domingo, 18 de maio de 2025

Série: A Provisão e a Aplicação da Salvação 10. (A glorificação)

 Por: Jânio Santos de Oliveira

 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!


Resumo da matéria

1. A PROVIDÊNCIA SALVADORA

2. QUATRO ASPECTOS DA PROVISÃO DE CRISTO QUANTO À SALVAÇÃO

3. ARREPENDIMENTO

4. Fé

5. A JUSTIFICAÇÃO

6. A REGENERAÇÃO

7. A ADOÇÃO

8. A SANTIFICAÇÃO

9. ADVERTÊNCIAS E PROMESSAS

10. A GLORIFICAÇÃO




A GLORIFICAÇÃO

A tua fé te salvou; vai-te em paz. ” (Lc 7.50). “... porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos. ” (Rm 13.11).

Estes dois versículos ilustram o fato de que a salvação envolve tanto uma certeza presen­te, quanto uma promessa futura. Nossa salvação, em certo sentido, é completa; noutro sentido é incompleta. Tendo em vista o fato de que o homem não pode salvar-se a si mesmo através de um processo de boas obras, ele a recebe como uma “obra plenamente consumada”. Sob esse aspecto, a nossa salvação está completa. Quando, no entanto, consideramos os planos de Deus ainda não realizados, visando abençoar o crente e compartilhar com ele a Sua glória, pode-se dizer que a salvação está incompleta; uma promessa que aguarda o cumprimento. Até esta altura, abordamos somente os aspectos da salvação que concernem a esta vida presente; a transformação do homem condenado, num crente perdoado (a justificação); o renascimento do homem espiritualmente morto (a regeneração); a transformação de inimigo de Deus em filho de Deus (a adoção); e o processo mediante o qual o pecador toma-se um santo (a santificação). Cada um destes quatro aspectos da salvação, envolve ainda uma promessa futura.

 Ao crente perdoado é prometida uma entrada triunfante na presença de Deus, onde O verá face a face, porém sem se envergonhar, pois a perfeita justiça de Cristo será sempre sua. O crente nascido de novo receberá um corpo glorificado; será uma criatura gloriosa por toda a eternidade. O filho de. Deus receberá sua herança e será elevado à sua devida posição, a saber, reinar juntamente com Cristo. Os santos finalmente serão libertos da natureza pecaminosa e receberão galardões por todas as vitórias que tiverem sobre o pecado, e pelas obras feitas durante sua vida na terra.

 Todas estas bênçãos são aspectos futuros da salvação e estão contidos numa só palavra Glorificação.



Resumo da matéria:

 1. A Promessa da Confiança

 2. A Promessa de Um Corpo Imortal

3. A Promessa de Ser Co-herdeiro com Cristo

4. A Promessa dos Galardões


I. A PROMESSA DA CONFIANÇA

Neste Texto, começaremos com a definição básica de glorificação do crente, e descreve­remos o que ela é e quando ocorre. 

Depois, abordaremos o aspecto da glorificação concernente à justificação, ou seja: a promessa de que, um dia, o crente estará face a face com Deus, confiante e sem se envergonhar.

“... para que, no Dia do Juízo mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós somos neste mundo. ” (1 Jo 4.17).

O Que É a Glorificação do Crente

A glorificação é resultante da obra redentora de Deus no homem. Quando o crente for glorificado, ele estará moralmente perfeito. Terá recebido um corpo glorificado, terá herdado sua herança eterna e terá recebido como recompensa o louvor da parte de Deus e uma posição no céu de acordo com sua fidelidade na terra.

Muitos aspectos da glorificação, tais como o recebimento de um corpo glorificado (1 Co 15.42) da herança (Rm 8.23), e dos galardões.(2 Co 5.10) - todos estes aguardam a vinda de Cristo.

O crente que morre, realmente vai direto à “glória” e já desfruta parte da sua glorificação futura, ou seja uma comunhão plena com Deus (2 Co 5.8) e uma natureza livre do pecado (Hb 12.23); e mesmo assim, ele, juntamente com todos os crentes que ainda vivem, esperará até o “dia de Cristo” para sua glorificação ser completada.

“Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que have­remos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é. ” (1 Jo 3.2).

Confiança na Sua Promessa Quando Deus, apareceu aos israelitas, no fogo e no fumo, eles fugiram da Sua presença em temor e tremor, porque sabiam que eram um povo pecaminoso. Até mesmo o piedoso Isaías sentia-se condenado e ficou tremendo na presença do Deus santo, conhecendo muito bem seu próprio coração imperfeito (Is 6.5).

Contrastando isso, o crente, uma vez perdoado é instruído no sentido de ache­gar-se confiantemente junto ao trono de Deus.

“pelo qual temos ousadia e acesso com confiança, mediante a fé nele. ” (Ef 3.12). “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna. ” (Hb 4.16). “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus. ” (Hb 10.19).

Estes versículos nos lembram que, por causa da justificação que Cristo nos proveu, o recebemos perdão de todos os nossos pecados, e somos declarados justos. Destarte, podemos entrar na presença de Deus, até mesmo agora, mediante a oração. Durante toda a nossa vida podemos aproximar-nos cada vez mais de Deus. Finalmente, após a morte ou nossa trasladação para o céu, estaremos, sim, na real presença de Deus, seguros e sem medo. Estaremos confiantes no Lugar Santíssimo do céu - diante do próprio trono de Deus.

“... vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis. ” (Cl 1.22). “... para serdes irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo. ” (1 Co 1.8). aos espíritos dos justos aperfeiçoados. ” (Hb 12.23).


II. A PROMESSA DE UM CORPO IMORTAL

Quando Deus criou o homem, declarou a Sua obra como sendo boa. Desde então, a hu­manidade em geral jamais cessou de maravilhar-se diante desta indescritível criação. Nós, muito mal exploramos a superfície em nossa tentativa de sondar todos os maravilhosos e minuciosos fatos e elementos que constituem a criatura que é o homem. Deus prometeu ao crente que ele será criado de novo, e declara que o novo corpo será glorioso (1 Co 15.43). Se nós, que somos meros mortais, ficamos pasmados ante as maravilhas deste corpo humano, que Deus chama de “bom”, imagine-se a maravilha do nosso corpo celestial que Deus classificou como “glorioso”.

As Três Ressurreições A experiência cristã envolve três ressurreições.

Primeiramente, a ressurreição de Cristo dentre os mortos, que é a garantia da nossa ressurreição. Este evento é tão indispensável à nossa fé, que Paulo diz: “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa f é ” (1 Co 15.14). Por causa desta ressurreição, o crente é salvo (Rm 5.10), recebeu a vida espiritual (1 Pe 1.3), e receberá a vida eterna (Rm 6.9).

Em segundo lugar, a “ressurreição espiritual” do crente, a saber, da morte no pecado, para a nova vida em Cristo. “E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões... vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos. ” (Cl 2.13).

Em terceiro lugar, na segunda vinda de Cristo, a ressurreição que depende das duas pri­meiras ressurreições. Noutras palavras, porque Cristo ressuscitou dentre os mortos, e porque o crente está espiritualmente vivo, este também será ressuscitado dentre os mortos (ou transforma­ do, estando vivo, no arrebatamento), para receber um corpo imortal. Estudemos esta ressurreição final, com mais detalhes.

A Ocasião da Ressurreição do Crente A Bíblia não deixa dúvida alguma quanto ao tempo desta ressurreição final. Ocorrerá no final da era da Igreja, no “último dia”.

“Declarou-lhe Jesus: Teu irmão há de ressurgir. ” (Jo 11.23)

“Eu sei, replicou Marta, que ele há de ressurgir na ressurreição, no último dia ” (Jo 11.24); ver também Jo 6.39,40).

Para ser mais claro, essa ressurreição ocorrerá por ocasião da vinda de Cristo para arreba­tar a Sua Igreja.

“Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. ” (1 Ts 4.16). “Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, ” (1 Co 15.51). “num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.” (1 Co 15.52).

Note no segundo versículo acima (1 Co 15.51), que o “novo corpo” não é somente para os que estão “dormindo” em Cristo, mas, sim, para os que estão vivos em Cristo, também. “Mas transformados seremos todos. ”.

O Novo Corpo

1 Coríntios 15 dá uma descrição detalhada do novo corpo que o crente terá. Em prime lugar, será como o corpo ressurreto de Cristo„ “Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem” (v. 20). Mais adiante está escrito: “... devemos trazer também a imagem do celestial” (v. 49). Isto significa que nossos amigos e entes queridos poderão reconhecer-nos assim como Cristo foi reconhecido pelos Seus discípulos depois da Sua ressurreição. Teremos um corpo com traços semelhante ao atual, mas diferente quanto ao fato de não estar preso aos limites naturais do velho corpo. Será uma ressurreição real, não uma troca de corpos. Somente no futuro, no momento da ressurreição, o nosso corpo será transformado em corpo glorioso. 

Segue-se uma lista, mostrando em que o novo corpo do crente será diferente deste pre­sente corpo terrestre.

 1. O presente corpo é humilde, ao passo que o corpo futuro será glorioso (v. 42). 

2. O presente corpo é natural; o corpo futuro será espiritual (v. 44).

3 .0 presente corpo é fraco e eivado de enfermidades; o corpo futuro será poderoso e não será suscetível às enfermidades e fraquezas (v. 43).

4. O presente corpo é mortal e decretado a morrer; o corpo glorificado será destinado a permanecer por toda a eternidade (v. 53). ( Gn 3.19; Ec 12.7). Por isso, Paulo regozijou-se: “Onde está , ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (v. 55).

A Ressurreição Aplicada à Vida Presente

Tendo em vista este evento escatológico do porvir, Paulo ensina que o crente deve cuidar de duas coisas: 

Primeiramente, contra qualquer pecado que venha surgir na sua vida, pois se isto acontecer, ele, por fim, perderá o direito a esta ressurreição.

“Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes. ” (v. 33). “Tomai-vos à sobriedade, como é justo, e não pequeis; porque alguns ainda não têm conhecimento de Deus; isto digo para vergonha vossa. ” (v. 34).

Em segundo lugar, tendo em vista a ressurreição vindoura, o crente precisa fazer de tudo para pernanecer na sua fé, dedicando seus melhores esforços nas suas lutas em prol do reino dê Deus“ 

Portanto, meus amados irmãos, sede firmes; inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão. ” (v. 58).


