Por: Jânio Santos de Oliveira
Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena
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Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com
Resumo da matéria
1. A PROVIDÊNCIA SALVADORA
2. QUATRO ASPECTOS DA PROVISÃO DE CRISTO QUANTO À SALVAÇÃO
3. ARREPENDIMENTO
4. Fé
5. A JUSTIFICAÇÃO
6. A REGENERAÇÃO
7. A ADOÇÃO
8. A SANTIFICAÇÃO
9. ADVERTÊNCIAS E PROMESSAS
10. A GLORIFICAÇÃO
O ARREPENDIMENTO
O arrependimento é um
assunto raramente pregado em nossas igrejas hoje.
Alguns chegaram até a
ensinar que ele não é necessário, que estamos vivendo numa dispensação
diferente que não o exige.
Essas pessoas citam as palavras
de Paulo à pergunta do carcereiro filipense, "Senhores, que devo fazer
para que seja salvo?" A resposta de Paulo foi, "Crê no Senhor Jesus,
e serás salvo tu e tua casa" (At 16'30,31). Em vista de Paulo não ter
mencionado o arrependimento, é nos dito que tudo o que devemos fazer é crer, a
fim de sermos salvos hoje.
O arrependimento tem relação com o desviar-se
do pecado, e infelizmente a "pecaminosidade" do pecado é algo poucas
vezes enfatizado em nossos dias.
Se a pessoa nasceu de
novo duvidamos que não compreenda perfeitamente que a questão do seu pecado já
foi tratada pelo Senhor Jesus Cristo. Muitos estão sendo convidados a se
aproximarem de Cristo
simplesmente com base nas bênçãos a serem recebidas e na alegria a ser
experimentada. Jesus Cristo tratou da questão do pecado para nós e é da maior
importância que nos afastemos do pecado antes de crermos nele como nosso
salvador.
1. Definição
O significado original
de "arrependimento" é uma mudança de opinião ou propósito. É uma
"mudança sincera e completa de opção e disposição com respeito ao
pecado".
Ela envolve uma mudança
do ponto de vista, do sentimento e do propósito.
Podemos dizer, então,
que Contém três elemento" o intelectual, o emocional e o voluntário.
a)
O elemento intelectual.
Isto envolve uma mudança de ponto de vista.
É uma mudança de ponto
de vista com relação ao pecado, a Deus e ao "eu ", O pecado vem a ser
reconhecido não a penas como uma fraqueza, um acontecimento infeliz, ou um
erro, mas uma culpa pessoal. "Pois eu conheço as minhas transgressões e o
meu pecado está sempre diante de mim" (5151:3); " ... pela lei vem o
pleno conhecimento do pecado" (Rm 3'20). Além disso, o pecado é
reconhecido Como uma transgressão Contra Deus.
Do ponto de vista
humano, o pecado de Davi foi Contra Bate-Seba e Urias, seu marido. Mas Davi
veio a compreender que ele era também contra as leis de Deus. Ele clamou:
"Pequei contra ti, Contra ti somente, e fiz o que é mal perante os teus
olhos" (SI
51,4).
O pecado é também
reconhecido em sua relação com o nosso "eu". Ele não só é considerado
como culpa diante de Deus, mas também como algo que contamina e corrompe o
"eu". Reconhecendo isto, Davi ora: "Purifica-me com hissopo e
ficarei limpo, lava-me e ficarei mais alvo que a neve" (5l 51 :7).
Ao receber uma nova visão de Deus, Jó disse:
"Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem. Por isso me
abomino, e me arrependo no pó e na cinza" (Jó 42:5,6).
