sexta-feira, 22 de março de 2019

Série de mensagens sobre Moisés : A biografia de Moisés

Por: Jânio Santos de Oliveira

                                                                                             
Presbítero e professor de teologia da Igreja

 Assembléia de Deus no Estácio

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Meus amados e queridos irmãos em cristo Jesus, a PAZ DO SENHOR!

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 Êxodo 1.1-14

1 - Estes, pois, são os nomes dos filhos de Israel, que entraram no 

Egito com Jacó; cada um entrou com sua casa:

2 - Rúben, Si meão, Levi e Judá;

3 - Issacar, Zebulom e Benjamim;

4 - Dã, Naftali, Cade e Aser.

5 - Todas as almas, pois, que descenderam de Jacó foram setenta 

almas; José, porém, estava no Egito.

6 - Sendo, pois, José falecido, e todos os seus irmãos, e toda 

aquela geração, 

7 - os filhos de Israel frutificaram, e aumentaram muito, e 

multiplicaram-se, e foram fortalecidos grandemente; de maneira 

que a terra se encheu deles.

8 - Depois, levantou-se um novo rei sobre o Egito, que não 

conhecera a José, 9-o qual disse ao seu povo: Eis que o povo dos 

filhos de Israel é muito e mais poderoso do que nós.

10 - Eia, usemos sabiamente para com ele, para que não se 

multiplique, e aconteça que, vindo guerra, ele também se ajunte 

com os nossos inimigos, e peleje contra nós, e suba da terra.

11 - E os egípcios puseram sobre eles maiorais de tributos, para 

os afligirem com suas cargas. E edificaram a Faraó cidades de 

tesouros, Pitom e Ramessés.

12 - Mas, quanto mais os afligiam, tanto mais se multiplicavam e 

tanto mais cresciam; de maneira que se enfadavam por causa dos 

filhos de Israel.

13 - E os egípcios faziam servir os filhos de Israel com dureza;


14 - assim, lhes fizeram amargar a vida com dura servidão, em 

barro e em tijolos, e com todo o trabalho no campo, com todo o 

seu serviço, em que os serviam com dureza.




Meus amados irmãos em Cristo Jesus a partir de agora estaremos 

desenvolvendo uma série de conferências sobre Moisés com os 

seguintes tema:





1. A biografia de Moisés

2. Quando Deus Quer

3. Aprendendo a ser manso com Moisés.

4. As desculpas de Moisés.

5. As  dificuldades do missionário Moisés.

6. Os problemas envolvendo a esposa de Moisés.


7. Os milagres operados por Deus através de Moisés.


8.A Lei de Moisés 

9.   O tabernáculo e a tipologia bíblica

10. O tríplice pecado de Moisés e a sua não entrada em Canaã.

Desejo a você meu irmão e internauta que seja abençoada com esta serie de estudos da Palavra de Deus




I. O pano de fundo e antecedentes de Moisés

1. A história do Egito.

Não podemos datar, com precisão, quando chegaram os 

primeiros colonizadores aos territórios egípcios. Quanto mais 


recuamos no tempo, mais a cronologia torna-se imprecisa.

Sabemos, contudo, que os primeiros habitantes dessa região 


foram nômades. Após uma vida de árduas e incômodas 


peregrinações, eles começaram a organizar-se em pequenos 


Estados. Essas diminutas e inexpressivas unidades políticas 


conhecidas como nomos, foram agrupando-se com o passar 


dos séculos, até formarem dois grandes reinos: o Alto Egito, 


no Sul; e, o Baixo Egito, no Norte. Ambos estavam 


localizados, respectivamente, no Vale do Nilo e no Delta do 


mesmo rio. Entre ambas as regiões havia um forte contraste. 


Seus deuses eram diferentes, como diferentes eram, também, 


seus dialetos e costumes. Até mesmo a filosofia de vida desses 


povos eram marcadas por visíveis antagonismos. Declara o 


egiptólogo Wilson: "Em todo o curso da história, essas duas 


regiões se diferenciaram e tiveram consciência da sua 


diferenciação. Quer nos tempos antigos, como nos modernos, 


as duas regiões falam dialetos muito diferentes e veem a vida 


com perspectivas também diferentes."


Sobre essa época, escreve Idel Becker: "Neste período pré-


dinástico, o desenvolvimento da cultura egípcia foi, quase 


totalmente, autóctone e interno. Houve apenas, alguns 


elementos de evidente influência mesopotâmica: o selo 


cilíndrico, a arquitetura monumental, certos motivos 


artísticos e, talvez, a própria ideia da escrita. Há, nessa 


época, progressos básicos nas artes, ofícios e ciências. 


Trabalhou-se a pedra, o cobre e o ouro (instrumentos, armas, 


ornamentos, joias). Havia olarias; vidragem; sistemas de 


irrigação. Foi-se formando o Direito, baseado nos usos e 


costumes tradicionais – leis consuetudinárias."



2 . A unificação do Egito

Em consequência de suas muitas diferenças, o Alto e o Baixo 

Egito travaram violentas e desgastantes guerras por um 


longo período. Essas constantes escaramuças enfraqueciam 


ambos os reinos, tornando-os vulneráveis a ataques externos. 


Consciente da inutilidade desses conflitos, Menés, rei do Alto 


Egito, conquista o Baixo Egito. Depois de algumas reformas 


administrativas, esse monarca (para alguns historiadores, 


uma figura lendária) unificou o país, estabeleceu a primeira 


dinastia e tornou Tínis, a capital de seu vasto império.


A unificação do Egito ocorreu, de acordo com cálculos 


aproximados, entre 3.000 a 2.780 a.C. Nesta mesma época, 


os egípcios começaram a fazer uso da escrita e de um 


calendário de 365 dias.


Unificados, o Alto e Baixo Egito transformaram-se no mais 


florescente e poderoso império da antiguidade. Os reis 


iniciaram a construção das grandes pirâmides, que lhes 


serviu de tumba. Por causa desses arroubos arquitetônicos, 


receberam o apelido de "casa grande" - faraó. Então, a 


cultura egípcia alcançou proporções consideráveis.

No final do Antigo Império, que abrange o período de 2.780 a 


2.400 a.C, o poder dos faraós começou a declinar. O fim 


dessa era de glórias é marcado por revoltas e desordens, 


ocasionadas pelos governadores dos nomos.

Uma febre de independência alastra-se por todo o pais. 


Cresce, cada vez mais, o poder da nobreza; a influência da 


realeza decai continuamente. Aproveitando-se desse caos 


generalizado, diversas tribos negroides e asiáticas invadem o 


país.


Graças, entretanto, a intervenção dos faraós tebanos, o Egito 


consegue reorganizar-se, pelo menos até a agressão hicsa.

3. A invasão dos hicsos

Não obstante a segurança trazida pelos príncipes de Tebas 

(11 dinastia) e pelas conquistas político-sociais do povo, o 


Egito começa a sofrer incursões de um bando aguerrido de 


pastores asiáticos. Nem mesmo o prestígio internacional dos 


faraós seria suficiente para tornar defensáveis as fronteiras 


egípcias.

Esses invasores, que dominariam o Egito por 200 anos, 


aproximadamente, são conhecidos como hicsos. Eles iniciam 


sua dominação em 1.785 e são expulsos por volta de 1580 


a.C. Idel Becker, com muito critério, fala-nos acerca desse 


conturbado período: "Esta é a época mais confusa e discutida 


da história do antigo Egito: um período de invasões e de caos 


interno. Os hicsos - conglomerado de povos semitas e 


arianos, invadiram o Egito (através do istmo que o ligava à 


península do Sinai), venceram os exércitos de faraó e 


dominaram grande parte do país. Possuíam cavalos e carros 


de guerra (com rodas); e armas de bronze (ou talvez, mesmo, 


de ferro), mais bem acabadas e mais fáceis de manejar do 


que as dos egípcios. Tudo isso explica a sua superioridade 


bélica e os seus triunfos militares. Os hicsos talvez estivessem 


fugindo da pressão dos invasores indo-europeus (hititas, 


cassitas e mitanianos), sobre o Crescente Fértil."

Com os hicsos, acrescenta Becker, devem ter entrado no 


Egito os hebreus.

4.  Novo Império

Com a expulsão dos hicsos, renasce o Império Egípcio com 

grande pujança. Com Ames I, os faraós tornaram-se 


imperialistas e belicosos. Tutmés III, por exemplo, conquistou 


a Síria e obrigou os fenícios, cananitas e assírios a pagarem-


lhe tributo.

A expansão egípcia, entretanto, esbarrou nos interesses dos 


poderosos hititas, senhores absolutos da Ásia Menor. Na 


ocasião, o célebre faraó, Ramsés II fez ingentes esforços para 


vencê-los. Como não conseguiu o seu intento, assinou com o 


reino hitita um tratado de paz, que vigorou por muitos anos.

Foi durante o Novo Império (1580-1200 a.C), que os 


israelitas começaram a ser escravizados pelos faraós. 4 – 


Decadência Após o Novo Império, o Egito começou a sofrer 


sucessivas intervenções: líbia, etíope, indo-européia, assíria, 


persa, grega e romana. Em linhas gerais, essa nação, cujo 


passado foi tão glorioso, pertenceu ao Império Romano, 


durante 400 anos; ao Império Bizantino, durante 300 anos. 


No Século VII d.C, fica sob a tutela dos muçulmanos. A partir 


de 1400, torna-se possessão turca. No Século XIX, fica sob a 


custódia franco-inglesa. No início deste Século, torna-se 


protetorado inglês.


Em 1922, todavia, conquista sua independência. Hoje, porém, 


não passa de um apagado reflexo de sua primeira glória.



II. Uma síntese da biografia de moisés


Um resumo da biografia de Moisés
Primeira Fase Na Vida De Moisés - 40 Anos Grande
Segunda Fase Na Vida De Moisés - 40 Anos Pequeno
Terceira Fase Na Vida De Moisés - 40 Anos Liderando
Reaparecimento De Moisés - Glória
Linha De Tempo Da Vida De Moisés - Resumo
Bibliografia


MOISÉS, UM HOMEM QUE CONHECEU DEUS
FACE A FACE (Dt 34.10)



1. PRIMEIRA FASE DA VIDA DE MOISÉS:

40 anos no Egito, aprendendo a ser "GRANDE", treinando para comandar uma grande multidão.

        
A.  SUA FAMÍLIA:



a.  Seu pai e sua mãe : (Ex 6:20), Eram Anrão (viveu 137 anos) e Joquebede.

b. Tribo a que pertencia: (Ex 2:1), Casa de Levi.

c.  Seu Irmão: (Ex 4:14), Arão, o levita.

d. Sua Irmã: (Ex 15:20), Miriã.


B. SEUS PRIMEIROS ANOS:


a. Seu Nascimento: (Ex 2:2), Por volta de 1520 a.C., concebeu Joquebede.  

b.  Criança Incomum: (Ex 2:2; At 7:20), Muito formoso.

c.  Providência Divina: (Ex 2:3), "Sem mais poder escondê-lo, colocou-o no rio dentro de uma arca de juncos."

d.  Adoção: (Ex 2:4-10), A irmã de faraó, possivelmente Hatshepsut , princesa, filha de Totmés, o adotou como filho e portanto príncipe dos egípcios.


e. Origem de seu Nome: (Ex 2:10), "Porque das águas o tenho tirado."

      
C. SUA JUVENTUDE:


a.  Educação: (At 7:22), Instruído em toda a ciência do Egito e poderoso em palavras e obras; excelente escritor (o mais provável escritor do Pentateuco, Ex 17:14; 24:4; 34:27; At 15:21); exímio lutador (Ex 2:12); conhecedor de táticas de guerra e comando; matemático; astrônomo, conhecedor de geografia e ciências ocultas; pastor de ovelhas; legislador e sacerdote.



b. Identificação com seu povo: (Hb 11:25,26), Escolhendo antes ser maltratado com o povo de DEUS, deixando fama, poder, riqueza e glória daqui, da terra, pois esperava coisas melhores e mais excelentes, eternas, no céu, junto a JESUS CRISTO.

c. Tentando ajudar seu Povo: (Ex 2:11,12), Viu o sofrimento do povo e tentou livrá-los, matando um egípcio (tentando à sua própria maneira sem saber a de DEUS).  

d. Não Compreendido: (Ex 2:14; At 7:22-28), Acusado de assassinato.

e. Sua Fuga: (Ex 2:15; At 7:28,29), Fugiu de faraó para a terra de Mídia ( Edom).


2.  SEGUNDA FASE DA VIDA DE MOISÉS:  


40 anos em Mídia, deserto de Edom, aprendendo a ser manso e humilde para servir a DEUS, aprendendo com as ovelhas a ser "PEQUENO" diante do senhor e não reclamar quando pressionado.


A - SUA IDADE DE PASTOR DE OVELHAS: (At 7:23-30), 40 anos no deserto pastoreando ovelhas que não berram quando estão sendo tosquiadas (Is 53:7).  

B. SEU CASAMENTO: (Ex 2:21), Zípora, mulher provavelmente morena
(Cusita).

C - SEU ISOLAMENTO: (EXÍLIO, At 7:29,30), Estrangeiro na terra de Mídia.

D- SEU CHAMADO:   

(Ex 3; At 7:30-35), Havia ali muitas sarças mas só uma ardia e não se consumia com o fogo santo do senhor. "Tira as sandálias dos teus pés porque o lugar que pisas, santo é."



F. SUA RECUSA E MOTIVOS:

Sem visão espiritual e humilde.

a.  Pessoal: (Ex 3:11), "Quem sou eu."

b.  Povo: (Ex 4:1), "Como saberão que foi DEUS que me enviou?"

c.  Eloquência: (Ex 4:10,11), "Pesado de boca e língua."

d.  Substituição: (Ex 4:13), Envia a outro que o senhor escolher.

G- PROMESSAS DE DEUS: Para encorajá-lo.

a.  Presença (Ex 3:12), "Eu serei contigo."

b.  Autoridade: (Ex 3:13,14), "EU SOU o que SOU, EU SOU" me enviou. (Este DEUS não era como os outros, ELE É. N`Ele está contido o universo.

c.  Ajuda: (Ex 4:2-9), Poder para realizar milagres.

d.  Cooperação Humana: (Ex 4:14-16), Arão fala por Moisés.

H- VOLTA AO EGITO: Insegurança.

a.  Apresentando-se: (Ex 4:29-31), O povo o recebe e crê.

b.  Oposição de Faraó: (Ex 5:2), Não conhece a DEUS.

c.  Castigo para o povo de DEUS: (Ex 5:6-19), Aumentado e dificultado o trabalho dos hebreus, além de produzir tijolos deveriam agora também colher a palha para fazê-los.

