Por: Jânio Santos de Oliveira
Pastor e professor da Igreja evangélica Assembleia de Deus em Santa Cruz da Serra
Pastor Presidente: Eliseu Cadena
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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!
Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra no texto de Romanos 1.17que nos diz:
Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá pela fé.
I. Os antecedentes da reforma protestante
De Constantino ao fim da idade média
A Igreja nos Dias de Constantino.
Os últimos Anos de Constantino.
A Igreja da Idade Média.
Wycliffe e Huss.
A Renascença.
II. A reforma protestante
O início da reforma com Martinho Lutero
As 95 teses de Martinho Lutero
O Problema das Indulgências.
Reações Papais às Teses de Lutero.
A Excomunhão de Lutero.
III. A extensão da reforma
Zuínglio e a Reforma na Suíça.
Calvino e a Reforma em Genebra.
. Influências Reformistas na França.
A Reforma nos Países Baixos.
A Reforma na Escócia.
A Reforma na Inglaterra.
Os Anabatistas.
IV. Os efeitos negativos da reforma
A contra-reforma
Os Jesuítas.
Elementos de Combate à Reforma.
A Guerra dos Trinta Anos.
As Missões Católicas.
V. A reação dos protestantes à Igreja na Europa
A França e a Igreja Católico-Romana.
O Protestantismo na Alemanha.
O Protestantismo na Inglaterra.
O Reavivamento de Wesley no Século XVIII.
Os Resultados do Reavivamento de Wesley.
O Protestantismo na Escócia e na Irlanda.
A Igreja no Oriente.
A reação dos protestantes à Igreja na Europa.
1648 - 1800
A história da Igreja na Europa, durante o
período de
A França
que através de suas autoridades, ofereceu tremenda oposição ao Protestantismo,
matando a muitos deles e forçando outros ao exílio, estava quase arruinada em
todos os aspectos da vida nacional. Nessa fase da história deflagara-se a
Revolução Francesa, que procuraria contornar a situação estabelecendo a calma e
ordem nacional, dando liberdade de culto aos poucos protestantes ainda
existentes no país. A Igreja da França jamais se recuperaria, atingindo a
pujança que possuía antes. 0 Protestantismo na Alemanha, por sua vez, vê-se
envolvido por frequentes e vazios debates teológicos entre os seguidores dos
ensinos de Lutero e os seguidores do ensino de Calvino. Nessa época a diferença
entre luteranos e reformistas acentuou-se. As sim, surge o
"Pietismo", com a finalidade de agregar em torno do seu ensino, os
insatisfeitos com os rumos tomados pelos luteranos e reformados. Os pietistas
pregavam e viviam um cristianismo fresco, novo e cheio de vida.
Esse movimento viria a se constituir a base de
grandes movimentos como o dos Irmãos Morávios.
Como se
não bastasse as grandes aflições sofridas pela Igreja, por culpa dos seus maus
líderes, no fim do Século XVII, teve início a chamada "era da razão".
0 mentor
do homem em todos os assuntos da vida seria "a razão", "a
mente".
0 cristianismo e suas doutrinas sofreram grandes apuros, por não poderem ser aquilatados pela razão e raciocínio de homens naturais. Por fim, você estudará sobre a situação da Igreja oriental, a partir da tomada de Constantinopla pelos turcos, e as consequências que a capitulação daquela grande metrópole trouxe sobre o cristianismo naquela região do mundo.
O Século XVIII foi para a França uma era de grande desenvolvimento, quando a nação prosperou tão rapidamente que veio a alcançar o primeiro lugar entre as nações europeias.
Esta
atividade teve o seu ponto alto ao longo do brilhante reinado de Luiz XIV, que
estendeu-se de
A Igreja Católica Romana na França, serviu-se desse
fortalecimento da vida nacional, demonstrando sua energia religiosa na
pregação, nas obras filantrópicas e no trabalho missionário.
Este crescimento e fortalecimento da vida
religiosa nacional, deu origem ao movimento conhecido como
"Galicanismo". O movimento, representava uma tentativa de conciliar
a qualidade de bom católico com a de bom francês. Os galicanos eram devotos e
profundamente ligados à Igreja Católica Romana, mas acreditavam igualmente que
o papa não tinha o direito de interferir na política nacional da França. Nesta
esfera só admitiam a autoridade do rei. Para aqueles que abraçavam o
galicanismo, a autoridade papal era inferior até aos próprios concílios gerais
da Igreja. Ultramontanismo
Em oposição ao Galicanismo, levantou-se outro
partido chama do "Ultramontano".
Ultramontano é quem, em negócios da Igreja e do
Estado, obedece ao papa antes que a qualquer autoridade.
