terça-feira, 7 de novembro de 2023

Série: Aprendendo a Conhecer o seu caráter 11

 Por: Jânio Santos de Oliveira

 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

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 Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com


 

Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor! 

Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no texto de Hebreus 4.13-16; Provérbios 15:3; Salmos139.7-10    que nos diz:

13 E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.

14 Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão.

15 Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.

16 Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.

Provérbios 15:3

³ Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus 

Salmos139.7-10 

7 Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face?

 8 Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também.

9 Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar,

10 Até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá.

Pessoas que tentaram se esconder de Deus e de sua missão

I.                  Visão geral de como deva ser o nosso caráter.

II.               Personagens bíblicos que tentaram se esconder de Deus

III.           Adão e Eva:  Tentaram se esconder do Senhor

IV.            Abraão: Engano e Medo o fez se esconder no Egito e mentir

V.               Moisés: Escondeu-se em Midiã, após matar o egípcio.

VI.            Gideão: Evitando o Chamado de Deus se mostrou incapaz.

VII.        Saul: Escondeu-se entre as bagagens para não assumir o trono.

VIII.     Elias: Escondeu-se numa caverna com medo de jezabel.

IX.            Jonas: Tentou esconder-se de Deus por não gostar dos ninivitas.

X.               Pedro: Tentou esconder-se entre os inimigos de Jesus e o negou.

XI.            Os discípulos no Caminho de Emaús: Tentou distanciar de Jesus.

XII.        Saulo: Tentou esconder-se numa falsa religião; mas Jesus o encontrou.

XIII.     É impossível fugir da presença de Deus

XIV.     José foi um exemplo de testemunho longe de sua família

XV.         Onde você está escondido?

Estamos de volta, desta vez para apresentar uma série de conferências sobre como deva ser o nosso caráter e a nossa integridade no dia-a-dia não só diante de Deus, mas também diante dos homens.

Agora estaremos apresentando o seguinte assunto:

8.    Os discípulos no caminho de Emaús tentaram esconder-se da presença de Jesus.

E eis que no mesmo dia iam dois deles para uma aldeia, que distava de Jerusalém sessenta estádios, cujo nome era Emaús.

E iam falando entre si de tudo aquilo que havia sucedido.

E aconteceu que, indo eles falando entre si, e fazendo perguntas um ao outro, o mesmo Jesus se aproximou, e ia com eles.

Mas os olhos deles estavam como que fechados, para que o não conhecessem.

E ele lhes disse: Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós, e por que estais tristes?

E, respondendo um, cujo nome era Cléopas, disse-lhe: És tu só peregrino em Jerusalém, e não sabes as coisas que nela têm sucedido nestes dias?

E ele lhes perguntou: Quais? E eles lhe disseram: As que dizem respeito a Jesus Nazareno, que foi homem profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo;

E como os principais dos sacerdotes e os nossos príncipes o entregaram à condenação de morte, e o crucificaram.

E nós esperávamos que fosse ele o que remisse Israel; mas agora, sobre tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram.

É verdade que também algumas mulheres dentre nós nos maravilharam, as quais de madrugada foram ao sepulcro;

E, não achando o seu corpo, voltaram, dizendo que também tinham visto uma visão de anjos, que dizem que ele vive.

E alguns dos que estavam conosco foram ao sepulcro, e acharam ser assim como as mulheres haviam dito; porém, a ele não o viram.

E ele lhes disse: Ó néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!

Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória?

E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras.

E chegaram à aldeia para onde iam, e ele fez como quem ia para mais longe.

E eles o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque já é tarde, e já declinou o dia. E entrou para ficar com eles.

E aconteceu que, estando com eles à mesa, tomando o pão, o abençoou e partiu-o, e lho deu.

Abriram-se-lhes então os olhos, e o conheceram, e ele desapareceu-lhes (Lc 24.13-31).

Os discípulos caminhavam em sentido oposto de Jerusalém.

