sábado, 10 de agosto de 2024

Série: A polarização e a 3ª guerra Mundial (8 )

 Por: Jânio Santos de Oliveira

 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembleia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

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 Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com




Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!

Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no texto de Mateus 24.1-22 que nos diz:

E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo.

Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada.

E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?

E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane;

Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.

E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.

Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares.

Mas todas estas coisas são o princípio de dores.

Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vosão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome.

10 Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarào.

11 E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos.

12 E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará.

13 Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo.

14 E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.

15 Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, entenda;

16 Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes;

17 E quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa;

18 E quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes.

19 Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias!

20 E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado;

21 Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver.

22 E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias.


A polarização e a 3ª guerra Mundial

I.      O que é polarização.

1.     O significado.

2.     Polarização das ondas eletromagnéticas.

II.     O início da polarização de classes.

1.     A origem da burguesia e do proletariado.

2.     O surgimento e a ascensão da burguesia.

3.     O que é a burguesia?

4.     O que é o proletariado?

5.     As revoluções burguesas.

6.     O nascimento do proletariado.

7. As lutas de classes na visão marxista

8. A luta de classes na visão da burguesa.

9.     Resumo sobre proletariado e a burguesia.

III.    A relação entre o proletariado, a Burguesia; a Direita e a Esquerda.

1.     A origem dos termos Direita e Esquerda.

2.     As diferenças entre Esquerda e Direita.

3.     O que é ser de esquerda.

4.     O que é ser de direita

5.     O perigo dos dois extremos

6.     O que é ser de direita no Brasil?

7.     O que é ser de esquerda no Brasil?

IV.    O tabuleiro político na bipolarização mundial.

V.     A polarização política no Brasil

1.     O que é a polarização política e de ideias?

2.     Consequências da polarização de ideias

3.     O Nascimento da nova direita

4.     A Operação Lava Jato

5.     O Fim do Teatro das Tesouras

6.     Situação atual da polarização política

VI.    A polarização política na 1ª guerra mundial

1.     Os Antecedentes e causas da primeira guerra mundial.

2.     Como surgiu a primeira guerra mundial.

3.     Consequências da Primeira Guerra Mundial.

VII.   A polarização política na 2ª guerra Mundial.

1.     Os grupos que se enfrentaram na 2ª guerra.

2.     As Causas da Segunda Guerra Mundial

3.     As Fases da Segunda Guerra Mundial

4.     A expansão da 2ª Guerra Mundial na Ásia

5.     Consequências da Segunda Guerra Mundial

VIII.  A polarização na guerra fria.

1.     A Rússia antes da Revolução.

2.     As fases da Revolução Russa.

3.     As consequências da Revolução Russa.

4.     A Revolução Russa e o socialismo

5.     A Revolução Chinesa.

6.     As Causas da Guerra Fria

7.     As Características da Guerra Fria

8.     O Fim da Guerra Fria

IX.    A polarização mundial na atualidade

1.     Uma visão global da política pelo mundo.

X.     Os prenúncios da terceira guerra mundial

1.     A guerra entre Rússia e Ucrânia

2.     Os países que apoiam a Rússia na guerra

3.     Os países que apoiam a Ucrânia pela Otan

4.     Atualizando o conflito da guerra entre Rússia e a Ucrânia.

5.     O conflito entre Israel e o Hamas

6.     Entenda a origem do conflito entre judeus e árabes

XI.    O cenário atual que indica a 3ª guerra Mundial

XII.   A escatologia bíblica e a 3ª guerra mundial

XIII.  Israel na escatologia bíblica

XIV. A Grande Tribulação

XV.  Os gentios na Grande Tribulação



VIII.     A polarização na guerra fria

A Guerra Fria foi o conflito político-ideológico responsável pela polarização do mundo na segunda metade do século XX. EUA e URSS foram os protagonistas desse conflito.

Bandeiras da União Soviética e dos Estados Unidos sobrepostas em referência à Guerra Fria.

A Guerra Fria teve os Estados Unidos e a União Soviética como seus grandes protagonistas.

A Guerra Fria foi um conflito político-ideológico que foi travado entre Estados Unidos (EUA) e União Soviética (URSS), entre 1947 e 1991. O conflito travado entre esses dois países foi responsável por polarizar o mundo em dois grandes blocos, um alinhado ao capitalismo e outro alinhado ao comunismo.

