crente necessita da Igreja e a
Igreja necessita do crente.
Ê necessário o
aperfeiçoamento da Igreja local constituída de seus membros.
Para isso Cristo
concedeu dons à Igreja em forma de homens: apóstolos, profetas, evangelistas,
pastores e mestres, para cuidarem dela (Ef 4-11 -16). Através da multiforme
ação de seus ministros, Deus quer aperfeiçoar a Sua Igreja, tanto para atender
as necessidades, como para depurá-la espiritualmente.
5. O Espírito Santo
opera na assembleia e por meio dela. O Espírito Santo quer revestir os crentes
de poder, guiá-los em toda a verdade, revelar-lhes Cristo, transformando-os,
até que cheguem à Sua semelhança (2Co 3.18).
6. A verdadeira Igreja
de Deus não conhece outro Legislador além de Cristo.
O gozo da verdadeira
Igreja consiste em saber a vontade do Senhor e cumpri-la. Sua maior glória será
viver em Cristo, na Sua semelhança (l jo 3.2).
Vestida da justiça de
Cristo, seguindo-O e servindo-O por amor, revestida de Seu Espírito e fazendo a
Sua vontade, a Igreja está olhando para cima, esperando a volta dAquele a quem
ama (l Ts 1.9,10).
III.
O FUNDAMENTO DA IGREJA
A Igreja Católica
Romana considera erroneamente o apóstolo Pedro a pedra fundamental sobre a qual
Cristo edificou Sua Igreja; e, para fundamentar esse ensino, apela,
primeiramente, para a passagem de Mateus 16.16-19.
“Respondendo Simão
Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
Então, Jesus lhe
afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi came e sangue que to
revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e
sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares
na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido
desligado nos céus.”.
Dessa passagem, a
Igreja Católica Romana deriva o seguinte raciocínio:
“1. Pedro é a rocha
sobre a qual a Igreja está edificada;
2. A Pedro foi dado o
poder das chaves, portanto, só ele e seus
sucessores (os papas)
poderão abrir a porta do reino dos céus;
3. Pedro tornou-se o
primeiro bispo de Roma;
4. Toda autoridade
eclesiástica foi conferida a Pedro, até nossos dias.
através da linhagem de
bispos e de papas, todos, vigários de Cristo."
Cristo, o fundamento da
igreja
Numa simples comparação
entre a teologia católica e a Bíblia a respeito do apóstolo Pedro e sua atuação
no seio da Igreja nascente, descobre-se quão contrária à interpretação bíblica
é a interpretação católico-romana. Mesmo numa despretensiosa análise do
assunto, verifica-se que:
1. Pedro jamais
assumiu, no seio do então Cristianismo nascente, a posição e as funções que a
teologia católica procura atribuir-lhe.
O substantivo feminino
petra, em Mateus 16.18, designa no grego uma rocha grande e firme, enquanto que
o substantivo masculino petros é aplicado a pequenos blocos de rocha, móveis,
bem como a pedra de arremesso. Pedro é petros = pedra pequena, móvel, e não
petra = rochedo grande e firme. Portanto, uma Igreja sobre a qual as portas do
inferno não prevalecerão, não pode repousar sobre Pedro.
2. De acordo com a
Bíblia, Cristo é a Pedra sobre a qual a Igreja está edificada.
“Quando estavas
olhando, uma pedra foi cortada sem auxÊo de mãos, ’ feriu a estátua nos pés de
ferro e de. barro e os esmiuçou.” (Dn 2.34) .
“edificados sobre o
fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra
angular." (Ef2.20).
Nos versículos acima,
“pedra” refere-se à pessoa de Jesus Cristo e não à de Pedro.
O próprio Pedro
declarou abertamente que Cristo é a Pedra, em Atos 4-11: “Este Jesus é pedra
rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular. ”. Daí,
quem está com a verdade: Pedro, na Bíblia ou a Igreja Católica Romana? (Ler
mais sobre isto em I Co 10.4 e I Pe 2.4).
O testemunho dos “Pais
da Igreja”
A grande maioria dos
“Pais da Igreja” cria que Jesus Se referia a Ele mesmo, o Cristo, quando disse
“Sobre esta pedra...”, em referência à confissão que Pedro acabara de fazer,
ou, até mesmo, a todos os apóstolos.
