domingo, 18 de maio de 2025

Série: A Provisão e a Aplicação da Salvação 7. (A adoção)

Por: Jânio Santos de Oliveira

 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

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Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com



Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!


Resumo da matéria

1. A PROVIDÊNCIA SALVADORA

2. QUATRO ASPECTOS DA PROVISÃO DE CRISTO QUANTO À SALVAÇÃO

3. ARREPENDIMENTO

4. Fé

5. A JUSTIFICAÇÃO

6. A REGENERAÇÃO

7. A ADOÇÃO

8. A SANTIFICAÇÃO

9. ADVERTÊNCIAS E PROMESSAS

10. A GLORIFICAÇÃO



 A ADOÇÃO

Você sabia que hierarquicamente, como filho de Deus, você está acima do arcanjo Miguel? Isto ocorre, porque como filho de Deus, você nasceu de novo, pela Sua graça, mediante a fé. Todos aqueles que aceitam a Cristo como seu Salvador são elevados, de uma posição abaixo dos anjos, para herdeiros dos céus! Até mesmo o crente mais humilde está numa posição acima do anjo mais elevado, do ponto de vista do céu! Tudo isto é graciosamente possível por causa da provisão da “reconciliação” que Cristo efetuou, ao consumar a obra da salvação. Embora o homem estivesse alienado de Deus, sem esperança de vida eterna, mediante a provisão de Cristo este homem passa de “inimigo de Deus”, a “filho de Deus.

“Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. ” (Rm 5.10). “Assim, também nós, quando éramos menores, estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo; vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, afim de que recebêssemos a adoção de filhos. ” (G1 4.3-5).

Nesta Lição, veremos esta troca de títulos ou posições que em resumo é chamada adoção. Estudaremos, também os três privilégios envolvidos nisso, que são: a) o direito de ser filho de Deus, b) o direito de ser irmão de Jesus, portanto membro da família de Deus, e c) o direito de ser herdeiro das riquezas da glória.



I. O QUE É ADOÇÃO


Até agora estudamos dois grandes benefícios recebidos, oriundos da salvação: a justifi­cação. que outorga ao crente uma nova posição legal, e a regeneração, que lhe concede uma nova vida espiritual. Agora estudaremos uma terceira bênção, a adoção, mediante a qual o homem “nascido de novo”, torna-se filho de Deus - o privilégio mais alto que o céu pode conceder a qualquer ser criado. A Definição de Adoção Humanamente falando, adoção é o processo pelo qual uma criança é trazida e aceita numa família, quando por natureza não tinha direito algum de pertencer àquela família. Esta transação legal resulta em a criança tornar-se um filho; um novo membro da família com plenos direitos sobre o patrimônio da família. A adoção espiritual é baseada neste mesmo princípio, se bem que a adoção divina é infinitamente mais abrangente no seu alcance e finalidade. O homem por natureza é filho da ira (Ef 2.3), ao crer em Cristo, é feito filho de Deus, e passa a ter os direitos e privilégios inerente àquela posição. O privilégio da filiação, o privilégio de ser um membro da família de Deus, e o direito de ser herdeiro de Deus e co-herdeiro com Cristo (Rm 8.15-17).

O Processo da Adoção Ao empregar a expressão “adoção ” (Ef 1.5; Rm 8.14,17 e G14.5-7), Paulo tinha em mente o que conhecia do processo legal de adoção, que era mui­to comum na Roma antiga. Naqueles dias, uma fa­mília de posses podia resgatar uma criança da escra­vidão e integrá-la noutra família. Numa cerimônia, o pai adotivo comparecia diante de um juiz e de uma testemunha, mantendo o preço da criança numa das mãos e a própria criança na outra. Dizia à criança: Você quer ser meu filho? Se a criança respondesse afirmativamente, o homem diria às testemunhas: “Declaro esta criança meu filho (filha), de acordo com a Lei Romana. Ela foi comprada com este dinheiro.” Daquele momento em diante, a criança tornava-se membro legítimo da nova família, tomava o nome do pai da família e tomava-se herdeiro do patrimônio daquela família. Os atos do pai adotivo nos lembram duas expressões do grande amor de Deus para com o mundo. Primeiramente, Deus enviou seu Filho como preço de resgate espiritual do homem (Jo 3.16), o qual, por amor, deu Sua vida pela humanidade. “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. ” (Jo 15.13). Em segundo lugar, Deus ama tanto aqueles que resolvem seguí-lO, que se digna chamá-los de seus filhos.