Ao longo da segunda metade do século XX, a polarização mundial resultou em uma série de conflitos de pequena e média escala em diferentes locais do mundo. Esses conflitos contavam, muitas vezes, com o envolvimento indireto de EUA e URSS, a partir do financiamento, da disponibilização de armas e do treinamento militar.

Contudo, nunca houve um confronto aberto entre americanos e soviéticos, sobretudo pela possibilidade de destruição do planeta em larga escala caso houvesse um conflito entre os dois. Apesar dos discursos afiados e da intensa atuação estratégica para manter sua zona de influência, americanos e soviéticos foram cautelosos ao extremo e evitaram um conflito contra o outro.

1.   A Rússia antes da Revolução.

Socialismo na Rússia

O Partido Operário Social-Democrata Russo foi um partido político que surgiu em 1898 e que se inspirava nas ideias de Karl Marx e de Friedrich Engels. Esse partido reuniu diversos grupos revolucionários que atuavam na Rússia e propôs a derrubada de czarismo e o estabelecimento de uma nova realidade, que permitiria a construção do socialismo.

Esse partido acabou se dividindo em dois grupos, que possuíam propostas distintas sobre como realizar a tomada de poder na Rússia. A divisão do Partido Operário Social-Democrata Russo aconteceu em 1903, quando se estabeleceram os mencheviques e os bolcheviques.

Os mencheviques eram liderados por Martov e Plekhanov, enquanto os bolcheviques eram liderados por Lenin. Essa divisão aconteceu durante o Segundo Congresso do POSDR, organizado em Londres. Veja, a seguir, o que os mencheviques e os bolcheviques defendiam:

Mencheviques: acreditavam ser necessário o desenvolvimento do capitalismo na Rússia para então dar início a algumas reformas que trariam melhorias à vida dos trabalhadores. A partir daí, seria possível então proceder com a tomada de poder pelos socialistas para o estabelecimento do socialismo na Rússia.

Bolcheviques: defendiam que a tomada de poder para a implantação do socialismo deveria ser imediata e conduzida por meio de uma revolução armada, liderada pelos próprios trabalhadores. Com isso seria implantada a ditadura do proletariado, que conduziria o país para o comunismo. Lenin também defendia uma estrutura de poder do partido centralizado, com obediência ao comando do partido e aos princípios do marxismo.

Revolução de 1905

A Revolução Russa foi o resultado do desgaste do czarismo na Rússia e do aumento da insatisfação social com esse regime e a situação do país. Em 1904, o czar Nicolau II decidiu iniciar uma guerra contra o Japão pelo controle da Manchúria. Essa guerra ficou conhecida como Guerra Russo-Japonesa.

Esse conflito agravou os problemas russos e aumentou a pobreza da população, que, insatisfeita, passou a realizar uma série de protestos e outras manifestações, como greves. Um desses protestos foi o Domingo Sangrento, em que a população de São Petersburgo realizou uma passeata pacífica pelas ruas da cidade, pedindo que o czar a ajudasse a enfrentar os problemas que a assolavam.

Nessa passeata a população ainda exaltava o czar, carregando cartazes em seu apoio e cantando-lhe músicas. A reação de Nicolau II foi brutal, e a população que estava na passeata foi alvo da violência dos guardas que protegiam o Palácio de Inverno (casa do czar). Os guardas abriram fogo contra a população russa, e essa violência pode ter causado a morte de até cinco mil pessoas. Esse acontecimento chocou a população russa, que, indignada com a ação do czar, conduziu uma série de revoltas contra o governo.

As revoltas conduzidas pela população em reação ao Domingo Sangrento foram o que se chamou de Revolução de 1905, entendida como um ensaio para a Revolução Russa de 1917. Durante a Revolução de 1905, surgiram os sovietes, os conselhos formados pelos trabalhadores operários. Para saber mais detalhes sobre o Domingo Sangrento e a Revolução de 1905, clique aqui.

2.  As fases da Revolução Russa

A Revolução Russa, que ocorreu em 1917, é dividida em duas fases: Revolução de Fevereiro e Revolução de Outubro.

→ Revolução de Fevereiro

Trabalhadores russos protestando durante a primeira fase da Revolução Russa, a Revolução de Fevereiro.

O envolvimento da Rússia na Primeira Guerra Mundial agravou a situação do país e colocou os trabalhadores em estado de rebelião.