Somente a partir do
século IV começou-se a falar a respeito da possibilidade de Pedro ser a pedra
fundamental da Igreja, e isto estava intimamente relacionado à pretensão
exclusivista do bispo de Roma.
Conclusão
À luz das palavras do
próprio apóstolo Pedro,
a) Cristo é a Pedra —
rochedo grande e firme:
“Chegando-vos para Ac.
a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e
preciosa.” (I Pe 2.4).
b) Todos os crentes são
petros — pedras pequenas e móveis:
"... vós mesmos,
como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio
santo, afim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis por intermédio de
Jesus Cristo." (I Pe 2.5).
IV.
FORMAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
DA IGREJA
A Igreja visível é um
corpo e também uma organização. No que diz respeito ao corpo ou organismo,
Cristo está em cada um de nós cristãos (G1 2.20). No que diz respeito à
organização, cada membro tem um dever ou uma função específica na Igreja do
Senhor.
Para que possamos
compreender a formação e a administração da Igreja, vamos estudar o assunto
dividindo-o nos pontos que se seguem.
1. Cristo é o cabeça da
Igreja. Sabemos que Deus pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o
cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo...”;
"... como também Cristo é o cabeça da igreja: sendo ele próprio o salvador
do corpo.” (Ef 1.22,23; 5.23 - ARC). Da mesma forma que a cabeça provê,
sustenta e dirige o corpo, assim Cristo faz com cada um dos membros de Seu
corpo espiritual, a Igreja. O Senhor é capaz de dirigir os menores detalhes da
nossa vida e quem desconhece ou se nega a reconhecer a direção do Senhor em sua
vida diária jamais poderá conhecer as grandiosas bênçãos da vida verdadeiramente
cristã.
2. Quando subiu ao céu.
Cristo concedeu dons à Sua Igreja. São dons em forma de homens por Ele chamados
para cuidar da Sua Igreja (At 20. 28; I Pe 5.2,3).
Esses diferentes dons
são relacionados em Efésios 4-11; dons que também operaram em Cristo, pois,
através do Novo Testamento vêmo4 0 como apóstolo (Hb3.1), profeta (At 3.22,23),
evangelista (Lc 4.18), pastor (Jo 10.11) e mestre (Jo 13.13,14).
Agora, exaltado à
destra de Deus, Jesus concede à Igreja esses dons ministeriais que nEle
operaram, para que Sua Igreja seja edificada. Não há nada mais indefeso que um
rebanho de ovelhas sem pastor. A palavra pastor aparece várias vezes, tanto no
Antigo como no Novo Testamentos.
3. As palavras pastor e
bispo têm o mesmo significado quanto ao cargo. A palavra bispo é a tradução de
um vocábulo grego que significa supervisor. Pastor, no original, é o que
conduz, alimenta e defende as ovelhas (I Pe 2.25). Não basta sermos
intelectuais ou humanamente capacitados para o exercício do ministério. É antes
necessário que sejamos revestidos do poder do Espírito Santo. Nem mesmo o
próprio Senhor Jesus iniciou seu grandioso ministério antes de receber a
poderosa unção do Espírito Santo para o serviço. Portanto, se quisermos que
nosso ministério seja uma continuação do de Cristo, devemos estar revestidos do
mesmo poder (Jo 14.12,13). As promessas destes versículos estão ligadas ao
revestimento de poder advindo do alto (Jo 14.16,17).
4. Uma pesada
responsabilidade recai sobre o ministro evangélico. O ministro de Deus é um
vigia sobre as muralhas de Sião. Ele vê o perigo e cabe-lhe avisar aos
pecadores que o dia do julgamento se aproxima. Caso ele não aja assim, será
considerado responsável pela perda dessas almas. A mais terrível declaração com
respeito aos pastores sem fé, vitimados pelo pecado de desobediência, avareza,
embriaguez e glutonaria, encontra-se em Isaías 56.10-12, que diz: "... Os
seus atalaias são cegos, nada sabem; todos são cães mudos, não podem ladrar;
sonhadores preguiçosos, gostam de dormir. Tais cães são gulosos, nunca se
fartam; são pastares que nada compreendem, e todos se tomam para o seu caminho,
cada um para a sua ganância, todos sem exceção. Vinde, dizem eles, trarei
vinho, e nos encharcaremos de bebida forte; o dia de amanhã será como este e ainda
maior e mais famoso.