I. JUÍZO DE DEUS SOBRE O EGITO E SEUS DEUSES: (Nm 33:4), 

Os milagres de DEUS comprovam seu poder e autoridade sobre todos os deuses do Egito que são derrotados e humilhados diante de faraó e seu povo. O coração de faraó estava endurecido e foi endurecido mais ainda por DEUS; foi terrível o castigo. (SI 18).  

a . 1a praga: (Ex 7:14-25), As águas do rio Nilo, sagradas para os egípcios, se tornaram em sangue.

b.  2a Praga: (Ex 8:1-15), Invasão de rãs sobre toda a terra do Egito.  

c.  3a Praga (Ex 8:16-19), Pó da terra tomado em piolhos. "Isto é o dedo de DEUS", disseram os magos a faraó.  

d.  4a Praga: (Ex 8:20-32), Enxames de moscas sobre os egípcios, não sobre a terra de Gósen, onde moravam os hebreus.   

e.  5a Praga: (Ex 9:1-7), Pestilência gravíssima sobre os animais do Egito causando morte aos mesmos.
Separação entre os animais do Egito e dos filhos de Israel.

f.  6a Praga: (Ex 9:8-12), Cinza de forno tomado em pó miúdo que causava sarna e úlceras nos homens e gado por toda a terra do Egito.  

g.  7a Praga: (Ex 9:13-25), Chuva de saraiva que feriu em toda a terra do Egito a todos os homens e animais que não estavam protegidos na terra de Gósen.    

g.  8a Praga: (Ex 10:1-20), A terra do Egito foi toda coberta por uma nuvem de gafanhotos que comeram toda a erva e fruto da terra.

h.  9a Praga: (Ex 10:21-29), Espessas trevas em toda a terra do Egito por 3 dias, menos na terra de Gósen.

i. 10a Praga: Morte dos primogênitos = Páscoa: (significa "passar por cima", saltar, Ex 12:1-28), 
                                                                      
  
Páscoa

j.  A partir do primeiro mês do ano (Abibe).

k.  Dia 10.

l.  Cordeiro sem mácula.

m. Sacrifício aos 14 do mês.

8.10.5- Sangue aspergido nas ombreiras e na verga da porta das casas.

n.  Comido assado em fogo com pães asmos e ervas amargosas.

o. Comer preparado para partir: lombos cingidos. Sapatos nos pés, cajado na mão.

p. Comer apressadamente.  

q. Sete primeiros dias comendo pães asmos.

r.  Guardar e comemorar para sempre como testemunho para os mais jovens.

8.10.11- Cordeiro não devia ter nenhuma mancha e nem osso quebrado.

s 10a Praga: À meia noite todos os primogênitos dos animais e dos homens que habitavam na terra do Egito que não tinham sangue nas vergas das portas de suas casas, foram mortos pelo anjo do senhor.

t.  Anos de Egito: (Ex 12:40), 430 anos fora da terra prometida.



3. TERCEIRA FASE DA VIDA DE MOISÉS:

40 anos guiando, aconselhando e intermediando o povo de Israel do deserto à terra prometida, praticando o que aprendeu.  

A.  ÊXODO: WE'ELLEN = São estes os nomes.

Aqui é narrado a libertação, a revelação de Deus, a santificação e a adoração verdadeira que esse povo deveria, a partir de agora, receber e praticar junto a esse tão glorioso e soberano Deus.

a.  Partida: (Ex 12:27-38), uma multidão de mais ou menos três milhões de pessoas, todos com um mesmo coração, regozijando-se com a libertação dada por DEUS (SI 105:43).  

b.  As colunas: (Ex 13:21), uma coluna de nuvem para os guiar e proteger do sol de dia; à noite, uma coluna de fogo para os guiar e aquecer durante a longa caminhada.

c.  A perseguição: (Lx 14:1-9), encurralados pelas montanhas dos dois lados e o exército de Faraó por trás ainda tinham o mar Vermelho pela frente.

d. 0 livramento: (Ex 14:13-31), o mar foi fendido ao meio para que o povo passasse a seco, mas quando seus perseguidores estavam passando o mar foi fechado e DEUS foi glorificado.

e.  0 cântico de vitória: (Ex 15:1-19), "O SENHOR é a minha força e o meu cântico" (parte do cântico de Moisés).

f.  Mara e Elim: (Ex 15:23-27), águas de Mara eram amargas e se tomaram doces (povo provado). Em Elim DEUS os faz descansar, ali havia doze fontes d'água e setenta palmeiras.

g.  Maná: (Ex 16:14,15), Man no hebraico, foi o alimento dado por DEUS por quarenta anos, coisa miúda e redonda que deveria ser colhido todos os dias menos no sábado; deveria ser: moído, cozido e comido, assim como a Palavra de DEUS deve ser lida, meditada e guardada no coração para alimento espiritual (Mt 4:4). JESUS disse em Jo 6:35: "Eu sou o pão da vida".

1.8- Água da rocha: (Ex 17:1-7).
Lugar chamado Massá e Meribá por causa da contenda do povo com Moisés, o SENHOR fez ali sair água da rocha. JESUS disse em Jo 7:37: "Se alguém tem sede venha a Mim e beba"
                                                                                      
h.  Vitória na cooperação: (Ex 17:8-13), com as mãos levantadas Moisés intercedia por Josué e o exército de Israel contra os Amalequitas; Arão e Hur sustentavam as mãos de Moisés e o SENHOR lhes deu vitória. "Seja o levantar das minhas mãos como o sacrifício da tarde." (SI 141:2B)

i. Os filhos de Moisés: (Ex 18:1-4), Gerson = foi peregrino em terra estranha Eliezer = o DEUS de meu pai foi minha ajuda.

j.  Sábio conselho: (Ex 18:13-23), 

O povo e Moisés estavam se desfalecendo pelas horas de entrevistas e consultas a DEUS desde a manhã até à tarde, quando o sogro de Moisés, Jetro o aconselhou a arranjar auxiliares.  

                                 
B.  MONTE SINAI: (Ex 19:1,2)
Moisés chamado por DEUS, sobe ao monte e ouve que aquele povo deveria ser sacerdotes e santos (feliz o homem cujo deserto termina no Monte Santo de DEUS).

a . Primeira subida: (Ex 19:3-6), DEUS manda Moisés falar ao povo.

b. Aliança: (Ex 19:8), o povo aceitou as palavras de DEUS.

c . Aparição divina: (Ex 19:18-20), descida do SENHOR ao monte como fogo e som de buzina.

d.  Decálogo:(Ex 20:1-17),  

l -   Amar a Deus sobre todas as coisas.
2 -   Não terás outros deuses diante de Mim.
3 -   Não tomarás o nome do SENHOR DEUS em vão.
4 -   Santificarás o sábado.
5 -   Honra teu pai e tua mãe.
6 -   Não matarás.
7 -   Não adulterarás.
8 -   Não furtarás.
9 -   Não darás falso testemunho.
10 - Não cobiçarás o que é alheio. 

“Amarás o SENHOR teu DEUS de todo o teu coração e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento e amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Resumo de JESUS em Mt 22:36-40.

e.  Promessa: ( Mt 23:20-31 ), um anjo é enviado para guardar e mostrar o caminho.

f. Sangue: (Ex 24:6-8), o sangue é derramado como sinal de aliança.

g. Visão dos anciãos: (Ex 24:9-11), o DEUS de Israel tinha debaixo de seus pés uma obra de pedra de safira e como o parecer do céu na sua claridade.

h. Segunda subida: (Ex 24:18), quarenta dias em jejum e na presença de Deus.

 0 bezerro de ouro: (Ex 32:1-6), feito de pendentes de ouro, por Arão em Substituição ao DEUS de Israel.
                        
i. A ira de DEUS: (Ex 32 7-10), DEUS disse para Moisés: "o teu povo se corrompeu" DEUS quer consumir o povo e fazer de Moisés um outro povo.

j.  Primeira intercessão: (Ex 32 11-14), Moisés disse para DEUS: "o teu povo",

lembrando a aliança com Abraão, Isaque e Jacó e a glorificação de seu nome diante dos inimigos. DEUS ouve a oração.

l. Castigo à idolatria: (Ex 32:15-28), Moisés quebra as tábuas da lei e queimando e moendo o bezerro de ouro o lança no rio e dá de beber a todos; os filhos de Levi que não se prostituíram mataram neste dia uns três mil homens.

m.Terceira subida: (Ex 32:30,31), Moisés sobe novamente a interceder.

n.  Segunda intercessão: (Ex 32:31,32), "perdoa o seu pecado senão risca-me, peco-te, do teu livro que tens escrito" resposta: "aquele que pecar contra mim, a este riscarei Eu do meu livro".
o.  Retirada de DEUS: (Ex 33:1-6), "não subirei no meio de ti", o povo se entristece e retira seus atavios como sinal de humilhação e conversão.

p.  Comunhão com DEUS: (Ex 33:11), DEUS falava com Moisés cara a cara.

q. Volta de DEUS: (Ex 33:12-17), "farei também isto que tens dito, porquanto achaste graça aos meus olhos, e te conheço por nome".

r. Nova visão: (Ex 33:18-23), Moisés é colocado numa fenda de rocha, é coberto pela mão de DEUS e vê as costas de DEUS; não pôde ver a face para não morrer.

s.  Novas tábuas: (Ex 34:1-10),  
 Em duas tábuas de pedra, lavradas por Moisés,DEUS escreve novamente o decálogo e faz nova aliança com o povo, através de Moisés.



t.  Quarenta dias com Deus pela segunda vez: (Ex 34:28),

u. Rosto resplandecente: (Ex 34:29-35), a longa estada na presença de DEUS fez com que o rosto de Moisés resplandecesse de modo que quando falava ao povo cobria-se com um véu. (ler 2 Co 3:15-18).

v.Tabernáculo: (Ex 35-40), o Tabernáculo, figura do que existe no céu, foi construído ( Hb 9:11-24)






C. DO SINAI À CADES-BARNÉIA ( PRIMEIRA VEZ )

* Aqui passamos a comentar o que está escrito, a respeito de Moisés em Números (Bemidbar = no deserto)  

a. Coluna: (Nm 10:11,12), quando a nuvem parava o povo acampava e quando a nuvem se deslocava o povo seguia-a. Parou no deserto de Para.

b. Fogo: (Nm 11:1-3), o fogo do SENHOR se acendeu em Tabera porque queixavam-se da falta de comida (carne).

c Desejo de comida mundana cresce: (Nm 11:4-10), lembravam-se da comida egípcia e desprezaram o maná.

d. Desânimo: (Nm 11:110-15), Moisés sente o peso na condução do povo sozinho, por causa de sua murmuração.

e.Setenta anciãos: (Nm 11:16,17), é tirado do ESPÍRITO que estava em Moisés e dado aos setenta anciãos que daí para frente ajudam a Moisés com o povo.


f. Comida: (Nm 11:18-35), o povo come tanto que passa mal e alguns morrem, uma grande praga é enviada por DEUS e o lugar é chamado Quibrote-hataavá, lugar onde enterraram os desejosos de carne.

g. Ambição: (Nm 12), os irmãos de Moisés, Miriã e Arão, murmuraram contra Moisés, por isso Miriã teve lepra; DEUS lhes diz que só com Moisés fala boca a boca e de vista.

D. EM CADES-BARNÉIA (PRIMEIRA VEZ):

a.  Relatório: (Nm 13:26-33), a maioria pessimista e sem fé levanta a incredulidade e o medo entre o povo. Josué e Calebe ficam fiéis a DEUS.  

b.  Rebeldes: (Nm 14:1-10), o povo queria levantar um capitão e apedrejar Moisés, Arâo, Josué e Calebe, quando a nuvem da glória de DEUS apareceu.

c.  Ira de DEUS: (Nm 14:11,12), "com pestilência os ferirei e os rejeitarei e farei de ti povo maior do que este".

d. Intercessão de Moisés: (Nm 14:13-25), "conforme a tua palavra lhe perdoei", DEUS aceita a intercessão de Moisés, mas prevalece a suprema vontade de DEUS.

e.  Geração condenada: (Nm 14:20-39; Hb 3:17-19), salvo Josué e Calebe, todos de vinte anos e para cima cairão no deserto sem entrarem na terra prometida.

f.  Derrota de Israel: (Nm 14:40-45), sem a ordem de DEUS, de madrugada atacaram os Amalequitas e os Cananeus e foram derrotados.

5 - ERRANTES

a.  Peregrinações profetizadas: (Nm 14:33), quarenta anos no deserto, tempo determinado para morrerem todos infiéis.

b.  Apedrejamento: (Nm 15:32-36), um homem apanhando lenha no sábado é encontrado, sendo apedrejado por ordem de DEUS.

c.  Rebelião de alguns membros: (Nm 16:1-40), Core, Data e Abirão, com duzentos e cinqüenta homens e suas famílias se rebelaram contra Moisés e Ara, abrindo o SENHOR a terra os tragou a todos, deixando seus filhos para servirem no tabernáculo.

d.  Rebelião do povo: (Nm 16:41,42), DEUS novamente intervém a favor de Moisés e nesse dia morrem, de praga quatorze mil e setecentas pessoas, só cessando com a expiação feita por Arão a favor do povo.

6 - CADES-BARNÉIA (SEGUNDA VEZ):

a.  Morte de Miriã: (Nm 20:1), no deserto de Zim, no mês primeiro, em Cades, é sepultada.

b.  Sede: (Nm 20:2-6), nova contenda com Moisés, ele recorre novamente a DEUS.

c.  Pecado de Moisés: (Nm 20:7-13), DEUS diz a Moisés para "falar" à rocha, porém já bastante irritado com o povo, Moisés age por conta própria e fere duas vezes a rocha (que é CRISTO). As águas são chamadas Meribá, por causa da contenda do povo com DEUS.

7 - CAMINHO FINAL:

a.  Falta de hospitalidade: (Nm 20:14-22), Edom impediu a passagem de Israel pelas suas terras e o povo se desviou por outro caminho, evitando a guerra.

b.  Morte de Arão: (Nm 20:23-29), Arão é recolhido, em seu lugar, seu filho, Eleazar assume o cargo de sacerdote.


c.  Serpentes venenosas: (Nm 21:5-7), por causa do fastio do maná, veio da parte do SENHOR serpentes ardentes que morderam o povo e muitos morreram. 

d.  Cura: (Nm 21), Moisés ora a DEUS pedindo perdão pelo povo; é levantada uma serpente de metal no deserto e todo aquele que a olha é curado. 


JESUS CRISTO foi levantado na cruz, no calvário, para que todo o que olhar seja salvo, Jo 3:14. Lembre-se que acima se olhava não para a HASTE, mas para a serpente. Devemos olhar para JESUS.




e. Balaão: (Nm 22-24), Baraque, rei dos Moabitas, com medo dos israelitas, mandou vir a ele Balaão, um vidente que se vendeu por dinheiro para amaldiçoar o povo de DEUS, não conseguindo seu intento; pois DEUS é com seu povo e transforma maldições em bênçãos. Então Balaão ensinou a Baraque a por tropeços diante do povo de DEUS, incitando-os à festas com prostitutas moabitas, morrendo muitos. Nesse episódio vemos a jumenta de Balaão falando com o mesmo, tentando impedir-lhe a ruína. Morreram aí vinte e quatro mil filhos de Israel, só parando a praga da matança com a intervenção de Finéias, filho de Eleazar, que com uma lança atravessou uma medianita e um israelita (ver Jd :11; 2Pe 2:15). 
Morte de Balaão: Nm 31. 6 E Moisés mandou à guerra esses mil de cada tribo, e com eles Finéias, filho de Eleazar, o sacerdote, o qual levava na mão os vasos do santuário e as trombetas para tocarem o alarme. 7 E pelejaram contra Midiã, como o senhor ordenara a Moisés; e mataram a todos os homens.8 Com eles mataram também os reis de Midiã, a saber, Evi, Requem, Zur, Hur e Reba, cinco reis de Midiã; igualmente mataram à espada a Balaão, filho de Beor.

f.   (Nm 33-36), Moisés dá um resumo de tudo que havia ocorrido até então.

