domingo, 18 de maio de 2025

Série: A Provisão e a Aplicação da Salvação 6. (A regeneração)

 Por: Jânio Santos de Oliveira

 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

Contatos 0+operadora (Zap)21 987704458

Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com



Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!


Resumo da matéria

1. A PROVIDÊNCIA SALVADORA

2. QUATRO ASPECTOS DA PROVISÃO DE CRISTO QUANTO À SALVAÇÃO

3. ARREPENDIMENTO

4. Fé

5. A JUSTIFICAÇÃO

6. A REGENERAÇÃO

7. A ADOÇÃO

8. A SANTIFICAÇÃO

9. ADVERTÊNCIAS E PROMESSAS

10. A GLORIFICAÇÃO


A REGENERAÇÃO

Em pelo menos 85 passagens diferentes, o Novo Testamento menciona a “nova vida” que o Espírito comunica ao crente. Esta verdade aparece descrita de várias maneiras, como: o novo nascimento (Jo 3.5); o nascer da parte de Deus (1 Jo 3.9); a nova vida (Ef 2.1-5); uma nova criação (G1 6.15). Todos estes termos referem-se ao mesmo fenômeno biblicamente chamado “regeneração”. Regeneração significa literalmente nascer de novo. (Ler Tito 3.5). Este nosso nascimento não é um feito executado pelo homem, mas, sim, uma mudança sobrenatural efetuada exclusivamente pelo Espírito Santo. Naturalmente que o homem não fica inteiramente inativo nisso, já que ele deve escolher se aceita ou rejeita este dom de Deus. O aluno deve se lembrar que estamos estudando o milagre da salvação sob quatro ângu­los diferentes: a justificação, a regeneração, a adoção, e a santificação. A diferença entre justifi­cação e regeneração, embora sutil, é muito importante. Embora as duas façam parte do milagre da salvação, cada uma delas requer uma provisão distinta naquele milagre. A justificação, por exemplo, apaga a culpa do crente, resultante do pecado, ao passo que a regeneração lhe concede poder para viver uma vida de vitória sobre o pecado. Além disso, enquanto a justificação é apenas um veredicto legal a favor do crente, a regeneração é uma transformação real ocorrida na sua vida, com sinais visíveis que a comprovam e a acompanha.

Resumo da matéria:

1. O Que É Regeneração

2. O Milagre da Regeneração

3. O Poder da Regeneração

4. Vitória - A Evidência da Regeneração

5. Vida Frutífera - A Evidência da Regeneração

6. O Símbolo da Regeneração 


I. O QUE É REGENERAÇÃO

Embora o destino do homem seja o de glorificar a Deus e viver com Ele por toda eterni­dade, a sua inerente e depravada natureza impede-o de fazer tanto uma coisa como outra. Além do veredito que o absolveu do pecado, o homem precisa de uma transformação espiritual total do seu caráter. Essa transformação é a regeneração.

Regeneração Definida Regeneração é a obra sobrenatural e instantânea de Deus que concede nova vida ao peca­dor que aceita a Cristo como seu Salvador. Através deste milagre, ele é ressuscitado da morte (do pecado) para a vida (na justiça de Cristo). Em palavras mais simples, esta nova vida é a natureza divina que passa a habitar no crente, mediante o poder do Espírito Santo.

“não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo. ” (Tt 3.5). “...a saber: aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. ” (Jo 1.12,13).

A Necessidade da Regeneração Já abordamos num Texto anterior que Deus restaurou a todos os pecadores a capacidade de buscá-10, e que, àqueles que O recebem, Ele concede graça especial neste sentido. Ao buscar e receber a salvação, Deus dá ao homem uma natureza totalmente nova que o habilita a resistir ao pecado, a viver em retidão e por fim entrar no céu. Sem esta milagrosa transformação espiritual, o pecador arrependido permaneceria morto na sua natureza pecaminosa (Ef 2.1,5) e incapaz de conhecer a Deus num relacionamento pessoal (1 Co 2.14). Os versículos seguintes enfatizam algumas das razões porque a regeneração é im­prescindível ao homem. É necessária para entrar no céu: “... se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3). E necessária para resistir ao pecado: “Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado ... ” (1 João 3.9). É necessária para viver em retidão: “... reconhecei também que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele” (1 Jo 2.29).

