sábado, 10 de agosto de 2024

Série: A polarização e a 3ª guerra Mundial (6 )

  Por: Jânio Santos de Oliveira

 Pastor e professor da Igreja evangélica Assembleia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

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 Email ojaniosantosdeoliveira@gmai.com




Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!

Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no texto de Mateus 24.1-22 que nos diz:

E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo.

Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada.

E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?

E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane;

Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.

E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.

Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares.

Mas todas estas coisas são o princípio de dores.

Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vosão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome.

10 Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarào.

11 E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos.

12 E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará.

13 Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo.

14 E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.

15 Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, entenda;

16 Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes;

17 E quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa;

18 E quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes.

19 Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias!

20 E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado;

21 Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver.

22 E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias.


A polarização e a 3ª guerra Mundial

I.      O que é polarização.

1.     O significado.

2.     Polarização das ondas eletromagnéticas.

II.     O início da polarização de classes.

1.     A origem da burguesia e do proletariado.

2.     O surgimento e a ascensão da burguesia.

3.     O que é a burguesia?

4.     O que é o proletariado?

5.     As revoluções burguesas.

6.     O nascimento do proletariado.

7. As lutas de classes na visão marxista

8. A luta de classes na visão da burguesa.

9.     Resumo sobre proletariado e a burguesia.

III.    A relação entre o proletariado, a Burguesia; a Direita e a Esquerda.

1.     A origem dos termos Direita e Esquerda.

2.     As diferenças entre Esquerda e Direita.

3.     O que é ser de esquerda.

4.     O que é ser de direita

5.     O perigo dos dois extremos

6.     O que é ser de direita no Brasil?

7.     O que é ser de esquerda no Brasil?

IV.    O tabuleiro político na bipolarização mundial.

V.     A polarização política no Brasil

1.     O que é a polarização política e de ideias?

2.     Consequências da polarização de ideias

3.     O Nascimento da nova direita

4.     A Operação Lava Jato

5.     O Fim do Teatro das Tesouras

6.     Situação atual da polarização política

VI.    A polarização política na 1ª guerra mundial

1.     Os Antecedentes e causas da primeira guerra mundial.

2.     Como surgiu a primeira guerra mundial.

3.     Consequências da Primeira Guerra Mundial.

VII.   A polarização política na 2ª guerra Mundial.

1.     Os grupos que se enfrentaram na 2ª guerra.

2.     As Causas da Segunda Guerra Mundial

3.     As Fases da Segunda Guerra Mundial

4.     A expansão da 2ª Guerra Mundial na Ásia

5.     Consequências da Segunda Guerra Mundial

VIII.  A polarização na guerra fria.

1.     A Rússia antes da Revolução.

2.     As fases da Revolução Russa.

3.     As consequências da Revolução Russa.

4.     A Revolução Russa e o socialismo

5.     A Revolução Chinesa.

6.     As Causas da Guerra Fria

7.     As Características da Guerra Fria

8.     O Fim da Guerra Fria

IX.    A polarização mundial na atualidade

1.     Uma visão global da política pelo mundo.

X.     Os prenúncios da terceira guerra mundial

1.     A guerra entre Rússia e Ucrânia

2.     Os países que apoiam a Rússia na guerra

3.     Os países que apoiam a Ucrânia pela Otan

4.     Atualizando o conflito da guerra entre Rússia e a Ucrânia.

5.     O conflito entre Israel e o Hamas

6.     Entenda a origem do conflito entre judeus e árabes

XI.    O cenário atual que indica a 3ª guerra Mundial

XII.   A escatologia bíblica e a 3ª guerra mundial

XIII.  Israel na escatologia bíblica

XIV. A Grande Tribulação

XV.  Os gentios na Grande Tribulação


VI.        A polarização política na primeira guerra mundial

1.   Os Antecedentes e causas da primeira guerra mundial

Tríplice Aliança

A Tríplice Aliança foi um acordo militar assinado entre Alemanha, Áustria-Hungria e Itália em 20 de maio de 1882 com o objetivo de isolar diplomaticamente russos e franceses.