8 - ÚLTIMOS DIAS DE MOISÉS:

 segunda promulgação da lei. Moisés, agora está adaptando um povo diferente e que não tinha presenciado as maravilhas de DEUS a um DEUS que não muda, mas traz a sua revelação ao homem, no nível em que se
encontra esse homem.

a.  Despedida e bênçãos: (Dt 32,33), "goteje a minha doutrina como a chuva, destile o meu dito como o orvalho, como o chuvisco sobre a erva e como gotas d'água sobre a relva. Porque apregoarei o nome do SENHOR: dai grandeza a nosso DEUS. ELE é a rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos juízos são. DEUS é a verdade, e não há injustiça; justo e reto é", (trecho do cântico de Moisés, Dt 32:2-4).
"Bem-aventurado tu, ó Israel! Quem é como tu? Um povo salvo pelo SENHOR, o escudo do teu socorro e a espada da tua alteza; pelo que os teus inimigos te serão sujeitos, e tu pisarás sobre as suas alturas" (trecho das bênçãos de Moisés ao povo de Israel, Dt 33:29).

b.  Subida ao monte Nebo: (Dt 34:1), enquanto subia Moisés, lembrava-se das palavras do SENHOR de que veria a terra prometida mas não entraria nela.

c.  Visão da terra prometida e morte: (Dt 34:1-5), Moisés vê a terra prometida e reconhece que DEUS cumpre o que promete. Para Moisés é a sua última visão.
Cento e vinte anos bem vividos.  

                 

  

 Sepultamento: (Dt 34:6-12), um herói, ali estava sendo sepultado Vemos o reaparecimento de Moisés em Mt 17:3-12. Aqui Moisés representa a lei e Elias os profetas, sendo Jesus o autor e consumador da fé, salvando os homens pela graça. Também entendemos que aqui, Moisés representa os que morreram e ressuscitaram, Elias representando os arrebatados, Pedro e o outros representando os que com "sono" ficaram para serem arrebatados na grande tribulação e no milênio. JESUS dá aqui uma mostra de seu futuro corpo ressuscitado e glorificado, representando o reino dos céus como ele havia dito antes para os seu discípulos, no capítulo dezesseis do mesmo livro, versículo vinte e oito.do, nunca mais haveria homem como aquele. Satanás ainda tentou fazer de Moisés um deus, mas o arcanjo Miguel o atrapalhou em seu intento (Jd :9). Deixou como sucessor a Josué, seu fiel companheiro, escolhido por DEUS.








II.  O NASCIMENTO DE MOISÉS







1. Os israelitas no Egito.

Moisés nasceu em um momento desfavorável aos filhos de 

Abraão no Egito. O livro de Êxodo começa indicando que “os 

filhos de Israel frutificaram, e aumentaram muito” (Êx 1.7). 

Esse cenário nos parece bastante favorável à existência de 

um povo, tendo em vista que as relações sociais entre os 

hebreus são descritas como propícias à expansão 

demográfica. Os israelitas podiam se casar, ter filhos e criá-

los, e estes cresciam, tinham seus filhos e os criavam, e assim 

sucessivamente.

Mas no versículo 8, a história nos mostra uma mudança no 

cenário político do Egito que traria muito sofrimento aos 

filhos de Israel. “Depois, levantou-se um novo rei no Egito, 

que não conhecera a José”. Este verso mostra o que eu 

chamo de “princípio das dores” para os hebreus que 

moravam no Egito. Até esse momento, não há indicação de 

que eles eram vistos como uma massa de trabalho escravo 

pronta para satisfazer os desejos de reformas e construção de 

novas estruturas no Egito. Os hebreus tinham seus afazeres, e 

ao que tudo indica, não influenciavam negativamente em 

qualquer fato social dos egípcios.

Mas não foi isso que o novo rei do Egito viu. Ele assumiu o 

poder e entendeu que três situações poderiam ocorrer. 

Conforme Êxodo 1.11, a) os israelitas, como um grande 

grupo de pessoas, estava crescendo bastante; b) ele imaginou 

que em um caso de guerra futura, os israelitas se associariam 

com os inimigos dos egípcios; c) ele também entendeu que no 

caso de uma guerra, os israelitas sairiam do Egito (“suba da 

terra”), o que traria uma grande frustração aos planos de 

expansão e de reformas estruturais de construção civil 

nacional.


Podemos extrair dessas observações que o homem sem Deus 

vai buscar razões malignas para justificar seus feitos, e vai 

convencer a si mesmo e aos que o cercam. Faraó não 

percebeu que se o povo de Israel estava crescendo, era um 

sinal claro da bênção de Deus. Além disso, não há registros 

de que Israel tivesse intenções de se associar a outras nações 

em uma guerra futura contra os egípcios. Mas a Bíblia 

declara que os pensamentos de Faraó estavam relacionados 

trazer prejuízo aos israelitas.

Êx 1.7 Grande Posteridade e Grande Prosperidade. Uma das 

provisões do Pacto Abraâmico falava na grande posteridade 

de Abraão, a qual desfrutaria abundância de riquezas 

materiais. Ver as notas sobre Gn 15.18 quanto a uma 

descrição detalhada desse pacto e suas provisões.

Aumentaram muito. No hebraico, “enxamearam”, como se 

fossem insetos a zumbir em razão de seu grande número. Ver 

Gn 7.21. Houve extraordinária multiplicação; e foi 

precisamente isso que assustou os egípcios, levando-os a 

subjugar a grande massa que aumentava mais e mais.

Israel se desenvolvera, impondo sua própria identificação e 

seu poder. Havia muitos jovens em idade de serviço militar. A 

situação tornara-se explosiva. A hostilidade egípcia tinha 

sido assim despertada.

A terra se encheu. Ou seja, a terra de Gósen (ver sobre ela no 

Dicionário), a região que 0 Faraó havia concedido à família 

de Jacó (Gn 45.10). Ela era também chamada terra de 

Ramessés (Gn 47.11), aquela porção do Egito que Faraó 

Ramsés II, mais tarde, desenvolveu, construindo ali muitas 

cidades. O tempo que se escoou entre Gn 50.26 e Êx 1.7 

foi, talvez, de cem anos. Uma posteridade numerosa fazia 

parte do Pacto Abraâmico desde sua versão original (G n. 

12.1-3). A nação de Israel haveria de formar-se; receberia 

seu próprio território; e, então, ser-lhe-iam conferidas sua 

constituição nacional e suas leis.


Êx 1. 7. O texto hebraico repete deliberadamente três verbos 

usados em Gênesis 1: 21,22 e que podem ser traduzidos “ 

frutificaram ... aumentaram muito ... se multiplicaram” . Esse 

aumento foi interpretado como a bênção prometida por Deus 

à Sua criação. Um tempo considerável já passara desde a 

morte de José: na menor das estimativas, Moisés era a quarta 

geração depois de Levi (Nm 26:58) e ele pode ter vivido 

centenas de anos depois (12:40). E a terra se encheu deles se 

refere ou à terra de Gósen (provavelmente o Wadi Tumilat, 

que se estende do Nilo à linha do atual Canal de Suez) ou 

então, em linguagem hiperbólica, todo o território do Egito. 

Esta última interpretação, embora estatisticamente incorreta, 

expressa bem os sentimentos dos egípcios, que em algumas 

partes haviam sido reduzidos a uma minoria diante dos 

indesejáveis imigrantes.




O cumprimento da promessa de Deus (1.7). Os filhos de 

Israel frutificaram, e aumentaram muito. Ainda que os 

homens que Deus escolheu morram, Ele cuida dos filhos que 

ficam. Deus prometeu para Abraão que lhe aumentaria a 

semente (Gn 12.2; 15.5; 17.1-8) e aqui, no Egito, esta 

promessa foi cumprida. Quando Israel saiu do Egito o total 

computava cerca de 600.000 homens, além das mulheres e 

crianças (12.37). Levando-se em conta o tempo decorrido, 

não se tratava necessariamente de crescimento incomum. 

Mas considerando o ambiente hostil, esse aumento mostrava 

providência especial de Deus. O que Deus prometeu ao 

gênero humano na criação (Gn 1.28) agora estava tendo 

cumprimento na sua família escolhida. As palavras 

aumentaram muito provêm do hebraico que significa 

“abundar ou enxamear” como se dá com os insetos e na vida 

marinha (ver Gn 1.20; 7.21).3 Os israelitas não somente 

eram muito numerosos, mas foram fortalecidos grandemente. 

E lógico que esta expressão indica saúde e vigor. Moisés 

reconheceu esta providência graciosa quando escreveu: “Siro miserável foi meu pai, e desceu ao Egito, e ali 

peregrinou com pouca gente; porém ali cresceu até vir a ser 

nação grande, poderosa e numerosa” (Dt 26.5).

A terra que se encheu deles diz respeito a Gósen, onde Jacó e 

seus filhos se instalaram (Gn 47.1,4-6,27). Não há dúvida de 

que com o passar do tempo eles cresceram a ponto de este 

lugar se tornar pequeno demais, levando-os a se relacionar 

com os egípcios em outras regiões do país. O aumento 

numérico logo chamou a atenção do rei.



2. Um bebê é salvo da morte.

Como foi dito, Moisés não veio ao mundo em um período 

propício ao nascimento de um menino hebreu. Quanto mais os 

israelitas eram afligidos, mais se multiplicavam, a ponto de o 

rei dar ordens às parteiras das hebreias, Sifrá e Puá, para 

que matassem os meninos recém-nascidos. Faraó acreditou 

que poderia contar com a obediência dessas mulheres, mas 

estas temeram a Deus e não obedeceram ao rei, sendo 

posteriormente recompensadas por Deus. Quando chamadas 

para prestar contas, disseram ao rei que as mulheres 

hebreias eram “vivas”. A Versão Atualizada da Bíblia usa a 

expressão “vigorosas”, e a Nova Tradução na Linguagem de 

Hoje diz que as mulheres hebreias “dão à luz com 

facilidade”. Independentemente das versões utilizadas, os 

textos mostram que as parteiras foram inquiridas por Faraó e 

deram a ele uma resposta que as isentou de sujarem as mãos 

com sangue inocente. A nossa fé em Deus deve sempre nos 

motivar a fazer o que é certo e justo, e acima de tudo, a não 

compactuar com o que está errado.


Mas os planos de Faraó não pararam. Se as parteiras 

hebreias não cumpriam as ordens dadas, a ordem agora 

passou para o povo egípcio: “Então, ordenou Faraó a todo o 

seu povo, dizendo: A todos os filhos que nascerem lançareis 

no rio, mas a todas as filhas guardareis com vida” (Ex 1.22). 

Isso significa que qualquer egípcio ou egípcia poderia entrar 

nas casas dos israelitas, pará-los nas ruas ou em qualquer 

lugar onde estivessem, pegar a criança recém-nascida, 

conferir-lhe o sexo e, se fosse um menino, tomá-lo da sua mãe 

e ir direto ao Rio Nilo para jogar o bebê, a fim de que ele se 

afogasse ou fosse devorado por crocodilos. Os planos de 

Satanás eram cruéis, e deixavam um sinal claro do que ainda 

estava por vir para os filhos de Abraão. Outra coisa a se 

observar é o fato de que a maldade humana cria métodos 

malignos para conseguir seus feitos. Mas se Satanás tinha um 

plano de opressão, escravidão e morte contra os hebreus, 

Deus também tinha um plano, mas de livramento, libertação e 

de vida para os seus filhos.


A Bíblia diz que um casal da tribo de Levi teve um menino, e, 

não podendo mais escondê-lo, colocou-o em um cesto de 

juncos, uma construção bem frágil para proteger uma 

criança. Aquele cesto simples foi colocado na borda do rio, 

entre as plantas. E exatamente naquele lugar a filha de Faraó 

foi se banhar, e vendo o cesto, ordenou que uma de suas 

criadas o fosse pegar. A filha de Faraó se compadeceu do 

menino, decidiu criá-lo e dessa forma Deus preservou a vida 

do menino Moisés, usando a filha de Faraó para tal 

livramento.



Êx 1.17 As parteiras... temeram a Deus. As parteiras hebreias 

ouviram e assentiram com a cabeça (a fim de salvarem a 

própria vida). Mas, na hora critica, poupavam da morte aos 

meninos. Humanidade, misericórdia e temor a Deus foram, 

para elas, motivos mais poderosos que 0 da autopreservação. 

O temor a Deus e a misericórdia fazem parte da verdadeira 

religiosidade.


Humor. Yahweh frustrou o plano genocida do Faraó. Foram 

baixadas ordens de uma origem ainda superior às do Faraó, 

próprio trono do Altíssimo. Assim, Israel continuou a 

multiplicar-se e a prosperar, apesar de todos os planos do 

Faraó e suas ordens genocidas.


Quando Israel finalmente partiu do Egito, segundo disse 

Moisés, os israelitas pediram “emprestadas” coisas dos 

egípcios. E quando Arão tentou desculpar-se diante de 

Moisés sobre por que fizera um bezerro de ouro, Arão lançou 

culpa sobre o fogo, dizendo: “e eu o lancei no fogo, e saiu 

este bezerro" (Êxo. 32.24), como se ele tivesse ficado tão 

admirado quanto qualquer outra pessoa. Portanto, há 

bastante humor no livro de Êxodo. Mas podemos estar certos 

de que, no tocante às parteiras, a questão era tão 

mortiferamente séria quanto uma questão de vida e morte. 

Alguns estudiosos pensam que neste versículo há alguma 

indicação de que também estavam envolvidas parteiras 

egípcias, e não apenas hebreias. O fato foi que as parteiras, 

como uma classe, responderam “sim” ao Faraó, mas agiram 

com um “não”, no que toca ao decreto real da matança dos 

meninos hebreus.


Êx 1.18 Por que... deixastes viver os meninos? “Por que 

vocês desobedeceram às minhas ordens e agiram de modo 

contrário ao que eu tinha ordenado?" Assim perguntou 0 

Faraó. Tratava-se de algo que não podia ser ocultado. O vs. 

