Por: Jânio Santos de Oliveira
Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena
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Resumo da matéria
1. A PROVIDÊNCIA SALVADORA
2. QUATRO ASPECTOS DA PROVISÃO DE CRISTO QUANTO À SALVAÇÃO
3. ARREPENDIMENTO
4. Fé
5. A JUSTIFICAÇÃO
6. A REGENERAÇÃO
7. A ADOÇÃO
8. A SANTIFICAÇÃO
9. ADVERTÊNCIAS E PROMESSAS
10. A GLORIFICAÇÃO
A REGENERAÇÃO
Em pelo menos 85 passagens diferentes, o Novo
Testamento menciona a “nova vida” que o Espírito comunica ao crente. Esta
verdade aparece descrita de várias maneiras, como: o novo nascimento (Jo 3.5);
o nascer da parte de Deus (1 Jo 3.9); a nova vida (Ef 2.1-5); uma nova criação
(G1 6.15). Todos estes termos referem-se ao mesmo fenômeno biblicamente chamado
“regeneração”. Regeneração significa literalmente nascer de novo. (Ler Tito
3.5). Este nosso nascimento não é um feito executado pelo homem, mas, sim, uma
mudança sobrenatural efetuada exclusivamente pelo Espírito Santo. Naturalmente
que o homem não fica inteiramente inativo nisso, já que ele deve escolher se
aceita ou rejeita este dom de Deus. O aluno deve se lembrar que estamos
estudando o milagre da salvação sob quatro ângulos diferentes: a justificação,
a regeneração, a adoção, e a santificação. A diferença entre justificação e
regeneração, embora sutil, é muito importante. Embora as duas façam parte do
milagre da salvação, cada uma delas requer uma provisão distinta naquele
milagre. A justificação, por exemplo, apaga a culpa do crente, resultante do
pecado, ao passo que a regeneração lhe concede poder para viver uma vida de
vitória sobre o pecado. Além disso, enquanto a justificação é apenas um
veredicto legal a favor do crente, a regeneração é uma transformação real
ocorrida na sua vida, com sinais visíveis que a comprovam e a acompanha.
Resumo da matéria:
1. O Que É Regeneração
2. O Milagre da Regeneração
3. O Poder da Regeneração
4. Vitória - A Evidência da Regeneração
5. Vida Frutífera - A Evidência da Regeneração
6. O Símbolo da Regeneração
I. O QUE É REGENERAÇÃO
Embora o destino do homem seja o de glorificar
a Deus e viver com Ele por toda eternidade, a sua inerente e depravada
natureza impede-o de fazer tanto uma coisa como outra. Além do veredito que o
absolveu do pecado, o homem precisa de uma transformação espiritual total do
seu caráter. Essa transformação é a regeneração.
Regeneração Definida Regeneração é a obra
sobrenatural e instantânea de Deus que concede nova vida ao pecador que aceita
a Cristo como seu Salvador. Através deste milagre, ele é ressuscitado da morte
(do pecado) para a vida (na justiça de Cristo). Em palavras mais simples, esta
nova vida é a natureza divina que passa a habitar no crente, mediante o poder
do Espírito Santo.
“não por obras de justiça praticadas por nós,
mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e
renovador do Espírito Santo. ” (Tt 3.5). “...a saber: aos que creem no seu
nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade
do homem, mas de Deus. ” (Jo 1.12,13).
A Necessidade da Regeneração Já abordamos num
Texto anterior que Deus restaurou a todos os pecadores a capacidade de
buscá-10, e que, àqueles que O recebem, Ele concede graça especial neste
sentido. Ao buscar e receber a salvação, Deus dá ao homem uma natureza
totalmente nova que o habilita a resistir ao pecado, a viver em retidão e por
fim entrar no céu. Sem esta milagrosa transformação espiritual, o pecador
arrependido permaneceria morto na sua natureza pecaminosa (Ef 2.1,5) e incapaz
de conhecer a Deus num relacionamento pessoal (1 Co 2.14). Os versículos
seguintes enfatizam algumas das razões porque a regeneração é imprescindível
ao homem. É necessária para entrar no céu: “... se alguém não nascer de novo,
não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3). E necessária para resistir ao pecado:
“Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado ... ” (1 João 3.9). É necessária para viver em
retidão: “... reconhecei também que todo aquele que pratica a justiça é nascido
dele” (1 Jo 2.29).
O Meio de Regeneração Jeremias observou que o
homem não pode mudar sua natureza pecaminosa, assim como o etíope não pode
mudar a cor da sua pele, nem o leopardo as suas manchas (Jr 13.23). O homem
pode, por seus próprios esforços, refrear seu pecado e praticar atos bons, mas
isto representa uma mudança muito limitada e superficial. Não é uma
transformação total da natureza íntima do homem. A transformação sobrenatural,
renovando o homem interior, é uma benção que só Deus pode operar. Examinemos os
três passos para receber esta provisão divina. O primeiro passo para o homem
ser regenerado é ouvir a Palavra de Deus. O Evangelho não é uma mensagem morta
mas, sim, uma semente viva. Uma vez plantada no coração, convence o homem do
pecado e fá-lo sentir a necessidade de um Salvador (Rm 1.16; Hb 4.12,13).