III. A PROMESSA DE SER CO-HERDEIRO COM CRISTO

A essência da salvação, desde 0 Começo até a sua culminância a comunhão do crente com Cristo (1 Co 6.17). Este relacionamento começa quando o crente une-se a Cristo na 'sua vida, para receber o perdão dos pecados (Rm 6.6,7). O crente também está unido com Cristo na Sua vida, e como resultado, torna-se co-participante da Sua natureza divina (2 Tm 2.11; 2 Pe 1.4). Esta união chegará ao seu ápice quando o crente for unido a Cristo na Sua exaltação, tomando-se, assim, co-herdeiro do reino, do poder e da glória de Cristo.

“Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados. ” (Rm 8.17).

Co-Herdeiro do Reino de Deus O crente não será apenas um hóspede do céu; ali será seu lar! Ele o terá herdado, junta­ mente com Cristo, e, portanto, receberá as boas-vindas ali como “proprietário”, não como “in­quilino”.

"... herdeiros do reino que ele prometeu aos que o amam?’’ (Tg 2.5). “Pois desta maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. ” (2 Pe 1.11).

Na realidade, Deus criou  céu para prover um lar eterno para os seus  Filhos .

Cristo declarou que iria preparar moradas no céu para finalmente receber todos os crentes (Jo 14.2). Sabemos nós, em parte, das maravilhas que Deus criou em sete dias, porém, somos limitados para imaginar quão maravilhoso será o céu depois de preparativos tão extraordinários. Infelizmente, o alto privilégio do crente herdar este lar eterno, se restringe nas mentes de alguns deles, devido a deturpações exageradas. Por exemplo, alguns crentes pensam que o céu será um lugar de eterna ociosidade. É um lugar de descanso à distância do pecado, da dor, da tristeza e do diabo, e também um lugar de atividade constante. João diz que os santos continua­ rão a servir a Deus ali. “... Os seus servos o servirão” (Ap 22.3).

Além disto, alguns crentes erroneamente consideram o céu como um lugar monótono. A Bíblia, no entanto, retrata-o como um lugar de sublime e abundante alegria (SI 16.11) e de satis­ fação (SI 17.15). O céu jamais poderia ser um lugar monótono, parado, quando sabemos que Cristo será nosso companheiro constante (1 Ts 4.17). (Leia também João 5.17).

Co-Herdeiros do Seu Poder A herança do crente juntamente com Cristo, não está limitada ao recebimento de um lar eterno; inclui, também, a participação da autoridade e do poder de Cristo. Quando Cristo sentarse em Seu trono e reinar sobre todo o orbe, todos os crentes, serão igualmente exaltados para governar e reinar juntamente em Ele.

“Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. ” (Ap 3.21). “se perseveramos, também com ele reinaremos. ” (2 Tm 2.12).

O crente reinará com Cristo sobre os homens durante o Milênio, e sobre os anjos na eternidade.

“... serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele os mil anos. ” (Ap 20.6). “... porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos. ” (Ap 22.5). “Ou não sabeis que os santos hão de julgar o mundo? Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos?” (1 Co 6.2,3).

Co-Herdeiros da Sua Glória Sabemos que o reino do céu e todo o poder divino realmente pertencem a Cristo, que Se dignou a compartilhá-los com o crente. Da mesma maneira, assim como Cristo está glorificado, assim também todos os crentes compartilharão da Sua glória. Paulo disse que o crente será glo­ rificado com Cristo (Rm 8.17). Este pensamento estava tão impregnado na mente de Paulo que ele escreveu mais oito versículos sobre o assunto, e observou que os sofrimentos do crente no tempo presente não são dignos de comparação com a glória que nele será revelada (Rm 8.18). Além disto, diz que não somente os crentes, como também a totalidade da criação, aguarda “...a revelação dos filhos de Deus”, quando refletirão a glória de Cristo (Rm 8.19). Acrescenta que a revelação da “glória” dos filhos de Deus, na ressurreição, resultará numa “reação em cadeia” que passará pela totalida­de da natureza. Deus libertará completamente a totalidade da criação, da maldição do pecado (Rm 8.21). Paulo encerra seus escritos sobre este assunto, citando como o crente deve ansiar por este ato culminante da adoção, quando então receberá a plena herança da sua filiação (Rm 8.23). Pode surgir na mente a seguinte pergunta: “mas por que o Pai está tão ansioso por trazer glória aos crentes?” Deus deseja trazer glória ao Seu Filho. Esta verdade pode ser melhor enten­dida ao imaginar uma bela fonte de águas, cercada por espelhos de todos os lados. Os espelhos compartilham da glória da fonte à medida em que refletem sua beleza, mas, ao mesmo tempo, multiplicam a glória da fonte. Semelhantemente, todos os crentes multiplicarão a glória de Cris­to à medida em que Sua glória for refletida neles.

“quando vier para ser glorificado nos seus santos e ser admirado em todos os que creram, naquele dia (porquanto foi crido entre vós o nosso testemunho). ” (2 Ts 1.10).


IV. A PROMESSA DOS GALARDÕES

A vida tem sido comparada a uma “escola preparatória” em que os crentes estão sendo preparados para suas tarefas e funções eternas. A Bíblia nos diz que aqueles que aproveitarem este período de tempo de treinamento para crescer em santificação, serão promovidos e grandemente honrados no dia glorioso do julgamento dos crentes.

Tendo em vista que o julgamento virá, o crente precisa encarar cada escolha feita em sua vida como sendo de efeito eterno, tendo como resultado galardões eternos ou perdas eternas.

O Julgamento do Crente Paulo ensina claramente: "... Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. ” (Rm 14.10,12 -). Também escreveu aos coríntios:

“Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo. ” (2 Co 5.10).

Este julgamento dos crentes não é, de modo algum, como o julgamento dos pecadores. O julgamento dos pecadores será para condenação, tristeza, choro e ranger de dentes.

O julgamento do crente será cercado de regozijo, assim como o dia da formatura de um estudante aplicado

Naquele dia Deus se dirigirá a cada crente, elogiando e reconhecendo publi­camente o trabalho que ele fez em prol do Seu reino. De acordo com suas obras aqui na terra, serão confiadas aos crentes tarefas e posições, quando Deus os introduzirá numa nova vida de gozo. “Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. ” (Mt 25.21).

Recebimento ou Perda do Galardão O julgamento dos crentes nada tem a ver com a salvação. Todo crente receberá algum louvor da parte de Deus: “... e então cada um receberá o seu louvor da parte de Deus. ” (1 Co 4.5). Isto significa que Deus julgará todos os crentes, não importa quão fiel ele tenha sido. Será mesmo um “julgamento”. Os crentes fiéis receberão muitos louvores, e os que forem negligentes no seu viver cristão, receberão bem poucos louvores. Os que querem viver carnalmente, fazendo sua própria vontade, perde­rão os galardões que podiam ser seus. “se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, toda­ via, como que através do fogo .” (1 Co 3.15). O julgamento, pois, consistirá de recebimento ou perda de recompensa. Os galardões outorgados no céu serão eternos, não tem­porais. Estes galardões são comparados às “coroas dos vence­ dores” conferidas nos jogos olímpicos antigos. Aquelas coroas, por serem feitas de folhas, dura­vam bem pouco tempo. Num único dia de glória eram entregues como galardão, após longo período de intenso treinamento seguido de vitória. Contrastando isso, as coroas de Deus serão eternas, portanto uma glória que nunca fenecerá. “Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível. ” (1 Co 9.25). Não é somente louvor e recompensa que o crente receberá no céu. Também a alguns ser-lhe-ão confiados responsabilidades e cargos na hierarquia do céu, baseadas na sua fidelidade na terra. Notamos expressões tais como “primeiros e últimos”, no reino (Mt 19.30), menores ou maiores (Mt 5.19). Cristo ensina que haverá uma diferença específica na soma de autoridade confiada aos seus servos no reino do céu - tudo dependendo da fidelidade.

“Respondeu-lhe o senhor: Muito bem, servo bom; porque foste fiel no pouco, terás autoridade sobre dez cidades. ” (Lc 19.17) “A este disse: Terás autoridade sobre cinco cidades. ” (Lc 19.19).

A Fonte do Galardão A Bíblia nos diz que Deus concederá galardões por muitas coisas. Um dos galardões mencionados, refere-se à conquista de almas. A pessoa que ganha uma alma para o Senhor, brilhará diante de Deus como uma estrela, e essa alma lhe será uma coroa de regozijo.

“Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos conduzirem à justiça, com as estrelas, sempre e eternamente. ” (Dn 12.3). “Pois quem é a nossa esperança, ou alegria, ou coroa em que exultamos, na presença de nosso Senhor Jesus em sua vinda? Não sois vós? Sim, vós sois realmente a nossa glória e a nossa alegria!” (1 Ts 2.19,20).

Os crentes também receberão seu galardão por terem resistido à tentação (Tg 1.12), por terem sofrido com paciência (Mt 5.11,12). Qualquer ato de bondade receberá seu galardão (G1 6.10), mesmo que seja uma coisa mínima, com o dar um copo de água (Mt 10.42). Semelhantemente, a hospitalidade (Mt 10.40,41), e o cuidado dos enfermos, dos necessitados, e dos perseguidos, que também resultará em galardões (Mt 25.34-40).

resultará na perda de galardão (Mt 24.45,46 e Lc 19.26). Da mesma maneira, os que exercem o ministério têm a oportunidade de ganhar galardões, se forem fiéis e justos no seu desempenho. Devemos lembrar-nos, no entanto, que a quem muito é confiado, dele muito será exigido.

“... antes, tornando-vos modelos do rebanho. Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa de glória. ” (1 Pe 5.3,4). “Meus irmãos, não vos tomeis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo. ” (Tg 3.1).

Até mesmo o emprego sábio de possessões materiais pode resultar em galardões. Paulo diz que o dinheiro com que os filipenses contribuíram para o ministério dele era, na realidade, um depósito feito na conta deles no céu (Fp 4.17). Mais tarde, admoesta os crentes efésios a compartilharem com os pobres, a fim de acumularem para si sólido fundamento no céu, para o futuro (1 Tm 6.17-19).

Fazer uma destas boas coisas, ou até mesmo todas elas, não resultara, nem mesmo no mínimo galardão.

Deus não precisa de ajuda, nem de dinheiro de pessoa alguma; Ele está apenas procurando manifestações de amor cristão, por meio do crente. O verdadeiro motivo para fazer boas obras deve ser a “fidelidade a Cristo” (1 Co 4.2). A Bíblia considera o que se faz para Cristo por amor, como sendo material tipo ouro, prata, e pedra preciosa, colocadas na fundação de um edifício. As coisas feitas visando proveito pessoal, ou humano, , são comparadas à madeira feno e palha. Um dia, os materiais de construção de cada homem serão testados “pelo fogo”. Aquilo que foi feito para Cristo permanecerá, e aquilo que foi feito para louvor do homem, será consumido.

“manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará. ” (1 Co 3.13). “Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão.” (1 Co 3.14).


Pra você que seguiu esta matéria teológica até aqui, o meu desejo que tenha sido abençoado com as informações pertinentes deste estudo, o meu muito obrigado. 

Que Deus te abençõe rica e abundantemente. Comente sobre o que você achou deste estudo bíblico.






Série: A Provisão e a Aplicação da Salvação 9. (Advertências e problemas)

 Por: Jânio Santos de Oliveira

 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

Contatos 0+operadora (Zap)21 987704458

Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com



Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!


Resumo da matéria

1. A PROVIDÊNCIA SALVADORA

2. QUATRO ASPECTOS DA PROVISÃO DE CRISTO QUANTO À SALVAÇÃO

3. ARREPENDIMENTO

4. Fé

5. A JUSTIFICAÇÃO

6. A REGENERAÇÃO

7. A ADOÇÃO

8. A SANTIFICAÇÃO

9. ADVERTÊNCIAS E PROMESSAS

10. A GLORIFICAÇÃO




ADVERTÊNCIAS E PROMESSAS

“Não vos enganeis; de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna. ” (Gl 6.7,8)

Esta advertência direta segue-se a uma passagem que admoesta o crente que caiu em pecado (Gl 6.1-5). Paulo aqui compara o pecado às “sementes” que, ao serem plantadas no coração, produzem espinhos e ervas más.

Se os Joios não forem retiradas, crescerão com força e se multiplicarão e finalmente destruírem a vida espiritual da pessoa. Cristo fez uma comparação semelhante quando disse que há um tipo de pessoa que recebe a “semente” do Evangelho na sua vida. Esta semente brota e cresce ali; no entanto, aquela pessoa se recusa a remover da sua vida algumas ervas más do mundanismo e da impiedade. Essas ervas más crescerão lado a lado com a nova planta (o Evangelho), até que por fim sufocá-la-ão totalmente.

“O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera. ” (Mt 13.22)

A Bíblia faz inúmeras advertências ao crente, admoestando-o a tomar cuidado para não perder a sua salvação. Mas também, contém muitas promessas divinas, tais como a promessa de que um desviado, sinceramente arrependido, pode voltar para Deus.

“Se voltares... volta para mim; se removeres as tuas abominações de diante de mim, não mais andarás vagueando... Lavrai para vós outros campo novo, e não semeeis entre espinhos. ” (Jr 4.1-3).

A Bíblia também registra muitas promessas assegurando ao crente que Deus pode guarda-lo do desvio espiritual. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória. ” (Jd 24).

 


Nesta Lição estudaremos algumas advertências aos crentes carnais, as promessas de per­ dão para os desviados arrependidos, e, de poder para os crentes fiéis.


Resumo da matéria:

O Crente Pode Perder a Salvação?

Como Ocorre a Apostasia

Um Desviado Pode Voltar a Deus?

O Papel da Igreja na Restauração do Desviado

A Segurança da Salvação do Crente


I. O CRENTE PODE PERDER A SALVAÇÃO?

 No século V d.C., Agostinho foi o primeiro erudito a ensinar que o crente nunca poderia perder a sua salvação. Uma vez salvo, permanecia salvo pelo restante da sua vida, independente­ mente das suas ações ou atitudes. Esta declaração deu início a um debate teológico que continua até o dia de hoje. Nesta Lição, apresentaremos o conceito claro e bíblico, demonstrando que o crente pode perder a sua salvação. Ao estudar as evidências bíblicas que apoiam este fato, o aluno compreen­derá por que quatro séculos se passaram, depois da morte de Cristo, para então surgir um ponto de vista oposto sobre o assunto em pauta. As Frases Condicionais Um dos maiores argumentos mostrando que se pode perder a salvação é a freqüente menção do condicional “se”, com respeito a salvação. Estas declarações revelam o fato de que a salvação, na experiência humana, depende da situação do crente, manifesta em expressões bíblicas, como “permanecer em Cristo”, “continuar na fé”, “andar na luz”, “não retroceder” etc. Segue-se aqui uma lista de algumas destas frases.

“Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora ... ” (Jo 15.6). se é que permaneceis na f é ... ” (Cl 1.23). se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei... ” (1 Co 15.2). se negligenciarmos tão grande salvação ... ” (Hb 2.3). se, de fato, guardarmos firme, até ao fim, a confiança ... ” (Hb 3.14). Se retroceder...” (Hb 10.38). “se, porém, andarmos na lu z... ” (1 Jo 1.7).

As Advertências Diretas A Bíblia contém muitas advertências acerca do perigo do crente “cair da graça”. Paulo advertiu os santos que achavam que, vivendo da maneira que quisessem estariam salvos sempre: “Aquele, pois, que pensa estar em p é veja que não caia. ” (1 Co 10.12). O escritor aos Hebreus advertiu que é possível o crente dejxar o coração encher-se de descrença, a ponto perder a salvação.

Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vos perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo. ” (Hb 3.12).

A Epístola de Judas leva-nos a meditar nos santos do Antigo Testamento, dos dias de Moisés, quando diz: “Quero, pois, lembrar-vos... que o Senhor, tendo libertado um povo, tiran­do-o da terra do Egito, destruiu, depois, os que não creram. ” (Jd v 5). Há uma exortação severa de João, que não deixa dúvida alguma quanto à possibilidade de alguém perder a sua salvação. "... O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte. ” (Ap 2.11). “... Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa... ” (Ap 3.11).

Exemplos de Perda da Salvação A Bíblia não somente ensina que é possível perder a salvação, como também registra ca­sos de várias pessoas que viraram as costas para Deus, perdendo sua total comunhão com Ele. No Antigo Testamento, lemos acerca de Saul que “... Deus lhe mudou o coração ... ” e que “o Espírito de Deus se apossou de S au l... ” (1 Sm 10.9,10). Mais tarde, porém, tornou-se possuído de um espírito maligno, e terminou sua vida suicidando-se. Está dito de Salomão, que na sua juventude, ele “... amava ao SENHOR, andando nos preceitos de Davi, seu p a i ... ” (1 Rs 3.3). Mais tarde, porém, ele rejeitou a Deus e começou a adorar os falsos deuses (1 Rs 11.1-8). No Novo Testamento, o exemplo mais destacado de um apóstata é o de Judas Iscariotes. Judas, no princípio era um verdadeiro crente em Deus, pois jamais Cristo confiaria a um pecador a missão de evangelizar, curar enfermos, expulsar demônios (Mt 10.7,8). Porém, já na ocasião da “última ceia”, Judas tinha abandonado a sua fé. Cristo sabia que Judas já não fazia parte do grupo dos crentes. O próprio Judas confirmou isto, quando traiu a Cristo e suicidou-se. Himeneu e Alexandre, dois dos cooperadores de Paulo, deles está dito: “mantendo fé e boa consciência ... ”. Mais tarde, no entanto, vieram a naufragar na fé, e Paulo os entregou a Satanás (1 Tm 1.19,20). Demas, outro dos associados de Paulo, é declarado um ajudante fiel; estava presente quando Paulo estava escrevendo Colossenses e Filemom (Cl 4.14; Fm 24). Paulo até mesmo o chamou de “cooperador”. E difícil imaginar que ele não era um crente verdadeiro, no entanto, mais tarde abandonou a fé, isto é, a salvação, por causa de ter “amado o presente século...” (2 Tm 4.10).

O Aspecto Durativo da Rejeição de Cristo Alguns teólogos crêem que a apostasia é apenas um distanciamento temporário de Cristo, e não uma perda permanente da salvação. Isto, no entanto, contradiz as advertências bíblicas no sentido de que um crente pode perder, não somente sua comunhão com Cristo agora, mas tam­bém a vida eterna. Por exemplo:
 o SENHOR esquadrinha todos os corações e penetra todos os desígnios do pensamento. Se o buscares, ele deixará achar-se por ti; se o deixares, ele te rejeitará para sempre. ” (1 Cr 28.9).

Pedro apresenta um exemplo comum de apostasia. Descreve certos falsos mestres que antes andaram no caminho certo, mas que o abandonaram (2 Pe 2.15). Tinham escapado às poluições do mundo mediante o conhecimento de Jesus Cristo, mas, mais tarde se deixaram enredar de novo pelos seus antigos pecados (2 Pe 2.20). Evidentemente a condição desses mestres não é a mesma do crente que está fora da co­munhão com Deus. Note que Pedro diz, melhor lhes fora nunca tivessem conhecido o caminho da justiça, do que, após conhecê-lo, virem a rejeitá-lo. Obviamente, Pedro está aludindo ao julgamento que estes mestres terão, que será da maior severidade por causa do seu conhecimento inicial de Cristo e do seu relacionamento com Ele.

“Pois melhor lhes fora nunca tivessem conhecido o caminho da justiça do que, após conhecê-lo, volverem para trás, apartando-se do santo mandamento que lhes fora dado. (2 Pe 2.21). Com eles aconteceu o que diz certo adágio verdadeiro: O cão voltou ao seu pró­ prio vômito; e: A porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal. ” (2 Pe 2.22).


II. COMO OCORRE A APOSTASIA

Há pelo menos quatro ilustrações bíblicas que nos ajudam a entender como ocorre a apostasia. Estas são: um navio à deriva, um cordeiro desgarrado, um servo de­sobediente, e uma planta sufocada.

Um Navio à Deriva O escritor de Hebreus adverte: “Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às ver­dades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos” (Hb 2.1). A palavra traduzida “desviar-se” é um termo náutico que se refere a um navio à deriva e sem controle. A lição contida nessa advertência é que a apostasia pode ocorrer como resultado de negligência espiritual, ou pela prática de pecado. Este mesmo escritor mais tarde advertiu: “como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? ... ” (Hb 2.3). Dois homens que exemplificam esta ilustração são Himineu e Alexandre. Paulo descreve-os como homens que não “guardaram a f é ”, mas que passaram a viver em conflito com suas consciências. Por fim, chegaram a naufragar espiritualmente, e se degeneraram a ponto de blas­femarem do Evangelho. Estes homens fazem-nos lembrar de que o primeiro passo na apostasia sempre é o “descuido ou negligência espiritual!”