Esse pacto foi parte da complexa política de acordos diplomáticos estabelecida pelo chanceler alemão Otto von Bismarck. A demissão de Bismarck, em 1890, fez com que essa política fosse desmontada, tornando a política externa alemã mais agressiva. Isso contribuiu diretamente para a formação da Tríplice Entente, que uniu França, Grã-Bretanha e Rússia.

Resumo sobre a Tríplice Aliança

A Tríplice Aliança era um acordo que estabelecia uma aliança militar entre Alemanha, Áustria-Hungria e Itália.

O acordo foi assinado em 20 de maio de 1882, considerado uma evolução da Aliança Dual, existente entre Alemanha e Áustria-Hungria.

Os objetivos principais desse pacto era isolar franceses e russos e impedir uma nova guerra na Europa.

A partir da década de 1890, a política externa alemã tornou-se mais agressiva, o que incentivou a formação da Tríplice Entente, formada por Rússia, França e Grã-Bretanha.

Em 1914, a Itália foi convocada para aderir à Entente, e as negociações fizeram com que ela abandonasse a Tríplice Aliança no ano seguinte.

O que foi a Tríplice Aliança?

Tríplice Aliança é o nome pelo qual conhecemos um tratado assinado entre Alemanha, Áustria-Hungria e Itália em 20 de maio de 1882. Esse tratado correspondia a um acordo militar entre as nações e foi renovado periodicamente até sua expiração, em 1915. Foi considerado uma expansão da Aliança Dual, a aliança que existia entre Alemanha e Áustria-Hungria desde 1879.

Um dos objetivos desse acordo era combater a influência de Rússia e França na Europa, países que eram rivais das três nações que faziam parte da Tríplice Aliança. A assinatura do tratado que unia as três nações era de conhecimento público, embora as cláusulas que o formavam fossem mantidas secretas.

Outro objetivo era impedir o crescimento da rivalidade na Europa e prevenir que o continente entrasse em guerra. Entretanto, o efeito desses acordos foi o contrário, pois eles contribuíram para o acirramento das relações e o eventual início da guerra em 1914.

Por meio desse pacto, os três países integrantes da Tríplice Aliança se comprometiam a fornecer cooperação mútua caso fossem atacados por alguma potência europeia. O governo alemão e o austríaco se comprometeram a auxiliar os italianos caso a Itália fosse atacada pela França sem nenhum tipo de provocação que justificasse uma guerra.

O governo italiano também garantiu que permaneceria neutro caso a Áustria-Hungria entrasse em guerra com a Rússia. Isso era uma garantia importante, pois permitia à Áustria-Hungria retirar tropas da fronteira de seu território com a Itália para sustentar um conflito contra os russos.

Ademais, o governo italiano recebeu uma promessa do governo alemão de que teria apoio nas exigências que os italianos faziam sobre obter possíveis colônias no norte da África. Em troca, o governo italiano assegurou que manteria relações amigáveis com o governo alemão. Por fim, o governo austríaco aceitou superar a rivalidade que tinha com a Itália por conta das disputas de fronteiras existentes entre as duas nações.

Contexto da Tríplice Aliança

A assinatura da Tríplice Aliança foi resultado da política de acordos promovida pelo governo alemão por meio de seu chanceler Otto von Bismarck, no sentido de proteger o continente europeu de um possível conflito. A Europa vivia um período de paz, mas a escalada das tensões era flagrante em todo o continente.

As potências beligerantes e que foram se aliando ou rivalizando entre si eram as grandes nações europeias da virada do século XIX para o século XX: França, Rússia, Grã-Bretanha, Áustria-Hungria, Alemanha e Itália. As tensões entre elas destruíram todo o esforço diplomático que existia para evitar uma grande batalha entre as nações europeias, como as que ocorreram durante o período napoleônico.