“pois fostes regenerados não de semente
corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a. qual vive e é
permanente. ” (1 Pe 1.23). “Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela
palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas. ”
(Tg 1.18).
O segundo passo da regeneração é o homem crer na
Palavra de Deus, e receber a salvação. A mensagem do amor de Deus pode
produzir um grande anseio no coração; mas somente quando o homem responde
positivamente a esta mensagem, aceitando a Cristo pela fé, é que terá lugar a
transformação divina no seu coração.
“E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida
eterna; e esta vida está no seu Filho. (1 Jo 5.11). Aquele que tem o Filho tem a
vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida. (1 Jo 5.12). Estas
coisas vos escrevi, afim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que
credes em o nome do Filho de Deus. ” (1 Jo 5.13). (Ver também Jo 1.12,13).
O passo final da regeneração é o ato milagroso
pelo qual o Espírito Santo comunica nova vida ao crente, implantando a própria
natureza de Cristo na sua vida. É vital reconhecer que isto não se trata de um
milagre progressivo, realizado aos poucos por esforços humanos. É um milagre
instantâneo. Assim como um nenê é uma pessoa, seja no dia em que nasceu, seja
30 anos depois, assim também o crente. Ele é tão regenerado no momento da sua
conversão, quanto o será 30 anos depois, quando já terá servido fielmente ao
Senhor, por muito tempo.
“... Em verdade, em verdade te digo: quem não
nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido
da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. ” (Jo 3.5,6).
Neste ponto é bom fazer uma distinção entre regeneração
e santificação. A regeneração é instantânea, enquanto que a santificação é
progressiva. Pela regeneração o homem recebe nova vida e poder, enquanto que
santificação é a capacidade de aplicar esta vida e poder no seu viver diário.
II. O MILAGRE DA REGENERAÇÃO
Imaginemos um homem que, na sua busca de Deus,
entra numa igreja. Ali, ele sente o poder do Espírito Santo que opera nele a
convicção e, pela fé, entrega sua vida a Cristo. No momento em que ele creu,
“nasceu de novo”; foi regenerado. Podemos perguntar a nós mesmos: Em que aquele
homem é uma pessoa diferente, por ter experimentado o milagre da regeneração?
Neste Texto, estudaremos duas bênçãos que são concedidas ao homem neste
milagre. Uma, é a nova vida, e outra é a nova natureza. Por nova vida,
referimo-nos ao fato de que o homem que estava espiritualmente morto, agora
está ressurreto no seu espírito e pode entrar em comunhão com o Espírito de
Deus. Por nova natureza, referimo-nos ao fato de que o homem passa a ter uma
nova atitude para com o pecado e a justiça.
Uma Nova Vida Cristo disse a Nicodemos que este
teria que “nascer de novo” a fim de entrar no reino de Deus (Jo 3.5). Mais
tarde Ele explicou este fato com maiores detalhes a uma grande multidão.
“Em verdade, em verdade vos digo: Quem ouve a
minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em
juízo, mas passou da morte para a vida. ” (Jo 5.24).
Este versículo não somente promete ao crente a
sua entrada no céu após a morte, como também indica a realidade “presente”, de
possuir uma “nova vida”. Note que o versículo declara que os que creem já
receberam esta nova vida. Já passaram da morte para a vida. Este versículo, e
muitos outros que lhe são semelhante, indica que o crente está vivendo na era
espiritual do porvir.
Esta vida é bem diferente da mera existência
física. E o vivificar do espírito do homem através do Espírito de Deus. É a
interação, ou comunhão, entre Deus e o homem, proveniente da vida comunicada ao
espírito do homem pelo Espírito de Deus.
“Assim também vós considerai-vos mortos para o
pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus. ” (Rm 6.11).
Todo crente desfruta agora desta vida espiritual
de comunhão divina, e pode antegozar a eternidade, quando terá então ainda
maior e mais íntima comunhão com Deus, livre das limitações da sua presente
natureza pecaminosa.
Uma Nova Natureza Vista da perspectiva
“celestial”, a regeneração confere ao homem uma nova vida espiritual, de
comunhão com Deus. Vista da perspectiva “terrestre”, ela confere ao homem uma
natureza, ou atitude (modo de pensar ou sentir) inteiramente nova, odiando o
pecado e amando a justiça. O “nascimento” desta nova natureza na vida do
convertido, é uma experiência tão real e revolucionária que a Bíblia a compara
a uma pessoa que torna-se totalmente nova. Dá-se um completo rompimento com a
velha vida, a fim de ter lugar uma nova vida, superior.
