Por: Jânio Santos de Oliveira
Pastor e professor da Igreja evangélica Assembleia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena
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A Burguesia
O Proletariado
Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!
Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no texto de Mateus 24.1-22 que nos diz:
1 E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo.
2 Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada.
3 E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?
4 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane;
5 Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.
6 E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.
7 Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares.
8 Mas todas estas coisas são o princípio de dores.
9 Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vosão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome.
10 Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarào.
11 E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos.
12 E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará.
13 Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo.
14 E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.
15 Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, entenda;
16 Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes;
17 E quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa;
18 E quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes.
19 Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias!
20 E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado;
21 Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver.
22 E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias.
A polarização e a 3ª guerra Mundial
I. O que é polarização.
1. O significado.
2. Polarização das ondas eletromagnéticas.
II. O início da polarização de classes.
1. A origem da burguesia e do proletariado.
2. O surgimento e a ascensão da burguesia.
3. O que é a burguesia?
4. O que é o proletariado?
5. As revoluções burguesas.
6. O nascimento do proletariado.
7. As lutas de classes na visão marxista
8. A luta de classes na visão da burguesa.
9. Resumo sobre proletariado e a burguesia.
III. A relação entre o proletariado, a Burguesia; a Direita e a Esquerda.
1. A origem dos termos Direita e Esquerda.
2. As diferenças entre Esquerda e Direita.
3. O que é ser de esquerda.
4. O que é ser de direita
5. O perigo dos dois extremos
6. O que é ser de direita no Brasil?
7. O que é ser de esquerda no Brasil?
IV. O tabuleiro político na bipolarização mundial.
V. A polarização política no Brasil
1. O que é a polarização política e de ideias?
2. Consequências da polarização de ideias
3. O Nascimento da nova direita
4. A Operação Lava Jato
5. O Fim do Teatro das Tesouras
6. Situação atual da polarização política
VI. A polarização política na 1ª guerra mundial
1. Os Antecedentes e causas da primeira guerra mundial.
2. Como surgiu a primeira guerra mundial.
3. Consequências da Primeira Guerra Mundial.
VII. A polarização política na 2ª guerra Mundial.
1. Os grupos que se enfrentaram na 2ª guerra.
2. As Causas da Segunda Guerra Mundial
3. As Fases da Segunda Guerra Mundial
4. A expansão da 2ª Guerra Mundial na Ásia
5. Consequências da Segunda Guerra Mundial
VIII. A polarização na guerra fria.
1. A Rússia antes da Revolução.
2. As fases da Revolução Russa.
3. As consequências da Revolução Russa.
4. A Revolução Russa e o socialismo
5. A Revolução Chinesa.
6. As Causas da Guerra Fria
7. As Características da Guerra Fria
8. O Fim da Guerra Fria
IX. A polarização mundial na atualidade
1. Uma visão global da política pelo mundo.
X. Os prenúncios da terceira guerra mundial
1. A guerra entre Rússia e Ucrânia
2. Os países que apoiam a Rússia na guerra
3. Os países que apoiam a Ucrânia pela Otan
4. Atualizando o conflito da guerra entre Rússia e a Ucrânia.
5. O conflito entre Israel e o Hamas
6. Entenda a origem do conflito entre judeus e árabes
XI. O cenário atual que indica a 3ª guerra Mundial
XII. A escatologia bíblica e a 3ª guerra mundial
XIII. Israel na escatologia bíblica
XIV. A Grande Tribulação
XV. Os gentios na Grande Tribulação
III. A relação entre o proletariado, a Burguesia; a Direita e a Esquerda
O par de opostos Direita e Esquerda suscitou e ainda suscita os principais debates ideológicos e políticos contemporâneos.
A polaridade ideológica entre “direita” e “esquerda” remonta ao contexto da Revolução Francesa e ainda hoje costuma dividir o debate político
Os termos "esquerda" e "direita" apareceram durante a Revolução Francesa, de 1789, e o subsequente Império de Napoleão Bonaparte, quando os membros da Assembleia Nacional se dividiam no parlamento entre os partidários do rei, sentados à direita do presidente e os simpatizantes da revolução à sua esquerda.