19 dá uma resposta ridícula em que 0 Faraó dificilmente 

poderia ter acreditado. Mas não lemos que ele tenha 

mandado castigar as parteiras. Talvez 0 autor sacro tenha 

querido poupar-nos dos detalhes sangrentos da vingança. Ver 

Ez 16.4 quanto a itens envolvidos no antigo processo de 

nascimento.de nascidos. Alguns estudiosos supõem que 

estaria envolvido em tudo isso um “esperto uso dos fatos”, ou 

seja, talvez o que as parteiras disseram até ocorria com certa 

frequência; mas o fato é que o autor sagrado contou aqui 

uma pequena piada. Ver uma demonstração de vivido humor 

em Gn 29.26. Vários eruditos fazem grande esforço na 

tentativa de ilustrar como algumas mulheres dão seus filhos à 

luz, com grande facilidade, especialmente entre as classes 

laboriosas. Apesar de alguns casos poderem ser apresentados 

como comprovação disso, temos aí meras exceções, e não a 

regra do que acontece no ato do parto.


Êx 1.20 Deus fez bem às parteiras. Elas negaram-se a 

praticar uma imensa maldade, e Deus as abençoou. E assim 

Israel aumentou mais ainda em número e em poder por certo 

período de tempo. Por quanto tempo, o autor sagrado não 

nos informa. Mas o tempo passava, e o problema do Faraó ia 

apenas se acentuando, deixando-o vexado. Deus estava 

ganhando em cada “round” da luta. Uma de minhas fontes 

informativas diz que Deus abençoou àquelas mulheres, 

apesar de suas mentiras. Mas outros supõem que mentiras 

capazes de salvar vidas não se revestem de maldade. 

Obedecer a Deus, e não aos homens, sempre será dever dos 

homens (Atos 5.29).

Êx 1.21 Ele lhes constituiu família. Essa tradução é uma 

interpretação, O hebraico diz “fez-lhes casas", dando a 

entender que os outros israelitas, vendo o bom serviço que 

elas tinham prestado, construíram casas para elas. Mas 

alguns estudiosos dão ao Faraó o crédito: ele as teria posto 

dentro de casas, para que pudessem ser mais bem 

controladas. Todavia, o mais provável é que temos aqui uma 

alusão à fertilidade. Aquelas boas mulheres, ao ajudarem os 

casais israelitas, por não obedecerem às ordens de Faraó, 

foram abençoadas juntamente com suas respectivas famílias.


Este versículo amplia a ideia da bênção divina, referida no 

vs. 20. Como Deus poderia recompensar meto àquelas 

mulheres? Conferindo-lhes filhos delas mesmas.

Êx 1.22 Tirania Redobrada. Visto que 0 decreto dado às 

parteiras não funcionou, agora 0 Faraó deu ordens à sua 

própria gente para que se desvencilhasse dos pestíferos 

hebreus, lançando seus filhos de sexo masculino no Nilo, 

para que se afogassem. Entre outras coisas, o autor sagrado 

nos está dizendo aqui que a perseguição contra Israel tinha 

de chegara um ponto culminante para que o povo de Israel 

fosse forçado a sair do Egito. Sem a perseguição, Israel ter-

se-ia contentado em permanecer em uma região tão fértil. 

Somente a adversidade poderia fazê-los querei· partir dali. 

Assim, quanto pior se tornasse a pressão exercida pelo 

Faraó, tanto melhor para o plano divino.

Quando Israel estava prestes a partir, por causa da opressão, 

então seria provido o agente da libertação, Moisés. Deus tem 

uma cronologia em Seu plano eterno, e também conta com os 

meios, humanos e outros, para satisfazer a essa cronologia.

Infanticídio. Esse crime, tão chocante para os ouvidos 

cristãos, tem uma história muito rica. Sua contraparte 

moderna é o aborto. Todos estamos familiarizados com a 

exposição às intempéries de crianças, nos tempos antigos, 

especialmente no caso de meninas, que eram deixadas ao léu 

a fim de morrerem, marcando-se um certo prazo. Se uma 

criança chegasse a resistir a tão cruel tratamento, então é 

que os deuses queriam que ela vivesse. Mas visto que 

usualmente a criancinha morria, chegava-se à conclusão de 

que os deuses não queriam sua sobrevivência.


“Em Esparta, o estado decidia se uma criança viveria ou 

morreria. Em Ate- nas, uma lei de Sólon deixava essa decisão 

ao encargo dos pais. Em Roma, a regra era que os infantes 

eram mortos, a menos que seus pais fizessem intervenção, 

declarando que sua vontade era que a criança vivesse. Os 

sírios ofereciam crianças não-queridas a Moloque, em 

sacrifício. Os cartagineses sacrificavam-nas a Melcarte” 

(Ellicott, in loc). Visto que o rio Nilo era considerado um 

tanto divino, lançar crianças ali era um ato encarado como 

sacrifício feito aos poderes divinos. O rio Nilo vivia cheio de 

crocodilos, e as crianças ali lançadas serviam de comida 

para os répteis, e assim seus corpinhos não poluíam o rio.


Êx 1.19. São vigorosas e antes que lhes chegue a parteira já 

deram à luz os seus filhos. Não somos informados se as 

parteiras estavam mentindo ou se os rápidos partos dos bebês 

israelitas eram um fato biológico.


Driver cita paralelos árabes mas Raquel certamente teve um 

parto difícil (Gn 35:16). E mesmo que tivessem mentido, não 

foi pela mentira que foram elogiadas, e sim por se terem 

recusado a tirar a vida aos recém-nascidos, dádivas de Deus. 

Seu respeito à vida era fruto de sua reverência a Deus, o 

doador da vida (20:12,13), e por isso foram recompensadas 

com suas próprias famílias. A relevância deste incidente para 

a controvérsia atual sobre o aborto deve ser cuidadosamente 

examinada.


Êx 1. 22. O termo hebraico para o Nilo é uma palavra 

emprestada da língua egípcia e significa “ o rio” por 

excelência, isto é, o Nilo. (Outros termos tomados por 

empréstimo ao egípcio são “ junco” e “ rã” ; além disso, 

vários nomes próprios egípcios ocorrem, especialmente na 

tribo de Levi.) A execução por afogamento era um método 

óbvio em países tais como o Egito e Babilônia, tal como o 

apedrejamento era o método óbvio num país rochoso como 

Israel (Josué 7:25). Se a nação israelita em geral obedeceu o 

mandato de Faraó não sabemos: com certeza, os pais de 

Moisés desafiaram a ira do Faraó (Hb 11:23). Todas as 

filhas. Estas, presumivelmente, se tornariam concubinas 

(esposas-escravas) e poderiam ser absorvidas pelos egípcios 

em uma geração. Essa vã tentativa de eliminar o povo de 

Deus encontra seu paralelo no Novo Testamento quando 

Herodes tenta destruir toda uma geração de meninos em 

Belém (Mt 2:16). Todavia, como no Novo Testamento, o 

agente escolhido de Deus é protegido; nem Faraó nem 

Herodes podem se opor ao plano de Deus. Expositores judeus 

veem paralelos entre o plano de Faraó e a tentativa de 

genocídio contra Israel feita por Hitler e outros; expositores 

cristãos têm buscado tais paralelos nas severas perseguições 

sofridas pela Igreja ao longo de sua história.




A matança de meninos hebreus recém-nascidos (w. 15-21). 

Se esse plano tivesse dado certo, o Faraó teria exterminado o 

povo hebreu. A futura geração de homens estaria morta, e as 

meninas acabariam se casando com escravos egípcios e 

sendo assimiladas pela raça egípcia. No entanto, de acordo 

com Gênesis 3:15 e 12:1-3, Deus não permitiu que isso 

acontecesse e usou duas parteiras hebréias para frustrar o 

plano do Faraó. Esse é o primeiro caso nas Escrituras 

daquilo que chamamos, hoje, de "desobediência civil", a 

recusa em obedecer a uma lei perversa tendo em vista o bem 

comum.


Textos das Escrituras, como Mateus 20:21-25, Romanos 13 e 

1 Pedro 2:1 T, admoestam os cristãos a obedecer às 

autoridades humanas. Contudo, Romanos 13:5 nos lembra de 

que essa obediência não deve ofender nossa consciência. 

Quando as leis de Deus são contrárias às leis dos homens, 

"Antes importa obedecer a Deus do que aos homens" (At 

5:29). Vemos um exemplo disso não apenas no caso das 

parteiras, mas também no de Daniel e de seus amigos (Dn 1; 

3; 6) e no dos apóstolos (At 4, 5).


As parteiras estavam mentindo para o Faraó? Provavelmente 

não. Os bebês nasciam antes que as parteiras chegassem, 

pois Sifrá e Puá haviam pedido a suas assistentes que se 

atrasassem! Deus abençoou às duas parteiras-chefes por 

arriscarem a vida a fim de salvar a nação israelita da 

extinção. No entanto, honrou-as de um modo estranho: deu-

lhes filhos numa época em que isso era tão arriscado! Talvez 

tenha lhes dado filhas ou, então, protegido seus filhos como 

fez com Moisés. De qualquer modo, essa bênção de Deus 

mostra quão preciosas são as crianças para o Senhor: ele 

desejava conceder a essas mulheres a mais alta recompensa 

e, assim, deu filhos a Sifrá e a Puá (Sl 127:3)


Terceira medida - o afogamento de bebês do sexo masculino (v. 22). 

Quando o Faraó descobriu que havia sido enganado, mudou 

seu plano e ordenou a todo o povo que providenciasse para 

que os bebês hebreus do sexo masculino fossem afogados no 

sagrado rio Nilo. Os guardas do Faraó não tinham como 

vigiar cada uma das parteiras hebreias, mas o povo egípcio 

podia ficar de olho nos escravos hebreus e avisar quando um 

menino nascia. No entanto, estava para nascer um menino 

que o Faraó não conseguiria matar

As Parteiras Hebreias

Os versículos finais deste capítulo oferecem-nos uma lição 

edificante com a conduta dessas mulheres tementes a Deus, 

Sifrá e Puá. Arrostando com a ira do rei não executaram o 

seu plano cruel e por isso Deus lhes fez casas."...aos que me 

honram, honrarei" (1 Sm 2:30). Recordemos sempre esta 

lição e atuemos de acordo com ela.


O FRACASSO DE SATANÁS

Esta parte do Livro do Êxodo abunda em princípios 

profundos de verdade divina— princípios que podemos 

subdividir da seguinte forma: o poder de Satanás, o poder de 

Deus e o poder da fé.


No último versículo do primeiro capítulo lemos: "Então, 

ordenou Faraó a todo o seu povo, dizendo: A todos os filhos 

que nascerem lançareis no rio". Este era o poder de Satanás. 

O rio era o lugar da morte; e, por meio da morte, o inimigo 

procurou frustrar os propósitos de Deus. Tem sido sempre 

assim. A serpente sempre tem vigiado com olhar maligno os 

instrumentos que Deus está prestes a usar para realizar os 

Seus desígnios. Vejamos o caso de Abel, em Gênesis, capítulo 

4. A serpente não estava espreitando aquele vaso de Deus 

para o pôr de parte por meio da morte? Vejamos o caso de 

José, em Gênesis, capítulo 37. Aí o inimigo procura pôr o 

homem escolhido por Deus num lugar de morte. Vejamos o 

caso da "semente real", em 2 Crônicas, capítulo 22; a 

matança promovida por Herodes, em Mateus 2; e a morte de 

Cristo, em Mateus 27. Em todos estes casos vemos o inimigo 

procurando, com a morte, interromper a corrente de atuação 

divina.

Mas, bendito seja Deus, há qualquer coisa depois da morte. 

Toda a esfera de ação divina, pelo que respeita à redenção, 

está para além dos limites do domínio da morte. Quando o 

poder de Satanás se esgota é que o de Deus começa a 

mostrar-se. A sepultura é o limite da atividade de Satanás; 

mas é aí que começa também a atividade divina. Isto é uma 

verdade gloriosa. Satanás tem o poder da morte; porém, 

Deus é o Deus dos vivos e dá a vida que está fora do alcance 

poder da morte—uma vida na qual Satanás não pode tocar. 

O coração encontra doce refrigério nesta verdade, num 

mundo onde reina a morte. A fé pode contemplar calmamente 

Satanás empregando a plenitude do seu poder; ela pode 

apoiar-se sobre a potente intervenção de Deus na 

ressurreição. Pode postar-se junto da sepultura que acabou 

de fechar-se sobre um ente amado e beber dos lábios 

d'Aquele 

que é "a ressurreição e a vida" a elevada garantia de uma 

imortalidade gloriosa. Ela sabe que Deus é mais forte que 

Satanás e pode portanto esperar, serenamente, a 

manifestação desse poder superior, e enquanto assim espera 

encontra a sua vitória e a sua paz.

 Temos um nobre exemplo deste poder da fé nos primeiros 

versículos do capítulo que estamos considerando.


3. A mãe de Moisés (Êx 6.20).


A Bíblia apresenta a mãe de Moisés como uma mulher que 

descendia de Levi, um dos irmãos de José. Ela teve um 

menino, e tentou escondê-lo por três meses. Precisamos 

concordar que esse foi realmente um grande feito, pois em 

uma época em que os egípcios caçavam bebês meninos dos 

hebreus, essa mulher arriscou-se muito para preservar em 

vida o fruto do seu ventre. Foi um ato de fé. Observe que a 

Palavra de Deus não cita o nome dos pais de Moisés nesse 

momento, mas cita o de Miriá. Léo G. Cox, comentarista do 

livro de Êxodo no Comentário Beacon, sugere que Moisés 

não era o primeiro filho do casal, pois a irmã Miriã tinha 

idade suficiente para cuidar do irmão (4; Nm 26.59). Além 

disso, o irmão de Moisés, Arão, era três anos mais velho que 

ele (6.20; Nm 26.59). Parece que o édito do rei entrou em 

vigor depois do nascimento de Arão, sendo Moisés o primeiro 

filho deste casal cuja vida estava em perigo por causa da 

proclamação do rei.


O certo é que essa mulher colocou seu filho em um cesto de 

juncos pela fé, e pela fé viu a vida de seu filho ser preservada 

por Deus. O Senhor não apenas guardou a vida do menino, 

mas fez com que a mãe de Moisés fosse remunerada para 

cuidar do próprio filho.

Êx 6. 20 Joquebede. No hebraico, glorificada por Deus ou 

Yahweh é a glória. Esse era o nome de uma filha de Levi, 

irmã de Coate, esposa de Anrão, mãe de Míriã, Arão e 

Moisés (Êx 6.20; Nm 26.59). Alguns eruditos põem em 

dúvida o sentido desse nome, que parece ser composto com o 

nome divino Yahweh (ver no Dicionário). Isso eles alegam 

porque estão convencidos de que o uso do nome divino, 

Yahweh, vem da época de Moisés. Há evidências, porém, de 

que esse nome realmente pré-datava os dias de Moisés, e que 

era usado entre os povos semitas antigos. Em Êxodo 6.20 está 

registrado que Joquebede era irmã de Anrão, pelo que era tia 

de seu próprio marido. Visto que casamentos entre parentes 

assim chegados foram posteriormente proibidos (Lev. 18.12), 

várias tentativas têm sido feitas para aliviar a situação de 

incesto. Mas essas tentativas são inúteis, visto que há provas 

claras de tais relações de sangue em outros casos. Abraão 

casou-se com Sara, sua meia-irmã (Gn 20.12). A 

Septuaginta faz de Joquebede uma prima de Anrão, mas isso 

somente reflete uma antiga modificação no texto sagrado. 