Por essa época, na França, o partido "Ultramontano"
era formado principalmente pelos jesuítas, sempre fiéis ao papa.
Dissolução da Sociedade dos Jesuítas
I. A França e a Igreja Católico-Romana.
Durante
a última parte do Século XVII e durante todo o Século XVIII, os jesuítas
sofreram forte oposição de grandes vultos da Igreja Católica na França.
Estes homens opunham-se e protestavam com
energia, contra as ideias falsas e dolosas, a respeito da moral de certos
princípios, ideias realmente perigosas que os jesuítas espalhavam através do
confessionário.
Ainda se opunham aos jesuítas por causa da
obediência cega e indiscutível que prestavam ao papa, em detrimento dos interesses
patrióticos.
Enquanto
isto os jesuítas foram perdendo mais e mais a sua popularidade.
Quando Portugal, em 1759, expulsou os jesuítas,
a opinião pública francesa exigiu que se fizesse o mesmo na França, o que foi
feito em 1764. Este foi o começo do fim dos jesuítas. Logo após a Espanha
também os expulsava. Em todos os casos, a razão da expulsão era a mesma: os jesuítas eram desleais e perigosos aos
governos.
Finalmente, o papa Clemente XIV sob pressão dos
reis dos países que haviam sofrido sob a influência dos jesuítas, dissolveu
essa Ordem.
Perseguição aos Huguenotes A era áurea de Luiz
XIV, teve um lado negro nos terríveis sofrimentos infligidos aos protestantes
franceses.
Pelo
Edito de Nantes, em 1598, os Huguenotes alcançaram completa liberdade de
consciência; liberdade para exercer o culto público em muitos lugares, plenos
direitos civis e o governo de um grande número de cidades.
Entre
1598 e 1659, não obstante o governo tirar dos Huguenotes o controle sobre as
cidades, isto não perturbou lhes a liberdade religiosa.
Nesta
época, o Protestantismo cresceu, tomou corpo e chegou a assumir a posição de
influência em grandes decisões nacionais.
As igrejas tinham um ministério sólido e bem
preparado. Entre os membros das igrejas haviam muitos líderes de projeção,
destacados comerciantes e industriais e muitos dos melhores artífices e
trabalhadores vários. Mas o clero católico romano, hipócrita e fanático, não
podia tolerar este Protestantismo tão próspero. E, foi sobre a pressão desse
clero que o governo começou um ataque maciço ao Protestantismo na França, em
1659.
As primeiras medidas tomadas contra os
protestantes foram: a suspensão total dos direitos civis e a perseguição em
grande escala, para obrigá-los a professar o Catolicismo Romano.
Em 1681, Luiz XIV levou a efeito, com muita
pertinácia, um esforço selvagem para esmagar o Protestantismo, campanha que
culminou com a revogação do Edito de Nantes, quatro anos depois. Os
protestantes estavam desamparados pelas leis, e não podia nem emigrar. 0
Resultado Para a França 0 resultado de tudo isto foi uma perda irreparável para
a França.
Milhares dos seus mais excelentes cidadãos
foram levados à morte, e outros a quase insuportáveis torturas. Nesse período,
cerca de quatrocentos mil huguenotes fugiram deixando a França.
A saída deles resultou num grande desastre
econômico e moral para a nação. Pior ainda foi para a nação francesa a perda
moral, perda que jamais foi recuperada.
Depois de 1685 o Protestantismo na França, embora
vergonhosamente perseguido, levou uma vida de heroísmo por quase oitenta anos.
Foi quando cessou a perseguição, mas a
liberdade religiosa não veio antes de 1789, concedido pelo primeiro dos
governos da Revolução Francesa.
A Igreja Católica e a Revolução Francesa
Quando a Revolução Francesa rebentou em
Como Agiu o Governo
A primeira legislatura da Revolução, a
Assembleia Nacional (1789-1790),
1) confiscou as propriedades da Igreja Romana e
vendeu boa parte delas para enfrentar as necessidades nacionais;
2) estabeleceu completa liberdade religiosa;
3)
aboliu as Ordens monásticas e reorganizou completamente a Igreja Católica,
deixando-a nominalmente sujeita ao papa.
Finalmente, não só a Igreja papal, mas o
próprio cristianismo foi objeto de ódio público. Isto foi devido, em parte, ao
desenvolvimento da incredulidade, e, de outro lado pelo fato de muitos julgarem
a Igreja Romana e o cristianismo como coisas idênticas.
Em 1793, foi abolido o culto cristão, negando
formalmente a existência de Deus, e estabelecendo o culto da deusa Razão.
O domingo ou o Dia do Senhor, foi substituído
por um dia em cada dez, para descanso e diversões.