Em 1917, a situação da Rússia continuava precária devido à participação do país na Primeira Guerra Mundial. A falta de alimentos que o país sofria e a grande quantidade de derrotas para a Alemanha tornaram o conflito impopular para a população russa. O apoio ao imperador Nicolau II era extremamente baixo.

A agitação da população russa levou a diversos protestos e levantes populares como demonstração da insatisfação com a falta de alimentos e o envolvimento do país na guerra. Um desses levantes contou com a participação das tropas do czar e resultou na invasão do Palácio Tauride, onde se reunia a Duma (Parlamento russo, criado após 1905).

A insatisfação popular e o levante dos guardas, que se uniram ao povo, fizeram com que Nicolau II abdicasse do trono. O vazio no poder fez com que a Rússia se transformasse em uma república que foi chamada de Governo Provisório e foi governada por Georgy Lvov e depois por Aleksandr Kerensky.

→ Revolução de Outubro

Em outubro de 1917 (no calendário juliano), os bolcheviques organizaram um levante armado e tomaram os principais prédios de São Petersburgo, capital do país. O líder do Governo Provisório, Aleksandr Kerensky, fugiu, e Lenin se estabeleceu como o governante da Rússia.

Lenin ganhou enorme popularidade na Rússia ao retornar ao país e coordenar uma série de manifestações em defesa de um levante revolucionário e de melhorias para o povo russo. Entre os lemas defendidos por ele, estavam “paz, pão e terra” e “todo poder aos sovietes”. Com isso, os bolcheviques se estabeleceram no governo da Rússia.

3.  As consequências da Revolução Russa.

Dentre as consequências da Revolução Russa, podemos destacar:

       Realização de reforma agrária na Rússia, com a distribuição de terras entre os camponeses;

       Saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial por meio do Tratado de Brest-Litovsk;

       Confisco das propriedades privadas;

       Estatização da economia;

       Guerra Civil Russa (1918-1921);

       Emergência da Rússia como potência mundial sob o nome de União Soviética;

4.  A Revolução Russa e o socialismo

O acontecimento que levou à formação da União Soviética

A Revolução Russa foi o acontecimento que resultou na transformação da Rússia na primeira nação socialista da história. Aconteceu em outubro de 1917, de acordo com o calendário juliano, por meio de um levante armado, conduzido pelos bolcheviques inicialmente, em São Petersburgo. Após a revolução, o país foi assumido por Vladimir Lenin.

A Rússia do começo do século XX era um país pobre, agrário e atrasado em relação às grandes nações da Europa Ocidental. Além disso, possuía uma sociedade extremamente desigual e um governo autoritário, conduzido pela dinastia Romanov. Esse cenário se agravou com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), permitindo que os socialistas chegassem ao poder.

5.  A Revolução Chinesa

 A ascensão do Partido Comunista Chinês ao poder da China

A Revolução Chinesa aconteceu em 1949, quando os comunistas sob a liderança de Mao Tsé-tung proclamaram a República Popular da China e iniciaram as mudanças revolucionárias.

Mao Tsé-tung, líder da luta dos comunistas durante a Revolução Chinesa.

Mao Tsé-tung foi o líder da luta dos comunistas pelo poder travada contra os nacionalistas de Chiang Kai-shek.

A Revolução Chinesa foi o processo revolucionário responsável pela ascensão do Partido Comunista Chinês ao poder da China em 1949. Com isso, a China deu início às transformações da implantação de um governo comunista. A ascensão do comunismo na China fez parte de um longo processo de transformações que aconteceram naquele país ao longo da primeira metade do século XX.

Antecedentes históricos da Revolução Chinesa

O processo revolucionário que foi responsável por levar os comunistas ao poder na China só foi possível após um longo período de agitações e transformações políticas que ocorreram durante toda a primeira metade do século XX. Essas transformações iniciaram-se a partir de 1911, quando a dinastia Manchu (ou Dinastia Qing) foi destituída do poder.

A derrubada da monarquia chinesa foi resultado do crescimento do nacionalismo chinês, que defendia a implantação de uma república e de transformações que garantissem a retirada das potências imperialistas do território chinês. A revolução que destituiu a monarquia na China ficou conhecida como Revolução de 1911 ou Revolução Xinhai.