O Meio de Regeneração Jeremias observou que o homem não pode mudar sua natureza pecaminosa, assim como o etíope não pode mudar a cor da sua pele, nem o leopardo as suas manchas (Jr 13.23). O homem pode, por seus próprios esforços, refrear seu pecado e praticar atos bons, mas isto representa uma mudança muito limitada e superficial. Não é uma transformação total da natureza íntima do homem. A transformação sobrenatural, renovando o homem interior, é uma benção que só Deus pode operar. Examinemos os três passos para receber esta provisão divina. O primeiro passo para o homem ser regenerado é ouvir a Palavra de Deus. O Evangelho não é uma mensagem morta mas, sim, uma semente viva. Uma vez plantada no coração, conven­ce o homem do pecado e fá-lo sentir a necessidade de um Salvador (Rm 1.16; Hb 4.12,13).

“pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a. qual vive e é permanente. ” (1 Pe 1.23). “Pois, segundo o seu querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas. ” (Tg 1.18).

O segundo passo da regeneração é o homem crer na Palavra de Deus, e receber a salva­ção. A mensagem do amor de Deus pode produzir um grande anseio no coração; mas somente quando o homem responde positivamente a esta mensagem, aceitando a Cristo pela fé, é que terá lugar a transformação divina no seu coração.

“E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. (1 Jo 5.11). Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida. (1 Jo 5.12). Estas coisas vos escrevi, afim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus. ” (1 Jo 5.13). (Ver também Jo 1.12,13).


O passo final da regeneração é o ato milagroso pelo qual o Espírito Santo comunica nova vida ao crente, implantando a própria natureza de Cristo na sua vida. É vital reconhecer que isto não se trata de um milagre progressivo, realizado aos poucos por esforços humanos. É um milagre instantâneo. Assim como um nenê é uma pessoa, seja no dia em que nasceu, seja 30 anos depois, assim também o crente. Ele é tão regenerado no momento da sua conversão, quanto o será 30 anos depois, quando já terá servido fielmente ao Senhor, por muito tempo.

“... Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. ” (Jo 3.5,6).

Neste ponto é bom fazer uma distinção entre regeneração e santificação. A regeneração é instantânea, enquanto que a santificação é progressiva. Pela regeneração o homem recebe nova vida e poder, enquanto que santificação é a capacidade de aplicar esta vida e poder no seu viver diário.


II. O MILAGRE DA REGENERAÇÃO

 Imaginemos um homem que, na sua busca de Deus, entra numa igreja. Ali, ele sente o poder do Espírito Santo que opera nele a convicção e, pela fé, entrega sua vida a Cristo. No momento em que ele creu, “nasceu de novo”; foi regenerado. Podemos perguntar a nós mesmos: Em que aquele homem é uma pessoa diferente, por ter experimentado o milagre da regeneração? Neste Texto, estudaremos duas bênçãos que são concedidas ao homem neste milagre. Uma, é a nova vida, e outra é a nova natureza. Por nova vida, referimo-nos ao fato de que o homem que estava espiritualmente morto, agora está ressurreto no seu espírito e pode entrar em comunhão com o Espírito de Deus. Por nova natureza, referimo-nos ao fato de que o homem passa a ter uma nova atitude para com o pecado e a justiça.

Uma Nova Vida Cristo disse a Nicodemos que este teria que “nascer de novo” a fim de entrar no reino de Deus (Jo 3.5). Mais tarde Ele explicou este fato com maiores detalhes a uma grande multidão.

“Em verdade, em verdade vos digo: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida. ” (Jo 5.24).

Este versículo não somente promete ao crente a sua entrada no céu após a morte, como também indica a realidade “presente”, de possuir uma “nova vida”. Note que o versículo declara que os que creem já receberam esta nova vida. Já passaram da morte para a vida. Este versículo, e muitos outros que lhe são semelhante, indica que o crente está vivendo na era espiritual do porvir.


Esta vida é bem diferente da mera existência física. E o vivificar do espírito do homem através do Espírito de Deus. É a interação, ou comunhão, entre Deus e o homem, proveniente da vida comunicada ao espírito do homem pelo Espírito de Deus.

“Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus. ” (Rm 6.11).

Todo crente desfruta agora desta vida espiritual de comunhão divina, e pode antegozar a eternidade, quando terá então ainda maior e mais íntima comunhão com Deus, livre das limita­ções da sua presente natureza pecaminosa.

Uma Nova Natureza Vista da perspectiva “celestial”, a regeneração confere ao homem uma nova vida espiri­tual, de comunhão com Deus. Vista da perspectiva “terrestre”, ela confere ao homem uma natu­reza, ou atitude (modo de pensar ou sentir) inteiramente nova, odiando o pecado e amando a justiça. O “nascimento” desta nova natureza na vida do convertido, é uma experiência tão real e revolucionária que a Bíblia a compara a uma pessoa que torna-se totalmente nova. Dá-se um completo rompimento com a velha vida, a fim de ter lugar uma nova vida, superior.