Todavia o povo se opôs a tudo isto. Em 1795, o
culto cristão foi restabelecido pelo governo.
Todas as agremiações religiosas tiveram
permissão de exercer formas de culto. Este acordo foi quebrado por Napoleão que
possuía suas próprias ideias acerca das relações entre a Igreja e o Estado.
II. 0 protestantismo na Alemanha
A história do Protestantismo alemão nos anos
seguintes â Reforma, é desalentadora. Teve início uma era triste, de
frequentes e inúteis disputas teológicas. Além disso, havia entre luteranos e
os teólogos reformadores, discussões doutrinárias que alargavam cada vez mais
as brechas entre estes dois grupos do Protestantismo.
Ortodoxia Luterana
Um dos resultados destas disputas teológicas,
foi a elaboração, pelos luteranos, em 1577, de um longo credo chamado "A
Fórmula da Concórdia". Ela condenava o Calvinismo, especialmente a
doutrina da predestinação, perpetuando assim a separação dos grupos luteranos
e reformado. "A Fórmula da Concórdia" veio a ser considerada pelos
luteranos uma expressão completa da verdade cristã. Foi esta a razão porque os
ministros luteranos dedicaram suas vidas à exposição e defesa desse credo, em
vez de procurarem fortalecer a vida espiritual do povo, induzindo-o ao serviço
cristão. Pouca ênfase era dada à necessidade de se procurar viver um
cristianismo vitalizado, rico de experiências e de frutos. As igrejas eram
frias, cheias de formalidades e inativas.
0 Pietismo
Nessa época surgiu um movimento de vigor e
poder espiritual, conhecido pelo nome de "Pietismo". Seu primeiro
líder foi Filipe Jacó Spener, que bem moço viu o grande declínio religioso pelo
qual passava seu país. Como pastor em Frankfurt no período de
Spener reavivou a doutrina básica da Reforma, o
sacerdócio universal dos crentes. Além do que alcançou na vida religiosa da
Alemanha, o Pietismo inspirou em outras terras, forte impulso pelo poder
espiritual, o que produziu grandes resultados. A Irmandade Morávia foi, em
parte, um resultado desse movimento.
Os Moravianos
O fundador da irmandade moraviana foi o Conde
Nicolau von Zinzendorf (1700-1760), nobre austríaco que foi profundamente
influenciado pelo Pietismo.
Quando moço pensou reunir numa comunidade um
grande número de pessoas verdadeiramente religiosas, que se tornassem uma fonte
espiritual para as igrejas e comunidades religiosas vizinhas. Quando tinha
apenas vinte e um anos de idade, comprou um território na Saxônia, com o intuito
de levar a termo o seu plano.
Em pouco
tempo foi essa região habitada de um modo providencial.
Certos membros da irmandade da Boêmia, corpo
religioso resultante da obra de João Huss, tendo sido perseguidos e expulsos
dos seus lares na Morávia, conseguiram permissão de Zinzendorf para se
estabelecerem no território a ele pertencente . Assim começou a formação dessa
comunidade que tomou o nome de "Hernhut", isto é, "Abrigo do
Senhor".
Missões Moravianas
As atividades missionárias, que tornaram
famosos os moravianos, começaram em 1731.
Dois deles foram enviados a São Tomê, nas
índias Ocidentais, e dois outros foram para a Groenlândia, onde o herói
norueguês Hans Egede já tinha plantado o Evangelho. Seguiu a estes uma
verdadeira torrente de missionários, de sorte que durante a vida de Zinzendorf
havia muitos dos seus irmãos trabalhando na Europa, Ásia, África, Américas do
Norte e do Sul.
Em qualquer lugar onde se encontrassem, demonstravam
a mesma coragem, consagração e amor a todos os homens.
III. 0 protestantismo na Inglaterra
Conseguindo maioria no Grande Parlamento, os
Puritanos, afinal, alcançaram poder para tornar a Igreja da Inglaterra como desejavam.
Com este propósito, o Parlamento convocou a Assembléia de Westminster
(1643-1643), composta dos principais teólogos puritanos.
A Assembléia de Westminster
À assembléia de Westminster coube a
responsabilidade de apresentar ao parlamento, os planos para uma reforma definitiva
da igreja nacional.
Ao mesmo tempo o parlamento, no propósito de
alcançar o auxílio da Escócia na guerra contra o rei Carlos, aceitou a
"Liga Solene" e o "Pacto". Este era uma ampliação do
primeiro "Pacto Escocês", e obrigava os que o aceitavam, a defender
a Igreja escocesa como tinha sido estabelecida ao tempo da Reforma, como também
tornar em conformidade com ela as igrejas da Inglaterra e da Irlanda.