“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova
criatura, as coisas antigas já passaram; eis que se fizerem novas. ” (2 Co
5.17). “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as
quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas. ” (Ef 2.10).
Esta nova natureza não é como a dos anjos ou a
do homem Adão, antes da queda. É realmente a natureza de Deus. Por estar “em
Cristo”, o crente tornou-se co-participante da natureza divina.
“pelas quais nos têm sido doadas as suas
preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis
co-participantes da natureza divina ” (2 Pe 1.4).
Pode-se perguntar: Mas se o crente agora
compartilha da própria natureza de Deus, por que ele ainda tem que lutar,
resistindo ao pecado e à tentação? A resposta, temos no fato de que a “nova
natureza” não é uma substituição, mas, sim, um acréscimo. A velha natureza
pecaminosa do crente não é removida nem apagada. Continua presente e
permanecerá como parte do crente, até o momento da sua morte. A diferença,
porém, entre o crente e o descrente é que o descrente tem uma só natureza, a
qual está sempre inclinada ao pecado, ao passo que o crente tem duas
naturezas, uma das quais é inclinada ao pecado,
e a outra que somente quer a justiça. Ora, é lógico que duas naturezas em
oposição entre si, estarão em conflito constante, sendo que uma delas detesta a
santidade, e a outra detesta o pecado.
'Porque a carne milita contra o Espírito, e o
Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o
que, porventura, seja do vosso querer.” (G15.17). “Então, ao querer fazer o
bem, encontro a le i de que o mal reside em mim. ” (Rm 7.21).
Esta “guerra civil” interminável entre as duas
naturezas poderia ser muito desalentadora para o crente, se não fosse o fato de
que Deus lhe deu poder para vencer a sua natureza má. Deus assegura ao crente a
vitória, na sua luta para vencer a velha natureza, uma vez que ele lance mão do
poder divino ao seu dispor. A nova natureza que é divina é muito poderosa para vencer a velha natureza
pecaminosa, com o seu desejo de pecar (Rm 6.16).
O Corpo e a Carne As Escrituras frequentemente
se referem à natureza pecaminosa do homem como “a carne”. Esta natureza, que
procede de Adão, é herdada fisicamente por todos os homens, em contraste com a
natureza divina que é outorgada espiritualmente apenas àqueles que creem em
Cristo. 1 lá, no entanto, outros casos em que as Escrituras falam da “carne”
sem quaisquer implicações morais, referindo-se ao corpo que, em si mesmo não é
ímpio nem pecaminoso. Antes da queda, o corpo de Adão não era pecaminoso, nem
eram pecaminosos seus apetites naturais. A Bíblia indica que Adão tinha
apetites e impulsos naturais para comer, para trabalhar, para procriar, para
companheirismo e para ter respeito-próprio, ao reconhecer que era distinto dos
animais. Sem dúvida, Satanás empregou este último instinto para levar Adão ao
pecado do orgulho e da rebeldia contra Deus. Semelhantemente, no decurso da
História, os homens em gerações sucessivas têm abusado de todos estes desejos
naturais. A necessidade de comer tem sido distorcida para glutonaria; a de
procriar, para concupiscência; e a necessidade do companheirismo, para
adultério. Estes impulsos básicos, e muitos outros que não mencionados, não são
errados em si mesmos. São impulsos naturais que fazem parte do corpo físico que
Deus nos deu. Tomam-se pecado, quando são mal orientados ou demasiadamente
enfatizados pelo ego. O abuso do corpo físico ou seu descuido, por sermos
crentes, é uma crença totalmente antibíblica. Toda a flagelação do mundo não
seria bastante para destruir a natureza inerente e pecaminosa do homem.
“Tais coisas, com efeito, têm aparência de
sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e rigor ascético;
todavia, não têm valor algum contra a sensualidade. ” (Cl 2.23). “Não reine,
portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas
paixões; nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado como
instrumentos de iniqüidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os
mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça. ” (Rm
6.12,13).
III. O PODER DA REGENERAÇÃO
A grande mensagem da doutrina da regeneração é
que a vida do crente não é uma simples filosofia, mas, é uma vida de poder.
Mesmo assim, durante quase dois mil anos os crentes têm tido a tendência de
perder de vista este poder, preferindo reduzir sua fé a um sistema de ritos e
regras. Os crentes da Galácia tomaram-se vítimas desta mesma tendência. Embora
tivessem começado suas vidas em Cristo, conscientes do Seu poder sobrenatural
que os conduziria à novidade de vida, aos poucos a sua fé “espiritual” foi
substituída por um sistema de obras, sem real poder (G1 3.2,3). Os crentes da
Galácia precisavam recordar que sua nova vida dependia exclusivamente do poder
de Cristo, que pode ser desfrutado mediante um relacionamento vivo nEle. Essa
comunhão com Cristo deveria ter sido a prioridade máxima em suas vidas.
“... Estou crucificado com Cristo; logo, já não
sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na
carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por
mim. ” (Gl 2.19,20).