Motivações alemãs para a formação da Tríplice Aliança

No caso da Alemanha, havia uma crescente preocupação quanto à possibilidade de que os franceses procurassem se vingar dos alemães em uma futura guerra em decorrência da forma como se encerrou a Guerra Franco-Prussiana. Assim, assumir tratados militares com outras nações europeias seria uma forma de garantir o isolamento diplomático dos franceses, o que permitiria enfraquecer a possibilidade de uma guerra na França.

Além disso, havia uma rivalidade entre os governos alemão e russo por conta da questão racial e do crescimento do raio de influência russa sobre o Leste Europeu, em especial na região dos Bálcãs. O governo alemão considerava o eslavismo (expansão dos interesses russos) uma grande ameaça ao germanismo (expansão dos interesses alemães).

O historiador Max Hastings relata indícios de que membros do governo alemão tratavam uma possível guerra entre alemães e russos como uma guerra racial.

Além disso, o próprio governo russo tratava a rivalidade entre as duas nações como parte de uma luta histórica do eslavismo contra o germanismo.

A posição alemã nesse emaranhado das relações diplomáticas entre as nações europeias era complexa. Assim, mesmo desprezando e tendo grande rivalidade com determinada nação, os alemães, por meio de Otto von Bismarck, procuraram garantir a consolidação de alianças diplomáticas e militares.

Nesse sentido, mesmo com a crescente rivalidade com os russos, o governo alemão mantinha uma aliança com eles. Esse acordo existiu também durante o período da Tríplice Aliança e recebeu o nome de Liga dos Três Imperadores. O pacto envolvia Alemanha, Áustria-Hungria e Rússia, vigorando entre 1873 e 1878 e entre 1884 e 1887.

A crescente rivalidade entre austríacos e russos fez o acordo deixar de existir no final da década de 1880. Na década seguinte, os russos se aproximaram dos franceses por meio da Aliança Franco-Russa. Com esse acordo, os alemães tentaram impedir a aproximação de russos e franceses, o que já vimos que fracassou.

Os alemães até tentaram manter sua política de aproximação da Rússia, embora houve a rivalidade já mencionada entre as nações. Em 1887, Alemanha e Rússia assinaram um acordo diplomático, conhecido como Tratado de Resseguro, certificando que ambas as partes permaneceriam neutras caso uma das duas nações entrasse em guerra com alguma potência.

Esse acordo possuía exceções e não teria validade se os alemães atacassem a França ou se os russos atacassem a Áustria-Hungria. Por fim, como garantia de sua aliança, os alemães concordaram em apoiar a expansão dos interesses russos sobre o território da Bulgária. Com a deposição de Otto von Bismarck, em 1890, esse acordo perdeu força e não foi renovado.

Motivações austríacas para a formação da Tríplice Aliança

A preocupação alemã quanto ao avanço russo nos Bálcãs motivou o Tratado de Berlim, um acordo diplomático que reorganizou o mapa da região e garantiu a independência da Romênia, da Sérvia e de Montenegro com o intuito de enfraquecer a influência russa nesses locais. Esse tratado garantiu também a cessão da Bósnia para a Áustria-Hungria.

Isso reforçou a importância da questão balcânica, uma vez que os grandes aliados alemães, os austríacos, travavam uma luta direta pelo controle dos Bálcãs. Os austríacos temiam que o avanço da influência russa pela região levaria à fragmentação de seu território, já que uma parte dele era ocupada pela Áustria-Hungria.

A aliança entre Alemanha e Áustria-Hungria foi assegurada por meio da Aliança Dual, acordo militar entre as duas nações que antecedeu a formação da Tríplice Aliança. Esse tratado, assinado em 1879, consistiu em uma aliança entre Alemanha e Áustria-Hungria contra um possível ataque promovido pelos russos.

Além disso, os países garantiam assumir posição de neutralidade caso fossem atacados por uma outra potência, e isso é entendido como uma preocupação direta da Alemanha em manter os austríacos fora de um eventual conflito contra a França.