Geralmente quando nos dispomos a desobedecer a orientação divina temos a tendência de se desviar do alvo e a nos distanciar cada vez mais da presença do Senhor. Estaremos mostrando o perigo que corre todo o cristão que assim procede e como refazer o caminho de volta , além das lições que Deus quer nos ensinar.

1. A localização geográfica.

"E eis que no mesmo dia iam dois deles para uma aldeia, que distava de Jerusalém sessenta estádios, cujo nome era Emaús. E iam falando entre si de tudo aquilo que havia sucedido. E aconteceu que, indo eles falando entre si, e fazendo perguntas um ao outro, o mesmo Jesus se aproximou, e ia com eles. Mas os olhos deles estavam como que fechados, para que o não conhecessem." (Lc 24:13- 16).

O cenário do texto é o caminho feito por dois discípulos de Jerusalém à Emaús, distantes aproximadamente 11 quilômetros uma da outra, o que equivaleria a uma viagem a pé de um dia e uma noite. Completando o cenário temos o local onde passaram a noite. No início há apenas três personagens: os dois discípulos e Jesus. Somente nos versículos finais entram em cena os discípulos e apóstolos que permaneceram em Jerusalém.

Quem eram aqueles discípulos?

2. conhecendo um pouco sobre estes dois discípulos.

O nome do primeiro discípulo de Emaús!

O nome de um dos discípulos aparece no texto de Lucas 24, 18 (Bíblia de Jerusalém):

“Um deles, Cléopas, lhe perguntou. Tu és o único forasteiro em Jerusalém que ignora os fatos que nela aconteceram nestes dias?” (Lc 24.18).

Qual seria o nome do segundo discípulo: Seria Jairo, onde está escrito o nome dele?

O nome do segundo discípulo de Emaús!

Este nome não aparece no episódio dos discípulos de Emaús, o que se segue agora são comentários de estudiosos e conjunturas, não são verdades de fé.

Uma das conjunturas curiosas diz que se tratava de uma mulher, Maria, esposa de Cléopas, que caminhava junto de volta porque juntos tinham ido comemorar a Páscoa em Jerusalém. Qual era o nome da mulher de Cléopas? Simplesmente Maria de Cléopas. Este nome encontramos no evangelho de João e ali está escrito, em João 19,25 que junto a cruz de Jesus estava Maria sua mãe, e Maria de Cléopas. Quem era Cléopas, e este discípulo de Emaús que Lucas fala?. Este é o único lugar da Bíblia que fala-se de Cléopas, isto é Maria de Cléopas, que vinha ser a tia de Jesus.

3 . As lições extraídas caminho de Emaús

Ansiedade gera incredulidade e vice-versa. Quando estamos nesse estado, é impossível enxergarmos a presença de Jesus, acreditarmos em Sua providência. Os discípulos mesmo mantendo diálogo com Jesus, não O reconheceram.

Apenas quanto ouviram a Palavra e viram as marcas da crucificação. Mas foi no ouvir da Palavra que os corações foram transformados. Não há outra maneira de se  alcançar a Salvação a não ser crendo na Palavra de Deus que é o Próprio Jesus. Ele é o Único e verdadeiro caminho que conduz a eternidade com Deus; João 14:6.  E essa Salvação, não apenas pós-morte, é a algo que acontece bem aqui nesse mundo. Veja, um dos sentidos da Palavra Salvação na Bíblia é “marpe” (dicionário Strong 14832) = restauração de saúde, remédio, cura, medicação, tranquilidade. Marpe, vem de Rapha , verbo curar, sarar, restaurar. Jesus é nossa cura completa, do corpo e do espírito.