Paulo maravilha-se que aqueles que outrora eram “filhos da ira”, não somente ressuscitaram para uma nova vida, mas também foram exaltados, sentando-se nos lugares celestiais juntamente com Cristo. João refere-se a esta mesma expressão de amor, ao explicar como Deus condescendeu em relação ao homem, chamando os crentes de Seus filhos.

“... éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, -pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus. ” (Ef 2.3-6). “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus ...” (1 Jo 3.1).

Mesmo assim, apesar do inestimável esforço divino e do preço da redenção envolvidos, ninguém pode ser divinamente adotado enquanto não aceitar pessoalmente este privilégio, deci­dindo entregar sua vida a Cristo. Daí, a Bíblia afirmar que somente os que “recebem” a adoção pela fé, são filhos de Deus.

“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome. ” (Jo 1.12). “Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus. ” (G1 3.26). “para resgatar os que estavam sob a lei, afim de que recebêssemos a adoção de filhos. ” (G14.5).

A Filiação - Suas Distinções Embora o crente seja um filho de Deus, sua posição é inteiramente diferente da de Cristo, que é Q Filho de Deus. O crente desfruta de relacionamento com a Trindade, mas não é parte dela. Cristo é, e sempre foi o Filho de Deus pela natureza do Seu próprio Ser. Somente por causa do Seu grande e transcendente amor é que Ele consente em nos chamar Seus irmãos. O relacio­namento único entre Cristo e Deus, vê-se em expressões tais como esta, dEle para Maria. “Subo para meu Pai e vosso P a i... ” (Jo 20.17; Mt 18.10-14; Jo 8.38). Dentre toda a humanidade, somente o crente desfruta deste relacionamento exclusivo com Deus. Uma vez que Deus é o Criador de todos os seres vivos, em certo sentido todos os seres são obras da Sua mão (At 17.26-28), mas nem todos são Seus filhos! Destarte, embora Deus seja nesse sentido o “pai” de todos os seres criados, como indica a expressão poética a respeito dos anjos em Jó 38.7, só os crentes são designados como “filhos de Deus” por adoção. Só o crente pode chamar Deus Pai (Rm 8.14,15). Ninguém é filho de Deus por causa de vínculos de família ou de nacionalidade. Deus falou da nação de Israel como sendo Seu filho num sentido geral (Dt 14.1,2; Os 11.1), mas Paulo ensina claramente que ninguém pode tomar-se filho de Deus, a não ser pela fé em Cristo, para a salvação.

“... estes filhos de Deus não são propriamente os da carne, mas, devem ser considerados como descendência os filhos da promessa. ” (Rm 9.8).

Além disso, é possível perder o privilégio de ser filho de Deus (Gn 6.2; Dt 32.18-20).

II. O CRENTE COMO FILHO DE DEUS

 Para o crente, ser “filho de Deus” não é uma esperança demorada, mas uma realidade bem presente. João escreveu, destacando o fato presente da nossa posição de filhos de Deus, se bem que certas bênçãos desta honra serão desfrutadas somente no futuro.

“Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que have­remos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhante a ele, porque havemos de vê-lo como ele é. ” (1 Jo 3.2).

Olhemos agora, por alguns momentos, as bênçãos especiais resultantes desta posição real, bem como as responsabilidades que ela envolve.

Certeza Um dos benefícios de ser filho de Deus é a certeza de uma comunhão estreita e amorosa com o Pai Celestial. Paulo contrasta esta certeza da aceitação amorosa, com a atitude de um escravo que se encolhe de medo e dúvida diante do seu senhor.

“Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, ate­morizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos, Aba, P ai.” (Rm8.15).