Um deputado, o Barão de Gauville, explicou: "Nós começamos a reconhecer uns aos outros: aqueles que eram leais à religião e ao rei (imperador) ficaram sentados à direita, de modo a evitar os gritos, os juramentos e indecências que tinham rédea livre no lado oposto." No entanto, a direita pôs-se contra a disposição dos assentos porque acreditavam que os deputados deviam apoiar interesses particulares ou gerais, mas não formar facções ou partidos políticos. A imprensa contemporânea, ocasionalmente, usa os termos "esquerda" e "direita" para se referir a lados opostos ou que se opõem. Ao longo do século XIX, na França, a principal linha divisória de "esquerda" e "direita" foi entre partidários da República e partidários da Monarquia
Desde o turbulento evento denominado Revolução Francesa (1789-1815), o qual, de acordo com alguns historiadores, inaugurou a Idade Contemporânea, os conceitos de direita e esquerda fazem-se presentes nos debates políticos e ideológicos, sobretudo no mundo ocidental.
1. A origem dos termos Direita e Esquerda
Assembleia Nacional Constituinte, 1789
Na Assembleia Nacional Constituinte, girondinos sentavam-se à direita, e jacobinos, à esquerda.
Durante o processo revolucionário começado em 1789, na França, os girondinos, considerados mais moderados e conciliadores, ocupavam o lado direito da Assembleia Nacional Constituinte, enquanto os jacobinos, mais radicais e exaltados, ocupavam o lado esquerdo. Essa é a origem da nomenclatura política que categoriza os posicionamentos políticos no interior dos sistemas políticos contemporâneos.
Essa polarização tem suscitado inúmeros problemas e demasiadas polêmicas, sobretudo porque, a partir do século XIX, houve uma radicalização ideológica tanto de um lado quanto do outro. O desenvolvimento das ideias de autores considerados de direita, como Donoso Cortez e Charles Maurras, bem como o daqueles considerados de esquerda, como Karl Marx e Bakunin, entre outros, estimulou gerações de intelectuais, movimentos políticos e ativistas que levaram às últimas consequências a crença em sua ideologia.
Em geral, ambos os segmentos ideológicos, seja de direita, seja de esquerda, quando chegam à sua forma extrema, desenvolvem perspectivas idealizadoras com vistas à “transformação do mundo”. Essa perspectiva utópica tem seus fundamentos, tanto na direita quanto na esquerda, na secularização das expectativas apocalípticas cristãs, que, no sentido original, tinham por meta aguardar a segunda vinda de Cristo e o juízo final. Com o advento do mundo moderno, tais expectativas transferiram-se para o domínio terreno e, grosso modo, para a ação política e seu principal agente de transformação, o Estado.
2. As diferenças entre Esquerda e Direita
Karl Marx
As ideias de Karl Marx são a base teórica para os progressistas.
Os ideólogos de esquerda pretendem aperfeiçoar o mundo por meio de políticas que instaurem a justiça social, ou o igualitarismo, ou a socialização dos meios de produção econômica, ou qualquer outra ação que remeta à ideia de igualdade. Já os ideólogos de direita pretendem perfectibilizar o mundo a partir de uma perspectiva idealizada do passado e da tradição, de valores nacionais ou religiosos. Cada qual dos lados, em diversos momentos da história (sobretudo no século XX), empenhou-se até a barbárie para fazer valer sua visão ideológica de mundo.
Essa divisão, contudo, pode limitar a compreensão de perspectivas mais complexas sobre a política. Geralmente, a alcunha “direitista” é aplicada sem muita acuidade crítica ao pensamento conservador. Do mesmo modo, a alcunha de “esquerdista” é aplicada às reflexões e propostas progressistas.
Edmund Burke
As ideias de Edmund Burke são bastante influentes entre os conservadores.
Conservadores e progressistas, não raro, associam-se com liberais. É o caso, por exemplo, de quem defende ideias progressistas, como o aborto, políticas de cotas etc., mas defende a liberdade econômica, isto é, livre mercado, livre concorrência etc.; ou, ao contrário, quem defende política antiaborto, política contra as cotas e contra programas sociais fomentados pelo Estado, mas também se ajusta, igualmente, à prática do liberalismo econômico. Do ponto de vista político e ideológico, progressistas e conservadores divergem, mas concordam, por vezes, quanto à economia. Vê-se, então, que o problema é mais complexo do que se imagina.