É possível que muitos de nós, mesmo tendo um diálogo com Jesus, não O reconheça. Isso é assustador, mas acontece. Foi o caso daquele jovem rico, descrito em Marcos 10: 17-22. Ele ouviu Jesus, mas se negou a segui-Lo porque o coração era avarento. O amor às riquezas era maior que o amor por Jesus. Triste. Os discípulos em Emaús, ouviram a Jesus e disseram: “Fica conosco”. Eles convidaram Jesus a cear não apenas à mesa deles, mas a fazer morada em seus corações. Essa é escolha que Deus quer de nós, que convidemos Jesus a morar em nós. E o mais incrível de tudo isso é: Ele não rejeita  um convite desses. Ele nunca diz: não vou, não posso, fica para outro dia, esqueça, jamais!. Ele pode aparecer em qualquer lugar, nas mais adversas circunstâncias. Apareceu para Paulo a caminho de Damasco Atos 9:3-6. Para Pedro na praia. Para Zaqueu embaixo de uma figueira Lucas 19:1-7. Onde você estiver Ele vai ao seu encontro. Ele não resiste a um coração humilde e cheio de fé.

Os salvos ressuscitarão em corpo de glória. Nosso corpo abatido será transformado. Deus nos dará um novo nome (Ap 3:12) e uma corpo que não poderá ser corrompido (I Co 15:35)

Podemos identificar muito do que acontece nos dias de hoje nas igrejas e a importância da Escola Bíblica Dominical para o amadurecimento dos cristãos de todas as idades.

João Wesley tinha consciência da importância dos cristãos conhecerem as Escrituras Sagradas e para isso incentivava aos metodistas a estudarem a Bíblia. E a Escola Dominical é o melhor lugar para isso.

Entendamos melhor isso nos dias de hoje.

1- Nos versículos de 13 a 16 temos cristãos caminhando para uma apostasia de sua fé, visto que não tinham compreensão da Palavra, não a interpretavam e nem a entendiam. Com isso, estavam numa inércia sem espalhar as boas novas, tristes e desesperançados;

2- Nos versículos de 17 a 24 identificamos alguns fatores que podem levar os cristãos a esfriarem na sua fé. Entre ele poderíamos destacar pastores e lideranças das igrejas descompromissadas com a obra de Deus ou envolvidas em corrupção, e outros atos que não condizem com um verdadeiro modelo de vida cristã e principalmente não saber ler, interpretar e entender a Bíblia;

3- Nos versículos 25 a 27 identificamos o amadurecimento daqueles cristãos, que começam a ter um contato direto com as Escrituras Sagradas, começam a entender e interpretar as Escrituras e tem seus corações aquecidos pela Palavra de Deus;

4- Nos versículos 28 a 30 eles tomam a decisão importante de suas vidas, eles convidam Jesus a fazer parte de suas vidas;

5- Nos versículos 31 a 35 vemos a alegria que toma conta de suas vidas, eles saem da inércia e vão compartilhar com os outros a sua alegria. A uma mudança de atitude, de meros receptores eles passam a ser também transmissores, eles deixam de apenas ouvintes para serem multiplicadores das boas novas de Deus, que é trazer de volta o homem para a comunhão com Ele.

Imagine comigo a alegria dos discípulos, Deus transformou o choro em alegria, Jesus não os abandonou, tudo aquilo era plano de Deus, a morte, a ressurreição, tudo foi feito por amor, para salvação.

Abaixo seguem as dez lições que podemos aprender com aqueles discípulos:

1. Deus nos ama, da mesma forma é com você querido leitor, não importa as lutas que você tem enfrentado, Jesus não desistiu de você.

2. As vezes nos identificamos com estes discípulos, mas não deixe que sua dor impeça de enxergar a verdade, não tenha a compreensão apenas humana dos fatos, veja com os olhos da fé.

3. Deixe Deus agir da maneira Dele, Ele sabe o que é melhor para você, deixe o Espírito Santo direcionar os seus passos. Se na compreensão humana Deus parece distante, pelos olhos da fé creia Ele esta bem pertinho de você, e não te abandona.

4. Se quisermos ouvir Jesus, temos que estar meditando, conversando e interessados em saber mais sobre Ele (foi por isso que Jesus se juntou a esses discípulos no caminho de Emaús).

5.  Jesus nos faz entender sua Palavra. Lc 24:25: “Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!” Ao dizer isso, Jesus começou a lhes explicar o que toda a Escritura, desde de Moisés e por todos os profetas, falava sobre Ele.