Após a Revolução de 1911, foi constituído um governo provisório sob a liderança de Sun Yat-sen, chefe do Partido Nacionalista (também conhecido como Kuomintang). Esse governo provisório, no entanto, teve duração curta e fim em 1912. A partir daí, iniciou-se um período de quinze anos de grande instabilidade política na China.

A instabilidade do período entre 1912 e 1927 ficou evidenciada por uma tentativa de implantação de um regime ditatorial e por uma tentativa de restauração monárquica. Além disso, organizaram-se por diversas partes do país movimentos separatistas, que ameaçavam a integridade territorial da China. Além disso, a continuidade do domínio estrangeiro permanecia um incômodo para as lideranças nacionalistas chinesas.

Em meio a esse processo, os ideais comunistas começaram a ganhar força na China, inspirados pelo sucesso que os comunistas obtiveram na Rússia em 1917. O resultado disso na China foi o crescimento do movimento operário e a mobilização dos trabalhadores a partir de 1919. Isso resultou na fundação do Partido Comunista Chinês.

O Partido Comunista Chinês foi fundado em julho de 1921 e contava, a princípio, com 57 membros, que tinham o objetivo de mobilizar o operariado chinês. Entre esses membros, estava Mao Tsé-tung, um nome que foi fundamental no sucesso dos comunistas nos anos seguintes da história chinesa.

Guerra civil e invasão japonesa

Após a fundação do Partido Comunista, as relações iniciais entre os comunistas e o Kuomintang foram mediadas principalmente pela União Soviética, que passou a fornecer aos nacionalistas chineses recursos importantes para o país. Isso aproximou nacionalistas e comunistas, e o Kuomintang permitiu o ingresso dos comunistas no partido desde que submetidos ao comando nacionalista.

Esse período entre 1924 e 1927 ficou caracterizado como o período da luta dos nacionalistas contra os senhores separatistas que dominavam a região sul da China. Nesse período, também ocorreu o fortalecimento do movimento comunista entre os camponeses. Isso causou uma série de manifestações, que iniciaram um período de repressão ao comunismo na China.

Essa perseguição ao comunismo foi colocada em prática por Chiang Kai-shek, líder do Partido Nacionalista desde 1925, ano em que Sun Yat-sen faleceu. A guerra civil entre comunistas e nacionalistas estourou em agosto de 1927, pois a tensão entre as partes intensificou-se após comunistas terem sido massacrados pelos nacionalistas em Xangai e após o Levante de Nanchang.

A guerra civil travada entre comunistas e nacionalistas estendeu-se durante todo o período de 1927 a 1937 e sofreu uma interrupção por causa de um inimigo em comum que despontara: os japoneses. Os japoneses demonstravam ambições imperialistas no território chinês desde o final do século XIX. Na década de 1930, intensificaram suas ações contra os chineses.

A presença japonesa na região consolidou-se a partir de 1931, ano em que os japoneses oficialmente invadiram a Manchúria. Apesar da ameaça representada pelos japoneses, Chiang Kai-shek resolveu priorizar o combate contra os comunistas, intensificando a perseguição. A perseguição aos comunistas chegou a tal ponto que eles foram obrigados a iniciar uma fuga das grandes cidades e deslocaram-se para o interior. Isso ficou conhecido como Longa Marcha.

A guerra civil entre os nacionalistas de Chiang Kai-shek e os comunistas de Mao Tsé-tung foi parcialmente interrompida entre 1936 e 1937 por causa do crescimento das ambições japoneses sobre a China. A invasão japonesa passou a representar um grande risco, inclusive para os nacionalistas.

A luta contra os japoneses foi deflagrada oficialmente a partir de 1937, quando o Japão declarou guerra contra a China. Conhecido como Segunda Guerra Sino-Japonesa, esse conflito estendeu-se até 1945 e ficou marcado por inúmeras atrocidades cometidas pelos japoneses. Atribui-se a esse conflito a morte de 20 milhões de chineses.

Apesar disso, é fundamental considerar que, apesar da trégua existente entre nacionalistas e comunistas, durante o período entre 1937 e 1945, aconteceram sim combates entre grupos armados dos nacionalistas e dos comunistas. Isso aconteceu porque ambos os lados sabiam que, após a guerra contra os japoneses, o conflito interno retornaria de toda forma e, por isso, garantir o enfraquecimento do adversário era fundamental.