“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura, as coisas antigas já passaram; eis que se fizerem novas. ” (2 Co 5.17). “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas. ” (Ef 2.10).

Esta nova natureza não é como a dos anjos ou a do homem Adão, antes da queda. É realmente a natureza de Deus. Por estar “em Cristo”, o crente tornou-se co-participante da natu­reza divina.

“pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina ” (2 Pe 1.4).

Pode-se perguntar: Mas se o crente agora compartilha da própria natureza de Deus, por­ que ele ainda tem que lutar, resistindo ao pecado e à tentação? A resposta, temos no fato de que a “nova natureza” não é uma substituição, mas, sim, um acréscimo. A velha natureza pecaminosa do crente não é removida nem apagada. Continua presente e permanecerá como parte do crente, até o momento da sua morte. A diferença, porém, entre o crente e o descrente é que o descrente tem uma só natureza, a qual está sempre inclinada ao pecado, ao passo que o crente tem duas
naturezas, uma das quais é inclinada ao pecado, e a outra que somente quer a justiça. Ora, é lógico que duas naturezas em oposição entre si, estarão em conflito constante, sendo que uma delas detesta a santidade, e a outra detesta o pecado.

'Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer.” (G15.17). “Então, ao querer fazer o bem, encontro a le i de que o mal reside em mim. ” (Rm 7.21).

Esta “guerra civil” interminável entre as duas naturezas poderia ser muito desalentadora para o crente, se não fosse o fato de que Deus lhe deu poder para vencer a sua natureza má. Deus assegura ao crente a vitória, na sua luta para vencer a velha natureza, uma vez que ele lance mão do poder divino ao seu dispor. A nova natureza que é divina  é muito poderosa para vencer a velha natureza pecaminosa, com o seu desejo de pecar (Rm 6.16).

O Corpo e a Carne As Escrituras frequentemente se referem à natureza pecaminosa do homem como “a car­ne”. Esta natureza, que procede de Adão, é herdada fisicamente por todos os homens, em con­traste com a natureza divina que é outorgada espiritualmente apenas àqueles que creem em Cris­to. 1 lá, no entanto, outros casos em que as Escrituras falam da “carne” sem quaisquer implica­ções morais, referindo-se ao corpo que, em si mesmo não é ímpio nem pecaminoso. Antes da queda, o corpo de Adão não era pecaminoso, nem eram pecaminosos seus ape­tites naturais. A Bíblia indica que Adão tinha apetites e impulsos naturais para comer, para traba­lhar, para procriar, para companheirismo e para ter respeito-próprio, ao reconhecer que era dis­tinto dos animais. Sem dúvida, Satanás empregou este último instinto para levar Adão ao pecado do orgulho e da rebeldia contra Deus. Semelhantemente, no decurso da História, os homens em gerações sucessivas têm abusado de todos estes desejos naturais. A necessidade de comer tem sido distorcida para glutonaria; a de procriar, para concupiscência; e a necessidade do companheirismo, para adultério. Estes impulsos básicos, e muitos outros que não mencionados, não são errados em si mesmos. São impulsos naturais que fazem parte do corpo físico que Deus nos deu. Tomam-se pecado, quando são mal orientados ou demasiadamente enfatizados pelo ego. O abuso do corpo físico ou seu descuido, por sermos crentes, é uma crença totalmente antibíblica. Toda a flagelação do mundo não seria bastante para destruir a natureza inerente e peca­minosa do homem.
“Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade. ” (Cl 2.23). “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado como instrumentos de iniqüidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça. ” (Rm 6.12,13).


III. O PODER DA REGENERAÇÃO

A grande mensagem da doutrina da regeneração é que a vida do crente não é uma simples filosofia, mas, é uma vida de poder. Mesmo assim, durante quase dois mil anos os crentes têm tido a tendência de perder de vista este poder, preferindo reduzir sua fé a um sistema de ritos e regras. Os crentes da Galácia tomaram-se vítimas desta mesma tendência. Embora tivessem começado suas vidas em Cristo, conscientes do Seu poder sobrenatural que os conduziria à novidade de vida, aos poucos a sua fé “espiritual” foi substituída por um sistema de obras, sem real poder (G1 3.2,3). Os crentes da Galácia precisavam recordar que sua nova vida dependia exclusivamente do poder de Cristo, que pode ser desfrutado mediante um relacionamento vivo nEle. Essa comu­nhão com Cristo deveria ter sido a prioridade máxima em suas vidas.

“... Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. ” (Gl 2.19,20).

Cristo Vive em Mim ...” O conceito de Cristo vivendo no crente é um pouco difícil de se compreender. Fisicamente, o crente não é diferente do que era antes. Há, porém, um poder invisível habitando nele depois da conversão, que o fará amar a justiça e odiar o pecado. Através dele, os homens serão atraídos a Cristo. Uma ilustração simples que demonstra este relacionamento é vista entre um ímã e um prego de ferro. O prego não tem nenhum poder magnético próprio. Está realmente “morto”. Quando ele é colocado nas proximidades de um ímã, no entanto, passa a ter “vida”, ao ser atraído por este, por uma força invisível, a ponto de ficar preso ao mesmo. Quando alguém ergue o ímã, o prego permanece firmemente preso, por causa da força magnética. Ainda mais incrí­vel: a força magnética passa pelo prego, e, destarte, para a fonte magnética original. Quando outro ímã é colocado na mesa, ocorre algo singular. Uma ponta (polo) do segundo ímã é atraída em direção ao prego (por causa da força do ímã original), ao passo que a outra ponta é repelida pela força invisível que flui através dele.

Esta ilustração forma um paralelo com muitas verdades na vida do crente. Note alguns destes paralelos nos trechos bíblicos abaixo: 1. Atraído a Cristo: “E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mes­mo.” (Jo 12.32). 2. O poder de Cristo compartilhado: “Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele.” (1 Co 6.17). 3. Mantido pelo poder divino: “que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a f é ... ” (1 Pe 1.5). 4. O poder divino passa através do crente para atrair outros a Cristo: "... para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal. ” (2 Co 4.11). 5. O poder divino repele o pecado: “Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus te livrou da lei do pecado e da morte. ” (Rm 8.2). 6. O poder divino atrai para a justiça: “Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade ... ” (2 Pe 1.3). “Sem Mim Nada Podeis Fazer” Pensando outra vez na nossa ilustração, apesar do admirável poder que flui pelo prego quando está perto do ímã, tal poder diminuirá aos poucos, até desaparecer por completo, se o prego for lentamente afastado do ímã. Cristo empregou uma ilustração muito semelhante quando falou da vida do crente com­ parando-a à vida da videira e dos seus ramos. Enquanto o ramo estiver ligado à videira, uma fonte invisível de vida estará passando por aquele ramos produzindo vida, saúde e frutos. Mas se for desligado da videira - sua fonte de vida - o ramo morrerá. O ramo não pode viver ou produzir frutos à parte da videira.

“Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. ” (Jo 15.5).

Na noite que se seguiu depois de Cristo ensinar esta ilustração, um dos Seus próprios discípulos passou por esta mesma experiência. Na noite que precedeu a morte de Cristo, confor­me diz a Bíblia, Pedro inicialmente defendeu Cristo com coragem, contra uma guarda, mas, depois, não teve a coragem de confessar, que era um dos Seus discípulos, nem sequer diante de uma criada (Mc 14.68). O que operou tão grande mudança neste homem, de modo que, num momento podia ousadamente enfrentar um guarda e, no momento seguinte, tudo o que fazia era temer diante de uma criada? A resposta é que Pedro separou-se da fonte do seu poder, de Cristo. Sozinho, tor­nou-se fraco e incapaz. “Pedro seguira-o de longe ... ”. (Mc 14.54). Seguindo esta mesma linha de pensamento, podemos perguntar por que um crente de­ monstra não ter praticamente nada? A resposta não é determinada pela fonte do poder, mas, sim, pela pessoa que o recebe. A mesma quantidade de poder habita na vida regenerada de todo crente. Trata-se do mesmo poder divino que ressuscitou a Cristo dentre os mortos. Trata-se do próprio Deus habitando o corpo (templo) do crente.

“e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder; o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos ... ” (Ef 1.19,20). “Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós. ” (Ef 3.20).

Por que, então, alguns crentes têm muito mais vitória, bem como mais operação do Espí­rito na sua vida, do que outros? A resposta, temos nas ilustrações do ímã e da videira. A quanti­dade de poder e de vida que o crente utiliza é, indiscutivelmente, proporcional à sua união com Cristo - a fonte desse poder. Se esse crente andar unido a Cristo, permanecendo em real comu­nhão com Ele, poder abundante haverá em sua vida. Se, por outro lado, ele limitar sua comunhão com Cristo, terá vitórias muito limitadas em sua vida. Conforme observou certo homem, Deus não impôs à Igreja limitação alguma no empre­go dos recursos divinos. Todas as limitações nesse sentido são da parte do crente.