“mantendo fé e boa consciência, portanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé. E dentre esses se contam Himineu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para serem castigados, afim de não mais blasfemarem.” (1 Tm 1.19,20).
Um Cordeiro Desgarrado Uma das ilustrações mais conhecidas quanto à pessoa do apóstata é a do cordeiro desgar­rado que se perde (Ez 34.6; Lc 15.4). Esta ilustração nos ensina que o crente deve ficar bem perto do pastor, se não quiser se perder. Distanciar-se um pouco de Cristo, não parece ter efeito negativo imediato sobre a vida espiritual da pessoa, e deste modo é fácil o crente afastar-se mais e mais do Pastor e do Seu rebanho. Em algum momento, nas suas peregrinações, no entanto, o cordeiro levantará sua cabeça, procurando assimilar a voz do Pastor, para então perceber que o rebanho está distante, e que ele está perdido (Hb 10.38). Por contraste, a Bíblia promete que as ovelhas que permanecem sensíveis à voz do pastor, seguindo-o de perto, receberão a vida eterna, e não perecerão jamais.

“As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. ” (Jo 10.27,28).

O Servo Desobediente Um símbolo comum usado no Novo Testamento para descrever o crente, é o de um servo. Em decorrência disso, o servo desobediente é o símbolo do apóstata.

“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar o outro ou se devotará a um e desprezará ao outro. ” (Lc 16.13).

Este versículo ensina uma verdade importante. O crente não pode servir ao pecado e a Deus ao mesmo tempo. À medida que começa a servir ao pecado, seu amor a Deus esfriará (Ap 2.4; 3.16) e, finalmente, ficará totalmente frio (Mt 24.12). Por esta razão, Paulo adverte: “Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para justiça?” (Rm 6.16). É erro Comum pensar que a salvação baseada na fé, cancela a necessidade  obediência.

É verdade que o homem é salvo pela fé somente, mas a fé salvadora é caracterizada pela obedi­ência. Uma vez, Paulo descreveu a fé salvadora como "... da obediência para a justiça?” (Rm 6.16). Outro erro comum é pensar que somente certos tipos de pecados conduzirão à apostasia. Cristo diz categoricamente: “... todo o que comete pecado (habitualmente) é escravo do pecado” (Jo 8.34). Paulo cita uma longa lista de pecados, e termina com esta afirmação: “... não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam (habitualmente) ” (Gl 5.20,21). É surpreendente que sua lista inclua tais pecados socialmente “aceitáveis”, como inimizades, porfias, ciúmes e invejas. Semelhantemente, Cristo diz que até mesmo a mentira pode tomar-se o pecado que leva à destruição da fé da pessoa (Ap 22.15). A Planta Sufocada E crença deste escritor que a apostasia é um processo de degeneração gradual. Destarte, a apostasia não é assim como o homem que acidentalmente cai num precipício. E qual uma planta que é gradualmente sufocada pelas ervas daninhas, até morrer.

“Os outros, os semeados entre os espinhos, são os que ouvem a palavra, mas os cuidados do mundo, a fascinação da riqueza e as demais ambições, concorrendo, sufocam a palavra, ficando ela infrutífera. ” "(Mc 4.18,19).

A mera presença de uma erva daninha não significa a morte da planta. Se, porém, a erva daninha for deixada ali, crescerá e se multiplicará, e finalmente sufocará a planta e a matará por enfraquecimento.

“Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. ” (Tg 1.14,15).

As vezes, uma pessoa, num dia parece muito forte espiritualmente; no outro dia cai re­pentinamente em pecado grosseiro. Porém, na realidade, o caso é bem diferente. Um processo de negligência já vinha dentro daquela vida ocultamente. Invisível ao olho humano, uma desobedi­ência íntima em pensamentos e atitudes vinha sendo acalentada naquela vida, culminando no ato visível do pecado e da rebelião, que por fim veio à tona. Vejamos mais um pouco sobre o abandono da fé. Cometer um pecado não é apostasia, embora talvez leve à apostasia. A apostasia é a perda da vida espiritual. Quando a força espiritual do homem interior fica tão fraca pelo pecado e negligência, que chega a morrer, considera-se que essa pessoa é um apóstata.


III. UM DESVIADO PODE VOLTAR A DEUS?

Conforme já estudamos, a Bíblia adverte que a pessoa pode perder a sua salvação. Mas, poderíamos perguntar, é possível essa pessoa, voltar para o Senhor outra vez? Muitos apóstatas nunca voltarão a Deus; porém, sempre há um convite para o pecador, sinceramente arrependido dos seus pecados, voltar para Deus, não importando os pecados e erros do seu passado.

O Convite aos Desviados da Fé

O fato de que Deus, em todo tempo, convida os desviados a voltarem a Ele, demonstra a disposição de recebê-los de volta .Veremos a seguir, exemplos deste convite embora alguns deles sejam dirigidos a grupos, Deus insiste com cada indivíduo dentro do grupo, pois a salvação é sempre uma questão pessoal, individual. A Bíblia contém muitos convites diretos ao desvia­do.

“Se voltares, ó Israel, diz o SENHOR, volta para mim; se removeres as tuas abominações de diante de mim, não mais andarás vagueando. ” (Jr 4.1). “Assim diz o SENHOR: Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma ... ” (Jr 6.16).


“Curarei a sua infidelidade, eu de mim mesmo os amarei, porque a minha ira se apartou deles. ” (Os 14.4). "... tornai-vos para mim, e eu me tomarei para vós outros, diz o SENHOR dos Exércitos ... ” (Ml 3.7).

A Oração do Desviado Mais uma prova de que o desviado pode voltar a Deus, temos na oração de Davi: um homem que cometeu adultério, en­ganou o seu próximo e depois o assassinou. No Salmo 51, Davi descreve a si mesmo como quem perdeu a salvação, declarando que já não tinha mais a alegria da salvação (v. 12) e que estava precisando de um coração novo (v. 10). Davi, além disto, implo­rou a Deus que não o expulsasse para sempre da Sua presença, nem tirasse dele o Espírito Santo (v. 11). Pela fé, Davi fez uma oração de arrependimento, empre­gando três belas figuras do perdão. Pediu que o seu pecado fosse apagado, que Deus o lavasse como um homem lava uma veste imunda, e que Deus o purificasse da enfermidade do pecado que o controlava.

“Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a mul­tidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões. Lava-me com­pletamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado. ” (SI 51.1,2).

Como Voltar-se para Deus Não somente Deus convida os desviados a voltarem para Ele, como também mostra-lhes como voltar, e promete-lhes a Sua ajuda para permanecerem firmes na fé depois de voltarem. Leia estes versículos com cuidado, notando a maneira do desviado voltar para Deus.

“Volta, ó Israel, para o SENHOR, teu Deus, porque, pelos teus pecados, estás caído. Tende convosco palavras de arrependimento e convertei-vos ao SENHOR; dizei-lhe: Perdoa toda iniquidade, aceita o que é bom e, em vez de novilhos, os sacrifícios dos nossos lábios. ” (Os 14.1,2).

Note que o desviado precisa de reconhecer, em primeiro lugar, seu estado caído, ele deve desejar livrar-se do seu pecado ( “... porque, pelos teus pecados, estás caído ... ”).

Em segundo lugar, o desviado precisa de arrependimento’’ e voltar ao Pai, noutras palavras, precisa arrepender-se dos seus pecados e expressar sua fé em Cristo.

O terceiro passo é a trans­formação espiritual, do desviado arrependido, em crente verdadeiro que adora a Deus com lou­vor .

Esse louvor é descrito por Oséias como “... sacrifícios dos nossos lábios”.

O Desviado e o Pecado Imperdoável Muitos desviados são atormentados com a dúvida atormentadora quanto à possibilidade de terem cometido o pecado imperdoável. Não temos espaço aqui para definir o pecado imperdo­ável, mas deixamos claro que, qualquer homem, sinceramente convicto dos seus pecados e que quer voltar para Cristo, está provando que não cometeu este pecado, e assim Deus o aceitará de volta ao “aprisco”, se ele voltar. Sabemos que este fato é verdadeiro, porque o homem natural não tem desejo em si mes­mo de voltar a Deus, se não for com a ajuda da graça de Deus. O homem somente sente convic­ção dos seus pecados por causa da operação do Espírito Santo na sua vida. Se esse homem sinceramente deseja ser salvo, é prova de que Deus está procurando atraí-lo a Si mesmo através da ação insistente do Espírito Santo. É, portanto, lamentável quando certos pregadores imprudentes criam dúvidas e temores desnecessários no desviado, com suas histórias de pessoas desviadas que já choraram com toda a sinceridade, mas em vão, diante da “porta trancada” do céu! Isto dá a entender que a salvação é somente para aqueles que são “suficientemente bons” para recebê-la. Isto não é verdade, pois, Cristo disse: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. ” (Mt 11.28). Qualquer desviado verdadeiramente humilhado e arrependido dos seus pecados, pode voltar para Deus se estiver disposto a submeter todas as áreas da sua vida a Cristo.


IV. O PAPEL DA IGREJA NA RESTAURAÇÃO DO DESVIADO

Nossas igrejas devem aplicar a disciplina bíblica, com amor aos membros que dela preci­sarem.

Na disciplina justa e cristã da Igreja, está uma das ferramentas mais eficazes para restau­rar o desviado a Cristo e despertar um crente carnal a buscar a vitória de que necessita.

Em algumas igrejas, no entanto, a disciplina é má e tem má fama pelo fato de ser aplicada de modo errado; de maneira antibíblica.

Neste Texto estudaremos a respeito da disciplina na igreja. Tipos de Disciplina A Bíblia fala de dois tipos de disciplina eclesiástica. Um é a exclusão da pessoa por pecados graves, e outro é o caso de membros, de conduta cristã habitualmente irregular, conhe­cida, que apesar de conselhos e admoestações, persistem na desobediência à doutrina bíblica.

Um exemplo do primeiro tipo de disciplina é registrado em 1 Coríntios, que relata a história de um homem que abandonara a Deus e que estava vivendo no pecado. Mesmo assim, a igreja local mantinha-o em comunhão, dando-lhe, assim, um falso sentimento de segurança, apesar de viver em pecado. Paulo ordenou que a igreja o excluísse da comunhão, de modo que ele viesse a reconhecer e sentir o seu pecado, e assim, ser levado ao arrependimento (1 Co 5.5). Ele estava em comunhão com a igreja local, mas não em comunhão com Deus. O segundo tipo de disciplina tem a ver com membros que abandonam de vez a igreja, e outros que não querem abandonar seus pecados, vivendo uma vida escandalosa, dando mau exemplo aos de dentro, e servindo de tropeço para os de fora. Por exemplo, Paulo falou de certos crentes trapaceiros, desordenados, desocupados, perturbadores e, ensinou que os tais fossem isolados dos bons crentes.

notai-o; nem vos associeis com ele, para que fique envergonhado. Todavia, não o considereis por inimigo, mas adverti-o como irmão. ” (2 Ts 3.14,15). (Ver também o v. 11).