Cristo Vive em Mim ...” O conceito de Cristo
vivendo no crente é um pouco difícil de se compreender. Fisicamente, o crente
não é diferente do que era antes. Há, porém, um poder invisível habitando nele
depois da conversão, que o fará amar a justiça e odiar o pecado. Através dele,
os homens serão atraídos a Cristo. Uma ilustração simples que demonstra este
relacionamento é vista entre um ímã e um prego de ferro. O prego não tem nenhum
poder magnético próprio. Está realmente “morto”. Quando ele é colocado nas
proximidades de um ímã, no entanto, passa a ter “vida”, ao ser atraído por
este, por uma força invisível, a ponto de ficar preso ao mesmo. Quando alguém
ergue o ímã, o prego permanece firmemente preso, por causa da força magnética. Ainda
mais incrível: a força magnética passa pelo prego, e, destarte, para a fonte
magnética original. Quando outro ímã é colocado na mesa, ocorre algo singular.
Uma ponta (polo) do segundo ímã é atraída em direção ao prego (por causa da
força do ímã original), ao passo que a outra ponta é repelida pela força
invisível que flui através dele.
Esta ilustração forma um paralelo com muitas
verdades na vida do crente. Note alguns destes paralelos nos trechos bíblicos
abaixo: 1. Atraído a Cristo: “E eu, quando for levantado da terra, atrairei
todos a mim mesmo.” (Jo 12.32). 2. O poder de Cristo compartilhado: “Mas
aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele.” (1 Co 6.17). 3. Mantido
pelo poder divino: “que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a f é ... ”
(1 Pe 1.5). 4. O poder divino passa através do crente para atrair outros a
Cristo: "... para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne
mortal. ” (2 Co 4.11). 5. O poder divino repele o pecado: “Porque a lei do
Espírito da vida, em Cristo Jesus te livrou da lei do pecado e da morte. ” (Rm
8.2). 6. O poder divino atrai para a justiça: “Visto como, pelo seu divino
poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade ...
” (2 Pe 1.3). “Sem Mim Nada Podeis Fazer” Pensando outra vez na nossa
ilustração, apesar do admirável poder que flui pelo prego quando está perto do
ímã, tal poder diminuirá aos poucos, até desaparecer por completo, se o prego
for lentamente afastado do ímã. Cristo empregou uma ilustração muito semelhante
quando falou da vida do crente com parando-a à vida da videira e dos seus
ramos. Enquanto o ramo estiver ligado à videira, uma fonte invisível de vida
estará passando por aquele ramos produzindo vida, saúde e frutos. Mas se for
desligado da videira - sua fonte de vida - o ramo morrerá. O ramo não pode
viver ou produzir frutos à parte da videira.
“Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece
em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. ”
(Jo 15.5).
Na noite que se seguiu depois de Cristo ensinar
esta ilustração, um dos Seus próprios discípulos passou por esta mesma
experiência. Na noite que precedeu a morte de Cristo, conforme diz a Bíblia,
Pedro inicialmente defendeu Cristo com coragem, contra uma guarda, mas, depois,
não teve a coragem de confessar, que era um dos Seus discípulos, nem sequer
diante de uma criada (Mc 14.68). O que operou tão grande mudança neste homem,
de modo que, num momento podia ousadamente
enfrentar um guarda e, no momento seguinte, tudo o que fazia era temer diante
de uma criada? A resposta é que Pedro separou-se da fonte do seu poder, de
Cristo. Sozinho, tornou-se fraco e incapaz. “Pedro seguira-o de longe ... ”.
(Mc 14.54). Seguindo esta mesma linha de pensamento, podemos perguntar por que
um crente de monstra não ter praticamente nada? A resposta não é determinada
pela fonte do poder, mas, sim, pela pessoa que o recebe. A mesma quantidade de
poder habita na vida regenerada de todo crente. Trata-se do mesmo poder divino
que ressuscitou a Cristo dentre os mortos. Trata-se do próprio Deus habitando o
corpo (templo) do crente.
“e qual a suprema grandeza do seu poder para com
os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder; o qual exerceu ele em
Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos ... ” (Ef 1.19,20). “Ora, àquele que é
poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos,
conforme o seu poder que opera em nós. ” (Ef 3.20).
Por que, então, alguns crentes têm muito mais
vitória, bem como mais operação do Espírito na sua vida, do que outros? A
resposta, temos nas ilustrações do ímã e da videira. A quantidade de poder e
de vida que o crente utiliza é, indiscutivelmente, proporcional à sua união com
Cristo - a fonte desse poder. Se esse crente andar unido a Cristo, permanecendo
em real comunhão com Ele, poder abundante haverá em sua vida. Se, por outro
lado, ele limitar sua comunhão com Cristo, terá vitórias muito limitadas em sua
vida. Conforme observou certo homem, Deus não impôs à Igreja limitação alguma
no emprego dos recursos divinos. Todas as limitações nesse sentido são da
parte do crente.