Guerra civil é retomada

Após a guerra contra os japoneses, os líderes de nacionalistas e comunistas, Chiang Kai-shek e Mao Tsé-tung, respectivamente, reuniram-se para debater a formação de um governo conjunto das duas forças. No entanto, não houve acordo, uma vez que Chiang exigiu de Mao a dissolução das forças comunistas como condição indispensável para a formação do novo governo.

Essa exigência de Chiang refletia a preocupação dos nacionalistas e também dos EUA com o crescimento das forças comunistas no interior do território chinês. Ao longo do conflito com os japoneses, os comunistas conseguiram reunir uma força com quase 1 milhão de soldados e mais outros 12 milhões de milicianos que poderiam ser utilizados na luta.

Além disso, os comunistas haviam dominado uma série de províncias no interior da China e implantado mudanças revolucionárias nessas regiões, o que permitiu que milhares de camponeses tivessem acesso à terra. Com o fracasso das negociações, os nacionalistas iniciaram um ataque contra as forças de Mao em julho de 1946.

No período entre 1946 e 1949, o ímpeto revolucionário no interior chinês aumentou, o que fortaleceu os comunistas. Durante esse período, os comunistas ampliaram as mudanças revolucionárias, o que permitiu que cerca de 100 milhões de chineses tivessem acesso à terra. Isso levou ao isolamento dos nacionalistas nas grandes cidades chinesas.

A guerra civil chinesa chegou ao fim quando as forças comunistas conseguiram entrar em Pequim em janeiro de 1949. Isso forçou Chiang Kai-shek, os nacionalistas e a alta burguesia chinesa a abandonar o país para a ilha de Formosa, que originou Taiwan, um país de reconhecimento internacional limitado até hoje.

A transformação da China em uma nação comunista ocorreu a partir de 1º de outubro de 1949, quando foi proclamada a República Popular da China. A partir desse momento, iniciou-se o processo de transformações para a implantação do comunismo nesse país sob a liderança de Mao Tsé-tung.

Resumo sobre a Revolução Russa

A Revolução Russa foi o acontecimento responsável por transformar a Rússia na primeira nação socialista da história.

Ocorreu em 1917.

No começo do século XX, a Rússia era governada pela monarquia czarista e conduzida pelos Romanov desde o século XVII.

A Rússia era um país pobre, atrasado, com uma grande desigualdade social e um governo autoritário.

Os bolcheviques eram parte do Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR) e defendiam que a tomada de poder acontecesse pela via revolucionária.

A Revolução Russa é dividida em duas fases: Revolução de Fevereiro e Revolução de Outubro.

Por meio da Revolução Russa, Vladimir Lenin assumiu o poder na Rússia.

Resumo sobre a Guerra Fria

A Guerra Fria foi um conflito político-ideológico entre Estados Unidos e União Soviética que aconteceu na segunda metade do século XX.

Foi causada pela rivalidade ideológica existente entre os EUA e a URSS após a Segunda Guerra Mundial.

O consenso dos historiadores é que o marco inicial do conflito foi um discurso feito por Harry Truman, presidente estadunidense, em 1947.

A polarização do mundo entre duas potências, bem a corrida armamentista e espacial são algumas das características desse conflito.

A Guerra da Coreia, a Crise dos Mísseis em Cuba e a Guerra do Vietnã foram acontecimentos marcantes durante a Guerra Fria.

A Guerra Fria teve fim com a dissolução da União Soviética em 1991.

6.  As Causas da Guerra Fria

A Guerra Fria foi iniciada logo após a Segunda Guerra Mundial e existe um debate acirrado entre os historiadores a respeito de como foi iniciado esse conflito político-ideológico. De toda forma, existe um certo consenso de que o marco que iniciou a Guerra Fria seja o discurso realizado pelo presidente americano, Harry Truman, em 1947.

Esse discurso de Truman foi realizado no Congresso americano e, nessa ocasião, o presidente americano solicitava verbas para que os Estados Unidos pudessem se engajar para evitar o avanço do comunismo na Europa. Na visão de Truman, era papel dos EUA liderar a luta contra o avanço do comunismo no continente europeu.

Esse discurso deu início ao que ficou conhecido como Doutrina Truman, que consistiu no conjunto de medidas tomadas pelos EUA para conter o avanço do comunismo. A primeira ação tomada por essa doutrina foi o Plano Marshall, plano de recuperação econômica da Europa com o qual os americanos forneceriam grandes somas de dinheiro para os países interessados.