Em Tito, temos um caso semelhante, onde Paulo trata do homem faccioso, que não aceita correção; pelo que, deve ser evitado (Tt 3.10).

Os Propósitos da Disciplina A disciplina da igreja jamais deve ser aplicada como meio de punição, vingança, demonstração e abuso de autoridade. Ela deve, sim, ser aplicada com amor, como meio de restaurar o faltoso à comunhão. Crentes fracos, desviados, excluídos, podem ser restaurados à comunhão, mediante o arrependimento e súplica pelo perdão. Ela deve ser um meio de levar o crente carnal a abandonar seus pecados e viver para Deus. Deus reserva para Si mesmo o direito de julgar os pecados (Rm 14.4). Mas a igreja deve agir com humildade, compaixão e amor, ao disciplinar os crentes. Vemos, no caso de 1 Co 5.5, a Bíblia esclarecendo:

“entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor (Jesus). ” (1 Co 5.5).

Apesar do inominável pecado daquele homem, ainda se fala de salvação para ele, uma vez corrigido. Outro propósito da disciplina é conservar a igreja livre de influências pecaminosas. Note que o versículo supra é seguido das seguintes palavras: “... Não sabeis que um pouco de fermen­to leveda a massa toda ? ” (1 Co 5.6). Um só caso de pecado, se for permitido continuar livremen­te na igreja, pode espalhar o erro e dissensão na totalidade da igreja.

Quem Deve Ser Disciplinado embora  continue com sua teimosia rebelde , pecando arrogantemente, precisa ser disciplinado.

 Por outro lado, o crente por ser fraco e falho, mas que sabe se arrepender, e vive na igreja, esta deve ajudá-lo e fortalecê-lo com amor. Quando nossos filhos estão fracos, não os evitamos, nem os tratamos duramente, mas os alimentamos melhor e tomamos cuidado especial com eles. A Bíblia menciona o membro da igreja de Corinto que não queria arrepender-se (1 Co 5.5); o crente de Tessalônica que ignorava a correção (2 Ts 3.10), e o “crente” herege, torcedor da doutrina, que não queria mudar, mesmo depois de várias advertências (Tt 3.10). Nenhum destes indivíduos estava arrependido do seu pecado, e, portanto, necessitavam de ser disciplinados.

Havendo sincero arrependimento do faltoso, o perdão da igreja deve vir tão rápido e natural como foi a disciplina. É interessante que, na sua segunda carta aos Coríntios, Paulo dirigiu-se àquela igreja, rogando no sentido de restaurar à comunhão o arrependimento a quem Paulo anteriormente ordenara que excluísse.

“basta-lhe a punição pela maioria De modo que deveis, pelo contrário, perdoar-lhe e confortá-lo, para que não seja o mesmo consumido por excessiva tristeza. Pelo que vos rogo que confirmeis para com ele o vosso amor. ” (2 Co 2.6-8).

A advertência de Paulo, “... para que não seja o mesmo consumido... ”, deve nos lembrar solenemente que, enquanto a igreja evita a pessoa arrependida, o diabo não a evita, mas, sim, ocupa-se em plantar as sementes da dúvida e da amargura na mente, procurando desviá-la de vez. Devemos tomar cuidado para não ajudar Satanás, nos casos de disciplina. Paulo advertiu contra o perigo da disciplina, dizendo: “para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios ” (2 Co 2.11). O dirigente da igreja não deve tolerar, nem ignorar pecado, mas a disciplina, seja ela qual for, deve ser aplicada segundo a Palavra de Deus e a mente de Cristo - o Bom Pastor. Que ninguém seja como o irmão mais velho do Pródigo, que achou difícil demais perdoar seu irmão errado. Há crentes zelosos demais, como se eles fossem infalíveis. O dirigente também tem que saber isso: que ele aplica a disciplina porque está dirigindo o rebanho em lugar do Senhor Jesus, e um dia ele mesmo dará conta do seu trabalho realizado.

Como Disciplinar É muito apropriado examinarmos aqui os seguintes textos que sugerem como aplicar a disciplina à vida daqueles que se rebelam: “Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e sim deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente; disciplinando com mansi­dão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade. ” (2 Tm 2.24,25). “não difamem a ninguém... mas cordatos, dando provas de toda cortesia. para com todos os homens. ” (Tt 3.2). “Seja constante o amor fraternal. ” (Hb 13.1). “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura: e guarda-te para que não sejas também tentado. ” (Gl 6.1). “Mas, seguindo a verdade em amor. cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. ” (Ef 4.15).


V. A SEGURANÇA DA SALVAÇÃO DO CRENTE

 Embora um crente possa perder a salvação por negligência e pecado, o crente fiel não precisa ter dúvida, se está verdadeiramente salvo, ou mostrar-se temeroso de perder a salvação. No que diz respeito à salvação, a atitude do crente fiel deve ser a de certeza presente e de esperança futura.

“se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes. não vos deixando afastar da esperança do evangelho... ” (Cl 1.23). “Desejamos, porém, continue cada um de vós mostrando, até ao fim, a mesma diligência para a plena certeza da esperança. ” (Hb 6.11). “aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé... ” (Hb 10.22). “Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo. ” (1 Pe 1.13).

O Testemunho do Espírito Uma das principais evidências da certeza da salvação do crente é o testemunho do Espí­ rito Santo junto ao nosso espírito. Paulo o descreveu, dizendo: “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16). Por estranho que pareça, este versículo tem levado muitos crentes a duvidarem da sua salvação, em lugar de terem certeza, porque raciocinam que, se não sentem sempre qualquer coisa, então não estão salvos. É verdade que em certas ocasiões as emoções e os sentimentos do crente são altamente motivados pelo poder de Deus, mas isto não ocorre continuamente. Experiência emocional do crente, não é o “testemunho do Espírito”, ao qual Paulo se referiu. Note que o testemunho do Espírito Santo é dado em nosso espírito. Se fosse em nosso corpo, seria como um sexto sentido. Se fosse em nossa alma, seria apenas uma emoção e nada mais. Mas visto que é um testemunho em nosso espírito, temos neste testemunho uma convicção sobrenatural, convencendo-nos de que somos filhos de Deus (Rm 8.17). Este testemunho não substitui a fé, mas a confirma. A presença do Espírito Santo na vida do crente é prova adicional da salvação (1 Jo 3.24). A Bíblia descreve o Espírito Santo como sendo o “penhor” da nossa plena redenção vindoura (Ef 1.14).


A Fidelidade de Deus O crente pode abandonar a Deus, mas Deus nunca abandonará o crente. O crente pode ser induzido a afastar-se para longe de Deus, mas nunca pode ser arrastado à força, contra sua von­tade, para fora da comunhão com Deus.

“... De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei.” (Hb 13.5). “E ninguém as arrebatará da minha mão. ” (Jo 10.28). “Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é p o r nós, quem será contra nós?... Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem principados, nem coisas do presente, nem do porvir... poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. ” (Rm 8.31-39).

O crente pode ter a certeza de que Deus não muda repentinamente de propósito, quanto à Sua comunhão com ele. Deus não muda quanto ao relacionamento com o crente perseverante. Quem muda no relacionamento é o próprio homem, “se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar a si mesmo. ” (2 Tm 2.13).

A Intercessão de Cristo a Nosso Favor O escritor aos Hebreus estimula o crente a lembrar-se da fonte de conforto e certeza que dispõe, pelo fato de ter Cristo no céu, intercedendo por ele.

“Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão... Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça...” (Hb 4.14-16).

O título “Sumo Sacerdote” fala de uma posição semelhante à de um advogado. Alguém que pleiteia a causa de outra pessoa que fez algo errado ou que foi acusada de um delito. Ao interceder por nós, Cristo rejeita as falsas acusações do diabo contra nós e, se estivermos culpa­ dos do pecado, Ele não esconde essa culpa, nem vê qualquer justificativa para ela, mas, Ele apresenta a Sua própria morte como base da intercessão, visto que ela cancelou a penalidade por aquele pecado. "... Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados... ” (1 Jo 2.1,2).

O Crente e a Vida Santa A despeito de todas as evidências da salvação mencionadas nesta Lição, dúvidas insis­tentes permanecerão na vida de qualquer crente que não remover a fonte primária das suas dúvi­das - uma vida comprometida com o pecado e o mundo. O pecado e a confiança espiritual não podem coexistir. Um homem pecaminoso pode alegar que tem confiança quanto à sua salvação, mas na realidade, ele é acusado de dúvidas e insegurança interior; somente uma vida de obediên­cia e retidão motivará confiança.

“Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardarmos os seus mandamentos. ” (1 Jo 2.3). “Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele. ” (1 Jo 2.5).

Real Comunhão com Cristo A real certeza da nossa salvação não está baseada numa confissão de fé, feita num certo ano, num dado momento, e num lugar específico, mas, sim, numa comunhão sempre presente e crescente em amor, confiança e submissão a Cristo. O crente fiel e dedicado ao Senhor tem essa certeza; isso é bíblico. É por isso que Judas admoestou seus leitores a se edificarem na fé com oração no Espírito, e a conservar-se no amor de Deus. À medida em que o crente mantém uma real comunhão com Cristo, Deus, por Sua vez, o guardará de cair.

“Vós, porém, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo. ” (Jd 20). “guardai-vos no amor de Deus ...” (v. 21). “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços ... ” (v. 24).

Uma bela ilustração de como um relacionamento estreito com Deus resulta em nova força acha-se em Isaías 40.31:

“mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias correm e não se cansam, caminham e não se fatigam. ”

O esperar descrito aqui, requer um relacionamento de fé ativa. À medida em que este relacionamento é mantido, o crente recebe forças espirituais. O crente, portanto, é comparado à águia que, ao crescer, fica cada vez mais forte e voa cada vez mais alto. Embora a águia tenha que superar a força natural da gravidade, ela voa alto, porque tem dentro de si a natureza de águia e o poder de voar. Assim como é difícil imaginar uma águia cair durante o seu vôo, assim também é difícil imaginar um crente que “espera” no Senhor, cair da graça enquanto “espera” nEle.

Na próxima matéria estaremos encerrando esta série com o tema: A Glorificação.


Série: A Provisão e a Aplicação da Salvação 8. (A santificação)

 Por: Jânio Santos de Oliveira

 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

Contatos 0+operadora (Zap)21 987704458

Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com



Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!