Expus um estudo detalhado sobre as incidências de incesto no 

Antigo Testamento, na introdução ao décimo oitavo capítulo 


do livro de Levítico. Os costumes sociais se modificam, e há 

ensinos bíblicos que têm acompanhado essas mudanças. A 

revelação é progressiva, e não fixa e estagnada. Coisas que 

antes não eram consideradas erradas passavam a ser 

consideradas erradas, acompanhando o progresso da 

iluminação espiritual, e vice-versa.


Anrão viveu até ao cento e trinta e sete anos. E esse detalhe é 

mencionado por ter sido ele o pai de Arão e Moisés.




Êx 6. 20. Anrão se casou com sua tia paterna. Tal casamento 

seria proibido pela lei mosaica (Lv 18:12,13), logo tal 

detalhe jamais poderia ter sido inventado mais tarde. Quanto 

a outras 

“ transgressões” antigas, compare o casamento de Abraão 

com sua meia-irmã.


Joquebede. Muito já se debateu quanto à possibilidade de a 

primeira sílaba deste nome conter o nome YHWH ;em sua 

forma abreviada Yo (como em Josué, por exemplo). Caso isso 

seja verdade, segue-se o argumento de que o nome YHWH 

poderia já ser conhecido e usado pela família de Moisés 

como um título familiar para Deus, antes de ganhar uso mais 

amplo em todo o Israel. Mesmo se fosse conhecido apenas 

pelos descendentes de Coate, seria válido pensar que tivesse 

havido mais de uma única ocorrência. Se a vocalização 

tradicional é correta, o nome significa “ YHWH é glória” 

(compare Icabô, “ não há glória” ).


Provavelmente é melhor vocalizar a palavra como yakbid, “ 

que Ele (o Deus não identificado) glorifique” , que segue um 

padrão comum entre os nomes israelitas: assim vocalizado, 

não haveria referência ao nome YHWH. Nomes formados a 

partir da terceira pessoa do singular são frequentes: cf Jacó 

Ismael.


Arão e Moisés. Em todas as genealogias, os dois aparecem 

como a quarta geração a partir dos patriarcas. Isso pode ser 

irrelevante. Em árvores genealógicas israelitas é comum a 

omissão de alguns ramos, quer seja por simetria (como 

aparentemente é o caso na genealogia de Cristo) ou por 

outra razão qualquer. Se “ quatro gerações” for tomado 

literalmente, então a permanência no Egito não deve ter 

excedido em muito um século, e os “ quatro séculos” de 

Gênesis 15:13 devem ser vistos como uma aproximação 

geral, “ quatro gerações” .

Os pais de Moisés eram Anrão e Joquebede (Êx 6:20), e, 

enquanto o texto de Êxodo enfatiza como a mãe teve fé, 

Hebreus 11:23 elogia tanto o pai quanto a mãe por terem 

confiado em Deus. Sem dúvida, foi preciso que os dois 

tivessem fé para ter relações conjugais numa época perigosa 

em que os bebês hebreus estavam sendo mortos.


Moisés tornou-se um grande homem de fé e aprendeu sobre 

isso primeiramente com seus pais, um casal temente e Deus. 

Anrão e Joquebede tinham mais dois filhos: Miriã, a mais 

velha, e Arão, três anos mais velho que Moisés (Êx 7:7).


Desde o princípio, Moisés foi considerado "formoso aos 

olhos de Deus" (At 7:20; ver Hb 11:23),9 e ficou claro que 


Deus tinha um propósito especial para ele. Crendo nisso, os 

pais contrariaram o édito do Faraó e protegeram a vida de 

seu filho. Não foi nada fácil, uma vez que todos os egípcios 

haviam se tornado espiões oficiais do Faraó à procura de 

bebês para serem afogados (Êx 1:22).


Joquebede obedeceu à lei ao pé da letra quando colocou 

Moisés nas águas do Nilo, mas certamente desafiou as ordens 

do Faraó na forma como seguiu essa lei. Confiou na 

providência de Deus e não foi decepcionada. Quando a 

princesa foi até o Nilo para realizar suas abluções religiosas, 

viu o cesto, descobriu o bebê e ouviu-o chorar. Seguindo seus 

instintos maternos, salvou o menino e cuidou dele.


Deus usou as lágrimas de um bebê para controlar o coração 

de uma princesa poderosa.


Usou as palavras de Miriã a fim de providenciar para que o 

bebê fosse criado por sua mãe e ainda recebesse por isso! A 

expressão "frágil como um bebê" não se aplica ao reino de 

Deus, pois quando o Senhor deseja realizar sua obra 

poderosa, com frequência começa enviando um bebê. Foi o 

que aconteceu quando ele mandou Isaque, José, Samuel, João 

Batista e, especialmente, Jesus. Deus pode usar as coisas mais 

fracas para derrotar os inimigos mais poderosos (1 Co 1:25-

29). As lágrimas de um bebê foram as primeiras armas de 

Deus em sua guerra contra o Egito.





"E foi-se um varão da casa de Levi e casou com uma filha de 


Levi. E a mulher concebeu, e teve um filho, e, vendo que ele 

era formoso, escondeu-o três meses. Não podendo, porém, 

mais escondê-lo, tomou uma arca de juncos e a betumou com 

betume e pez; e, pondo nela o menino, a pôs nos juncos à 

borda do rio. E a irmã do menino postou-se de longe, para 

saber o que lhe havia de acontecer" (versículos l-4).


Aqui temos uma cena de tocante interesse, qualquer que seja o ponto de vista por que a encaramos. Na realidade, era 

simplesmente o triunfo da fé sobre as influências da natureza 

e da morte, deixando lugar para que o Deus da ressurreição 

agisse na Sua esfera e no caráter que Lhe é próprio. É certo 

que o poder do inimigo está patente, visto a criança ter de ser 

colocada em tal posição — em princípio, uma posição de 

morte. E, além disso, era como se uma espada atravessasse o 

coração da mãe ao ver o seu filho precioso exposto à morte. 

Satanás podia agir e a natureza podia chorar; contudo, o 

Vivificador dos mortos estava detrás daquela nuvem sombria 

e a fé via-O ali iluminando o cume dessa nuvem com os Seus 

raios brilhantes e vivificadores. "Pela fé, Moisés, já nascido, 

foi escondido três meses por seus pais, porque viram que era 

um menino formoso; e não temeram o mandamento do rei" 

(Hb 11:23).


4. A Filha de Faraó (Êx 2 5,6).


A filha de Faraó entra em cena na história do povo hebreu. 

Deus tem um senso de humor interessante: Se o rei do Egito 

ordenara a morte dos meninos hebreus, Deus graciosamente 

usaria a filha do Faraó para preservar em vida o menino que 

seria, anos mais tarde, o libertador dos israelitas. Quase 

nada é falado acerca dessa mulher, mas o que temos aqui é 

suficiente para entender que a providência divina pode 

utilizar pessoas que desconhecemos, e que nem mesmo têm o 

mesmo temor a Deus que nós, para nos ajudar e fazer 

prosperar os planos divinos.


A filha de Faraó não apenas se sentiu comovida com a 

situação daquele menino colocado no cesto de juncos. Ela 

soube imediatamente que aquele bebê era dos hebreus, e 

apesar de haver uma ordem para que os egípcios jogassem os 

bebês do sexo masculino do rio, a filha de Faraó decidiu não 

obedecer. Ela guardou o menino em vida.

 'Moisés passou seus primeiros quarenta anos pensando que 

era alguém. 

Os segundos quarenta anos, passou aprendendo que era um 

ninguém! Os últimos quarenta anos ele os passou 

descobrindo o que Deus pode fazer com um ninguém'."


Êx 2.5 A filha de Faraó. Ver as notas sobre Êxo. 1.8 e 2.1 

quanto a conjecturas sobre quem seria esse Faraó. Ver 

também no Dicionário 0 artigo Faraó, em sua terceira seção, 

quanto aos faraós ligados ao Antigo Testamento. As tradições 

judaicas fantasiam a história, dizendo que a filha do Faraó 

era leprosa, mas, ao tirar 0 cesto de dentro da água, ficou 

curada. A arqueologia desenterrou 0 mural de uma antiga 

sinagoga em Dura-Europos que retrata a cena deste 

versículo. As mentes estavam ligadas. A mente da mãe de 

Moisés; a mente da princesa egípcia; a mente do infante 

Moisés. As coincidências não ocorrem por acaso. Nada 

sucede por acidente. Deus estava envolvido em tudo aquilo. 

“Com frequência não podemos ver nenhum sentido ou razão 

na maneira como as coisas sucedem a outras pessoas, mas 

conforme envelhecemos vamos vendo uma espécie de 

providência na maneira como as coisas têm acontecido 

conosco mesmos... Somos por de- mais adolescentes, 

espiritualmente falando, para chegarmos àquela fé que Jesus 

possuía, mas percebemos que há algo ali que podemos seguir 

de longe” (J. Edgar Park, in loc.).


As Donzelas Perderam a Oportunidade. Elas estavam por 

demais preocupadas em obedecer ao decreto do Faraó. Mas 

princesa não teve medo, e, por isso, a recompensa foi dela.

Josefo chamou essa princesa pelo nome de Thermuthis, 

adicionando elementos fabulosos à história. Esses elementos 

tornam-se uma leitura agradável, mas são distantes da 

realidade. A princesa foi à beira do rio tomar banho, sem 

dúvida um lugar onde as mulheres estavam acostumadas a 

fazê-lo. Talvez a mãe de Moisés o tenha deixado 

propositadamente onde as mulheres egípcias costumavam ir, 

na esperança de que alguma delas usasse de misericórdia. E 

foi precisamente o que aconteceu.


Êx 2.6 O menino chorava. O choro de um infante derrete o 

coração de qualquer mulher, e também da maioria dos 

homens. Nada existe tão impotente quanto um infante 

humano, 

o qual, por tanto tempo, se mostra tão dependente. A princesa 

teve compaixão, embora soubesse muito bem que o menino 

era um hebreu. Mas o amor não faz as distinções que o ódio 

faz. O choro da criança representava o choro do mundo 

inteiro que Deus amou, pois os homens, diante de Deus, nada 

mais são do que infantes impotentes. Alguns homens, por 

meio de sua teologia, fazem esses “infantes” ser odiados e 

destruídos, em vez de ser tirados das águas perigosas. Mas o 

amor de Deus é suficiente para todos (João 3.16), e houve 

provi- são para todos (I Jo 2.2; I Pe 4.6). Assim como a 

princesa estendeu a mão e salvou o bebê, assim também o 

longo braço da provisão divina realmente acode a todos os 

homens, e não apenas potencialmente. Não bastava que, 

potencialmente, a princesa pudesse tirar Moisés das águas. 

Foi mister tirar Moisés das águas, ou nada mais teria 

sentido. 

A providência de Deus mostra-se claramente evidente na 

natureza e em todos os aspectos da vida humana. Portanto, 

permitamos que flua o amor de Deus.


"E a filha de Faraó desceu a lavar-se no rio, e as suas 

donzelas passeavam pela borda do rio; e ela viu a arca no 

meio dos juncos e enviou a sua criada, e a tomou. E, abrindo-

a, viu o menino, e eis que o menino chorava; e moveu-se de 

compaixão dele e disse: Dos meninos dos hebreus é este" 

(versículo 5-6). Aqui, pois, começa a soar a resposta divina 

em doce murmúrio aos ouvidos da fé. Deus intervinha em 

tudo isto. O racionalismo, o cepticismo, a infidelidade, e o 

ateísmo, podem rir-se desta ideia. E a fé também; mas são 

risos diferentes. Os primeiros riem com desprezo da ideia da 

intervenção divina num banal passeio duma princesa real 

pela margem do rio. A segunda ri de cordial contentamento 

ao pensar que Deus está em tudo. E, de fato, se alguma vez 

Deus interveio em qualquer coisa foi neste passeio da filha do 

Faraó, embora ela o não soubesse.


Uma das mais ditosas ocupações da alma regenerada é 

seguir as pegadas divinas em circunstâncias e 

acontecimentos que a mente irrefletida atribui ao acaso ou à 

fatalidade. Por vezes a coisa mais banal pode ser um 

importantíssimo elo numa cadeia de acontecimentos de que 

Deus Se está servindo para levar avante os Seus grandiosos 

desígnios. Vejamos, por exemplo, Ester 6:1; que 

encontramos? Um monarca pagão que passa uma noite 

inquieta.

Nada há de extraordinário nisso, podemos supor; e no 

entanto, esta circunstância constitui um elo numa grande 

cadeia de acontecimentos providenciais, ao fim da qual surge 

a maravilhosa libertação dos descendentes oprimidos de 

Israel.


Assim sucedeu com a filha do Faraó e o seu passeio pela 

margem do rio. Mas ela não pensava que estava ajudando os 

intentos do "Senhor Deus dos hebreus"! Mal ela sabia que o 

bebé que chorava na arca de juncos viria ainda a ser o 

instrumento do Senhor para abalar a terra do Egito até aos 

seus alicerces! E contudo era assim. O Senhor pode fazer 

com que a cólera do homem redunde em Seu louvor (SI 

76:10) 


e restringir o restante dessa cólera. Como a verdade deste 

fato transparece claramente nas palavras que se seguem!


"Então, disse sua irmã à filha de Faraó: Irei eu a chamar 

uma ama das hebreias, que crie este menino para ti! e a filha 

de Faraó disse-lhe: Vai. E foi-se a moça e chamou a mãe do 

menino. Então, lhe disse a filha de Faraó: Leva este menino e 

cria-mo; eu te darei teu salário. E a mulher tomou o menino e 

criou-o. E, sendo o menino já grande, ela o trouxe à filha de 

Faraó, a qual o adotou; e chamou o seu nome Moisés e disse: 

Porque das águas o tenho tirado" versículos (7a 10).


A fé da mãe de Moisés encontra aqui a sua inteira 

recompensa; Satanás fica embaraçado e a sabedoria 

maravilhosa de Deus é revelada. Quem poderia supor que 

aquele que havia dito às parteiras das hebreias "se for filho, 

matai-o", acrescentando, "a todos os filhos que nascerem 

lançareis no rio", havia de ter na sua própria corte um desses 

próprios filhos? O diabo foi vencido com as suas próprias 

armas, porque Faraó, de quem queria servir-se para frustrar 

os propósitos de Deus, foi usado por Deus para alimentar e 

educar esse Moisés, que havia de ser o Seu instrumento para 

confundir o poder de Satanás. Providência notável! 

Maravilhosa sabedoria! Certamente, "até isto procede do 

Senhor" (Is 28:29). Possamos nós confiar n'Ele com mais 

simplicidade, e então a nossa carreira será mais brilhante e o 

nosso testemunho mais eficaz.