As raízes do pensamento conservador e progressista remontam ao século XVIII, especificamente às figuras de Edmund Burke e Jean-Jacques Rousseau, respectivamente. O primeiro é uma das principais fontes do pensamento conservador contemporâneo, e o segundo, do pensamento progressista, que se bifurca em liberais moderados, reformistas e revolucionários.
A diferença entre esquerda e direita pode ser resumida da seguinte maneira: as pessoas que se dizem de direita acreditam em um melhor funcionamento da sociedade quando o governo é limitado e os indivíduos possuem mais poder. Ser de esquerda é estar mais preocupado com a coletividade, com o grupo e não com a individualidade, afirma John Rawls, doutor em Filosofia e professor da Universidade de Harvard.
Embora a definição seja muito carente para contextualizar e realmente definir grupos políticos, tanto no Brasil quanto em outros países, alguns traços gerais permanecem e servem como indicadores.
É possível ver diferenças claras entre o que é ser “direitista” e o que é ser “esquerdista”, considerando os pontos-chave apresentados e mais outros. Estes são os que veremos a seguir.
Mesmo vendo estas diferenças, reforçamos que são rótulos muito simples de aplicar. São aspectos políticos e não uma definição científica. São rótulos que não abarcam completamente as decisões das pessoas ou dos grupos políticos.
3. O que é ser de esquerda
Ser de esquerda é defender um Estado maior. Neste caso, defende-se que o Governo deve estar presente em todos os aspectos da vida social. Por exemplo, a educação infantil, o regimento interno das empresas, a economia, as assistências sociais de qualquer natureza e, até mesmo, os limites da liberdade de culto, diz Michael Walzer, doutor em ciências políticas pela Universidade de Cambridge, em seu livro Esferas da Justiça: Uma Defesa do Pluralismo e da Igualdade.
Neste caso, não deve haver nenhum poder que seja equivalente ao do Estado, nem os pais na família, nem os CEO’s das empresas, nem os proprietários das escolas particulares, nem os líderes religiosos nas igrejas e, finalmente, nem mesmo a consciência humana individual.
Para um típico progressista de esquerda, um governo reduzido e fraco, limitado ao essencial gera as seguintes consequências:
Os mais pobres serão explorados pelos mais ricos. Sem um governo mediando as relações entre empregados e seus patrões, haverá injustiças, exploração e abuso da parte mais fraca;
Serão formados monopólios econômicos. Com empresas livres para decidir sobre todos os rumos de seus negócios, sem algum controle estatal, poderão surgir monopólios que dominam a vida das pessoas ou que impeçam outras de terem oportunidades de crescimento;
Crises econômicas podem se formar. Um exemplo tradicional que contesta a liberdade econômica desenfreada é o da crise de 1929;
A meritocracia que fixa desigualdades. O problema de que cada um, por si mesmo, desenvolva-se e mereça algo pelo que produziu é que alguns são mais desfavorecidos socialmente. Eles podem ser relegados para sempre a uma condição pior, por não terem forças para sair de um determinado estado sem a ajuda do governo.
Ser de esquerda é estar mais preocupado com a coletividade, com o grupo e não com a individualidade. As causas que exigem lutas são causas sociais, de grupos, tribos, minorias.
Em alguns momentos da história, os governos socialistas, exemplo de alinhamento à esquerda, sacrificaram pessoas em prol do bem do partido e da causa como um todo.
Também é comum encontrar no lado esquerdo um número considerável de pessoas que sustentam que a verdade não é objetiva, que ela é relativa. Pensadores como Karl Marx ensinaram a pensar que não existe bem ou mal, verdade ou mentira.
Há o que favorece a causa da revolução e o que não a favorece. Se ajuda a revolucionar, é bom. Se não ajuda, é mal.
Esquerdistas veem os problemas da sociedade e defendem a criação de um governo forte para resolvê-los.
4. O que é ser de direita?
O lado da direita, em geral, são as pessoas que acreditam em um melhor funcionamento da sociedade quando o governo é limitado. O Estado deve ser menor e cuidar apenas do essencial, restringindo-se às necessidades mais absolutas das pessoas, afirma Francis Fukuyama, professor de Ciência Política com doutorado em Harvard, no livro O Fim da História e o Último Homem.