Os Trabalhos da Assembléia
A assembléia escreveu e submeteu à apreciação
do parlamento, uma constituição completa para a Igreja da Inglaterra.
Além de um esquema para o governo eclesiástico,
foi apresentada a Comissão de Fé, considerada como credo para uso da Igreja, e
dos catecismos, o "Maior" e o "Menor".
0 projeto
da assembleia para o governo da Igreja foi aprovado pelo parlamento, que
ratificou assim o sistema de governo presbiteriano. Mas ele nunca foi aceito de
modo geral. Não foi fácil a aplicação dessa forma de governo ã Igreja em razão
da confusão reinante no pais, provocada pela guerra entre o parla mento e o
rei Carlos.
A Comunidade Dirige os Negócios Eclesiásticos
A execução do rei em 1649, seguiu-se o
estabelecimento do governo da comunidade, sendo Olivério Cromwell seu Senhor
Protetor. Não obstante as muitas incertezas dominantes no período desse curto
governo, havia certa liberdade religiosa, defendida por Cromwell. Não se
permitia liberdade ao Romanismo ou ao sistema episcopal, a velha forma da
Igreja Inglesa, pois ambos eram considerados politicamente perigosos.
Além disto havia igrejas de várias
denominações, destacadamente presbiterianas, congregacionais, batistas...
"Os Amigos" Foi nesta época que
apareceu a "Sociedade dos Amigos", ou dos "Quakers".
Por muitos anos a Inglaterra foi perturbada
pelas disputas religiosas, principalmente as que se relacionavam com a forma de
governo eclesiástico. Tudo isto aborrecia muito os ingleses que resolveram
seguir os ensinos de George Fox. Este ensinava que a Igreja deveria ser guiada
e instruída diretamente pelo Espírito Santo e que não deveria haver qualquer
sistema fixo de governo, ou um ministério especialmente indicado, ou formas
regulares de culto. George Fox foi um dos mais poderosos líderes religiosos do
seu tempo e fervoroso evangelista que alcançou grande número de conversos. 0
Governo nas Mãos dos Puritanos Os Puritanos, com o apoio do governo, tiveram a
oportunidade de realizar o que desejavam, que era, fortalecer a religião e o
caráter moral do povo. Foram aprovadas leis que exigiam um alto padrão moral do
povo. A severidade das decisões puritanas foram manifestas nas mais diferentes
áreas da vida nacional. Fecharam-se os teatros, foram proibidos esportes
brutais e alguns divertimentos tidos por inocentes e de gosto popular, tais
como o festejo do Natal. Não obstante a sua esplêndida prova de caráter, havia
nos puritanos certa tirania e estreiteza de visão, que contribuiu para tornar
seu governo bastante impopular entre o povo inglês. Como a impopularidade do
governo dos puritanos aumentasse dia a dia, seguiu-se uma tremenda reação do
povo contra tudo que eles tentaram introduzir e realizar. Por essa época
restaurou-se a monarquia (1660), com a elevação de Carlos II ao trono. Logo o
novo governo restaurou a igreja nacional à forma que tinha antes da vitória dos
puritanos. Os bispos voltaram às suas paróquias e o "Livro de Oração
Comum" voltou a ser o manual de culto.
A Grande Expulsão e Perseguição
Por se
oporem a isto, cerca de dois mil ministros presbiterianos, congregacionais e
batistas foram expulsos de suas igrejas.
Seguiram-se várias tentativas de proscrição dos
dissidentes. Atos oficiais proibiam assistência as reuniões que não fossem da
igreja oficial.
Por uma falta dessa natureza foi preso, por
doze anos, o célebre cristão e escritor, artesão João Bunyan, que na prisão de
Bedford escreveu "0 Peregrino". Depravação Social Terrível onda de
imoralidade atingiu a aristocracia inglesa e afetou grandemente outras camadas
da sociedade, em decorrência da oposição do parlamento ao Puritanismo. Depois da
severidade da regra puritana, a situação tomou extremo oposto. O exemplo de um
rei corrupto contribuiu para o agravamento dessa tendência. 0 Puritanismo
parecia ter sido aniquilado. Mas tal não aconteceu.
A Revolução Os acontecimentos dessa época
mostraram, todavia, que a maioria do povo preferia que a igreja nacional
permanecesse como no tempo da Reforma, em vez de seguir o sistema introduzido
pelos puritanos. Isto não significava que o Protestantismo inglês fosse assim
duvidoso, e a prova se viu quando Tiago II, sucessor de Carlos II, tentou
transformar a igreja nacional em Católica Romana.
O povo lutou com obstinada coragem, lançando
mão de todos os recurso disponíveis para que tal coisa não acontecesse.