Resumo da matéria

1. A PROVIDÊNCIA SALVADORA

2. QUATRO ASPECTOS DA PROVISÃO DE CRISTO QUANTO À SALVAÇÃO

3. ARREPENDIMENTO

4. Fé

5. A JUSTIFICAÇÃO

6. A REGENERAÇÃO

7. A ADOÇÃO

8. A SANTIFICAÇÃO

9. ADVERTÊNCIAS E PROMESSAS

10. A GLORIFICAÇÃO


A SANTIFICAÇÃO

A experiência da salvação abençoa a vida do novo crente de quatro maneiras distintas. Já estudamos três destas, que são: 

1. justificação, 

2. regeneração, 

3. adoção. 

O quarto efeito ou benção, que estudaremos nesta Lição, é a separação entre o crente e o mundo, para que aquele seja conformado à imagem de Cristo.

 Esta é a santificação. 

Talvez esta lista breve de comparações ajudará a esclarecer as distinções entre estes qua­tro benditos efeitos ou bênçãos da salvação. 

1. Justificação, é o estado do crente considerado justo diante do Senhor; santificação é o processo de aplicar a justiça divina à vida pessoal do crente. 

2. A regeneração dá ao crente o poder de resistir ao pecado e glorificar a Deus; a santificação é a aplicação deste poder nas vitórias espirituais diárias. 

3. A adoção toma o crente um filho de Deus: a santificação desenvolve a semelhança da família de Deus no caráter desse crente. 

Estes quatro aspectos ocorrem no crente ao mesmo tempo e nele operam a partir do momento da salvação, sendo todos mantidos ativos pela fé em Deus. 

Dos quatro, no entanto, somente a santificação envolve o desenvolvimento progressivo ao crente. 

Os outros três aspec­tos são constantes. 

O crente não pode ser mais justificado, mais nascido de novo ou mais filho de Deus do que no momento da sua conversão, mas pode prosseguir amadurecendo espiritualmen­te, mediante o processo da santificação.

 Não podemos subestimar quão importante é compreender como o crente pode crescer espiritualmente através da santificação. 

Dentro do ensino sobre a salvação, a santificação é o ensino mais importante nas Escrituras.

 

Resumo da matéria:

1. O Que É Santificação

2. Liberto da Natureza Pecaminosa

3. Liberto dos Maus Pensamentos

4. Liberto da Carnalidade

5. Liberto da Estagnação

I. O QUE É SANTIFICAÇÃO

Você sabia que há algo muito perto de você, que, contudo, pode tocá-lo, ainda que não possa vê-lo? - É seu próprio rosto! Você vê sempre a imagem dele no espelho, mas nunca pode olhar diretamente para ele! O mesmo ocorre com respeito aos descrentes e seu conceito de Cristo. Não podem ver a Cristo, embora Ele esteja muito perto de cada um deles, mas, podem saber que Ele é real e podem também ser motivados a estender-lhe a mão, à medida que veem Sua imagem reproduzida na vida do crente.

“Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados em semelhança dEle, de um grau de esplendor para outro, pois isto vem do Senhor que é o Espírito. ” (2 Co 3.18).

A Santificação Definida A ilustração do espelho empregada acima, dá uma ideia clara da santificação. Em primei­ ro lugar, o propósito da santificação é que o crente seja progressivamente transformado numa reprodução cada vez mais exata da imagem de Cristo. (Comparar Rm 8.29). A ideia de um espelho reproduzir melhor a imagem, não faz sentido na era atual. Nos tempos antigos, os espelhos eram feitos de metal batido e polido. A qualidade do espelho melho­rava na proporção direta da quantidade de marteladas e polimentos dados ao metal. Quanto ao que estamos tratando, o crente pode ser comparado a este pedaço de metal.

Em primeiro lugar, o artífice escolhe e separa o metal. A esta altura, só na mente do artífice aquele metal é chamado espelho.

Assim, também, a santificação é um ato de separação, abandono do munda Deus chama todos os crentes de santos, independentemente da sua experi­ência na fé ou da sua maturidade espiritual. E por isso que nada menos do que quinze livros do Novo Testamento se referem a todos os crentes como santos. E por isso, também, que alguns versículos se referem à santificação como sendo um fato já completado.

“Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação ... ” (1 Co 1.30).


“à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus...” (1 Co 1.2). “... mas fostes santificados, mas fostes justificados ... ” (1 Co 6.11).

Partindo destes versículos vê-se que a santificação não é o processo de alguém tornar-se santo mas, sim, o processo de aperfeiçoar um santo. A santificação, além de ser um ato de separação, é também o processo divino de levar o crente a uma conformação cada vez maior com Jesus Cristo. Assim como o metal do espelho precisava ser martelado e polido pelo artífice, assim também o crente precisa submeter sua vida às operações diárias do Supremo Artífice. Somente assim chegará a refletir devidamente, sem distorção, a imagem de Cristo. O progresso da santificação não termina nesta vida. Somente quando o crente estiver diante de Cristo, no céu, é que ele será perfeito.

"... aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus. ” (2 Co 7.1). “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo... à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo. ” (Ef 4.12,13). “para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra ” (Ef 5.26).

Compreendendo a Santificação

O alvo de viver uma vida santificada não é a perfeição, mas sim, a progressão. Se Deus quisesse que o crente, para conservar a sua salvação, tivesse de cumprir seus padrões de perfei­ção, teria reduzido seus padrões ao nível da possibilidade humana. Ao invés disto, Ele apresenta ao crente o alvo da santificação como sendo a perfeição do Seu próprio caráter.

“Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste. ” (Mt 5.48).

De muitas maneiras, Deus age qual um pai humano. Os alvos e os padrões de conduta que a maioria dos pais requerem de seus filhos são os mais altos que eles conhecem. Se o filho não consegue atingir aquele padrão, pode haver um rompimento de comunhão, talvez uma perda de recompensa, ou mais disciplina, contudo o filho não é expulso da casa, nem o pai desiste do padrão.


Deus nunca exigiu a prática da santidade absoluta como padrão para a salvação» mas firmemente Ele ordena e deseja que todos  os crentes se esforcem por atingir este alvo. O filho que verdadeiramente ama seu pai, tudo faz para agradá-lo, e esforça-se para obedecer-lhe. Assim também as Escrituras dizem: “... Se alguém me ama, guardará a minha palavra ... e viremos para ele e faremos nele morada. ” (Jo 14.23). Sabemos que um homem é salvo não por seu relacionamento com um padrão de vida, mas pelo seu relacionamento com Deus. Pela fé, um homem é declarado “legalmente” justo diante da Lei. Mas é esta mesma fé que o motiva a cumprir a lei divina, em termos práticos, na sua vida diária. Todo crente enfrenta altos e baixos no seu esforço para viver à altura do padrão de Deus. Não devemos, no entanto, deixar que os tempos de fracasso nos impeçam de progredir na santificação e na maturidade. Note no gráfico, a linha que vai de fé até o padrão de Deus. Esta, representa a posição legal do crente: salvo e considerado santo pela sua fé. No outro lado, a linha irregular e inclinada representa a vida prática, não perfeita do crente, mas progredindo na direção do padrão perfeito de Deus.


O velho apóstolo Paulo, ao falar da necessidade de progredir na santificação, reconhecia que estava longe de ser perfeito (Fp 3.12). Mesmo assim, continuava a esforçar-se, conforme o exemplo perfeito de Cristo.

“Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo.. (Fp 3.12).


Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: es­quecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, (Fp 3.13). prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. ” (Fp 3.14).


II. LIBERTO DA NATUREZA PECAMINOSA

Quando Saulo, o pecador, foi transformado em Paulo, o santo, todos os seus pecados do passado foram perdoados. Teve um novo começo de vida, e, além disto, recebeu uma nova natu­reza, e, destarte, tornou-se uma nova criatura em Cristo. Uma coisa, porém, havia no “novo” Paulo que não se alterara: a velha natureza humana de Saulo ainda estava ativa na sua vida, não tendo sido suprimida. A velha natureza coexistia com a nova natureza.


Em Romanos 7 e 8 Paulo testifica como a batalha diária que travava contra a velha natu­reza , levou-o ao desespero. Mas também escreve como conseguiu libertar-se do domínio da velha natureza. Examinemos quatro passos para galgar esta liberdade. Reconheça a Origem do Problema e a Solução (Rm 7.7-25). O crente não deve enganar-se, pensando que sua velha natureza pecaminosa será total­ mente erradicada ou transformada, enquanto viver aqui. Ela não perderá a sua força, mas um poder superior a dominará e ela perderá então a sua influência! Embora a velha natureza nunca mude, o crente muda! É importante que o crente reconheça a existência em si desta velha natureza, que quer sempre fazer a sua própria vontade, e, saiba como obter o controle sobre ela. Note como Paulo reconhece este fato.

“mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. ” “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7.23,24).

Paulo reconheceu que em si mesmo não tinha qualquer forca para dominar a velha natu­reza que se lhe opunha, quanto a fazer a vontade de Deus; daí, ele voltar-se para a fonte de poder divino que o faria libertar-se. Confiadamente, agradeceu a Deus pela vitória.

“Graças a Deus p o r Jesus Cristo, nosso Senhor... Porque a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte. ” (Rm 7.25; 8.2).

Não Desanime (Rm 8.1-4) É estranho, porém verídico, que a presença real e constante do Espírito Santo na vida do crente, às vezes o faz sentir-se mais pecador do que justo! É porque o Espírito Santo é como uma luz que brilha com fulgor nos compartimentos da vida há muito tempo abandonados ao descui­do. Quando tais compartimentos são deixados no escuro, parece até que estão limpos, mas a luz do Espírito Santo revela toda sujeira e a imundícia que vai se acumulando ali. Quando o Espírito Santo convence de pecados o coração, o crente pode ser tentado e desanimar. Talvez tenha sido ensinado que sua nova vida como crente seria de vitória constante. Destarte, seus fracassos e sua consciência perturbada, o podem levá-lo a duvidar da sua salvação. Ele precisa saber que é salvo, não pela guarda da Lei, mas, pelo fato de estar em Cristo, andando segundo o Espírito.


“Portanto agora já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito. ” (Rm 8.1 - ARC). “afim de que o preceito da lei se cumprisse em nós que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. ” (Rm 8.4). “Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra. ” (Rm 7.6).

Andar no Espírito (Rm 8.5-9) A fonte da santificação é o poder do Espírito Santo, mas somente a escolha ou o assenti­ mento do crente pode libertar aquele poder. Alguns crentes pensam erroneamente que, “andar no Espírito”, é ser um “robô espiritual”; que é ser totalmente controlado por uma força divina sobre­ natural. Isto está longe da realidade, pois a natureza pecaminosa do homem nunca será erradicada nesta vida, e o Espírito Santo nunca forçará o crente a ser justo, contra a sua vontade. Ele mesmo deve escolher em retidão, mediante o poder e a direção do Espírito Santo. Uma vez salvo, o crente tem oportunidades para glorificar a Deus diariamente, ao escolher seguir a direção do Espírito, ao invés de submeter-se às exigências maléficas da velha natureza pecaminosa. Por esta razão Paulo lembra o crente da sua responsabilidade. Sua mente deve estar disposta a obedecer ao Espírito. Quanto mais ele submete ao querer do Espírito Santo, mais experi­ente ele se toma quanto a encarar espiritualmente as situações da vida. Este estado do crente ter uma mente decidida a obedecer ao Espírito é chamado “andar no Espírito”.

“Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito. ” (Rm 8.5). “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós ... ” (Rm 8.9).

Não Dar Atenção à Velha Natureza (Rm 8.10-12) Paulo ilustra o relacionamento entre o crente e a velha natureza pecaminosa, usando a figura de um escravo moribundo. Uma vez morto, o escravo já não está obrigado a servir a seu antigo senhor. Destarte, o crente deve considerar-se morto para o pecado (seu antigo senhor), mas vivo para Deus: “Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida, por causa da justiça. ” (Rm 8.10).

Quando o antigo senhor (a natureza pecaminosa) quer constranger o crente a prestar-lhe um “serviço”, o crente pode dizer com confiança: “não posso fazer tal coisa, pois estou morto. Não sou obrigado a servi-lo!” O crente, que agora tem um novo Senhor (Cristo), deve esforçar-se para servir a este novo Senhor com toda fidelidade e constância. Assim fazendo, ele não terá tempo, nem interesse de voltar a servir à velha natureza (Rm 8.12).


III. LIBERTO DOS MAUS PENSAMENTOS


Em sua segunda carta à igreja de Corinto (2 Co 10.3-5), Paulo observou que os pensamentos deles tinham sido escravizados por ideias falsas. Empregando a metáfora de um exército antigo libertando uma terra cativa, Paulo escreve acerca do seu plano para voltar a Corinto a fim de destruir as filosofias malignas (as fortalezas) e fazer com que aqueles crentes tivessem seus pensamentos dominados por Cristo. “Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas: anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conheci­ mento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo. ”

A Destruição das Fortalezas Ao escrever acerca de fortalezas, Paulo se referiu às filosofias mundanas que podem alojar na mente do crente, a ponto de dominarem seu modo de pensar. Um destes tipos de “forta­leza” é a “intelectual”. Isto tem a ver com as filosofias humanas com base na suposição de que a sabedoria humana é superior à sabedoria bíblica. Os defensores de tais ideias acham que a Bíblia deve concordar com o saber científico e intelectual. Exemplos disso são: a teoria da evolução, a alta crítica quanto à atualidade da Bíblia e as filosofias seculares, tais como o humanismo. Paulo adverte: “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo. ” (Cl 2.8). Outro tipo perigoso de “fortaleza” é a da “moral”, que representa as atitudes da sociedade ímpia para com o sexo, a honestidade, a justiça, direitos pessoais, vestes etc. Quando o crente enfrenta pressões de uma sociedade que vive de acordo com falsas ideias e maus padrões de comporta­ mento, é fácil para ele contaminar-se com estas atitudes, de maneira bem semelhante a quem pega um resfriado no meio de uma multidão. A popularidade, no entanto, não é base para julgamento quanto ao que é certo ou errado do ponto de vista bíblico. Um grupo de pessoas pode pecar em conjunto, mas cada pessoa responderá diante de Deus por seus atos individualmente. Daí, Paulo advertir solenemente: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente ... ” (Rm 12.2). Um terceiro tipo de “fortaleza” é a “espiritual”. Trata-se das falsas filosofias religiosas que podem invadir a mente do crente, e, se forem aceitas, podem tornar-se em poderosas fortale­zas contra pensamentos ou conceitos bíblicos. Estas falsas filosofias aparentam ser espirituais, e até mesmo fazem referências a Cristo e a Deus. Tais filosofias pseudo-religiosas podem ser detectadas pelo fato de torcerem e darem sentido diferente às Escrituras e pela ausência do Espí­rito Santo como fonte de poder, “tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes. ” (2 Tm 3.5).

O Esforço do Crente para o Controle da Mente Nenhuma guerra pode ser travada, e muito menos ganha, a não ser que os soldados este­jam dispostos a lutar. A batalha pelo controle da mente do crente não pode ser ganha se o crente não considera importante a luta. Consideremos aqui três razões porque a batalha para o crente libertar-se de pensamentos impróprios é tão importante para o seu bem-estar espiritual. Em primeiro lugar, se o crente acalenta pensamentos ímpios, isto resultará em atitudes e ações pecaminosas. Pensamentos ímpios resultam em dúvida, preocupação, medo, amargura, orgulho, competição, ciúmes, egoísmo, espírito de crítica, depressão e. autojustiça. Às vezes tendemos a deixar pensamentos indignos dominar nossas mentes, só porque não são pecados abertos, mas, sim, meramente pecados “mentais”. Realmente não parecem pe­cado. Mas a Bíblia nos ensina que o homem é aquilo que ele pensa! “Porque, como imagina em sua alma, assim ele é ...” (Pv 23.7). Destarte, os maus pensamentos são pecaminosos porque resultarão em ações ímpias. Por esta razão, Deus tanto menciona a predominância dos pensa­ mentos retos em nosso espírito, alimentar pensamentos malignos é pecado.

“Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus ... ” (Rm 8.7). “Os desígnios do insensato são pecado ...” (Pv 24.9) “Abomináveis são para o Senhor os pensamentos do mau ... ” (Pv 15.26 - ARC)

Em segundo lugar, o crente precisa reconhecer o fato de que, ao dar guarida a pensamen­tos pecaminosos, torna-se vulnerável às tentações. Por exemplo, se um crente ficar alimentando pensamentos ímpios acerca do sexo oposto, ele (ou ela) estando na presença do tal sexo, será tentado a pecar.

“Todas as coisas são puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada é puro. Porque tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas. ” (Tt 1.15). “Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. ” (Tg 1.14). i«

Em terceiro lugar, é importante para o crente entender que pensamentos malignos são como sementes, plantados no jardim da mente. Se não forem completamente removidos, cresce­rão e se multiplicarão, e produzirão um jardim de ervas daninhas malignas, ao invés do “fruto do Espírito”.

“Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias. ” (Mt 15.19).

Tendo em vista o sério perigo de permitir que pensamentos ímpios dominem ou até mes­mo habitem a nossa mente, a pergunta importante para o crente é: “... Até quando hospedarás contigo os teus maus pensamentos?” (Jr 4.14).

Pensamentos Dominados - Pensamentos Obedientes O ataque a ser feito contra maus pensamentos deve ser tríplice: 1. mortificar tais pensamentos, eliminando sua fonte supridora;
2. vencer os pensamentos indignos com pensamentos da parte de Deus; 3. repelir pensamentos malignos, admitindo em seu lugar pensamentos segundo a mente de Cristo. Um pensamento aumentará em proporção direta ao estímulo que receber. Da mesma forma, ele enfraquecerá e acabará, se sua fonte de alimentação for eliminada. O pensamento pecaminoso pode ser dominado, controlando-se o meio de alimentação que o traz à mente, através da vista e do ouvido. Evitando maus amigos e lugares ou situações inconvenientes, o crente pode controlar cuidadosamente aquilo que vê, que lê e que ouve. Tal guerra “defensiva” não basta. O cristão precisa adotar uma posição firme ofensiva contra os maus pensamentos, pensando santamente. Ao tomar sobre si os pensamentos de Deus, que são as Escrituras, e ao meditar nelas, o crente voltará a ter pensamentos bons, em lugar de maus.

“Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti. ” (Is 26.3 - ARC). “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti. ” (SI 119.11). “Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo a tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido. ” (Js 1.8).

Finalmente, não somente temos necessidade de controlar nossos pensamentos, como tam­bém precisamos servir a Cristo ativamente através da nossa vida mental. “... levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo. ” (2 Co 10.5). Como, porém, o crente pode servir a Cristo através dos seus pensamentos? Em primeiro lugar, o crente precisa fortalecer seus pensamentos puros mais e mais, por meio da comunhão cristã, dos cultos na igreja, da literatura apropriada, dos estudos bíblicos etc. Em segundo lugar, o crente deve lembrar-se que a chave para progredir numa comunhão maior com Deus é meditando na Sua Palavra e perseverando em oração. A mente sempre voltada para Deus, com certeza está protegida dos pensamentos malignos. E, naturalmente, uma mente inundada de pensamentos santos, resultará não somente em pensamentos de louvor e glória a Deus, como também em ações que glorifiquem a Deus!

“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus. ” (Fp 4.7).


“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. ” (Fp 4.8). “Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra. ” (Cl 3.2).

IV. LIBERTO DA CARNALIDADE

 Há uma fábula antiga que fala acerca de um macaco que colocou a pata no fundo de um vaso de barro, no qual se achava um objeto brilhante. Agarrou o objeto e procurou tirar a pata, quando então percebeu que o gargalo do vaso era muito estreito para dar passagem à sua pata fechada, contendo o objeto. O macaco ficou sentado, preso pelo vaso, e recusando-se a soltar o cobiçado objeto que acabara de achar. Finalmente, resolveu sair do local, arrastando consigo o vaso pesado. Foi des­cendo a estrada com grande esforço, e ficou cada vez mais exausto após cada passo. Mesmo assim, não queria soltar o tesouro. Finalmente, exausto, ele caiu de sono, e nunca mais acordou. Porque enquanto dormia um sono profundo, foi descoberto por um leão faminto!

O Peso Perigoso A Bíblia descreve o diabo como um leão faminto, procurando crentes que estão domina­ dos e vencidos por seus pecados secretos.

“Sede sóbrios e vigilantes. O Diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar. ” (1 Pe 5.8).

A Bíblia também faz uma advertência clara contra a recusa do crente em submeter cada área da sua vida ao Senhor. Qualquer área da sua vida que o crente procura manter sob controle, pode tornar-se o peso que estorvará o seu progresso espiritual nas demais áreas.

“Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de teste­munhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos as­ sedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. ” (Hb 12.1,2).