A Bíblia ensina o crente temer a Deus, mas em atitude de respeito e reverência, e não de angústia e medo. O Espírito de Cristo libertou o crente do medo “servil” de ser castigado ou rejeitado por causa do mínimo erro que pudesse desagradar a seu Senhor. Os crentes devem saber que são filhos e não meros empregados. A expressão “Aba, Pai”, citada em Romanos 8.15, resume de modo apropriado o relaci­onamento de intimidade e confiança entre o Pai Celestial e os crentes. “Aba” é uma palavra aramaica que significa, simplesmente, “pai”, com conotação afetiva da parte do filho expressan­do a confiança e intimidade que só ele tem como filho. Os judeus crentes juntavam esta palavra com a palavra grega equivalente a “pai”, formando uma expressão nova, mais íntima, com signi­ficado de “meu querido pai”; “caríssimo pai”; “papai”.
Obediência O fato do crente ter sido honrado e colocado na posição de filho de Deus, deve motivá-lo grandemente a viver em retidão. O filho de Deus deve sempre lembrar-se da dignidade que seu novo título e posição encerra, lembrando-se sempre do Pai a quem ele representa aqui no mundo.

“Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está no céus. ” (Mt 5.16). “Para que vos tom eis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo. ” (Fp 2.15).

Os crentes, como filhos de Deus, devem estar sempre seguros da sua linhagem real e das responsabilidades que isso envolve, para permanecerem separados do mundo e do pecado. Ne­nhum bom filho quererá associar-se com aqueles que vivem em rebelião contra seu Pai e Rei.

“Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso. ” (2 Co 6.17,18).

Orientação e Disciplina Há dois fatores que evidenciam a filiação espiritual do crente. Um deles é a presença interna do Espírito Santo, dirigindo-o e testificando em seu ser que ele é realmente filho de Deus.

“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus... O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. ” (Rm 8.14,16).

Note nestes versículos que o Espírito guia e dá testemunho, mas não força, nem coage. Como filho de Deus, o crente deve submeter-se ao Espírito para ser guiado, e ter o Seu testemu­nho interior. Outra evidência da filiação espiritual do crente é obedecer à disciplina do Pai Celestial. Às vezes, o crente tropeça e cai em pecado, sentindo-se profundamente repreendido pela convic­ção interior do Espírito Santo. Isto pode levá-lo a duvidar se ele é verdadeiramente um filho de Deus. Esta convicção do Espírito não deve ser motivo para desespero, mas de encorajamento para o arrependimento. É um sinal positivo da disciplina do Pai. Este apelo amoroso comprova que, apesar do fracasso, o crente permanece filho de Deus, amado pelo Pai, a ponto de ser por Ele disciplinado. A resposta correta a tal disciplina deve ser uma nova e firme resolução da pessoa para erguer-se e continuar na fé. Veja Hebreus 12.5,6,12,13:

“...filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando pôr ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. “Por isso, restabelecei as mãos descaídas e os joelhos trôpegos; e fazei caminhos retos para os pés, para que não se extravie o que é manco; antes, seja curado. ”

Acesso a Deus A posição do crente como filho de Deus inclui ainda outra promessa consoladora: o privilégio do acesso constante à presença de Deus. “porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em um Espírito. ” (Ef 2.18). Além disso, o crente deve ter plena confiança que Deus quer cuidar das suas necessida­des, mais do que um pai humano cuida das necessidades do seu filho.

“Portanto não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? ... pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas. ” (Mt 6.31,32). “E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades. ” (Fp 4.19).

Por causa da promessa de acesso contínuo a Deus e a certeza do Seu cuidado para com Seus filhos, o crente pode levar todas as suas necessidades espirituais, sociais e físicas ao Pai Celestial, sabendo com certeza que será ouvido e atendido (Lc 11.11-13). Devemos lembrar-nos também que Deus, como todo bom pai, não dará ao crente tudo quanto ele deseja, mas, dará tudo quanto é necessário e bom para ele. Podemos ter a certeza de que a resposta de Deus às nossas orações sempre terão em mente tanto nossas necessidades * presentes, quanto nossos interesses eternos.