A atuação dos Estados Unidos na Europa por meio da Doutrina Truman justifica-se única e exclusivamente pelo discurso alarmista que apresentava a URSS como uma potência expansionista e que procuraria conquistar todo o continente europeu sob a égide do comunismo. Os americanos sabiam que os problemas econômicos da Europa no pós-guerra eram um campo fértil para o crescimento da ideologia comunista lá.

Ainda assim, historiadores como Eric Hobsbawm e Isaac Deutscher argumentam que a União Soviética não era uma nação expansionista e não demonstrava interesse em atuar fora da sua zona de influência (o Leste Europeu). Esses historiadores apontam que a União Soviética não tinha interesses em financiar e apoiar movimentos comunistas armados em outras partes do mundo e que a postura soviética no pós-guerra era abertamente defensiva por causa da destruição do país como consequência da Segunda Guerra Mundial.

A ideia por trás da ação americana em impor-se como nação hegemônica na Europa e no mundo é explicada pelos interesses de Truman em manter elevados os índices de crescimento econômico do país. Assim, o discurso maniqueísta praticado pelos americanos começou a ser praticado também pelos soviéticos, e as relações dos dois países em nível internacional passaram a ser baseadas no boicote.

Além disso, existem evidências que apontam que o governo soviético não tinha interesse em expandir-se territorialmente e tinha o objetivo de assegurar apenas a sua área de influência. Isso de fato aconteceu e, na Segunda Guerra, os locais invadidos pelo Exército Vermelho, que era o exército soviético, foram transformados em Estados-satélites do regime comunista de Moscou.

7.  As Características da Guerra Fria

A Guerra Fria estendeu-se de 1947 a 1991 e algumas características desse período podem ser destacadas.

Polarização do mundo: a disputa travada entre americanos e soviéticos resultou em uma forte polarização do mundo que afetava as relações internacionais dessas nações como um todo. Houve uma tentativa de criar um movimento não alinhado em que algumas nações procuravam seguir um caminho independente sem necessariamente se vincular com alguma das duas potências.

Corrida armamentista: a procura pela hegemonia internacional fez com que as duas potências investissem bastante no desenvolvimento de novas tecnologias bélicas. Assim, no período, o número de armas nucleares e termonucleares produzidas disparou.

Corrida espacial: a corrida espacial foi um dos campos de disputa entre americanos e soviéticos e, ao longo da década de 1960, inúmeras expedições espaciais foram realizadas. Para saber mais sobre esse aspecto, clique aqui.

Interferência estrangeira: tanto americanos quanto soviéticos interferiram em assuntos internos de diferentes países do planeta. Dois exemplos são a interferência americana na política brasileira na década de 1960 e a interferência militar no Afeganistão na década de 1980.

Acontecimentos importantes da Guerra Fria

A Guerra Fria criou um clima de forte tensão internacional a respeito da possibilidade de um conflito aberto entre americanos e soviéticos. A existência de armamentos nucleares e termonucleares sob a posse desses países tornava essa expectativa de um conflito muito mais pavorosa, pois um conflito desse tipo causaria a aniquilação da humanidade. Ao longo das décadas da Guerra Fria, houve inúmeros momentos de tensão que serão destacados a seguir.

Revolução Chinesa

Soldados comunistas chineses durante a Guerra Civil Chinesa, em 1946.

Soldados comunistas chineses durante a Guerra Civil Chinesa, em 1946.

A Guerra Civil Chinesa, que se arrastava desde a década de 1920, retornou com força depois da Segunda Guerra Mundial, e o fortalecimento dos comunistas, liderados por Mao Tsé-tung, levou os americanos a apoiar os nacionalistas, liderados por Chiang Kai-shek.

A vitória dos comunistas, conhecida como Revolução Chinesa, em 1949, alarmou os americanos sob a possibilidade de que o comunismo fosse disseminado pelo continente asiático por meio da influência chinesa. Para saber mais sobre a Revolução Chinesa, clique aqui.

Guerra da Coreia

Primeiro momento de grande tensão após a Segunda Guerra Mundial. Esse conflito iniciou-se em 1950, quando os comunistas norte-coreanos, apoiados por chineses e soviéticos, invadiram o território sul-coreano, apoiados pelos americanos. O objetivo era reunificar a Península da Coreia sob a liderança dos comunistas.