Apelarem para Guilherme, Príncipe de Orange e Chefe do Estado da Holanda, cuja
esposa, Maria, era filha do rei, para que viesse com um exército, defender a
liberdade da Inglaterra e do Protestantismo. O país levantou-se para apoiá-lo.
0 rei Tiago II fugiu para a França, enquanto Guilherme e esposa tornaram-se soberanos
da Inglaterra.
Essa revolução (1689) decidiu a favor da Inglaterra
várias questões de mais alta importância, entre as quais destacaram-se as
seguintes:
1) que o poder pertencesse ao povo;
2) que a
Inglaterra continuasse protestante;
3) que houvesse liberdade de culto.
Declínio Religioso
A vida religiosa da Inglaterra, por quase
cinquenta anos depois da revolução, apresenta um quadro de tristeza,
indiferentismo e de generalizada estagnação. A maioria do clero era constituída
de homens de pouco fervor.
Os deveres dos bispos e dos ministros, foram
em grande parte negligenciados, em razão do mundanismo e egoísmo em que viviam.
Muito pouco se fazia para suprir as necessidades religiosas do povo, razão que
levou muitos a perderem o contato com a Igreja e se desinteressarem pelas suas
atividades. Os não-conformistas, porém, eram mais vigorosos na sua vida
religiosa do que a Igreja da Inglaterra; e eram eles que ha veriam de influir
no futuro religioso dessa nação.
IV. O reavivamento de Wesley no século XVIII
Em meio às incertezas quanto ao futuro da Igreja
na Inglaterra, Deus levantou João Wesley, através do qual haveria de sacudir
aquela nação, e trazer ao mundo o impulso religioso mais forte já ocorrido
depois da Reforma.
João Wesley nasceu em 1703, em Lincolnshire,
paróquia do seu pai, um dos ministros mais zelosos que havia na Inglaterra.
Teve como mãe uma mulher de vida santa e de altas virtudes cristãs. Já adulto,
foi estudar em Oxford, onde se destacou como homem de letras. Entrou para o
ministério e serviu por alguns anos na paróquia do seu pai. Voltando depois a
Oxford como professor de grego, tornou-se líder de um grupo de estudantes que
eram extraordinariamente escrupulosos e metódicos em suas observâncias religiosas
e deveres escolares. Por isso foram conhecidos como metodistas ou do Clube
Santo. Entre eles estavam o irmão de João Wesley, Carlos, e vim estudante pobre
de Gloucester chamado George Whitefield.
A
Conversão de Wesley
A convite do general Oglethorpe, Wesley foi à
Geórgia, como um dos ministros da sua nova colônia na América. Foi uma estada
breve e de pouco êxito. Contudo, foi aí que Wesley conheceu alguns
missionários morávios, nos quais descobriu uma alegria e confiança cristãs fora
do comum e que ele próprio imaginava jamais ter experimentado. Começou, então,
a sentir uma profunda mu dança religiosa em sua vida. Voltou depois ã
Inglaterra, onde continuou sob a influência dos morávios. Este contato culminou
na sua "conversão" que ocorreu em 1738, durante um movimento religioso
em Londres. Sobre essa experiência, ele mesmo confessou anos depois:
"Senti que confiei em Cristo, em Cristo somente, para minha salvação e
alcancei grande segurança e a certeza da purificação dos meus pecados, dos
meus próprios pecados, e livrei-me da lei do pecado e da morte." No ano
seguinte ao da sua conversão, Wesley realizou o primeiro trabalho que o firmou
como o líder de um grande avivamento.
Em março
de 1739, pregou ao ar-livre a um grupo de gente humilde, perto de Bristol. A
partir daí, e quase por cinquenta anos, Wesley trabalhou infatigavelmente.
Carlos Wesley e Whitefield
Dois valorosos cooperadores no reavivamento de
Wesley, foram, seu irmão Carlos Wesley e George Whitefield. Carlos destacou-se
como eficiente pregador, mas sua principal contribuição para o reavivamento foi
dada através dos seus hinos - cerca de seis mil.
Whitefield desenvolveu enorme atividade como
evangelista itinerante.
Oposição ao Avivamento
Não obstante os irmãos Wesley e Whitefield serem
ministros da Igreja da Inglaterra (Anglicana), foram proibidos de pregar nas
igrejas oficiais.
O alvoroço às vezes provocado pela pregação
destes ministros, era desagradável para aquela época caracterizada pela
moderação e restrição em todas as coisas. Por essa época foram excluídos das
igrejas e sofreram amarga oposição dos clérigos da igreja oficial.