Motivações italianas para a formação da Tríplice Aliança

Havia uma preocupação da Itália em relação à França, sendo que a rivalidade entre as duas nações foi resultado das disputas imperialistas travadas pelas nações europeias na virada do século XIX para o século XX. As ambições imperialistas dos italianos no norte da África haviam sido frustradas pelos franceses, e isso se transformou em uma forte rivalidade entre as duas nações europeias.

Unindo-se a alemães e austríacos, a Itália garantiria sua proteção militar caso fosse atacada pelos franceses. Entretanto, a Itália nunca foi considerada uma aliada confiável por alemães e austríacos, tanto que o historiador David Stevenson considera que a aliança que unia Itália, Alemanha e Áustria-Hungria era “frouxa”.

2.   Como surgiu a primeira guerra mundial

O início da polarização mundial surgiu a partir da primeira guerra mundial, aonde os Países mais poderosos do mundo se posicionaram a favor ou contra a questão em debate. vejamos:

Em 1914, a Primeira Guerra Mundial teve início graças à escalada na tensão nos Bálcãs, fruto do assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando. A crise iniciada entre Áustria-Hungria e Sérvia por conta do atentado arrastou o continente europeu para o conflito. Com o início do embate, a Itália assumiu posição de neutralidade e assim se manteve até 1915.

Em meados de 1914, relações diplomáticas foram estabelecidas entre os membros da Tríplice Entente (Rússia, Grã-Bretanha e França) para que a Itália ficasse ao lado deles no conflito. As negociações fizeram com que a Itália trocasse de lado, abandonando a Tríplice Aliança e aderindo à Tríplice Entente. Em 3 de maio de 1915, a Itália declarou guerra aos membros da Tríplice Aliança.

Por fim, a formação da Tríplice Entente foi resultado da crescente hostilidade da política externa alemã. Isso aconteceu depois que o imperador da Alemanha Guilherme II demitiu Otto von Bismarck da posição de chanceler. O aumento no poder naval dos alemães passou a ser visto como uma ameaça na Europa, sobretudo pelos ingleses. Além disso, o aumento das ambições imperialistas alemãs reforçaram a hostilidade da Alemanha contra Grã-Bretanha e França. Assim, Grã-Bretanha, França e Rússia acabaram unindo-se, formando a Tríplice Entente.

A Primeira Guerra Mundial foi um marco na história da humanidade. Foi a primeira guerra do século XX e o primeiro conflito em estado de guerra total – aquele em que uma nação mobiliza todos os seus recursos para viabilizar o combate. Estendeu-se de 1914 a 1918 e foi resultado das transformações que aconteciam na Europa, as quais fizeram diferentes nações entrar em choque.

O resultado da Primeira Guerra Mundial foi um trauma drástico. Uma geração de jovens cresceu traumatizada com os horrores da guerra. A frente de batalha, sobretudo a Ocidental, ficou marcada pela carnificina vivida nas trincheiras e um saldo de 10 milhões de mortos. Os desacertos da Primeira Guerra Mundial contribuíram para que, em 1939, uma nova guerra acontecesse.

Tríplice Aliança — o tratado visava prevenir a guerra na Europa.

Estendeu-se por quatro anos em duas fases distintas: Guerra de Movimento e Guerra de Trincheira. A última fase é a mais conhecida por ter sido a mais longa (de 1915 a 1918) e por ter sido efetivamente caracterizada por um alto grau de mortalidade dos soldados envolvidos.

O saldo do conflito foi, aproximadamente, 10 milhões de mortos e uma Europa totalmente transformada.

Causas da Primeira Guerra Mundial

As causas da Primeira Guerra Mundial são extremamente complexas e envolvem uma série de acontecimentos não resolvidos que se arrastavam desde o século XIX: rivalidades econômicas, tensões nacionalistas, alianças militares.

De maneira geral, os principais fatores que contribuíram para o início da Primeira Guerra Mundial foram:

·        Disputas imperialistas;

·        Nacionalismos;

·        Alianças militares;

·        Corrida armamentista.