Exemplos de necessidades assim seriam a defesa nacional, a garantia de abastecimento de mantimentos e de energia elétrica, água, etc. Neste pensamento, o governo é o último recurso, acionado apenas quando as pessoas não podem fazer nada por si mesmas, como família, associação, igrejas e afins.
Para um típico conservador, como o filósofo Roger Scruton, se o governo cresce no poder e começa a dominar as esferas sociais como os liberais de esquerda defendem, veremos inevitavelmente as seguintes consequências:
A corrupção aumenta. O poder e dinheiro acumulados e centralizados vão gerá-la. As pessoas no governo venderão influência para obter ganhos pessoais e políticos. Já as de fora buscarão comprar essa influência e favores. Na África e na América Latina, por exemplo, a corrupção do governo tem sido o maior fator que impede as nações de progredir;
A liberdade individual diminui. A liberdade individual é menos importante para a esquerda do que para a direita. Observando os desdobramentos de forma lógica, quanto maior o controle do governo sobre a vida das pessoas, menor a liberdade que elas têm;
Governos sempre crescendo, no sentido de poder sobre a vida das pessoas, ou reduzem seu tamanho, ou entram em colapso econômico. Esse tipo de governo que se agiganta depende muito dos novos pagadores para pagar os pagantes anteriores. O dinheiro dos benefícios sociais vem dos impostos públicos e quando não há mais dinheiro, o sistema vai à falência;
Os impostos aumentam periodicamente. Como consequência do aumento de impostos, as pessoas deixam de trabalhar ou trabalham menos. O número de contratação diminui e as empresas deixam o país, aumentando o desemprego. Por que isso acontece? Porque o Estado precisa de uma quantia alta para manter ativos os programas sociais que julga necessários para combater as desigualdades entre as pessoas;
Governos grandes produzem altos déficits e dívidas também crescentes. Afinal, quanto mais dinheiro o Estado distribui, mais dinheiro as pessoas demandam dele. Neste caso, ou diminuem ou as contas começam a não fechar. Uma tendência geral é que as pessoas sustentadas por outras, ou pelo poder público no caso, trabalhem menos e o país não gere tanta riqueza como um país no qual as pessoas trabalham porque dependem disso para o próprio sustento. Isto leva à próxima consequência;
O caráter nacional fica ferido. Com liberdades diminuídas e com uma visão de um Estado que tem o dever de “dar” as coisas, as pessoas não se dedicam ao trabalho, não se dedicam ao processo criativo, a concorrência diminui e os produtos se tornam escassos e regulados.
Uma forte razão para se opor a um governo tão forte que influencie a vida das pessoas está na defesa da individualidade. A direita defende a liberdade de cada indivíduo, mais do que defende um grupo identificado, um partido, uma minoria ou algo parecido. Defende a menor minoria do mundo: cada pessoa especificamente.
À direita, encontramos com mais frequência uma valorização e defesa de valores morais tradicionais, sejam eles familiares, religiosos ou éticos e morais. Os pensadores tradicionalmente vinculados à direita acreditam que existe uma verdade objetiva, que não é relativa.
Para eles, a verdade não é moldada de acordo com a necessidade da revolução social, mas sim de acordo com os fatos da realidade.
Direitistas veem os problemas da sociedade e defendem que cada indivíduo se aprimore, organize-se e resolva o que dá conta, buscando ajuda quando o problema está além de seu alcance por meio de grupos intermediários até chegar ao Estado.
A diferença fundamental entre esquerda e direita
Esta diferença foi explicada pelo professor Olavo de Carvalho em seu artigo sobre a origem e o fim da direita e da esquerda.
Como ele explica, os discursos ideológicos possuem variações e inconstâncias, tanto de um lado como do outro. É comum ver rótulos sendo utilizados sem um conteúdo definido. Isto acontece porque não é uma tarefa fácil apreender conceitualmente qual é a diferença entre esquerda e direita.
Há quem defenda, porém, que as distinções entre estes dois lados políticos faziam sentido na origem, mas que se tornaram inutilizáveis com o passar do tempo e com as complexidades políticas de cada país.
O que notamos é que a conceituação de esquerda e direita é usada pelos grupos que atuam para se autodefinir e enquadrar seus adversários políticos dentro de um espectro.