6 .  A presença de Jesus é agradável. Lc 24.29: “Fica conosco , porque já é tarde, e já declinou o dia”. Os discípulos, mesmos sem ainda perceberem que aquele homem que conversava com eles era o Mestre Jesus, desejavam sua companhia.

7.  Jesus aceita o convite para entrar em nosso lar e participar de nossa vida. Lc 24.29-30: “E entrou para ficar com eles. E aconteceu que estando com eles à mesa, tomando o pão, o abençoou e partiu-o e lho deu”.

8 .  Jesus se revela. Lc 24.31: “Abriram-se então os olhos e o conheceram”.

9.  Quando Jesus fala faz arder o coração Lc 24.32: “E disseram um para o outro: Porventura não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava e quando nos abria as escrituras?” Graças a Deus por sua Palavra que nos faz conhecer o Senhor e Salvador de nossas almas: o querido Mestre Jesus que esteve com os dois discípulos no caminho de Emaús e nos deixou esta promessa: Mt 18.20: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome ,aí estou eu no meio deles”.

10. A Palavra de Deus é o instrumento divino para fazer o cristão abrir os seus olhos e compreender melhor a sua Palavra.

Enxergue além da sua visão natural...

  • Além das suas expectativas...
  • Além das suas forças...
  • Além das suas limitações...
  • Além do aqui e agora...
  • Além das lutas...
  • Além do que o homem tenha dito...

Que esse encontro de Jesus com os discípulos no caminho de Emaús, seja como lição para alcançar os perdidos em preocupações, ansiedades, aflições e incredulidade. Que “no partir do Pão”, almas sejam saciadas pelo Pão da vida que é Jesus. Que Jesus de nossos lábios ouça o convite: “Fica conosco amado Mestre, precisamos de Ti que é nosso Bálsamo.”

 

O contexto da história todos nós sabemos, Jesus havia sido crucificado na sexta-feira e já havia se passado 3 dias desde sua morte. Ele então ressuscita, e se encontra com aqueles dois homens que estavam conversando enquanto caminhavam. Jesus então os questiona sobre o que estavam discutindo e percebe que eles estavam tristes e decepcionados. Ao analisar o texto de forma detalhada encontramos as 5 razões da decepção e tristeza daqueles dois homens, e é sobre isso que iremos falar:

 

1 – Estavam no caminho errado – A primeira coisa que nos chama a atenção aqui é que eles estavam indo para Emaús, sendo que deveriam permanecer em Jerusalém. Jesus confirma isso no verso 49 do capítulo 24 de Lucas após se reencontrar com eles e com os 11. Vimos acima que Emaús significa “fonte de águas quentes”. Jerusalém significa “lugar de paz”. Sabe o que isso significa? Eles estavam trocando Jesus que é a verdadeira fonte de água viva (João 4:13,14) por outra fonte. Eles estavam saindo do lugar de paz porque não creram na promessa de que Jesus ressuscitaria.

Nós muitas vezes agimos da mesma forma. Estamos tão próximos do caminho certo, mas não estamos no caminho certo. Abandonamos o lugar onde deveríamos aguardar o cumprimento da promessa e trilhamos outro caminho simplesmente porque não cremos.

2 – Eles não conheciam jesus – Eles andaram com Jesus por pelo menos 3 anos, viram Ele ressuscitar mortos, dar vista à cegos, fazer paralíticos andar, perdoar pecados, realizar todo tipo e sinal e maravilhas, viram Ele pregar sermões maravilhosos! Mas não reconheceram Jesus. E sabe porquê? Eles ainda não tinham tido uma experiência verdadeira com Jesus. A incredulidade impediu que eles O reconhecessem. Estavam tristes (v.17). Eles viam Jesus como profeta, mas não como Messias (v.19)!

Muitos se encontram exatamente nessa situação. Conhecem Jesus apenas de ouvir falar ou até já presenciaram Ele realizar cura e sinais na vida de outros, mas não tiveram uma experiência pessoal com Jesus. Ainda estão incrédulos. Estão tristes. Ainda não veem Jesus como Ele realmente é, como Senhor e Salvador, ou seja, ainda não O conhecem.