IV. VITÓRIA - A EVIDÊNCIA DA REGENERAÇÃO
A regeneração é um milagre invisível e,
justamente por esta razão, origina duas dificuldades sérias. Uma delas tem a
ver com os crentes professos que não são crentes verdadeiros. Eles afirmam que
são “nascidos de novo”, porém, continuam vivendo no pecado e trazendo má fama
sobre a Igreja.
A segunda dificuldade tem a ver com os crentes verdadeiros,
que chegam a duvidar da sua experiência de salvação.
Vivem espiritualmente frustrados e com dúvidas
desnecessárias. Como uma pessoa pode saber se ela, ou qualquer outra, está
verdadeiramente regenera da? A resposta acha-se no fato de que, embora o
milagre da salvação seja invisível, ele é manifesto na vida da pessoa através
de vitórias e frutos espirituais.
A Vitória Sobre o Mundo João declarou que o que
“é nascido de Deus” terá vitória sobre o pecado.
“porque todo o que é nascido de Deus vence o
mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. ” (1 Jo 5.4).
Este versículo nos assegura que o poder divino
da regeneração é suficiente para vencer qualquer poder maligno no mundo. João
declarou mais: “Filhinhos, vós sois de Deus, e tendes vencido os falsos
profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no
mundo” (1 Jo 4.4). Mas, ao mesmo tempo, a eficácia do poder da regeneração
depende da nossa fé; e, portanto, da nossa comunhão amorosa e da confiança em
Cristo.
A Luta Contra o Pecado
Muitos crentes sabem o que é uma vida
vitoriosa, mas quando estão em luta contra as tentações e o pecado, começam a
duvidar da sua experiência de salvação. Estes crentes precisam reconhecer que a
sua muita luta contra o pecado é prova da presença da natureza divina no seu
interior, que teve início com a regeneração. O crente fiel tem paz com Deus,
mas ao mesmo tempo luta contra as tentações. Anteriormente à regeneração, o
homem era inimigo de Deus, vivendo em paz com o mundo e com o pecado (Tg 4.4).
Mas depois de receber a nova natureza divina, está em paz com Deus e não se
sente à vontade com o pecado. Antes da conversão, ele ficava às vezes sob a
convicção do Espírito Santo; depois da conversão, porém, o Espírito Santo faz
parte do seu próprio ser, convencendo-o continuamente de atos e pensamento
pecaminosos, e produzindo o Seu fruto, descrito em G1 5.22. A razão básica,
pois, da luta do crente contra o pecado é a existência de duas diferentes
naturezas num só corpo. A velha natureza que já reinou como seu senhor, deseja
continuar assim, asseverando sua autoridade sobre a nova natureza, que está em
rebelião contra aquela (2 Pe 1.4; G15.17). Esta guerra das duas naturezas não
terminará até que a natureza pecaminosa seja completamente removida do crente,
no porvir. Este fato, no entanto, não deve ser motivo para desencorajamento,
porque Cristo nos capacita a viver agora mesmo uma vida de vitória sobre o
pecado. Embora lutemos com tentações dia após dia, nunca devemos admitir a
derrota, porque, no poder de Cristo, podemos ser vitoriosos!
“Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo
mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões... mas oferecei-vos a Deus,
como ressurretos dentre os mortos... a Deus, como instrumentos de justiça. ”
(Rm 6.12,13).
Tropeço e Rendição
Já
falamos da vitória sobre a tentação e o pecado, mas ainda há uma pergunta
difícil que precisa de uma resposta. O que acontece se o “soldado” cristão
tropeçar na batalha certo dia, e o inimigo tirar vantagem de sua queda? Uma
resposta clara pode ser achada na Bíblia, que declara que o “soldado” caído
deve confessar o seu pecado, e levantar-se com forças espirituais renovadas
para voltar a enfrentar o inimigo.
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e
justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. ” (1 Jo
1.9).
Algumas igrejas descuidadamente confundem um
tombo do soldado na batalha, com sua rendição completa ao inimigo. O soldado
cessa de ser soldado somente depois que perde a vontade de lutar e se rende
completamente ao inimigo como prisioneiro. Assim acontece com o crente
regenerado. Sua salvação não depende dele ser perfeito na batalha espiritual.
Se fosse assim, a salvação seria um mero jogo; seria apostar com grande risco
que, no momento da morte ou do arrebatamento do crente só haveria nele
perfeição, não havendo um só pecado presente. S(Pelo fato de um soldado cair,
não significa que ele já é um prisioneiro derrotado! O próprio fato dele não
ser derrotado por um pecado, mas querer confessá-lo, para ficar firme contra o
inimigo, comprova que a natureza divina ainda reside nele, apesar de ter levado
um tombo. Não devemos confundir a verdadeira natureza da salvação pela graça,
com ideia humanista de que a salvação se obtém mediante a perfeita obediência à
lei. Tal padrão de obediência perfeita, faria com que o crente se regenerasse
quase diariamente durante sua vida inteira. Cada vez que fosse perdoado,
regenerado e salvo, seria mais uma vez colocado na “corda bamba” da perfeição,
para ali andar, equilibrando-se precariamente até ao tombo seguinte. A
verdadeira salvação pela graça não exige demonstração de equilíbrio numa corda
bamba; pelo contrário, provê um caminho bem iluminado que conduz ao céu.