Alguns até imaginam como seria o adversário ideal apenas para projetá-lo em grupos sociais. Assim, vemos esquerda e direita usados como conceitos fluidos com conteúdo vazio, mas ainda com força histórica atuante.
São tentativas de expressar os dados que vemos na realidade, mas que demandam ainda mais de uma análise.
Entenda mais sobre política, leia os artigos da Brasil Paralelo que exploraram conceitos, histórias e realidades das ciências políticas. Basta tocar neste link e ir até a categoria “Política”.
Vamos entender qual é a real diferença entre esquerda e direita, o que nem sempre condiz com o que elas dizem de si mesmas.
Antes de ser uma diferença ideológica, são formas diferentes de viver o tempo histórico.
Não se fala muito sobre isso, mas fundamentalmente, as diferenças estão na forma de vivenciar a realidade.
A direita se legitima em nome da antiguidade, da experiência consolidada, do conhecimento adquirido, da segurança e da prudência. Este é o seu significado mesmo que na prática deixe a experiência de lado, despreze o conhecimento e até mesmo cometa todo tipo de imprudência.
A esquerda reivindica no presente a autoridade e o prestígio de um mundo melhor no futuro, um mundo de justiça, paz e liberdade. Na prática, pode espalhar o mal e a injustiça em doses maiores do que as acumuladas do passado que pretendia resolver.
O problema moral
Um direitista entende que direita e esquerda existem como dados estáveis da ordem democrática, que há uma equivalência. Eliminar um dos polos seria desequilibrar a ordem vigente do sistema democrático.
Naturalmente, os esquerdistas querem a eliminação da direita, o fim da autoridade do antigo. Por exemplo:
Os americanos retiraram seus exércitos dos países europeus ocupados após a Segunda Guerra Mundial e esperavam que os russos fizessem o mesmo. Isso não aconteceu, porque na perspectiva da revolução, o fim de uma guerra era o início de outra até que não houvesse mais capitalismo.
A direita não tinha a utopia de eliminar a esquerda, ou ela mesma se converteria em esquerda.
Como a esquerda se apoia na imagem móvel de um futuro hipotético, não julga pelos padrões existentes, seu juiz é o futuro. Entretanto, trata-se de um futuro criado por esquerdistas e por eles modificado, de acordo com a necessidade estratégica. Eles são legisladores em causa própria.
Eles fazem o que querem e estão sempre certos em idealizar um futuro em que o que foi feito tem valor. Assim, acabam cometendo mais crimes do que aqueles que prometeram eliminar em favor de um futuro melhor do que o passado. Segundo o professor Olavo, é uma profunda desorientação moral.
5. O perigo dos dois extremos
A extrema-esquerda prega a submissão integral da sociedade a uma ideologia revolucionária personificada em um Partido-Estado, a completa extinção dos valores morais e religiosos tradicionais, o igualitarismo forçado por meio da intervenção fiscal, judiciária e policial.
A extrema-direita propõe a criminalização de toda a esquerda, a imposição da uniformidade moral e religiosa sob a bandeira dos valores tradicionais e a constituição de uma sociedade patriótica obediente e disciplinada.
A esquerda difere de sua versão extrema apenas em grau ou pressa para implementar a igualdade forçada. A extrema-direita e a direita, mesmo tendo discursos que convergem em valores morais, são incompatíveis em essência: é impossível a liberdade de mercado e o controle estatal da economia, a preservação dos direitos individuais e a militarização da sociedade.
Exemplos de alianças entre esquerda e extrema-esquerda: Internacional Comunista, Front Popular da França, Foro de São Paulo. A direita não alcança esse tipo de organização por sua própria constituição, que é compensada pela intrínseca inviabilidade do estatismo integral que obriga a esquerda a fazer concessões ao capitalismo.
6. O que é ser de direita no Brasil?
Atualmente, quem é de direita no Brasil defende a liberdade individual acima da coletividade, a economia de mercado e mantém o indivíduo no centro da sociedade. Defende os poderes sociais intermediários entre as pessoas e o Estado, aumentando a instância em que cada grupo é capaz de resolver algum problema.
A direita brasileira não possui um partido formal. Os políticos de direita se filiam a partidos diversos e trabalham juntos no parlamento brasileiro, o Congresso Nacional, mesmo não sendo do mesmo grupo político.