Na questão imperialista, o enfoque pode ser dado ao temor que a ascensão da Alemanha gerou em nações como Rússia, França e Grã-Bretanha. Os alemães haviam passado pelo processo de unificação na segunda metade do século XIX e, após isso, lançaram-se à busca de colônias para seu país. Isso prontamente chamou a atenção da França, por exemplo, que via seus interesses serem prejudicados com o fortalecimento alemão.

A questão dos nacionalismos envolveu diferentes nações. A Alemanha encabeçava um movimento conhecido como pangermanismo. Esse movimento nacionalista servia como suporte ideológico para o Império Alemão defender os seus interesses de expansão territorial no começo do século XX. O pangermanismo ainda se expressava nas questões econômicas, pois os alemães pretendiam colocar-se como a força econômica e militar hegemônica da Europa.

Na questão nacionalista, havia também o revanchismo francês. Essa questão envolvia os ressentimentos que existiam na França a respeito do desfecho da Guerra Franco-Prussiana, conflito travado entre Prússia e França em 1870 e 1871. A derrota francesa foi considerada humilhante, principalmente por dois fatores: a rendição ter sido assinada na Galeria dos Espelhos, no Palácio de Versalhes, e pela perda da Alsácia-Lorena. Após o fim desse conflito, a Prússia autoproclamou-se como Império Alemão.

A questão nacionalista mais complexa envolvia os Bálcãs, região no sudeste do continente europeu. No começo do século XX, os Bálcãs eram quase inteiramente dominados pelo Império Áustro-Húngaro, que estava em ruínas por causa da multiplicidade de nacionalidades e movimentos separatistas que existiam em seu território.

A grande tensão nos Bálcãs envolvia a Sérvia e a Áustria-Hungria na questão referente ao controle da Bósnia. Os sérvios lutavam pela formação da Grande Sérvia e, por isso, desejavam anexar a Bósnia ao seu território (a Bósnia era parte da Áustria-Hungria desde 1908 oficialmente). Esse movimento nacionalista de sérvios era apoiado pela Rússia por meio do pan-eslavismo, ideal em que todos os eslavos estariam unidos em uma nação liderada pelo czar russo.

Tendo em vista todo esse quadro de tensão e rivalidades, as nações europeias meteram-se em um labirinto de alianças militares, que acabou sendo definido da seguinte maneira:

Tríplice Entente: formada por Rússia, Grã-Bretanha e França.

Tríplice Aliança: formada por Alemanha, Áustria-Hungria, Império Otomano e Itália.

Esses acordos militares incluíam cláusulas secretas de cooperação militar caso uma nação fosse atacada por outra nação adversária. Por fim, toda essa hostilidade deu a garantia para todas as potências e chefes de Estado na Europa de que a guerra era apenas questão de tempo. Por essa razão, as nações europeias iniciaram uma corrida armamentista com o objetivo de se fortalecer para o conflito que ocorreria.

O que faltava para que a guerra tivesse início era um estopim, que aconteceu em 28 de junho de 1914, durante a visita do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austríaco, a Sarajevo, capital da Bósnia. A visita do arquiduque foi entendida como uma provocação e colocou em movimento os grupos nacionalistas que existiam na Sérvia e Bósnia.

Gavrilo Princip sendo preso após assassinar Francisco Ferdinando, atentado que foi o estopim da Primeira Guerra Mundial.

Gavrilo Princip sendo preso após cometer o atentado que causou a morte de Francisco Ferdinando.

O resultado da visita do arquiduque foi que Gavrilo Princip, membro de um movimento nacionalista bósnio, armado de um revólver, meteu-se à frente do carro que levava Francisco Ferdinando e sua esposa, Sofia. Ele abriu fogo, assassinando ambos. A consequência direta do ato foi uma crise política gravíssima que ficou conhecida como Crise de Julho.

Como não houve saída diplomática para a Crise de Julho, a consequência final foram declarações de guerra acontecendo em cadeia.