Embora seja estreito este caminho, há nele espaço para um homem caminhar, e no
caso de tropeçar, não despencar para a morte. O homem não é salvo apenas por
andar no caminho mas, sim, por permanecer na luz (Cristo). Enquanto andar na
luz, não se desviará do caminho. (Estamos falando da vida cristã como um
caminho, se bem que noutro sentido Cristo é o próprio caminho). João declarou
que um crente pode andar na luz e ter necessidade de purificação do seus
pecados: “Se, porém, andarmos na luz... o sangue de Jesus, seu Filho, nos
purifica de todo pecado. ” (1 Jo 1.7). Acrescentou, no versículo seguinte, que
ninguém está isento de pecado. A seguir, ele acusa aqueles que, alegando que
são perfeitos, cometem o grave pecado de mentir! “Se dissermos que não temos
pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. ” (1 Jo 1.8). Com isto não estamos
ressaltando o fato da salvação pela graça, significar tolerar o peca do na
vida do crente. Pelo contrário, os casos de pecado são exceção, e não a regra,
na vida do crente, que luta contra a tentação e resiste ao pecado. João
escreveu: “Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado ...
” (1 Jo 3.9). Ler também Romanos 6.1,2. Os crentes não são perfeitos, mas o
pecado sempre será um elemento estranho e insuportável na vida deles aqui.
Concluindo, diremos que a regeneração nada tem
a ver com o que a pessoa faz mas, sim, com o que ela é. No momento da salvação
o homem torna-se uma nova criatura em Cristo e passa a viver numa atitude
totalmente diferente para com o pecado. “E, assim, se alguém está em Cristo, é
nova criatura... ” (2 Co 5.17). Apesar disto, o crente não é perfeito, porque a
sua velha e a sua nova naturezas “... são opostos entre si; para que não façais
o que, porventura, seja do vosso querer” (G1 5.17). O relacionamento entre o
crente e o pecado pode ser comparado à de um cordeiro, na seguinte ilustração.
Imaginemos uma criança que foi criada na cidade. Com quatro anos de ida de, o
pequeno menino é levado por seu pai a uma fazenda, onde lhe é mostrado um
cordeiro e um porco. O pai explica-lhe que um dos animais é um cordeiro, e o
outro é um porco. Como saber qual é o cordeiro e o porco? - pergunta o menino.
O pai responde: - O cordeiro, por sua natureza, não gosta de sujar-se de lama,
ao passo que o porco gosta muito disto, pela sua natureza! Agora, você pode me
dizer qual é o cordeiro e qual é o porco? Um dos animais estava chapinhando
numa poça de lama, ao passo que o outro estava fugindo da lama que estava sendo
agitada, procurando limpar-se das manchas de lama que caíam na sua lã. Embora
houvesse lama nos dois animais, o pequeno menino podia facilmente distinguir
qual dos animais, pela sua própria natureza, detestava ficar sujo!
V. VIDA FRUTÍFERA - A EVIDÊNCIA DA REGENERAÇÃO
No Texto anterior aprendemos que “o novo
nascimento” é evidenciado por uma nova atitude para com o pecado: a de repúdio
ao pecado e de vitória sobre a tentação. Neste Texto, veremos que “o novo
nascimento” também se manifesta como uma nova atitude para com Deus e a Sua
justiça, atitude esta de amor e devoção a Deus, glorificando-lhE desta maneira.
Árvores de Justiça ...” A “vida nova” que tem lugar pela regeneração, pode ser
comparada a uma semente plantada no coração. É uma semente toda especial que
faz brotar uma “árvore de justiça”.
“A ordenar acerca dos tristes de Sião que se
lhes dê ornamento por cinza, óleo de gozo p o r tristeza, vestido de louvor por
espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantação do
Senhor, para que ele seja glorificado. ” (Is 61.3 - ARC).
A frase final deste versículo declara que o
propósito destas árvores é dar fruto que glorifiquem a Deus. Note que o Novo
Testamento destaca este mesmo alvo para os crentes.
“Pois somos feitura dele, criados em Cristo
Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos
nelas.” (Ef 2.10).