O versículo acima declara que crentes verdadeiros, que estão seguindo a Cristo, mas conservam um pecado “secreto” na sua vida, precisam deixá-lo de lado, porque isso somente impede seu progresso no andar da fé. Pode-se perguntar: - Mas um crente pode pecar deliberadamente e continuar salvo? O macaco ainda estava com vida no momento em que se recusou a soltar o objeto furtado? Sim, mas a cobiça na qual persistiu, finalmente levou-o à morte. É bom lembrar que a salvação é, em primeiro lugar, uma questão do coração. A condição do coração é vista nos pensamentos, nas atitudes e nas ações. A medida em que a dedicação a Cristo da parte do crente, começar a decair, os pecados começarão a aparecer na sua vida. Destarte, o ressentimento de uma dona de casa, as mentiras que um pai conta ao seu chefe, o pregador que usa sua posição para aumentar sua arrogância, ou um jovem que rebela contra a autoridade, podem, todos eles, ser indicações do enfraquecimento da dedicação a Cristo. Às vezes a falta de boas obras (Tg 2.17) ou os muitos pecados, tornam-se óbvios até mesmo para o olho “humano” mais imperfeito. Fica tristemente claro que aquela pessoa está deixando morrer lentamente sua fé e sua “nova vida”. Na maioria dos casos, somente Deus sabe quando o coração está se encaminhando na direção de um abandono final de Cristo. “... O ho­mem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração. ” (1 Sm 16.7).

Empregue Com Sabedoria a Sua Liberdade Quando Paulo pregava que o homem não era salvo pela Lei, mas, sim, pela sua comu­nhão com Cristo, não estava tolerando o pecado, nem favorecendo uma atitude branda para com ele. Ele ficava profundamente entristecido por causa do crente mal orientado, que pensasse: “Muito bem, se o Pai Celestial nos corrige com uma vara, ao invés de uma espada, vou tomar minhas liberdades.” Semelhante atitude representa uma aplicação totalmente falsa da verdadeira liberdade da Lei. Paulo diz:

“Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne ... ” (G15.13). “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos? ” (Rm 6.1,2).

A liberdade em Cristo não é liberdade para pecar, mas, sim, liberdade para vivermos acima do pecado! Liberto da escravidão do medo, o crente está livre para servir a Deus, com dedicação total, por causa do seu amor para com Deus. O propósito de vivermos uma vida piedo­sa deve ser o de glorificar a Deus. O crente que abusa desta graça, é apropriadamente chamado de “crente carnal” (1 Co 3.1). Ao empregar este termo, Paulo está fazendo distinções entre “crentes espirituais” e “crentes carnais”, estando estes últimos inclinados a seguir os ditames da sua velha natureza, ao invés de pautar-se pela nova natureza espiritual. Paulo distingue entre estes crentes e os incrédulos ou o “homem natural”, o qual só possui a natureza pecaminosa.


O gráfico abaixo retrata o estado da santificação do crente carnal. Note o “tamanho” da sua fé, que começa a diminuir desde o momento em que ele permite que o pecado domine a sua vida.

O PADRÃO DE DEUS

Os efeitos negativos de uma vida cristã carnal, são inúmeros e muitas vezes irreparáveis. A falta de total dedicação a Cristo impede a comunhão com Deus (Is 59.2), impede a comunhão com outros crentes (Gl  5.13,15), conduz à apostasia (2 Co 4.1-5), motiva os descrentes a rejeitar a Deus e a ridicularizá-lO (Rm 2.24); pode até mesmo fazer um irmão fraco cair (1 Co 8.11,12) e causar a perda de galardão (1 Co 3.15). 

A solução para ser liberto da carnalidade é retornar a uma plena dedicação ao Senhor, separando-se totalmente do pecado. A restauração da comunhão como Senhor requer uma con­fissão de arrependimento (1 Jo 1.9), e uma nova e total entrega da vida da pessoa a Deus, como um sacrifício vivo (Rm 12.1). O crente carnal necessita concertar-se com Deus, e ao mesmo tempo romper de vez com o pecado! A medida que aproxima-se de Deus, o crente será motivado a abster-se do pecado (Tg 4.7,8) e, ao separar-se de situações ou pessoas pecaminosas, neutralizará a tentação para pecar. Paulo admoesta o crente a não abrigar pecado em sua vida.

“mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para carne no tocante às suas concupiscências. ’’ (Rm 13.14). “nem deis lugar ao Diabo. ” (Ef 4.27). “Foge, outrossim, das paixões da mocidade ... ” (2 Tm 2.22). “Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos ... ” (2 Co 6.17).


“O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia. ” (Pv 28.13).

Ainda que um crente caia num certo pecado, ele não será obrigado a continuar sob o seu domínio, a não ser que ele queira permanecer assim. Nesse caso, o pecado sendo algo tão mau, pode tornar-se natural, o que é ainda mais perigoso. Cristo concede poder divino para ajudar o crente a vencer a tentação.

“Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permi­tirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar. ” (1 Co 10.13).


LIBERTO DA ESTAGNAÇÃO

A santificação é caracterizada, não por galgarmos um alto nível de atividade cristã, mas, sim, por um contínuo crescimento na graça de Deus até o fim da vida física do crente. A santida­de bíblica não tem lugar na vida do crente, se este não reconhece a sua falta de conformidade com o padrão perfeito de Cristo, ou desculpa-se dizendo que não pode atingi-lo.

O Erro Comum É um erro comum equiparar a santificação bíblica com os padrões da igreja local. Toda igreja precisa estabelecer um alvo padrão de exigências para a sua membrezia manter comunhão com ela, mas tal padrão, mesmo elevado, sempre representa apenas uma fração do padrão que Deus tem para os crentes. Ele é, portanto, de natureza limitada. E evidente que a igreja não pode fazer exigências baseadas apenas em pensamentos e atitudes. O obreiro da igreja, ou seja quem for, não tem o direito de seguir o crente até seu lar ou qualquer outro lugar a fim de se informar sobre seu relacionamento com quem quer que seja. Suas conclusões seriam injustas. Somente Deus pode verdadeiramente ver e conhecer os pensamentos e as intenções do nosso coração. Destarte, o padrão da igreja é geralmente limitado a alguns pecados piores ou a outros modos visíveis de comportamento, que representam o testemunho da igreja diante do mundo. Por contraste, o padrão de Deus é o próprio Cristo. “Pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, ” (1 Pe 2.21). Nenhum livro de regras poderia descrever todas as situações e respostas necessárias para seguir o padrão de Cristo de modo perfeito. Por esta razão, a Bíblia ressalta que o crente deve “ser” muito mais do que aquilo que deve “fazer”. Pois aquilo que o homem é, será demonstrado pelo que ele faz. O crente que somente vive segundo os padrões aprovados pelos homens, terá estagnado o seu crescimento cristão. Ele deixará de seguir os princípios ensinados na Bíblia, que são apro­priados para qualquer situação possível na vida. O gráfico da página seguinte, ilustra o crente que vive segundo falsos conceitos de santificação. Note que sua fé e sua santificação crescem até o ponto que ele acha que é perfeito, ou que é bastante bom para agradar a Deus. Daí começa a estagnar-se.

No mundo vegetal, nota-se que tudo que não é verde, ou não está crescendo, está maduro ou apodrecendo. Esta verdade pode ser aplicada ao mundo espiritual. O crente que pensa que chegou a um ponto de “maturidade espiritual” e que não há possibilidade de crescer mais, logo começará a entrar em decadência espiritual. Embora mantenha um padrão alto diante dos ho­mens, descobrirá que está deixando o primeiro amor que sentia pelo Senhor, no começo da fé.

Crescimento em Todas as Áreas da Vida Cristã Um caso interessante quanto à santificação, vemos no ritual da purificação dos leprosos, segundo Levítico 14.12-18. O leproso purificado oferecia um sacrifício, e um pouco do sangue do dito sacrifício era aplicado à ponta da sua orelha direita, ao polegar direito e ao dedo maior do pé direito. Além disto, era aplicado azeite nesses três lugares. Finalmente, era derramado azeite sobre o homem, cobrindo seu corpo. Enquanto o sangue simbolizava a purificação inicial, o azeite simbolizava a cura contínua e uma nova vida em santidade. Assim acontece com a santificação. O crente teve o sangue de Cristo aplicado à sua alma, figuradamente da cabeça até os pés, portanto, está legalmente lavado de todos os pecados. Além disto, porém, precisa do poder do Espírito Santo aplicado em todas as áreas da sua vida, para que possa obter vitória sobre o pecado na sua vida diária. Esta vitória pelo Espírito Santo é simboli­zada pelo azeite que é derramado sobre a pessoa, e que toca todas as áreas da sua vida. Paulo referiu-se a esta obra completa e santificadora do Espírito, quando disse: “O mes­mo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. ” (1 Ts 5.23). Note que a ordem é espírito, alma e corpo. Se a ordem fosse invertida, representaria a reforma humana; não a santificação espiritual. A reforma humana resulta apenas na obediência superficial. Note a ilustração da santificação espiritual no gráfico a seguir. O círculo mais interno representa o espírito, o seguinte representa a alma, e o círculo externo, o corpo.

A exortação de Paulo em Filipenses 2, é um versículo-chave para o crente que está para­lisado na sua vida espiritual.

“Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor. ” ÍFp 2.12).

A Santificação e o Batismo no Espírito Santo O Espírito Santo habita em todos os verdadeiros crentes. Contudo, como alguém já de­clarou, o Espírito Santo nem sempre governa o crente na sua totalidade. A santificação é o processo em que o crente, mais e mais, entrega o controle da sua vida ao Espírito Santo. Uma das evidências da submissão do crente ao controle do Espírito Santo é o batismo do Espírito Santo com a evidência física do falar noutras línguas. Vejamos alguns esclarecimentos sobre este assunto. Em primeiro lugar, o batismo do Espírito Santo não é uma promoção para o crente ingres­sar numa elite espiritual; pelo contrário, é um dom gratuito concedido a todos os que sincera­ mente o buscarem.

Em segundo lugar, esse batismo concede poder adicional na vida do crente, para que este viva uma vida santa e piedosa. Mas esta experiência não substitui a necessidade diária do crente de disciplinar sua própria vontade e servir ativamente a Cristo. Nem esta experiência imuniza o crente contra as tentações comuns. Até mesmo o apóstolo Pedro, uma das colunas da Igreja primitiva, tendo sido cheio do Espírito Santo, cometeu pecado de hipocrisia. Por motivos políti­cos, comprometeu sua posição doutrinária sobre a salvação, e, por fim, deu motivo para que outros errassem doutrinariamente, inclusive Barnabé.

O pecado dele é ocultado nalgumas traduções, mediante a frase “... os demais judeus dissimularam com ele ... ” (Gl 2.13). Na língua original, porém, dissimular significa agir hipo­critamente. O versículo realmente diz: “Os demais judeus agiram hipocritamente com ele. Não é de se admirar que a última linha escrita por Pedro, admoesta: “antes, crescei na graça... ” (2 Pe 3.18).


Na próxima matéria estaremos falando sobre o tema: Advertências e problemas.