III. O CRENTE COMO IRMAO DE CRISTO


 Ao adotar o crente como filho, Deus criou uma posição de honra e dignidade que anteri­ormente não existia. Este fato modificou toda a hierarquia do universo. A Bíblia relata que, os anjos foram criados superiores aos homens naturais, mas, mediante a provisão feita por Deus para a salvação e adoção do crente, este foi exaltado para reinar sobre aqueles.

‘Fizeste-o, por um pouco, menor que os anjos... ” (Hb 2.7). “Pois não foi a anjos que sujeitou o mundo que há de vir, sobre o qual estamos falando. ” (Hb 2.5). “Não são todos eles (os anjos) espíritos ministradores enviados para serviço, a favor dos que hão de herdar a salvação?” (Hb 1.14).
Não Se Envergonha de Lhes Chamar Irmãos” Uma das frases mais singulares da Bíblia acha-se em Hebreus 2.11. Ali, ao referir-Se aos crentes, Cristo diz que “não se envergonha de lhes chamar irmãos”. Ser chamado “filho de Deus” é em si muito difícil entender, mas ser chamado irmão de Cristo, é quase além do nosso entendimento. É um fato extremamente maravilhoso. Para compreendê-lo melhor, observemos várias verdades espirituais que se assemelham à história que se segue. Suponhamos que o príncipe de um império antigo fizesse uma longa viagem marítima. Enquanto viajava, ele deparou com um pobre homem que estava se afogando. O príncipe imedi­atamente lançou de si as suas vestes reais, e mergulhou nas águas perigosas para salvar o homem que estava afundando. O pobre homem estendeu os braços para o príncipe e foi puxado para lugar seguro. Daquele momento em diante, o príncipe e o pobre tornaram-se os melhores amigos. O homem que fora salvo jurou que ficaria com o príncipe durante o restante da sua vida. Quando o filho real retomou a seu pai, estava acompanhado de seu novo amigo. O filho anunciou que o estranho viveria no palácio com ele. Ora, este ato nobre levantou uma questão um tanto embaraçosa, porque apenas duas classes de pessoas viviam no palácio; a realeza e os escravos. A qual classe pertenceria o estranho? O pobre, por causa do grande relacionamento com o príncipe, não poderia ser tratado como mero escravo, mas, por natureza, não fazia parte da família real. O filho pensou numa solução razoável. - Não estou envergonhado de chamá-lo meu ir­ mão, - disse ele. - Vamos adotá-lo em nossa família real. O segundo capítulo de Hebreus contém várias verdades espirituais que formam um para­lelo exato com esta pequena história.

1. 0 príncipe remove suas vestes reais e mergulha na água.

“vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que os anjos, Jesus, por causa do sofrimento da morte... provasse a morte por todo homem. ” (Hb 2.9).

2. 0 pobre homem é salvo.

“e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida. ” (Hb 2.15).

3. 0 príncipe apresenta o amigo ao seu pai.

“... conduzindo muitos filhos à glória. ” (Hb 2.10).

4. 0 estranho é adotado.

“Pois, tanto o que santifica como os que são santifi­cados, todos vêm de um só ...” (Hb 2.11).

5. 0 filho não se envergonha de chamar o estranho de seu ir­

“... Por isso, é que ele não se envergonha de lhes cha­mar de irmãos. ” (Hb 2.11).


Irmãos em Cristo trouxe não só um homem a Seu Pai, mas, “muitos filhos” (Hb 2.10). Todos aque­les que foram adotados na família de Deus formam agora um grupo especial de pessoas, que devem ficar separados do mundo e unidos entre si.

“... porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos. ” (Mt 23.8). ‘Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus. ” (Ef 2.19).

Aqueles que fazem parte da “família de Deus”, são unidos pelo amor de Deus, tendo comunhão uns com os outros. De fato, é exatamente este amor que comprova a realidade da nossa adoção como filhos de Deus.

‘Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte. ” (1 Jo 3.14). “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros. ” (Jo 13.35).