3 – Eles não se conheciam – Ao responder o questionamento de Jesus, sobre o que estavam conversando, eles demonstram que além de não O conhecerem, também não se conheciam. Disseram que os chefes dos sacerdotes e as autoridades O crucificaram. Ainda não tinham entendido que Jesus morreu pelos pecados deles e de toda humanidade. João Calvino disse certa vez o seguinte: “Nossa dignidade está no reconhecimento de nossa indignidade”.

Muitas vezes nosso maior erro é não se conhecer realmente como nós somos. Nós somos pecadores, falhos e não temos nenhum mérito em nós mesmos. A única coisa que nós merecemos é o inferno. Quem crucificou Cristo fomos nós!

4 – Estavam decepcionados – Aqueles dois homens depositaram suas esperanças em algo que Jesus não veio fazer. Em algo que Jesus não tinha prometido. Achavam que Ele iria libertar a nação judaica da sujeição a Romana. Jesus tinha algo profundamente maior e melhor para eles, o perdão dos pecados e a vida eterna, mas eles estavam com seus olhos voltados para algo passageiro e efêmero.

Ao dizer: “E hoje é o terceiro dia desde que tudo isso aconteceu. ”, eles demostram que não criam no sobrenatural de Deus. Os judeus tinham uma crença de que a alma deixava o corpo no 3º dia, ou seja, se algo não tinha acontecido até ali, não ia acontecer mais. Isso tudo os deixou decepcionados.

Essa mesma atitude se repete em nossos dias. Pessoas que buscam a Deus não pelo que Ele é, mas porque querem a resolução de seus problemas. Querem restaurar seus casamentos, querem cura para suas doenças físicas e da alma, querem uma casa, um carro, querem resolver seus problemas financeiros, querem tudo! Querem a benção de Deus, mas não o Deus da benção! E ainda querem do jeito que eles imaginam! E como se não bastasse, não creem no sobrenatural de Deus.

5 – Não tinham discernimento – Em algumas versões Jesus os chama de néscios, que significa tolo ou sem discernimento. Apesar deles conhecerem as profecias bíblicas a respeito de Jesus não conseguiram entender que a Cruz era o caminho para glória de Jesus. A maior história da humanidade estava se desenrolando debaixo do nariz deles, mas eles não estavam discernindo, não estavam entendendo.

Quantas pessoas agem igualmente hoje em dia, mesmo presenciando o mover e o milagre de Deus de perto não conseguem discernir e estão totalmente apáticos. Mesmo presenciando os sinais proféticos se cumprindo a cada dia, continuam sem entender.

Só quando Jesus partiu o pão é que os olhos deles foram abertos. Eles lembraram dos momentos que presenciaram onde Jesus ceava e partia o pão com eles. Mateus 14:19 descreve o milagre da multiplicação dos pães e peixes, onde Jesus agiu exatamente da mesma forma no partir do pão:

“Tendo mandado às multidões que se reclinassem sobre a relva, tomou os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, os abençoou; e partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos às multidões. ”

Isso é muito profundo. Jesus tomou o pão, abençoou, o partiu, entregou aos discípulos e estes que alimentaram a multidão. Ele deixou bem claro que para nós o reconhecermos, temos que partir o pão! Quando deixamos de partir o pão, deixamos de conhecer à Cristo.

Temos para nós a estrada de Emaús como um caminho de regresso, como o retorno a nossa vida do passado, aquilo que fazíamos e praticávamos fora da vontade de Deus.

Outra característica de Emaús é também considerada como a estrada da decepção, do desespero, e da desobediência.

A estrada de Emaús é considerada por nós como a estrada da falta de fé, da inobservância das escrituras, mas é também a estrada do nosso resgate nos momentos de sequestros em que o desespero e a nossa fraqueza nos levam ao cativeiro da apostasia.

O primeiro fato importante a ser observado é o desânimo dos discípulos: “Nós esperávamos que fosse ele quem redimisse a Israel”.

Os discípulos esperavam um triunfo magnífico e cinematográfico de Jesus sobre os romanos e judeus, mas isso não acontecera, levando-os ao total desânimo.