Este elemento
intelectual do arrependimento é muito importante, mas, se não for seguido pelos
dois elementos seguintes, só poderá trazer medo do castigo sem um ódio real do
pecado.
b) O elemento
emocional. O arrependimento tem sido muitas vezes definido como "uma
tristeza segundo Deus pelo pecado". Ao escrever sua segunda carta aos
coríntios, Paulo disse: "Agora me alegro, não porque fostes contristados,
mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados
segundo Deus, para que de nossa parte nenhum dano sofrêsseis. Porque a tristeza
segundo Deus produz arrependimento para a salvação que a ninguém traz pesar;
mas a tristeza do mundo
produz morte" (2
Co 7:9-10). Em Lucas 18:13 Jesus descreveu o publicano batendo no peito:
"O publicano, estando em pé, longe, não ousava ainda levantar os olhos ao
céu, mas batia no peito, dizendo: 6 Deus, sê propício a mim, pecador!" Não
existem meios
de medirmos quanta
emoção é necessária no arrependimento sincero, mas existe com certeza um
despertar real do coração quando o indivíduo é levado a enfrentar seu terrível
pecado. As lágrimas quase sempre acompanham um coração arrependido.
Todavia, é preciso
diferenciar entre a verdadeira tristeza pelo pecado cometido e o simples
sentimento de vergonha por causa dele.
Existe uma vasta
diferença entre remorso e arrependimento.
A pessoa pode ficar
simplesmente triste por ter sido apanhada no ato de pecar, não estando
verdadeiramente arrependida por causa de seu pecado. Isto seria o simples
remorso. A tristeza pelo pecado deve ser seguida pelo elemento voluntário.
O elemento voluntário.
Billy Sunday costumava dizer: "A religião não é para seu lenço, mas para a
sua espinha dorsal." É preciso que a vontade seja exercitada para que o
arrependimento seja verdadeiramente eficaz. Isto significa um afastamento
interior do pecado e uma entrega completa a Cristo para obter perdão.
Uma das palavras usadas
para "arrependimento" significa "voltar". Isto é ilustrado
na história do filho pródigo que disse: "Levantar-me-ei e irei ter com meu
pai... E levantando-se, foi para seu pai" (Lc 15:18,20).
Quando o arrependimento
toca a vontade, ele resultará
em: (1) Confissão do
pecado - "Confesso a minha iniqüidade: suporto tristeza por causa do meu
pecado" (5138:18). "Pequei contra o céu" (Lc 15:21).
2) Abandono do pecado -
"0 que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as
confessa e deixa, alcançará misericórdia" (Pv 28:13). "Deixe o
perverso o seu caminho, o iníquo os seus pensamentos ... " (Is 55:7).
3) Volta para Deus -
"Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo os seus pensamentos; converta-se
ao Senhor ... " (ls55:7). Não devemos apenas abandonar o pecado, mas
voltar-nos para Deus (1 Ts 1:9; At 26:18).
d) Não é algo
meritório. O arrependimento jamais deve ser tido como meritório - uma
"obra" a ser feita para que Deus possa conceder a salvação. Thiessen
salienta que não somos salvos para nos arrependermos, mas se nos arrependermos.
A versão Douai traduz a palavra
"arrependimento" como "fazer penitência". Assim sendo, a
Igreja católica romana considera o arrependimento como uma satisfação que o
pecador apresenta a Deus. Esta é uma tradução falsa e descreve o pecador como
capaz de fazer algo para a sua salvação, em lugar de compreender sua
incapacidade e perceber que a sua salvação é inteiramente provida por Deus
através de sua maravilhosa graça.
2. Importância do
arrependimento
A importância deste
assunto é enfatizada pelo lugar de destaque dado a ele nas Escrituras, tanto no
Antigo como no Novo Testamento, assim como no ministério de Jesus e dos
primeiros pregadores do Evangelho.
a) No Antigo
Testamento. O Antigo Testamento focaliza o lugar que o arrependimento deveria
ter na relação entre Israel e Deus nas seguintes passagens:
" ... se deres
ouvidos à voz do Senhor teu Deus, guardando os seus mandamentos e os seus
estatutos, escritos neste livro da lei, se te converteres ao Senhor teu Deus de
todo o teu coração e de toda tua alma" (Dt 30:10).
"Voltai-vos dos
vossos maus caminhos, e guardai os meus mandamentos e os meus estatutos,
segundo toda a lei que prescrevi a vossos pais e que vos enviei por intermédio
dos meus servos, os profetas" (2 Rs 17:13).