O versículo 12 acusa os
pastores sem fé e decaídos de “beberrões e glutões”.
“Ovelhas perdidas foram
o meu povo, os seus pastores as fizeram errar, para os montes as deixaram
desviar; de monte em outeiro andaram, esqueceram-se do lugar de seu repouso. ”
(Jr 50.6 - ARC). Isso
aconteceu a Israel, ficando para nós o aviso e o exemplo para que assim não
façamos.
5. A responsabilidade
do ministro de Cristo é grande e. na mesma proporção, sua recompensa. Para
compreender esta verdade, devemos atentar para o que escreveu o apóstolo Pedro,
em sua primeira carta universal, capítulo 5, versículos 1 a 4:
“Rogo, pois, aos
presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e de Cristo, e ainda
co-participante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus
que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer;
nem . mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados,
antes, tomando-vos modelos do rebanho.
Ora, logo que o Supremo
Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória. ”
V.
A MISSÁO DA IGREJA
O propósito de Deus
para alcançar o mundo e transformar o homem requereu a encarnação da segunda
pessoa da Trindade. Esta verdade é expressa nas palavras do apóstolo João: “E o
Verbo se fez carne e habitou entre nós...” (Jo 1.14). O Verbo (Cristo) se fez
carne para poder ser compreendido e visto pelo homem. Esta é a função e vocação
da Igreja de Cristo: permitir que o Verbo se manifeste através de seus membros.
A missão da Igreja no
mundo seria um mistério, se não soubéssemos que sua principal missão é a de
continuar a obra de redenção do homem decaído, vindo a ser para o mundo aquilo
que Cristo é para ela mesma. A encarnação do Verbo divino é um mistério;
entretanto, a razão porque Ele se manifestou em carne não é um mistério;
mistério mesmo é a própria encarnação. As origens da Igreja podem estar no
eterno passado, mas a sua missão está claramente no presente - ser uma bênção
para as
nações, assim como foi
Cristo, o Seu divino fundador e fundamento.
A singularidade da
Igreja de Cristo é marcante quanto à sua missão, que, em suma, consiste em:
1. Constituir Aqui Um
Lugar de Habitação para Deus.
“edificadas sobre o
fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra
angular; no qual todo o edifício, bem para santuário dedicado ao Senhor, no
qual também vós
juntamente estais sendo
edificados para habitação de Deus no Espírito." (E f 2.20-22).
“Não sabeis vós que
sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” (I Co 3.16 ).
2. Dar Testemunho da
Verdade.
“para que, se eu
tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja
do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade.” (I Tm 3.15).
3. Tornar Conhecida a
Multiforme Sabedoria de Deus.
“para que, pela igreja,
a multiforme sabedoria de Deus se tome
(Hf 3.10).
4. Dar Eterna Glória a
Deus.
“Ora, àquele, que é
poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos,
conforme o seu poder que opera em nós, seja a glória, na igreja e em Cristo
Jesus, para sempre. (l ts 5.20.21).
5. Edificar seus
Membros.
“E ele mesmo deu uns
para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para
pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento para o desempenho do seu
serviço, para a edificação, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno
conhecimento do Filho de Deus, à perfeita e, à medida da estatura da plenitude
de Cristo.” (Ef 4.11-13).
6. Disciplinar seus
Membros.
“Se teu irmão pecar
(contra ti), vai arguido entre ti e ele só. Se ele
te ouvir, ganhaste a
teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas,
para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se
estabeleça. E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir
também a igreja, considera-o como gentia e publicano . ” (Mt 18.15-17).
7. Evangelizar o Mundo.
“Jesus, aproximando-se,
falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide,
portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e
do Filho, e do Espirito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos
lenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do
século.” (Mt 28.18-20).'
Em breve estaremos de volta para a conclusão deste maravilhoso estudo bíblico.
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