·        Em 29 de julho, a Áustria declarou guerra à Sérvia;

·        No dia 30, russos (em defesa da Sérvia),

·        Alemães e austríacos mobilizaram seus exércitos.

·        Em 1º de agosto, a Alemanha declarou guerra à Rússia e,

·        No dia 3, à França.

·        No dia 4, o Reino Unido declarou guerra à Alemanha.

Era o começo da Primeira Guerra Mundial.

Países envolvidos na Primeira Guerra Mundial

Como mencionado no texto, os dois grupos que lutaram entre si na Primeira Guerra Mundial ficaram conhecidos como Tríplice Aliança (as principais forças eram a Alemanha, Áustria-Hungria, Império Otomano e Itália) e Tríplice Entente (as principais forças eram a Rússia, Grã-Bretanha e França). No caso da Itália, o país fazia parte da Tríplice Aliança, mas recusou-se a participar da guerra quando ela se iniciou. Em 1915, a Itália aderiu à Tríplice Entente.

Naturalmente, a Primeira Guerra Mundial não se resumiu ao envolvimento desses países, pois diversas outras nações envolveram-se no conflito. No lado da Entente, países como Grécia, Estados Unidos, Canadá, Japão e até mesmo o Brasil entraram no confronto. No lado da Tríplice Aliança, houve a participação da Bulgária e de outros povos e Estados clientes, como o Sultanato de Darfur.

Onde ocorreu a Primeira Guerra Mundial?

Os combates da Primeira Guerra Mundial, em sua maioria, aconteceram no continente europeu. Na Europa, destacaram-se a Frente Ocidental, em que os alemães lutaram contra franceses e britânicos, e a Frente Oriental, em que os alemães lutaram contra sérvios e russos. Durante a guerra, houve também batalhas no Oriente Médio, isto é, nas regiões que estavam sob domínio do Império Otomano.

Fases da Primeira Guerra Mundial

Utilizando a classificação do estudioso Luiz de Alencar Araripe, a Primeira Guerra Mundial pode ser dividida em duas grandes fases1. A primeira fase ficou conhecida como Guerra de Movimento e aconteceu entre agosto e novembro de 1914. A segunda fase ficou conhecida como Guerra de Trincheiras e ocorreu entre 1915 e 1918.

Da primeira fase da guerra, destacou-se o plano alemão de invasão da França pelo território belga, o chamado Plano Schlieffen. Esse plano foi elaborado pelo conde Alfred von Schlieffen e consistia basicamente em uma manobra para envolver as tropas francesas e conquistar Paris, a capital da França.

Poucos meses depois que os franceses conseguiram impedir os alemães de conquistar Paris, iniciou-se a segunda fase da guerra, caracterizada pelas trincheiras. As trincheiras eram corredores subterrâneos construídos para abrigar os soldados e separar os exércitos que lutavam entre si. Muitas vezes, a distância entre uma trincheira e outra era mínima.

O espaço entre as trincheiras era conhecido como “terra de ninguém” e era preenchido com sacos de areia, arames farpados e tudo que fosse necessário para garantir a proteção das tropas e para informar que tropas inimigas aproximavam-se. Durante a guerra de trincheiras, foram utilizadas pela primeira vez armas químicas. Os alemães inicialmente utilizaram gás clorídrico, que, com o tempo, também passou a ser utilizado por franceses e britânicos. Por fim, o gás clorídrico foi substituído pelo gás mostarda.

Soldados americanos utilizando máscaras para se proteger das armas químicas utilizadas na frente de batalha.

Soldados americanos utilizando máscaras para se proteger das armas químicas utilizadas na frente de batalha.