Êx 2. 5. A filha de Faraó. O livro Apócrifo de Jubileus (47:5) 

a chama de Tarmute; o comentário de Hyatt (p. 64) menciona 

“ Merris” e “ Bitia” como outros nomes que lhe são 

atribuídos. É difícil descobrir uma razão por que tais nomes 

seriam inventados, de modo que é bem possível que tenhamos 

aqui um fragmento de uma tradição extra-bíblica digna de 

confiança. Compare o caso de Janes e Jambres, os nomes dos 

mágicos que se opuseram a Moisés (2 Tm 3:8). Se o Faraó 

em questão foi realmente Ramessés II, ele tinha perto de 

sessenta filhas. Ele também possuía vários ‘ ‘chalés de caça’ ’ 

espalhados pela área do delta, onde havia uma abundância 

de patos e outros tipos de caça, assim, não há necessidade de 

presumirmos que os pais de Moisés viviam perto da capital, 

Zoã.


Êx 2. 6. Teve compaixão dele. Mãe alguma no oriente seria 

capaz de abandonar um menino robusto como aquele. 

Podemos suspeitar que uma menina não teria tido sorte tão 

favorável, mas elas não estavam sujeitas à pena de morte 

decretada por Faraó. Em tudo isso, a providência divina estava em ação.



A graça de Deus está revelada na compaixão mostrada pela 

filha de Faraó (6). Mesmo quando os homens maus fazem o 

pior que podem, Deus, por seu gracioso poder, coloca boa 

vontade e amor tenro no coração das pessoas que estão perto 

do tirano. Mal sabia o rei ímpio que Deus estava executando 

seu plano secretamente, mesmo quando parecia que o 

monarca mundano estava tendo sucesso. Também é 

interessante notar que, para criar o próprio filho, a mãe 

hebreia foi paga com parte do dinheiro de Faraó (9). Este é 

outro exemplo de que a ira do homem é posta para louvar a 

Deus.





III - O ZELO PRECIPITADO DE MOISÉS E SUA FUGA 

(ÊX 2.11 22)


1. Moisés é levado ao palácio (Êx 2.10).


Êx 2.10 Adoção de Moisés pela Princesa. Com a passagem 

do tempo, averiguou-se que Moisés não era um menino 

ordinário. Veio a ter duas mães: sua mãe natural, que foi 

quem 0 criou, e sua mãe adotiva, a princesa egípcia, que o 

adotou oficialmente como seu próprio filho. É lindo quando 

uma criança tem duas mães, pois há tantas crianças que não 

têm ao menos uma. O trecho de Atos 7.22 conta que Moisés 

foi educado nas escolas do Egito, tendo absorvido toda a 

sabedoria dos egípcios. Filo nos dá uma informação similar. 

Moisés recebeu uma educação de primeira classe como parte 

de sua preparação para a missão que lhe competi- ria 

realizar. Finalmente, depois de quarenta anos, Moisés 

repudiou a sua herança egípcia, porquanto, em sua vida, já 

havia ultrapassado aquele estágio preparatório (Heb. 

11.24,25). Mas durante os primeiros quarenta anos, tal 

educação lhe era necessária, tendo-lhe sido útil para o resto 

de seus dias, embora ele não quisesse viver como egípcio.


Filo dizia que a princesa egípcia era uma mulher casada, mas 

sem filhos, e que corrigiu essa falha da natureza ao adotar a 

Moisés (De Vita Mosis, c. 1 par. 604 e 605). Artafanos ajunta 

a isso que o marido da princesa era homem revestido de 

grande autoridade no Egito, que governava o Egito na região 

que ficava ao norte de Mênfis






Sendo o menino já grande. Sem dúvida depois de desmamado. 

O menino cresceu de forma extraordinária, física e 

espiritualmente. Josefo via nessas palavras algo de 

extraordinário [Antiq. Jud. ii.9 par. 6). Moisés era um vaso 

escolhido para uma elevada missão; e desde  começo deu 

sinais disso.


Esta lhe chamou Moisés. Mui provavelmente, esse nome vem 

do egípcio Mes, que significa “filho” ou “criança". A forma 

hebraica desse nome, com som semelhante, Mosheh, quer 

dizer “tirado”, uma referência ao modo como foi tirado do 

Nilo, talvez também prevendo a “retirada" para fora do 

Egito, quando o êxodo tivesse lugar.





Êx 2. 10. Moisés, mõseh, seria o particípio ativo do verbo 

hebraico mãsâh, “ tirar, retirar” . Uma vocalização diferente 

nos daria o particípio passivo, “ retirado” , mas não há 

necessidade de forçar esse significado. Como ocorre 

frequentemente no Velho Testamento, este nome não é um 

exercício filológico perfeito, mas um trocadilho baseado 

numa assonância.

Possivelmente a filha de Faraó escolheu o nome egípcio que 

aparece na segunda metade de nomes como Tutmoses, 

Amoses e muitas outras formas semelhantes. É impossível 

saber se o nome “ Moisés” era considerado uma abreviatura 

de alguma forma mais longa, mas isso não tem importância. 

Bíblia, além de indicar que o nome de Moisés é capaz de 

sustentar tal trocadilho (que para o israelita era rico em 

significado espiritual), sugere que o nome foi escolhido 

deliberadamente por causa desta capacidade. Nada há de 

impossível aqui; dialetos semitas ocidentais eram 

amplamente 

entendidos, e mesmo falados, na área do delta. Uma patroa 

egípcia podia muito bem entender e usar a língua de seus 

empregados para dar suas ordens, como as “ mensahib” do 

Império Britânico em dias mais recentes.



Moisés é honrado como filho da filha de Faraó (v.10). Parece 

que os seus pais não tinham em vista apenas a necessidade, 

ao cuidarem dele para a filha do Faraó, mas estavam muito 

felizes pela honra feita, desse modo, ao seu filho. Porque os 

sorrisos do mundo são tentações mais fortes do que as suas 

caras fechadas, e mais difíceis de resistir. A tradição dos 

judeus diz que a filha de Faraó não tinha filhos, e que era a 

filha única de seu pai, de forma que quando ele foi adotado 

como seu filho, passou a ter direito à coroa. Embora seja 

certo que ele estivesse destinado a desfrutar tudo o que a 

corte tivesse de melhor no momento devido, neste ínterim 

Moisés teve a vantagem de receber a melhor educação e o 

melhor desenvolvimento que a corte poderia oferecer. Este 

preparo, aliado a uma grande capacidade pessoal, fez com 

que Moisés se tornasse mestre em todo o conhecimento 

legítimo dos egípcios, Atos 7.22. Observe: 1. A Providência 

às vezes se alegra ao levantar os pobres do pó para colocá-

los entre os príncipes, Salmos 113.7,8. Muitos que, por seu 

nascimento, parecem marcados para a obscuridade e a 

pobreza, através de eventos surpreendentes da Providência 

são trazidos para se sentarem na extremidade superior do 

mundo. Assim os homens passam a saber que o Céu governa 

todas as coisas. 2. O precioso Deus sempre conhece a 

maneira mais adequada para qualificar e preparar com 

antecedência aqueles que Ele nomeia para lhe prestar 

grandes serviços. Moisés, sendo educado em uma corte, é o 

homem mais adequado para ser um príncipe e rei em 

Jesurum. Tendo recebido a sua educação em uma corte 

instruída (pois assim era a corte egípcia naquela época), 

Moisés era o homem mais capacitado para ser um 

historiador. 

E pelo fato de ter sido educado na corte egípcia, Moisés é o 

homem mais adequado para ser empregado, em nome de 

Deus, como um embaixador para esta corte.


2. O preparo de Moisés (Êx 3.9,10).

Deus escolhe pessoas capacitadas para fazer a sua obra? 

Com certeza. Não há referências na Palavra de Deus que 

indiquem que Ele despreza talentos pessoais ou a experiência 

adquirida por seus servos. Saulo era versado em três línguas 

diferentes, e as utilizou para falar de Jesus em suas viagens 

missionárias. Mateus era um cobrador de impostos, e utilizou 

seus conhecimentos para escrever seu Evangelho. Davi era 

um combatente, mas também era um poeta que compôs 

diversos cânticos de adoração ao Senhor. Daniel era um 

profeta, mas também era um estadista. Portanto, entenda que 

Deus utiliza nossos recursos em prol do seu Reino.


Deus capacita pessoas para a sua obra? Com certeza. 

Ninguém pode dizer que está totalmente pronto para dar 

passos definitivos na caminhada com Deus. Elias, o tisbita, 

ressuscitou um menino morto, mas para isso teve de passar 

uma temporada no anonimato em Querite, sendo mantido por 

corvos, e depois que o ribeiro secou, foi direcionado por 

Deus para ficar uma temporada sendo mantido por uma 

viúva 


pobre em Sarepta, uma localidade de Sidom, terra natal de 

Jezabel. Ele foi capacitado por Deus para os desafios que 

enfrentaria. O mesmo se deu com Moisés: sua formação no 

Egito e o tempo no deserto, pastoreando as ovelhas de seu 

sogro, fizeram dele o homem escolhido por Deus para uma 

obra sem igual. Como cristãos, somos desafiados a usar 

nossos talentos pessoais em prol do Reino de Deus, e isso 

inclui buscar uma formação sólida e coerente.


Há uma frase que circula em adesivos de carros que diz: 

“Deus não chama os capacitados, mas capacita os 

escolhidos”. É uma frase estranha, ao menos em minha ótica, 

pois Deus não costuma desprezar a nossa experiência de 

vida, como se nada em nossa existência prestasse. Deus pode 

usar qualquer pessoa em sua obra, mas ao longo do texto 

bíblico Ele chama pessoas capacitadas, ainda que 

limitadamente, para servi-lo. Na prática, Deus utiliza nossos 

dons, estudos e demais recursos que adquirimos ao longo da 

vida para serem utilizados em prol do seu Reino. Portanto, 

quanto mais recursos obtemos ao longo da vida, mais eles 

poderão ser usados no serviço do Mestre. E é nossa função 

estar capacitados dentro de nossas forças para prestar o 

melhor ao Senhor. Em sua sabedoria, Ele complementará o 

que nos falta.

Deus sempre tem um objetivo quando chama um de seus 

servos para que exerça alguma função ou ministério e tem 

sua forma própria de preparar seus escolhidos, como 

aconteceu com Moisés. Na prática, nunca estaremos sempre 

prontos para atender à voz de Deus. Sempre faltará alguma 

atitude da qual só teremos ciência quando estivermos no meio 

da jornada. Ainda assim, em sua paciência, Deus nos pede 

que andemos confiando nEle, e não que acumulemos a 

bagagem de conhecimento e experiência antes para depois 

decidir que vamos obedecer.


Quando foi chamado por Deus, Moisés estava apascentando 

as ovelhas de seu sogro. Após ter passado quarenta anos no 

Egito como membro da corte de Faraó, tendo recebido uma 

educação própria de sua classe social, Moisés foge do Egito 

por ter matado um egípcio. Ele passou a próxima temporada 

de quarenta anos auxiliando seu sogro a cuidar de ovelhas 

em uma região desértica, onde aprendeu os caminhos do 

deserto, 

a forma como sobreviver nele, os tipos de animais existentes 

na região e questões relacionadas ao clima. Eram questões 

simples para quem tivera uma educação de ponta no Egito, 

mas foi dessa forma que Deus preparou Moisés. A sabedoria 

dos egípcios ele já possuía. Ele precisava agora aprender 

como viver fora da corte egípcia e a depender de Deus em 

uma jornada que duraria anos.


 “Moisés passou seus primeiros quarenta anos pensando que 

era alguém. Os segundos quarenta anos, passou aprendendo 

que era um ninguém! Os últimos quarenta anos ele os passou 

descobrindo o que Deus pode fazer com um ninguém” 




Êx 3. 10. Eu te enviarei. Davies aponta esta passagem como a 

comissão apostólica de Moisés. Não há contradição entre o 

envio de Moisés e a intenção declarada de Deus de realizar 

pessoalmente a obra, Deus normalmente trabalha através da 

obediência voluntária de Seus servos, realizando Sua 

vontade. Cristo pode ter tido esta passagem em mente quando 

deu uma comissão apostólica semelhante a Seus discípulos 

(João 20:21).



O plano divino (3.7-10). Deus se envolveu na situação difícil 

do seu povo. Ele disse: Tenho visto atentamente, tenho ouvido 

e conheci (7). Pode ter esperado muitos anos, mas sabia o 

tempo todo. Estas palavras garantem que Deus ouve 

atentamente os clamores de tristeza e conhece os apuros 

humanos.


Deus sempre está agindo no mundo, “porque nele vivemos, e 

nos movemos, e existimos” (At 17.28). Interfere na história 

em ocasiões especiais para se revelar e realizar sua vontade. 

Ele disse a Moisés que desceu para livrar seu povo do Egito 

(8). Havia um lugar preparado para eles numa terra boa, 

larga e que mana leite e mel. Esta descrição não significa que 

Canaã era mais fértil que o Egito, mas que era uma terra 

boa, frutífera e suficientemente espaçosa para Israel. Tratava-

se de uma terra identificada pelos nomes dos povos cuja 

iniquidade 

estava cheia, tendo de renunciar a terra a favor dos 


escolhidos de Deus (Gn 15.16-21).19 Embora Deus pudesse 

ter livrado Israel diretamente por uma palavra, preferiu fazer 

sua obra por seu servo. Disse Deus a Moisés: Eu te enviarei a 

Faraó (10). Este homem, outrora auto designado libertador, 

tinha de ir à presença do orgulhoso rei e tirar Israel do Egito 

sob a direção de Deus.


Identificamos “O Envolvimento de Deus com o seu Povo” em 

cinco declarações: 1) Tenho visto atentamente, 7; 2) Tenho 

ouvido, 7; 3) Conheci, 7; 4) Desci, 8; 5) Eu te enviarei, 10.

Moisés passou os primeiros quarenta anos de sua vida (At 

7:23) trabalhando para o governo egípcio. (Alguns 

estudiosos 

acreditam que ele estava sendo preparado para tornar-se 

Faraó.) O Egito parece o lugar menos provável para Deus 

começar a treinar um líder, mas os caminhos do Senhor não 

são os nossos caminhos. Ao capacitar Moisés para seu 

serviço, Deus usou várias abordagens.


Educação. "E Moisés foi educado em toda a ciência dos 

egípcios e era poderoso em palavras e obras" (At 7:22). O 

que fazia parte dessa educação? Os egípcios eram uma 

civilização extremamente desenvolvida para sua época, 

especialmente nas áreas de engenharia, matemática e 

astronomia. Graças a seus conhecimentos de astronomia, 

desenvolveram um calendário de precisão extraordinária, e 

seus engenheiros planejaram e supervisionaram a construção 

de estruturas que existem até hoje. Seus sacerdotes e médicos 

eram mestres na arte de embalsamar, e seus líderes possuíam 

grande competência em organização e administração. 

Aqueles que visitam o Egito hoje em dia inevitavelmente se 

impressionam com as realizações desse povo da Antiguidade. 