Os Evangélicos
Não era possível que tão grande avivamento
deixasse de afetar a vida da igreja inglesa. Surgiu um partido poderoso, denominado
de "Evangélicos", composto de clérigos e de leigos que foram
influenciados pelo movimento vivificador. Tal influência se fez sentir na
religião pessoal, na pregação e em toda a obra ministerial, como também no
trabalho dos leigos.
A Pregação do Reavivamento
A pregação do reavivamento não era, como disse
Wesley, nada de novo. Era a proclamação da livre graça de Deus em Cristo Jesus,
e da salvação livre, gratuita, pela fé no Salvador. Era o convite de Deus ao
arrependimento e ã fé. Os hinos do reavivamento ensinavam e revelavam estas grandes
verdades e o povo as entendia e as aceitava. Entre esses hinos podem citar-se,
"Jesus, Amado Salvador", "Rocha Eterna", e muitíssimos
outros. A velha história e antiga mensagem do genuíno Evangelho que por muitos
anos fora conhecida na Inglaterra, apareceu agora anunciada com verdadeiro zelo
e verdadeira paixão.
V. Os resultados do reavivamento de Wesley
Organização da Igreja Metodista Um dos grandes
resultados do reavivamento de Wesley, foi a formação de uma nova igreja - a
Metodista. Na verdade Wesley não desejava esse resultado. Tinha muito amor ã
Igreja da Inglaterra e desejava que ela fosse alcançada pelos benefícios do seu
trabalho. A organização da nova igreja foi coisa a que se viu forçado a
aceitar e reconhecer. Por muitos anos o clero anglicano o antipatizou e
hostilizou, até que os "Evangélicos" se tornaram bastante fortes e
influentes. Até mesmo os não-conformistas, isto é, as Igrejas Livres, não
apoiavam nem auxiliavam o seu trabalho. Gradualmente ele transformou suas
sociedades com os respectivos pregadores em igrejas, e, em
A própria Igreja da Inglaterra e as Igrejas
Livres receberam novo alento, novo espírito em grande proporção.
Obras Sociais
Esse despertamento revelou-se de um modo
maravilhoso no desenvolvimento das obras sociais de caráter cristão. O amor de
Deus, sentido e experimentado com novo poder que procedeu do reavivamento por
toda a parte anunciado, impulsionava os homens ao amor e ao serviço em favor
dos seus semelhantes. Foi assim que a moderna filantropia ou assistência
social, recebeu seu primeiro e poderoso impulso.
Nessa
época surgiu o abençoado movimento de ensino bíblico popular, denominado Escola
Dominical. A primeira escola foi iniciada em 1780 por Robert Raikes, um
jornalista cristão, culto e rico, de Gloucester. Foi um dos primeiros passos na
educação da Inglaterra, como também o começo do movimento mundial das Escolas
Dominicais.
A escola de Raikes era destinada a crianças
pobres que cresciam na ignorância, ministrando educação religiosa acompanhada
de alfabetização e ética em geral. Nessa época, ilustres cristãos destacaram-se
como líderes de movimentos de interesses nacionais, tais como: reformas
penitenciárias e contra o trabalho dos menores.
0 interesse e cuidado do público a favor dos
pobres tornou-se mais compreensivo e mais cheio de amor. Foram fundados
hospitais e outras casas de caridade.
0
Movimento Missionário Moderno
0 maior de todos os resultados do reavivamento
de Wesley, foi o moderno movimento missionário.
Várias influências o estimularam,
particularmente as então recentes descobertas no Sul do Pacifico. Sem o impulso
para o serviço cristão provocado pelo reavivamento religioso, jamais teria
surgido esse santo desejo para a obra missionária de além mar.
Coube a Guilherme Carey, sapateiro e pregador
leigo batista iniciar o movimento missionário.
A despeito da oposição e desdém, ele
impressionou os seus ouvintes com a visão que tinha, de ver o mundo pagão
convertido a Cristo.
Em 1792,
ele organizou a "Sociedade Batista Para a Propagação do Evangelho.
Entre os Pagãos".
O primeiro missionário por ela enviado foi o
próprio Carey, destinado a realizar um nobre trabalho na índia.
O exemplo dos batistas foi logo imitado. A
"Sociedade Missionária de Londres" foi organizada em 1795, formada
principalmente pelos Congregacionais, e a "Sociedade Eclesiástica
Missionária", em 1799, pelos "Evangélicos" da Inglaterra.
Os metodistas também organizaram seu trabalho
missionário. Tal entusiasmo missionário se espalhou pela Escócia, América e
pelo continente europeu.