IV. VITÓRIA - A EVIDÊNCIA DA REGENERAÇÃO

A regeneração é um milagre invisível e, justamente por esta razão, origina duas dificul­dades sérias. Uma delas tem a ver com os crentes professos que não são crentes verdadeiros. Eles afirmam que são “nascidos de novo”, porém, continuam vivendo no pecado e trazendo má fama sobre a Igreja.

A segunda dificuldade tem a ver com os crentes verdadeiros, que chegam a duvi­dar da sua experiência de salvação.

Vivem espiritual­mente frustrados e com dúvidas desnecessárias. Como uma pessoa pode saber se ela, ou qualquer outra, está verdadeiramente regenera­ da? A resposta acha-se no fato de que, embora o milagre da salvação seja invisível, ele é manifesto na vida da pessoa através de vitórias e frutos espirituais.

A Vitória Sobre o Mundo João declarou que o que “é nascido de Deus” terá vitória sobre o pecado.

“porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. ” (1 Jo 5.4).

Este versículo nos assegura que o poder divino da regeneração é suficiente para vencer qualquer poder maligno no mundo. João declarou mais: “Filhinhos, vós sois de Deus, e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” (1 Jo 4.4). Mas, ao mesmo tempo, a eficácia do poder da regeneração depende da nossa fé; e, portanto, da nossa comunhão amorosa e da confiança em Cristo.

A Luta Contra o Pecado

Muitos crentes sabem o que é uma vida vitoriosa, mas quando estão em luta contra as tentações e o pecado, começam a duvidar da sua experiência de salvação. Estes crentes precisam reconhecer que a sua muita luta contra o pecado é prova da presença da natureza divina no seu interior, que teve início com a regeneração. O crente fiel tem paz com Deus, mas ao mesmo tempo luta contra as tentações. Anteriormente à regeneração, o homem era inimigo de Deus, vivendo em paz com o mundo e com o pecado (Tg 4.4). Mas depois de receber a nova natureza divina, está em paz com Deus e não se sente à vontade com o pecado. Antes da conversão, ele ficava às vezes sob a convicção do Espírito Santo; depois da conversão, porém, o Espírito Santo faz parte do seu próprio ser, convencendo-o continuamente de atos e pensamento pecaminosos, e produzindo o Seu fruto, descrito em G1 5.22. A razão básica, pois, da luta do crente contra o pecado é a existência de duas diferentes naturezas num só corpo. A velha natureza que já reinou como seu senhor, deseja continuar assim, asseverando sua autoridade sobre a nova natureza, que está em rebelião contra aquela (2 Pe 1.4; G15.17). Esta guerra das duas naturezas não terminará até que a natureza pecaminosa seja completamente removida do crente, no porvir. Este fato, no entanto, não deve ser motivo para desencorajamento, porque Cristo nos ca­pacita a viver agora mesmo uma vida de vitória sobre o pecado. Embora lutemos com tentações dia após dia, nunca devemos admitir a derrota, porque, no poder de Cristo, podemos ser vitoriosos!

“Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões... mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos... a Deus, como instrumentos de justiça. ” (Rm 6.12,13).


Tropeço e Rendição

 Já falamos da vitória sobre a tentação e o pecado, mas ainda há uma pergunta difícil que precisa de uma resposta. O que acontece se o “soldado” cristão tropeçar na batalha certo dia, e o inimigo tirar vantagem de sua queda? Uma resposta clara pode ser achada na Bíblia, que declara que o “soldado” caído deve confessar o seu pecado, e levantar-se com forças espirituais renovadas para voltar a enfrentar o inimigo.

“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. ” (1 Jo 1.9).