Outro fato muito importante que lemos é o que está no verso 13: “Naquele mesmo dia”.

Essa é uma continuação do texto anterior que fala da ressurreição de Cristo e do seu aparecimento a alguns dos seus seguidores.

Com certeza aquele dia era o dia mais importante da humanidade, o que dia em que o filho de Deus ressuscitou, o dia em que a morte foi vencida, o dia em que Deus triunfou sobre o mal.

Era um dia de vitória dentro do Cosmo, era um dia de vitória para o ser humano. Dia de festejar.

Mas o que estava acontecendo com aqueles dois discípulos era totalmente contrário a versão original dos sentimentos, pois eles ainda choravam a morte, enquanto Jesus já havia ressuscitado.

Era o paradoxo das emoções.

Como podemos explicar o sentimento de desânimo e decepção daqueles discípulos?

Se aquele era dia de festa como poderia estar triste?

Se no dia de glória se sentir derrotado?

Se no meio da maior vitória que o universo já teve sentir-se um fracassado?

Se no dia da esperança sentir-se decepcionado?

No decorrer das nossas vidas infelizmente passamos pela experiência da estrada de Emaús:

A estrada do regresso: Onde retornamos a nossa antiga “vidinha” de pecados e erros.

A estrada da decepção: Onde caímos na decepção com a fraqueza humana.

A estrada do desânimo: Onde ficamos desanimados através das circunstâncias difíceis que nos assola.

A estrada da cegueira: Onde não conseguimos ver a atuação de Deus e achamos que não se importa mais conosco.

Porém, se você está na estrada de Emaús, saiba que Deus vai se achegar a você e vai te mostrar como voltar para aquilo que Ele te designou.

Mas quando é que passamos pela Experiência da Estrada de Emaús:

1) Passamos pela Experiência do Caminho de Emaús quando vivemos as imagens do passado. V. 14

“E iam conversando a respeito de todas as coisas sucedidas”.

A pergunta é: o que havia sucedido?

Havia na memória dos discípulos imagens marcantes que nunca iriam esquecer. Eles comentavam sobre essas lembranças que estavam moendo as suas almas.

Havia muitas coisas para se lembrar:

*Os grandes milagres de Jesus e seus feitos miraculosos onde mostrou que tinha poder sobre a vida dos homens, sobre as forças da natureza e um conhecimento grandioso da Vontade de Deus.

Só que essas lembranças não ocupavam os comentários das coisas sucedidas. Aqueles dois discípulos lembravam fielmente, como se tivessem um projetor de filme em suas mentes, cena por cena do momento em que o poderoso Jesus foi calado, humilhado, cuspido e maltratado até a morte.

Aquelas cenas não saiam de suas mentes, pois o tira teima da dor reprisava aquelas dolorosas imagens para que os seus corações sangrassem cada vez mais.

Muitas pessoas passam a viver a Experiência do caminho de Emaús porque não conseguem viver o presente, vivendo sim, o passado mórbido e trágico.

Quando enfrentamos a Experiência do Caminho de Emaús não conseguimos nos lembrar dos momentos bons e isso nos afeta, pois sangra em nós aquela mágoa, aquela decepção. E vamos cada dia mais dando grandes passos no Caminho de Emaús.

Por estarmos com os olhos no passado trágico não podemos ver o presente.

Pare para pensar:

Você está vivendo das imagens do passado?

Você não consegue mais se lembrar de momentos agradáveis?

Você está vivendo das amarguras de um passado trágico que ficou para trás, mas te machuca ainda?

Saiba que se essas imagens do passado são projetadas na sua mente agora, e isso te dói, te machuca, pois é uma ferida ainda não cicatrizada, Jesus se achega a você agora, a decepção vai passar, o passado vai ser lançado no mar do esquecimento.

2) Passamos pela Experiência do Caminho de Emaús quando sofremos decepções ( V. 17, 21).

“Então, lhes perguntou Jesus: Que é isso que vos preocupa e de que ides tratando à medida que caminhais? E eles pararam entristecidos”.