VI. O protestantismo na Escócia e na Irlanda
A restauração de Carlos II ao reino da Escócia,
foi seguida de uma reação semelhante a que houve na Inglaterra. Em 1661, o
Parlamento Escocês restabeleceu os bispos na Igreja da Escócia e declarou o rei
como chefe da Igreja. Removeu também das suas paróquias muitos ministros que
foram substituídos por homens incompetentes. Contra tal atitude houve protesto
do povo, que em grande parte abandonou as igrejas para ouvir os ministros
expulsos em suas próprias casas ou nas praças públicas.
O governo
então resolveu forçar o povo a assistir às reuniões nas igrejas, valendo-se
de leis opressivas
Os Pactuantes Perseguidos
Levantaram-se os "Covenanters" ou
Pactuantes, poderosos grupos de pessoas que insistiam em permanecer fiéis à
antiga forma presbiteriana e contrário as interferências do governo nos negócios
da Igreja. Contra essas pessoas moveu-se atroz perseguição cujo resultado foi
torná-la mais firme.
Não
tardou para que essa oposição ao governo se transformasse em rebelião armada,
que terminou na batalha da Ponte Bothwell em 1679, onde os rebeldes foram
derrotados.
Depois disto alguns Pactuantes prometeram ficar
em paz. Outros, porém, conhecidos como "Cameronianos", com seu chefe
Ricardo Cameron, nem se submeteram, nem reconheceram o governo, que lhes
exigia o que eles próprios consideravam um erro.
No oeste da Escócia esta gente foi perseguida
por toda a parte. Homens e mulheres preferiram abandonar suas profissões e
lares, a violar suas convicções quanto ao que julgavam ser á vontade de Deus.
A Igreja
Escocesa Volta a Ser Presbiteriana
0 fim
dessa perseguição veio com a Ascenção ao poder, de Guilherme e Maria, em 1689.
O presbiterianismo foi, então, restaurado na Escócia para nunca mais ser
perturbado.
Alguns dos "cameronianos" não
aprovaram de todo esta restauração, em virtude de não se fazer referência
especial ao Contrato ou Acordo, que para eles era de tanta importância e
estima. Daí eles se recusaram a tomar parte na Igreja reorganizada da Escócia.
Deles procedeu a organização que tomou o nome de Igreja Reformada Presbiteriana.
A Igreja Nacional que se tornara presbiteriana em 1689, além de ser a igreja
oficial da Escócia, representava realmente as legítimas opiniões e sentimentos
religiosos do povo.
A grande maioria era presbiteriana, e quase
todos, exceto uns poucos, estavam na igreja nacional. A união dos Parlamentos
da Inglaterra e da Escócia em 1707, deixou este último país sem outro
parlamento ou qualquer instituição política que lhe fosse própria.
A Igreja
nacional tornou-se então a grande organização do povo escocês.
O Declínio da Religião
A vida
religiosa da Escócia durante o Século XVIII foi assinalado por indiferença
generalizada e por uma inatividade semelhante a que existia na Inglaterra
antes do grande reavivamento. Não havia interesse nem entusiasmo no ministério.
Quando Wesley e Whitefield entraram no pais, sofreram a mesma oposição que experimentaram
na Inglaterra.
O reavivamento geral na Inglaterra não teve a
mesma correspondência na Escócia, que esperou até o Século XIX para experimentar
a influência renovadora e vivificadora do Espírito Santo.
0 entusiasmo pelo trabalho missionário afetou
também a Escócia, e duas sociedades missionárias foram organizadas em 1796. Mas
no mesmo ano, a Assembleia Geral da Igreja Escocesa aprovou o indigno ponto de
vista de que "espalhar o conhecimento do Evangelho entre os bárbaros das
nações pagãs é absurdo e inominável." Essa igreja não cuidou das missões
até o ano de 1824.
O Presbiterianismo na Irlanda
Durante a primeira metade do Século XVII, grandes
extensões de terra no norte da Irlanda, foram tomadas pelo governo inglês, em
virtude dos seus proprietários se terem rebelado.
O povo irlandês que residia nessas regiões
ficou desabrigado e emigrou para o Sul. Suas propriedades foram ocupadas pelos
novos colonos que o governo fez vir da Escócia e da Inglaterra. Mais tarde,
durante os "Tempos de Trucidamento", outros povos escoceses fugiram
para a Irlanda. Foi assim que a província de "Ulster" veio a ser
habitada principalmente por gente escocesa, quase toda ela presbiteriana. Esta
é a origem do povo "escocês-irlandês". Durante o século seguinte
foram terrivelmente maltratados pelos proprietários das terras. Foram também
perseguidos pela igreja oficial da Irlanda, que era episcopal, como a da
Inglaterra. Por isto, entre os anos de 1713 e 1775, muitos milhares de
escoceses-irlandeses emigraram para a América onde desempenharam notável papel
na formação do povo americano.