Algumas igrejas descuidadamente confundem um tombo do soldado na batalha, com sua rendição completa ao inimigo. O soldado cessa de ser soldado somente depois que perde a von­tade de lutar e se rende completamente ao inimigo como prisioneiro. Assim acontece com o crente regenerado. Sua salvação não depende dele ser perfeito na batalha espiritual. Se fosse assim, a salvação seria um mero jogo; seria apostar com grande risco que, no momento da morte ou do arrebatamento do crente só haveria nele perfeição, não havendo um só pecado presente. S(Pelo fato de um soldado cair, não significa que ele já é um prisioneiro derrotado! O próprio fato dele não ser derrotado por um pecado, mas querer confessá-lo, para ficar firme contra o inimigo, comprova que a natureza divina ainda reside nele, apesar de ter levado um tombo. Não devemos confundir a verdadeira natureza da salvação pela graça, com ideia humanista de que a salvação se obtém mediante a perfeita obediência à lei. Tal padrão de obediência perfei­ta, faria com que o crente se regenerasse quase diariamente durante sua vida inteira. Cada vez que fosse perdoado, regenerado e salvo, seria mais uma vez colocado na “corda bamba” da perfeição, para ali andar, equilibrando-se precariamente até ao tombo seguinte. A verdadeira salvação pela graça não exige demonstração de equilíbrio numa corda bam­ba; pelo contrário, provê um caminho bem iluminado que conduz ao céu. Embora seja estreito este caminho, há nele espaço para um homem caminhar, e no caso de tropeçar, não despencar para a morte. O homem não é salvo apenas por andar no caminho mas, sim, por permanecer na luz (Cristo). Enquanto andar na luz, não se desviará do caminho. (Estamos falando da vida cristã como um caminho, se bem que noutro sentido Cristo é o próprio caminho). João declarou que um crente pode andar na luz e ter necessidade de purificação do seus pecados: “Se, porém, andarmos na luz... o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. ” (1 Jo 1.7). Acrescentou, no versículo seguinte, que ninguém está isento de pecado. A seguir, ele acusa aqueles que, alegando que são perfeitos, cometem o grave pecado de mentir! “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. ” (1 Jo 1.8). Com isto não estamos ressaltando o fato da salvação pela graça, significar tolerar o peca­ do na vida do crente. Pelo contrário, os casos de pecado são exceção, e não a regra, na vida do crente, que luta contra a tentação e resiste ao pecado. João escreveu: “Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado ... ” (1 Jo 3.9). Ler também Romanos 6.1,2. Os crentes não são perfeitos, mas o pecado sempre será um elemento estranho e insuportável na vida deles aqui.

Concluindo, diremos que a regeneração nada tem a ver com o que a pessoa faz mas, sim, com o que ela é. No momento da salvação o homem torna-se uma nova criatura em Cristo e passa a viver numa atitude totalmente diferente para com o pecado. “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura... ” (2 Co 5.17). Apesar disto, o crente não é perfeito, porque a sua velha e a sua nova naturezas “... são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer” (G1 5.17). O relacionamento entre o crente e o pecado pode ser comparado à de um cordeiro, na seguinte ilustração. Imaginemos uma criança que foi criada na cidade. Com quatro anos de ida­ de, o pequeno menino é levado por seu pai a uma fazenda, onde lhe é mostrado um cordeiro e um porco. O pai explica-lhe que um dos animais é um cordeiro, e o outro é um porco. Como saber qual é o cordeiro e o porco? - pergunta o menino. O pai responde: - O cordeiro, por sua natureza, não gosta de sujar-se de lama, ao passo que o porco gosta muito disto, pela sua natureza! Agora, você pode me dizer qual é o cordeiro e qual é o porco? Um dos animais estava chapinhando numa poça de lama, ao passo que o outro estava fugindo da lama que estava sendo agitada, procurando limpar-se das manchas de lama que caíam na sua lã. Embora houvesse lama nos dois animais, o pequeno menino podia facilmente distin­guir qual dos animais, pela sua própria natureza, detestava ficar sujo!


V. VIDA FRUTÍFERA - A EVIDÊNCIA DA REGENERAÇÃO

No Texto anterior aprendemos que “o novo nascimento” é evidenciado por uma nova atitude para com o pecado: a de repúdio ao pecado e de vitória sobre a tentação. Neste Texto, veremos que “o novo nascimento” também se manifesta como uma nova atitude para com Deus e a Sua justiça, atitude esta de amor e devoção a Deus, glorificando-lhE desta maneira. Árvores de Justiça ...” A “vida nova” que tem lugar pela regeneração, pode ser comparada a uma semente plan­tada no coração. É uma semente toda especial que faz brotar uma “árvore de justiça”.

“A ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê ornamento por cinza, óleo de gozo p o r tristeza, vestido de louvor por espírito angustiado; a fim de que se cha­mem árvores de justiça, plantação do Senhor, para que ele seja glorificado. ” (Is 61.3 - ARC).

A frase final deste versículo declara que o propósito destas árvores é dar fruto que glori­fiquem a Deus. Note que o Novo Testamento destaca este mesmo alvo para os crentes.


“Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” (Ef 2.10).