Conforme indicam estes versículos, o propósito
principal da regeneração não é apenas o homem vencer o pecado, o qual traria
vergonha para o nome de Deus, mas, produzir fruto espi ritual, que glorifique
o Seu nome. “Pelos Seus Frutos os Conhecereis...” Conforme foi declarado antes,
boas obras não produzem salvação, nem são o meio de assegurar ou mantê-la; no
entanto, estão integradas à vida do crente como evidência de que ele é uma
pessoa regenerada, que vive para Cristo, praticando justiça. Cristo comparou as
boas obras do crente a bons frutos, e declarou que o crente pode ser
identificado pelos bons frutos produzidos na vida. Semelhantemente, o descrente
pode ser identificado pelos maus frutos produzidos em sua vida.
“Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se,
porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz
bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. ” (Mt 7.16,17).
Uma palavra de cautela deve ser dita aqui. É
verdade que o crente pode ser identificado pelos “frutos” da sua vida, mas
aqueles que se elegem a si mesmos como “fiscais de frutos”, fariam melhor se
deixassem que Deus medisse o padrão de produtividade de cada um. Nem todo
crente produz a mesma quantidade ou qualidade de frutos. “... este frutifica e
produz a cem, a sessenta e a trinta por um” (Mt 13.23).
Boas Obras X Fruto do Espírito
Nem tudo que parece ser “fruto” espiritual
resulta de uma vida dirigida pelo Espírito.
Qualquer pessoa pode produzir o tipo de frutos
ou boas obras parecido com o do crente.
Conforme acontece no âmbito físico, também
ocorre no âmbito espiritual; nunca devemos julgar um fruto pela cor da sua
casca! Uma lima pode ter exatamente a mesma aparência que uma tangerina; mas
quanto ao paladar, no entanto, são bem diferentes entre si! Quais, pois, são as
distinções que identificam o fruto do Espírito? Paulo explica que "... o
fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade,
fidelidade, mansidão, domínio próprio ... ” (G1 5.22,23). É admirável que
tenhamos aqui mais atitudes do que ações, no fruto do Espírito. Outras
referências bíblicas declaram que o fruto na vida do crente é a sua atitude de
bondade (Ef 5.9), de justiça (Tg 3.18) e de santidade (Rm 6.22).
Certamente, os atos visíveis como evangelizar,
servir, contribuir, adorar, exortar etc., vem também do Espírito, mas são
apenas os sinais externos do fruto do Espírito, assim como a casca e o formato
do fruto fazem parte da evidência de um fruto. Bons atos indicam o fruto do
Espírito, e o da carne, depende se os motivos foram gerados pelo Espírito ou
por interesses pessoais. Pode surgir a pergunta: mas por que o fruto do
Espírito parece tão limitado ou imaturo na vida de alguns crentes? A resposta,
podemos ter noutro exemplo observado nos frutos. Nenhum fruto amadurece de um
dia para outro. A maturação leva tempo. Em certas fases do processo de
amadurecimento, o fruto pode estar pequeno e talvez bem azedo. Semelhantemente,
na vida do crente, alguns aspectos do fruto do Espírito talvez estejam bem
maduros, ao passo que outros podem estar pequenos e em desenvolvimento. Pela
graça e pelo poder de Deus, cada crente pode crescer e atingir a maturidade
espiritual, quando então todos os aspectos do fruto do Espírito estarão
plenamente desenvolvidos e evidentes na sua vida.
“antes, crescei na graça e no conhecimento de
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no
dia eterno. ” (2 Pe 3.18).
“Examinai-vos a Vós Mesmos...” Muitos crentes
foram criados dentro da igreja e se preocupam pelo fato de que não podem
lembrar-se do momento exato em que aceitaram Jesus. Quando alguém lhes pergunta
se são crentes, respondem: Fui criado na igreja. A palavra que temos para estes
é que não precisam lembrar-se da data exata em que foram salvos, para que sejam
nascidos de novo. Por outro lado, ninguém é salvo só porque pertence à igreja,
ou a uma família cristã. Estas pessoas devem perguntar a si mesmas: “Qual é a
minha experiência pessoal de salvação com Cristo, agora? Minha vida está mesma
toda entregue a Cristo? Eu pertenço de fato a Cristo? Há evidência sólida de
conversão na minha vida?”
“Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais
na fé; provai-vos a vós mesmos...” (2 Co 13.5).
VI. O SÍMBOLO DA REGENERAÇÃO
A Igreja observa duas importantes ordenanças: a
Santa Ceia e o batismo em água. Ao participar da Santa Ceia, o crente relembra
a morte de Cristo na cruz; no ato do batismo ele relembra o Seu sepulcro. A
Santa Ceia ressalta o perdão, ao passo que o batismo ressalta a separação da
vida antiga, portanto, sua morte e separação, ressurreição para uma nova vida.
Algumas igrejas têm a tendência de considerar o perdão sem darem a ênfase
necessária à separação do pecado, mediante o poder que habita no crente. Esta
tendência se evidência no costume de aspergir água em crianças pequenas, que
não têm consciência da importância do batismo, ao invés de batizar por imersão adultos
ou crianças crentes que atingem à idade da responsabilidade e da razão. O
Simbolismo do Batismo A verdade central da regeneração é que o crente é uma
nova criatura, que foi separada do seu passado e introduzida num novo futuro.