Esse conflito contou com o envolvimento direto de soldados americanos, mas ao longo do conflito nenhum dos dois lados sobressaiu-se e o conflito teve fim, em 1953, com um armistício que ratificou a divisão das Coreias – divisão que existe até hoje. Os soviéticos também participaram desse conflito, mas os americanos não tomaram nenhuma ação, pois queriam evitar um conflito direto. Para saber mais sobre a Guerra da Coreia, clique aqui.

Crise dos Mísseis em Cuba

Mísseis soviéticos sendo escoltados por embarcação americana durante a Crise dos Mísseis, em 1962.

Mísseis soviéticos sendo escoltados por embarcação americana durante a Crise dos Mísseis, em 1962.

A Crise dos Mísseis foi o momento de maior tensão entre as duas potências da Guerra Fria e se passou em 1962. Naquele ano, o serviço de inteligência dos EUA descobriu que a URSS estava instalando uma base de mísseis em Cuba, país que havia passado por uma revolução nacionalista em 1959. A inteligência americana sabia que os mísseis soviéticos representavam pouca ameaça para os EUA, mas o presidente americano sabia que a questão teria repercussão negativa sob seu governo e decidiu intervir.

O governo americano disse aos soviéticos que se os mísseis não fossem retirados, seria declarada guerra. As negociações arrastaram-se durante semanas e os dois lados chegaram a um acordo. Os soviéticos decidiram retirar os mísseis de Cuba e os americanos aceitaram retirar seus mísseis instalados na Turquia. Para saber mais sobre a Crise dos Mísseis, clique aqui.

Guerra do Vietnã

A Guerra do Vietnã foi um conflito travado entre 1959 e 1975 entre Vietnã do Norte e Vietnã do Sul e ambos lados procuravam unificar o país sob seu controle. Os americanos entraram nesse conflito, em 1965, e enviaram milhares de soldados ao Vietnã. Essa guerra foi extremamente impopular nos EUA, e os americanos retiraram-se do conflito, sem alcançar seus objetivos, em 1973. Os comunistas tomaram o controle do país, em 1976, logo após vencerem a guerra.

Guerra do Afeganistão de 1979

O Afeganistão é mencionado por muitos como o “Vietnã da União Soviética”. Esse conflito foi travado entre 1979 e 1989 e se iniciou quando os soviéticos invadiram o Afeganistão para apoiar o governo comunista daquele país contra rebeldes islâmicos. A invasão soviética levou os americanos a financiarem e treinarem os rebeldes islâmicos e esse conflito foi extremamente penoso para os soviéticos que se retiraram em 1989. Para saber mais sobre a Guerra do Afeganistão, clique aqui.

Cooperação política e militar durante a Guerra Fria

Ao longo dos anos da Guerra Fria, americanos e soviéticos procuraram coordenar ações para concentrar o seu poder sob sua zona de influência. Uma das estratégias utilizadas foi a criação de formas de cooperação econômica e militar dos quais destacam-se o Plano Marshall e a Comecon, no âmbito econômico, e a OTAN e o Pacto de Varsóvia, no âmbito político-militar.

Plano Marshall e Comecon

O Plano Marshall, conforme mencionado, foi um plano de cooperação econômica mediante o qual os americanos disponibilizavam grandes somas de dinheiro para financiar a reconstrução dos países destruídos por conta da Segunda Guerra Mundial. O projeto defendia a ideia que apoiar o desenvolvimento econômico de determinados países ajudaria a conter o avanço do comunismo.

Em contrapartida, os soviéticos criaram o Conselho para Assistência Econômica Mútua, mais conhecido como Comecon (sigla em inglês). Nesse plano, as nações do bloco comunista, agrupadas sob a liderança dos soviéticos. Esse plano foi criado pelos soviéticos para evitar que o Plano Marshall seduzisse as nações do bloco comunista a aliarem-se com os americanos.

Otan e Pacto de Varsóvia

No campo militar, foi criada a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em 4 de abril de 1949. A ideia da Otan era criar uma aliança militar de países alinhados aos Estados Unidos visando a impedir uma posição de agressão dos soviéticos. A Otan foi uma forma de os EUA imporem a sua hegemonia sobre o continente europeu.