Conforme indicam estes versículos, o propósito principal da regeneração não é apenas o homem vencer o pecado, o qual traria vergonha para o nome de Deus, mas, produzir fruto espi­ ritual, que glorifique o Seu nome. “Pelos Seus Frutos os Conhecereis...” Conforme foi declarado antes, boas obras não produzem salvação, nem são o meio de assegurar ou mantê-la; no entanto, estão integradas à vida do crente como evidência de que ele é uma pessoa regenerada, que vive para Cristo, praticando justiça. Cristo comparou as boas obras do crente a bons frutos, e declarou que o crente pode ser identificado pelos bons frutos produzidos na vida. Semelhantemente, o descrente pode ser iden­tificado pelos maus frutos produzidos em sua vida.

“Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a ár­vore má produz frutos maus. ” (Mt 7.16,17).

Uma palavra de cautela deve ser dita aqui. É verdade que o crente pode ser identificado pelos “frutos” da sua vida, mas aqueles que se elegem a si mesmos como “fiscais de frutos”, fariam melhor se deixassem que Deus medisse o padrão de produtividade de cada um. Nem todo crente produz a mesma quantidade ou qualidade de frutos. “... este frutifica e produz a cem, a sessenta e a trinta por um” (Mt 13.23).

Boas Obras X Fruto do Espírito

Nem tudo que parece ser “fruto” espiritual resulta de uma vida dirigida pelo Espírito.

Qualquer pessoa pode produzir o tipo de frutos ou boas obras parecido com o do crente.

Confor­me acontece no âmbito físico, também ocorre no âmbito espiritual; nunca devemos julgar um fruto pela cor da sua casca! Uma lima pode ter exatamente a mesma aparência que uma tangeri­na; mas quanto ao paladar, no entanto, são bem diferentes entre si! Quais, pois, são as distinções que identificam o fruto do Espírito? Paulo explica que "... o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio ... ” (G1 5.22,23). É admirável que tenhamos aqui mais atitudes do que ações, no fruto do Espírito. Outras referências bíblicas declaram que o fruto na vida do crente é a sua atitude de bondade (Ef 5.9), de justiça (Tg 3.18) e de santidade (Rm 6.22).


Certamente, os atos visíveis como evangelizar, servir, contribuir, adorar, exortar etc., vem também do Espírito, mas são apenas os sinais externos do fruto do Espírito, assim como a casca e o formato do fruto fazem parte da evidência de um fruto. Bons atos indicam o fruto do Espírito, e o da carne, depende se os motivos foram gerados pelo Espírito ou por interesses pessoais. Pode surgir a pergunta: mas por que o fruto do Espírito parece tão limitado ou imaturo na vida de alguns crentes? A resposta, podemos ter noutro exemplo observado nos frutos. Ne­nhum fruto amadurece de um dia para outro. A maturação leva tempo. Em certas fases do proces­so de amadurecimento, o fruto pode estar pequeno e talvez bem azedo. Semelhantemente, na vida do crente, alguns aspectos do fruto do Espírito talvez estejam bem maduros, ao passo que outros podem estar pequenos e em desenvolvimento. Pela graça e pelo poder de Deus, cada crente pode crescer e atingir a maturidade espiritual, quando então todos os aspectos do fruto do Espírito estarão plenamente desenvolvidos e evidentes na sua vida.

“antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno. ” (2 Pe 3.18).

“Examinai-vos a Vós Mesmos...” Muitos crentes foram criados dentro da igreja e se preocupam pelo fato de que não podem lembrar-se do momento exato em que aceitaram Jesus. Quando alguém lhes pergunta se são crentes, respondem: Fui criado na igreja. A palavra que temos para estes é que não precisam lembrar-se da data exata em que foram salvos, para que sejam nascidos de novo. Por outro lado, ninguém é salvo só porque pertence à igreja, ou a uma família cristã. Estas pessoas devem perguntar a si mesmas: “Qual é a minha experiência pessoal de salvação com Cristo, agora? Minha vida está mesma toda entregue a Cristo? Eu pertenço de fato a Cristo? Há evidência sólida de conversão na minha vida?”

“Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos...” (2 Co 13.5). 


VI. O SÍMBOLO DA REGENERAÇÃO

A Igreja observa duas importantes ordenanças: a Santa Ceia e o batismo em água. Ao participar da Santa Ceia, o crente relembra a morte de Cristo na cruz; no ato do batismo ele relembra o Seu sepulcro. A Santa Ceia ressalta o perdão, ao passo que o batismo ressalta a separação da vida antiga, portanto, sua morte e separação, ressurreição para uma nova vida. Algumas igrejas têm a tendência de considerar o perdão sem darem a ênfase necessária à separação do pecado, mediante o poder que habita no crente. Esta tendência se evidência no costume de aspergir água em crianças pequenas, que não têm consciência da importância do batismo, ao invés de batizar por imersão adultos ou crianças crentes que atingem à idade da responsabilidade e da razão. O Simbolismo do Batismo A verdade central da regeneração é que o crente é uma nova criatura, que foi separada do seu passado e introduzida num novo futuro. Paulo disse: “E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Co 5.17). O ato do batismo por imersão total é um símbolo visual do crente afirmando que morreu para a velha vida e ressuscitou para uma nova vida.

“Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo fo i ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. ” (Rm 6.4).

Pedro compara o simbolismo do batismo à ilustração de Noé e do dilúvio. Assim como o dilúvio levou de roldão o passado de Noé, dando-lhe uma nova oportunidade de recomeçar sua vida, o batismo em água é a “figura” da anulação do nosso passado e transição à nova vida, mediante o poder da ressurreição de Cristo.

“os quais, noutro tempo, foram desobedientes quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca, na qual poucos, a saber, oito pessoas, foram salvos, através da água, (1 Pe 3.20). a qual, figurando o batismo, agora também vos salva, não sendo a remoção da imundícia da carne, mas a indagação de uma boa consciência para com Deus, p o r meio da ressurreição de Jesus Cristo. ” (1 Pe 3.21).

Note cuidadosamente que estes versículos não dizem que a “água” regenera. A água, no caso de Noé e do crente, é uni símbolo da morte, não da vida. Note as. palavras “figurando o batismo”, e a expressão “não sendo a remoção da imundícia da carne, mas a indagação de uma boa consciência para com Deus”.

A Necessidade do Batismo Pode-se perguntar: - Se o batismo é apenas um ato simbólico por que eu preciso ser batizado? A resposta é que Deus assim ordenou, como meio de demonstrar diante do mundo um rompimento definitivo com a velha vida, e o começo de uma nova vida, espiritual. O batismo não é uma opção para o crente - é um mandamento de Cristo.

“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho, e do Espírito Santo. ” (Mt 28.19).

“... Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado ... ” (At 2.38). “E ordenou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo ... ” (At 10.48).

O batismo de João serviu para introduzir o batismo de Cristo. Na obediência daqueles crentes antigos, ao batismo de João, podemos ver um padrão, segundo o qual, todos os crentes devem seguir. Aqueles que verdadeiramente se arrependeram e creram, receberam o batismo. “Todo o povo que o ouviu e até os publicanos reconheceram a justiça de Deus, tendo sido batizados com o batismo de João” (Lc 7.29). Note pelas suas ações que eles “reconheceram a justiça de Deus”, ou seja: declararam que Deus era justo e reto nos seus mandamentos, o que eqüivale dizer que eles tinham até então andado errantes nos seus pecados. Um segundo grupo não recebeu o batismo de João, e a Bíblia declara acerca destas pesso­as: “mas os fariseus e os intérpretes da Lei rejeitaram, quanto a si mesmos, o desígnio de Deus, não tendo sido batizados por ele ” (Lc 7.30). Noutras palavras, a rejeição do batismo por eles, era equivalente a uma rejeição do desígnio de Deus para suas vidas.

O Batismo Não É Regeneração O batismo por si mesmo não resulta em regeneração da alma. É um ato simbólico de­monstrando que a regeneração já ocorreu na vida da pessoa. Um homem pode ser salvo sem ter sido batizado, conforme demonstra o ladrão na cruz; mesmo assim, a Bíblia não diz que o crente pode escolher entre ser batizado ou não ser. Claramente afirma que deve ser. Se, pois, o batismo não é parte integrante da salvação, como explicarmos versículos tais como este:

“Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado. ” (Mc 16.16).

Em primeiro lugar notamos que este versículo fala da salvação sob dois aspectos: um positivo e um negativo. No aspecto positivo, o batismo é mencionado, mas, quando Marcos escreveu sobre aquilo que causa a condenação, ele não disse: “Quem, porém, não crer e não for batizado, será condenado.” Ele simplesmente diz: “... quem, porém, não crer será condenado”. Em verdade, existem outros versículos em que o batismo está associado com o recebi­ mento da salvação, tais como Atos 2.38 e Atos 22.16. Ao considerar estes versículos, o aluno deverá notar que, na Igreja primitiva, o batismo era realizado quase imediatamente após o ato da conversão. Não como um agente para salvar, mas como uma maneira de confissão inicial de fé. Note alguns exemplos de batismo imediatamente à conversão.

Batizados naquele dia ... ” (At 2.41).

Batizados “Quando, porém, deram crédito...” (At 8.12). Batizados “Naquela mesma hora... ” (At 16.33).


Na próxima matéria falaremos sobre A  Adoção.



Nenhum comentário:

Postar um comentário