A respeito dos horrores da Guerra de Trincheiras travada na Frente Ocidental, vale ressaltar o relato feito pelo historiador Eric Hobsbawm:

Milhões de homens ficavam uns diante dos outros nos parapeitos de trincheiras barricadas com sacos de areia, sob as quais viviam como – e com – ratos e piolhos. De vez em quando seus generais procuravam romper o impasse. Dias e mesmo semanas de incessante bombardeio de artilharia […] “amaciavam” o inimigo e o mandavam para baixo da terra, até que no momento certo levas de homens saíam por cima do parapeito, geralmente protegido por rolos e teias de arame farpado, para a “terra de ninguém”, um caos de crateras de granadas inundadas de água, tocos de árvore calcinadas, lama e cadáveres abandonados, e avançavam sobre as metralhadoras, que os ceifavam, como eles sabiam que aconteceria.

Na Frente Ocidental, destacaram-se batalhas como Verdun e Somme em que a luta nas trincheiras causou a morte de milhões de soldados de ambos os lados. Na Frente Oriental, os alemães conseguiram impor pesadas derrotas aos russos em batalhas como a de Tannenberg, garantindo grandes conquistas territoriais.

A violência da guerra também foi destacada durante os combates que aconteceram na Sérvia. No Oriente Médio, destacou-se a perseguição que o Império Otomano promoveu contra os armênios, o que levou ao Genocídio Armênio. A Primeira Guerra também registrou combates aéreos e uma disputa acirrada entre alemães e britânicos no mar.

Em 1917, os Estados Unidos, presididos por Woodrow Wilson, entraram na guerra quando uma embarcação britânica foi atacada por alemães, causando a morte de mais de uma centena de americanos. Nesse mesmo ano, os russos, fragilizados por tantas derrotas e por uma crise econômica duríssima, retiraram-se da guerra, e a Revolução Russa consolidou o socialismo no país.

A Primeira Guerra Mundial encerrou-se como resultado do esfacelamento das forças da Tríplice Aliança. Bulgária, Áustria-Hungria e Império Otomano renderam-se, sobrando apenas a Alemanha. O Império Alemão, arrasado pela guerra, também se rendeu após uma revolução estourar no país e levar ao fim da monarquia alemã. Aqueles que implantaram a república no país (os social-democratas) optaram por um armistício para colocar  fim à guerra após quatro anos.

3.   Consequências da Primeira Guerra Mundial

Como consequência do armistício e da derrota alemã, foi assinado, em junho de 1919, o Tratado de Versalhes. A assinatura desse tratado aconteceu exatamente no mesmo local onde os franceses haviam ratificado sua derrota em 1871. Dessa vez, os derrotados eram os alemães, que assinavam um tratado que impunha termos duríssimos à Alemanha.

Delegações reunidas durante a assinatura do Tratado de Versalhes na Galeria dos Espelhos, em 1919.

Delegações reunidas durante a assinatura do Tratado de Versalhes na Galeria dos Espelhos, em 1919.

A Alemanha perdeu todas as suas colônias ultramarinas, além de territórios na Europa. Foi obrigada a pagar uma multa pesadíssima, que arrastou o país pra uma crise econômica sem precedentes na sua história. Suas forças militares foram restritas a 100 mil soldados de infantaria. A rigidez dos termos do Tratado de Versalhes é entendida pelos historiadores como a porta que deu abertura para o surgimento e crescimento do nazismo.

A reconfiguração do mapa Europeu após a 1ª guerra mundial.



A Primeira Guerra Mundial provocou a queda dos impérios austro-húngaro, russo e otomano, a criação de vários países e uma grande mudança no Oriente Médio. Revolução Bolchevique A guerra marcou o fim do Império Russo, que já estava enfraquecido. As numerosas derrotas, as enormes despesas militares, a fome e a fúria popular antes do banho de sangue provocado pelo conflito formaram um terreno fértil para a Revolução Bolchevique de 1917. Em março de 1917, uma primeira revolução causou a abdicação do czar Nicolau II e a formação de um governo que controlava quase nada. Em novembro, os bolcheviques tomaram o poder, e sua primeira decisão foi propor o fim das hostilidades contra países ... Fonte: https://noticias.uol.com.br/ultima

Próxima matéria: A polarização política na segunda guerra Mundial

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