As principais linhas que surgem da direita são a do liberalismo e do conservadorismo. Da esquerda temos principalmente o socialismo e o comunismo.
Conheça a biografia e a história do governo do presidente Jair Messias Bolsonaro, o expoente político da direita brasileira. Após muitas polêmicas e discursos conservadores, Bolsonaro foi eleito presidente da nação.
7. O que é ser de esquerda no Brasil?
A esquerda mantém a coletividade no centro, deixando de lado as individualidades e as potencialidades de cada pessoa em detrimento da identificação com um grupo, um partido, etc. Entende que o Estado deve controlar tudo mantendo-se no poder com o dinheiro público.
Hoje ouvimos discursos da esquerda, em que ela diz que governa para os pobres e para os oprimidos. Ao mesmo tempo, acusa a direita de governar para as elites.
Para a esquerda, afirma Scruton, os seres humanos estão sempre divididos em grupos de inocentes e culpados, e a justiça social é algo que precisa ser imposto pelo Estado.
Os principais representantes da esquerda no Brasil são os seguintes partidos políticos:
· Partido dos Trabalhadores (PT);
· Partido Socialismo e Liberdade (PSOL);
· Partido Comunista do Brasil (PC do B).
Corrupção
Em um ambiente onde a direita predomine, notamos a corrupção privada. Pessoas e empresas se corrompem. Já em um ambiente em que a esquerda predomine, notamos a corrupção institucionalizada, já que o Estado é grande e está se emparelhando.
Liberdade x igualdade
O valor que a direita mais exalta é o da liberdade, como você já deve ter notado durante a leitura do artigo. A esquerda exalta mais o valor da igualdade. Este é um dos principais fatores que explicam qual a diferença entre o que é esquerda e direita.
Para quem é de direita, a igualdade não é natural, e por meio da liberdade cada um pode buscar atingir seu potencial máximo. Neste caso, o valor da meritocracia pode entrar aqui, ou seja, conquistar pela força do próprio braço, pela própria inteligência e criatividade, pelo empreendedorismo e outras faculdades humanas.
Para a esquerda, a liberdade pode ser sacrificada em prol da conquista da igualdade, o que tornaria o mundo mais justo. A desigualdade é o maior vilão a ser enfrentado. O Estado é o que cuidará para que todos sejam iguais e ninguém tenha mais do que o outro.
A esquerda favorece o controle estatal da economia e a interferência ativa do governo em todos os setores da vida social. O ideal igualitário está acima das questões de ordem moral, cultural, patriótica e religiosa.
A direita favorece a liberdade de mercado, defende os direitos individuais e os poderes sociais intermediários contra a intervenção do Estado e coloca o patriotismo e os valores religiosos e culturais tradicionais acima das propostas de reforma da sociedade.
A distinção dicotômica entre esquerda e direita é o melhor caminho?
Por ser uma polarização que varia de acordo com a complexidade do sistema político, do país e dos anos, o mais assertivo parece ser descrever melhor os subgrupos.
Melhor do que rotular unicamente como esquerda e direita, é preferível detalhar os grupos, pois quanto mais se descreve, mais honesta se torna a categorização. Por exemplo: comunista, socialista, liberal, neoliberal, progressista, democrata, republicano, conservador, etc.
O professor Adriano Gianturco, que cedeu uma entrevista a Brasil Paralelo sobre o tema, indica o Diagrama de Nolan como uma alternativa melhor à dicotomia simplista de “direita-esquerda”.
Nele vemos quatro segmentações em vez de apenas duas.
O que faz uma pessoa ser de direita ou de esquerda?
Quem responde é o doutor em psicologia clínica, autor de livros sobre psicanálise e psicologia aplicada, Luiz Alberto Hanns.
Há vários motivos que levam as pessoas a escolher a direita ou a esquerda na hora de votar. Por exemplo, é comum atribuir ao governo vigente a culpa de alguma crise que esteja acontecendo. Assim, o governo de oposição tem mais chances de receber votos, seja de direita ou de esquerda.
Se um governo permaneceu no poder por muito tempo e acabou sendo corrupto, negligente ou incompetente, a ideologia que ele defende passará o mesmo aspecto negativo à população. Isto também pode mover as pessoas entre esquerda e direita.
(Fonte: Brasil Paralelo)
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