VII. A Igreja no oriente
Em 1453, caiu sobre a Igreja do Oriente o maior
desastre de sua história: a tomada de Constantinopla pelos turcos. 0 Império
do Oriente, portanto tempo capelão do cristianismo, caiu, tinha agora um
sultão sentado no trono do imperador. Santa Sofia, a magnífica catedral
construída por Justino, no Século VI, foi tornada uma mesquita muçulmana, sinal
visível da capitulação do cristianismo sob as mãos do Islamismo.
Os cristãos
perderam todos os seus direitos ainda que pudessem conservar o seu culto,
tendo de viver em sujeição, sem nenhum amparo legal. Contudo a organização da
Igreja permaneceu inalterada. 0 patriarca de Constantinopla teve os seus pode
res aumentados sobre os patriarcas de Anqioquia, Jerusalém e Alexandria,
tornando-se o chefe de todos os cristãos do império turco, exceto a Rússia. O
patriarca era indicado pelo sultão e estava inteiramente â mercê do seu poder.
Assim, rapidamente perderam o seu poder, pois perderam a influência perante o
povo que os consideravam lacaios dos sultões.
Declínio Intelectual da Igreja
Com a queda de Constantinopla muitos gregos
cultos fugiram para a Europa ocidental e ali tomaram parte do renascimento cultural.
A emigração desses homens altamente instruídos enfraqueceu seriamente a vida
intelectual da Igreja oriental. O clero passou a ser composto por homens
ignorantes, e, a pregação desapareceu dos púlpitos. Numa era quando a mentalidade
dos homens do ocidente se levantou pelo renascimento, aconteceu exatamente o
contrário na Igreja oriental. Assim a vitória turca foi, em todos os sentidos
um golpe profundo e mortal contra a Igreja oriental. Mesmo precariamente, essa
Igreja continuou existindo. A Rússia e Sua Igreja Logo após a queda do Império
Ocidental, levantou-se um novo império no Norte, a Rússia. Desde a queda de
Constantinopla, a igreja russa foi se tornando independente. Nominalmente ainda
era sujeita ao patriarcado de Constantinopla, mas o bispo metropolitano de
Moscou não foi mais escolhido pelo patriarca de Constantinopla. Assim, em
1587, o bispo metropolitano de Moscou via-se elevado à categoria de patriarca.
Durante o século seguinte, a Igreja russa revelou uma vida nova, especialmente
ao tempo do famoso patriarca Nicônio* Este promoveu um extraordinário
desenvolvimento na educação e na vida moral do clero, cano também despertou
interesse pela pregação.
Na doutrina, porém, não houve mudança; não se
verificou qualquer progresso na direção de uma forma mais pura de cristianismo.
Quando o Protestantismo penetrou na Rússia, foi terrivelmente perseguido e
expulso.
Os Uniatas Durante o período da Contra-Reforma,
enquanto a Igreja Católica Romana lutava por conquistar e reconquistar todos
os povos, tentou também ganhar a Rússia. Foi bem sucedida em algumas regiões
do sudoeste do pais à custa de certas atitudes liberais. Tudo o que se pedia do
povo que vinha da Igreja oriental para a Romana, era submissão ao papa.
Foi-lhes permitido conservar sua forma de culto e costumes religiosos, e até
mesmo permissão para os membros do clero se casarem. Esses católicos eram
chamados "uniatas". O Governo da Igreja No inicio do Século XVIII, o
czar Pedro, o Grande, deu ã Igreja a forma de governo que ela conservou até a
revolução de 1917.
Em
substituição ao patriarca, organizou o Santo Sínodo, que era um corpo de bispos
e sacerdotes escolhidos pelo czar. Essa igreja era teoricamente controlada pelo
procurador que representava a expressa vontade do czar. Assim a igreja russa
tornou-se completamente sujeita ao governo que passou a ser o seu "guarda
e protetor".
Pra você que conferiu todas estas matérias, o meu muto obrigado! Continue participando do nosso ministerio da Palavra e seja edificado para a Glória de Deus.
Bibliografia
História da Reforma do Décimo-Sexto Século.
São Paulo: Casa Editora Presbiteriana. FITZER,
Gottfried. O Que Lutero Realmente Disse. Rio de Janeiro: Editora Civilização
Brasileira S.A., 1971.
FLOWER,
H.N. La História de la Iglesia Cristiana. Miami, Flórida: Editorial Vida,
1978.
HALSEMAT, The B.Van. João Calvino Era Assim.
São Paulo: Editora Vida Evangélica S/c, 1968.
MUIRHEAD, H.H. 0 Cristianismo Através dos
Séculos.