Este amor entre os irmãos é demonstrado de muitas maneiras, mas aqui, notaremos ape­nas duas: Uma delas é a solicitude profunda e amorosa pelos demais crentes, e a outra é o desejo de uma estreita comunhão com eles. Estas características são claramente ensinadas na Bíblia.

“Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é de costume de alguns; an­tes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima. ” (Hb 10.24,25). “Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé. ” (Gl 6.10). “Juntos andávamos, juntos nos entretínhamos e íamos com a multidão à Casa de Deus. ” (SI 55.14). “Companheiro sou de todos os que te temem e dos que guardam os teus preceitos. ” (SI 119.63).



IV. O CRENTE COMO HERDEIRO DO CÉU

Mediante a adoção divina, os crentes não somente foram elevados à posição de partici­pantes da aristocracia do céu, mas tomaram-se herdeiros do maior patrimônio do universo.

“Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo ... ” (Rm 8.17). “mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. ” (1 Co 2.9).

A Futura Herança Em contraste com as heranças terrestres que são entregues ao herdeiro quando o pai morre, o crente recebe sua plena herança quando ele morre (ou é arrebatado). A Bíblia oferece muitas descrições das riquezas que aguardam o crente além desta vida. Aqui temos uns poucos exemplos:

“Um reino de glória... uma pátria melhor... uma cidade... uma coroa de glória... uma coroa de vida... uma coroa de justiça... eterno peso de glória... verão a sua face... reinarão para sempre e sempre... para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para salvação preparada para revelar-se no último tempo”. (Várias passagens, terminando com 1 Pe 1.4,5).

O crente foi feito herdeiro de riquezas sumamente grandes. Paradoxalmente, todas estas riquezas tomaram-se nossas porque UM quis se empobrecer por nós.

“pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tomásseis ricos. " (2 Co 8.9).


A Nossa Herança Atual Certas riquezas espirituais do crente são desfrutadas aqui; outras, somente no porvir. Paulo disse que já recebera as “primícias do Espírito”, enquanto esperava a plena “herança” da sua adoção. (Rm 8.23). Note que na história do Filho Pródigo, o pai disse ao filho mais velho que, mesmo antes dele receber a herança completa, tinha pleno direito a tudo quanto pertencia ao seu pai. “Então lhe respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu. ” (Lc 15.31). Da mesma maneira, os filhos espirituais de Deus participam de uma porção da sua imen­sa herança espiritual agora mesmo. Por exemplo, desfrutam da abundância das bênçãos espirituais, do poder do Espírito Santo e uma coparticipação da natureza divina.

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de benção espiritual nas regiões celestiais em Cristo... nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, ...” (Ef 1.3,5). “...fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória. ” (Ef 1.13,14). “pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas para que p or elas vos tomeis co-participantes da natureza divina,...” (2 Pe 1.4).

A Herança Condicional Como “filhos de Deus”, embora adotivos, os crentes podem sentir segurança quanto à permanência dessa posição. Mas até mesmo um filho, por sua própria escolha pode abandonar seu pai e seu lar e perder o que tem. O Filho Pródigo trocou a comunhão com seu pai pelos prazeres fugazes do mundo. Felizmente, arrependeu-se, e não perdeu toda a sua herança. Esaú não foi tão feliz. Tendo desvalorizado sua herança espiritual, vendeu-a em troca de momento de satisfação física (Hb 12.16). Muito mais tarde, reconheceu o valor da primogenitura perdida, e implorou para tê-la de volta, mas tudo em vão. A oportunidade para arrepender-se já se fora (Hb 12.17). E assim será com todos aqueles que rejeitam sua primogenitura espiritual, para depois descobrirem que a morte selou sua deci­são para toda a eternidade (Hb 9.27). Estes exemplos nos lembram as palavras de Cristo, no Apocalipse. Ali, adverte que a herança é somente para os que vencem o mundo até ao fim, pela sua fé.

‘O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho. (Ap 21.7)

Na próxima matéria falaremos sobre advertências e problemas.

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