O servo de Deus deve aprender tudo o que puder, dedicar esse 

conhecimento a Deus e servi-lo fielmente.


3. A fuga de Moisés (Êx 2.11-22).


Êx 2.12 Matou o egípcio. Isso seguia 0 princípio de “vida por 

vida” (Êx 21.23), uma espécie de defesa em favor da vida, 

embora o texto não diga que o egípcio estava prestes a tirar a 

vida do israelita. Moisés exagerou, não havendo como 

desculpar o crime. Uma de minhas fontes informativas fala 

em uma “ultrajante” combinação de precipitação e 

prudência. Moisés agiu por sua própria autoridade, 

mostrando uma audácia singular. Mas a coragem audaciosa, 

por si só, não é uma virtude. O diabo é audaz; resolveu 

enfrentar o próprio Deus. Mas isso não faz dele um ser justo.

Conta-se como David Livingstone se sentiu revoltado diante 

do tratamento brutal dado aos escravos em um mercado 

árabe de escravos. Muitos homicídios sem base estavam 

sendo cometidos contra os escravos, sem motivos suficientes. 

E Livingstone confessou que sua primeira reação foi “atirar 

nos assassinos com sua pistola” 


Mas a vingança vem do Senhor, e não deve provir de algum 

indivíduo. A lei promove a vingança divina; e a vindicação 

que não ocorre, a vontade de Deus cuida disso, afinal. Não 

há erro que não venha a ser corrigido. Ver Rom. 13.1 ss. e 

12.19. A violência parece inevitável, pelo menos em algumas 

ocasiões, mas ela sempre envolve um erro. Muitos pais 

castigam seus filhos tomados por uma ira violenta, 

usualmente por causa de alguma inconveniência trivial que 

sofreram.


“Os comentadores judeus geralmente apreciavam o ato [de 

Moisés], ou mesmo elogiavam-no como uma ação patriótica e 

heroica. Mas sem dúvida foi um feito precipitado, efetuado em um espírito indisciplinado” 




.
Êx 2.13 Provocação. Moisés ocultara as evidências de seu 

crime; mas a questão não terminou com o egípcio sepultado 

na areia. No dia seguinte, Moisés tentou interromper uma 

briga entre dois hebreus. Mas acabou sabendo, da parte de 

um dos antagonistas, que seu ato homicida tinha sido visto e, 

sem dúvida, discutido entre os observadores. Isso significava 

que, em breve, a história inteira seria descoberta, e Moisés 

passaria a ser caçado pela justiça do Faraó. Talvez o hebreu 

tencionasse matar ao outro; mas afinal isso foi o que Moisés 

tinha feito. Ver II Sam. 14.6. A desintegração social e 

psicológica havia tomado conta do escravizado povo de 

Israel, e eles estavam abusando uns dos outros. O espírito de 

Moisés, pois, vexava-se diante do que via entre sua própria 

gente. Seu coração estava sendo preparado, mas um longo 

tempo seria necessário até tornar-se o instrumento devido do 

poder de Deus. Ver Atos 7.26 quanto ao paralelo 

neotestamentário deste versículo.


Êx 2.14 O autor sacro segredava aqui que não chegara ainda 



o tempo de Moisés receber autoridade. Os israelitas ainda 

não estavam preparados; o próprio Moisés também não 

estava preparado. Moisés era um príncipe no Egito, por ser 

filho adotivo da filha do Faraó, e seu pai adotivo sem dúvida 

era também homem de grande autoridade (vs. 10). Para os 

hebreus, porém, ele nada significava. Não lhe cabia decidir 

quem estava com a razão e quem estava errado, ainda que, 

posteriormente, ele se tivesse tornado o grande legislador a 

quem todo o povo de Israel devia obediência. No Antigo 

Testamento, a justiça (no hebraico, mishpat! não era um 

conhecimento positivo nem um princípio metafísico, como se 

dá com a filosofia ética. Era a lei imposta pelo Deus vivo. Os 

atos potencialmente altruístas de Moisés, sua preocupação 

com os oprimidos, não foram bem acolhidos, e isso deve ter 

parecido difícil para o jovem Moisés (então com quarenta 

anos de idade). Uma lição que devemos aprender de início é 

não esperar aplausos. A maioria das pessoas teme as 

verdades recém-descobertas que ameaçam os dogmas 

tradicionais.


O Erro Fatal de Moisés. Moisés tinha aplicado a violência; 

tinha assassinado; tinha perdido 0 respeito dos outros. Agora 

seria preciso muito tempo para ele vencer essa situação.

Êx 2.15 Moisés fugiu da presença de Faraó. Este estaria 

agora ouvindo a notícia ou em breve a ouviria, de que Moisés 

matara a um egípcio. E então mandaria executar Moisés. 

Nisso consistia o maior temor de Moisés. E assim Moisés 

fugiu para seu exílio de quarenta anos, na terra de Midiã, o 

segundo grande ciclo de sua vida. Ver o vs. 11. Ele começara 

a tornar-se uma figura ameaçadora, intervindo onde não 

devia, agitando o povo. Alguns intérpretes veem neste texto 

um esforço abortado de emancipação. Mas o autor sacro 

apresenta 0 episódio como um simples passo na preparação 

divina do caminho de Seu servo. Este precisava internar-se 

no deserto por quarenta anos. Tudo isso fazia parte de sua 

preparação.


Terra de Midiã. Moisés fugiu na direção sudeste, afastando-

se de onde vivia talvez quatrocentos quilômetros. Midiã tinha 

sido um dos filhos de Abraão e Quetura (Gên. 25.1-6). Assim, 

os midianitas eram parentes distantes de Moisés, uma tribo 

árabe que vivia na região ao sul do Sinai e na porção 

noroeste da Arábia. Esse deserto diferia muito da favorecida 

região de Gósen, no Egito, que era onde estava 0 grosso da 

população israelita. Ver Gên. 45.10. Os midianitas eram 

seminômades. Seu centro ficava às margens do golfo de 

Ácaba. O local tradicional do monte Sinai ficava naquela 

região, Os nabateus, mui provavelmente, foram os sucessores 

dos midianitas na região, tendo sido os que edificaram a 

famosa cidade de Petra (ver a respeito no Dicionário).


Junto a um poço. Local muito valorizado em uma terra 

ressequida. Ver no Dicionário os artigos intitulados Poço e 

Cisterna. Moisés armou sua tenda nas imediações. Havia 

perdido sua exaltada posição de filho da filha do Faraó, e 

agora era tão sem importância quanto antes era importante.




Êx 2:11-15. Rejeição e fuga de Moisés. 11. Sendo Moisés já 

homem. Atos 7:23 afirma que Moisés tinha quarenta anos na 

época. Exodo afirma somente que ele tinha oitenta anos 

quando se apresentou perante Faraó (7:7) e que passara 

muitos dias em Midiã (2:23). É possível que quarenta anos 

seja representativo de uma geração, que para o mundo 

ocidental é um espaço de trinta anos. Atos 7:22 está 

absolutamente correto ao afirmar que “ Moisés foi educado 

em toda a ciência dos egípcios” , uma vez que fora criado 

com outros príncipes. Este era o outro lado da preparação 

divina. Com as possíveis exceções de Salomão, Daniel e 

Neemias, nenhum outro personagem do Velho Testamento 

recebeu treinamento semelhante (cfDn 1:4). Os códigos de 

direito da época provavelmente faziam parte de tal 

treinamento. O Código de Hamurábi, por exemplo, era 

amplamente estudado e comentado por escribas egípcios, de 

modo que Moisés possivelmente o conhecia bem.


E viu seus labores penosos. Esta frase significa mais do que 

simplesmente ver. Significa “ ver com emoção” , quer com 

satisfação (Gn 9:16) ou, como aqui, com tristeza (Gn 21:16). 

Moisés partilhava das emoções do coração de Deus. Deus 

também via o que os egípcios estavam fazendo aos israelitas 

estava prestes a intervir (3:7,8). Não era o impulso de 

Moisés em salvar a Israel que estava errado, mas a ação em 

que ele se empenhou. Espancava, “ matou” (12) e “ mataste” 

(13) são três formas diferentes do mesmo verbo hebraico. 

Isso dá à narrativa uma continuidade que não é possível 

reproduzir em português. Comunica também a impressão de “ 

olho por olho, dente por dente” (21:24). Talvez o egípcio 

fosse um dos odiados feitores de obras; e, se hebreu tem 

mesmo o significado amplo sugerido acima, então a frase um 

do seu povo é uma restrição necessária, para indicar um 

verdadeiro israelita. Êx 2.12. E o escondeu na areia. Eis aqui 

um toque de colorido local. Não havia areia na maior parte 

de uma terra rochosa como Israel, e seria muito mais difícil 

ocultar um cadáver na Palestina do que no Egito.

Êx 2.13. E disse ao culpado. Temos aqui um termo jurídico. 

Compare a descrição que Faraó faz de si mesmo, como sendo 

culpado (ARC “ injusto” ) enquanto Deus é chamado “justo” 

(9:27). Simples percepção psicológica foi o que fez o culpado 

rejeitar Moisés, em termos que o próprio Faraó pode ter 

usado mais tarde (5:2). Sem dúvida, o outro hebreu, o 

inocente, aceitou alegremente a ajuda de Moisés, tal como os 

publicanos e pecadores receberam a Cristo com alegria 

séculos depois (Mt 9:10).


Êx 2.15. A terra de Midiâ. A localização é bastante incerta, 

mas sem dúvida ficava além das fronteiras do Egito, para o 

leste. Algumas partes da Península do Sinai, ou da Arabá (a 

região do sul do Mar Morto), ou ainda a parte da Arábia a 

leste do Golfo de Aqaba são localizações possíveis. Nos dias 

de Ptolomeu, a terra de “ Modiana” ficava localizada ao 

leste do golfo. Se, como em Gênesis 37:25, os midianitas 

viajavam extensamente, quer por razões comerciais ou 

pastoris (3:1) ou ainda bélicas (Jz 6:1), todas essas regiões 

poderiam ser cobertas. Pelo fato de, mais tarde, os israelitas 

terem se tornado inimigos mortais dos midianitas, é 

inadmissível que a tradição da peregrinação de Moisés por 

Midiã tenha sido inventada. É possível que “ ismaelitas” (Gn 

37:25) e “ queneus” (Jz 4:11) fossem nomes tribais usados 

em Midiã. Por outro lado, Juízes 8:24 pode sustentar o ponto 

de vista de que o termo “ ismaelita” era bem mais amplo que 

“ midianita” ; o mais provável, porém, é que os termos eram 

usados de maneira bem livre. Junto a um poço. Onde quer 

que houvesse um poço no deserto, lá haveria uma povoação; 

para os que lá viviam, aquele seria sempre “ o poço” . O 

poço de aldeia era o lugar natural onde encontrar o estranho 

ou visitante. Encontros semelhantes foram narrados em 

Gênesis 29:10 (Jacó) e João 4:6,7 (Jesus); nos três casos, 

oferece-se ajuda (quer material quer espiritual) a quem é 

indefeso e incapacitado, um retrato daquilo que Deus mesmo 

irá fazer.


Êx 2:16-22. Moisés em Midiã. 16. O sacerdote de Midiã. 

Alguns estudiosos buscam apoio nesta frase para a chamada 

“hipótese quenita” , que presume que a religião mosaica se 

originou na de Midiã, e no sogro de Moisés em particular. Os 

midianitas, por tradição, pertenciam à mesma árvore 

genealógica de Israel, com raízes em Abraão (Gn 17:20) e é 

altamente improvável que Moisés tivesse aprendido com eles 

algo que já não conhecesse da “ lei comum” dos semitas 

ocidentais. Além disso, o relato bíblico deixa bem claro que a 

nova revelação foi entregue a Moisés no “ monte de Deus” 

(3:1) e que seu sogro só a aceitou posteriormente, quando a 

viu validada pelos acontecimentos (18:11). Sete filhas.


Novamente o número ideal ou sagrado; pode bem ter sido 

usado literalmente neste caso. As mulheres árabes (nunca os 

homens) ainda apanham água nos poços em Israel e na 

Jordânia, enquanto os rebanhos são normalmente vigiados 

por meninos e meninas.


Êx 2.18. Reuel. Talvez signifique “ amigo de Deus” ou “ 

pastor de Deus” , este último um significado muito 

apropriado numa sociedade pastoril. Um significado menos 

provável seria “ Deus é pastor/amigo” . Assim como há 

dúvidas quanto à localização de Midiâ e até mesmo do Monte 

Sinai, há também dúvidas quanto ao nome exato do sogro de 

Moisés. O nome Reuel é uma forma de boas possibilidades, e 

em Gênesis 36:4 aparece como um nome edomita. Em 3:1 o 

mesmo homem é chamado de Jetro, a forma nominativa de 

um nome árabe relativamente comum. Em Números 10:29 

aparece um Hobabe, o filho de Reuel de Midiã: o texto não 

deixa claro qual dos dois é o sogro de Moisés. Hobabe é um 

simples nome semita e Juízes 4:11 certamente descreve 

Hobabe como o sogro de Moisés. Isso significa que, ou várias 

tradições sobreviveram quanto â identidade do sogro de 

Moisés, ou então ele tinha pelo menos dois nomes. 

Evidentemente não há problemas em supor que ele tivesse 

dois (ou mais) nomes, já que nomes duplos são conhecidos de 

fontes da Arábia Meridional. Em tais casos o editor bíblico às 

vezes especifica ambos os nomes, como em “ Jerubaal (que é 

Gideão)” (Jz 7:1): às vezes porém, os dois são usados 

independentemente no espaço de uns poucos versos (Jz 8:29). 

O assunto não tem importância teológica e é melhor presumir 

que o nome significava tão pouco para Israel que tal 

incerteza era possível. A tradição, contudo, é unânime em 

afirmar que Moisés se casou com a filha de um sacerdote 

semita da região desértica oriental, e lá viveu por período 

consideravelmente longo.


ÊX 2. 21. Zípora. Pode ser traduzido como “ canora”, ou 

menos polidamente, “ pipilante” ; é o nome de uma pequena 

ave da região. Compare com os nomes igualmente simples de 

Raquel (ovelha) e Léa) (novilha) em Gênesis 29.


Êx 2. 22. Gérson. Este nome contém um trocadilho por 

assonância, pois foi traduzido como se fosse a expressão 

hebraica gêr sãm, “ um peregrino ali” . Filologicamente, é 

provavelmente um antigo nome derivado do verbo gãras, com 

o significado de “ expulsão” ; o sentido geral é, assim, 

aproximadamente o mesmo. Como é frequente no Velho 

Testamento, a observação é mais um comentário sobre o 

significado do nome do que uma tradução exata (cf 2:10). 

Consultar Hyatt quanto à sugestão de que Gérson é o 

ancestral do clã levita de Gérson “ Gersan” (Nm 3:21-26), 

com a mudança da última consoante.





As ações prematuras de Moisés (2.11-15). As injustiças que 

os israelitas sofriam deram a Moisés um senso de missão. 