Na mesma proposta, os soviéticos criaram o Pacto de Varsóvia, em 1955. A ideia era garantir a segurança das nações do bloco comunista e evitar uma possível agressão realizada pelos estadunidenses. Assim, se uma nação fosse agredida, todas as outras se mobilizariam em defesa dela.

Alemanha na Guerra Fria

No caso da Alemanha, a Guerra Fria teve impactos muito maiores do que em grande parte do mundo. Isso porque ao final da Segunda Guerra a Alemanha foi dividida em zonas de influência de soviéticos, americanos, franceses e britânicos. Essa divisão teve reflexos no futuro do país que acabou sendo dividido em duas nações:

República Democrática Alemã (RDA), alinhada à União Soviética e conhecida como Alemanha Oriental;

República Federal da Alemanha (RFA), alinhada aos Estados Unidos e conhecida como Alemanha Ocidental.

A cidade de Berlim também foi dividida e transformou-se na capital das duas Alemanhas. O lado oriental era comunista e o lado ocidental era o capitalista. Ao longo da década de 1950, milhares de cidadãos da Alemanha Oriental começaram a mudar-se para Berlim Ocidental. Para impedir essa fuga de cidadãos, as autoridades da União Soviética e da Alemanha Oriental decidiram construir um muro isolando Berlim Ocidental.

Durante 28 anos, o Muro de Berlim separou os dois lados da cidade de Berlim e, por isso, converteu-se em um grande símbolo da Guerra Fria.

8.  O Fim da Guerra Fria

A Guerra Fria teve fim com a dissolução da União Soviética, que ocorreu em 26 de dezembro de 1991. O fim da URSS foi resultado da grande crise econômica e política que atingiu aquele país a partir da década de 1970. A falta de ações para resolver os problemas do bloco comunista foram responsáveis por levar o país ao fim.

A economia soviética demonstrava, já na década de 1970, claros sinais de esgotamento e o país era mais atrasado em relação às grandes potências. A indústria soviética estava em queda, a produção agrícola era insuficiente e os indicadores sociais começaram a regredir demonstrando um claro empobrecimento do país.

A disparada no valor do petróleo criou uma falsa sensação de prosperidade no começo da década de 1980 e, por isso, o país não passou por reformas importantes em sua economia. Além disso, a sociedade soviética não tinha acesso a tecnologias que garantiam avanço na qualidade de vida no ocidente e a corrupção tornava tudo pior.

Dois acontecimentos na década de 1980 acabaram agravando a situação do país. A invasão do Afeganistão forçou a União Soviética a gastar milhões na luta contra os rebeldes islâmicos e, em 1986, o acidente nuclear em Chernobyl causou morte e destruição, além de forçar os soviéticos a gastarem altas somas para conterem os efeitos do acidente nuclear.

A situação econômica ruim contribuiu para aumentar a insatisfação da sociedade com os governos comunistas. Em todo o bloco, a pouca liberdade de expressão e o autoritarismo manifestado pelos governos comunistas era uma realidade, e a insatisfação com a crise econômica e a questão política fizeram surgir movimentos de oposição por todo o bloco comunista.

A queda do Muro de Berlim, em 1989, simbolizou o fim da Alemanha Oriental e deu início à reunificação alemã.*

A queda do Muro de Berlim, em 1989, simbolizou o fim da Alemanha Oriental e deu início à reunificação alemã.

Os primeiros sinais manifestaram-se na Alemanha Oriental, Hungria e Polônia. Os alemães derrubaram o Muro de Berlim, no final de 1989, e promoveram a reunificação da Alemanha, os húngaros abriram as fronteiras do país com o Ocidente e os poloneses elegeram o primeiro governo não comunista desde a Segunda Guerra.

A União Soviética começou a promover a abertura da sua economia no governo de Mikhail Gorbachev por meio da Glasnost e Perestroika. Logo, as nações que formavam a URSS começaram a se mobilizar pela sua independência. Em 25 de dezembro de 1991, Gorbachev renunciou e, no dia seguinte, a União Soviética foi dissolvida.

Em sequência, uma série de países conquistaram a sua independência, tais como Ucrânia, Bielorrússia, Armênia etc. Esses países reuniram-se na Comunidade dos Estados Independentes (CEI) e realizaram a transição para o capitalismo. (Fonte Uol Mundo Educação).

Próxima matéria: A polarização mundial na atualidade

 

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