"Eu escutei e
ouvi; não falam o que é reto, ninguém há que se arrependa da sua maldade,
dizendo: Que fiz eu?
Cada um corre a sua
carreira como um cavalo que arremete com ímpeto na batalha" (Jr 8:6).
"Portanto dize à casa
de Israel: Assim diz o Senhor Deus: Convertei-vos e apartai-vos dos vossos
ídolos; e dai as costas a todas as vossas abominações" (Ez 14:6).
"Portanto, eu vos
julgarei, a cada um segundo os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor
Deus.
Convertei-vos e
desviai-vos de todas as vossas transgressões; e a iniquidade não vos servirá de
tropeço" (Ez 18:30). "Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se
humilhar, orar e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então eu
ouvirei
dos céus, perdoarei os
seus pecados e sararei a sua terra" (2 Cr 7:14).
b) No Novo Testamento:
1) João Batista - O
arrependimento era a nota máxima na pregação de João Batista: "Naqueles
dias apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia, e dizia:
Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus" (Mt 3:1,2). João
Batista veio como precursor de Jesus, a fim de preparar o coração do povo de
Israel para a chegada do seu Messias. O preparo exigido era o arrependimento, e
continua assim para o coração de cada pecador.
2) Jesus - O
arrependimento ocupou um lugar importante na pregação de Jesus.
"Daí por diante
passou Jesus a pregar e a dizer:
Arrependei-vos, porque
está próximo o reino dos céus" (Mt 4:17). "Não vim chamar justos, e,
sim, pecadores (ao arrependimento]" (Mt 9:13). "Passou, então, Jesus,
a increpar as cidades nas quais ele operara numerosos milagres, pelo fato de
não se terem arrependido" (Mt 11:20). "Ninivitas se levantarão no
juízo com esta geração e a condenarão; porque se arrependeram com a pregação de
Jonas. E eis aqui está quem é maior do que Jonas" (Mt 12:41).
3) Os discípulos - Os
doze discípulos pregaram arrependimento. "Então, saindo eles, pregavam ao
povo que se arrependesse" (Mc 6:12).
4) A grande comissão -
"E que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados, a
todas as nações, começando de Jerusalém" (Lc 24:47).
5) Pedro - Pedro pregou
o arrependimento. "Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos e cada um de vós
seja batizado" (At 2:38; At 3:19; 5:31; 8:22;11:18.)
6) Paulo - Paulo pregou
o arrependimento. "Testificando tanto a judeus como a gregos o
arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo" (At
20:21; At 26:20; 2 Co 12:21; 2 Tm 2:25.)
c) A vontade de Deus é
que todo homem se arrependa.
"O Senhor ... é
longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos
cheguem ao arrependimento" (2 Pe 3:9).
1) A ordem do Senhor -
O Senhor ordena que todos se arrependam. "Ora, não levou Deus em conta os
tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos em toda parte
se arrependam" (At 17:30).
2) A desobediência
resultará na morte eterna - Os homens
perecerão eternamente
caso não se arrependam. "Não eram, eu vo-lo afirmo; se, porém, se não vos
arrependerdes, todos igualmente perecereis" (Lc 13:3).
3) Produz alegria no
céu - O arrependimento de pecadores na terra provoca grande alegria no céu.
"Digo-vos que assim haverá maior júbilo no céu por um pecador que se
arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de
arrependimento" (Lc 15:7,10).
3. A maneira como se
produz o arrependimento
Jesus ensinou que os
milagres, por si mesmos, não produzirão arrependimento.
"Passou, então,
Jesus a increpar as cidades nas quais ele operara numerosos milagres, pelo fato
de não se terem arrependido. Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se
em Tiro e em Sidom se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há
muito que elas se teriam arrependido com pano de saco e cinza" (Mt
11:20,21).
O Senhor ensinou que
nem mesmo a volta de alguém dentre os mortos iria, por si mesma, produzir
arrependimento. "Mas ele insistiu: Não, pai Abraão, se alguém dentre os
mortos for ter com eles, arrepender-se-ão. Abraão, porém, lhe respondeu: Se não
ouvem a Moisés e aos profetas, tão pouco se deixarão persuadir, ainda que
ressuscite alguém dentre os mortos" (Lc 16:30,31).
a)
É um dom de Deus.