Quando tinha idade para agir por conta própria, examinou 

pessoalmente a carga que seus irmãos suportavam. Quando 

viu que um varão egípcio feria a um varão hebreu (11), seu 

desejo de ajudar o povo veio à tona.


Percebeu que tinha razão em punir o malfeitor, ainda que 

soubesse que tal ação seria perigosa. Feriu ao egípcio (12), 

matando-o, depois de se certificar de que ninguém estava 

olhando. Moisés não tinha autoridade do Egito para corrigir 

estes males, e Deus ainda não o comissionara. Agindo por 

conta própria, entrou em dificuldades.


No dia seguinte, quando tentou resolver uma diferença entre 

dois hebreus, Moisés ficou sabendo que o assassinato do 

egípcio fora descoberto (14). Também ficou sabendo que 

havia injustiça entre seus irmãos. O povo que não apoiava o 

homem que queria ajudá-lo ainda não estava preparado para 

ter um libertador. E um autodesignado maioral (ou 

“príncipe”, ARA) e juiz também não estava preparado para 

ser o libertador. Moisés teve de esperar o tempo de Deus para 

receber mais instruções de uma Autoridade superior. O rei 

logo tomou conhecimento do que Moisés fizera, mas antes de 

Faraó agir, Moisés fugiu para a terra de Midiã 15 onde 

quarenta anos depois (At 7.30) seria comissionado.


c) Moisés em Midiã (2.16-25). Os midianitas eram 

descendentes de Quetura e Abraão (Gn 25.1-4). Habitavam 

pelas redondezas do monte Sinai, na península do Sinai a leste 

do Egito, do outro lado do mar Vermelho. Esta montanha 

também era conhecida por “Horebe” (3.1).13 O sacerdote de 

Midiã (16) chamava-se Reuel (18), que significa “amigo de 

Deus”.14 Em outros pontos do texto, é conhecido por Jetro 

(e.g., 3.1; 4.12). Tinha sete filhas que apascentavam as 

ovelhas do pai, mas que passavam maus momentos com os 

pastores que maltratavam as moças. Moisés, sempre pronto a 

ajudar os desvalidos, levantou-se para socorrê-las. O texto 

não fala como conseguiu lidar sozinho com o grupo de 

pastores, mas conseguiu mantê-los afastados enquanto as 

moças davam de beber ao rebanho (17). Em consequência 

desta bondade, Moisés achou uma casa e uma esposa (21). 

Aqui se tornou pai do primeiro filho em terra estranha (22). 

nome Gérson “não sugere apenas ‘estranho’, mas indica 

exílio, banimento”. Durante o tempo da permanência de 

Moisés em Midiã, o povo oprimido no Egito sentiu mais 

intensamente o peso esmagador da escravidão (23). Os 

líderes do Egito tinham recorrido à servidão cruel para 

manter os hebreus em sujeição, descontinuando a política de 

matar os recém-nascidos do sexo masculino.


Mas Deus estava cuidando dos seus. Ele ouviu o gemido do 

povo e se lembrou do concerto (24). Deus adiou a libertação 

de Israel até que Moisés e Israel estivessem prontos. Moisés 

precisava das disciplinas do deserto, e o desejo de Israel por 

liberdade precisava aumentar. A escravidão continuada no 

Egito uniu o povo de Israel no desejo por liberdade e na fé de 

que só Deus podia livrá-lo. Deus ouve os clamores do seu 

povo, mas espera até “a plenitude do tempo” para dar a 

vitória. Conheceu-os Deus (25) significa “Deus se 

preocupava 

com eles”.





Fracasso (w. 11-14).

 Apesar de algumas pessoas se confundirem com a etnia de 

Moisés (v. 19), ele sabia que era hebreu, não egípcio, e não 

podia evitar identificar-se com o sofrimento de seu povo. 

Certo dia, tomou a corajosa decisão de ajudá-los, mesmo que 

isso significasse perder sua posição de nobre como filho 

adotivo da princesa (Hb 11:24-26). Os prazeres e tesouros do 

Egito desvaneceram quando ele se viu ajudando a libertar o 

povo escolhido de Deus.


É possível que o oficial egípcio não estivesse apenas 

disciplinando o escravo hebreu, mas espancando-o com a 

intenção de mata-lo, pois é isso que pode significar a palavra 

hebraica usada nesse caso. Assim, quando Moisés interferiu, 

provavelmente estava salvando a vida de um homem. E se o 

egípcio voltou-se contra Moisés, o que deve ter acontecido, 

então Moisés também estava defendendo a própria vida.


Contudo, se o plano de Moisés era libertar os hebreus 

matando os egípcios um por um, estava prestes a ter uma 

surpresa. No dia seguinte, descobriu que os egípcios eram 

apenas parte do problema, pois os hebreus não conseguiam 

nem chegar a um entendimento entre si! Quando tentou 

reconciliar os dois hebreus, eles rejeitaram sua ajuda! Além 

disso, Moisés também ficou sabendo que seu segredo havia 

sido revelado e que o Faraó estava atrás dele para matá-lo. A 

única coisa que lhe restava fazer era fugir.


Esses dois episódios revelam Moisés como um homem 

compassivo e de motivações sinceras, mas ao mesmo tempo 

impetuoso em suas atitudes. Sabendo disso, é de se admirar 

que, mais tarde, ele tenha sido considerado "mais [manso] do 

que todos os homens que havia sobre a terra" (Nm 12:3).


Moisés deve ter ficado desolado com sua tentativa fracassada 

de ajudar a libertar os hebreus. Por isso, Deus o levou a 

Midiã e fez dele um pastor de ovelhas durante quarenta anos. 

Ele precisava aprender que o livramento viria das mãos de 

Deus e não das mãos de Moisés (At 7:25; Êx 13:3).




Solidão e serviço humilde (w. 15-25). 

Moisés tornou-se um fugitivo e escondeu-se na terra dos 

midianitas, parentes dos hebreus (Gn 25:2). Agindo de 

acordo com sua natureza corajosa, ajudou as filhas de Reuel, 

sacerdote de Midiã (Êx 2:18). Com isso, recebeu a 

hospitalidade daquele lar, casou-se com Zípora, uma das 


filhas de Reuel, e esta lhe deu um filho.11 Posteriormente, 

Zípora teve outro filho ao qual deu o nome de Eliezer (Êx 

18:1-4; 1 Cr 23:15). Reuel ("amigo de Deus") também era 

conhecido como Jetro (Êx 3:1; 18:12, 27), mas é possível que 

Jetro ("excelência") fosse seu título como sacerdote e não seu 

nome.12 O homem "poderoso em palavras e obras" 

encontrava-se, agora, em pastos solitários cuidando de 

ovelhas obstinadas, mas era justamente esse tipo de preparo 

que precisava para liderar uma nação de pessoas obstinadas. 

Israel era o rebanho especial de Deus (Sl 100:3), e Moisés, o 

pastor escolhido pelo Senhor. Assim como nos treze anos que 

José viveu como escravo no Egito e como o intervalo de três 

anos na vida de Paulo, depois de sua conversão (Gl 1:16, 1 

7), os quarenta anos de espera e de trabalho de Moisés 

preparam-no para toda uma vida de ministério fiel. Deus não 

envia seus servos imediatamente, mas capacita-os para sua 

obra.


Quando há demora, não se trata de desinteresse de Deus, 

pois ele ouve nossos gemidos, vê nossas lutas, sente nossas 

tristezas e lembra-se de sua aliança. Cumprirá o que 

prometeu, pois jamais quebra sua aliança com seu povo. 

Quando chega a hora certa, Deus põe-se imediatamente a 

trabalhar.


"E aconteceu naqueles dias que, sendo Moisés já grande, saiu 

a seus irmãos e atentou nas suas cargas; e viu que um varão 

egípcio feria a um varão hebreu, de seus irmãos. E olhou a 

uma e a outra banda, e, vendo que ninguém ali havia, feriu ao 

egípcio e escondeu-o na areia" versículos (11-12). Moisés 

mostra aqui zelo por seus irmãos "mas não com 

entendimento" (Rm 10:2). Ainda não chegara o tempo 

determinado por Deus para julgar o Egito e libertar Israel, e 

o servo inteligente deve aguardar sempre o tempo de Deus. 

Moisés era "já grande" e "instruído em toda a ciência dos 

egípcios"; e, além disso, "cuidava que seus irmãos 

entenderiam que Deus lhes havia de dar liberdade pela sua 

mão" (At 7:25). Tudo isto era verdade, todavia, ele correu, 

evidentemente, antes de tempo, e quando alguém procede 

assim o resultado é o fracasso (1).


E não só o fracasso como também manifesta incerteza, falta 

de serena devoção e santa independência no progresso de um 

trabalho começado antes do tempo determinado por Deus. 

Moisés olhou a uma c outra banda." Não há necessidade 

disto quando se age com e para Deus e na plena 

compreensão dos Seus pensamentos quanto aos pormenores 

da Sua obra. Se o tempo determinado por Deus tivesse 

realmente chegado, e se Moisés sentisse que havia sido 

incumbido de executar a sentença de Deus sobre o egípcio, se 

sentisse ainda a presença divina consigo, não teria olhado "a 

uma e outra banda."


A Morte do Egípcio, um Ato Impensado e Prematuro

Este ato de Moisés encerra uma lição profundamente prática 

para todos os servos de Deus. Duas circunstâncias se ligam 

com ela, a saber: o receio da ira do homem e a esperança do 

favor humano. O servo do Deus vivo não deve atentar numa 

nem outra. Que importa a ira ou o favoritismo dum pobre 

mortal àquele que está investido da incumbência divina e que 

goza da presença de Deus?-Para um tal servo estas coisas 

têm menos importância que o pó dos pratos duma balança. 

"Não o mandei eu!- Esforça-te e tem bom ânimo; não pasmes, 

nem te espantes, porque o SENHOR, teu Deus, é contigo, por 

onde quer que andares" (Js 1:9). "Tu, pois, cinge os teus 

lombos, e levanta-te, e dize-lhes tudo quanto eu te mandar-, 

não desanimes diante deles, porque eu farei com que não 

temas na sua presença. Porque eis que te ponho hoje por 

cidade forte, e por coluna de ferro, e por muros de bronze, 

contra toda a terra; e contra os reis de Judá, e contra os seus 

príncipes, e contra os seus sacerdotes, e contra o povo da 

terra. E pelejarão contra ti, mas não prevalecerão contra ti; 

porque eu sou contigo, diz o SENHOR, para te livrar" (Jr 

1:17-19).


Colocado assim sobre este terreno elevado, o servo de Cristo 

não olha a uma e outra banda, mas atua de acordo com o 

conselho da sabedoria celestial: "Os teus olhos olhem 

direitos e as tuas pálpebras olhem diretamente diante de ti" 

(Pv 4:25). 

A sabedoria divina faz-nos sempre olhar para cima e para a 

frente. Sempre que olhamos em redor para evitar o olhar 

desdenhoso de um mortal ou para merecer o seu sorriso, 

podemos estar certos que há qualquer coisa que está mal; 

estamos fora do terreno próprio de serviço divino. Falta-nos 

certeza de termos a incumbência divina e de sentirmos a 

presença do Senhor, ambas as coisas tão essenciais.




É verdade que há muitos que, por ignorância profunda ou 

excessiva confiança em si próprios, entram para uma esfera 

de serviço para a qual Deus nunca os destinou e para a qual, 

portanto, os não preparou. E não só o fazem como aparentam 

uma frieza de ânimo e uma confiança em si próprios 

perfeitamente espantosas para aqueles que podem formar um 

conceito imparcial dos seus dons e dos seus méritos. Contudo 

essas aparências depressa cedem à realidade, e não podem 

modificar em nada o princípio que nada pode impedir 

realmente o homem de olhar "a uma e outra banda" senão a 

convicção íntima de ter recebido uma missão de Deus e de 

desfrutar a Sua presença. Quando possuímos estas coisas 

somos inteiramente livres das influências humanas e estamos 

independentes dos homens. Ninguém está em tão boas 

condições de servir os homens como aquele que é 

independente deles; contudo, aquele que conhece o seu 

verdadeiro lugar pode baixar-se e lavar os pés dos seus 

irmãos. Quando desviamos o olhar do homem e o fixamos 

sobre o único Servo verdadeiro e perfeito, não o encontramos 

"olhando a uma e outra banda", pelo simples motivo que 

nunca procurou agradar aos homens mas a Deus. Não temia 

ira do homem nem cortejava o seu favor. Os Seus lábios 

nunca se abriram para provocar os aplausos dos homens, 

nem jamais os fechou para evitar as suas críticas. Por isso, o 

que dizia e fazia tinha uma santa estabilidade e elevação. 

Jesus é o único de quem se pôde dizer com verdade, "cujas 

folhas não caem e tudo quando fizer prosperará" (Sl 1:3). Em 

tudo que fazia prosperava, porque fazia todas as coisas para 

Deus. Cada ação, cada palavra, cada movimento, cada olhar, 

cada pensamento era como um belo cacho de frutos enviados 

ao alto para refrescar o coração de Deus. Jamais receou 

pelos resultados da Sua obra, porquanto sempre trabalhou 

com e para Deus na compreensão plena da sua vontade. A 

Sua própria vontade, posto que fosse divinamente perfeita, 

nunca se confundiu com o que, como homem, fazia sobre a 

terra, e assim podia dizer: "Porque eu desci do céu, não para 

fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou" 

(Jo 6:38). Por isso, deu "o seu fruto na estação própria" (Sl 

1:3), e fez sempre o que agradava ao Pai (Jo 8:29), e, 

portanto, nada teve que temer, nem necessidade de 

arrependimento nem de "olhar a uma e a outra banda".






Moisés foi um homem escolhido por DEUS, guardado por DEUS, 

treinado por DEUS, chamado por DEUS, guiado por DEUS, 

separado por DEUS e para DEUS.


Concluímos, através da vida de Moisés que:


1 - DEUS escolhe o homem desde o ventre da sua mãe para a sua 

obra.


2 - DEUS prepara o homem materialmente para a sua obra.


3 - DEUS prepara e treina espiritualmente o homem para a sua 

obra.


4 - DEUS chama o homem para a sua obra.


5 - DEUS capacita o homem e o anima para fazer sua obra.


6 - DEUS ajuda ao homem fazer a sua obra.


7 - DEUS dá galardão ao homem que trabalha na sua obra.


8 - DEUS nos ensina a salvação pela fé.


9 - DEUS usa o homem que trabalhou na sua obra como exemplo 

para os que estão trabalhando hoje na sua obra.


10-0 sangue passado nas ombreiras das portas (na páscoa) 

significa a remissão e redenção do povo hebreu que para nós 


simboliza o sangue de JESUS CRISTO vertido na cruz para nossa 

remissão e redenção.


11 - A lei (Moisés) não salva (leva à terra prometida, mostra a 

terra prometida, mas não permite entrar na terra prometida; a 

graça (JESUS CRISTO) salva (leva ao céu, revela a salvação e 

nos permite entrar na presença de DEUS). 







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