Paulo disse: “E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”
(2 Co 5.17). O ato do batismo por imersão total é um símbolo visual do crente
afirmando que morreu para a velha vida e ressuscitou para uma nova vida.
“Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo
batismo; para que, como Cristo fo i ressuscitado dentre os mortos pela glória
do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. ” (Rm 6.4).
Pedro compara o simbolismo do batismo à
ilustração de Noé e do dilúvio. Assim como o dilúvio levou de roldão o passado
de Noé, dando-lhe uma nova oportunidade de recomeçar sua vida, o batismo em
água é a “figura” da anulação do nosso passado e transição à nova vida,
mediante o poder da ressurreição de Cristo.
“os quais, noutro tempo, foram desobedientes
quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de Noé, enquanto se preparava
a arca, na qual poucos, a saber, oito pessoas, foram salvos, através da água,
(1 Pe 3.20). a qual, figurando o batismo, agora também vos salva, não sendo a
remoção da imundícia da carne, mas a indagação de uma boa consciência para com
Deus, p o r meio da ressurreição de Jesus Cristo. ” (1 Pe 3.21).
Note cuidadosamente que estes versículos não
dizem que a “água” regenera. A água, no caso de Noé e do crente, é uni símbolo
da morte, não da vida. Note as. palavras “figurando o batismo”, e a expressão
“não sendo a remoção da imundícia da carne, mas a indagação de uma boa
consciência para com Deus”.
A Necessidade do Batismo Pode-se perguntar: -
Se o batismo é apenas um ato simbólico por que eu preciso ser batizado? A
resposta é que Deus assim ordenou, como meio de demonstrar diante do mundo um
rompimento definitivo com a velha vida, e o começo de uma nova vida,
espiritual. O batismo não é uma opção para o crente - é um mandamento de
Cristo.
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho, e do Espírito Santo. ” (Mt
28.19).
“... Arrependei-vos,
e cada um de vós seja batizado ... ” (At 2.38). “E ordenou que fossem batizados
em nome de Jesus Cristo ... ” (At 10.48).
O batismo de João serviu para introduzir o
batismo de Cristo. Na obediência daqueles crentes antigos, ao batismo de João,
podemos ver um padrão, segundo o qual, todos os crentes devem seguir. Aqueles
que verdadeiramente se arrependeram e creram, receberam o batismo. “Todo o povo
que o ouviu e até os publicanos reconheceram a justiça de Deus, tendo sido
batizados com o batismo de João” (Lc 7.29). Note pelas suas ações que eles
“reconheceram a justiça de Deus”, ou seja: declararam que Deus era justo e reto
nos seus mandamentos, o que eqüivale dizer que eles tinham até então andado
errantes nos seus pecados. Um segundo grupo não recebeu o batismo de João, e a
Bíblia declara acerca destas pessoas: “mas os fariseus e os intérpretes da Lei
rejeitaram, quanto a si mesmos, o desígnio de Deus, não tendo sido batizados
por ele ” (Lc 7.30). Noutras palavras, a rejeição do batismo por eles, era
equivalente a uma rejeição do desígnio de Deus para suas vidas.
O Batismo Não É Regeneração O batismo por si
mesmo não resulta em regeneração da alma. É um ato simbólico demonstrando que
a regeneração já ocorreu na vida da pessoa. Um homem pode ser salvo sem ter
sido batizado, conforme demonstra o ladrão na cruz; mesmo assim, a Bíblia não
diz que o crente pode escolher entre ser batizado ou não ser. Claramente afirma
que deve ser. Se, pois, o batismo não é parte integrante da salvação, como
explicarmos versículos tais como este:
“Quem crer e for batizado será salvo; quem,
porém, não crer será condenado. ” (Mc 16.16).
Em primeiro lugar notamos que este versículo
fala da salvação sob dois aspectos: um positivo e um negativo. No aspecto
positivo, o batismo é mencionado, mas, quando Marcos escreveu sobre aquilo que
causa a condenação, ele não disse: “Quem, porém, não crer e não for batizado,
será condenado.” Ele simplesmente diz: “... quem, porém, não crer será
condenado”. Em verdade, existem outros versículos em que o batismo está
associado com o recebi mento da salvação, tais como Atos 2.38 e Atos 22.16. Ao
considerar estes versículos, o aluno deverá notar que, na Igreja primitiva, o
batismo era realizado quase imediatamente após o ato da conversão. Não como um
agente para salvar, mas como uma maneira de confissão inicial de fé. Note
alguns exemplos de batismo imediatamente à conversão.
Batizados naquele
dia ... ” (At 2.41).
Batizados “Quando, porém, deram crédito...” (At
8.12). Batizados “Naquela mesma hora... ” (At 16.33).
Na próxima matéria falaremos sobre A Adoção.
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