“Ora, nós esperávamos que fosse Ele quem havia de redimir a Israel; mas depois de tudo isso, é já este o terceiro dia desde que tais coisas aconteceram”.

Dizem por ai que a esperança é a ultima que morre, mas as desses dois aqui já passavam pelo processo de decomposição.

A esperança caiu no posso lamacento e escorregadio da decepção. Eles mantinham uma expectativa da fé, do trabalho e dos serviços prestados a Jesus e foram chocadas pelo desconforto da não sustentação dessa expectativa.

A decepção foi o caminho mais curto para aqueles dois homens, que esperavam uma coisa de Jesus e receberam outra completamente diferente.

Esperavam vitória e receberam derrota.

Esperavam um reino político e receberam um reino espiritual.

Esperavam guerra e receberam a paz.

Naquele momento Jesus aproxima-se deles e dirige-lhes uma simples pergunta:

“O que vos preocupa e de que vais tratando...”.

Já sentiram o desconforto de um curativo ou daquela gaze que cola ao ferimento e você terá que puxar aquilo de qualquer maneira?

Foi isso que Jesus fez! Pelo menos foi o mesmo desconforto. Jesus puxa o curativo grudado, ressecado e ainda hemorrágico da ferida da alma daqueles homens.

Os discípulos mostram duas reações, diz o teólogo Craig Evans, de decepção e de confusão.

Eles tinham esperanças errôneas e sentiram-se decepcionados pelos acontecimentos trágicos que haviam sucedidos.

Eles se esqueceram das promessas espirituais, das bênçãos infinitas de Deus através de Jesus. Eles não conseguiam ver uma restauração espiritual e sim política.

“Nós Esperávamos”.

A esperança se torna coisa do passado, a decepção mina a esperança, impede de ver a realidade e nos faz retroceder ao passado.

“Eles pararam entristecidos”.

A decepção traz estagnação, eles param, isso mostra que há uma paralisação emocional quando somos surpreendidos pela decepção.

Nossas vontades não coordenam a vontade de Deus, se temos motivações erradas para buscar a Deus estamos no caminho certeiro da decepção.

Temos que entender que nascemos para submetermos a Vontade de Deus.

Por isso andamos tristes, cabisbaixos e sem rumo, por não entender que “Tudo Coopera para o bem daqueles que amam a Deus...”. (Rm 8:28)

Outra consequência da decepção é a falta de comunhão com o grupo, como relata o verso 13:

“Dois deles estavam de caminho para Emaús”.

Isso nos mostra o tamanho da decepção, pois estavam saindo de Jerusalém, para voltarem para os seus antigos afazeres, estavam dispersos, longe do grupo que seguia a Jesus, estavam longe da comunhão, perderam a esperança e a comunhão.

A decepção com Deus, com a igreja, com os irmãos e com o pastor, trás consequência como o desânimo, o retorno ao pecado e a falta de comunhão com os irmãos.

Os discípulos disseram que já era o terceiro dia, e nada havia mudado, a decepção era grandiosa e ainda doía.

Vejamos uma analise sobre cada um desses três dias:

Primeiro Dia: Dia do Choque.

Segundo dia: Dia da Esperança.

Terceiro dia: Dia da decepção e do desespero.

Pare para pensar: Você passa por que dia? Você está em choque, com uma pontinha de esperança ou já caiu na decepção e no desespero?

Qualquer um que seja o seu dia, Jesus está se achegando a você nesta hora. Ele toca nas suas feridas, ele toca na sua decepção, ele quer mudar sua visão do mundo e das coisas, deixe Jesus mexer dentro de você.

Esses 2 homens só tiveram a oportunidade de mudar de rota e de reconhecer a Jesus porquê tiveram 3 atitudes:

·       Convidaram Jesus para entrar na casa deles.

·       Deixaram Ele assumir a posição de anfitrião e celebrar a ceia.

·       Voltaram para Jerusalém correndo.

 A próxima matéria será:

9.    Saulo tentou esconder-se numa falsa religião.

 


 

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