"Logo também aos gentios foi por Deus
concedido o arrependimento para vida" (At 11:18). " ... disciplinando
com mansidão os que se Opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o
arrependimento para conhecerem plenamente a verdade ... " (2 Tm 2:25 ; At
5:31.) .
O arrependimento não é
uma coisa que a pessoa possa produzir por si mesma. O indivíduo que julga poder
viver para si mesmo e para o mundo e depois arrepender-se e converter-se a Deus
quando decidir está redondamente enganado. Muitos pecadores
foram para a eternidade
gritando: "É tarde demais!", quando os entes queridos e ministros
insistiam em que se arrependessem de seu pecado e se voltassem para o Senhor.
Se alguém sentir necessidade de arrepender-se do seu pecado e aproximar-se do
Senhor, deve fazer isso
sem demora. Pode chegar a hora em que deseje fazê-lo, mas não possa! "Nem
haja algum impuro, ou profano, como foi Esaú, o qual, por um repasto, vendeu o
seu direito de primogenitura. Pois sabeis também que, posteriormente, querendo
herdar a bênção, foi rejeitado, pois não achou lugar de arrependimento, embora,
com lágrimas, o tivesse buscado" (Hb 12:16,17).
b) Mediante meios
divinamente ordenados (1) Em relação aos não salvos:
a) Através da fé na
Palavra de Deus - "Os ninivitas creram em
Deus; e proclamaram um
jejum, e vestiram-se de panos de saco, desde o maior até o menor. Chegou esta
notícia ao rei de Nínive; ele levantou-se do trono, tirou de si as vestes
reais, cobriu-se de pano de saco, e assentou-se sobre cinza" (Jn 3:5,6) .
b) Através da pregação
do evangelho - "Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e
perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?" (At
2:37). "Ninivitas se levantarão no juízo com esta geração, e a condenarão;
porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis aqui está quem é maior do
que Jonas" (Mt 12:41).
c) Através da bondade
de Deus - "Ou desprezas a riqueza da sua
bondade, e tolerância,
e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao
arrependimento?" (Rm 2:4). "Não retarda o Senhor a sua promessa, como
alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não
querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento" (2
Pe 3:9).
2) Em relação ao
cristão:
a) Através da censura e
correção de Deus
"Porque o Senhor
corrige a quem ama, e açoita a todo filho a quem recebe ...
Pois eles nos corrigem
por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus porém nos disciplina para
aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade.
Toda disciplina, com
efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao
depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados,
fruto de justiça" (Hb 12:6,10,11).
A correção de Deus leva
ao arrependimento: "Eu repreendo a quantos amo. Sê, pois, zeloso, e
arrepende-te" (Ap 3:19).
b) Através de uma nova
visão de Deus - "Eu te conhecia só de
ouvir, mas agora meus
olhos te veem. Por isso me abomino, e me arrependo no pó e na cinza" (Jó
42:5,6).
c) Através da censura
bondosa de um irmão- "Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a
contender e, sim, deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente,
disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes
conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, mas
também o retorno à sensatez, livrando-se eles dos laços do diabo, tendo sido
feitos cativos por ele, para cumprirem a sua vontade" (2 Tm 2:24-26).
4. Frutos do
arrependimento Uma última palavra deve ser dita com respeito aos resultados do
arrependimento. Ele levará definitivamente a:
a) Confissão do pecado.
"O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos
ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!"
(Lc 18:13).
b) Além disso, uma
atitude de arrependimento sincero levará o indivíduo a restituir o que quer que
tenha tomado indevidamente, na medida do possível. "Entrementes, Zaqueu se
levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus
bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes
mais" (Lc 19:8). Isso, porém, não constitui arrependimento, sendo, na
verdade, fruto do arrependimento.
NA PRÓXIMA MATÉWRIA TRATAREMOS DA FÉ
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